O Beabá Da Wicca

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O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes

O MITO DA CRIAÇÃO
Por Starhawk (A dança Cósmica das feiticeiras)

Solitária, majestosa, plena em si mesma, a Deusa, Ela, cujo nome sagrado, não pode ser jamais
dito, flutuava no abismo da escuridão, antes do início de todas as coisas. E quando Ela mirou o
espelho curvo do espaço negro, Ela viu com a sua luz o seu reflexo radiante e apaixonou-se por
ele. Ela induziu-o a se expandir devido ao seu poder e fez amor consigo mesma e chamou Ela de
"Miria, a Magnífica".
O seu êxtase irrompeu na única canção de tudo que é, foi ou será, e com a canção surgiu o
movimento, ondas que jorravam para fora e se transformaram em todas as esferas e círculos dos
mundos. A Deusa encheu-se de amor, que crescia, e deu à luz uma chuva de espíritos luminosos
que ocuparam os mundos e tornaram-se todos os seres.
Mas, naquele grande movimento, Miria foi levada embora, e enquanto Ela saía da Deusa,
tornava-se mais masculina. Primeiro, Ela tornou-se o Deus Azul, o bondoso e risonho deus do
amor. Então se tornou Verde coberto de vinhas, enraizado na terra, o espírito de todas as coisas
que crescem. Por fim, tornou-se o Deus da Força, o Caçador, cujo rosto é o sol vermelho, mas,
no entanto, escuro como a morte. Mas o desejo sempre o devolve à Deusa, de modo que Ela
circula eternamente, buscando retornar em amor.
Tudo começou em amor; tudo busca retornar em amor. O amor é a lei, mestre da sabedoria e o
grande revelador dos mistérios.

A DEUSA COMO CRIADORA O Retorno do Princípio Divino Feminino


A Mãe Primordial, que teria criado tudo e todos, até seu próprio complemento masculino, está
na base filosófica e fundamental de todas as mitologias e Religiões Antigas.
Na compreensão humana primitiva a Mãe precedeu o nascimento do Pai. Percebemos isto em
todos os mitos sagrados anteriores ao patriarcado e quanto mais antigos são estes mitos, mais
isso se confirma.
O Culto à Deusa remonta a Era de Touro (4000 a.C. à 2000 a.C.), época em que o respeito ao
feminino e ao culto aos mistérios da vida e procriação estavam em seu apogeu. Na Era de Touro o
culto a Deusa teve seu apogeu, porém ele é muito mais antigo e suas origens são muito mais
remotas, pois pesquisas realizadas recentemente por arqueólogos norte-americanos apontam que
o culto matriarcal e à Deusa datam de mais ou menos 500.000 a.C. Isto foi comprovado através
de testes feitos com o carbono 14 em alguns objetos ritualísticos com desenhos de Deusas
encontrados em sítios arqueológicos, que constatam suas origens no Paleolítico Inferior.
No final da Idade de Bronze (5000 à 2000 a.C.) também encontramos muitos indícios de culto à
Deusa Mãe. Descobertas feitas por toda Europa, África, Escandinávia e diversas outras
localidades, comprovam isso. Inúmeras estatuetas femininas esculpidas em marfim, barro, argila e
pedra representando mulheres com seios e ventres grandes (Vênus de Willendorf) foram
descobertas nas proximidades de lugares sagrados e sepulturas, o que simboliza algo respeitável
e religioso.

Nas Eras que antecederam a agricultura, quando os homens viviam da caça e pesca, as mulheres
eram a base do lar, das artes, arquitetura e também eram as transmissoras da cultura ancestral e
religiosas. Enquanto os homens saiam para caçar, as mulheres realizavam os ritos sagrados para
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que a caça fosse bem sucedida e para que eles pudessem retornar em segurança. Elas eram as
Grandes Sacerdotisas, Xamãs, curandeiras, parteiras e mantenedoras dos ritos e mistérios
religiosos da Tribo. Homens e crianças dependiam de seus cuidados e conhecimentos, por isso
eram veneradas e reconhecidas como Guardiãs dos Mistérios da Vida.
Mais tarde quando os povos indo-europeus se converteram em tribos conquistadoras e guerreiras
e se expandiram em busca de melhores temperaturas, o culto ao Deus (O Sol) suplantou o culto
à Deusa. Pouco a pouco se instaurou o culto ao Sol com a chegada da Era de Áries (2000 a 0
a.C.) e nasceu assim o patriarcalismo. Até o início da Era de Peixes, Deusa e Deus eram
cultuadas juntas e seus cultos eram interligados, tolerantes entre si e estavam em perfeito
equilíbrio.
A partir de 330 d.C. (quando o Catolicismo foi estabelecido como Religião Oficial) o culto à Deusa
começou a declinar e aos poucos o Cristianismo foi irrompendo toda Europa e se converteu como
a Religião da moda de Reis e Rainhas. Porém as pessoas comuns, os servos e servas, jamais
abandonaram a Religião Antiga. O povo do campo ou os pagãos ( paganus= povo do campo),
devido ao seu contato direto com a natureza seguiram fiéis ao Paganismo e foi através deles que
a Bruxaria passou de geração em geração e chegou até nós na atualidade.
Das origens primitivas do neolítico e paleolítico surgiram todas as formas de magia e Religião,
inclusive e principalmente a Wicca.

O QUE É A WICCA...?
Como e quando surgiu umas das Religiões mais antiga do mundo...?
A Bruxaria é a antiga religião dos povos da Europa, que após quase 2000 anos de exclusão e
“desaparecimento” ressurgiu nos idos de 1940 sob o nome de WICCA.
A palavra Wicca vem do inglês arcaico wicce ou do saxão wich que significa “girar dobrar ou
moldar”.
Porém, vemos corruptelas deste termo em diversos outros idiomas sempre expressando algo
religioso e relacionado à Magia.
A Wicca é uma Religião que pretende celebrar a natureza e que busca sua inspiração nas
religiões pré-cristãs de culto à Deusa, nas celebrações dos ciclos anuais das colheitas, ao culto do
Deus fertilizador da Terra e várias outras expressões religiosas primitivas com uma forte ligação
com a natureza e com os ciclos da vida.
A Wicca baseia-se no equilíbrio e polaridade das energias, que através de ritos e magia coloca o
homem em contato direto com a natureza, resgatando assim o verdadeiro sentido da palavra
Religião (Religare= religar), religar o homem àquilo que ele foi desligado. O objetivo da Bruxaria
são: o autoconhecimento, a harmonia com os ritmos do Sol e das Estações, a compreensão dos
poderes da natureza e a busca de um novo equilíbrio do homem com o seu meio.
A Bruxaria reconhece o Dualismo Divino e sendo assim reverencia a Deusa (Lua e Terra)
criadora de todas as coisas e o Deus (Sol) o poder fertilizador.
As energias estáticas, negativas e magnéticas seriam a força da Deusa. As energias positivas,
ativas e móveis seria a força do Deus. Ambas são opostas e complementares, uma dá origem à
outra, juntas são a manifestação e equilíbrio do Universo.
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A Wicca busca muito de sua inspiração nos mitos e Divindades celtas, gaulesas e irlandesas,
recorrendo entanto a fontes clássicas (greco-romana) e diversas outras tradições populares. Para
os conceitos da Bruxaria as palavras DEUSA e DEUS abarca toda a magnitude do Universo. Os
Deuses seriam a manifestação criadora da qual procedem todas as criaturas. Eles estão
presentes dentro e fora de nós, poder esse chamado de imanência.
A Bruxaria ensina seus praticantes à compreenderem o Universo, o nosso lugar e papel dentro
dele.
A utilização da Magia, entendida como um conjunto de técnicas capazes de manipular
positivamente certas energias naturais, é a parte prática que mais distingue a Wicca. As bases da
Bruxaria encontram-se na invocação e manipulação das forças energéticas presentes no
inconsciente coletivo, que devem ser trabalhadas por meio da intuição e emoção. As energias
divinas com as quais trabalhamos são as forças arquetípicas da psiquê humana. Um Bruxo
conhece, canaliza e utiliza corretamente esta energia.
Os fundamentos da Bruxaria estão em conhecer, penetrar e respeitar a natureza que é a própria
manifestação da Deusa. A proposta da Bruxaria é harmonizar o homem com o ritmo da
natureza e fazer com que ele entenda as forças interiores e exteriores, pois é desta forma que se
mantém o equilíbrio e inter-relação com os Deuses.
A Bruxaria também se propõe à recuperar a complementaridade entre homens e mulheres, pois
cultua a Deusa e o Deus, mesmo dando à Deusa um papel preponderante, quer nas suas
práticas quer nos seus mitos.
Na atualidade onde dificilmente há lugar para expressão dos valores femininos e onde não existe
qualquer figura feminina como caráter sagrado principal, a perspectiva matrifocal da Wicca
contribui para sua divulgação tanto junto aos homens como das mulheres.
A Wicca é uma Religião onde não existem livros sagrados, hierarquia ou dogmas. É uma escolha
pessoal para aqueles que sentem que a sua percepção do sagrado não só não se enquadra nos
esquemas tradicionais, como é algo demasiadamente individual para se sujeitar ao conjunto de
regras e crenças que outros determinam.
A Bruxaria orienta que os poderes mágicos são latentes à todas as pessoas, porém devido ao
nosso modo de vida estes poderes se atrofiaram. O que Bruxaria faz é desenvolver e ampliar
esta força, assim como ensinar e auxiliar à providenciar uma atmosfera propícia na qual eles
possam se manifestar.
Os Wiccanianos são praticantes de uma Religião tão antiga quanto o próprio mundo, por isso
muitas das práticas e ritos têm sido adaptados à realidade de nosso mundo.
Bruxos são pessoas das mais variadas idades, posição social e raça que têm em comum uma
Religião voltada ao reencontro de um caminho espiritual harmônico com a Terra e com as
manifestações da natureza.
Os Wiccanianos são universalmente caracterizados pelo amor incondicional à natureza. Os
pagãos acreditam que a volta da ligação com a natureza é o único caminho para uma vida
harmônica e equilibrada, por isso todos os Ritos sagrados da Bruxaria estão centrados na
Estação do Ano e fases lunares.
Os Bruxos provavelmente são os precursores dos movimentos ecológicos e de inúmeros outros
movimento sociais que lutam e reivindicam igualdade entre os homens. A alegria e a satisfação de
viver são as bases da Bruxaria, pois ela é uma Religião de amor e prazer que permite a
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manifestação da individualidade como é sentida, mas que também encoraja a responsabilidade
social e ambiental.
Os Bruxos não acreditam no dualismo de opostos absolutos do “bem contra o mal”. A Bruxaria
ensina que todas as coisas existentes têm o seu próprio lugar e funções e que devemos nos
empenhar em harmonizar todas as coisas.
A Bruxaria tem sua própria filosofia sobre a reencarnação e vida após a morte. Porém cada
Bruxo pode ter sua própria filosofa sobre o assunto, pois a Wicca não tem dogmas ou regras as
quais todos devem seguir.
Os Bruxos acreditam que todos devem cultuar os Deuses à sua própria maneira, pois não
existem leis que exijam que os Wiccanianos sigam uma maneira prescrita de liturgia.
Bruxos nunca comprometem seus filhos com a sua fé particular, pois acreditam que cada um
deve seguir o seu próprio caminho. As crianças sempre são ensinadas à honrar sua família,
amigos, a ter integridade, honestidade, a tratar a Terra como sagrada e a amar e respeitar todas
as formas de vida.
O fanatismo é repudiado pelos pagãos, assim como o proselitismo é inadmissível. Bruxos nunca
divulgaram sua Religião porta a porta. São extremamente discretos, pois acreditam que a
aproximação à Bruxaria deve resultar de uma escolha individual.
O movimento neopagão sempre cresceu e continua a crescer sem que para isso pessoas sejam
abordadas ou aliciadas à tornarem-se pagãos. A Bruxaria cresce em todo mundo por que seu
senso de liberdade, religiosidade e amor à natureza fundem-se dando abertura e compreensão ao
verdadeiro sentido de ser.

RAÍZES WICCANAS
Não podemos analisar os Mistérios Wiccanos sem nos referirmos aos celtas e aos druidas das
Ilhas Britânicas. As antigas regiões da Irlanda, da Bretanha, da Escócia e do País de Gales evocam
imagens de reinos místicos e segredos ocultos, pois é ali que podem ser encontrados os mistérios
do Caldeirão de Cerridwen e dos ensinamentos das transformações ocultas na história de
Taliesin. Ali também encontramos os míticos Tuatha de Danann e muitas lendas esplendorosas de
heróis míticos como Hu Gadarn e Cuhulainn. É em tais lendas que podemos encontrar e
desvendar os princípios dos Ensinamentos Misteriosos.

Entretanto, as mais antigas Tradições de Mistérios européias conhecidas (exceção feita aos temas
alegóricos de Atlântida e Lemúria) originam-se, na verdade, das antigas regiões da Mesopotâmia,
Egito, Grécia e Itália, ou de regiões próximas. No mais das vezes, essas culturas antecedem a
tradição celta em cerca de mil anos ou mais. Nas terras célticas, os druidas também transmitiam
uma Tradição de Mistérios – uma mescla de crenças locais e influências externas. Muitos
estudiosos atualmente crêem que o culto dos druidas teria sido um resquício de um antigo clero
indo-europeu. A Tradição de Mistérios dentro da religião Wiccana (?) teve origem na cultura
neolítica da Grande Deusa da Antiga Europa, e não diretamente das influências indo-européias
sobre a religião celta de modo geral.
Em seu livro The Goddesses and Gods of Old Europe (University of California Press, 1982), a
professora Marija Gimbutas descreve a Antiga Europa como a região que compreende a Itália e a
Grécia, estendendo-se ainda pela Checoslováquia, o sul da Polônia e o oeste da Ucrânia. Gimbutas
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afirma que nessa área, entre 7000 e 3500 a.C., teve origem o antigo culto matrifocal da Grande
Deusa e seu consorte, o Deus Cornífero. Ela se refere ao povo dessa região antiga como
pertencendo a uma cultura pré-indo-européia: matrilinear, agrícola, pacífica e sedentária.
Gimbutas prossegue descrevendo a Antiga Europa e seus aspectos singulares como cultura
neolítica. Em um de seus capítulos, ela descreve:
Entre 7000 e 3500 a.C., os habitantes dessa região desenvolveram uma organização social muito
mais complexa do que seus vizinhos ocidentais e do norte, formando comunidades que
comumente se agrupavam em cidadelas, inevitavelmente levando à especialização do trabalho e à
criação de instituições religiosas e governamentais. Eles descobriram por si sós a possibilidade de
utilizar cobre e ouro na confecção de ornamentos e ferramentas, e aparentemente desenvolveram
uma escrita rudimentar. Se definirmos civilização como a habilidade de um determinado povo de
se adaptar a seu meio ambiente e de desenvolver artes, tecnologia, escrita e relações sociais
apropriadas, fica evidente que a Antiga Europa atingiu um notável grau de sucesso.
É aqui, no culto neolítico da Grande Deusa da Antiga Europa, que surgiram os alicerces dos
antigos Mistérios Wiccanos. É aqui, portanto, que começaremos a relacionar os antigos
segredos transmitidos geração após geração. No decorrer de nossa exploração, observaremos o
fluxo dos Ensinamentos Misteriosos à medida que passam da região egéia à mediterrânea.
Analisaremos como ingressam na Itália e se mesclam às civilizações etrusca e romana. Partindo
do sul da Europa, rastrearemos sua corrente rumo ao ocidente, e os seguiremos em direção à
Europa Setentrional, pois foi ali que os celtas abraçaram os mistérios e os incorporaram a seu
próprio sistema de crenças, o qual se tornou o que convencionamos chamar de Tradição dos
Mistérios Wiccanos (?).
Em seu livro The Mysteries of Britain (Newcastle Publishing, 1993), Lewis Spence afirma que os
ensinamentos druídicos surgiram de uma combinação da cultura mediterrânea neolítica com as
crenças nativas da antiga Bretanha. De acordo com Spence, antigos viajantes mediterrâneos da
Nova Idade da Pedra e da Idade do Bronze chegaram ao litoral britânico e introduziram o Culto
aos Mortos, comum às antigas crenças da Europa Setentrional de então. Com o início da Idade
do Ferro, a ilha da Bretanha ficou isolada, e dessa forma as crenças celtas transformaram os
ensinamentos importados numa religião única ao povo celta.
A religião da Antiga Europa havia se espalhado pelo ocidente partindo do sul da Europa por volta
de 4500 a.C., como comprova o descobrimento na Espanha e na França de ícones de estilo
semelhante ao do antigo culto matrifocal da região e egéia-mediterrânea. Por volta de 3000 a.C.,
povos do mediterrâneo, da Espanha e da Bretanha Menor se estabeleceram nas colinas ao sul da
Inglaterra, levando consigo à religião da Antiga Europa. O Culto aos Mortos, associado aos
espíritos dos mortos, com festivais celebrados em outubro e novembro, ainda sobrevive desde
tempos longínquos na Itália e na ilha da Sicília, bem como na Inglaterra. O historiador John Morris
(University College, Londres), em seu livro The Age of Arthur (cap. 8: “Pagan Irland”), nos diz que
povos da Sicília e do sul da Itália se estabeleceram na Irlanda no terceiro milênio a.C. e
introduziram tumbas derivadas dos túmulos em rocha da Sicília e da Itália. Morris afirma que
estes são o “povo de Partholon”, mencionado nos mitos irlandeses.
Em algum ponto entre 600 e 500 a.C., os celtas invadiram a Inglaterra e se depararam com o
antigo Culto aos Mortos mediterrâneo. Spence atesta que os celtas a princípio temiam o Culto
e nutriam temor especial pelas sidhe (fadas), que na verdade eram os espíritos dos mortos.
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Outra interessante conexão da Antiga Europa é dos primeiros etruscos (1000 a.C.) no norte da
Itália, que acreditavam numa raça mística conhecida como Lasa, também associada aos mortos
(conhecidos posteriormente pelos romanos como espíritos ancestrais chamados Lare). As
similaridades na aparência e no folclore são muito grandes para que seja apenas coincidência.
Spence especula que os druidas eram, na verdade, um grupo sacerdotal sobrevivente ao Culto
aos Mortos mediterrâneo, os quais os celtas conseqüentemente vieram a respeitar e honrar após
ocuparem a Bretanha:
Os homens de Long Barrow eram comerciantes, viajando da Espanha para a Bretanha, num
período comumente determinado por volta de 2000 a.C., e o fato de terem adotado o Culto aos
Mortos é comprovado por seus hábitos de sepultamento. Outras raças os sucederam, mas,
apesar de suas crenças religiosas terem deixado algumas marcas, o Culto aos Mortos local
permaneceu como fé oficial e absorveu todas as outras posteriormente introduzidas, com o povo
celta adotando seus princípios e fundindo amplamente sua mitologia a ela... [O druidismo]
surgiu de um Culto aos Mortos que vinha se desenvolvendo durante a Antiga Idade da Pedra...
Assim sendo, os druidas se tornaram os sacerdotes da ilha, preservando as antigas tradições
que se fundiram numa nova e única religião celta. Devemos notar, entretanto, que Spence, apesar
de nenhuma culpa poder lhe ser imputada, erra quanto ao período dos homens de Log Barrow,
confiando nas errôneas evidências científicas disponíveis na época (a data mais provável é 400
a.C.).

Segundo consta, os celtas não possuíam templos até o período galoromano. Celebravam suas
cerimônias em santuários nas florestas, sob a direção dos druidas que haviam se tornado seus
líderes religiosos. O nome druida significa “conhecendo o carvalho”, ou “encontrando o carvalho”,
e está obviamente associado à prática de culto nos bosques. Após a influência dos romanos, os
celtas ergueram templos pagãos, muitos dos quais foram descobertos por arqueólogos tanto na
Bretanha como na Gália.
Os celtas foram o primeiro povo definido a formar uma cultura distinta nos territórios europeus ao
norte dos Alpes. Antes da metade do primeiro milênio, eles eram completamente desconhecidos
para o mundo civilizado mediterrâneo. Por volta do século IV a.C. foram catalogados pelos gregos
como um dos mais numerosos povos bárbaros do mundo conhecido de então (os outros eram os
cítios e os persas).
É possível rastrear as origens das tribos celtas até a cultura de Túmulos da Idade do Bronze, que
atingiu seu apogeu por volta de 1200 a.C. Contudo, os celtas não figuram como povo distinto e
identificável até a época do período de Hallstatt (dos séculos VII a VI a.C.). Durante o período de
Hallstatt, os celtas se espalharam pela França, Ilhas Britânicas, e rumo ao leste a partir da Europa
Central. Bandos celtas também penetraram na Itália, Romênia, Trácia e Macedônia. Ali atacaram
os territórios etruscos, romanos e gregos, e foram posteriormente expulsos através dos Alpes
pelas legiões romanas.
A partir da metade do primeiro século a.C., os celtas ficaram encalacrados entre o Império
Romano em expansão ao longo do Reno e do Danúbio e os invasores germânicos do sul. Ao final
do século, os celtas haviam perdido o controle sobre o continente e foram posteriormente
contidos pelos romanos que avançavam para invadir a Bretanha (pela primeira vez por volta de 56
a.C. sob o comando de Júlio César). Como resultado sua cultura foi transformada por séculos de
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ocupação romana, e posteriormente pela Igreja Católica Romana. As antigas tradições pagãs
foram relegadas a uma sociedade oculta onde sobreviveram na Antiga Religião da Wicca ‘?’ (bem
como em muitas tradições folclóricas).
A história da Antiga Religião se estende ao obscuro passado da transformação dos caçadores-
coletores em uma comunidade agrícola. Isso vale dizer que a essa altura ela se torna mais
facilmente identificável para nós. As raízes da Wicca como religião expressiva datam da Era
Glacial (?), quando os humanos pintavam e esculpiam cenas nas paredes das cavernas. Algumas
cenas retratam temas de caça e outras são aparentemente de origem cerimonial, se não
sobrenatural em conceito. À medida que prosseguimos aqui nossas explorações pela história da
Antiga Religião, tenha em mente que, onde não apresento datas ou referências a obras, estou
tratando da história oral da Tradição dos Mistérios.
Quando os humanos caçadores-coletores que habitavam as florestas começaram a desenvolver
uma sociedade agrícola, mantiveram consigo as antigas deidades do mundo selvagem. O deus
com cornos de gamo da floresta foi transformado no deus com cornos de bode dos pastos. Isso
se deveu em grande parte à necessidade de se domesticarem animais numa sociedade agrícola. O
deus da floresta tornou-se então o deus das colheitas.

O foco do antigo culto, no entanto, não era centrado numa forma masculina, mas sim uma
feminina. Os primeiros ancestrais dos Wiccanos cultuavam a Grande Deusa, personificação dos
mistérios femininos. Como a Grande Mãe, ela refletia a misteriosa e poderosa natureza das
mulheres, a qual lhes consentia sangrar por dias sem enfraquecer e gerar outra vida humana. Não
só esse poder era um mistério para o homem antigo, como também o era para a mulher antiga.
Por sua necessidade de compreender (e de algum modo controlar) essas habilidades, as mulheres
se isolaram dos homens e formaram sociedades femininas.
Alguns estudos modernos muito convincentes parecem indicar que foram as mulheres quem,
primeiro, estabeleceram o sistema de tabus. Em alguns aspectos, apenas para se livrarem da
atenção sexual dos machos, mas também para estarem próximas umas das outras, durantes os
períodos de menstruação e parto. As mulheres transmitiam o conhecimento das ervas que
aliviavam a dor e reduziam os sangramentos, bem como outros “segredos” aos quais os homens
não tinham acesso. Durante o regime patriarcal, os tabus permaneceram, mas com conotações
diferentes dos originais.
Os homens naturalmente temiam o que não compreendiam e julgavam o sistema de tabus não
como um período em que as mulheres estariam isoladas e juntas, mas como uma situação que
eles deveriam evitar. Dessa forma, para os homens os processos de menstruação e parto se
misturavam a medo e ameaça. Tudo o que sabiam era que esses períodos os afastavam dos
prazeres das relações sexuais e causavam dor física às mulheres. Da imaginação comum à
natureza humana durante um período de segregação forçada, imagens negativas começaram a se
desenvolver. Tais imagens negativas evoluíram com o passar dos séculos para uma mentalidade
que via erroneamente a menstruação como um processo impuro e contagioso.
Foi em parte graças a essa mentalidade que o homem se afastou da espiritualidade do Culto à
Deusa e se aproximou do culto ao guerreiro-caçador. Por não poderem amamentar, menstruar ou
parir (e já que seu papel na fecundação ainda não era completamente entendido), os homens
buscaram uma compreensão de sua própria relevância. Esse foi, no entanto, um processo lento, e
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muitos homens permaneceram na religião matrifocal como sacerdotes. A maioria deles era de
anciãos e caçadores incapacitados, os quais, deixados para trás durante as caçadas e lutas,
passavam a ser treinado por xamãs femininas. Desse grupo de homens surgiu o que viria a se
tornar o sacerdócio da Wicca. Com o tempo ocorreu uma cisão entre as sociedades masculinas, e
elas conseqüentemente se separaram em cultos de orientação solar e lunar. À medida que os
homens ascendiam ao poder, passaram a desafiar a estrutura de descendência matrilinear e a
supremacia dos conceitos religiosos matrifocais.
A imagem da Grande Mãe permaneceu como uma força poderosa mesmo depois da mudança da
religião matrifocal para a patriarcal. A Igreja Católica manteve sua divindade na forma de Maria, a
mãe de Deus. Até mesmo a própria Igreja passou a ser conhecida como a Sagrada Madre Igreja.
A necessidade de se ter uma fonte de cuidados próxima (à qual servir como nos tempos
matrilineares) nunca foi afastada do inconsciente do homem. A figura materna é a mais forte e
duradoura imagem da experiência humana.
Foram em grande parte as mulheres que estabeleceram a cultura humana e conduziram a
humanidade da era dos caçadores-coletores para a sociedade agrícola. A imagem da Grande
Deusa Mãe era o símbolo externo das preocupações e necessidades da comunidade humana.
Mas ela ainda incorporava os temores dos povos antigos e destarte era também conhecida como
“Mãe Terrível”, a destruidora da vida, daí representando a morte. Como seu símbolo, a Lua, a
deusa adotava diferentes formas e diferentes matizes de luz e sombra.
Vilas que dependiam das terras cultivadas e dos animais domesticados apareceram pela primeira
vez no sudeste da Europa no sétimo milênio. Imagens da Grande Deusa Mãe entalhadas em
pedra surgiram na arte neolítica da Antiga Europa por volta de 6500 a.C., com imagens de
deidades masculinas com chifres. O grande número de imagens e estátuas descobertas por
arqueólogos indica um culto matrifocal distribuído entre os povos da Antiga Europa. Esse antigo
culto continha as origens das crenças religiosas da Wicca.
Quando a palavra “Wicca” passou a ser conhecida pelo grande público, ela era usada como
referência à Antiga Religião européia pré-cristã. Atualmente, seu significado foi alterado para
incluir uma visão mais ampla dos conceitos neopagãos e de Nova Era. A Antiga Religião da Wicca
foi originalmente um culto à fertilidade que idolatrava uma Deusa e um Deus. Possuía, um certo
estágio de sua evolução, uma hierarquia que consistia de uma Suma Sacerdotisa e um Sumo
Sacerdote, auxiliados por sacerdotisas e sacerdotes. Essencialmente, a Wicca era uma
religião da Natureza, enfocando as energias que fluem sobre a terra com o passar das estações.
Examinaremos os fundamentos da Antiga Religião, apresentando uma visão do que ela foi um dia
e do que é hoje. Creio que é importante recuperar nossa herança e compreender nossa condição
atual, para que não nos esqueçamos de quem fomos e para que possamos saber quem somos
hoje. Não podemos esquecer que a Antiga Religião, fundada sobre as Leis da Natureza, possui em
seu interior certas leis, padronizadas de acordo com as da Natureza. A Tradição de Mistérios
dentro da Antiga Religião é um sistema através do qual os indivíduos podem aprender a evoluir
espiritualmente por meio de uma compreensão das leis metafísicas refletidas nas leis da Natureza.
As raízes culturais da Antiga Religião retrocedem aos tempos tribais da humanidade. Em suas
tentativas de compreender o mundo a seu redor, esse povos primitivos deram os primeiros passos
em direção à religião. Nas grandes manifestações de poder da Natureza, como tempestades e
terremotos, eles viam a ação de Seres maiores do que eles, aos quais posteriormente viram a
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chamar de Deuses. Da tendência humana de personificar as coisas surgiu uma hoste de espíritos
e deidades. As lendas da Arte são repletas de histórias nas quais os deuses interagem com a
humanidade. Até os mais comuns mitos esotéricos tratam de tais encontros. Parece então
provável que a humanidade primitiva realmente tenha entrado em contato com uma raça superior
de Seres (Deuses ou indivíduos pertencentes a uma sociedade avançada ainda mais antiga), que
os impressionaram de modo a gerar uma veneração ritual. Certamente existem muitos mistérios
não solucionados (tais como Stonehenge, a planície de Nazcar e as estátuas da Ilha da Páscoa)
que nos propõem uma avaliação mais profunda.
Nos Antigos Caminhos, as lendas retratam Deuses que olhavam por seus seguidores, salvando-os
da Queda da Humanidade no correr da Primeira e da Segunda Era. Essas eras refletem as lendas
da Lemúria e da Atlântida. Não eram apenas os Deuses, contudo, que cuidavam da humanidade,
orientando-a, mas também os antigos xamãs das tribos. Os primeiros xamãs eram em sua
maioria mulheres que, durante a rotina diária de colheita e preparo de alimentos, aprenderam os
segredos das ervas.
Antes do surgimento da agricultura, os humanos dependiam da vida animal e, dessa forma, dos
caçadores das tribos. Antigas lendas retratam bravos caçadores que, disfarçados de animais (com
peles e chifres), aproximavam-se mais das manadas. Com o passar do tempo, a imagem desses
heróis com chifres tornou-se a imagem do Deus que provia animais às tribos. Como previamente
observado, os heróis com chifres depois de determinado tempo não mais participavam das
caçadas (normalmente em razão de ferimentos) e sua condição especial dentro do clã lhes
propiciava treinamento religioso e em magia pelas xamãs femininas. Desse fato tiveram origem a
Sacerdotisa e seu Sacerdote. Originalmente, as mulheres dirigiam a tribo em assuntos religiosos
ou espirituais, enquanto aos homens eram reservados papéis secundários. As mulheres eram
vistas como entes mágicos pelos homens por sua capacidade de gerar rebentos, e por isso eles
aceitavam sem contestação a dominação feminina. Apenas após perceberem seu papel na
procriação foi que os homens exigiram um papel mais determinante nos assuntos religiosos. Isso
trouxe com o resultado uma relação de parceria entre os sexos, ao contrário das relações
anteriores, de dominação. Posteriormente, os homens forma gradativamente forçados a se tornar
guerreiros além de caçadores, passaram a ter maior importância e conseqüentemente passaram a
exercer maior controle sobre todos os assuntos tribais.
A sociedade matrifocal existente (a que o culto do caçador-guerreiro conseqüentemente usurpou)
havia se estabelecido muitos séculos atrás. Sua Grande Mãe foi a mais antiga forma divina
criada pela humanidade. A respeito desse antigo culto, Marija Gimbutas escreve:
A arte focada na Deusa, com sua notável ausência de imagens relacionadas à guerra e à
dominação masculina reflete uma ordem social na qual as mulheres eram as líderes dos clãs ou
em que as rainhas sacerdotisas tinham papel central.
Marija Gimbutas, The Language of the Goddess

Gimbutas afirma que o culto à Grande Deusa da Antiga Europa sofreu um declínio gradativo a
partir de talvez 4300 a.C., pondo fim a seu reinado solitário por volta de 2500 a.C. (graças à
expansão do patriarcado dos indo-europeus). A partir de 2500 a.C., a religião da Europa resultou
de uma fusão das crenças matrifocais européias com as práticas patriarcais indo-européias (na
maioria das regiões foram da Europa Central, onde Gimbutas declara que o culto à Grande
Deusa foi obliterado).
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes

Ela escreve também que, no sul e no oeste da Europa, houve muito mais resistência, o que
possivelmente explicaria o porquê de muitos dos antigos ensinamentos de Mistérios europeus
terem sido preservados por tradições como a Strega italiana (um culto de bruxaria ainda hoje
existente):
As regiões egéia e mediterrânea e a Europa Ocidental resistiram mais ao processo; ali,
especialmente nas ilhas de Thera, Creta, Malta e Sardenha, a cultura da Antiga Europa floresceu
através de uma invejavelmente pacífica e criativa civilização até 1500 a.C., de mil a 1500 anos
depois da transformação completa da Europa. Contudo, a religião da Deusa e seus símbolos
sobreviveram como subcorrente em muitas áreas.
A autora trata também de um “sistema social não-patriarcal e não-matriarcal” equilibrado, que
continuou a ser refletido nos elementos das religiões etrusca e romana. Quando levamos em
conta que os etruscos assumiram seu poder por volta de 1000 a.C. na Itália, fica aparente que
eles ou mantiveram ou herdaram muito da religião da Antiga Europa, transmitindo-o aos romanos,
que adotaram muitos conceitos etruscos. O antigo historiador grego Theopompus (século IV a.C.)
escreveu que as mulheres etruscas eram socialmente iguais aos homens, cultas, “excessivamente
permissivas” sexualmente e possuíam um amor geral pelo prazer.
Roma viria a conquistar praticamente todo o mundo conhecido na época. Os soldados da
ocupação romana espalharam o paganismo italiano de suas vilas rurais por todas as terras
conquistadas e ocupadas (em contraste com a religião do Estado romano, à qual o povo comum,
na melhor das hipóteses, prestava juramentos falsos). Isso explicaria muita das semelhanças
entre as crenças e práticas do norte e do sul da Europa pagã. No ano de 43 d.C., os romanos
invadiram oficialmente a Bretanha (ao contrário da incursão anterior de César) e mantiveram a
ilha sob seu poder até por volta da metade do século V (410 d.C, segundo os registros romanos).
Tamanha foi a influência dos quase 400 anos de ocupação romana que a cultura, a arte religiosa
e a arquitetura celta foram irremediavelmente alteradas.
Gerald Gardner, no capítulo seis de seu livro The Meaning of Witchcraf (Weiser, 1976), relaciona a
tradição dos Mistérios Romanos e da Vila dos Mistérios em Pompéia às cerimônias de iniciação da
Wicca celta. Ela afirma:
Agora, isso pode significar que os verdadeiros segredos de magia chegaram à Bretanha através
dos Mistérios, o que vale dizer, antes do ano 100, e que as bruxas britânicas eram apenas sábias
das aldeias... Em tal período as idéias religiosas eram compartilhadas e adotadas livremente; mas
é possível que certas idéias e práticas tenham chegado à Bretanha através dos Mistérios trazidos
pelos romanos.
Fazendo justiça à intenção de Gardner, ele não cria que essa possibilidade representasse a
verdade absoluta, e acreditava firmemente que a Wicca representasse a sobrevivência do
paganismo da Europa Ocidental (o qual Gardner ignorava tivesse surgido na Europa Setentrional).
Para entender as origens da Wicca pré-cristã, devemos nos debruçar sobre a História Antiga e a
civilização humana.
À medida que os humanos passaram a construir cidades e impérios, as visões religiosas das
filosofias solar e lunar começaram a se distanciar. Os aspectos controladores, reguladores e
dominantes das filosofias solares pareciam mais adequados para se conquistar e controlar os
inimigos mais rapidamente que os aspectos influentes, intuitivos e cooperativos das filosofias
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
lunares. Isso, com o tempo levou à formação de duas religiões pagãs distintas. Contudo, uma vez
que eram os homens a deter os poderes político e militar, bem como a reger os Ritos Solares,
os Cultos Lunares acabaram por se tornar ilegais em razão do receio de que pudessem ameaçar
a supremacia do Culto Solar.
Os Cultos Lunares passaram a praticar seus ritos em segredo, longe das áreas urbanas. As
florestas e as montanhas se tornaram templos para os cultuadores da Lua. Apesar do domínio dos
homens de orientação solar, o coração do povo pulsava no ritmo Lunar (com a Deusa). Cultos
secretos abundavam, como os Benandanti italianos, que lutavam contra espíritos maléficos,
carregando cajados com hastes de erva-doce na ponta ao defender as plantações na colheita.
Outras sociedades surgiram para preservar e proteger os Antigos Caminhos (como a Sociedade
de Diana).
O Culto da Bruxaria e outras Tradições de Mistérios floresceram até o século IV, quando os
primeiros cristãos saquearam e destruíram templos pagãos e proibiram a prática de ritos. Em 324,
o imperador Constantino decretou que o cristianismo passaria a ser a religião oficial do Império
Romano. Templos pagãos foram destruídos ou convertidos em igrejas cristãs. Gradativamente,
com o passar dos anos, os costumes pagãos foram absorvidos pelo cristianismo, e a Antiga
Religião passou a ser desertada pela população, passando a existir apenas nas sombras. Somente
pequenos grupos de pessoas se reuniam nos antigos locais para celebrar os ritos sazonais, pois a
maioria temia os fanáticos cristãos, apesar de os habitantes de vilas e cidades ainda consultarem
a bruxa local buscando curas e auxílio mágico.
No Sul da Europa, certas regiões ainda se atinham fortemente à Antiga Religião. A Toscana, no
norte da Itália, era provavelmente o maior centro de paganismo, seguida de perto pela região do
Benevento no centro baixo da Itália. Com o tempo, entretanto, até mesmo esses focos de
resistência sucumbiram ante o poder da Igreja cristã. Em 662, um sacerdote cristão chamado
Barbatus tentou, em vão, convertê-lo. O imperador Constans II levantou cerco a Benevento,
ameaçando aniquilar sua população. Barbatus recebeu a promessa do imperador de que a cidade
seria poupada se seus habitantes renunciassem ao paganismo. Romualdus concordou com essas
condições. Em 663 Constans levantou seu cerco e Barbutus foi escolhido bispo de Benevento. Os
locais de culto pagão foram destruídos e o cristianismo substituiu oficialmente o paganismo.
No norte e no oeste da Europa, a Antiga Religião sofreu intensa perseguição. Os antigos deuses
pagãos locais ainda eram cultuados em pequenas aldeias, e muitos povoados possuíam uma sábia
ou um sábio entendido em ervas e encantamentos. A igreja atacou violentamente esses
indivíduos, rotulando-os de agentes de Satã e utilizando os versos bíblicos contra eles, o que
resultou em sentenças de morte por prática de bruxaria.
Tudo o que sobreviveu das crenças, cultos e práticas pagãs foi julgado demoníaco e eliminado
pela teologia e pela lei cristã. O Sínodo de Roma em 743 baniu quaisquer oferendas ou sacrifícios
a deuses ou espíritos pagãos. O Sínodo de Paris, em 829, emitiu um decreto advogando a
execução de bruxas, feiticeiras, etc., citando as passagens bíblicas do Levítico 20:6 e do Êxodo
22:18. O mais antigo julgamento resultando em pena de morte ocorreu em 102 em Orleans,
França, Execuções de bruxas ocorreram desde 1100, mas a prática não era aceita até 1300. A
primeira execução na Irlanda foi a da Dama Alice Kyteler, em 1324. O primeiro julgamento
público, na França, aparentemente ocorreu em 1335, envolvendo uma certa Anne-Marie de
Georgel.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
Um dos mais antigos exemplos de legislação secular contra a bruxaria foi instigado no século XII
por Rogério II, rei normando das Duas Sicílias. Ele afirmou que o preparo de poções do amor,
funcionando ou não, era crime. Em 1181, o Doge Orlo Malipieri de Veneza também editou leis
punindo poções e magia. Apesar de a bruxaria ser um crime punível oficialmente por todo o
século XIII, a febre das bruxas do norte da Europa não atingiu o sul da Europa até uniformizar o
início do século XV.
Bulas papais, como a editada por Inocente VII em 1484, transformaram a perseguição às bruxas
numa epidemia descontrolada. Nos primeiro ano após sua publicação, 41 pessoas forma
queimadas em Como, Itália, após as diligentes investigações dos Inquisidores Dominicanos. Em
1510, 140 bruxos foram queimados em Brescia e 300 mais em Como três anos depois. Em
Valcanonia, 70 pessoas foram queimadas e o Inquisidor declarou ter outras 5.000 sob suspeita. A
Alemanha assistiu a mais de 6.000 execuções e os números totais da Europa Setentrional são
estimados em 50.000 durante o período da Perseguição, França e Inglaterra efetuaram menos de
2.000 execuções, enquanto a Europa Oriental totalizou aproximadamente 17.000.
Em 1951, o Parlamento da Inglaterra revogou as últimas leis contra a bruxaria. Pouco tempo
depois, surgiu na Grã-Bretanha uma renovação do Culto. Em 1954 e 1959, Gerald Gardner
publicou seus livros, Witchcraft Today e The Meaning of Witchcraft (Macmillan, 1922), que
revelaram muito acerca da real natureza do Culto. O próprio Gardner eras um bruxo inglês, e
muito fez para mudar a imagem dos bruxos influenciada pelo cristianismo. Por mais estranho que
pareça, os ritos revelados por Gardner contêm muitos aspectos da bruxaria italiana. O nome
italiano Aradia surge no Sistema inglês, junto ao texto originalmente em italiano chamado The
Charge of The Goddess.
Dois homens cujas pesquisas exerceram grande influência sobre Gerald Gardner foram Charles
Leland e James Frazer. Leland estudou e pesquisou a bruxaria italiana no final do século XIX e
Frazer foi notabilizado por sua pesquisa acerca da relação entre magia e religião. Ambos eram
autores com obras publicadas; Leland escreveu Aradia – Gospel of the Witches , além de Etruscan
Magic & Occult Remedies (University Books, edição de 1963), e Frazer escreveu The Golden
Bough (Macmillan, 1922), que foi, por muitos anos, um clássico na área.
Muitos dos elementos da Wicca, como relatados por Gerald Gardner, podem ser encontrados nos
primeiros trabalhos de Leland e Frazer. A conhecida Sagração à Deusa, por exemplo, origina-se
claramente do texto italiano encontrado em Aradia – Gospel of the Witches, de Leland, escrito
quase meio século antes da versão Gardneriana. A prática cerimonial de bruxos realizarem
encontros ao natural, o culto a uma Deusa e um Deus, e a prática da magia também são
anteriores aos escritos de Gardner e são mencionados em Aradia – Gospel of the Witches
(publicado em 1890). Tratei extensivamente desse tema em meu livro Ways of the Strega
(Llewellyn, 1995), apresentando abundante documentação histórica corroborando essa idéia.
Durante os anos 1950 e 1960, a Wicca cresceu e se desenvolveu em partes da Europa, nos
Estados Unidos e na Austrália. Surgiram muitas revistas Wiccanas e neopagãs, criando uma rede
para a comunidade pagã. Dois dos mais bem-sucedidos periódicos eram Green Egg e Circle
Network News, os quais ainda hoje são publicações importantes. Outras, como The Crystal Well,
Harvest e The Shadow’s Edge forma periódicos importantes em sua época. A Wiccan Pagan Press
Alliance (WPPA) serve atualmente como sistema de rede e apoio para escritores e revistas na
comunidade pagã.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
Durante o final da década de 1960, a Wicca oferecia uma espiritualidade alternativa a uma nova
geração, e muitos dos que se envolveram com o movimento hippie desaguaram na Wicca. A
Wicca era menos severa e dogmática do que os sistemas judaico-cristãos ainda dominantes nos
anos 60. Isso oferecia grandes atrativos a uma geração que já vinha questionando a sociedade e
as instituições que a apoiavam.
A Wicca também atraiu aqueles que haviam sofrido emocionalmente com o establishment e a
Igreja, em razão de estilos de vida alternativos ou pontos de vista não-convencionais. Após o
movimento hippie, que ensinara amor e individualidade, surgiu o movimento da Nova Era. Esse
movimento introduziu o uso de cristais, freqüências de ondas mentais, alienígenas e tudo o mais
que surgisse. Talvez mais do que qualquer outra, a mensagem enfocada pela Nova Era enfatizava
o Self, a Individualidade. Não eram os mesmos ensinamentos acerca da individualidade dos anos
60; era muito mais abrangente e difuso.
A década de 1980 talvez tenha assistido às mais significativas mudanças até agora. A filosofia da
Nova Era germinou na Wicca e encontrou solo fértil na mente aberta de seus praticantes. Em
pouquíssimo tempo, muitas crenças Wiccanas foram modificadas e alteradas para acomodar
uma nova geração. Essa década assistiu também a uma abundante produção de livros sobre a
Wicca e outros assuntos correlatos. Novas tradições surgiam lá e cá, todas com uma idéia
diferente ou um novo enfoque. Essa década desviou o foco das antigas tradições Wiccanas em
favor de sistemas ecléticos.
Agora, na década de 1990, temos visto a crescente popularização dos boletins computadorizados
tais quais os fornecidos por servidores como Compuserve e Americana OnLine (AOL). Esses
serviços oferecem um fórum para que os Wiccanos e neopagãos possam discutir uma
variedade de tópicos e formular e responder perguntas. Alguns assinantes formaram Cyber
Covens, celebrando rituais on-line através do modem dos computadores. Pessoalmente, tenho
minhas reservas quanto ao assunto, mas é interessante observar essa evolução moderna da
Wicca.
Por causa de algumas das modificações dentro da Wicca moderna, muitos dos antigos
praticantes passaram a utilizar o termo Witch (Bruxo) em vez de Wiccanos para descrever a si
mesmos. Esse fenômeno passa a ser especialmente curioso quando se considera que há não
muito tempo muitas dessas mesmas pessoas preferiam utilizar o termo Wiccano em razão da
incompreensão do público quanto ao verdadeiro significado do que seja um Bruxo. O uso atual
desse termo aparentemente indica um desejo de ser identificado como praticante de um sistema
de crenças mais antigo e tradicional. Atualmente, a Wicca é formada em grande parte por
tradições autogeradas fortemente fundamentadas em material eclético. Quando alguém se intitula
Wiccano hoje, pode ser que se identifique com um sem-número de crenças ou práticas que um
outro Wiccano não necessariamente aceitaria.
Quando descrevo a Wicca atual como uma religião da Nova Era, se comparada à Wicca de
algumas décadas atrás, acodem-me algumas impressões. A Wicca é como uma árvore, e quer
me parecer que as Antigas Tradições Wiccanas são as raízes. As novas Tradições Wiccanas são
como as flores que se renovam na primavera, e talvez essa Nova Era seja mais uma primavera. A
fragrância das flores difere da fragrância da madeira da velha árvore na qual elas crescem. Talvez
a fragrância das flores seja a emanação do espírito da árvore, a essência do que a árvore produz.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
Para que uma árvore floresça e continue a produzir flores e sementes, ela necessita de um
sistema seguro de raízes para nutrir os novos brotos. É muito fácil nos deliciarmos com as flores
enquanto esquecemos da planta como um todo. As raízes de uma planta a sustentam em
condições adversas. Em muitos casos, a planta pode aparentemente desaparecer, mas a raiz sob
o solo restabelecerá a planta novamente em condições ideais. Temo que, atualmente, o objetivo
principal da comunidade Wiccana seja o de produzir belas flores, e que o conhecimento da
árvore como um todo esteja se perdendo.
Se pudermos unir equilibradamente as novas e as velhas tradições, asseguremos que a sabedoria
e o conhecimento de nossos ancestrais sobreviverão com o que nós, por nossa vez, temos a
transmitir a nossos próprios descendentes. Nós somos os antigos Wiccanos de amanhã, e espero
que nossa coragem e dedicação a essa antiga religião nos tragam o mesmo respeito perante
nossos descendentes, do mesmo modo que nós honramos os valorosos homens e mulheres que
sobreviveram à Inquisição.
O que os antigos Wiccanos preservaram com suas vidas? Uma coleção de encantos e rituais?
Seria apenas um confortável conjunto de crenças pré-cristãs que eles preferiam? Não – o que eles
protegiam era, isso sim, uma mentalidade e uma espiritualidade. Os instrumentos e as chaves
para o entendimento, através do qual os mistérios podiam ser acessados, eram mais importantes
do que suas próprias vidas. Eles estavam protegendo as raízes da árvore.
Um de meus professores certas vez me disse que, se não temos nada pelo que valha a pena
morrer, então não temos nada pelo que valha a pena viver. Será que arriscaríamos nossas vidas
atualmente para proteger nossos Livros das Sombras se condições como as da Inquisição ainda
existissem? Será que realmente compreendemos o que era tão precioso aos nossos ancestrais
Wiccanos? Há uma velha história sobre um grupo de bruxos que caminhou mar adentro rumo à
morte para não ser apanhado pela Inquisição. À medida que avançavam na água, eles entoavam
os nomes sagrados da Deusa, até que a última de suas vozes foi silenciada sob as ondas. Esses
eram bruxos que compreendiam os mistérios.

A Wicca é como uma árvore com ramos abertos, fornecendo abrigo e alimento a todos os que
em sua sombra buscam refúgio. A primavera restaura o crescimento que surge sob os galhos, e
da velha madeira da árvore surge então seu fruto. Ocultas sob isso tudo estão às raízes que
suportam a árvore, mantendo-a de pé. Se essas raízes são bem alimentadas, a árvore floresce. Se
as raízes não recebem coisa alguma, conseqüentemente a árvore fenecerá e tombará com o
passar do tempo. As raízes da árvore que hoje chamamos Wicca necessitam de nossa atenção.
Vamos nos deter e cuidar de nosso antigo jardim.

LINHA CRONOLÓGICA DA CIVILIZAÇÃO


DATAS - EVENTOS
6500 a.C. - Período neolítico inicial no sul da Itália.
6000 a.C. - Período neolítico inicial na Ibéria.
5300 a.C. - Período neolítico inicial na Europa Central.
5000 a.C. - Período neolítico inicial no norte da Itália.
4500 a.C. - Período neolítico inicial na Bretanha.
4000 a.C. - Long Barrow.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
3500 a.C. - Civilização suméria.
3000 a.C. - Civilização egípcia.
2500 a.C. - Civilização minóica.
2000 a.C. - Civilização grega.
1000 a.C. - Civilização etrusca.
753 a.C. - Civilização romana (fundação de Roma).
700 a.C. - Surgimento dos celtas.
600 a.C. - Colônias gregas na Itália influenciam etruscos.
500 a.C. - Celtas invadem Bretanha.
400 a.C. - Celtas invadem o norte da Itália.
300 a.C. - Celtas invadem Grécia.
100 a.C. - Etruscos absorvidos por Roma. Celtas expulsos da Itália.
50 a.C. - Invasão romana da Gália.
43 d.C. - Invasão romana da Bretanha.
150 d.C. - Celtas conquistados pelos romanos. Bretanha e Gália sob jugo romano.
410 d.C. - Retirada romana da Bretanha.

(Retirado de Mistérios Wiccanos - Raven Grimassi)

HOJE EM DIA
Muitas vezes chamada de Bruxaria, Paganismo, Religião da Deusa ou A Arte, a Wicca não é
uma fantasia de mentes deturpadas ou de pessoas que se supõem dotadas de poderes mágicos,
mas sim uma religião capaz de acolher pessoas das mais variadas idades, raças, posições sociais
de ambos os sexos que vêem em seus ritos e filosofia uma forma de se conectarem com o Divino
e com a natureza. Ela é a antiga religião dos europeus que ressurgiu publicamente na Inglaterra e
inúmeros países da Europa a partir de 1951, quando as últimas das leis contra a Bruxaria foi
revogada. Só então Wicca pode sair das brumas que tinham ofuscado o brilho da Deusa da
Terra por quase 2000 mil anos de exclusão e aparente esquecimento.
A maioria dos Wiccanianos, muitas vezes chamados de Bruxos Modernos são pessoas
perfeitamente comuns, como as que você se depara todos os dias em sua vida cotidiana. Alguns
têm ocupações ocultistas e são tarólogos, astrólogos, runemais, o que pode ser uma vantagem
para vestir-se em um estilo diferente, mas são definitivamente uma minoria.
Eles podem ser velhos ou jovens, homens e mulheres. Algumas pessoas esquecem
freqüentemente que em alguns países mais homens foram executados por praticarem Bruxaria
do que mulheres e por isso muitos pensam que a Wicca é uma religião exclusivamente de
mulheres.
Hoje não só na Inglaterra e EUA, onde a Bruxaria encontra-se mais organizada, desenvolvida,
estruturada e com grupos legais e reconhecidos, mas em todo mundo, encontramos pessoas
comuns das mais variadas profissões e escalas sociais que se reúnem freqüentemente para
celebrar a Deusa e praticam uma religião tão antiga quanto a vida.
Muitas pessoas afirmam que a Bruxaria desapareceu depois da caça às Bruxas na Idade Média.
A Bruxaria foi ofuscada pela perseguição, mas não eliminada.
As Bruxas sobreviventes tiveram que ter mais cuidado com suas práticas religiosas, mas
continuaram a praticá-la.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
Hoje à beira do no novo milênio, quase 2000 anos após a Inquisição, a figura tradicional da velha
Bruxa ainda existe.
A Bruxaria e Bruxos foram proeminentes em vários países do mundo. As pessoas
ocasionalmente se reportam a livros e praticantes europeus, pois a Wicca teve início e encontra
suas raízes na Europa. Porém, hoje a Bruxaria encontra-se difundida em todo mundo. Vemos
suas manifestações não só no Reino Unido, mas também na Costa de Marfim, México, África do
Sul, Brasil, Argentina e inúmeras outras localidades ao redor do mundo.
A Wicca torna-se uma religião, antes de minoria, agora um movimento crescente principalmente
entre a faixa etária que vai dos 15 aos 30 anos. Tem possivelmente, em alguns países ocidentais,
mais praticantes do que algumas religiões oficialmente aceitas. A Wicca é reconhecido agora, até
mesmo por alguns corpos governamentais como o exército americano, como uma religião de
oficial. Até mesmo na Inglaterra, os Sacerdotes e Sacerdotisas Wiccanianos foram
autorizados à visitar prisões e Casas de Detenção.

Nós pagãos, muitas vezes passamos por perseguições, somos ridicularizados e muitas vezes
ainda, apontados como criminosos.
Tais fatos se devem as falsas idéias enraizadas na mentes das pessoas.
Para ser sincero, desde que nascemos, escutamos histórias onde o vilão sempre é uma bruxa
má, que come criancinhas, ou será que você nunca ouviu falar nas histórias da branca de neve e
João e Maria...?
A figura nestas histórias são aterrorizantes, monstruosas... Elas cometem as mais variadas
barbaridades... Ou será que você nunca ouviu aquela em que a bruxa velha e má, com uma
verruga no nariz coloca o menino dentro do caldeirão para comê-lo depois...?
Creio ser de suma importância explicar que nós pagãos, não somos ruins.
Não possuímos o mau hábito de adorar diabos, isto facilmente se explica pelo fato, de que, para
nós, não existem diabos, demônios ou coisas do gênero.
Outra questão, fruto da imaginação fértil de pessoas mal informadas, é o fato de afirmar que os
pagãos realizam sacrifícios com moças virgens, criancinhas, animais e que bebem sangue,
ARGHHHHHH!
O pior de tudo é saber que as pessoas escutam e, pior ainda, acreditam nisso!
É claro que existem pessoas que se dizem pagãos e que cometem atrocidades, mas, se você for
analisar um pouquinho além do que está nas linhas dos jornais e bocas dos jornalistas nos
noticiários da TV, verá que na verdade a tal pessoa NÃO É PAGÃ, mas, sim, um louco... Fanático
qualquer.
Posso assegurar que os pagãos são pessoas pacíficas, amorosas, que amam e respeitam a vida!
Por falar em respeito, respeitamos todos os credos, respeitamos a liberdade de cada um em
escolher o que é melhor para si.
A verdade, é que, o que é verdade para um, para o outro não passa de um assunto sem nexo.
Prova disso, é você ser católico e eu ser wiccan... Não entendeu? Vou tentar ser mais claro:
POR QUE SER PAGÃO? POR QUE SER WICCAN?
Primeiro, porque, para meu íntimo, esta é a verdade! O que para você pode não ser, e isto já
disse acima.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
Além do fator verdade, quando adotamos uma religião, a adotamos porque por um tempo,
procurávamos algo que nos preenchesse... Para isto, dedicamos horas e horas de estudo,
meditações, para cada vez mais nos aprofundar no espírito dela para saber se realmente é o que
queríamos... De repente, pluft... Eureka! É esta!
Outra verdade, é que necessitamos de uma religião.
Religião pode ser mais facilmente entendida se a entendermos como caminhos.
Se não me engano, na bíblia, há um capítulo que diz: "há um caminho certo e muitos errados..." É
isto mesmo...? Corrijam-me se eu estiver errado!!!
Voltemos à questão da religião vista como caminhos.
Hoje em dia, temos o catolicismo, a umbanda, o kardecismo, o candomblé, etc, etc, etc, etc e a
Wicca, o paganismo.
Quando alguém escolheu uma religião, ou seja, um caminho, o escolheu de acordo com suas
necessidades, e principalmente, sua necessidade espiritual. Buscou... Encontrou...Congratulations!
Qual o caminho...?
Isto é o que menos importa. O que importa é que sendo qualquer um, é um caminho e se foi
escolhido, então, este é o caminho certo (PARA VOCÊ) que a bíblia tenta dizer. Confuso...? Não!
Reflita no que estou dizendo. Não existe certo ou errado. Lembra do que disse acima...?
E por que não a bruxaria, a Wicca, o paganismo em todas suas trilhas...?
O paganismo, Wicca e afins, oferecem a mesma capacidade de realizações física, mental e
espiritual, desde que o pretendente à nova religião tenha buscado de maneira cuidadosa e
sincera. Se a busca foi baseada nesses termos, este também será o caminho CERTO! PONTO
FINAL!
Quase todas religiões possuem lugares próprios para seus cultos de adoração. Os wiccans
possuem como lugar próprio de adoração seu círculo mágico, que pode ser aberto em seu próprio
quarto, sala, área de serviço ou ainda a própria natureza, e o mais legal, ser aberto num dia de
chuva em seu quarto e no dia seguinte, com uma noite repleta de estrelas e a Lua Cheia linda e
esplendorosa, aberto num parque próximo de sua casa.
Muitos se reúnem em grupos, os chamados covens, outros, por falta de amigos adeptos da
religião seguem seu caminho solitariamente e não deixam de ser Wiccans por isso.
O paganismo, em particular a Wicca, na verdade possui membros em todas as partes do mundo.
Somos uma gigantesca e antiga família, que busca a liberdade e que adora a Grande Deusa.
Certamente existem muitas variações de crenças e conceitos entre os vários ramos da Wicca.
Embora os ritos, símbolos e costumes possam ser diferentes, todas as Tradições apoíam-se em
pontos comuns: *Convicção na reencarnação.
 Crença nos aspectos femininos e masculinos do Divino.
 Respeito na mesma proporção não só a seres humanos, mas para a Terra, animais e
plantas.
 Observação da mudança das Estações do ano, com 8 Sabás Solares e entre 12 e 13 Esbás
Lunares(21 ritos anuais).
 Repúdio ao proselitismo, pois pessoas só se tornam Bruxas por escolhas própria.
 Igualdade à mulheres e homens, pois ambos são complementares, apesar de sempre a
mulher ser enfocada.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
 Realização dos Ritos no interior de um Círculo Mágico, pois os Círculo é um espaço sagrado
usado para a adoração.
 Importância aos “3 Rs” : REDUZIR, REUTILIZAR , RECICLAR.
 O sentido de servidão à Terra.
 A estima por todas as Religiões e liberdade religiosa.
 O Repúdio por qualquer forma de preconceito.
 Conscienciosidade em relação à cidadania. RESPOSTAS PARA AS DIVERSAS DETURPAÇÕES
ATRIBUÍDAS À BRUXARIA * Bruxos não acreditam nem honram a Deidade conhecida como
Satã.
 Bruxos não sacrificam animais ou humanos.
 Bruxos não usam fetos abortados em rituais.
 Bruxos não renunciam formalmente o Deus Cristão, apenas creditam em outros aspectos
divinos.
 Bruxos não odeiam os cristãos, a bíblia ou Jesus, nem são anti- cristãos, apenas não são
cristãos.
 Bruxos não são sexualmente anticonvencionais.
 Nos Sabás e Esbás não são utilizadas nenhuma droga ou são feitas orgias sexuais.
 Bruxos não praticam necessariamente Magia Negra.
 Bruxos não forçam ninguém à fazer algo que agrida o seu interior.
 Bruxos não estão tentando subverter o Cristianismo.
 Bruxos não profanam Igrejas Cristãs, hóstias ou bíblias.
 Bruxos não fazem pacto com o Diabo.
 Bruxos não cometem crime em nome de sua Religião.

TRADIÇÕES
Segundo o dicionário “Tradição é um método específico de ação, atitude ou ensinamentos que são
passados de geração para geração”. Na Wicca, a palavra Tradição tem um significado diferente:
uma Tradição é um conjunto específico de rituais, ética, instrumentos, liturgia e crenças.
Resumindo, uma Tradição é um subgrupo específico dentro da Wicca.
Hoje muitas pessoas estão confundindo o que é uma Tradição da Bruxaria. Muitos afirmam que a
Wicca é uma Tradição, o que não é verdade!
A Wicca não é uma "tradição", mas sim uma Religião que possui diversas Tradições. Cada
Tradição tem sua própria estrutura, rituais, liturgias, mitos próprios que são passados de
praticante para praticante. Mas todas elas seguem o mesmo princípio filosófico:
a) A celebração da Deusa e do Deus através de rituais sazonais ligados à Lua e ao Sol, os
Sabás e Esbás.
b) O respeito à Terra, que é encarada como uma manifestação da própria Deusa.
c) A magia é vista como uma parte natural da Religião e é utilizada com propósitos
construtivos, nunca destrutivos.
d) O proselitismo é tido como inadmissível.
A Filosofia, os ritos, as concepções são muito diversas e radicalmente diferentes de uma Tradição
para outra, com freqüência isso ocorre dentro de duas dissidências da mesma Tradição.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
Às vezes uma Tradição pode não reconhecer um iniciado em outra Tradição e por isso é muito
comum ouvirmos relatos de Bruxos que se iniciaram em duas, três ou quatro Tradições distintas.
Outras Tradições, porém são mais flexíveis e acolhem Bruxos de outras Tradições em seu
segmento.
Cada Tradição tem seu próprio Livro das Sombras, contendo seus Ritos sagrados e idéias sobre a
Divindade e é muito comum uma Tradição afirmar que o seu Livro é o único descendente do
primeiro Livro das Sombras redigido.

Outro ponto de divergência entre as Tradições relaciona-se à hierarquia. Algumas são


extremamente hierárquicas, enquanto em outras a hierarquia é inadmissível e tida como tabu.
Algumas Tradições aceitam e incentivam seus membros à praticarem a Bruxaria sozinhos,
enquanto em outras é terminantemente proibido a prática mágica de qualquer tipo fora do Coven
e sem a supervisão do Sacerdote ou Sacerdotisa.
Isto ocorre porque na Wicca não existem nenhum dogma ou liturgia fixa e na maioria das vezes o
único ponto em comum que une as inúmeras Tradições é a crença na Deusa, criadora de tudo e
de todos e a supremacia Dela em seus cultos.
Talvez seja esta ausência de coesão que tenha conseguido fazer com que a Bruxaria sobrevivesse
através dos séculos, depois de tantos massacres, cruzadas e propagandas enganosas. E talvez
seja esta mesma falta de coesão que faça tantas pessoas se voltarem às práticas Pagãs, pois a
Bruxaria é uma Religião adequada àqueles que sentem que sua forma de contatar o Divino é
demasiadamente individual para se adaptar às imposições e dogmas estabelecidos pela maioria
das Religiões.

ALGUMAS TRADIÇÕES DA WICCA


Por necessidade, estas definições são gerais, pois cada Bruxo mesmo que faça parte de uma
Tradição específica poderia definir seu caminho como sendo diferente.

A TRADIÇÃO 1734: Tipicamente britânica é às vezes uma Tradição eclética baseado nas idéias
do poeta Robert Cochrane, um auto-intitulado Bruxo hereditário que se suicidou através da
ingestão de uma grande quantidade de beladona. 1734 é usado como um criptograma (caracteres
secretos) para o nome da Deusa honrada nesta tradição.

TRADIÇÃO ALEXANDRINA: Uma Tradição popular que começou ao redor da Inglaterra em


1960 e foi fundada por Alex Sanders.
A Tradição Alexandrina é muito semelhante à Gardneriana com algumas mudanças menores e
emendas. Esta Tradição trabalha à maneira de Alex e Maxine Sanders, que diziam terem sido
iniciados por sua avó em 1933. A maioria dos rituais são muito formais e embasados na Magia
cerimonial. É também uma tradição polarizada, onde o Sacerdotisa representa o princípio feminino
e o Sacerdote o princípio masculino. Os rituais sazonais, na maior parte são baseados na divisão
do ano entre o Rei do Azevinho e o Rei do Carvalho e diversos dramas rituais tratam do tema do
Deus da Morte/Ressurreição. Como na Tradição Gardneriana a Sacerdotisa é elevada autoridade
máxima. Entretanto, os precursores para ambas Tradições foram homens.
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Embora similar a Gardneriana, a Tradição Alexandrina tende a ser mais eclética e liberal. Algumas
das regras estritas Gardnerianas, tais como a exigência do nudismo ritual, são opcionais.
Alex Sanders intitulou-se a certa altura «Rei das Bruxas», considerando que o grande número de
pessoas que tinha iniciado na sua tradição lhe dava esse direito. Nem os seus próprios discípulos o
levaram muito a sério, e para a comunidade Pagã no geral esse título foi apenas motivo de troça,
quando não de repúdio.
Janet e Stewart Farrar são os mais famosos Bruxos que divulgaram largamente a Tradição
Alexandrina em suas publicações.

TRADICIONAL BRITÂNICA: Uma Tradição com uma forte estrutura hierárquica e graus. Os
Rituais estão centrados na Tradição Céltica e Gardneriana

WICCA CÉLTICA: Uma Tradição muito telúrica, com enfoques na natureza, os elementos e
elementais, algumas vezes fadas, plantas, etc. Muitas " Bruxas Verdes" (Green Witches) e Adeptos
do Druidismo seguem este caminho, centrado no panteão Céltico antigo e em seus Deuses e
Deusas.

TRADIÇÃO CALEDONIANA OU CALEDONNI: Uma tradição que tenta preservar os antigos


festivais dos escoceses e às vezes é chamada de Tradição Hecatina.

TRADIÇÃO PICTA: É uma das manifestações da Bruxaria tipicamente escocesa. Na maioria das
vezes é uma forma solitária da Arte. Seu enfoque prático é basicamente mágico e possui poucos
elementos religiosos e filosóficos.

BRUXARIA CERIMONIAL: Usa a Magia cerimonial para atingir uma conexão mais forte com as
divindade e perceber seus propósitos mais altos e suas habilidades. Seus Rituais são
freqüentemente derivações da Magia Cabalística e Magia Egípcia. Embora certamente, mas não de
forma intencional, este caminho é infestado freqüentemente por egoístas e pessoas inseguras que
usam a Magia Cerimonial para duas finalidades:
1) adquirir tudo aquilo que querem
2) atingir níveis mais altos para poderem olhar de cima.
Estes atributos não são uma regra em todos os Bruxos Cerimoniais, e há muitos Bruxos sinceros
neste caminho.

TRADIÇÃO DIÂNICA: Algumas Bruxas Diânicas só enfocam seus culto na Deusa, são muito
politicamente ativos, e feministas. Outras Bruxas Diânicas simplesmente enfocam seu culto na
Deusa como uma forma de compensar os muitos anos de domínio Patriarcal na Terra. Algumas
Bruxas Diânicas usam este título para denotar que são “as Filhas de Diana”, a Deusa protetora
delas. Há Bruxas Diânicas que são tudo isto , algumas que não são nada disto, e outras que são
um misto disto.
A Arte Diânica possui duas filiais distintas:
1. Uma filial, fundada no Texas por Morgan McFarland . Que dá a supremacia à Deusa em sua
thealogy, mas honra o Deus Cornífero como seu Consorte Amado e abençoado. Os membros dos
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Covens dividem-se entre homens e mulheres. Esta filial é chamada às vezes "OLD DIANIC" (Velha
Diânica), e há alguns Covens descendentes desta Tradição, especialmente no Texas. Outros
Covens, similares na thealogy, mas que não descendem diretamente da linha de McFarland, e que
estão espalhados por todo EUA.
2. A outra filial, chamada às vezes de Feitiçaria Feminista Diânica, focaliza exclusivamente a
Deusa e somente mulheres participam de seus Covens e grupos. Geralmente seus rituais são
livres e não são hierárquicos, usando a criatividade e o consenso para a realização de seus rituais.
São politicamente um grupo feministas. Há uma presença lésbica forte no movimento, embora a
maioria de Covens estejam abertos à mulheres de todas as orientações.

TRADIÇÃO GEORGINA: Esta Tradição foi criada por George Patterson, que se autointitulou
como sendo um “Sumo Sacerdote Georgino”. Quando começou o seu próprio Coven, chamou-o de
Georgino, já que seu prenome era George.
Se há uma palavra que melhor pode descrever a Tradição de George, seria "ECLÉTICA". A
Tradição Georgina é um composto de rituais Celtas, Alexandrinos, Gardnerianos e tradicionais.
Mesmo que a maior parte do material fornecido aos estudantes sejam Alexandrinos, nunca houve
um imperativo para seguir cegamente seu conteúdo. Os boletins de noticias publicados pelo
fundador da Tradição estavam sempre cheio de contribuições dos povos de muitas outras
Tradições. Parece que a intenção do Sr. Patterson era fornecer uma visão abrangente aos seus
discípulos.

ECLETISMO: Um Bruxo eclético é aquele que funde idéias de muitas Tradições ou fontes. Assim
Como no caldeirão de uma Bruxa, são somadas elementos para completar a poção que é
preparada, assim também são somadas várias informações de várias Tradições para criar um
modo mágico de trabalhar. Esta "Tradição" que realmente não é uma Tradição é flexível, mas às
vezes carente de fundamento. Geralmente, são criados rituais e Covens de estrutura livre.

TRADIÇÃO DAS FADAS OU FAIRY WICCA: Há várias facções da Tradição das Fadas.
Segundo os membros desta Tradição, seus ritos e conhecimentos tiveram origem entre os antigos
povos da Europa da Idade do Bronze, que ao migrarem para as colinas e altas montanhas devido
às guerras e invasões ficaram conhecidos como Sides, Pictos, Duendes ou Fadas.
Uma Bruxa desta Tradição poderia ser ou trabalhar, mas não necessariamente:
1) Com energias da natureza e espíritos da natureza, também conhecidos como fadas, Duendes,
etc.
2) Homossexual.
Alguns dos nomes mais famosos desta Tradição são Victor e Cora Anderson, Tom Delong
(Gwydion Penderwyn), Starhawk, etc.

TRADIÇÃO GARDNERIANA: Fundada por Gerald Gardner nos anos de 1950 na Inglaterra. Esta
tradição contribuiu muito para Arte ser o que é hoje. A estrutura de muitos rituais e trabalhos
mágicos em numerosas tradições são originárias do trabalho de Gardner. Algumas das
reivindicações históricas feitos pelo próprio Gardner e por algumas Bruxas Gardnerianas têm que
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ainda serem verificadas (e em alguns casos são fortemente contestadas) porém, esta Tradição
apoiou muitas Bruxas modernas.
Gerald B. Gardner é considerado "o avô" de toda a Neo-Wicca. Foi iniciado em um Coven de
NEWFOREST, na Inglaterra em 1939. Em 1951 a última das leis inglesas contra a Bruxaria foi
banida (primeiramente devido à pressão de Espiritualistas) e Gardner publicou o famoso
livro"WITCHCRAFT TODAY", trazendo uma versão dos rituais e as tradições do Coven pelo qual foi
iniciado.
Gardnerianismo é uma tradição extremamente hierárquica. A Sacerdotisa e o Sacerdote governam
Coven, e os princípios do amor e da confiança presidem. Os praticantes desta Tradição trabalham
"Vestidos de Céu"( nus ), além de manterem o esquema de Seita Secreta. Nos EUA e Inglaterra
os Gardnerianos são chamados de "Snobs of the Craft" (Snobes da Arte), pois muitos deles
acreditam que são os únicos descendentes diretos do Paganismo purista.
Cada Coven Gardneriano é autônomo e é dirigido por uma Sacerdotisa, com a ajuda do
Sacerdote, Senhores dos Quadrantes, Mensageiro, etc. Isto mantém o linhagem e cria um número
de líderes e de professores experientes para o treinamento dos Iniciandos.
A Bíblia Completa das Bruxas (The Witches Bible Complete) escrita por Janet e Stuart Farrar,
como também muitos livros escritos por por Doreen Valiente têm base nesta Tradição e na
Tradição Alexandrina em muitos aspectos.

TRADIÇÃO HECATINA: Uma Tradição de Bruxos que buscam inspiração em Hécate e tentam
reconstruir e modernizar os rituais antigos da adoração à esta Deusa. É algumas vezes chamadas
de Tradição Caledoniana ou Caledonii.

BRUXO HEREDITÁRIO OU TRADIÇÃO FAMILIAR: Um Bruxo que normalmente foi treinado


por um ente familiar e/ou pode localizar sua história familiar em outro Bruxo ou Bruxos.
Os Bruxos Hereditários, ou Genéticos como gosto de chamar, são pessoas que têm, ou supõem
ter, uma ascendência Pagã (mãe, tia, avó são os alvos mais visados).
A maioria dos Hereditários não aceitam a infiltração de outras pessoas fora de sua dinastia, porém
algumas Tradições Familiares “adotam” alguns membros, escolhidos “à dedo” em seu segmento.

BRUXA DE COZINHA: Uma Bruxa prática que é freqüentemente eclética, enfoca e centra sua
magia e espiritualidade ao redor do ' forno e do lar'.

BRUXARIA SATÂNICA: Bruxos não reconhecem Satanás porque “Satã” é um fenômeno


puramente Cristão, concebido muito posteriormente ao surgimento do Paganismo. Nenhum
verdadeiro Bruxo diria-se Bruxo Satânico. Se você ouvir este termo saia correndo, pode ter
certeza de que trata-se de um charlatão!

SEAX-WICA OU WICCA SAXÔNICA: Fundada em 1973, pelo autor prolífico, Raymond


Buckland que era, naquele momento, um Bruxo Gardneriano. Uma das primeiras tradições
precursoras em Bruxos solitários e o auto-iniciados. Estes dois aspectos fizeram dela um caminho
popular.
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BRUXO SOLITÁRIO: Uma pessoa que pratica a Arte só (mas pode se juntar às festividades de
Sabbat em um Coven ou com outros Bruxos Solitários ocasionalmente). Um Bruxo Solitário pode
seguir quaisquer das Tradições, ou nenhuma delas. A maioria de Bruxos ecléticos são Solitários.

TRADIÇÃO STREGA: Começou ao redor na Itália em 1353. A história controversa sobre esta
Tradição pode ser achada em muitos locais e em muitos livros. Arádia... Gospell of the Witches
(Arádia... A Doutrina das Bruxas) é um deles.

TRADIÇÃO TEUTÔNICA OU NÓRDICA: Teutônicos são um grupo de pessoas que falam o


norueguês, fosso, islandês, sueco, o inglês e outros dialetos europeus que são considerados
“idiomas Germânicos”. Um Bruxo teutônico acha freqüentemente inspiração nos mitos tradicionais
e lendas, Deuses e Deusas das áreas onde estes dialetos se originaram.

TRADIÇÃO ASATRÚ: Teve suas origens no Norte da Europa e é uma das facções das Tradições
Teutônica e Nórdica. Esta Tradição é praticada hoje por aqueles que sentem uma ligação com os
nórdicos e teutônicos e que desejam estudar a filosofia e religiosidade da antiga Escandinávia,
através dos Eddas e Runas. Encoraja um senso de responsabilidade e crescimento espiritual,
freqüentemente embasados nos conceitos atribuídos aos nobres guerreiros de tempos ancestrais.

TRADIÇÃO ALGARD: Uma americana iniciada nas Tradições Gardneriana e Alexandrina,


chamada Mary Nesnick, fundou essa "nova" tradição que reúne ensinamentos de ambas tradições
sob uma única insígnia.

BRUXARIA TRADICIONAL: Todo Bruxo tradicional dará uma definição diferente para este
termo. Um Bruxo tradicional é aquele que freqüentemente prefere o título de Bruxo à Wiccaniano
e define os dois como caminhos muito diferentes. Um Bruxo tradicional fundamenta seu trabalho
mágico em métodos históricos da tradição, religiosidade e geografia de seu país.

TRADIÇÃO GALESA DE GWYDDONAID: Uma Tradição Galesa Céltica da Wicca, que adora o
panteão galês de Deuses e Deusas. Gwyddonaid foi quem grosseiramente traduziu a ignóbil obra
galesa "Árvore da Bruxa (Tree Witch)" e propagou esta forma de trabalhar magicamente.

ELEMENTAIS
O Ancients dividiu o mundo em quatro princípios básicos ou * elementos * terras, em água, em
fogo, e em ar. Que o ponto de vista mudou na maior parte com avanços da ciência, mas os
quatro elementos são aceitos, porque estão ligados com as emoções, e com a natureza do que
são as explanações modernas do mundo. Estes * elementos mágicos * são também de alguma
importância na astrologia. Muitos ocultistas pensam dos elementos mágicos como forças, ou como
qualidades da energia especial dentro do mundo astral. Cada elemento tem um símbolo e uma
cor. (os símbolos comuns são - fogo: um triângulo que aponta acima; ar: um triângulo que aponta
acima e com de uma linha horizontal através do meio dele; terra: um triângulo que aponta abaixo
e com uma linha horizontal através do meio dele; água: um triângulo que aponta para baixo.) As
cores dos elementos são - fogo: vermelho; ar: amarelo; terra: marrom e verde; água: azul.
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Magick vê relacionamentos entre coisas. Estes relacionamentos são chamados correspondências.
Embora as correspondências mágicas não sejam literalmente iguais a uma outra, você pode
pensar delas de que maneira (tal como o ouro iguala o sol). As tabelas destes relacionamentos,
chamadas tabelas da correspondência, estão disponíveis. Assim um coisa ou símbolo podem ser
usados para sugerir outro.

Tabelas de Correspondências
Dia / Planeta / Regente
Domingo / Sol
Segunda-feira / Lua
Terça-feira / Marte
Quarta-feira / Mercúrio
Quinta-feira / Júpiter
Sexta-feira / Vênus
Sábado / Saturno

Signo / Planeta / Cores:


Áries Marte Vermelho
Touro Vênus Verde
Gêmeos Mercúrio Roxo
Câncer Lua Branco-Prata
Leão Sol Amarelo-ouro
Virgem Mercúrio Roxo
Libra Vênus Verde ou Rosa
Escorpião Plutão Vermelho-escuro
Sagitário Júpiter Azul ou Azul-marinho
Capricórnio Saturno Cinza ou preto
Aquário Urano Marrom
Peixes Netuno Verde-água ou índigo

Planeta Significado Influência Intelectual Influência Social


Lua Mudança ou Mobilidade Espírito de Luz / Cérebro Facilita as viagens e afasta as desgraças
Vênus Placidez ou paz Espírito suscetível / Rins Dá o amor das mulheres, a paz e a concórdia
Mercúrio Atividade Espírito turbulento / Pulmões Dá as ciências, a felicidade no comércio e no
jogo
Sol Vitalidade Espírito de pureza / Coração Dá a amizade dos reis, dos príncipes e dos grandes
Marte Energia Espírito Forte / Estômago Dá a vitória
Júpiter Expansão Espírito Dominador / Fígado Distribui as dignidades, as honras, o respeito e a
deleitação
Saturno Privação Espírito Meditativo / Baço Distribui tesouros e revela segredos

Planeta Número Metal Governa Erva


Lua (-2); 7 prata segunda-feira folhas
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Vênus 6 cobre sexta-feira flores
Mercúrio 5 mercúrio quarta-feira semente e casca
Sol (-4);1 ouro domingo -------------
Marte 9 ferro terça-feira tronco
Júpiter 3 estanho quinta-feira fruto
Saturno 8 chumbo sábado raiz

Signos Astrológicos também possuem correspondentes com os elementos. Touro, Virgem, e


Capricórnio são signos da terra. Câncer, Escorpião, e Peixes são signos da água. Áries, Leão e
Sagitários são signos do fogo. Gêmeos, Libra, e Aquário são signos do ar.

Elemento Quaternário Mágico Ponto Cardeal Símbolo Instrumento:


Terra Gnomos Norte Touro Espada ou moeda antiga
Fogo Salamandras Sul Leão Cetro ou vela
Ar Silfos Leste Águia Talismã ou incenso
Água Ondinas Oeste Aquário Taça

A DEUSA MÃE
Para entendermos corretamente quem é esta Divindade, temos que voltar até os primeiros povos
da Terra.
Quando os povos primitivos identificaram a mulher com a Terra e associaram a existência da
Terra a poderes divinos, consideraram que o poder que conspirou para que o Universo fosse
criado era feminino. Como só as mulheres têm o poder de dar a vida a outros seres, nossos
ancestrais começaram a acreditar que tudo tinha sido gerado por uma Deusa.
Os povos de neolítico e do paleolítico não conheciam Deuses masculinos. O conceito do ato sexual
como fator de fecundação inexistia, pois eles acreditavam que as mulheres engravidavam deitadas
ao luar, através do poder da Grande Deusa manifestada como a Lua.
Em diversas partes do mundo a Grande Deusa Mãe é associada à Lua, já que existia um poder
maior que agia entre a mulher e a Lua.
Todas as religiões primais viam no poder feminino a chave para o Mito da Criação e assim o
Universo era identificado como uma Grande Deusa, criadora de tudo aquilo que existia e que
existiu. Nada mais lógico para uma sociedade em processo de evolução, pois não é do ventre da
mulher que todos nós saímos? O culto a Grande Deusa remonta a Era de Touro. Nesta época o
respeito ao feminino e o culto aos mistérios da procriação eram muitos difundidos. Nas culturas
primitivas a mulher era tida como a única fonte da vida, tanto que os lugares onde ocorriam os
partos eram considerados sagrados e foram nestes lugares que surgiram diversos templos de
veneração à Deusa.
Com o avanço da agricultura, a importância do solo passou a ser primordial e a Grande Mãe Terra
(a Deusa) se tornou o centro de culto das tribos primitivas. As mulheres eram consideradas
responsáveis pela fartura das colheitas, pois eram elas que conheciam os mistérios da criação.
As várias estatuetas femininas como as Vênus de Willendorf, de Menton e Lespugne, representam
a sacralidade feminina e os poderes mágicos e religiosos atribuídos à Deusa nas épocas do
Paleolítico e Neolítico.
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Ela esteve presente em todas as partes do mundo sob diversos nomes e aspectos: Kali na Índia,
Ishtar na Mesopotâmia, Pallas na Grécia, Sekhmet no Egito, Bellona em Roma e assim
sucessivamente. As Grandes Deusas da Antiguidade exerciam o domínio tanto sobre o amor como
sobre a guerra.
O símbolo da Grande Deusa é o caldeirão, que representa o mundo que ela criou e carrega em
seu ventre. Este objeto é associado à Deusa porque a criaçºao se parece com o que se pode
realizar no interior do mesmo. O mundo é uma maravilhosa obra alquímica que a Deusa criou e
comanda através das manobras e poções realizadas em seu caldeirão, o lugar onde nasce à vida.
A Deusa é a energia Geradora do Universo, é associada aos poderes noturnos, a Lua, a intuição,
ao lado inconsciente, à tudo aquilo que deve ser desvendado, daí o mito da eterna Ísis com o véu
que jamais deve ser desvelado.
A Lua jamais morre, mas muda de fase à cada 7 dias, representando os mistérios da eternidade e
mutação. Por isso a Deusa é chamada de a “DEUSA TRÍPLICE DO CÍRCULO DO RENASCIMENTO”,
pois também muda de face, assim como a Lua, e se mostra aos homens de três diferentes formas
como: A VIRGEM, A MÃE e A ANCIÃ. Isso não difícil de se entender, pois dentro de Wicca todos
os vários Deuses e as múltiplas faces e aspectos da Deusa, nada mais são do que a personificação
e atributos da Grande Divindade Universal.
A Grande Deusa desempenha inúmeros papéis e funções e para isso usa nomes e atributos
diferentes, o que os seres humanos para simplificar chamaram de Deuses. Para a Bruxaria todos
os Deuses Antigos são a Grande Deusa Mãe multipersonificada. Quando você invoca o nome de
um determinado Deus, libera um tipo de energia específica que não consegue ser liberada quando
se invoca outra Divindade que desempenha papéis e funções diferentes.
Na Tradição o aspecto Jovem da Deusa recebe o nome de RHIANON. Ela está associada à
adivinhação, aos rios mágicos, à clarividência e aos encantamentos. Seus rituais e invocações são
realizados na Lua Crescente. Sua cor é o branco e por isso recebe o título de ALBEDO (Senhora da
Alvorada). Rhianon é a caçadora, segura em suas mãos a trompa de vaca ou touro em forma de
meia lua. É a deusa da fartura e é ela a quem devemos reverenciar quando queremos garantir
êxito no trabalho. Seus poderes são os da compaixão, sabedoria e compreensão.
O aspecto de Mãe recebe o nome de BRIGIT, a antiga Deusa Celta do fogo.Ela esta associada à
fertilidade, sexualidade e ao parto. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Cheia. Sua cor
é o vermelho e por isso recebe o título de RUBEDO (Senhora do entardecer ou do rubi). Brigit é a
mãe que o possui no ventre o poder de dar a luz uma nova vida. É a rainha da colheita, a mãe do
milho e derrama sua abundância por toda a terra. Segura em suas mãos um recipiente com
labaredas de fogo, o qual tem o poder de realizar os desejos daqueles que a cultuam. É a Deusa
do amor e seus poderes são os da paixão, agilidade e rapidez.
O aspecto de Anciã recebe o nome de CERIDWEN, a Grande Deusa Mãe que conhece todos os
segredos do Universo. Ela está relacionada ao renascimento e a ligação com os outros mundos.
Seus rituais de invocação são realizados na Lua Minguante, que é o seu símbolo. Sua cor é o
negro e por isso recebe o título de NIGREDO (Senhora da noite). Ceridwen é a mãe que conserva
todos os poderes da sabedoria e conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos,
pois o poder que leva as almas para a morte e o mesmo que traz a vida. Do seu ventre parte toda
a vida e da vida provém a morte. Segura em suas mãos um caldeirão e das misturas feitas em
seu interior ela comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos
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para auxiliar seus seguidores. Devido ao aspecto de velha é esta a personificação que representa
o conhecimento de todos os mistérios que só a experiência pode proporcionar. É a Deusa da
sabedoria do bem e do mal. É ela a quem devemos recorrer e reverenciar nos momentos de
dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício. Ela é a Deusa da paz e do caos. Da
harmonia e da desarmonia. Ceridwen já passou pela jovialidade de Rhianon, pela maturidade e
entusiasmo de Brigit.Acumulou toda a experiência, que só o tempo pode proporcionar, e distribui
a sabedoria por todo o mundo.
A Deusa já foi reverenciada em todas as partes do mundo sobre diferentes nomes e aspectos. Seu
nome varia, mas sempre foi venerada como o princípio feminino eterno e estático que está
presente em tudo e incluso no nada. Ela é o poder do feminino que dá vida ao mundo e fertiliza a
terra.
A Deusa não está ligada somente às manifestações da terra, pois ela representa as forças
celestes. Ela é a dona do céu noturno, guardiã dos sentimentos, do interior da alma humana e do
destino do homem. Ela é uma presença contínua que está além do tempo e do espaço.

O DEUS
O Deus Cornífero é o Deus fálico da fertilidade. Geralmente é representado como um homem de
barba com casco e chifres de bode. Ele é o guardião das entradas e do circulo mágico que é
traçado para o ritual começar. É o Deus pagão dos bosques, o rei do carvalho e senhor das
matas. É o Deus que morre e sempre renasce. Seus ciclos de morte e vida representam nossa
própria existência.
Ele nasce da Deusa, como seu complemento e carrega os atributos da fertilidade, alegria,
coragem e otimismo. Ele é a força do Sol e da mesma forma , nasce e morre todos os dias,
ensinando aos homens os segredos da morte e do renascimento.
Segundo os Mitos pagãos o Deus nasceu da Deusa, cresceu e se apaixonou por Ela. Ao fazerem
amor a Deusa engravida e quando chega o inverno o Deus Cornífero morre e renasce quando a
Deusa dá a luz. Este Mito contém em si os próprios ciclos da natureza onde no Verão o Deus é
tido como forte e vigoroso, no outono ele envelhece, morre no inverno e renasce novamente na
primavera.
Para a maioria pode aparentar meio incestuoso, quando afirma-se que o Cornífero seja filho e
consorte da Deusa, mas isto era extremamente comum aos povos primitivos onde os indivíduos se
casavam entre os próprios familiares para conservar a pureza da raça. Além disso, simbolismo do
Mito deve ser observado, pois todas as coisas vieram do ventre da Grande Mãe inclusive o próprio
Deus e por isso para Ela Ele deve voltar.
O culto ao Deus Cornífero surgiu entre os povos que dependiam da caça, por isso Ele sempre foi
considerado o Deus dos animais e da fertilidade, e ornado com chifres, pois os chifres sempre
representaram a fertilidade, vitalidade e a ligação com as energias do Cosmos. Além disso, a
Bruxaria surgiu entre os povos da Europa, onde os cervos se procriam com extremada
abundância, por isso eram freqüentemente caçados, pois eram uma das principais fontes de
alimentação.
Com o crescimento do Cristianismo e com a intenção do Clero em derrubar Bruxaria, a figura
atribuída ao Deus Cornífero acabou por personificar o Diabo e na atualidade resgatar o status
deste importante Deus torna-se bastante difícil.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
O Deus Cornífero representa a luz e a escuridão, a imortalidade e a morte, a interrupção a
continuidade. Cernunos, como também é chamado, simboliza a força da vida e da morte. É o
amante e filho da Deusa, o senhor dos cães selvagens e dos animais. É ele que desperta-nos para
a vida depois da morte. Representa o Sol, eternamente em busca da Lua. Seus chifres na
realidade representam as meias-luas, a honraria e a vitalidade e não uma ligação com o Diabo.
Ainda hoje existe muito confusão a cerca da Bruxaria e isto se deve a Igreja Medieval que
transformou os Bruxos antigos em Feiticeiros do Demônio, por conveniência.
O culto à Deusa-Mãe e aos Deus Cornífero é pré-cristão, surgiu milênios antes do catolicismo e do
conceito de Demônio, o qual jamais foi adorado, invocado, cultuado e reverenciado nas práticas
pagãs ou como deidade da Bruxaria.
A Arte Wiccaniana remonta os homens das cavernas e para entendermos o porque uma divindade
com chifres foi reverenciada pelos Bruxos de antigamente e é reverenciada até hoje pelos Bruxos
modernos temos que pensar como nossos antepassados.
Os chifres sempre foram tidos como símbolo de honra e respeito entre os povos do neolítico. Os
chifres exprimem a força e a agressividade do touro, do cervo, do búfalo e de todos animais
portadores dos mesmos. Entre os povos do período glacial uma divindade era representada com
chifres para demonstrar claramente o poder da divindade que o possuía.
Quando o homem saia em busca de caça, ao retornar à sua tribo colocava os chifres do animal
capturado sobre a sua cabeça, com a finalidade de demonstrar a todos da comunidade que ele
vencera os obstáculos. Graças a ele todo clã seria nutrido, ele era o “Rei”. O capacete com chifres
acabou por se tornar em uma coroa real estilizada.
Muitos Deuses antigos como Baco, Pã, Dionísio e Quíron foram representados com chifres. Até
mesmo Moisés foi homenageado com chifres pelos seus seguidores, em sinal de respeito aos seus
feitos e favores divinos.
Os chifres sempre foram representações da luz, sabedoria e conhecimento entre os povos antigos.
Portanto como podemos perceber, os chifres desde tempos imemoráveis foram considerados
símbolos de realeza, divindade, fartura e não símbolo do mal como muitos associaram e ainda
associam-nos.
O Deus Cornífero é então o mais alto símbolo de realeza, prosperidade, divindade, luz sabedoria e
fartura. É o poder que fertiliza todas as coisas existentes na terra.
A Grande Mãe e o Deus Cornífero representam juntos as forças vitais do Universo.

PENTAGRAMA
O Pentagrama é o símbolo de toda criação mágica.
Suas origens estão perdidas no tempo. O pentagrama foi usado por muitos grupos de pessoas ao
longo da História como símbolo de poder mágico. O Pentagrama é conhecido com a estrela do
microcosmo, ou do pequeno universo, a figura do homem que domina o espírito sobre a matéria,
a inteligência sobre os instintos.
Na Europa Medieval era conhecido como “Pé de Druida” e como “Pé de Feiticeiro”, em outras
épocas ficou conhecido como “Cruz dos Goblins”.
O Pentagrama representa o próprio corpo, os 4 membros e a cabeça. É a representação
primordial dos 5 sentidos tanto interiores como exteriores.
Além disso, representa os 5 estágios da vida do homem:
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Nascimento: o início de tudo.
Infância: momento onde o indivíduo cria suas próprias bases.
Maturidade: fase da comunhão com as outras pessoas.
Velhice: fase de reflexão, momento de maior sabedoria.
Morte: tempo do término para um novo início.
O Pentagrama é o símbolo da Bruxaria. Os Bruxos usam um Pentagrama para representar a sua
fé e para se reconhecerem. O Pentagrama é tão importante para um Wiccaniano, assim como
uma cruz é importante para um cristão, ou como um Selo de Salomão é importante para um
judeu.
O Pentagrama representa o homem dentro do círculo, o mais alto símbolo da comunhão total com
os Deuses. É o mais alto símbolo da Arte, pois mostra o homem reverenciando a Deusa, já que é
a estilização de uma estrela (homem) assentada no círculo da Lua Cheia (Deusa).
Cada uma das pontas possui um significado particular:
PONTA 1- ESPÍRITO: representa os criadores, a Deusa e o Deus, pois eles guiam a nossa vida e
nos ajudam na realização dos ritos e trabalhos mágicos. O Deus e a Deusa são detentores dos 4
elementos e estes elementos são as outras 4 pontas.
PONTA 2- TERRA: representa as forças telúricas e os poderes dos elementais da terra, os
Gnomos. É a ponta que simboliza os mistérios, o lado invisível da vida, a força da fertilização e do
crescimento.
PONTA 3- AR: representa as forças aéreas e os poderes dos Silfos. Corresponde à inteligência, ao
poder do saber, a força da comunicação e da criatividade.
PONTA 4- FOGO: representa a energia, à vontade e o poder das Salamandras. Corresponde a
mudança, as transformações. É à força da ativação e da agilidade.
PONTA 5- ÁGUA: representa as forças aquáticas e aos poderes das Ondinas. Está ligada às
emoções, ao entardecer, ao inconsciente. Corresponde às forças da mobilidade e adaptabilidade.
Portanto, o Bruxo que detém conhecimento sobre os elementos usa o Pentagrama como símbolo
de domínio e poder sobre os mesmos.
E que assim se faça!"

OS 13 PRINCÍPIOS
Todos os praticantes da Religião da Deusa devem, ou deveriam, procurar seguir os 13 princípios
básicos propostos.
1. Nós praticamos ritos para nos alinharmos ao ritmo natural das forças vitais, marcadas pelas
fases da Lua e aos feriados sazonais.
2. Nós reconhecemos que nossa inteligência nos dá uma responsabilidade única em relação a
nosso meio-ambiente. Buscamos viver em harmonia com a Natureza, em equilíbrio ecológico,
oferecendo completa satisfação à vida e à consciência, dentro de um conceito evolucionário.
3. Nós damos crédito a uma profundidade de poder muito maior que é aparente a uma pessoa
normal. Por ser tão maior que ordinário, é às vezes chamado de "sobrenatural", mas nós o vemos
como algo naturalmente potencial a todos.
4. Nós vemos o Poder Criativo do Universo como algo que se manifesta através da Polaridade -
como masculino e feminino - e que ao mesmo tempo vive dentro de todos nós, funcionando
através da interação das mesmas polaridades masculina e feminina. Não valorizamos um acima do
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
outro, sabendo serem complementares. Valorizamos a sexualidade como prazer, como o símbolo
e incorporação da Vida, e como uma das fontes de energias usadas em práticas mágicas e ritos
religiosos.
5. Nós reconhecemos ambos o mundo exterior e interior, ou mundos psicológicos - às vezes
conhecidos como Mundo dos Espíritos, Inconsciente Coletivo, Planos Interiores, etc. - e vemos na
interação de tais dimensões a base de fenômenos paranormais e exercício mágico. Não
negligenciamos qualquer das dimensões, vendo ambas como necessárias para nossa realização.
6. Nós não reconhecemos nenhuma hierarquia autoritária, mas honramos aqueles que ensinam,
respeitamos os que dividem de maior conhecimento e sabedoria, e admiramos os que
corajosamente deram de si em liderança.
7. Nós vemos religião, magia, e sabedoria como sendo unidas na maneira em que se vê o mundo
e vive nele - uma visão de mundo e filosofia de vida, que identificamos como Bruxaria ou o
Caminho Wiccaniano.
8. Chamar-se "Bruxo" não faz um Bruxo - assim como a hereditariedade, ou a coleção de títulos,
graus e iniciações. Um Bruxo busca controlar as forças interiores, que tornam a vida possível, de
modo a viver sabiamente e bem, sem danos a outros e em harmonia com a Natureza.
9. Nós reconhecemos que é a afirmação e satisfação da vida, em uma continuação de evolução e
desenvolvimento da consciência, que dá significado ao Universo que conhecemos, e a nosso papel
pessoal dentro do mesmo.
10. Nossa única animosidade acerca da Cristandade, ou de qualquer outra religião ou filosofia, dá-
se pelo fato de suas instituições terem clamado ser "o único verdadeiro e correto caminho", e
lutado para negar liberdade a outros, e reprimido diferentes modos de prática religiosa e crenças.
11. Como Bruxos Americanos, não nos sentimos ameaçados por debates a respeito da História da
Arte, das origens de vários termos, da legitimidade de vários aspectos de diferentes tradições.
Somos preocupados com nosso presente e com nosso futuro.
12. Nós não aceitamos o conceito de "mal absoluto", nem adoramos qualquer entidade conhecida
como "Satã" ou "o Demônio" como definido pela Tradição Cristã. Não buscamos poder através do
sofrimento de outros, nem aceitamos o conceito de que benefícios pessoais só possam ser
alcançados através da negação de outros.
13. Trabalhamos dentro da Natureza para aquilo que é positivo para nossa saúde e bem estar.

AS 13 METAS
1 - Conhecer você mesmo
2 - Conhecer a sua Arte
3 – Aprender
4 - Aplicar o conhecimento com sabedoria
5 - Manter o equilíbrio
6 - Manter suas palavras em ordem
7 - Manter os seus pensamentos em ordem
8 - Celebrar a vida
9 - Sintonizar-se com os ciclos da Terra
10 - Respirar e comer corretamente
11 - Exercitar o corpo
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12 – Meditar
13 - Honrar a Deusa e o Deus

OS SABATS
Yule - Solstício de Inverno (21 de Junho)
É desta data antiga que se originou o Natal Cristão. Nesta época, a Deusa dá à Luz o deus, que é
reverenciado como CRIANÇA PROMETIDA. Em Yule é tempo de reencontrarmos nossas
esperanças, pedindo para que os Deuses rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para
nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós
e renascermos com sua pureza e alegria. Coloque flores e frutos da época do altar. Se quiser,
pode fazer uma árvore enfeitada, pois esta é a antiga tradição "pagã", em que a árvore era
sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores. Esta é a noite mais longa do ano, onde a
Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer
Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em
nossa própria luz interior.

Candlemas (Imbolc) - Festa do Fogo ou Noite de Brigit (01 de Agosto)


Este Sabá é dedicado à Deusa Brigit, Senhora da Poesia, da Inspiração, da Cura, da Escrita, da
Metalurgia, das Artes marciais e do Fogo. Nesta noite, as Bruxas colocam velas cor de laranja ao
redor do círculo, e uma vela acesa dentro do Caldeirão. Se o ritual é feito ao ar livre, podem-se
fazer tochas e girar ao redor do círculo com elas. A Bruxa mais jovem da Assembléia pode
representar Brigit, entrando por último no círculo para acender, com sua tocha, a vela do
caldeirão, ou a fogueira, se o ritual for ao ar livre, o que representaria a Inspiração sendo trazida
para o círculo pela Deusa.
Os membros do Coven devem fazer poesias, ou cantar em homenagem a Brigit. Pedidos,
agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no
fim do ritual. o Deus está crescendo e se tornando mais forte, para trazer a Luz de volta ao
mundo. É hora de pedirmos proteção para todos os jovens, em especial da nossa família de do
Coven. Devemos mentalizar que o Deus está conservando sempre viva dentro de nós a chama da
saúde, da coragem, da ousadia e da juventude. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas,
alaranjadas ou vermelhas. A consagração deve ser feita pelos membros mais jovens do Coven.

Equinócio de Primavera - Ostara (21 de Setembro)


Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o
coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Os membros do Coven usam
grinaldas, e o Altar deve ser enfeitado com flores da época. É um costume muito antigo colocar
ovos pintados no Altar. Eles simbolizam a fecundidade e a renovação. Os ovos podem ser pintados
crus e depois enterrados, ou cozidos e comidos enquanto mentalizamos nossos desejos. Nesse
caso, não utilize tintas tóxicas, pois podem provocar problemas se ingeridas. Use anilina para
bolo, ou cozinhe os ovos com cascas de cebola na água, o que dará uma bela cor dourada.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
Antes de comê-los, os membros do Coven devem girar de mãos dadas em volta do Altar para
energizar os pedidos. Os ovos devem ser decorados com símbolos mágicos, ou de acordo com a
sua criatividade. Os pedidos devem ser voltados à "fertilidade" em todas as áreas.

Beltane - A Fogueira de Belenos, Festa da Primavera (31 de Outubro)


Beltane é o mais alegre e festivo de todos os Sabás. O Deus, que agora é um jovem no auge da
sua fertilidade, se apaixona pela Deusa, que em Beltane se apresenta como a Virgem e é
chamada "Rainha de Maio". Em Beltane se comemora esse amor que deu origem a todas as
coisas do Universo. Beleno é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em
Beltane se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as
doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais
domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de "pular a fogueira"
nas festas juninas. Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma
função. Deve-se ter o maior cuidado para evitar acidentes! Uma das mais belas tradições de
Beltane é o MAYPOLE, ou MASTRO DE FITAS.
Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe
uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como
se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos Deuses. É costume
em Wicca jamais se casar em Maio, pois esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.

Litha - Solstício de Verão (21 de Dezembro)


Nesse dia o Sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O deus chega ao ponto
máximo de seu poder. Este é o único Sabá em que às vezes se fazem feitiços, pois o seu poder
mágico é muito grande. É hora de pedirmos coragem, energia e saúde. Mas não devemos nos
esquecer que, embora o Deus esteja em sua plenitude, é nessa hora que ele começa a declinar.
Logo Ele dará o último beijo em sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte, em busca da
Terra do Verão. Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do
sucesso e do Poder. Tudo no Universo é cíclico, devemos não só nos ligarmos à plenitude, mas
também aceitar o declínio e a Morte. nesse dia, costuma-se fazer um círculo de pedras ou de
velas vermelhas. Queimam-se flores vermelhas ou ervas solares (como a Camomila) juntamente
com os pedidos no Caldeirão.

Lammas - Lughnasad ou Festa da Colheita (02 de Fevereiro)


Lughnasad era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira colheita do ano.
Lugh é o Deus Sol. Na Mitologia Celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes,
que exigiam sacrifícios humanos do povo. A tradição pede que sejam feitos bonecos com espigas
de milho ou ramos de trigo representando os Deuses, que nesse festival são chamados Senhor e
Senhora do Milho. Nessa data deve-se agradecer a tudo o que colhemos durante o ano, sejam
coisas boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução. O outro
nome do Sabá é Lammas, que significa "A Massa de Lugh". Isso se deve ao costume de se colher
os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os membros do Coven devem
fazer um pão comunitário, que deverá ser consagrado junto com o vinho e repartido dentro do
círculo. O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
Caldeirão, para serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os agradecimentos,
e grãos de cereais. O boneco representando o Deus do milho também é queimado, para nos
lembrar de que devemos nos livrar de tudo o que é antigo e desgastado para que possamos
colher uma nova vida.
O Altar é enfeitado com sementes, ramos de trigo, espigas de milho e frutas da época.

Mabon - Equinócio de Outono (21 de Março)


No Panteão Celta, Mabon, também conhecido como Angus, era o Deus do Amor. Nessa noite
devemos pedir harmonia no amor e proteção para as pessoas que amamos. Está é a segunda
colheita do ano. O Altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na primavera. O
chão deve ser forrado com folhas secas. O deus está agonizando e logo morrerá. este é o Festival
em que devemos pedir pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que precisam de
nossa ajuda e conforto. Também é nesse festival que homenageamos as nossas Antepassadas
Femininas, queimando papéis com seus nomes no Caldeirão e lhes dirigindo palavras de gratidão
e bênçãos.

Samhain - Halloween ou Dia das Bruxas (30 de Abril)


Este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, marca tanto o fim quanto
o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna
mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram. As bruxas não
fazem rituais para receber mensagens dos mortos e muito menos para incorporar espíritos. O
sentido do Halloween é nos sintonizarmos com os que já partiram para lhes enviar mensagens de
amor e harmonia. A noite do Samhain (pronuncia-se SOUEN) é uma noite de alegria e festa, pois
marca o início de um novo período em nossas vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos
e doces. A cor do sabá é o negro, sendo o Altar adornado com maçã, o símbolo da Vida Eterna. O
vinho é substituído pela sidra ou pelo suco de maçã. Deve-se fazer muita brincadeiras com dança
e música. Os nomes das pessoas que já se foram são queimados no Caldeirão, mas nunca com
uma conotação de tristeza!
No Altar e nos Quadrantes não devem faltar as tradicionais Máscaras de Abóbora com velas
dentro.
Antigamente, as pessoas colocavam essas abóboras na janela para espantar os maus espíritos e
os duendes que vagavam pelas noites do Samhain. Essa palavra significa "Sem Luz", pois, nessa
noite, o Deus morreu e mundo mergulha na escuridão. A Deusa vai ao Mundo das Sombras em
busca do seu amado, que está esperando para nascer. Eles se amam, e, desse amor, a semente
da luz espera no Útero da Mãe, para renascer no próximo Solstício de Inverno como a Criança da
Promessa.

A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que
perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada
infinita de evolução.

Obs: Candlemas, Beltane, Lammas e Samhain são Grandes Sabás, enquanto os Solstícios e
Equinócios são Pequenos Sabás.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes

As datas fornecidas acima são do Hemisfério Norte e Sul. Isso depende do gosto de cada um,
mas, no Brasil, não existem quatro estações, sendo que muitas regiões têm um Verão
permanente ou uma estação chuvosa, o que torna bem difícil adaptar os Sabás aos aspectos da
Natureza. Eu prefiro seguir as datas conforme as estações (Roda do Sul) e homenagear certos
aspectos da Natureza no Altar.
O Círculo é um ESPAÇO ENTRE OS MUNDOS, portando, dentro dele podemos criar o tempo e o
espaço que quisermos!

LIVROS
O Amor Mágico - Como amar através de rituais, feitiços e de uma vida mágica.
Nome original (em inglês): Love Magic
Autores: Laurie Cabot e Tom Cowan
Editora: Campus

A Dança Cósmica das Feiticeiras - Guia de Rituais à Grande Deusa


Nome original (em inglês): The Spiral Dance
Autora: Starhawk
Editora: Nova Era

Os Mistérios Wiccanos - Antigas Origens e Ensinamentos


Nome original (em inglês): The Wiccan Mysteries
Autor: Raven Grimassi
Editora: Gaia

Enciclopédia do Sobrenatural - Magia, Ocultismo, Esoterismo, Parapsicologia


Nome original (em inglês): Encyclopedia of the Unexplained, magic, ocultism and parapsychology.
Edição: Richard Cavendish
Editora: L&PM

Encontros Noturnos - Bruxas e Bruxarias na Lagoa da Conceição


Autora: Sônia Maluf
Editora: Rosa dos Tempos

A Feiticeira - 500 Anos de Transformações na Figura da Mulher


Nome original (em francês): La sorcière
Autor: Jules Michelet
Editora: Nova Fronteira

O Feitiço da Lua - Memórias de uma Bruxa Mal comportada


Autora: Márcia Frazão
Editora: Bertrand Brasil
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
O Gozo das Feiticeiras
Autora: Márcia Frazão
Editora: Bertrand Brasil

A Hora das Bruxas (Volumes I e II)


Nome original (em inglês): The Witching Hour
Autora: Anne Rice
Editora: Rocco

Lasher
Nome original (em inglês): idem
Autora: Anne Rice
Editora: Rocco

O Livro das Bruxas


Nome original (em inglês): The Virago Book of Witches
Compilação: Shahrukh Husain
Editora: Objetiva

Lua sobre a Água - Técnicas de Meditação para Iniciantes e Iniciados


Nome original (em inglês): Moon over Water - Meditation made clear with Techniques for
Beginners and Initiates
Autora: Jessica Macbeth
Editora: Roca

Nahema, a Bruxa - lenda de feitiçaria do século XV


Nome original: desconhecido
Autor: Conde J. W. Rochester
Editora: Lake - Livraria Allan Kardec Editora Ltda.

O Poder da Bruxa - A Terra, a Lua e o Caminho Mágico Feminino


Nome original (em inglês): Power of the Witch
Autores: Laurie Cabot e Tom Cowan
Editora: Campus

Síntese da Doutrina Secreta


Nome original: desconhecido
Autora: Helena. P. Blavatsky
Editora: Pensamento

Os Talismãs e seus Segredos


Nome original (em francês): Les Talismans et leurs Secrets
Autora: Nadia Julien
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
Editora: Rideel

Taltos - As Vidas dos Bruxos Mayfair


Nome original (em inglês): Taltos: lives of the Mayfair witches
Autora: Anne Rice
Editora: Rocco

A Travessia das Feiticeiras


Nome original (em inglês): The sorcerers' crossing
Autora: Taisha Abelar
Editora: Nova Era

O Vôo da Águia - Uma Iniciação aos Mistérios e à Magia do Xamanismo


Autor: Léo Artése
Editora: Roka

Wicca: A Feitiçaria Moderna - O Livro das Ervas, Magias e Sonhos.


Nome original (em inglês): Wicca Craft
Autora: Gerina Dunwich
Editora: Bertrand Brasil

O Livro das Feiticeiras - A Tradição dos Filtros e Encantamentos de Amor


Autora: Miranda Arroyos de San Thiago
Editora: Pallas

O Caminho da Jovem Feiticeira -...Das transformações da adolescência


Autora: Luiza Lagôas
Editora: Bertrand Brasil

A Magia e o Mago
Nome original (em inglês): Magic and The Magician
Autora: Ernest Walter Butler
Editora: Bertrand Brasil

Como se iniciar na Bruxaria


Autor: Hans Holzer
Editora: Nova Era

Wicca: Ritos e Mistérios da Bruxaria Moderna


Autor: Claudiney Prieto
Editora: Germinal
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Magia Branca
Autora: Beatriz Pardini
Editora: Madras

Rituais de Magia Branca


Autor: A.C.Sarvanga
Editora: MADRAS

Energias e Magias
Autora: Anngela Druzian
Editora: Mystic Space

Glossário
ABRAXAS: Divindade singular que se supõe ser o deus Mitra dos Persas.
ABRACADABRA: Palavra que serve para formar um triângulo de cunho
misterioso, a que se atribuíam qualidades terapêuticas, pois contemplá-lo
curaria doenças ou poderia mesmo evitá-las. Tal triângulo era reverenciada
como divindade, já que era constituída pelas letras do nome do mais antigo
dos deuses Abraca ou Abraxas.
ACUTOMANCIA: leitura da sorte através de 25 agulhas.
ADIVINHAÇÃO: Arte mágica de acessar o desconhecido através da
interpretação de padrões ou símbolos. Instrumentos como nuvens, cartas de
tarô, chamas ou fumaça, são utilizados. A adivinhação acessa a mente
psíquica ao iludir ou entorpecer a mente consciente através de rituais, e
pela observação ou manipulação de instrumentos. Adivinhação não é
necessária aos que podem atingir facilmente a comunicação com a mente
psíquica, apesar de a poderem praticar.
ALQUIMIA: Ciência oculta, antiga, cujas tradiçöes vão ate ao antigo
Egito, que teve grande desenvolvimento na Europa entre os séculos XII e
XVIII. É um método de pesquisa e investigação de inspiração exotérica, que
no campo material procura transmutar em metais (ouro ou prata), metais
«impuros» como o chumbo e paralelamente procura fazer o mesmo com o espírito
humano, elevando-o para um plano mais nobre. Esta busca é conhecida por Obra
(Grande ou Pequena). Através da Alquimia será possível também preparar um
filtro, que, ingerido pelo alquimista em doses corretas, prolonga a vida
através da regeneração de todas as células do corpo humano, mantendo-o com
todas as qualidades de um jovem.
AMULETO: Um objeto mágico objeto que serve usualmente para afastar
algo indesejado – energias negativas, por exemplo. É um objeto de proteção.
ANKH: É um hierógrafo (símbolo) egípcio muito utilizado como um
símbolo de vida, amor, e reencarnação. Também é chamado de cruz anata.
ANTIGOS: Termo wiccano por vezes utilizado para abranger todos os
aspectos da Deusa e do Deus.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
AKASHA: é um termo sânscrito que indica um plano de existência
simbolizado por um ovo preto nos Símbolos Tattwa. Esotericamente, é o que
está “atrás das coisas”, sua mutação e ressurreição. É também o éter dos
filósofos. É o quinti elemento - o poder espiritual onipresente que permeia
o universo. A energia a qual se originam os outros elementos.
ARCANO: As duas metades do deck do taro. O Arcano Maior consiste de 22
cartas, o Arcano Menor consiste de 56 cartas (às vezes chamados os menores
ou baixo Arcano)
ARTE: Wicca, Bruxaria. A antiga religião.
ARQUÉTIPO: são tidos como os primeiros modelos do Universo. Trata-se
de estrutura psíquica que cada indivíduo possui, capazes de produzir
imagens, símbolos, fantasias inerentes às experiências fundamentais da
humanidade. Jung diz que “o arquétipo é uma forma fundamental típica de uma
determinada experiência psíquica vivida e que sempre se reapresenta”. É por
meio dos arquétipos que é possível, para o mago, remontar às fontes do
Conhecimento. São arquétipos os 22 Arcanos Maiores do Tarô, as Runas, os
símbolos da Geomancia, etc.
ASTROLOGIA: O estudo dos efeitos, movimentos e posições dos planetas e
a influência que estes efeitos, movimentos e posições causam sobre nossas
vidas e em nossos comportamentos.
ATHAME: Tipo de faca, normalmente com lâmina de duplo corte, com cabo
preto. Instrumento ritual que serve para emitir e capturar energia. Não
serve para cortar coisas físicas. Sua pronuncia pode ser: átame, atâme ou
athâmí.
ATLÂNTIDA: País, ilha ou continente que existiria, frente as Colunas
de Hércules, há mais de dois mil anos e onde teria florescido uma alta
civilização ou um poderoso império. Essa civilização ou esse império teriam
desaparecido tragados pelo mar por motivo de um terrível cataclismo natural,
não deixando rastro.
AURA: campo energético que envolve tanto o corpo físico quanto o corpo
astral.
BALEFIRE: Fogo aceso externamente, com propósitos mágicos. São
tradicionais no Yule, Beltane, e Midsummer.
BANIR: Ato mágico de exorcizar entidades indesejáveis. Ato para
livrar-se da presença de espíritos e energias ruins.
BANQUETE SIMPLES: refeição ritual compartilhada com a Deusa e com o
Deus.
BELTANE: Sabbat wiccano. Celebra a união simbólica, ou "casamento" da Deusa e do Deus e é
ligado à aproximação dos meses do verão.
BÊNÇÃO: Ato de conferir Energia positiva sobre uma pessoa, lugar ou
objeto. É uma prática espiritual ou religiosa.
BOLINE: Faca de cabo branco. Instrumento mágico usado para colher
ervas.
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
BRUXARIA: A arte da Bruxa (o), magia, especialmente aquela que usa
poder pessoal em conjunto com as energias das pedras, das ervas, das cores e
de outros objetos naturais.
BRUXA (O): em tempos remotos, um praticante dos resquícios da magia
popular pré-cristã, em especial a relacionada a ervas, pedras, fontes e
rios. Aquele que pratica Bruxaria. Posteriormente, o sentido dessa palavra
foi deliberadamente alterado para definir um ser demente, sobrenatural e
perigoso, que praticava magia destrutiva uma ameaça ao cristianismo. Essa
mudança de significado foi um movimento político, monetário e sexista por
parte da religião organizada, e não uma mudança prática dos bruxos.
CAFEOMANCIA: leitura da sorte feita através da borra de café que fica
depositada na xícara do consulente.
CALDEIRÃO: Instrumento mágico ligado diretamente à bruxaria.
Representa o ventre da Deusa ou a própria Deusa. O poder do feminino, o
útero feminino. A água que ele abriga representa a água do renascimento.
CAPNOMANCIA: adivinhação da sorte feita através da fumaça liberada
pela queima de determinadas ervas mágicas.
CARREGAR: imbuir um objeto com poder pessoal.
CEROMANCIA: leitura da sorte feita com a utilização de cera. O método
consiste em queimar uma vela e lançar a cera sobre uma superfície seca,
preferencialmente de madeira, enquanto invoca as salamandras. Após o
esfriamento da cera, observam-se as figuras formadas pela cera fria. São
estas formas que representam os problemas e possíveis soluções para o
consulente.
CHAKRAS: Sete turbilhões de energia maiores encontrados no corpo
humano. Cada um, usualmente associado a uma cor. São eles: coroa - branco; terceiro-olho -
roxo; garganta - azul; tórax - cor-de-rosa ou verde; umbigo - amarelo; abdômen - laranja; sexual
- vermelho. Turbilhões Menores são localizados nas mãos e pés também.
CÁLICE: Instrumento ritual que representa os princípios femininos da
criação.
CHAPLET (ou guirlanda): Um coroa à cabeça usualmente feita de flores e
usadas no Beltane.
CÍRCULO MÁGICO: Espaço mágico e sagrado onde se trabalham os rituais.
Construído por energias, protege todos e tudo que estiver dentro dele.
Esfera de poder pessoa na qual os rituais wiccanos são praticados. O termo
refere-se ao círculo que assinala a penetração da esfera no solo, pois a
esfera se estende tanto acima como abaixo da superfície do solo. Criado por
visualização e magia.
CONSCIÊNCIA RITUAL: estado de consciência específico, necessário à
prática bem sucedida da magia. Atinge-se esta consciência através do uso da
visualização e do ritual. Sintonia da mente consciente com a mente psíquica,
um estado no qual sentimos as energias e atribuímos propósitos e as
liberamos ruma ao objetivo mágico. Incremento dos sentidos, consciência
O beabá da Wicca - Bom para Iniciantes
expandida do mundo não físico, elo com a natureza e com as forças por trás
dos conceitos de Deidade.
CONSAGRAÇÃO: É o ato de abençoar um objeto ou imbuí-lo com energias
positivas.
COVEN: Grupo de wiccanos, geralmente iniciatório e centrado em um ou
dois líderes, que se reúnem para trabalhos religiosos e de magia.
CONENTÍCULO ou CONCILIÁBULO: (Equivalente inglês Coven e em espanhol).
CRONE: Termo em inglês que representa o aspecto da Deusa representada
pela mulher velha.
CORPO ASTRAL: a forma sob a qual viajamos nos planos astrais - um
corpo duplicado do corpo físico constituído por vibrações.
CRISTALOMANCIA: adivinhação feita através de cristais.
COVEN: genericamente falando, é termo inglês que significa
“congregação” e está associado aos vários grupos da Bruxaria atual.
DEDICAÇÃO: É O processo onde um indivíduo aceita o ofício como seu
caminho e jura estudar e aprender tudo que é necessário para alcançar o
conhecimento.
DESDOBRAMENTO: É o ato de desdobrar, ou seja, estar em dois lugares ao
mesmo tempo. Enquanto seu corpo astral é visto em um determinado lugar, seu
corpo físico se mantém em outro distinto.
DEUS: Aspecto Masculino da Deidade.
DEUSA: Aspecto Feminino da Deidade.
DEUSA TRIPLA: Os três aspectos da Deusa: Virgem, Mãe, anciã.
DIAS DE PODER: São os dias de sabás, seu aniversário, ciclo menstrual
de uma mulher, a dedicação ou iniciação.
ELEMENTAIS: Espíritos associados aos quatro elementos.
ELEMENTOS: Terra, Água, Fogo e Ar. Essas quatro essências são os tijolos que constroem o
universo. Tudo o que existe, ou que tem potencial
para existir, contém uma ou mais dessas energias. Os elementos vibram entre
nós e estão por toda a parte do mundo. Podem ser utilizados para trazer
mudanças através da magia. Os 4 elementos são formados por uma essência ou
poder primordial - Akasha.
ENCANTAMENTO: Ritual mágico, geralmente de cunho não-religioso e
normalmente acompanhado por palavras faladas.
ENERGIA: Termo geral de poder corrente incomensurável (mas real) que
existe dentro de toda a natureza dos objetos e seres vivos incluindo os
nossos corpos. É usada na Magia Popular.
EON: é um termo gnóstico que indica um ciclo de tempo (que varia de um grupo para outro).
ESBAT: Um ritual usualmente ocorrido na Lua Cheia e dedicada à Deusa.
ESOTERISMO: termo com o qual se pretende designar um ramo do saber
íntimo e secreto que só é ensinado de mestre a discípulo e que se relaciona
com o aspecto filosófico da vida do indivíduo.
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ESPÍRITO AKASHA: O quinto elemento, a força espiritual onipresente que
permeia o universo.
EVOCAR: É o ato de chamar alguma coisa de fora para dentro.
ESPÍRITO DAS PEDRAS: Energias elementais naturalmente inerentes às
quatro direções da terra. Personificadas na tradição das pedras erguidas
como os Espíritos das Pedras e em outras tradições Wiccanas como os Senhores
das Torres de Vigia. Associados aos elementos.
EVOCAÇÂO: Chamar espíritos e outras entidades não físicas para que
assuma aparência visível ou presença invisível. Não faz parte de alguns
ramos da wicca. Compare com Invocação.
FORÇA DIVINA: É a energia pura que existe dentro da Deusa e do Deus. A
força da vida, a fonte de todas coisas.
GAEA/GAIA: Mãe Terra.
GRANDE RITO: É o casamento sagrado da Deusa e do Deus que é decretado
no Beltane em muitas tradições, u em outros Sabbats em outras tradições.
simboliza a criação de toda vida.
GRIMORIE: Um pequeno manual mágico contendo informação ritual,
fórmulas, propriedades do magick e preparação ritual.
GROVE: Sinônimo de coven.
GUARDIÕES: Mágicos Cerimoniais. Guardiões das Vigias ou Quatro Quartos.
HANDFASTING: Casamento pagão.
IMBOLC: Também conhecido com Candlemas, Lupercália, Festa de Pã,
Festival das Tochas, Festa da Luz CRescente, Dia de Brigit. Este sabbat
wiccano celebra os primeiros sinais da primavera e a recuperação da Deusa
após dar a luz ao Sol (DEUS) no Yule.
IDADE RITUAL: Refere-se a idade adulta espiritual. Está idade é
celebrada por ritual onde se comemora a maturidade espiritual. É a idade em
que os meninos e meninas são aceitos pelos covens.
INICIAÇÃO: Ocasião ritual onde um indivíduo é introduzido ou permitido
em um coven ou se inicia (começa) sua caminhada solitariamente. Não deve ser
confundido com dedicação.
INVOCAÇÃO: apelo ou pedido para que um poder(es) superior(es) como a
Deusa e o Deus. Oração. A invocação na verdade é um método de estabelecer
elos conscientes com os aspectos da Deusa e do Deus.
LABRYS: Um machado com dupla lâmina que simboliza a Deusa.
LEI TRÍPLICE: Lei Wiccana que acredita que ações, positivas ou
negativas, retornam para nós 3 vezes.
LIVRO DE SOMBRAS: Livro onde as bruxas anotam seus rituais, feitiços e
poções Também conhecido como um BOS (em inglês: Book of Shadows).
MAGIA: é o recolhimento da energia dos planos astrais e sua
transformação e manifestação no plano físico, através de rituais e
invocações. (Atenção: esta 'significado é muito restrito e limitado,
aconselho a ler livros específicos para se aprofundar).
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LUGHNASADH: Sabá wiccano, também conhecido como Véspera de Fevereiro,
Lammas, Festa do Pão. Assinala a primeira colheita, quando os frutos da
terra são cortados e armazenados para os meses de inverno, e o Deus,
misteriosamente, enfraquece à medida que os dias se tornam mais curtos.
MABON: Sabbat wiccano que representa a segunda colheita, quando a
natureza se prepara para o inverno. Um vestígio de antigos festivais de
colheita os quais, de algum modo, eram praticamente universais entre os povos
da Terra e que ainda ocorrem nos EUA na forma de Dia de Ação de Graças.
MAGIA POPULAR: prática de projetar poder pessoal, bem como energias de
objetos naturais como cristais, ervas, para causar alterações.
MAGIA: projeção de energia natural, como o próprio poder pessoal, para
criar mudanças necessárias. A energia existe em todas as coisas. A magia é o
processo de gerar essa energia, dando-lhe um propósito e liberá-la. Outro
texto que pode ajudar a dar um entendimento básico é: Magia: Movimento de
energias naturais positivas (apesar de subtis) para manifestar alterações
necessárias. A magia é o processo de gerar energia, dando-lhe um propósito
(através da Visualização) e libertá-la para criar uma mudança. A magia é uma
prática natural (e não sobrenatural). Magia é uma tentativa de controlar os
poderes e as forças que operam na natureza. Costuma-se encontrar a magia em
contextos religiosos, e é difícil traçar uma linha divisória nítida entre a
religião e a magia, entre uma reza e um encantamento. A distinção que mais
sobressai é o fato de, na religião, o indivíduo se sentir totalmente
dependente do poder divino. Ele pode fazer sacrifícios aos deuses ou se
voltar para eles em oração; porém, em última análise, deve aceitar a vontade
divina. Quando, por outro lado, o ser humano se vale dos ritos mágicos, ele
está tentando coagir as forças e potências a obedecer à sua ordem - que com
freqüência consiste em atingir finalidades bem concretas. Desde que os
rituais mágicos sejam realizados corretamente, o mago acredita que os
resultados desejados decerto ocorrerão, por uma questão de lógica. Se ele
falhar irá culpar um erro em seu ritual, ou o uso de um feitiço mais forte
contra si. A Magia já foi interpretada por algumas pessoas como origem da
ciência, ou um estágio inicial desta. O que faz o mago, assim como o
cientista, é tentar descobrir um elo entre causa e efeito. De qualquer
maneira, ele é forçado a fazer observações da natureza e a adotar processos
empíricos de raciocínio. Sem dúvida, os magos já fizeram numerosas
observações detalhadas sobre as relações naturais, e muitas (muitas) plantas
e ervas usadas pelos curandeiros podem ser utilizadas também pela moderna
ciência médica.
MÃO PROJETIVA: A mão que projeta energia do corpo para fora. É a mão
utilizada para realizar atividades manuais como escrever, etc. É a mão que
deve segurar os instrumentos rituais como o athame.
MÃO RECEPTIVA: É a mão que recebe a energia externa para dentro do
corpo. É a mão contrária à projetiva.
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MAY POLE: Símbolo Sexual representando o falo, utilizado no Beltane.
MEDITAÇÃO: desaceleração do corpo e da mente, chegando ao ponto de
possibilitar o contato com o astral.
MEDITAÇÃO: Reflexão, contemplação, voltar-se para o interior ou para o
exterior em direção à Deidade ou à natureza. Período de quietude no qual o
praticante pode mergulhar em pensamento ou símbolos particulares ou permitir
que eles venham desimpedidos.
MENTE CONSCIENTE: parte de nossa mente ativa, quando teorizamos, nos
comunicamos e praticamos outros atos ligados ao mundo físico.
MENTE PSÌQUICA: Subconsciente ou mente inconsciente, na qual recebemos
impressões psíquicas. A mente psíquica atua quando dormimos, sonhamos ou
meditamos. É nosso elo direto com o Divino e com o mundo não físico maior
que nos rodeia.
MIDSUMMER (MEIO DE VERÃO): Solstício de verão. Festival wiccano e
noite excelente para praticar magia.Simboliza o período onde o Deus atinge o
apogeu de seu poder. É o dia mais longo do ano.
MEGALITH: Um monumento de pedra. Stonehenge é o melhor exemplo
conhecido.
OSTARA: Equinócio da Primavera. Assinala o início da verdadeira
primavera astronômica. Quando a neve e o gelo dão lugar ao verde. Assim
sendo, Ostara é um Sabbat de fogo e de fertilidade, celebrando o retorno do
sol, o Deus e a fertilidade da Terra (a Deusa).
PENTÁCULO: objeto ritual confeccionado em material tipo: madeira,
argila, ferro, no qual é entalhado, pintado ou gravado uma estrela de 5
ponta. Representa o elemento terra. Pentagrama e Pentáculo não são
sinônimos.
PENTAGRAMA: Estrela de cinco pontas, que representa os cinco
elementos: Terra, Ar, Fogo, Água, e Espírito. É um símbolo de força e
proteção.
PLANO ASTRAL: plano ou nível invisível, sutil, paralelo ao plano que
vivemos.
PODER PESSOAL: energia que sustenta nossos corpos. Origina-se no
interior da Deusa e do Deus. Nós a absorvemos primeiramente no útero de
nossa mãe e posteriormente através dos alimentos, da água, do sol da lua e
de outros objetos naturais. Nós a libertamos durante movimento, exerc´cios,
sexo, gestação e parto. Magia é o movimento do poder pessoal com uma
finalidade específica.
PRANA: o mesmo que energia astral.
REDE: É a doutrina Básica que diz "se for para o bem, faça o que
quiser”.
RODA DO ANO: Um ciclo cheio do ano sazonal.
RITUAL: cerimônia. Forma específica de movimento, manipulação de
objetos ou processos internos com a intenção de produzir efeitos desejados.
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Na religião, o ritual é ativado visando a união com o divino. Na magia,
produz um estado específico de consciência que permite mover energia aos
objetos necessários. Um encantamento é um ritual mágico.
RUNAS: figuras em formas de bastões, algumas das quais remanescente
alfabeto teutônico. Outras são pitagóricas. Símbolos novamente utilizados
amplamente em magia e adivinhações.
SABBAT: Festivais wiccanos.
SAMHAIN: Sabbat wiccano, também conhecido como Halloween, Festa das Almas, Festa das
Maçãs. Assinala a morte do Deus Sol e sua passagem à Terra
dos Jovens, onde aguarda pelo renascimento da Deusa Mãe no Yule.
SANGUE DA LUA: Ciclo menstrual de Uma mulher. É tido como os dias de
maior poder das mulheres. Sagrado. Pois este período é visto como os dias em
que as mulheres estão no ápice de sua feminilidade.
SCRYING: Termo inglês que indica o método de adivinhação que consiste
em olhar fixamente dentro de um objeto (um cristal do quartzo, água, na
chama de vela) possibilitando que a mente consciente se comunique com a
psíquica a fim de prever eventos futuros ou coisas passadas.
SINO: Utensílio ritual utilizado para evocar energias, ainda é
utilizado para indicar o início e o fim de rituais, ou para afugentar
espíritos ruins.
TALISMÃ: Um objeto carregado com força pessoal para atrair uma força
específica ou energia para seu portador.
SUMO SACERDOTE: Num grupo Wicca, tão pouco um ou dois líderes de um Coven; um homem
que em conjunto lidera o ritual, ou a mulher quem alcança
determinado nível de capacidade, realização e conhecimento. O termo
geralmente quer dizer o homem que recebeu várias iniciações e não apenas
uma.
SUMA SACERDOTIZA: É uma líder altamente experiente dentro de um Coven;
é a mulher que lidera ou em conjunto lidera os rituais ou a mulher que
possui certo nível na Wicca capacidade, realização e conhecimento. O termo
usualmente empregue na mulher que recebeu várias iniciações e não apenas
uma.
TEMPO DAS FOGUEIRAS: Este termo faz referência a um período histórico
onde mais de nove milhões pessoas foram torturadas e queimadas pela igreja
em nome da santa inquisição. Isto ocorria por serem as pessoas acusadas de
bruxaria e por ir contra os ensinamentos da igreja. Na verdade por trás
destas ações a igreja angariou riquezas, pois as terras e bens das pessoas
acusadas ficavam com a igreja. Historiadores indicam que a maioria das
torturas e mortes foram praticadas contra mulheres e crianças.
TRADIÇÕES WICCANAS: "Subgrupo" específico Wiccano, organizado e
estruturado, vulgarmente com práticas iniciáticas e com práticas rituais
únicas. Muitas tradições possuem os próprios Livros das Sombras e com
instruções orais muito específicas reveladas somente aos iniciados. A
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maioria das tradições é composta por um número de coventículos ou
conciliábulos. Muitos reconhecem os companheiros de outras tradições como
Wiccanos. Existem inúmeras tradições Wiccanas; talvez a mais famosa delas
todas seja a Gardneriana. A Wicca Lusitana segue a Tradição Ibérica.
VASSOURA: Instrumento ritual, utilizado pelos bruxos. Símbolo de poder,
representa a união do feminino e masculino.
VIAGEM ASTRAL / Projeção: O processo de separar o corpo do astral do
corpo físico para efetuar viagem ao plano astral.
WICCE: Sinônimo de Wicca. Em alguns círculos, Wicce é utilizado às
mulheres e Wicca é utilizado aos homens.
WITCHCRAFT: Prática mágica utilizando força pessoal em conjunção com
as energias dentro pedras, ervas, cores, e outros objetos naturais. Este
sistema de crença nada tem a ver com o Satanismo.
VISUALIZAÇÃO: Processo de formação de imagens mentais. Visualização
mágica consiste na formação de imagens com objetivos desejados durante a Magia. É a função da
Mente Consciente.
WICCANO: Ser ou estar relacionado com a Wicca.
WICCANO SOLITÁRIO: É uma prática Wicca que significa que uma pessoa
optou, ou devido a outras circunstâncias, individualmente sem grupo de apoio
na Velha Religião. Comparar com Grupo de Wicca.

Pedras
Citrino Amarelo: É recomendado para situações em que é preciso sentir-se
confiante e seguro. Diz-se que ajuda a identificar os poderes pessoais e a
controlá-los para alcançar objetivo.
Aventurina Verde: Posta sobre o chacra do plexo solar, supostamente liga o
corpo mental, superior e inferior, físico; liberta energia bloqueada e
permite uma respiração profunda e curativa.
Cristal de Ametista Púrpura: Colocado sobre o chacra do terceiro olho, é
considerado como a principal pedra de meditação. O cristal púrpura acalma
tanto a mente consciente quanto a inconsciente, e costuma ser usado durante
a meditação.
Amazonita: Quando posta sobre o chacra da garganta, acredita-se que ajude a
pessoa a falar de sentimentos reprimidos. Supõe-se que a pedra ligue a mente
ao coração, por ser usada no chacra situado entre os dois.
Quartzo Rosa: Diz-se que, no chacra do coração, ajuda a obter amor próprio e
paz interior, que se acredita serem o primeiro passo no processo de cura.
Os terapeutas de cristais aconselham os clientes a usar o quartzo rosa para
ajudá-los a conquistar a harmonia consigo mesmos.
Quartzo Verde: Tem o poder de acalmar e de curar as mais diferentes doenças.
Quartzo Branco: Amplifica todas as energias, aumentando a capacidade mental,
melhorando a memória. Aumenta as energias de curas, serve em todos os mais
variados campos. Como ele é muito ativo, não é aconselhável que fique muito
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exposto, principalmente na hora de dormir. Deixe-o sempre guardado até a
hora de usá-lo.
Cristal de Quartzo: O mais comum de todos os cristais costuma ser colocado
no alto da cabeça no chacra da coroa, e diz-se que ele estimula a glândula
pineal, sensível à luz, e ativa a consciência superior.
Ágata: Os terapeutas de cristais dizem que a ágata serve como energizador e
purificador do sangue, e ajuda as pessoas distraídas e fora de centro. Acredita-se que a ágata,
posta sobre o chacra do baço, estimula a expressão criadora.
Quartzo Fume: Uma das mais brilhantes de todas as pedras escuras,
supostamente transforma a energia espiritual do corpo em poder curativo,
quando posto sobre o chacra da raiz. Os terapeutas dizem que deve ser usado
com cuidado.
Turmalina Negra: Diz-se que desvia as energias negativas em vez de
absorvê-las. Suas estrias paralelas supostamente ajudam a canalizar os
efeitos curativos da energia espiritual de freqüência mais alta. Os crentes
também usam a pedra quando precisam de proteção paranormal.
Fluorita: Pedra em geral associada à criatividade, diz-se que equilibra os
aspectos intuitivo e intelectual da mente. Descrita como uma pedra do
terceiro olho, ela serve para ajudar a mente a manter sempre aberto um
espaço meditativo.
Sodalita Azul: Tem o poder de relaxar e abre a terceira visão, aumentando o
poder de transmissão com outros planos astrais.
Jaspe Vermelho: Considerada como uma importante pedra curativa, purifica o
sangue, e é às vezes usado em desintoxicação, quando é posto sobre o fígado
ou os rins.
Alexandrita: Ajuda a reconstruir a mente, corpo e o espírito após traumas
recentes. Beneficia o sistema nervoso, baço e o pâncreas. Traz o equilíbrio
emocional e mental. É uma pedra com poderes regenerativos. Cria uma ligação
mental, emocional e dos corpos etéricos, levando a um estado maior de
equilíbrio. Combate a baixa estima e desordens do sistema nervoso. Inspira
felicidade, criatividade, expansão da consciência e o amor pela vida.

Âmbar: Permite o corpo a se curar pela absorção e transmutação da energia


negativa para positiva. Anima a disposição e estimula o intelecto. Abre o
chacra coronário. Ajuda a conectar-se com a consciência da perfeição
universal e a realização espiritual. Usado em casos de perda de memória,
ansiedade e incapacidade de tomar as próprias decisões.
Aquamarina: Ajuda na digestão, limpa e equilibra o emocional. Fortalece o
fígado, baço e rins. Estimula as células brancas do sangue.
Azurita: Fortalece o sangue. Corta as ilusões. Inspira criatividade,
intuição e limpa a mente.
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Esmeralda: É a pedra do amor incondicional. Fortalece o coração, rins e os
sistemas imunes. Equilibra a mente e o corpo físico. Inspira amor,
prosperidade, tranqüilidade e a paciência. Aumenta a clarividência.
Calcita: Equilibra as polaridades masculino e feminino e as emoções.
Excelente para quem está estudando ciência e arte. Calcita amplifica os
corpos de energia, sendo excelentes fontes de energia para o chakra
coronário. Usado em todos os chakras.
Carnélia: Energiza as partes psíquicas, emocionais e mentais. Fortalece o
corpo através do emocional, trazendo coragem e resistência. Carnélia ajuda a
humanidade a fazer a transição para a quarta dimensão. Inspira concentração,
felicidade e sociabilidade.
Crisocola: Excelentes para os períodos de dor e tensões pré-menstruais.
Fortalece as qualidades femininas. Auxilia na prevenção de úlcera, problemas
digestivos e pulmões. Realça o metabolismo. Alivia o sentimento de culpa.
Equilibra os chacras. Relaxa os estados de ansiedades e medos, prevenindo
congestão emocional. Inspira criatividade, o poder pessoal, felicidade e
serenidade.
Diamante: Transmuta as energias negativas para positivas. Purifica o corpo e
o espírito. Amplifica as energias do corpo e da mente. Inspira inocência,
purificação, confiança, abundância e serenidade.
Dioptácio: Equilibra os canais da mente e do corpo físico. Fortalece o
sistema nervoso, trazendo estabilidade emocional. Estimula os rins, pulmões
e coração, Excelente para quem está envolvido emocionalmente. Tem uma
especial afinidade com o 8º e o 9º chacra. Inspira progresso, prosperidade e
abundância.
Calcita-Ouro: Usado no chacra coronário para estimular as altas freqüências.
Beneficia os rins, pâncreas e baço. Alivia o medo e o stress. Equilibra as
polaridades masculino/feminino e as emoções. Inspira felicidade e clareza.
Calcita-Verde: Suaviza as fronteiras rígidas da mente. Liberta os antigos
conceitos, permitindo que as coisas novas entrem. Abre novos caminhos,
aliviando o medo e o stress. Usado no chacra do terceiro olho ou no chacra
da garganta. Auxilia os rins, pâncreas e baço.
Jade: Auxilia nos problemas dos olhos. Equilibrador emocional. Radia amor
incondicional, coragem, justiça, claridade e sabedoria. Coloca a pessoa em
contato com seus potenciais. Ajuda a alcançar a realidade espiritual.
Inspira confidência e equilíbrio.
Lápis Lazuli: Traz vitalidade e relaxamento para o corpo e a mente. Poderosa
pedra das habilidades físicas e das comunicações. Usado no chacra do
terceiro olho para penetrar nos bloqueios do subconsciente. Ajuda a
desenvolver o poder da mente. Inspira criatividade, expressão e
estabilidade.
Obsidiana: Equilibra as energias do corpo físico. Limpa os bloqueios do
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subconsciente. Auxilia os intestinos e o estômago. Inspira objetividade,
sabedoria e amor.
Ônix: Traz sabedoria em decisões que precisam ser tomadas. Equilibram ambas
as polaridades masculino/feminino. Fortalece a espinha e tira o stress.
Alinha por inteiro o corpo físico com altas freqüências de energia. Inspira
serenidade, autocontrole e intuição.
Rubi: Usada para preservar o corpo físico e a saúde mental. Estimula o
chacra cardíaco. Inspira sabedoria espiritual, saúde, conhecimento,
tranqüilidade e riqueza.
Pedra da Lua: Faz uma conexão com a fonte de luz interna, em qualquer forma
de meditação. Usado em qualquer chacra.
Olho de Tigre: Traz uma alta freqüência de energia vibracional. Equilibra a
percepção.
Topázio: Desintoxica o corpo. Desperta e inspira a abundância na saúde,
ajudando na regeneração dos tecidos e fortalecendo os órgãos e glândulas.
Topázio coopera em seu desenvolvimento espiritual. Inspira paz,
tranqüilidade, criatividade e expressão.
Turquesa: Auxilia na regeneração dos tecidos. Protetor contra todas
poluições do meio ambiente, em particular as radiações. Fortalece e alinha
todos os chakras. Excelente pedra para usar nas meditações ou em qualquer
outra atuação espiritual. Ajuda no crescimento pessoal e expande a
consciência. Auxilia nas situações do dia a dia e da sua vida em geral. Tem
o propósito de equilibrar e curar o chacra da garganta. Inspira
criatividade, paz, equilíbrio emocional, comunicação, lealdade e sabedoria.
Zircônia: Acalma as emoções. Traz proteção contra a insônia e a depressão.
Fortalece a mente. Aumenta a autoestima.

Histórias de elementais

Para o célebre alquimista medieval Paracelso, da mesma maneira que a


natureza visível é habitada por um número infinito de seres, a contraparte
invisível e espiritual da natureza é habitada por uma hoste de seres
peculiares - aos quais ele deu o nome de elementais e que posteriormente
foram chamados espíritos da natureza.
Paracelso dividiu essa população dos elementos em quatro grupos distintos:
gnomos, ondinas, silfos e salamandras. Ele pensava que fossem criaturas
realmente vivas, muito semelhantes ao ser humano na forma, e que habitavam
seus próprios mundos, invisíveis para nós porque os sentidos
subdesenvolvidos dos homens eram incapazes de funcionar para além das
limitações dos elementos mais densos.
De acordo com Paracelso, os elementais não seriam nem criaturas espirituais
nem materiais, embora compostos de uma substância que pode ser chamada de
éter. Em suma, esses seres ocupariam um lugar entre os homens e os
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espíritos. Por essa razão também não seriam imortais, mas quando morressem
simplesmente se desintegrariam, voltando ao elemento do qual originalmente
tinham se individualizado. Segundo ele, os elementais compostos do éter
terrestre são os que vivem menos; os do ar, os que vivem mais. A duração
média de vida fica entre os 300 e os mil anos. Supõe-se que tais criaturas
sejam incapazes de desenvolvimento espiritual, mas algumas delas são de
elevado caráter moral.
Para a Escola Teosófica, entretanto, os elementais seguiriam uma escala de
evolução até se tornarem anjos. “Começam no elemento mais próximo do homem
até chegar em um nível mais próximo de Deus”, explica Heloisa Galvez,
artista plástica e criadora da loja de produtos esotéricos Alemdalenda,
especializada em elementais.
As civilizações da Grécia, de Roma, do Egito, da China e da Índia
acreditavam implicitamente em sátiros, espíritos e duendes. Elas povoavam o
mar com sereias, os rios e as fontes com ninfas, o ar com fadas, o fogo com
lares e penates, a terra com faunos, dríades e hamadríades. Esses espíritos
da natureza eram tidos em alta conta, e a eles eram dedicadas oferendas.
Ocasionalemte, dependendo das condições atmosféricas ou da sensibilidade do
devoto, eles se tornam visíveis. Bom número de autoridades é de opinião que
muitos dos deuses cultuados pelos pagãos eram na verdade esses habitantes
dos reinos mais sutis da natureza, pois acreditava-se que muitos desses
invisíveis eram de estatura imponente e maneiras majestosas. Os gregos
chamavam alguns desses elementais de daemon, especialmente os das ordens
mais altas, e os cultuavam.
De acordo com o angelólogo Eduardo Farias, os elementais seriam uma forma
inferior de anjos. “À sua maneira, eles são anjos também. São chamados anjos
da terra, da água, do fogo e do ar, os quatro elementos sutis que constituem
o universo”.
Assim como os anjos das hierarquias mais altas, os elementais canalizam a
energia do Criador, a tensão divina que faz o mundo existir. Assim como
vivemos sob a cúpula de luz do anjo da guarda, que representa a tomada que
nos liga ao resto do universo e ao Criador que nos dá existência, os anjos
dos elementos retransmitiriam essa energia divina para um mineral, vegetal
ou animal.
Heloisa Galves explica que o elemental sempre se parece e se identifica com
aquilo que ele trabalha no meio físico. “O objetivo deles é passar a energia
necessária para tudo que é do mundo físico poder evoluir, e é assim que eles
também evoluem. Quando uma planta cresce, a gente não questiona que poderia
existir um ser mágico ajudando-a a crescer”.
Dona e criadora dos bonequinhos de gnomos e duendes que fizeram a fama do
Alemdalenda, Heloisa não tem nenhuma dúvida sobre a existência dos
elementais. No início de sua empresa, ela chegou a ver um materializando-se
por alguns segundos em seu atelier, que depois ela usou como modelo para um
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de seus bonequinhos. “Para mim eles existem, mas jamais vou convencer alguém
disso. A intuição é o nosso indicador, se você acha que não existe, não
adianta tentar te convencer”, diz ela. Na opinião da artista, a maior prova
da existência deles foi a maneira mágica como as coisas foram acontecendo
para ela desde o momento em que ela modelou o primeiro bonequinho,
impulsionando-a a abrir a Alemdalenda, hoje com 30 franquias espalhadas em
todo o país. Até o próprio nome da loja ela diz ter sido “soprado como um
presente”. Mais tarde ela verificou que Alemdalenda é uma palavra com
estrutura mágica, semelhante à maior palavra encantatória do Ocidente, de
origem greco-egípcia: o Abracadabra.
Agora, empresária de sucesso, Heloísa ressente-se um pouco de não poder dar
tempo para os elementais e acender o altar que ela dedica a eles. Mas ela
acha também que esses rituais só são importantes para convencer a mente – o
nosso grande problema. “É um muro que nos bloqueia”. Ela explica que, como
os elementais trabalham muito com a linguagem dos sinais, ela fica atenta.
“Quando acontecem coisas reincidentes eu me dou conta que eles querem me dar
esse toque. Quando eu sigo, eu me dou bem, mas quando eu não dou ouvidos,
você pode ter certeza que eu entrei pelo caminho errado”. Com essa
experiência de conexão com os elementais, Heloísa não entende os céticos. “A
fé é aquilo que te dá o elemento, te dá a semente para o renascimento. Sem
fé você deixa de perceber um monte de coisas, você deixa de perceber o mundo
mágico e o que ele pode te ajudar”.

Os guardiões dos minerais


Os sete anões do célebre conto de fadas Branca de Neve nada mais eram do que
gnomos: trabalhavam em uma mina, adoravam comida e já eram mais velhinhos,
características típicas desses adoráveis elementais. Seu nome deriva
provavelmente do grego genomus, que significa habitante da Terra.
Assim como existem muitos tipos de seres humanos evoluindo através dos
elementos físicos objetivos da natureza, também há muitos tipos de gnomos
desenvolvendo-se através do corpo etérico subjetivo da natureza. Esses
espíritos da Terra trabalham num elemento tão próximo da faixa vibratória da
Terra material que possuem um poder imenso sobre suas rochas, e também sobre
os elementos minerais nos reinos humano e animal. Os gnomos trabalham com as
pedras, as gemas preciosas e o metais, e supõe-se que sejam os guardiões de
tesouros ocultos. Algumas famílias de gnomos agrupam-se em comunidades e
constroem casas com materiais que não têm contrapartida em nosso plano
físico. Os trabalhos dos gnomos incluem o corte dos cristais de rocha, o
desenvolvimento dos veios minerais e a fertilização da terra. Quando os
gnomos trabalham com animais ou seres humanos, seu trabalho está confinado
aos tecidos que correspondem às suas próprias naturezas. Assim, eles
trabalham nos ossos, que pertencem ao reino mineral, e os antigos
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acreditavam que a reconstituição dos membros quebrados era impossível sem a
cooperação dos elementais.
Os gnomos são de vários tamanhos – muitos deles bem menores do que os seres
humanos, ainda que alguns tenham o poder de alterar à vontade sua estatura,
o que resulta da extrema mobilidade do elemento em que funcionam.
Alguns estudiosos, como o Abade de Villars, dizem que eles “são engenhosos,
amigos do homem, e fáceis de governar”. Outros, entretanto, afirmam que eles
são de natureza astuta e maliciosa, difíceis de conduzir, e traiçoeiros. Os
autores concordam, entretanto, que uma vez ganha sua confiança, eles são
dignos de fé.

Os guardiões do reino vegetal


Os espíritos que trabalham com as árvores, matas e florestas são os joviais
duendes – que com seus olhos amendoados, corpo esverdeado e pés em formas de
folhas revelam sua íntima conexão com o reino vegetal. A este grupo de
elementais ligados às plantas pertencem os silvestres, os sátiros, as
dríades, as hamadríadres, os durdalis, os elfos e os “homenzinhos velhos das
florestas”. Muitos desse elementais são habitantes indígenas das substâncias
em que trabalham. Por exemplo, as hamadríadres vivem e morrem nas plantas ou
árvores de que são partes. Afirma-se que cada arbusto, planta ou flor tem o
seu espírito de natureza, que freqüentemente usa o corpo físico da planta
como sua habitação. Os antigos filósofos, reconhecendo o princípio da
inteligência que se manifesta analogamente em cada setor da natureza,
acreditavam que a qualidade da seleção natural, exibida por criaturas que
não possuíam mentalidades organizadas para tanto, expressavam decisões dos
próprios espíritos da natureza. Assim, em defesa da planta que habitava, o
elemental aceitava ou rejeitava elementos alimentícios, depositava na planta
matérias colorantes preservavam e protegiam a semente, e realizavam muitos
outros serviços benéficos. Cada espécie era servida por um tipo diferente, porém apropriado, de
espírito da natureza. Aqueles que trabalhavam com
cogumelos venenosos, por exemplo, tinham aparência ofensiva. As grandes
árvores também têm seus espíritos da natureza, mas estes são muito maiores
que os das plantas pequenas.

As belas sereias são ondinas

Ondinas, as rainhas da água:


Assim como os gnomos estão limitados em sua função, as ondinas (nome dado
aos elementais da água) funcionam na essência invisível e espiritual chamada
éter úmido (ou líquido). Em sua faixa vibratória ela está próxima ao
elemento água, e assim, as ondinas podem controlar em grande parte o curso e
função deste fluído na natureza. A beleza parece ser uma nota-chave dos
espíritos da água. Onde quer que as encontremos representadas na arte e nas
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esculturas, elas são caracterizadas pela simetria e pela graça. Controlando
o elemento água – que sempre foi um símbolo feminino -, é natural que os
espíritos da água sejam com mais freqüência simbolizados como fêmea.
Existem muitos grupos de ondinas. Algumas habitam cataratas, onde podem ser
vistas entre os vapores; outras têm o seu habitat nos pântanos, charcos e
brejos, enquanto outras, ainda, vivem em claros lagos de montanha.
Segundo os filósofos da Antiguidade, cada fonte tinha a sua ninfa, cada onda
de mar a sua oceânida. Os espíritos da água eram conhecidos com nomes como
oréiades, nereidas, limoníadas, náiades, fadas da água, sereias e
potâmides. Freqüentemente as ninfas da água tinham nomes derivados dos rios,
lagos e mares que habitavam. Ao descrevê-las, os antigos diziam que todas as
ondinas pareciam-se com seres humanos na forma e tamanho, embora aquelas que
habitavam rios e fontes menores tivessem proporções correspondentemente
menores. Acreditava-se que esses espíritos da água fossem ocasionalmente
capazes de assumir a aparência de seres humanos normais e realmente
associar-se com homens e mulheres. Existem muitas lendas sobre esses
espíritos e sua adoção pelas famílias de pescadores, mas em quase todos os
casos as ondinas ouviam o chamado das águas e voltavam ao reino de Netuno, o
rei dos mares.

Salamandras, os elementos do fogo:


As salamandras, ou espíritos do fogo vivem no éter atenuado e espiritual
que é o invisível elemento fogo da natureza. Sem elas, o fogo material não
pode existir; um fósforo não pode ser acesso e nem a pólvora ou a pederneira
produzirão suas chispas sem a assistência de uma salamandra, que (assim
acreditavam os místicos medievais) aparece imediatamente tão logo evocada
pela fricção. O homem é incapaz de se comunicar adequadamente com as
salamandras justamente por elas viverem no elemento fogo, que reduz a cinzas
tudo o que se aproxima.
Os filósofos do mundo antigo preparavam muitos tipos de incenso mediante
compostos especiais de ervas e perfumes. Quando se queimava o incenso, os
vapores que subiam eram especialmente adequados como meios para a expressão
desses elementos, que, utilizando eflúvio etéreo da fumaça do incenso podiam
fazer sentir sua presença.
As salamandras são tão variadas em seus agrupamentos e maneiras como as
ondinas ou os gnomos. Algumas vezes as salamandras eram visíveis na forma de
pequenas bolas de luz. Os investigadores medievais dos espíritos da natureza
eram de opinião de que a forma mais comum em que apareciam era a de um
lagarto brilhante, com uns 30 centímetros ou mais de comprimento, rastejando
e retorcendo-se no meio do fogo. Outro grupo era descrito como de gigantes
imponentes e flamejantes em roupas fluidas, protegidos com chamas de uma
armadura de fogo.
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Como os antigos associavam calor com o Sul, este ângulo da criação foi
atribuído às salamandras, como seu reino, e elas exerciam especial
influência sobre as criaturas de temperamento ígneo e tempestuoso.

As fadas: elementais das flores


Tanto nos animais quanto no homem, as salamandras trabalham através da
natureza emocional por meio do calor corpóreo, do fígado e da corrente
sanguínea. Sem sua assistência, não haveria calor.
Fadas:
As fadas são chamadas elementais em transição, porque estão entre a terra e
o ar. Ou seja, embora tenham como função cuidar das flores, colorindo-as e
dando energia necessária para elas florirem, as fadas possuem asas.
Alguns estudiosos afirmam que as fadas são de origem escandinava. Alguns
acreditam que as fadas são espíritos benevolentes, cuja tarefa era a
proteção dos seres humanos contra as maldições dos espíritos maus. Uma
crença irlandesa considerava as fadas anjos caídos. Elas foram banidas do
Céu, mas não eram suficientemente más para o Inferno. A visão de que elas
seriam elementais, popularizada pelos teosofistas, vêm de mágicos que nos
séculos XVI e XVII tinham receitas para chamar as fadas.

Silfos, os elementais do ar:


Os silfos são elementais que vivem em uma substância etérea similar à nossa
atmosfera em sua composição, porém muito mais sutil. Embora se acreditasse
que os silfos vivessem entre as nuvens e no ar circundante, seu verdadeiro
lar era nos topos das montanhas. Aos silfos os antigos atribuíram a tarefa
de modelar os flocos de neve e arrebanhar as nuvens. Esta última tarefa eles
desempenhavam em colaboração com as ondinas, que forneciam a umidade. Os
ventos eram seu veículo particular, e os antigos se referiam a eles como
“espíritos do ar”. Eles são os mais altos de todos os elementais, já que seu
elemento nativo é o de mais alta taxa vibratória. As mulheres dos silfos são
chamadas sílfides.
Acredita-se que os silfos, salamandras e ninfas têm muito a ver com os
oráculos dos antigos: que de fato eles é que falavam desde as profundezas da
Terra ou desde o ar em torno.

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