O Discípulo e o Batismo Nas Águas

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O DISCÍPULO E O BATISMO NAS ÁGUAS

HERLON CHARLES VASCONCELOS CARVALHO

“Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de


arrependimento, para remissão dos pecados”.
Marcos 1:4

INTRODUÇÃO

Estudaremos com a graça de Deus sobre esta importante ordenança


estabelecida por Jesus: o batismo nas águas.

I. A IMPORTÂNCIA DO BATISMO
O batismo em águas é um importante passo dado pelo discípulo, porque
publicamente ele mostra sua disposição de servir a Cristo, além de obedecer à
ordem de Jesus: “Portanto ide, fazei discípulos de todas nações, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt. 28.19). Observamos
neste texto que Jesus ordenou que o discípulo se batizasse em água.
Antes do batismo, o convertido demonstrava o desejo de servir a Cristo,
agora realmente, ele assume o compromisso de ser um seguidor do Mestre em
todos os momentos de sua vida: aceita o privilégio de discípulo, mas também
compreende os deveres a ele impostos. Outrora, ele era um discípulo no
coração; agora ele declara a si mesmo, à comunidade em que vive, que tomou
a decisão de lutar ao lado de Jesus.
A importância do batismo reside na confissão pública de fé. O crente não
deve contentar-se em ser apenas um discípulo às ocultas; deve alegrar-se de
ser identificado como discípulo do Mestre de tal forma que todos possam ver a
luz que irradia dele. Através do batismo podemos testemunhar ao mundo de
nossa nova fé. O batismo representa a entrada do crente efetivamente na
igreja local.
II. O SIGNIFICADO DO BATISMO

1. Definição
A palavra batismo é uma transliteração do grego, significando “imergir”
ou “submergir”. É o primeiro ato público do novo crente.

2.Conceito
O batismo é uma ilustração daquilo que ocorreu internamente.
Primeiramente, ao receber Jesus como Salvador, a pessoa passou por uma
profunda mudança, ou seja, foi regenerada: recebeu o perdão dos pecados e
começa para ela, uma nova vida. É isto que o ato batismal representa.
Paulo assim se refere ao batismo: “De sorte que fomos sepultados com
ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela
glória do Pai, assim andemos nós em novidade de vida” (Rm. 6.4).No seu
simbolismo, o batismo aponta para o que anteriormente aconteceu; morremos
para o princípio ativo do pecado o qual já não exerce domínio sobre nós: a
antiga vida ficou para trás.
Inicia-se a celebração do batismo propriamente dito: ocorre o mergulho
nas águas; a pessoa é “sepultada nas águas”, “com ele”, simbolizando que
morreu para a vida pecaminosa e o levantar nas águas representa a
ressurreição do indivíduo para viver uma nova forma de vida:”Portanto, se já
ressuscitaste com Cristo, buscai as coisas que sãs de cima, onde Cristo está
assentado à destra de Deus” (Cl. 3.1).

III. A NECESSIDADE DO BATISMO

Muitos pensam que o batismo é dispensável e outros adiam o batismo,


pois alegam não ver necessidade na sua realização. É imperioso observar-se a
Palavra de Deus. No discurso de Pedro no dia de Pentecostes, a multidão
perguntou ao apóstolo o que deveriam fazer. A resposta foi: “Arrependei-vos, e
cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos
pecados e recebereis o dom do Espírito Santo” (At.2.38). Pedro deu ênfase:
primeiro o arrependimento, depois havia necessidade do batismo em águas.

1. É necessário porque Cristo o ordenou.


Em várias vezes, Jesus expressou a ordenança do batismo, pois ele é
vital para que a pessoa assuma a responsabilidade de ser um discípulo. Em
Mt. 28.19, Jesus refere-se ao dever de todas as nações serem ensinadas e
serem batizadas. Em Mc. 16.16, também é mostrado o valor que Jesus dava
ao batismo: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado”. Assim, por meio do batismo, o discípulo integra-se à igreja visível
de Cristo.

2. É necessário porque Cristo deu o exemplo


O próprio Jesus desceu às águas do batismo, dando assim início ao seu
ministério terreno. Jesus, embora não tendo pecado ao submeter-se ao
batismo identificou-se com o pecador. Ele também demonstra em público a
disposição de cumprir o seu ministério. Se o próprio Jesus aceitou essa
ordenança, quanto mais o discípulo deve com alegria, segui-la.
Dentre as várias narrativas sobre o batismo de Jesus vamos destacar a
de Lucas. Este ressalta que no momento do batismo “orando ele, o céu se
abriu” (Lc. 3.21). No momento do batismo, o discípulo deve seguir o exemplo
do Mestre: estar orando!
Mateus mostra em seu evangelho que João, chamado, o Batista devido
ter adotado além da mensagem de arrependimento o batismo por imersão o
qual era praticado por ele no rio Jordão. João tentou impedir Jesus de ser
batizado, pois não via necessidade de o Mestre sujeitar-se a essa cerimônia,
uma vez que não precisava arrepender-se, porque nunca pecara: “Porém um
que, como nós foi tentado, mas sem pecado” (Hb. 4.15b). Assim João
expressou-se: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (Mt. 3.13-
NVI). Jesus respondeu-lhe que assim era necessário para “cumprir toda a
justiça” (Mt. 3.15).
É Lucas que nos informa que o Espírito Santo “desceu sobre ele em
forma corpórea” (Lc. 3.21). No batismo de Cristo, notamos a presença da
Trindade: o próprio Jesus sendo batizado, o Espírito Santo, descendo em forma
de pomba e o Pai afirmando: ”Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado” (Lc.
3.22). Certamente, Deus se agradara da atitude de Jesus que, ao batizar-se,
identificou-se com os homens.
3. É necessário porque os crentes do início da igreja cristã nos deixaram
o exemplo
A igreja primitiva constitui um modelo para nós em todos os aspectos da
vida cristã, inclusive na realização do batismo. Além do primeiro batismo, após
o Pentecostes, exposto em At.2.41 em outra ocasiões, foi observada essa
prática bíblica.

 Exemplos de pessoas batizadas nas águas

 Crentes samaritanos (At. 8.16);


 Mordomo-mor de Candace (At. 8.38);
 Lídia e sua família (At.16.15);
 O carcereiro e sua família (At.16.33);
 Cornélio com os seus parentes e amigos íntimos (At. 10.24,47, 48);
 Crispo, sua família e muitos crentes de Corinto (At. 18.8);
 Saulo (At.9.18);
 Discípulos de Éfeso (At.19.5).
 Essas citações mostram a relevância do batismo para a igreja primitiva.

IV. MÉTODO BÍBLICO DO BATISMO

Existem muitos métodos de batismo, porém o discípulo deve espelhar-se


na Palavra de Deus..
1.Evidência do texto bíblico
Esses textos mostram que o batismo não era praticado por aspersão, o
método que consistia em derramar água sobre a cabeça do batizando. Nos
locais em que ocorria o batismo havia abundância de água: era impossível a
pessoa não ser inteiramente molhada. Eis alguns exemplos:
 Batismos efetuados por João Batista e Jesus: ”Ora, João batizava
também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas, e
vinham ali e eram batizados” (Jo. 3.23).
 Batismo de Jesus (Mc. 1.9,10).
 Batismo do eunuco: “E quando saíram da água” (At. 8.39). Isto mostra
que, se o batismo, fosse por aspersão (colocando-se água na cabeça),
não haveria necessidade de os dois entrarem na água. A versão inglesa
diz: ”para dentro da água” (Versão do rei Tiago).

2. Evidência do significado da palavra


A palavra “batismo” significa mergulho, imersão total. Para a pessoa
estar plenamente mergulhada, só pode ser no batismo por imersão.

3. Evidência da História
Até o ano 150d.C. o batismo era por imersão:
“Do relato de Atos dos Apóstolos podemos afirmar que a
conversão e o batismo eram considerados como o interior
e o exterior de uma mesma experiência” (O Louvor na
Igreja Primitiva-Ralph P. Martin, citado em Por que Devo
me Batizar-CPAD).
João Calvino, o reformador afirmava que “... é evidente que o termo
batismo significa imergir, e de ser a forma usada na igreja primitiva”.(History of
the Easthern Church, citação em Dicionário Teológico – CPAD).

4. Evidência do simbolismo do batismo


O simbolismo do batismo mostra a identificação com a morte e
ressurreição de Cristo: “Sepultados com ele no batismo, nele também
ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl.
2.12). Para a prática do simbolismo, é preciso que o batismo seja por imersão.
Por meio do batismo, o discípulo mostra que morreu para o mundo; agora é
sepultado e ressuscitado a fim de viver para Cristo.

 Atitudes erradas quanto ao batismo

 Julgar que o batismo é para a salvação: a pessoa não se batiza para ser
salva, mas porque já recebeu a salvação;
 Batizar-se várias vezes: o batismo foi efetuado em o nome do Pai, Filho e
do Espírito Santo, portanto não há necessidade de um novo batismo: “Um
só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef. 4.5);
 Adiar o batismo sucessivas vezes, por julgar-se fraco: Quando a pessoa
promete no ato do batismo “seguir a Jesus todos os dias da sua vida”, pode
estar confiante de que o Senhor estará a seu lado para ajudá-la a cumprir o
que prometeu;
 Submeter-se ao batismo sem estar consciente do seu significado;
Alguns afirmam: “Se você não sentiu o batismo, precisa ser batizado outra
vez”. Ocorre que o batismo é um passo de fé, não necessariamente de sentir.
Julgar que as águas do batismo possuem poder purificador. A Bíblia nos ensina
que “Segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e
da renovação do Espírito Santo” (Tt. 3.5b).
 Não batizar-se, observando Lc. 23.43. Ele, talvez, não tenha tido
oportunidade de ser batizado, assim como determinadas pessoas que
recebem a Cristo no leito de enfermidade, antes de sua partida deste
mundo. O discípulo que deseja agradar a seu Mestre obedecerá à prática
do batismo.

5. Fórmula do batismo

A fórmula do batismo está descrita em Mt. 28.19 : “Portanto, ide, ensinai


todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho , e do Espírito
Santo”.
Quanto a outras passagens tais como At. 2.38

Conclusão

O batismo é uma ordem de Jesus a qual não pode ser ignorada. È


preciso investir-se no ensino, para que haja uma real compreensão do
significado do batismo.

Prof. Herlon Charles


Graduado em Teologia
Pós Graduado em Teologia do Novo Testamento

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