Plataforma Continental Brasileira Serie I Novembro 2019
Plataforma Continental Brasileira Serie I Novembro 2019
Plataforma Continental Brasileira Serie I Novembro 2019
(PGGM)
- SÉRIE I -
ORGANIZAÇÃO
Marcelo Sperle Dias
Alex Cardoso Bastos
Helenice Vital
1ª Edição
Rio de Janeiro • P2GM Projetos e Produções • 2019
PROGRAMA DE GEOLOGIA E GEOFÍSICA MARINHA
(PGGM)
- SÉRIE I -
ORGANIZAÇÃO
Marcelo Sperle Dias
Alex Cardoso Bastos
Helenice Vital
1ª Edição
Rio de Janeiro • P2GM Projetos e Produções • 2019
Permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se citados a fonte do Programa de Geologia
e Geofísica Marinha (PGGM) ou sítio da Internet no qual pode ser encontrado o original em:
http://www.pggmbrasil.org/publicações
ORGANIZAÇÃO
Marcelo Sperle Dias
Alex Cardoso Bastos
Helenice Vital
ELABORAÇÃO DO PROJETO
Programa de Geologia e Geofísica Marinha (PGGM)
CAPA
Modificado de Grupo de Trabalho para o LEPLAC.
Cortesia da Diretoria de Hidrografia e Navegação - DHN
DIAGRAMAÇÃO
Claudia Solano
33ODWDIRUPDFRQWLQHQWDOEUDVLOHLUD(VWDGRVGR5LRGH
-DQHLUR6DQWD&DWDULQDH5LR*UDQGHGR6XO>UHFXUVR
HOHWU¶QLFR@RUJV0DUFHOR6SHUOH'LDV$OH[&DUGRVR
%DVWRVH+HOHQLFH9LWDO——5LRGH-DQHLUR3*02
'DGRVHOHWU¶QLFRV——3ODWDIRUPD&RQWLQHQWDO%UDVLOHLUD
,6%1222
3ODWDIRUPDFRQWLQHQWDO–%UDVLO*HRORJLD
*HRI¯VLFD,3URJUDPDGH*HRORJLDH*HRI¯VLFD0DULQKD
3**0,,'LDV0DUFHOR6SHUOH,,,%DVWRV$OH[&DUGRVR
,99LWDO+HOHQLFH97¯WXOR,96«ULH
&''
SUMÁRIO
Apresentação 4
Prefácio 6
PREFÁCIO
Coordenação do PGGM
Gestão 2018-2019
Marcelo Sperle Dias
Alex Cardoso Bastos
PLATAFORMA CONTINENTAL
DO RIO DE JANEIRO
1
Universidade Federal Fluminense (UFF), Instituto de Geociências, [email protected]
2
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Faculdade de Oceanografia, [email protected]
3
Universidade Federal Fluminense (UFF), Programa de Pós-Graduação em Dinâmica dos Oceanos e da Terra, [email protected]
1. INTRODUÇÃO
2. ARCABOUÇO GEOLÓGICO
A Figura 2.1.1 mostra uma seção sísmica regional da Bacia de Campos representa-
tiva destas unidades estratigráficas.
De acordo com Milani e Thomaz Filho (2000), a fase rift na região de Santos ocorreu
entre o Neocomiano e o Eoaptiano, quando se acumularam os sedimentos lacus-
tres da Formação Guaratiba, escassamente amostrados na bacia. Este pacote inclui
cunhas de sedimentos siliciclásticos grossos avermelhados com fragmentos de ba-
salto e quartzo com coquinas associadas. A ocorrência de depósitos anóxicos é su-
posta para os domínios mais distais da bacia (Pereira e Feijó, 1994).
Macedo (1989) salienta que um dos aspectos mais evidentes extraídos das seções
geológicas, é o grande volume de sal e sedimentos da Bacia de Santos (Fig. 2.2.1).
Em direção à bacia oceânica, encontra-se o Platô de São Paulo (Fig. 2.3.1), que
representa uma região de crosta continental diferencialmente distendida durante a
fase de abertura do Atlântico Sul (Gamboa, 1981; Chang et al., 1992; Sperle, 1993).
Este platô constitui uma ampla feição morfológica localizada no talude continental
da margem continental sudeste brasileira e possui mais de 600km de extensão.
A origem e evolução das Bacias de Campos, Santos e do Platô de São Paulo estão
intimamente relacionadas aos eventos termo-tectônicas e deposicionais (pré-rift e
syn-rift), condicionados pelo arcabouço estrutural do embasamento pré-cambriano.
Estes determinaram as principais características geológicas dessas bacias, principal-
mente no que diz respeito á localização de falhas limítrofes e de altos estruturais entre
elas (Cordani et al., 1984).
Essas bacias possuem uma cobertura sedimentar típica de bacias de margens diver-
gentes rift-vulcânicas; formadas por sequências estratigráficas continentais, tran-
sicionais e marinhas (Sperle, 1997). Na realidade, a estratigrafia geral das bacias,
do Jurássico até o Cretáceo, pode ser representada por cinco megasequências (Fig.
2.3.2): continental (Rift), evaporítica transicional, plataforma carbonática rasa,
transgressiva marinha e regressiva marinha (Ponte e Asmus, 1976; Guardado et al.,
1989; Winter et al., 2007).
3. ASPECTOS OCEANÓGRAFICOS
Os dados obtidos por Viana et al. (1998) mostraram um complexo sistema hi-
drodinâmico na borda da plataforma e talude continental com multicamadas es-
tratificadas e diferentes padrões de circulação, associadas às correntes de marés,
ondas de tempestades e aos vórtices e meandros da CB - com capacidade de causar
erosão e deposição, bem como exportar areia da plataforma em direção ao talude
e ao longo deste (Figura 3.1.2).
i) pelo regime dos ventos Alísios de NE - que são responsaveis pela circula-
ção costeira, gerando ondas oblíquas à costa que causam forte deriva litorânea para
SSW. Na região offshore, pelo efeito de Eckman, estes ventos causam a mudança das
correntes de fundo em direção ao oceano aberto.
(ii) pela passagem de frentes frias em intervalos de 4 a 11 dias. Fortes tem-
pestades podem formar ondas de 6m e períodos maiores que 10s. Tais ondas tem
frequência de 3 a 4 meses e podem induzir velocidades orbitais de fundo entre 8 e
12cm/s, na borda da plataforma, causando transporte de siltes e areias finas.
(iii) pela variação de marés. Mesmo sendo uma região de micro mares (0.5
a 1.5m de amplitude), as marés causam fluxos bidirecionais (inshore-offshore) com
componente principal para offshore, sendo as marés responsáveis por correntes de
fundo para NE.
Melo (1993) cita como exemplo de casos extremos, períodos de marulhos prove-
nientes do quadrante sul de 10 a 16s, com alturas significativas de 1 a 4m. Em alguns
4. BATIMETRIA E GEOMORFOLOGIA
De acordo com a classificação geomorfológica descrita por Muehe et al. (2006), o li-
toral do estado do Rio de Janeiro está alinhado ao longo de dois segmentos distintos.
De Cabo Frio, em direção a oeste, até à Marambaia, o litoral passa bruscamente para
a direção leste-oeste como reflexo da influência da Zona de Fratura Rio de Janeiro,
constituindo o Macro-Compartimento dos Cordões Litorâneos (Muehe 1996, 1998).
A oeste deste Macro-Compartimento, já como parte do Macro-Compartimento das
Escarpas Cristalinas Norte, a interceptação das estruturas geológicas fez com que a
Serra do Mar gradativamente se aproximasse do litoral passando, na altura da baía da
Ilha Grande, a constituir a própria linha de costa, e concomitantemente impedindo o
desenvolvimento de planícies costeiras de expressão.
Setor 1
Possui fundo rugoso, com lineamentos e predomínio de carbonatos, possui uma
largura de aproximadamente 160km. Ocorrem predominantemente nas isóbatas
de 120 e 150m, mas são também identificados localmente nas isóbatas de 70 e
80m, com 110km de comprimento, ambos com orientações sudoeste-nordeste.
Observaram ainda a presença de um patamar carbonático expressivo, entre as isó-
batas de 90 e 100m.
Setor 2
Possui uma plataforma suavizada onde predominam sedimentos terrígenos. Ao lar-
go do Cabo de São Tomé ocorrem declives de 0,25 graus, com orientação oblíqua
entre as isóbatas de 10 e 30m, estando associados às ondas de areias (sandwaves) e
dunas com orientação oeste-leste. Essas feições,são compatíveis com as ondas de
tempestades vindas de sudoeste durante a passagem de frentes frias. A cúspide do
Cabo de São Tomé, descrita por Kowsmann et al. (1978) e Zembruscki (1979), lo-
calizada entre as isóbatas de 10 e 20m foi uma das feições caracterizadas com mais
detalhes por Figueiredo et al. (2015), assim como paleocanais soterrados do antigo
Rio Paraíba do Sul que migram de sul para norte, anteriormente descritos por Kows-
mann et al. (1977), Zembruscki (1979) e Brehme (1984).
Setor 3
Apresenta uma morfologia rugosa, com predomínio de cristas e lineamentos carbo-
náticos e com influência de aporte de material terrígeno. Devido à proximidade da
borda da plataforma continental, as cristas carbonáticas são cortadas pelas drena-
gens das cabeceiras dos cânions Almirante Câmara, Itapemirim e São Tomé.
A depressão Oeste corresponde a uma zona de erosão mais profunda, a -30 metros,
e a Depressão Leste a uma zona de erosão rasa, a cerca de -15 metros. Além disto,
nota-se que a isóbata de 100 metros separa duas áreas com morfologias distintas,
sendo lobada e mais ingreme (8 a 10km e 0,2º) até -100 metros, com vários degraus
nas isóbatas de 20/30m, 40/50m e 80/70m, principalmente em frente às baías de Se-
petiba e Ilha Grande. A partir da isobata de 100 metros a plataforma apresenta uma
inclinação menor (0.023°-0.051°) com várias escarpas paralelas, de direção NE-SW,
nas isóbatas de 110, 130 e 150 metros, ao longo de quase 400km de extensão.
5. SEDIMENTOS SUPERFICIAIS,
TEXTURA E COMPOSIÇÃO
Ao largo de Macaé (do Cabo de São Tomé a Cabo Frio), Alves e Ponzi (1984), iden-
tificaram um ambiente de transição, através da interdigitação de fácies, evidenciado
pela mistura de grãos grossos e médios, capeados por óxido de ferro, junto a grãos
arenosos muito finos polidos, associados a minerais pesados, que atribuem tonali-
dade acinzentada a essas areias finas.
As areias finas e lamas, localizadas nas proximidades da foz do Rio Paraíba do Sul,
relacionam-se à dinâmica atual do rio (depósito prodeltaico). Adjacente ao comple-
xo deltaico do Rio Paraiba do Sul, observa-se ampla área de ocorrência de areias mé-
dias litoclásticas correspondendo a vestígios de antigos lobos deltaicos deste rio, de-
senvolvidos em condições regressivas do nível de mar. Estas areias ocupam também
o fundo de paleo-canais em determinadas áreas, como ao largo do rios Itabapoana
e Itapemirim (Fig. 5.1).
De Cabo Frio para o sul, a presença destas algas torna-se restrita, e passam a ser
substituídas pela dominância de carapaças de moluscos (conchas) inteiras e ou frag-
mentadas, associadas a um contingente acentuado de briozoários e foraminíferos
bentônicos “Foramol” descrito por Vicalvi e Milliman (1977).
Em áreas mais profundas, próximo à borda da plataforma continental, aparecem
outros tipos de algas coralinas incrustantes, constituídas por sucessivas crostas car-
bonaticas, com espessuras variadas (milimétricas a centimétricas) dependendo da
área de ocorrência. Ao largo do Cabo de São Tomé (RJ) as crostas são mais finas,
podendo inclusive apresentar intercalações com lamas litoclásticas.
Um dos motivos da maior concentração dos depósitos de algas calcárias na plata-
forma externa deve-se às grandes regressões marinhas durante as glaciações quater-
nárias. De acordo com Lea et al., 2002; Waelbroeck et al., 2002; Berger, 2008; Blum
and Hattier-Womack, 2009), citados por Dominguez et al. (2013), durante a maior
parte do período quaternário, o nível do mar esteve em profundidade média de
-62m, particularmente durante o ultimo milhão de anos. Neste período as áreas da
plataforma interna e média ficaram expostas, em condições subaéreas, na maior
parte desse tempo. Segundo Dominguez et al. (2013), entre 10 mil e 7 mil anos BP, o
nível do mar transgressivo aumentou na ordem de 1-5m/100 anos, criando condi-
ções oligotróficas na plataforma externa, quase instantaneamente na escala geológi-
ca, favorecendo o desenvolvimento da sedimentação carbonática das algas calcárias
(non-framework carbonate sedimentation).
Spadini et al. (1994) detalharam a evolução da sedimentação carbonática nos úl-
timos 210.000 anos, na plataforma norte do Rio de Janeiro, através da analise de
sondagens geotécnicas, realizadas a 90m de profundidade, que atingiram espessuras
de 120 a 150m abaixo do fundo atual. De acordo com estes autores, a lâmina d’água
no período interglacial, há 125.000 anos, foi semelhante a atual (-90m) e há 210.000
anos foi apenas 20m menor. A sedimentação nesses eventos de mar alto corres-
ponde a margas de cor cinza oliva, ricas em foraminíferos planctônicos e outros
bioclásticos, principalmente briozoários e algas calcarias, foraminíferos bentônicos
e ainda moluscos e corais. Os siliciclásticos correspondem a lamas silto arenosas
depositadas na borda da plataforma.
O vestígio morfológico deste paleocanal pode ser visto no mapa batimétrico da Baía
da Guanabara (Fig. 6.1.1).
A distribuição sedimentar superficial (Fig. 6.1.2) possui correlação direta com o re-
gime hidrodinâmico, apresentando uma progressiva diminuição da granulometria
desde areias grossas até lamas, em direção ao interior do estuário ou em áreas mais
protegidas no interior das enseadas (Catanzaro, 2002; Quaresma, 1997).
Figura 6.1.2 - V. S.
Quaresma1, G. T. M.
Dias2 & J. A. Baptista
Neto2 Os sedimentos fo-
ram classificados seguin-
do metodologia proposta
por Larsonneur (1977)
e modificada por Dias
(1996). Brazilian Journal
of Geophysics, Vol. 18(2),
2000
Áreas com cobertura sedimentar lamosa (lamas terrígenas, caracterizadas pela pre-
sença de siltes e argilas) são encontradas a partir da porção central, nas interme-
diações da ponte até o fundo da baía e adjacências da cidade de Niterói, onde a
dinâmica das ondas e as velocidades das correntes de maré são pouco significativas
na maior parte do tempo, devido ao considerável alargamento da baía em direção
ao norte a partir do alinhamento entre o Forte de Gragoatá e o Aeroporto Santos
Dumont, possibilitando assim a deposição de sedimentos mais finos como as areias
finas e lamas (Quaresma, 1997; Quaresma et al., 2000).
Áreas com cobertura sedimentar lamosa (lamas terrígenas, caracterizadas pela pre-
sença de siltes e argilas) são encontradas a partir da porção central, nas interme-
diações da ponte até o fundo da baía e adjacências da cidade de Niterói, onde a
dinâmica das ondas e as velocidades das correntes de maré são pouco significativas
na maior parte do tempo, devido ao considerável alargamento da baía em direção
ao norte a partir do alinhamento entre o Forte de Gragoatá e o Aeroporto Santos
Dumont, possibilitando assim a deposição de sedimentos mais finos como as areias
finas e lamas (Quaresma, 1997; Quaresma et al., 2000).
O mapa batimétrico da Baía de Sepetiba (Villena, 2004) mostra que as menores pro-
fundidades são encontradas próximo ao continente (à leste, norte e nordeste) e na
área próxima a restinga (Fig. 6.2.2).
Com base nessa descrição e a luz de novos dados sonográficos e de amostras super-
ficiais, Fabri (2011) confeccionou um novo mapa de distribuição textural dos sedi-
mentos superficiais da Baía de Sepetiba (Fig. 6.2.3). Os padrões sonográficos iden-
tificados mostraram que o padrão lama com areia estende-se até a porção central
em duas direções; o padrão lama, encontrado em grande parte da Baía (margeando
de norte a leste o continente, e grande parte da Restinga) apresentou duas mudan-
ças marcantes: a primeira na porção central onde está dividido em três partes pelo
padrão lama com areia e a segunda na porção norte onde aparece em um pequeno
bolsão cercado de areia. Outra mudança observada foi a união dos dois bolsões que
ocorrem no padrão areia com lama, um localizado a lesta da Ilha de Jaguanum e o
outro na porção sudeste da Ilha da Marambaia, formando um grande bolsão nessa
área. Os sedimentos arenosos estão depositados na entrada da baía, canal central e
na porção sudeste. Sedimentos transicionais lama com areia são encontrados prin-
cipalmente na porção central da baía. Já grande parte dos depósitos transicionais,
areia com lama, são encontrados do nordeste da Ilha de Jaguanum até a enseada da
Marambaia (Fabri, 2011).
A Baía da Ilha Grande, juntamente com a Baía de Sepetiba (sua principal fonte de
aporte de água doce), compõe um sistema estuarino parcialmente misturado, com
ligação para o oceano nas suas extremidades leste e oeste (Fig. 6.3.1).
Mahiques (1987) subdividiu a porção submersa da Baía da Ilha Grande em três uni-
dades fisiográficas distintas: porções oeste, leste, e denominou de “canal central” o
canal estreito que separa as mesmas.
Com relação à batimetria (Fig. 6.3.3), o Canal Central apresenta as maiores profun-
didades da baía (25 a 55m) e geomorfologia bastante heterogênea (Mahiques,1987).
Ceccopieri et al. (2003), identificaram oito padrões sedimentares superficiais de fun-
do (ecofácies) na região centro-leste do Canal Central da Baía da Ilha Grande. Estes
padrões ocorreram onde o relevo submarino é relativamente complexo. Segundo
os autores, parece existir uma gradação na energia do escoamento das correntes de
fundo e na ação de ondas, de leste para oeste (maior para menor), com reflexos na
sedimentação do canal central. Fontoura (2001) observou feições típicas de erosão
por correntes no eixo do Canal Central, onde o embasamento mostra-se pratica-
mente aflorante e uma fina camada de lama presente, com aumento da espessura à
medida que se afasta do eixo do Canal Central.
7. EVOLUÇÃO QUATERNÁRIA
No início dessa transgressão, os rios ainda estavam ligados aos seus canions. As pla-
taformas nordeste e leste continuavam emersas (como no ultimo período glacial).
Com o afogamento da rede de drenagem, começaram a se formar regiões estuarinas
(Kowsmann e Costa, 1979). Após 7.000 anos AP, a taxa de elevação do nível do mar
decresceu consideravelmente, passando a oscilar próxima ao nível atual após 6.000
anos AP. Nos estágios primitivos do período de mar atual, com o mar a cerca de 20m
abaixo do nível atual, implantavam-se em toda plataforma continental interna as fei-
ções morfológicas de primeira ordem e os ambientes de sedimentação, cujas migra-
ções posteriores em direção ao continente resultariam na configuração da linha de
costa hoje delineada. (Kowsmann e Costa, 1979).
7.1 Evidências de Paleoniveis de Mar na Plataforma
Continental do Rio De Janeiro
Corrêa et al. (1980) com base em cartas batimétricas e registros sísmicos de 3,5kHz
observou na plataforma continental do RJ a presença de 5 desníveis topográficos si-
tuados nas profundidades de 20 a 25m, 32 a 45m, 50m, 60 a 75m e 80 a 90m. Nota-se
uma correlação desses níveis com os descritos por outros autores em várias partes
do mundo. Estes desníveis estão relacionados, provavelmente, às antigas facies de
cordões litorâneos formados quando o nível do mar estabilizou-se temporariamente
durante a última transgressão. Os sedimentos que recobrem estes níveis são compos-
tos praticamente de areias e biodetrítitos.
Alguns desses níveis topográficos apresentam-se bem preservados enquanto outros
não; devido à rapidez do reinício do processo transgressivo (Sanders e Kumar, 1975).
Se a transgressão se desenvolver rapidamente, observa-se uma escarpa preservada,
havendo somente um truncamento e um aplainamento da crista do cordão. Se a
transgressão for lenta, ocorrerá um recuo ou a destruição total ou parcial do cordão.
O primeiro caso adaptasse aos níveis topográficos de 60-75m e 80-90m, que se apre-
sentam bem preservados na maioria dos perfis. O segundo caso aplicasse aos níveis
topográficos de 20-25m, 32-45m e 50m, os quais se apresentam menos desenvolvi-
A margem continental brasileira possui áreas prospectáveis para uma série de recur-
sos minerais importantes, além de petróleo e gás. Com o esgotamento e restrições
ambientais das reservas emersas, são cada vez mais desenvolvidas tecnologias de
pesquisa e explotação adequadas aos ambientes submarinos.
A partir da década de 2000, o atual Serviço Geológico do Brasil (antiga CPRM) vem
tentando desenvolver, com o apoio do PGGM, o Projeto REMPLAC (Programa de
Reconhecimento dos Recursos Minerais da Plataforma Continental Brasileira), cujo
principal objetivo é identificar e estudar sítios potenciais para a ocorrência de recur-
sos minerais, visando delimitação de possíveis jazidas.
Ao longo do Delta do Paraíba do Sul, por exemplo, foram detectados teores de até
5,2% de minerais pesados na amostra total, composto de areias ilmeníticas, com zir-
conita, rutilo e monazita como constituintes secundários. Os teores mais elevados
concentram-se na plataforma interna a média, e a área parece que se alarga em di-
reção à borda da plataforma. Na região de Itabapoana as concentrações de minerais
pesados podem ultrapassar o teor de 1% em trechos ao largo da desembocadura de
rios e em trechos esparsos (Palma, 1979).
A explotação destes recursos minerais foi exercida pela Nuclemon (Nuclebrás Mona-
zita S.A.) na década de 70, sendo posteriormente sucedida pelas Indústrias Nucleares
Brasileiras (INB), cuja base operacional situa-se na localidade de Buena, no litoral
norte do estado do Rio de Janeiro. A produção reportada pela INB era de 20 mil tone-
ladas/ano de ilmenita, 720 toneladas/ano de rutilo, 9 mil toneladas/ano de zircão e
mil toneladas/ano de monazita.
Atualmente a principal empresa que explora estes recursos no Brasil é a INB (Indús-
trias Nucleares do Brasil S.A.). No entanto, apesar dessas ocorrências, em nossa pla-
taforma continental, ainda não foram confirmados depósitos de minerais pesados
de relevante interesse econômico (Silva, 2000).
Ao nível de detalhe observa-se grande variação dos tipos morfológicos das algas cal-
cárias em função da profundidade de ocorrência e dos setores geográficos ao longo
da plataforma continental brasileira. Um exemplo disto é a existência de amplos
depósitos de algas do gênero halimeda no Nordeste e a inexistência destes depósitos
na região SE.
ALMEIDA, A.G.; KOWSMANN, R.O. 2015. Geomorfologia do talude continental e do Platô de São
Paulo. In: KOWSMANN, R.O. (Ed). Caracterização ambiental regional da Bacia de Campos, Atlân-
tico Sudoeste. Geologia e Geomorfologia. 152p.
ALMEIDA, J.C.H; HEILBRON, M.C.P.L.; SCHMITT, R.S.; VALERIANO, C.M.; RUBIM, I.N.;
MOHRIAK, W.U.; MACHADO Jr.,D.L.; TETZNER, W. 2013. Guia de campo na área continental do
Alto de Cabo Frio. Boletim de Geociencias da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 21, n. 2, p. 325-355, maio/
nov. 2013.
ALVES, E.C. 1982. Geomorfologia, estrutura e sedimentação da região entre Vitória e Rio de Janeiro.
Relatório CNPq.
AMARAL, C.A.B., 1979. Recursos minerais da margem continental brasileira e das áreas oceânicas
adjacentes. Projeto REMAC, vol. 10, Petrobras, Rio de Janeiro: 112p.
ANGULO, R. J.; LESSA, G. C. 1997. The Brazilian sea-level curves: a critical review with emphasis on
the curves from the Paranaguá and Cananéia regions. Marine Geology, 1997. v. 140, n. 1, p. 141-166.
ANGULO, R.F.; LESSA, G.C.; SOUZA, M.C. 2006. A critical review of mid to late Holocene sea level
fluctuations on the eastern brazilian coastline. Quaternary Science Reviews, 2006. vol. 25. p. 486-506.
ANP. 2016.
ARTUSI, L.; FIGUEIREDO, A. G. 2007. Sismografia rasa da plataforma continental de Cabo Frio -
Araruama – RJ. Revista Brasileira de Geofísica. 2007. v. 25. n. 1, p. 7-16.
BERNARDO G.A. 2012. Estratigrafia sísmica dos sistemas de plataforma rasa entre Macaé e cabo
de São Tomé-RJ. 2012. 125p. Dissertação. (Mestrado em Geologia e Geofísica Marinha). Instituto de
Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2012.
BISPO, L. 2006. Mapeamento em subsuperfície da região do canal central da Baía da Ilha Grande com
base em dados de sísmica rasa de alta resolução. Dissertação (Mestrado em Ciencias). 119p. UERJ, Rio de
Janeiro, 2006.
BISPO, L. SPERLE, M., HEILBRON, M. 2013. Relações entre a sedimentação quaternária, o condi-
cionamento tectônico e as variações relativas do nível médio do mar no canal central da baía da Ilha
Grande, Rio de Janeiro, RJ. cap.13. In: Interações Homem - Meio nas zonas costeiras Brasil/Portugal.
RODRIGUES. M.A.C; PEREIRA, S. D.; BERGAMASCHI, S. (Ed.) - Rio de Janeiro: Corbã, 2013. 296p.
BORGES, H.V.; FIGUEIREDO, A.G.; BEISL, C.H. 1989. Baía de Sepetiba - Evolução Geomorfoló-
gica nos últimos 100 anos. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO SUDESTE, 1, Rio de Janeiro. 1989.
Boletim de Resumos, p. 59-60.
BREHME, I. 1984. Vales submarinos entre o Banco de Abrolhos e Cabo Frio. Dissertação (Mestrado
em Geologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1984.
CAINELLI., C.; MORIAK, W.U. 1998. Geology of Atlantic Eastern Brazilian basins. In: AAPG, IN-
TERNATIONAL CONFERENCE & EXHIBITION SHORT COURSE – Brazilian Geology, Part II,
Rio de Janeiro. 67p.
CAMPOS, E.; VELHOTE, D.; SILVEIRA, I.C. 2000. Shelf-break upwelling driven by 752 Brazil Cur-
rent cyclonic meanders. Geophysical Research Letters. v. 27, p. 751-754. 2000.
CECCOPIERI, W. 2001. Estudos integrados do fundo marinho da Baía da Ilha Grande, RJ. Disser-
tação. (Mestrado em Geologia e Geofísica Marinha). Instituto de Geociências, Universidade Federal
Fluminense, Niterói, 2001. 84p.
CECCOPIERI, W.; DIAS, G. T. M.; DIAS, M. S. 2003. O fundo marinho da baía da Ilha Grande, RJ: o
relevo submarino e a sedimentação no canal central. Revista Brasileira de Geofísica. 2003. São Paulo.
v. 20, n. 1, p. 5-15.
CHANG, H.K.; KOWSMANN, R.O. 1984. Subsidência térmica e espessura crustal na Bacia de San-
tos. In: 33 CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. Rio de Janeiro, 1984. Anais. Rio de Janeiro,
2: 1602-1614.
CHANG, H.K., KOWSMANN, R.O., FIGUEIREDO, A.M.F., BENDER, A. 1992. Tectonics and stra-
tigraphy of the East Brazil rift system: an overview. Tectonophysics. 1992. 213(1/2): p. 97-138.
CORDANI, U.G., NEVES, B.B.B., FUCK, R.A., PORTO, R., THOMAZ FILHO, A., CUNHA, A.F.
1984. Estudo preliminar de integração do Pré-cambriano com eventos tectônicos das bacias sedi-
mentares brasileiras. In: PETROBRAS, Série Ciência Técnica Petróleo: Exploração de Petróleo. Rio
de Janeiro, 15-70.
CORRÊA, I.C.S.; PONZI, V.R.A.; TRINDADE, L.A. F. 1980. Níveis marinhos quaternários da Pla-
taforma Continental do Rio de Janeiro. In: XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA v.1,
p. 578-587.
CORRËA, I.C.S. 2010. Mapeamento de Recursos Minerais na Plataforma Continental e Área Oceänica
Internacional. 62A REUNIÃO ANUAL DA SBPC. Anais. Natal,RN. Julho-2010.
COSTA, M.P.A., ALVES, E.C., PACHECO, P.G.; MAIA, A.S. 1988. Prováveis estabilizações do nível
do mar holocênico em trechos da plataforma continental entre o norte de São Paulo e sul do Rio de
Janeiro, constatadas através de morfologia de detalhe. In: XXXV CONGRESSO BRASILEIRO DE
GEOLOGIA. Belem, PA. v.2. 436-450pg.
DELLA GIUSTINA, I.D. 2006. Sedimentação carbonática de algas vermelhas coralináceas da plata-
forma continental da Bacia de Campos: Um modelo carbonático análogo para o Terciário. Disserta-
ção. (Mestrado em Geociencias). Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, 2006. 134p.
DIAS, G.T.M. 2000. Granulados bioclásticos. Algas calcáreas. Brazilian Journal of Geophysics, vol.
18(3).
DIAS, G.T.M.; GORINI, C.A. 1980. Baixada campista – Estudo morfológico dos ambientes litorâne-
os. In: XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. Anais. Balneário Camboriú-SC. 1980.
V.1. p 588-602.
DIAS, G.T.M.; PALMA, J.J.C.; PONZI, V.R.A. 1982. Matéria orgânica no Quaternário da margem
continental entre Rio de Janeiro e Guarapari. LAGEMAR/PETROBRAS/CENPES, Rio de Janeiro,
Brazil, 1982.
DIAS, G.T.M.; KJERVE, B. 2009. Barrier and beack ridges systems of the Rio de Janeiro coast. In:
Geology and Geomorphology of Holocene Coastal Barriers of Brazil. DILLENBURG, S.R.; HESP,
P.A. (Eds.). Springer. 2009. 390p.
DIAS, G.T.M.; PEREIRA, M.A.; DIAS, I.M. 1990. Mapa geológico geomorfológico da Baía da Ilha
Grande e zona costeira adjacente, escala 1:80.000. Texto explicativo. Laboratório de Geologia Mari-
nha. Publicação interna. LAGEMAR/UFF.
DIAS, G.T.M; GORINI, C.; GALLEA, C.G.; ESPINDOLA, C.R.S.; MELLO, S.M.; DELLAPIAZZA,
H.; CASTRO, J.R.J.C. 1982. Bancos de arenito de praia (beach rocks) submersos na plataforma con-
DIAS, G.T.M.; MEDEIROS, M. F. 2005. Proposta de metodologia para a elaboração de cartas sedi-
mentológicas. In: X CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DO QUATER-
NÁRIO. 2005. Guarapari. Anais. Guarapari: ABEQUA.
Acessado em 25/06/2015. http://www.abequa.org.br/trabalhos/0240_dias_medediros_csedimento.pdf
DIAS, G.T.M. 2010. Evolução da Paisagem. In: Rainha dos Anjos, Mistério na Baía de Guanabara.
JAVIER, G.; CURTIS, E.B.; OLIVEIRA, C.R.; DIAS, G.T.M. (Eds.). Rio de Janeiro, 2010. 200p.
DOMINGUEZ, J.M.L.; DA SILVA, R.P.; NUNES, A.S.; FREIRE, A.F.M. 2013. The narrow, shallow,
low-accommodation shelf of central Brazil: sedimentology, evolution, and human uses. Geomorpho-
logy. V.203. p 46-59. http://dx.doi.org/10.1016/j.geomorph.2013.07.004
DUARTE, C.S.L., VIANA, A.R. 2007. Santos drift system: stratigraphic organization and implica-
tions for late Cenozoic palaeocirculation in the Santos Basin, SW Atlantic Ocean. In: Economic
and palaeoceanographic significance of contourite deposits. VIANA, A.R., REBESCO, M. (Eds.).
Geological Society of London. Special Publications. p.171-198.
FABRI, J.B. 2011. Padrões geoacústicos de fundo e sub-fundo na Baía de Sepetiba: implicações no
conhecimento da geologia do Holoceno. Dissertação. (Mestrado em Oceanografia). Instituto de Ge-
ociências. UERJ, 2011. 119p.
FAUREGES, J.C.; MEZERAIS, M.L; STOW, D.A.V. 1993. Contourite drift types and their distribu-
tion in South Atlantic ocean basins. Sedimentary Geology. V.82. 1-4, P 189-203.
FIGUEIREDO, A.G Jr.; PACHECO, C.E.P.; VASCONCELOS, S.C.; SILVA, F.T. 2015. Geomorfologia
e sedimentologia da plataforma continental. In: KOWSMANN, R.O. (Ed). Caracterização ambiental
regional da Bacia de Campos, Atlântico Sudoeste. Geologia e Geomorfologia. 152p.
FLEMING, F. P.; MAIA, R. M. C.; REIS, A. T.; ALVES, E. C.; GORINI, C.; SILVA, C. G.; GUERRA, J.
V. 2009. Variability and evolution of shallow continental shelf systems off Rio de Janeiro State, Santos
Basin – Brazil. Journal of Coastal Research, v. 1, Special Issue 56, p. 617-621.
GAMBOA, L.A.P. 1981. Marine geology of brazilian continental margin and adjacent oceanic basin
between the latitudes 23S and 37S. PhD Thesis. Columbia University. 200p.
GARZOLI, S.L.; MATANO, R. 2011. The South Atlantic and the Atlantic Meridional Overturning Cir-
culation. Deep-Sea Research II, 58, p.1837–1847.
GUARDADO, L.R., GAMBOA, L.A.P., LUCCHESI, C.F. 1989. Petroleum geology of Campos Basin,
Brazil: a model for producing Atlantic type basin. In: Divergent/Passive Margins Basins. EDWARDS,
J.D., SANTAGROSSI, P.A. (Eds.). AAPG Memoir. 48p. 3-36.
KJERFVE, B., RIBEIRO, C.H.A., DIAS, G.T.M., FILIPPO, A.M.; QUARESMA, V.S. 1997. Oceano-
graphic characteristics of an impacted coastal bay: Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, Brazil. Conti-
nental Shelf Research, 17(13). p.1609-1643.
KOWSMANN, R.O.; COSTA, M.P.A.; VICALVI, M.A.; COUTINHO, M.G.M.; GAMBÔA, L.A.P.
1977. Modelo da sedimentação holocênica na plataforma continental sul brasileira. In: Projeto RE-
MAC - Evolução sedimentar holocênica da plataforma continental e do talude do Sul do Brasil. Rio
de Janeiro, PETROBRAS/ CENPES/DINTEP. Série Projeto REMAC, 2: 7-26.
KOWSMANN, R.O.; COSTA, M.P.A.; GAMBOA, L.A. 1978. Evidencia de estabilizações holocenicas
do nivel do mar na plataforma continental do Rio Grande do SuI. Rio de Janeiro, Petrobras, 1978.
36p. (Serie Projeto REMAC).
LARSONNEUR, C. 1977. La cartographie des dépots meubles sur le plateau continental français:
mèthode mise au point et utilisée en Manche. J. Rech. Oceanogra. 2 :34-39.
LEITE MANSUR, K.; RAMOS, R.R.C.; GODOY, J.M.O.; NASCIMENTO, V.M.R. 2011. Beachrock
de Jaconé, Maricá e Saquarema – RJ: importância para a história da ciência e para o conhecimento
geológico. Revista Brasileira de Geociências, 41(2): 290-303.
MACEDO, J.M. 1989. Evolução tectônica da Bacia de Santos e áreas continentais adjacentes. Boletim
de Geociencias da Petrobras. Rio de Janeiro,1989. v. 3, n. 3, p. 159-173.
MACHADO, K.M. 2009. Dinâmica sedimentar da planície do Paraíba do Sul/RJ. Dissertação. (Mes-
trado em Geologia e Geofísica Marinha). Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense,
Niterói, 2009.
MAHIQUES, M.M. 1987. Considerações sobre os sedimentos de superfície de fundo da Baía da Ilha
Grande, Estado do Rio de Janeiro. 1987. Dissertação. (Mestrado). Instituto Oceanográfico, USP. São
Paulo, SP. 139p.
MAHIQUES, M.M.; FUKUMOTO, M.M.; SILVEIRA, I.C.A.; FIGUEIRA, R.C. L.; BÍCEGO, M.C.; LOU-
RENÇO, R.A.; SOUSA, S.H.M. 2007. Sedimentary changes on the Southeastern Brazilian upper slope
during the last 35000 years. In: ANAIS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS. V. 79, p.171-181.
MAIA, M.; MARTIN, L.; FLEXOR, J.M.; AZEVEDO, A.E.G. 1984. Evolução holocênica da planície
costeira de Jacarepaguá (RJ). In: XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. Rio de Janei-
ro, 1984. Anais. Rio de Janeiro, v. 1, p.105-118,
MAIA, R.M.C., REIS, A.T., ALVES, E.C., SILVA, C.G., GUERRA, J.V., GORINI, C., SILVA, A.,
ARANTES-OLIVEIRA, R. 2010. Architecture and stratigraphic framework of 871 shelf sedimentary
systems off Rio de Janeiro state, northern Santos basin-Brazil. Brazilian Journal of Oceanography. 58
(n.s.2), p.15-29.
MARANGONI, M.B.; REIS, A.T.; SILVA, C.G.; MAIA, R.M.C.; RABINEAU, M.; GUERRA, J.V.; GO-
RINI, C.; OLIVEIRA, R.A.; PASSOS, M.M.; BERNARDO, G.A. 2013. Arcabouço estratigráfico e
ciclicidade deposicional dos sistemas sedimentares do Pleistoceno Médio-Holoceno da plataforma
sul da Bacia de Campos, Brasil. Braz. J. Geol. [online]. 2013, vol.43, n.2, pp. 285-330.
MARINO, I.K. 2011. Caracterização do registro sedimentar quaternário da baía da Guanabara. Tra-
balho Final de Curso. (Bacharelado em Geofísica). Instituto de Geociências. Universidade Federal
Fluminense. 84p.
MARINO, I.K.; SILVA, C.G.; BAPTISTA NETO, J.A. 2011. Correlação entre dados geofísicos, se-
dimentológicos e geoquímicos na caracterização dos depósitos quaternários e influência da ação
antrópica na baía de Guanabara. In: XIII CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ES-
TUDOS DO QUATERNÁRIO ABEQUA. III ENCONTRO DO QUATERNÁRIO SULAMERICA-
NO. XIII ABEQUA CONGRESS - THE SOUTH AMERICAN QUATERNARY: CHALLENGES
AND PERSPECTIVES. Buzios, RJ.
MARROQUIM, M.; TIGRE, C.A.; LUCCHESI, C.F. 1984. Bacia de Campos: Resultados e prespectivas.
In: XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. Rio de Janeiro. Anais. V.3. p 1366-1379.
MARTIN, L.; SUGUIO, K. 1989. Excursion route along the brazilian coast between Santos (State of
São Paulo) and Campos (north os State of Rio de Janeiro). In: INTERNACIONAL SYMPOSIUM ON
GLOBAL CHANGES IN SOUTH AMERICA DURING THE QUATERNARY. São Paulo. Special
Publication, nº 2. 136p.
MARTIN, L., DOMINGUEZ, J.M.L., BITTENCOURT, A.C.S.P. 2003. Fluctuating Holocene sea le-
vels is eastern and southeastern Brazil: evidence from a multiple fossil and geometric indicators.
Journal of Coastal Research. V.19, p.101–124.
MEDEIROS, M. 2005. Estudo da Sequência Sedimentar Holocênica das Baías da Ribeira e Parati (Ilha
Grande - RJ) através de métodos sísmicos e análise de testemunhos. Dissertação (Mestrado em Geolo-
gia e Geofísica Marinha) - Universidade Federal Fluminense, Niterói.
MEDEIROS, M.; DIAS, G.T.M. 2005. Cartas sedimentológicas da Ilha Grande. In: X CONGRESSO
ABEQUA. Anais. 2005.
MEDEIROS, N.; SPERLE, M. 2013. Mapeamento de areias silicilásticas para recuperação de praias do
Rio de Janeiro através de métodos geofísicos acústicos. In: XXX CONGRESSO INTERNACIONAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOFÍSICA. RIO DE JANEIRO. Anais, 6p.
MEDEIROS, N., SPERLE, M.D., AYRES NETO, A., MUEHE, D. 2014. Mapeamento acústico de
areias submersas para recuperação de praias do Rio de Janeiro, Brasil. Revista da Gestão Costeira
Integrada. V.14(1). P.149-158.
MELO, E. 1993. The sea sentinel project: watching waves in Brazil. In: PROCEEDINGS OF THE VIII
SYMPOSIUM ON COASTAL AND OCEAN MANAGEMENT — COASTAL ZONE 93. 19-23 de
julho de 1993, New Orleans, USA.
MENDOZA, U.; AYRES NETO, A.; ABUCHACRA, R.C.; BARBOSA, C.F.; FIGUEIREDO Jr., A.G.;
GOMES, M. C.; BELEM, A.L.; CAPILLA, R.; ALBUQUERQUE, A.L.S. 2014. Geoacoustic charac-
ter, sedimentology and chronology of a cross-shelf Holocene sediment deposit off Cabo Frio, Brazil
(southwest Atlantic Ocean) 2014. Geology Marine Letters. 2014. 34:297–314. DOI 10.1007/s00367-
014-0370-6
MILANI, E.J., THOMAZ FILHO, A. 2000. Sedimentary Basins of South America. In: CORDANI,
U.G., MILANI, E.J., THOMAZ FILHO, A. CAMPOS, D.A. (Eds.). Tectonic Evolution of South Ame-
rica. Rio de Janeiro, 31st. IGC, 389-449.
MODICA, C.J.; BRUSH, E.R. 2004. Postrift sequence stratigraphy, paleogeography, and fill history
of the deep-water Santos Basin, offshore southeast Brazil. Bulletin of the American Association of
Petroleum Geologists. 88, 923-945.
MOHRIAK, W. 2003. Bacias Sedimentares da Margem Continental Brasileira. Cap.3. In: Geologia,
Tectônica e Recursos Minerais do Brasil. BIZZI, L.A.; SCHOBBENHAUS,C.; VIDOTTI. R.M; GON-
ÇALVES, E.J.H. (Eds.) CPRM, Brasília, 643p.
MUEHE, D.; CARVALHO, V.G. 1993. Geomorfologia, cobertura sedimentar e transporte de sedi-
mentos entre a Ponta de Saquarema e o Cabo Frio (RJ). Boletim do Instituto Oceanográfico. USP, v.
41, n. 1/2, p. 1-12.
MUEHE, D.; VALENTINI, E. 1998. O Litoral do Rio de Janeiro: uma caracterização físico-química.
FEMAR, Rio de Janeiro, 1998. 123 p.
MUEHE, D.; LIMA, C.F.; LINS DE BARROS, F.M. 2006. Rio de Janeiro. In: Erosão e progradação no
litoral brasileiro. MUEHE, D. (Ed.). Brasília: MMA, 2006. 476p.
MUEHE, D.; SPERLE, M. ; TESSLER, M. ; SOUSA, S. R. . 2010. Can the trapping of shoreface sand
by mud layers induce coastal erosion? The example of the Paraiba do Sul river outlet, northern Rio
de Janeiro state. Brazilian Journal of Oceanography, v. 58, p. 65-68.
PALMA, J.J.C. 1979. Minerais pesados. Recursos Minerais da margem continental brasileira e das áreas
adjacentes. Rio de Janeiro, PETROBRAS/CENPES/DINTEP. 1979. Projeto REMAC. V.10. p 33-50.
PEREIRA, M.J.; FEIJO, F.J. 1994. Bacia de Santos. Boletim de Geociências da Petrobras.v.8(1). P.
219-234.
PEREIRA, S. D.; VILLENA, H.H.; BARROS, L.C. LOPES, M.B. , PANAZIO, W.; WANDECK, C. 2003.
Baía de Sepetiba: caracterização sedimentar. In: IX CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE ESTUDOS DO QUATERNÁRIO. Arquivo Digital (CD). 2003.
PINHO, U.F. 2003. Caracterização dos estados de mar na Bacia de Campos. Dissertação. (Mestrado).
Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2003.
PONTE, F.C.; ASMUS, H.E. 1976. The Brazilian Marginal Basins: Current state of knowledge. Anais
da Academia Brasileira de Ciências, 48:215-239.
PONZI, V.R.A, OLIVEIRA, K.P.; REIS, M.C.B. 1990. Evidências paleoambientais em testemunhos da
plataforma continental do Rio de Janeiro. In: XXXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA.
Natal,RN. 1990. Vol.2. pag.567-579.
QUARESMA, V.S. 1997. Caracterização da dinâmica sedimentar da baía de Guanabara, RJ. Disser-
tação. (Mestrado em Geologia e Geofísica Marinha). Instituto de Geociências, Universidade Federal
Fluminense, Niterói, 97p. 1997.
REIS, A.T.; MAIA, R.M.C.; SILVA, C.G.; RABINEAU, M.; GUERRA, J.V.; C. GORINI, C.; AYRES,
A.; ARANTES-OLIVEIRA, R.; BENABDELLOUAHED, M.; SIMÕES, I.; TARDIN, R. 2013. Origin
of step-like and lobate seafloor features along the continental shelf off Rio de Janeiro State, Santos
basin-Brazil. Geomorphology 203 p.25–45.
ROCHA, J. MILLIMAN, J.D., SANTANA, C.I.; VICALVI, M.A. 1975. In: Contributions to Sedimento-
logy, Vol 4. Série Projeto REMAC, vol.1. 1975.
RODRIGUES, R.R., LORENZZETTI, J.A. 2001. A numerical study of the effects of bottom topogra-
phy and coastline geometry on the Southeast Brazilian coastal upwelling. Continental Shelf Research
21, 371-394.
RONCARATI, H. E CARELLI, S.G. 2012. Considerações sobre o estado da arte dos processos geo-
lógicos cenozóicos atuantes na Baía de Sepetiba. In: Baía de Sepetiba: estado da arte. RODRIGUES,
M.A.C; PEREIRA, S.D.; SANTOS, S.B. (Eds.). Rio de Janeiro. Ed. Corbã, 2012.
SANDERS, J. E.; KUMAR, N. 1975. Evidence of shoreface retreat and in-place drowning during
Holocene submergence of barriers, shelf off Fire Island, New York. Bull. geol. Soc. Am. 86, p.65–76.
SCHREINER, S., SOUZA, M.F.P., MIGLIORELLI, J.P.R. 2007/2008. Modelo digital da geomorfolo-
gia do fundo oceânico da Bacia de Campos. Boletim de Geociências da Petrobras. 16(1): 157-160.
SCOTT HARRIS, M.; SAUTTER, L.R.; JOHNSON, K.R.; LUCIANO, K.E.; SEDBERRY, G.R.; WRI-
GHT, E.E.; SIUDA, A.M.S. 2013. Continental shelf landscapes of the southeastern United States since
the last interglacial. Geomorphology. V.203. p.6-24. doi:10.1016/j.geomorph.2013.02.014
SIGNORINI, S.R. 1978. On the circulation and the volume transport of the Brazil Current between
the Cape of São Tomé and Guanabara Bay. Deep-Sea Research. 25, 481-490.
SILVEIRA, I.C.A. 2004. Protótipo de Sistema de Previsão Oceânica e Costeira para o Leste Brasileiro.
Fase I: Modelos Paramétricos de Feições Oceanográficas da Costa Sudeste Brasileira (Projeto SPOC I).
Setembro,2004. Acessado em abril-2016. Disponível em:
http://docplayer.com.br/2210182-Prototipo-de-sistema-de-previsao-oceanica-e-costeira-para-o-
-leste-brasileiro.html
SPADINI, A.R.; MONTEIRO, M.C.; KOWSMANN, R.O. E VIANA, A.R. 1994. A sedimentação car-
bonática na borda da plataforma da Bacia de Campos em resposta as oscilações do nível do mar
durante o quaternário superior. In: XXXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. V.3.
SPERLE, M. 1993. Análise isostática na região do Platô de São Paulo. Dissertação. (Mestrado em
Geofísica). Observatório Nacional. Rio de Janeiro, 140p.
SPERLE, M. 1997. Significado tectônico da topografia do Sudeste do Brasil e suas prováveis relações
com a margem continental adjacente. Tese de doutorado. Observatório Nacional, 1997. 188p.
SUGUIO, K.; MARTIN, L. 1976. Brazilian coastline quatemary formations the States of SLo Paulo
and Bahia littoral zone evolutive schemes. Anais Acad. Bras. Cien. 48 (Suppl.): 325-334.
SUGUIO K., MARTIN L., BITTENCOURT, A. C. S. P., DOMINGUEZ, J. M. L.; FLEXOR, J. M. 1985.
Flutuações do nível relativo do mar durante o Quaternário superior ao longo do litoral brasileiro e suas
implicações na sedimentação costeira. Revista Brasileira de Geociências, 15: 273-286.
TURCQ, B.; MARTIN, L.; FLEXOR, J. M.; SUGUIO, K.; PIERRE, C.; TASAYACO-ORTEGA, L. 1999.
Origin and Evolution of the Quaternary Coastal Plain between Guaratiba and Cabo Frio, State of Rio
de Janeiro, Brazil. In: Environmental Geochemistry of Coastal Lagoon Systems. KNOPPERS, B.;
BIDONE, E.D.; ABRÃO, J.J. (Eds). Série Geoquímica Ambiental, Rio de Janeiro, Brazil, v. 6, p. 25-46.
VIANA, A.R., FAUGÈRES, J.C., KOWSMANN, R.O., LIMA, J.A., CADDAH,L.F., RIZZO, J.G. 1998.
Hydrology, morphology and sedimentology of the Campos Basin continental margin, Offshore Bra-
zil. Sedimentary Geology. 115(1/4): 133-157.
VICALVI M.A.; MILLIMAN J.D. 1977. Calcium carbonate sedimentation on continental shelf off
southern Brazil with special reference to benthic foraminifera In: Studies in Geology. FROST S. H.,
WEISS M. P.; SAUNDERS J.B (Eds.), 4, AAPG, pp.: 313-328.
VILLENA, H.H.; PEREIRA, S.D.; CHAVES, H.A.F.; SPERLE, M.D.; GUERRA, J.V. 2012. Indícios da va-
riação do nível do mar na Baía de Sepetiba. In: Baía de Sepetiba: estado da arte. RODRIGUES, M.A.C;
PEREIRA, S.D.; SANTOS, S.B. (Eds.) Rio de Janeiro. Ed. Corbã, 2012. Cap. 2.
WINTER, W.R., JAHNERT, R.J., FRANÇA, A.B. 2007. Bacia de Campos. Bo-
letim de Geociências da Petrobras. 15(2): 511-529. Cartas Estratigráficas. 2007.
ZALÁN, P.V.; OLIVEIRA, J.A.B. 2005. Origem e evolução estrutural do Sistema de Riftes Cenozóicos
do Sudeste do Brasil. Bol. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 269-300, maio/nov. 2005
ZEMBRUSCKI, S.G. 1979. Geomorfologia da margem continental sul brasileira e das bacias oceâ-
nicas adjacentes. In: CHAVES, H.A.F. (Ed.) Geomorfologia da margem continental brasileira e das
áreas oceânicas adjacentes: relatório final. Rio de Janeiro: PETROBRAS/CENPES/DINTEP. Série
Projeto Remac 7. p. 129-177.
1
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Escola do Mar, Ciência e Tecnologia (EMCT), [email protected]
2
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Departamento de Geologia (DGL), [email protected]
3
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Escola do Mar, Ciência e Tecnologia (EMCT), [email protected]
4
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Escola do Mar, Ciência e Tecnologia (EMCT), [email protected]
5
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Escola do Mar, Ciência e Tecnologia (EMCT), [email protected]
6
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Coordenadoria Especial de Oceanografia (OCN), [email protected]
7
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Coordenadoria Especial de Oceanografia (OCN), [email protected]
Dentro dos limites geográficos do estado de Santa Catarina, uma enorme diversidade
de relevo e uma complexa sucessão de modelados e compartimentos geomorfoló-
gicos são observados, conforme os trabalhos de Almeida (1953), um dos primeiros
geocientistas a descrever a geologia catarinense. Essa geodiversidade fica ainda mais
evidente pelo fato de que as regiões Sul e Norte diferirem marcadamente nas suas
características geológicas e geomorfológicas. Enquanto a porção Norte tem como ca-
racterística predominante, um conjunto de serras localizadas junto à costa, formadas
por rochas metamórficas e magmáticas ácidas, o setor Sul é marcado pelo desenvol-
vimento de uma planície costeira, relativamente extensa exibindo sistemas lagunares
associados às barreiras arenosas.
As Bacias Sedimentares de Santos e Pelotas consideradas por Diehl & Horn Filho
(1996) e Horn Filho et al. (2004) como prolongamento da província costeira de
Santa Catarina iniciaram seu desenvolvimento no estágio Albo-Aptiano do Cretá-
ceo inferior (121-99 Ma AP), juntamente com outras bacias sedimentares da costa
oriental brasileira, como Campos e Espírito Santo, entre outras.
O clima da região Sul do Brasil é governado pela interação das massas de ar constitu-
ídas pelos anticiclones semipermanentes do Atlântico, do Pacífico e Polar, e também
pelo centro de baixa pressão semipermanente do Chaco, sujeita à passagem de frentes
polares e mudanças bruscas de tempo em qualquer estação do ano (Nobre et al., 1986).
Ondas de alta energia são geradas na passagem das frentes frias intensas e na aproxi-
mação de ciclones extratropicais, típicos de outono-inverno (Machado et al., 2010).
Segundo Rodrigues et al. (2004) a costa catarinense é atingida, em média, por três a
quatro frentes frias por mês que se movem tipicamente de sudoeste para nordeste.
Ventos do quadrante NE são mais intensos e frequentes no verão e têm uma compo-
nente paralela à costa ocasionando um transporte da camada superficial para leste
(Nobre et al., 1986) favorecendo o fenômeno de ressurgência que é registrado com
mais frequência ao largo do Cabo de Santa Marta Grande devido, também, à mudança
de orientação da costa para NE-SW (Campos et al., 2000).
As ondas predominam sobre as marés (Truccolo, 1998; Menezes, 2002; Rech et al.,
2006) resultando na formação de bancos paralelos às praias. Apesar de possuir al-
guns setores abrigados, principalmente no setor Centro-norte, a costa catarinense
na sua maior parte está diretamente exposta às ondas provenientes de sul, sudeste e
leste, com período típico de 12s e altura de 2m (40% de ocorrência) e vagas de leste
com período de 7 a 9s e altura de 1 a 1,2m com variações entre estações (Jica, 1990 e
Alves, 1996). Alturas de onda maiores que 4m podem ocorrer em todas as estações
do ano, porém com rara frequência e associada à eventos de tempestade.
As escarpas citadas em Corrêa (1979), Corrêa (1986) e Corrêa (1990); Corrêa & Ade
(1987), Corrêa et al. (1996) e Abreu (1998), já comentadas anteriormente, localizadas
nas isóbatas de 20/25m, 32/45m, 60/70m, 80/90m e 120/130m, evidenciam estabili-
zações e construção de ambientes praiais ocorridos durante a transgressão marinha.
Registros sísmicos interpretados por Figueiredo Jr. (1975); Vicalvi (1977); Abreu &
Calliari (2005) e Weschenfelder et al. (2010) identificaram antigas drenagens fluviais
que dissecavam a antiga planície costeira e que agora encontram-se soterrados na
forma de paleocanais na plataforma continental. Estruturas soterradas no segmento
setentrional da plataforma continental interna de Santa Catarina foram descritas e
correlacionadas aos paleocanais dos rios Itajaí-Açu e Camboriú, importantes siste-
mas fluviais atuais do litoral Centro-norte de Santa Catarina. Segundo Abreu (2010),o
paleocanal do Rio Camboriú, cuja desembocadura atual localiza-se no extremo sul
2. CARACTERÍSTICAS SEDIMENTARES
DA PLATAFORMA CONTINENTAL
Baseado nos resultados das análises texturais realizadas em 669 amostras de sedi-
mentos superficiais (Figura 2.1), verificou-se marcantes diferenças na granulome-
tria dos sedimentos em base à média e teores de cascalho, areia, silte e argila.
Verificou-se que os teores de cascalho (Figura 2.2) mais expressivos (em torno de
40%) ocorrem na plataforma continental interna numa pequena área ao sul da lo-
calidade de Imbituba, diminuindo para teores de 25% numa faixa que acompanha a
linha de costa na isóbata de 25m. Ainda na plataforma continental interna, depósi-
tos de cascalho ocorrem nos arredores das ilhas do Arvoredo e Galés. Na plataforma
continental média depósitos de cascalho aparecem como pequenas manchas acom-
panhando a linha de 100m na altura de Imbituba. Maior representatividade em área
de cobertura ocorre sobre a isóbata de 150m e na plataforma continental externa,
cuja principal ocorrência situa-se na altura de Florianópolis com frequência repre-
sentativa de 25%.
Em todos os casos acima, a fácies areia siltosa (2) acompanha de forma regular os
limites da fácies areia (1) e é sucedida pela fácies areia síltico-argilosa (8). Esta úl-
tima se alonga de sul a norte na plataforma continental média e externa no sentido
SE-NE, mas de forma não contínua, se posicionando entre as fácies areia siltosa (2)
e areia argilosa (3).
A fácies areia siltosa (2) envolve as fácies mais finas, até a fácies silte argiloso (6),
em faixas relativamente regulares no sentido norte-sul em três áreas distintas: ao sul
para fora da isóbata de 75m, frente a Imbituba, numa área pequena e isolada; cru-
3. POTENCIAL MINERAL
Santa Catarina está entre os maiores destinos turísticos do país e o número crescente
de obras de infraestruturas urbanísticas torna o setor da construção um mercado
ávido por agregados granulados. Por esse motivo, a região costeira Centro-norte do
estado apresenta uma grande demanda por areias e cascalhos. Pesquisas cujos obje-
tivos foram localizar e avaliar as ocorrências arenosas da plataforma continental de
Santa Catarina, resultaram na indicação de depósitos de areia fina à grossa em áreas
ao largo de Balneário Camboriú, Itajaí e Piçarras (CTTMar, 2003). Nestes locais,
em profundidades entre 10 e 30m, a areia predominantemente quartzosa representa
mais de 99% da constituição do sedimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, J. G. N. & CALLIARI, L. J. 2005. Paleocanais na plataforma continental interna do Rio Grande
do Sul: evidências de uma drenagem fluvial pretérita. Revista Brasileira de Geofísica, 23(2):123-132.
ABREU, J. G. N.; GRABOWSKI NETO, D.; SILVA, F. E. da; DIEHL, F. L.; KLEIN, A. H. da F.; SAN-
TOS M. I. F. dos. 2001. Caracterização geofísica de duas áreas da plataforma continental interna ao
largo do litoral Centro-norte de Santa Catarina. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE ESTUDOS DO QUATERNÁRIO, 8., Imbé. Resumos... Imbé: [s.n.], 2001. p.556-557.
ALMEIDA F. F. M. de HASUI, Y.; PONCANO W. L., DANTAS, A. S. L., CARNEIRO C. D. R., MELO
M. S.; De BISTRICHI; C. A. 1981. Mapa geológico do estado de São Paulo, escala 1:500.000 - Nota
Explicativa. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 126p.
ALVES, E. C., SPERLE, M., MELLO, S. L. M., SICHEL, S. E. 1997. Compartimentação tectônica do
sudeste do Brasil e suas relações com as zonas de fraturas oceânicas. In: Sociedade Brasileira de Ge-
ofísica, CONGRESSO INTERNACIONAL, 5., São Paulo, Anais, 48-50.
ANGULO, R. J. & SUGUIO, K. 1995. Re-avaluation of the Holocene sea-level maxima for the state of
Paraná, Brazil. Paleocenography, Paleoecology, Paleoclimatology, 113:385-393.
CAMPOS, E. J. D., VELHOTE D., SILVEIRA, I. C. A. 2000. Shelf break upwelling driven by Brazil
Current cyclonic meanders, Geophys. Res. Lett., 27:751-754.
CASTRO FILHO, B. M. 1990. Estado atual do conhecimento dos processos físicos das águas da plata-
forma continental sudeste do Brasil. In: SIMPÓSIO DE ECOSSISTEMAS DA COSTA SUL E LESTE
BRASILEIRA: ESTRUTURA FUNÇÃO E MANEJO, 2., São Paulo. Anais... São Paulo: Academia de
Ciências de São Paulo, 1990. p.1-19. v.1.
CASTRO FILHO, B. M. & MIRANDA, L. B. 1998. Physical oceanography of the western Atlantic
continental shelf located between 4°N and 34°S. In: ROBINSON, A. R.; KENNETH, H. B. (Ed.). The
Sea. New York: John Wiley & Sons, Inc., 1998. v.11. Chapter 8.
CORRÊA, I. C. S. 1979. Paleolinhas de costa na plataforma continental entre São Paulo e Santa Catari-
na. In: SIMPÓSIO REGIONAL DE GEOLOGIA, 2, Rio Claro. Atas... Rio Claro: SBG, 1979. p.269-278.
CORRÊA, I. C. S. 1980. Distribuição dos sedimentos modernos da plataforma continental entre São
Paulo e Santa Catarina. Pesquisas, 13:109-141.
CORRÊA, I. C. S. 1996. Les variations du niveau de la mer durant les derniers 17.500 ans bp: l’exem-
ple de la plate-forme continentale du Rio Grande do Sul-Brésil. Marine Geology, 130(1): 163-178.
CORRÊA, I. C. S & VILLWOCK, J. A. 1996. Continental shelf and coastal plain sediments of the
southwest and south coast of Brazil. In: MARTINS, L.R.S.& CORRÊA, I.C.S (Eds.) Morphology and
sedimentology of the southwest Atlantic coastal zone and continental shelf from Cabo Frio (Brazil)
to Peninsula Valdéz (Argentina) Explanatory text of the Atlas. UNESCO/IOC/MCT/SECOP/DMS/
CPRM/OSRNL/SWA, pg:41-54.
CTTMar – Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar. Universidade do Vale do Itajaí. 2003.
Avaliação do potencial de recursos arenosos da plataforma interna e desembocadura de rios para
engordamento artificial de praias. Relatório Final. Itajaí: PADCT III-FINEP, BIRD, Jan/2003.
DIAS, G. T. de M.; ROBRINI, M.; FREIRE, G. S. S.; FIGUEIREDO, A. 2009. Geologia dos sedimen-
tos superficiais da plataforma continental brasileira. In: Geologia da Plataforma continental jurídica
brasileira e áreas adjacentes. CPRM: Brasília - DF.
FIGUEIREDO JR., A. G. 1975. Geologia dos depósitos calcários biodetríticos da plataforma conti-
nental do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. 72p. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-gradua-
ção em Geociências. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
GAPLAN 1986 - Gabinete de Planejamento e Coord. Geral, Sec. de Estat., Geogr. e Inform. Atlas de
Santa Catarina. 173 p. tab. graf. col. Rio de Janeiro: Aerofoto Cruzeiro.
GRÉ, J. C. 1983. Aspectos sedimentares da plataforma continental de Santa Catarina. Porto Alegre.
91p. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Geociências. Universidade Federal
do Rio Grande do Sul.
HORN FILHO, N. O. & DIEHL, F. L. 1995. Aspectos geológicos do embasamento da planície costeira
do estado de Santa Catarina, Brasil. In: SIMPÓSIO SUL-BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 6, Porto
Alegre, 1995. Boletim de Resumos Expandidos... Porto Alegre: SBG, p.108-109.
HORN FILHO, N. O.; DIEHL, F. L.; AMIN, A. H.; MEIRELES, R. P.; ABREU, J. G. N. 2004. Coastal
geology of the Central-northern coastal of the state of Santa Catarina, Brazil. In: INTERNATIONAL
COASTAL SYMPOSIUM, 8., Itajaí. Proceedings… Itajaí: CERF, 2006. p. 1723-1726. Special Issue, 39.
JICA. 1990. Feasibility study on the flood control project in the lower Itajaí river basin: Final Report.
Supporting Report: Japan International Cooperation Agency, 1990.
KLEIN, A. H. da F.; MENEZES, J. T.; DIEHL, F. L.; ABREU, J. G. N.; POLETTE, M.; SPERB, R. M.;
SPERB, R. C. 2006. Litoral Centro-norte. In: Ministério do Meio Ambiente. Erosão e Progradação no
Litoral Brasileiro. Brasília: [s.n.], 2006. 456p. Ilust.
MACHADO, A. A., CALLIARI, L. J., MELO, E., KLEIN, A. H. F. 2010. Historical assessment of
extreme coastal sea state conditions in southern Brazil and their relation to erosion episodes. Pan-A-
merican Journal of Aquatic Sciences, 5(2):277-286.
MAHIQUES, M. M. SOUSA, S. H. M.; FURTADO, V. V. 2010. The southern Brazilian shelf: general
characteristics, Quaternary evolution and sediment distribution. Brazilian Journal of Oceanography,
58 (Special Issue PGGM):25-34.
MARTINS, L. R. S. & SOUZA, K. G. de. 2007. Ocorrência de recursos minerais na plataforma conti-
nental brasileira e áreas oceânicas adjacentes. In: Parcerias Estratégicas. Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos (CGEE). Ministério de Ciência e Tecnologia. v.24, Edição Especial, 137-190.
NOBRE, C. A.; CAVALCANTI, I. F.; GAN, M. A.; NOBRE, P. A.; KAYANO, M. T.; RAO, V. B.; BO-
NATTI, J. P.; SATYAMURTY, P.; UVO, C. B.; COHEN, J. C. 1986. Aspectos da climatologia dinâmica
do Brasil. Climanálise. Edição especial.
ROCHA, J.; MILLIMAN, J. D.; SANTANA, C. I.; VICALVI, M. A. 1975. Part V: Southern Brazil. In:
Contribution to Sedimentology. Stutgart: [s.n.], 1975. p.117-150. v.4.
RODRIGUES, M. L. G.; FRANCO, D.; SUGAHARA, S. 2004. Climatologia de frentes frias no litoral
de Santa Catarina. Revista Brasileira de Geofísica, 22(2):135-151.
SCHEIBE, L.F. 1986 - Geologia de Santa Catarina - Sinopse provisória. Geosul, 1(1):7-38.
SCHETTINI, C. A. F. 2002. Caracterização física do estuário do rio Itajaí-Açu. Rev. Bras. Rec. Hidr.,
7(1):123-142.
SCHETTINI, C. A. F. & CARVALHO, J. L. B. 1998. Suspended sediment balance in the estuary of Ita-
jaí-açu river during a low discharge period. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 70(2):325-334.
SILVA, L. C. 1983. Evolução do Pré-Cambriano catarinense: uma abordagem alternativa. In: SIM-
PÓSIO SUL-BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 1.; PROGRAMA RES. ROTEIRO DAS EXCURSÕES,
Porto Alegre. Resumos... Porto Alegre: [s.n.], 1983. p.46-69.
SILVEIRA, J. D. 1964. Morfologia do litoral. In: TESSLER G.L & GOYA S.Z. Processos costeiros con-
dicionantes do litoral brasileiro. Revista do Departamento de Geografia, (17):11-23.
SOUZA, D. R. & ABREU, J. G. N. 2005. Análise quantitativa dos minerais pesados na plataforma
continental interna adjacente ao litoral Centro-norte de Santa Catarina. Brazilian Journal of Aquatic
Science and Technology, 9(1): 1-5.
SUGUIO, K. & MARTIN, L. 1978. Quaternary marine formations of the states of São Paulo and sou-
thern Rio de Janeiro. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON COASTAL EVOLUTION IN THE
QUATERNARY, São Paulo. Proceedings… São Paulo: [s.n.], 1978. Special Publication I. Project 61.
SUGUIO, K.; MARTIN, L.; BITTENCOURT, A. C. S. P.; DOMINGUEZ, J. M. L.; FLEXOR, J. M.;
AZEVEDO, A. E. G. 1985. Flutuações do nível relativo do mar durante o Quaternário superior ao
longo do litoral brasileiro e suas implicações na sedimentação costeira. Revista Brasileira de Geoci-
ências, 15(4):273-286.
TESSLER, M. G. & GOYA, S. C. 2005. Processos costeiros condicionantes do litoral brasileiro. Revista
do Departamento de Geografia, (17):11-23.
WESCHENFELDER, J.; CORRÊA, I. C. S.; ALIOTTA, S.; BAITELLI, R. 2010. Paleochannels related
to late Quaternary sea-level changes in Southern Brazil. Brazilian Journal of Oceanography, 58:35-44.
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Instituto de Geociências, [email protected]
2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Instituto de Geociências, [email protected]
3
Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Instituto de Geociências, [email protected]
4
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Instituto de Geociências, [email protected]
5
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Instituto de Geociências,
6
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Instituto de Geociências, [email protected]
1. INTRODUÇÃO
Com base nas informações e dados obtidos sobre a plataforma continental do Rio
Grande do Sul apresenta-se o estado atual do conhecimento geológico da mesma.
2. ARCABOUÇO GEOLÓGICO
Rochas vulcânicas caracterizam a fase rift nas Bacias de Pelotas, Santos, Campos
e Espírito Santo, sobre as quais repousam os sedimentos mais jovens desta fase,
nessas bacias (Chang et al., 1992; Cainelli & Mohriak, 1999).
A Bacia de Pelotas é a mais meridional das bacias marginais que compõem a mar-
gem continental brasileira. O alto de Florianópolis delimita a bacia ao norte e, ao
sul, o alto de Polônio, já dentro dos limites territoriais do Uruguai. As áreas topográ-
ficas mais elevadas do embasamento marcam o limite ocidental da bacia. Para leste
o seu limite se prolonga em direção à Elevação Continental (Fig. 2.1.1).
A Bacia de Pelotas está localizada na costa do Rio Grande do Sul, subjacente à pla-
taforma e talude continental e é limitada, aproximadamente, pelos paralelos de 28º
e 36º Sul e pelos meridianos de 46º e 54º Oeste. (Fig. 2.1.1).
• Área Emersa:
A Bacia de Pelotas é constituída, na sua porção meridional, pelo embasamento cris-
talino enquanto que em sua porção norte, pelos sedimentos Paleozoicos e Meso-
• Área Submersa:
A Bacia de Pelotas, em sua parte submersa, é formada pela plataforma e pelo talu-
de continental. A plataforma continental se estende desde a costa até a isóbata dos
160m, aproximadamente. Apresenta uma superfície plana, ornamentada por suaves
irregularidades e com um gradiente médio de 1:1000 (Martins et al., 1972). O talude
continental apresenta uma declividade mais acentuada e que pode variar de 1:40 a
1:60, e com uma forma geral convexa o que revela a predominância dos processos
sedimentares deposicionais, na sua configuração (Martins et al., 1972). A maior fei-
ção deposicional observada sobre a margem continental é a presença do Cone de
Rio Grande (Fig. 2.1.1).
Segundo Asmus & Guazelli (1981), as estruturas transversais mais importantes são:
o Lineamento de Florianópolis o qual é caracterizado por uma cadeia vulcânica
que, juntamente com a cadeia Walvis, foi responsável pela restrição meridional da
Bacia evaporítica Aptiana e constitui o limite setentrional da Bacia de Pelotas e da
Elevação do Rio Grande; o Lineamento de Porto Alegre o qual determina o limite
sul da Elevação do Rio Grande; e o Lineamento do Chuí que representa o limite
meridional da Bacia de Pelotas.
Para a parte profunda, Carvalho & Franciscone (1981), estabeleceram três comparti-
mentos: o depocentro norte, em frente ao Cabo de Santa Marta, onde os sedimentos
apresentam uma espessura de até 6.000m; o depocentro central, na latitude de Porto
Alegre, com pouco mais de 7.000m; e o depocentro sul, diante da cidade de Rio
Grande, aonde a espessura sedimentar chega aos 10.000m.
• Unidade II
Esta corresponde aos sedimentos de idade Cretácea depositados posteriormente ao
basculamento Albo-Aptiano. Esta unidade recobre discordantemente a Unidade I e
se encontra apoiada sobre o embasamento, a oeste da calha de ruptura Albo-Aptiana.
• Unidade III
Esta unidade teve início com a transgressão ocorrida na passagem do Cretáceo para
o Terciário, projetando para oeste o talude continental, dando assim condições de
ambiente de águas profundas para a antiga plataforma da Unidade II. A sedimenta-
ção progradante culminou com a formação de uma ampla plataforma continental.
A partir do testemunho 1-RS-2 observa-se que a parte superior desta unidade foi
erodida, restando apenas uma sequência de ±300m formada por folhelhos e com
intercalações de sequências turbiditicas, na parte superior. No testemunho 2-MO-1-
RS esta unidade é formada por areias conglomeráticas argilosas (Fig. 2.2.1).
• Unidade IV
Esta unidade está relacionada ao segundo basculamento ocorrido na Bacia de Pelotas,
aproximadamente na passagem do Paleoceno para o Eoceno. É constituída por uma
cunha sedimentar depositada em onlap sobre a parte submergida do bloco basculado.
Devido à erosão acentuada, ocorrida nas áreas soerguidas pelo basculamento, o
aporte sedimentar foi elevado durante a formação desta unidade (Fig. 2.2.1).
• Unidade V
A unidade V teve início com a transgressão ocorrida em torno do Eoceno médio e
atingiu grande espessura. Durante o período de sedimentação desta unidade a mes-
ma sofreu transgressões e regressões que provocaram o avanço e o recuo do talude
continental e que originaram sucessões verticais de sedimentos com características
paleoambientais diversas.
• Unidade VI
• Unidade VII
Teve início no Mioceno inferior uma grande transgressão a qual deu origem a se-
dimentação desta unidade e que ocasionou a deposição de folhelhos francamente
marinhos em área onde hoje é continente.
• Unidade VIII
Durante o Mioceno médio uma transgressão fez recuar para o oeste o talude conti-
nental, dando início a um novo ciclo deposicional que se estendeu, com pequenas
oscilações, até o Holoceno.
3. ASPECTOS OCEANOGRÁFICOS
3.1 – Ondas
Quanto aos períodos característicos das ondas, o período significativo de maior fre-
quência, observado pelas medições realizadas no ondógrafo de Tramandaí, foi de
8s, ocorrendo uma distribuição normal em torno deste valor desde 5s até um má-
ximo de 17s. Já em Rio Grande, os dados obtidos pelo ondógrafo revelam períodos
de pico de cerca de 20s, ocorrendo, porém, dois períodos predominantes, de 8 e 11s.
Nos registros de alturas de ondas Motta (1963) detectou, para o mês de abril de 1963,
a presença de ondas de tempestade com 7m de altura máxima (período e altura sig-
Valores médios de altura de onda demonstram valores mais expressivos para a região
correspondente à direção sudoeste e, secundariamente, às direções oeste e sul (segun-
da direção de maior incidência de ondas), seguida pelas direções de nordeste e norte).
Coli (1994) observou um padrão sazonal onde as maiores alturas de ondas ocorrem
durante o inverno, enquanto que os meses de outono e primavera possuem um pa-
drão transicional. Quanto à ocorrência, as ondas provenientes do quadrante leste
(NE, E, SE) possuem maior frequência durante a primavera e verão, enquanto que
as de norte, oeste e sudoeste se magnificam no outono e inverno, sendo que as ondas
de sudoeste correspondem, em média, as maiores alturas ao longo do ano, seguidas
das provenientes de sul, oeste e norte. Foram encontradas ao sul da área de estudo
alturas de ondas maiores que as observadas na região norte. Confirmando o que
foi encontrado por Motta (1963, 1967), parece ocorrer uma independência entre o
vento e a direção das ondas.
A partir de três anos de dados de altura de onda obtidos pelo satélite GEOSAT,
Young & Holland (1996) verificaram, da mesma forma, uma sazonalidade para os
valores médios mensais da altura significativa da onda para dois locais do Atlântico
Sudoeste. Esses correspondem a uma região norte, centrada na latitude de Traman-
daí (RS) e outra ao sul na latitude de Mar del Plata, Argentina. Os autores notaram
claramente a diferença em alturas de ondas já salientadas por Coli (1994) assim
Em linhas gerais pode-se dizer que para os dados medidos pelos ondógrafos em
Tramandaí e Rio Grande, a altura máxima das ondas alcança respectivamente
7,0 e 7,6m. O período máximo nestes dois locais corresponde respectivamente a
17s e 20s. Já para os ângulos principais de incidência, ambos apresentam bimo-
dalidade proveniente, respectivamente, dos setores 100º e 125º e 100º e 160º. Os
dados históricos de observações visuais em navios e altimétricos indicam que as
ondas são maiores no inverno que no verão, predominando na porção oceâni-
ca sul as maiores alturas de ondas. As alturas significativas máximas encontra-
das foram entre 5 e 7m respectivamente ao largo de Tramandaí e Mar del Plata
(Argentina) indicando assim alturas máximas da ordem de 10 e 14m respectiva-
mente (Fig. 3.1.3). Os valores de altura de onda mais expressivos correspondem
à direção sudoeste e, secundariamente, às direções sul e oeste, nordeste e norte.
Strauch et al. (2009), ao analisarem a variabilidade espacial das ondulações ao longo
da costa do Rio Grande do Sul, quanto à altura, período e energia de pico das ondas,
durante o verão e o outono, concluem sobre a existência de grande similaridade no
comportamento do clima de ondas.
Costa & Möller Jr. (2011) analisando dados de fundeios, na plataforma continental
interna do Rio Grande do Sul, para o período de primavera-verão de 2006/2007,
demonstram que, neste período do ano, onde os ventos nordeste são mais intensos,
o fluxo costeiro é para sul, com velocidade média de 0,06m/s e maior energia con-
centrada em períodos de 10,3 dias. As correntes costeiras na plataforma continental
interna do Rio Grande do Sul estão diretamente relacionadas ao padrão de ventos
locais sendo caracterizadas por fluxos longitudinais à linha de costa com forte pre-
O estuário do Rio da Prata é a maior fonte de água doce para a plataforma conti-
nental adjacente na região sudoeste do Atlântico Sul, com uma descarga média de
23.000m3/s (Piola et al., 1999; Piola et al., 2004) e picos que chegam a mais de 60.000
m3/s em anos de evento El Niño (Piola et al., 2005) e uma distância de 400km ao sul
do local de estudo. A Laguna dos Patos, cuja desembocadura está próxima da latitu-
de de 32ºS é também um importante tributário, com descarga média de 2.400m3/s
(Vaz et al., 2006), podendo alcançar picos de 12.000m3/s também em anos de evento
El Niño (Möller Jr. & Castaing, 1999).
4 - SUPRIMENTO DE SEDIMENTOS
Ao final do estágio de nível de mar baixo, esse se elevou e teve início o processo de
inundação da planície costeira da época, dos deltas, estuários e outros ambientes
transicionais existentes, formando uma superfície básica transgressiva com grande
remobilização de sedimentos. A linha de costa retrocedeu de forma rápida, mas in-
termitente, em direção ao continente. Escarpas, ilhas-barreira alinhadas em relação
à linha de costa e vales fluviais preenchidos, representam evidências dessas estabili-
zações temporárias.
Segundo estudos de Martins et al., (1967, 1973, 1978b, 1996), Martins & Urien (1979,
2004), Ayup-Zouain (1985) e Martins & Villwock (1987), o piso sedimentar é carac-
terizado pela presença de um domínio sedimentar arenoso do tipo uniforme. A
origem dessa cobertura está vinculada a uma deposição pretérita bastante incisiva,
em termos de volume de sedimentos, e à presença de ambientes transicionais sobre
uma extensa planície costeira de idade pleistocênica, posteriormente remobilizada e
retrabalhada pela consequente migração da linha de costa em direção ao continente,
através da elevação progressiva do nível do mar durante o Holoceno.
O afogamento da antiga fisiografia e de seus sedimentos, geraram o retorno das anti-
gas condições de plataforma continental. Estudos relativos à textura e à mineralogia
dos sedimentos da região foram desenvolvidos por Martins et al., (1972), Urien &
Martins (1974), Tomazelli (1978), Corrêa (1987a, 1987b, 1990) e Corrêa et al., (2001,
2002, 2006, 2008).
a) Lamas de plataforma
São consideradas nessa categoria as acumulações pelíticas sem vínculo atual com os
deságues costeiros presentes na linha de costa.
Uma segunda área fonte se sedimentos esteve ligada a atividade organógena tendo
como produto principal o material carbonático (conchas, fragmentos de conchas, co-
quina, arenito de praia, foraminíferos), com incidência igualmente controlada pela la-
titude e profundidade.
5 - BATIMETRIA
A plataforma continental do Rio Grande do Sul, de Torres até o Arroio Chuí (Fig.
5.1), possui uma morfologia bastante regular e homogênea, com sua largura va-
riando de 100km a 190km e com a presença da zona de quebra na profundidade
de 160m (Martins et al., 2005). A costa apresenta uma configuração praticamente
retilínea, possuindo a orientação NE-SW, o que dentro dos aspectos hidrodinâmi-
cos lhe confere um caráter bem aberto e exposto à ação das ondas (Tomazelli &
Villwock, 1992).
dia 130km, com declividade média em torno de 1:700 e mostra um padrão bati-
métrico paralelo e razoavelmente concordante com a linha de costa do continente
(Fig. 5.1.1). Não apresenta, em superfície, drenagem notória a não ser na borda da
plataforma continental onde ocorre a presença de cânions.
Os bancos lineares, estudados por Figueiredo Jr. (1975); Corrêa (1983) e Calliari &
Abreu (1984) variam de 1 a 6m de altura (Corrêa, 1983) podendo chegar até 10m
(Figueiredo Jr., 1975), estão distribuídos dentro de uma profundidade de 8 a 30m,
podendo atingir aproximadamente 220km de extensão, por vezes ligados à praia ou
Ao longo do final da costa do Rio Grande do Sul e parte norte da costa do Uru-
guai ocorrem feições submarinas bem destoantes na paisagem submarina. O “Banco
Hermenegildo Interno” é um banco localizado bem próximo a costa do Balneário
do Hermenegildo, a cerca de 2km da linha de praia, situado entre as isóbatas de 5m
e 10m e com dimensões de cerca de 10km de extensão por 5km de largura. O “Banco
Hermenegildo Externo” se apresenta como um banco também próximo a costa, loca-
lizado a cerca de 20km ao largo do Balneário do Hermenegildo e possuindo cerca de
30km de extensão por 10km de largura, situando-se em profundidades entre 15m e
20m. Já o “Banco Hermenegildo-Chuí”, se encontra mais afastado da costa, a cerca de
100km ao largo do Balneário do Hermenegildo e do Chuí, possuindo consideráveis
dimensões e situando-se entre as isóbatas de 30m e 40m. O Banco Palmar situa-se ao
sul do Arroio Chuí, adjacente a costa Uruguaia, entre as isóbatas de 5m e 20m.
O Modelo Digital Batimétrico (Fig. 5.3.1) mostra uma plataforma continental ho-
mogênea com uma pendente suave. Na plataforma continental interna as isóbatas se
apresentam recortadas, caracterizando a presença de bancos arenosos bioclásticos,
enquanto que na plataforma externa se observa a presença do paleocanal do Rio de
La Plata, formado num período de mar baixo e ladeado a sudeste por um alto, com
cobertura arenosa, responsável pela direção do paleocanal.
Campos et al., (2009) descrevem vários perfis obtidos a partir de dados hidroacús-
ticos. A análise destes perfis indicou que o paleocanal do Rio da Plata apresenta um
aumento gradacional de até 30m na profundidade local, em relação aos trechos ex-
ternos adjacentes. Além disso, os dados de batimetria utilizados por Campos et al.,
(2009) demonstraram que o paleocanal é uma estrutura contínua, ao contrário do
que aparece na carta náutica n° 90 da DHN, onde o mesmo apresenta uma descon-
tinuidade na região sul da plataforma continental do Rio Grande do Sul.
Urien & Martins (1974) e Corrêa (1990) classificaram a plataforma continental como
sendo do tipo estável, sujeita somente a movimentos epirogênicos e onde as flutua-
ções do nível do mar imprimiram feições batimétrico-erosivas e deposicional-sedi-
mentares, que ocasionaram variações horizontais e verticais no prisma sedimentar.
Figueiredo Jr. (1975), Corrêa et al., (1977) e Corrêa & Ponzi (1978) estudaram os
sedimentos bioclásticos existentes na plataforma continental interna e constata-
ram um ambiente de alta energia, responsável pelo retrabalhamento de sedimentos
pleistocênicos e sua concentração.
Estudos efetuados por Tomazelli (1978), Corrêa (1990) Corrêa et al., (2001, 2008),
sobre a distribuição de minerais pesados ao longo da plataforma continental, carac-
terizaram a presença de quatro províncias mineralógicas distintas:
i) Textura arenosa.
Esta se encontra distribuída em uma faixa contínua na plataforma continental inter-
na desde Torres (RS), ao norte, onde ela apresenta uma largura em torno de 30km,
aumentando em direção ao sul até o Chuí (RS), onde essa apresenta uma largura de
aproximadamente 70km. Na plataforma continental externa essa textura se apresen-
ta em corpos isolados na parte norte e sul da plataforma continental. Na parte norte
da plataforma continental este corpo arenoso apresenta uma largura de ±20km e um
comprimento aproximado de 220km, enquanto que o da parte sul apresenta uma
largura de 60km e um comprimento de aproximadamente 160km, em direção ao
Uruguai. Na altura da Lagoa Mangueira, na plataforma continental interna, os sedi-
mentos arenosos são enriquecidos pela presença de material bioclástico de composi-
ção exclusivamente carbonática, com alto grau de fragmentação e arredondamento.
O mesmo tipo de material bioclástico é observado na faixa arenosa da plataforma
continental externa, da parte norte da área (Fig. 6.1).
v) Textura Argilo-Síltica
Esta textura se encontra distribuída pela plataforma continental médio-externa en-
tre Torres e Mostardas, em duas pequenas áreas na parte sul da plataforma conti-
nental média e externa e em uma pequena área na desembocadura da Laguna dos
Patos (Fig. 6.1). Os teores de argila variam de 40 a 70% seguidos dos teores de silte
que variam entre 30 e 50% enquanto que os teores de areia não ultrapassam os 30%.
As texturas transicionais, as quais apresentam mesclas de areia com silte, areia com
argila ou mesmo entre as três, são consideradas como sedimentos palimpséticos.
A textura arenosa que apresenta mesclas com material bioclástico ou mesmo com
material bioclástico e lama podem ser igualmente consideradas palimpséticas.
No Sistema Lagunar Patos-Mirim, a Laguna dos Patos e a Lagoa Mirim são os dois
principais corpos d´água. Ambos são interligados pelo canal de São Gonçalo, loca-
lizado imediatamente ao sul da cidade de Pelotas.
Com uma área da ordem de 10.000km2, é o mais extenso sistema lagunar da Amé-
rica do Sul. O fluxo das águas acompanha o eixo principal com 180km de com-
primento e direção preferencial NE-SW, entre os pontais de Itapuã e Feitoria (Fig.
7.1.1). A largura máxima atinge 59,8km, e a profundidade média equivale a 6m.
Embora, cada esporão possua uma direção distinta de crescimento, todos se de-
senvolvem sobre uma superfície submersa com profundidade média de 1m. Esta
superfície rasa e arenosa, que acompanha aproximadamente a curva batimétrica de
1m, foi definida como o topo dos esporões submersos, resultante da morfodinâmica
lagunar ao longo de sua evolução holocênica (Toldo Jr., 1991; Toldo Jr. et al., 2006a).
A erosão foi interpretada como um processo que resulta da propagação das ondas
no corpo lagunar. As ondulações com alturas de até 1,8m sofrem facilmente a in-
terferência do topo dos bancos, em função da pequena lâmina d'água da ordem de
1 a 2m, ou seja, a energia das ondas retrabalha com facilidade o topo de todos os
bancos arenosos.
A hipótese de elevação do nível do mar em 1m, formuladas por Toldo Jr. (1989) e To-
mazelli (1990), como processo recente para interpretar o afogamento dos esporões
submersos e outros processos costeiros, diverge das análises e resultados palinológi-
cos realizados em testemunhos coletados no piso lagunar. Estes autores propuseram
um processo de transgressão iniciado a partir de 300 e 1.000 anos A.P. Entretan-
to, os estudos palinológicos conduzidos por Medianic et al. (2000 e 2001), indicam
um progressivo aumento das águas continentais em relação as águas oceânicas no
corpo lagunar, a partir de 6.000 anos A.P., até o presente. Portanto, ainda hoje não
são conhecidos os mecanismos que levaram ao afogamento dos bancos arenosos na
Laguna dos Patos.
Toldo Jr. et al. (2003), descrevem e analisam as taxas de crescimento dos esporões
emersos, os quais utilizam a superfície rasa dos bancos submersos para o seu desen-
volvimento. O aspecto mais saliente do crescimento dos esporões sobre os bancos
é o truncamento sobre a linha isobatimétrica de 1m. Os esporões apresentam um
padrão de desenvolvimento concordante com a atual distribuição do fluxo de ener-
gia das ondulações geradas no corpo lagunar (Fig. 7.1.2.1), ou seja, os indicadores
geomorfológicos são concordantes com a direção e o potencial de transporte de
sedimentos por ondas, e podem ser utilizadas para interpretar a morfodinâmica dos
pontais e das praias da laguna. O fluxo de energia de ondas foi obtido com emprego
de método para previsão de ondas (Toldo Jr. et al., 2006b).
A classe areia muito grossa é encontrada entre o Arroio Velhaco e o Rio Camaquã,
na margem oeste da laguna. A classe areia grossa encontra-se somente em uma pe-
quena área entre São Lourenço e Pelotas, na parte SW da laguna. A classe areia mé-
dia encontra-se distribuída no setor norte e sul da laguna, na margem oeste da mes-
ma. A classe areia fina encontra-se distribuída em toda a laguna, tanto na margem
leste como na margem oeste, formando um cinturão que contorna toda a laguna.
Entre as classes de granulometria areia é a mais abundante. A classe areia fina está
distribuída somente em uma área na porção sul da laguna. A classe silte é a granulo-
metria mais abundante nos sedimentos lagunares. Ocorre na parte central de toda a
laguna cobrindo as áreas mais profundas. A classe argila encontra-se em uma área,
na parte sul da laguna, na zona mais profunda, na altura de Bojurú.
A classe modal dominante das areias situa-se no intervalo areia fina a muito fina,
essencialmente constituída de quartzo com pequenas quantidades de minerais pe-
A classe modal dominante do silte é variável, desde silte grosso a silte fino enquanto
que a classe das argilas não foi subdividida na análise granulométrica.
A carga sólida fina, que não encontra condições de sedimentação na laguna, é trans-
portada em direção ao canal de Rio Grande, até ser finalmente depositada na plata-
forma continental interna, Martins et al. (1989) e Corrêa (1990). Desta maneira, a
laguna representa hoje um ambiente de sedimentação terrígena, onde as condições
de salinidade, quando presentes, são caracterizadas por teores muito baixos.
Segundo Vaz et al. (2006), a média anual da descarga do Rio Jacuí é 801m³/s, do Rio
Taquari é de 452m³/s e do Camaquã é de 307m³/s, cuja soma resulta em 1.560m³/s.
Considerando-se que os rios Jacuí e Taquari contribuem com 85% do volume intro-
duzido através do Rio Guaíba, a vazão média anual dos demais rios deste complexo
(Sinos, Caí e Gravataí) é de aproximadamente 234m³/s. Considerando, também,
que o aporte médio anual do canal de São Gonçalo é de 700m³/s, verifica-se que a
descarga média de água doce da Laguna dos Patos está em torno de 2.400m³/s.
Estudos desenvolvidos por Rigon (2009) e Baisch (1994) estimaram uma descarga
sólida em suspensão do Rio Guaíba para a laguna da ordem de 1 e 4 milhões de to-
neladas por ano respectivamente. Andrade Neto (2011) calculou um valor similar ao
de Rigon (2009). Segundo este autor o valor médio da descarga sólida entre os anos
de 2003 a 2006 foi de 1.098.500t/ano, o que representa uma exportação de mais de
Em termos futuros, o progressivo aumento do nível do mar não será suficiente para
prover um espaço no qual o sedimento possa ser depositado, pois a taxa de deposi-
ção tenderá a reduzir a profundidade da laguna mais rapidamente.
Figura 7.1.4.3.1.
Lama fluída detectada na
antepraia do Cassino. a)
na forma de eco duplo no
ecobatimetro de 200 kHz;
b) registro ecobatimétrico
de dupla frequência: a li-
nha superior representa o
topo da lama fluída (LF)
(200 kHz) e a inferior, a
sua base sobre depósitos
mais adensados (33 kHz).
Figura.7.1.4.3.2. -
Depósitos de lama na
praia do Cassino, origina-
dos da deposição de lama
fluída no prisma praial
no ano de 1998 (Foto de
Lauro Calliari).
A força do jato hidráulico, junto ao canal, pode também ser avaliada através do ele-
vado valor de fluxo de vazante, como, por exemplo, aquele registrado por Hartmann
et al. (1986), da ordem de 85cm/s em toda a coluna de água do canal, decorrente de
Outro importante fator relacionado a não segmentação completa deste extenso cor-
po lagunar é representado pelas mudanças de nível da água, produzidos pelas va-
riações glacio-eustáticas e/ou por fatores climáticos que modifiquem a contribuição
hídrica. As variações de nível não permitem o contínuo crescimento dos esporões
arenosos necessários a segmentação lagunar, pois este processo desloca vertical-
mente a dinâmica sedimentar responsável pelo desenvolvimento dos esporões.
A sequência S1 está associada a um ambiente de barreira arenosa costeira que foi dis-
secado por vales e canais fluviais durante o evento regressivo do Pleistoceno médio.
O evento transgressivo posterior afogou os vales e canais da regressão anterior. Fo-
ram depositadas então as fácies, provavelmente fluviais e estuarinas da sequência S2.
O nível do mar ascendente transgrediu a planície costeira, possibilitando a deposição
A Lagoa Mirim encontra-se localizada no extremo sul do Rio Grande do Sul (Bra-
sil) e parte norte do Uruguai (Fig. 7.2.1). A Lagoa Mirim interliga-se a Laguna dos
Patos através do canal de São Gonçalo.
Esta encontra-se localizada entre os paralelos de 32º 10’ S e 33º 37’ S e os meridianos
de 52º 38’ W e 53º 40’ W. Apresenta um comprimento de 195,20km e uma largura
média de 21,9km, ocupando uma área de 3.749km2 dos quais 2.382km2 encontra-se
em território brasileiro (Vieira, 1995).
A Lagoa Mirim encontra-se separada do oceano Atlântico por uma série de cristas
arenosas com alturas oscilando entre 9 e 22m e que se alternam com depressões.
Tais cristas, orientadas paralelamente a atual linha de costa, se dispõem ao longo da
planície costeira que margeia a Lagoa Mirim (Godolphim, 1976). Estas cristas são
formadas por areias finas quartzosas de coloração avermelhada e levemente cimen-
tadas por material ferruginoso (Vieira, 1995).
Segundo Soliani Jr. (1973), a Lagoa Mirim teria sua desembocadura na região hoje
ocupada pelo Banhado do Taim. Com o desenrolar da transgressão holocênica,
atingindo níveis acima do atual, esta teria barrado a desembocadura, afogando e
assoreando o antigo canal.
O exutório natural da Lagoa Mirim, o canal São Gonçalo, que a liga à Laguna dos
Patos (próximo à cidade de Pelotas), encontra-se, atualmente, controlado através de
barragem dotada de sistema de comportas, cuja finalidade é impedir as intrusões de
fluxos salinos por jusante.
As granulometrias areia fina e areia muito fina se distribuem tanto do lado leste
como oeste da lagoa formando um cinturão. Há uma predominância da areia muito
fina no setor norte e sul da lagoa enquanto que a areia fina predomina no setor cen-
tral, alternando-se em sua distribuição. (Fig. 7.2.2.1).
Os sedimentos arenosos distribuídos nas margens leste e oeste da lagoa são resul-
tantes do retrabalhamento das áreas marginais adjacentes. A classe modal domi-
nante situa-se no intervalo areia fina a muito fina, essencialmente constituída de
quartzo com pequenas quantidades de minerais pesados e fragmentos de conchas
carbonáticas. Não existe diferença marcante entre os sedimentos das duas margens.
No entanto as areias que constituem os sedimentos da margem leste da lagoa, apre-
sentam-se de bem a muito bem selecionadas, enquanto que as da margem oeste são
mal selecionadas. Isso se deve ao fato que as areias da margem leste são oriundas
do retrabalhamento dos sedimentos dos cordões arenosos da planície costeira en-
quanto que as areias da margem oeste são oriundas da erosão e retrabalhamento dos
sedimentos da formação Graxaim.
8 – EVOLUÇÃO QUATERNÁRIA
A plataforma continental do Rio Grande do Sul, entre Torres e Chuí, é do tipo tec-
tonicamente estável durante o Quaternário, submetida a movimento epirogênicos
(soerguimento) bastante suave em épocas mais recentes. Os estudos dessa platafor-
ma continental levaram ao reconhecimento de várias escarpas submersas, com ver-
tentes mais acentuadas, representando posições de estabilização de antigos níveis do
mar (Fig. 8.1.1). Estas se apresentam contínuas sobre toda a plataforma continental
e se encontram situadas a profundidades de -20/-25m, -32/-45m, -60/-70m, -100/-
110m e -120/-130m (Kowsmann et al., 1977; Corrêa et al., 1980 e 1991; Corrêa, 1986
e 1996; Corrêa & Toldo Jr., 1996).
Através da curva paleoclimática, proposta por Servant (1984), para a porção central
da América do Sul, para os últimos 30.000 anos AP, se observa que no final da re-
gressão pleistocênica e início da transgressão holocênica, aos 17.500 anos AP, o clima
se apresentava frio começando a variar; de 16.000 a 11.000 anos AP, o clima passou
de úmido a temperado seco caracterizando um período interglacial. Novo período
glacial ocorreu entre 11.000 e 10.000 anos AP ocasionando uma nova estabilização
do nível do mar. Entre os 10.000 e 9.000 anos AP, o clima tornou-se mais quente oca-
sionando uma nova subida do nível do mar seguido de um período curto de clima
frio, o qual ocasionou uma pequena regressão, com uma segunda estabilização do
nível marinho. Após, o clima começou a ficar úmido. De 8.000 a 5.000 anos AP o
clima passa de úmido a úmido mais quente. De 5.000 a 3.500 anos AP o clima varia
de úmido mais quente a frio. A partir dos 3.500 anos AP o clima começou a mudar
para temperado quente. A temperatura subiu e as florestas aumentaram seu porte.
Os rios tornaram-se mais caudalosos e as redes de drenagem se acentuaram. Com
base nos dados de Servant (1984) pode-se dizer que durante os períodos de clima
frio, a velocidade de subida do nível do mar diminuiu ocasionando com isso a esta-
bilização da linha de costa nestes locais. Sobre a plataforma continental sul e sudeste
brasileira, as rupturas de pendentes observadas nas profundidades de -120/-130m, a
qual representa o posicionamento do nível do mar no início da grande transgressão,
de –100/-110m, de -60/-70m, de -32/-45m e -20/-25m correspondem aos períodos
frios, quando o nível do mar se estabilizou durante o processo transgressivo forman-
do novas linhas de costa (Fig. 8.1.1).
Com base na curva eustática proposta por Corrêa (1990), é possível reconhecer, pelo
menos, três fases de evolução paleogeográfica na plataforma continental do Rio Gran-
de do Sul (Fig. 8.1.1), durante a última fase transgressiva entre 17.500 e 6.500 anos AP
(Corrêa, 1996).
b) Fase de 16.000 a 11.000 anos AP - A partir dos 16.000 anos AP a subida do nível
do mar se deu mais lentamente até os 11.000 anos AP. A velocidade de ascensão do
nível relativo do mar foi de 0,6cm/ano (Corrêa et al., 1991). Nesta fase são obser-
vadas rupturas de pendentes nas profundidades de –100/-110m e –60/-70m (Fig.
8.1.1 e 8.2.1).
Esta fase é representada, na sucessão litológica, por areias lamosas de ambiente pré-
-litorâneo, comumente situadas na base da sequência transgressiva, situada entre a
plataforma continental média e externa, recobrindo a superfície erosiva desenvolvida
sobre os depósitos subjacentes. Isto mostra que houve retrabalhamento de sedimentos
mais antigos, na plataforma continental interna, durante as estabilizações do período
transgressivo. Os sedimentos do nível de -60/-70m são formados por areias grossas as-
sociadas a material bioclástico de composição carbonática, tendo sido observado, em
muitos testemunhos, a presença de camadas de turfas. Os teores de minerais pesados
sobre este nível são os mais altos da plataforma continental. A ruptura de pendente
observada no nível de -60/-70m, segundo informações fornecidas por microrganis-
mos, corresponderia ao início do Holoceno.
a) o atual nível médio do mar foi ultrapassado pela primeira vez entre 7.000 e 6.500
anos AP;
c) há 3.900 anos AP, o nível relativo do mar baixou entre 2 a 3m abaixo do atual;
Dois eventos principais de incisão podem ser estabelecidos na área da Laguna dos
Patos por meio de análise sísmica. O preenchimento dos canais do sistema de dre-
nagem mais jovem é o Holoceno, como indicado pela datação por radiocarbono e,
portanto, as incisões dos canais estão relacionadas com o Último Máximo Glacial
(MIS 2) do Pleistoceno Superior, quando o nível do mar encontrava-se a uma pro-
fundidade de 120m abaixo da posição atual. A formação e o preenchimento das in-
cisões mais antigas estão relacionados a um evento anterior regressivo-transgressivo
do Pleistoceno (MIS 6).
A Figura 8.4.1 esquematiza a possível distribuição dos principais canais que drena-
vam a planície costeira da época quando o nível do mar encontrava-se 120m abaixo
do atual. Pode-se observar as antigas posições dos paleocanais associados ao Rio
Jacuí, no setor norte, o paleocanal do Rio Camaquã, no setor central, e os prováveis
paleocanais ligados aos rios Piratini e Jaguarão, no setor sul da laguna sul da laguna.
Ainda são apresentados aqui o paleocanal do Rio da Prata, descrito por Corrêa et al.
(2013; 2014).
9 – RECURSOS MINERAIS
Minerais Opacos:
magnetita, ilmenita, limonita, leucoxeno e pirita (31,6%).
Minerais Transparentes:
turmalina (11,5%), hornblenda (9,3%), estaurolita (9,3%), augita (8,9%), epidoto
(7,4%), hiperstênio (6,3%), zircão (4,5%), granada (4,4%), cianita (3,9%), apatita
(3,6%), silimanita (1,1%) e rutilo (0,8%) (Fig. 9.1.1) (Corrêa et al., 2001 e 2008).
A primeira área, entre o Rio da Prata e o Arroio Chuí, está relacionada à drenagem
do complexo do Rio da Prata, enquanto a segunda, entre a Lagoa Mirim e a parte
central da Laguna dos Patos, se relaciona ao deságue, de sul para norte, dos rios Ce-
bolatti, Jaguarão, Piratini, Camaquã e Jacuí, em época remota.
Segundo Ayup-Zouain et al., (2001), este setor apresenta uma ampla mescla de mi-
nerais, isto devido, possivelmente, pela complexidade das áreas fontes e principal-
mente pela dinâmica atuante no passado.
A maior parte dos ambientes marinhos e litorâneos tem seus sedimentos siliciclás-
ticos formados, predominantemente, por areias quartzosas e secundariamente por
feldspatos, minerais pesados e fragmentos de rochas (Fig. 9.3.1).
A turfa também pode ser definida como sendo um mineral orgânico, formado a
partir de um processo de humificação de plantas mortas, ricas em celulose. Quan-
do exposta ao ar apresenta cor marrom a preta e, em seu ambiente natural, é muito
mole e rica em água, sendo que sua cor depende do conteúdo em ácidos húmicos.
É composta principalmente por carbono, oxigênio e hidrogênio e quantidades va-
riáveis de enxofre e cinzas (Weber, 1903).
As turfas mais comuns derivam de musgos e de plantas das famílias das esfagnáceas
e das ciperáceas, juntamente com proporções variadas, de algas de várias espécies
(Abreu, 1973). Quando secas ainda contêm teores de 20% de umidade e um poder
calorífico entre 2.500 e 4.000 cal/kg, equivalente ao poder calorífico da lenha seca.
Corrêa (1990) e Corrêa et al. (2013; 2015) descreveram a presença de uma camada
de turfa em um testemunho localizado na plataforma continental do Rio Grande do
Sul, atribuindo sua origem a depósitos de ambiente paludial, quando o nível do mar
se encontrava estacionário a 60m abaixo do atual.
A matéria orgânica, em uma turfeira, não é inerte, sofre um processo lento de de-
composição anaeróbica, o qual resulta na formação de vários gases, tais como CO2
e CH4, que escapam dos depósitos.
A presença desse nível de turfa põe em evidência que o nível do mar esteve abaixo do
atual, no mínimo em -60m. A sequência lamosa que recobre essa turfa foi depositada
em um ambiente pantanoso seguido por uma transgressão marinha (Corrêa, 1990).
PAL: palinomorfos.
Plantas que se acumulam em ambientes redutores sobre áreas continentes são gra-
dualmente convertidas em turfas e, subsequentemente, à linhito, carvão betumi-
noso, antracito, e até mesmo em grafite, dependendo da temperatura e da pressão
aplicada durante longos períodos de tempo geológico.
Os valores de б13C na matéria orgânica (vegetação) são governados por alguns fato-
res: a composição isotópica de CO2 assimilado, o caminho seguido pela fotossíntese
(C3, C4 ou CAM), temperatura, espécies presentes, salinidade, intensidade da luz e
umidade (O’Leary 1981; Hemming et al. 1998).
Plantas que usam o processo Hatch-Slack (plantas C4: aquáticas, desérticas e pan-
tanosas, bem como gramíneas tropicais) são menos empobrecidas em C13 que as
plantas C3. Estas plantas C4 apresentam valores de б13C entre -6 e -23‰, com uma
média de -13‰, segundo Flexor et al. (1978) e Schidlowski et al. (1983).
Valores de б13C de plantas que metabolizam CO2 pelo ciclo de Calvin (plantas C3: a
maioria das plantas presente nos continentes) variam de -23 a -34‰ em relação ao
PDB com uma média de cerca de -27‰.
Esta idade obtida para o depósito de turfa corresponde ao período em que o nível do
mar encontrava-se entre 60/65m abaixo do nível atual (Corrêa 1996). O valor obtido
da razão C13/C12, para a amostra de turfa, pode corresponder a um depósito de gra-
míneas de clima tropical a gramíneas de clima temperado, classificadas como plantas
do grupo C4, as quais apresentam um valor de б13C que varia de -6 a -23‰ PDB,
corroborando com o valor obtido para a turfa do testemunho T-27, a qual apresentou
б13C igual a -17,3‰ PDB. Este valor, segundo a literatura, indica que o depósito tur-
fáceo se desenvolveu em uma planície de inundação com características pantanosas,
tendo a matéria turfáceo, uma maior contribuição de material terrestre conforme os
dados palinológicos descritos anteriormente.
ABREU S.F. 1973. Recursos Minerais do Brasil. 2ª ed. São Paulo, Ed. Edgard Blücher, 2:325-754.
ALLEN J.R.L. 1964. Six cyclothems from the lower Old Red Sandstone, Anglo-Welch Basin. Sedi-
mentology, Amsterdam, 3:163-198.
ALMEIDA, F.F.M. 1967. Origem e evolução da plataforma continental brasileira. Boletim da Divisão
de Geologia e Mineralogia, Rio de Janeiro, 241:1-36.
ALVAREZ, J.A.; MARTINS, I.L. & MARTINS, L.R. 1981. Estudo da Laguna dos Patos. Pesquisas,
Instituto de Geociências-UFRGS; 14:4166.
ANDRADE NETO, J.S. 2011. Descarga sólida em suspensão do sistema Guaíba, RS, e sua variabi-
lidade Temporal. Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, UFRGS.
Dissertação de Mestrado. 49p.
ASMUS, H.E. 1981. Geologia das Bacias Marginais Atlânticas Mesozoico-Cenozoicas do Brasil. In:
Volkheimer, W. (ed.). Cuencas Sedimentarias del Jurásico y Cretáceo de América del Sur. Buenos
Aires, 1:127-155.
ASMUS, H.E. & GUAZELLI, W. 1981. Descrição sumária das estruturas da margem continental
brasileira e das áreas oceânicas e continentais adjacentes. Hipóteses sobre o tectonismo causador e
implicações para os prognósticos do potencial de recursos minerais. In: Asmus, H.E. (Ed.) Estrutura
e tectonismo da margem continental brasileira e suas implicações nos processos sedimentares e na
avaliação do potencial de recursos minerais. PETROBRAS, CENPES, DINTEP, 1981, p.187-269 (Sé-
rie Projeto REMAC nº9).
ASSUMPÇÃO, M. 1998. Seismicity and stresses in the brazilian passive margin. Bulletin of the Seis-
mological Society of America, 88(1):160-169.
AYUP-ZOUAIN, R.N. 1985. Áreas fontes e dispersão dos minerais pesados na margem continental
sul-brasileira e uruguaia. In: SIMPÓSIO SUL-BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 2, 1985, Florianópolis-
-SC. Anais..., Florianópolis, SBG, p.362-378.
AYUP-ZOUAIN, R.N. 1987. Características do intercâmbio sedimentar entre o rio de la Plata exte-
rior à plataforma adjacente. Pesquisas, Instituto de Geociências, UFRGS. 21:105-126.
AYUP-ZOUAIN, R.N. 1991. Avaliação das mudanças do nível do mar durante o Holoceno na pla-
taforma continental adjacente ao rio de La Plata. Porto Alegre-RS. Programa de Pós-Graduação em
Geociências, Instituto de Geociências, UFRGS. Tese de Doutorado. 339 p.
AYUP-ZOUAIN, R.N., CORRÊA, I.C.S., TOMAZELLI, L.J. & DILLENBURG, S.R., 2001. Dispersão
e proveniência dos minerais pesados nos sedimentos de fundo da plataforma continental sul-bra-
sileira, uruguaia e norte-argentina. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTU-
DOS DO QUATERNÁRIO, 8, 2001, Imbé-RS. Boletim de Resumos. Imbé, ABEQUA, p.126-127.
AYUP-ZOUAIN, R.N., FERREIRA, H.P.L., BARBOZA, E.G. & TOMAZELLI, L.J. 2003. Evidência
morfológica de um paleocanal holocênico da laguna Mirim nas adjacências do Banhado Taim. In:
CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DO QUATERNÁRIO, 9, 2003, Re-
cife. Livro de Resumos, Recife, ABEQUA, p.82.
BAISCH, P.R. 1994. Les oligo-elements metalliques du system fluvio-lagunair de los Patos, flux et
devenir (Brésil). Universidade de Bordeaux I, Talence, França. Tese de Doutorado. 345p.
BEZERRA, F.H.R., NEVES, B.B.B., CORRÊA, A.C.B., BARRETO, A.M.F. & SUGUIO, K. 2008 . Late
Pleistocene tectonic-geomorphological development within a passive margin - the Cariatá trough,
northeastern Brazil. Geomorphology (Amsterdam), 97:555-582.
BRUHN, C.H.L. & WALKER, R.G. 1995. High-resolution stratigraphy and sedimentary evolution
of coaRio Grande do Sule-grained canyon-filling turbidites from the upper Cretaceous transgressive
megasequence, Campos basin, offshore Brazil. Journal of Sedimentary Research, B65(4):426-442.
CAINELLI, C. & MOHRIAK, W.U. 1999. General evolution of the eastern Brazilian continental mar-
gin. The Leading Edge, July 1999:800-804/861-863.
CALLIARI, L.J. & ABREU, J.G.N. 1984. Litologia da Plataforma continental interna adjacente `a
cidade do Rio Grande, RS através da interpretação de registros de sonar de varredura lateral e amos-
tragem superficial. CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 33. Anais, SBG. Rio de Janeiro.
4:1553-1564.
CALLIARI, L.J. & FACHIN, S. 1993. Laguna dos Patos. Influência nos depósitos lamíticos costeiros.
Pesquisas, Instituto de Geociências, UFRGS. Porto Alegre. 20(1):67-69.
CALLIARI, L.J., CORRÊA, I.C.S. & ASP, N.E. 1999. Inner shelf and seashell resources in southern
Brazil. In: L.R. Martins & C. I. Santana (eds) Non Living Resources of the Southern Brazilian Costal
Zone and Continental Margin. OAS/IOC-UNESCO, Publication, Porto Alegre, Brasil. 39-49.
CALLIARI, L.J., HOLLAND, K.T., PEREIRA, P.S., GUEDES, R.M. & SANTO, R.E. 2007. The in-
fluence of mud on the inner shelf, shoreface, sur zone and beach morphodynamics - Cassino bea-
ch-southern Brazil. In: COASTAL SEDIMENTS, 2007, New Orleans. Proceedings of Coastal Sedi-
ments 2007, 2:1455-1465.
CALLIARI, L.J., MACHADO, A., MARROIG, P., VINZON, S. & GIANUCA, N. 2016.Mud Deposits
at Cassino Beach: Natural versus antrophic. PIANC-COPEDEC IX, 2016, Rio de Janeiro, Brasil.
CALLIARI, L.J., SPERANSKI, N., TORRONTEGUY, M. & OLIVEIRA, M.B. 2001. The mud banks of
Cassino Beach, southern Brazil: Characteristics, Processes and Effects. Journal of Coastal Research,
SI34:318.
CAMPOS, P.C., WEIGERT, S.C. & MADUREIRA, L.S.P. 2009. Ecobatimetria e características acústi-
cas do leito oceânico na região do canal do Albardão, Rio Grande do Sul, Brasil. Atlântica, 31(1):5-23.
CARRARO, C.C., GAMERMANN, N., EICK, N.C., BORTOLUZZI, C.A., JOST, H. & PINTO, J.F.
1974. Mapa Geológico do Estado do Rio Grande do Sul. Instituto de Geociências, UFRGS. Porto
Alegre, RS, Brasil. Série Mapas, nº8.
CARVALHO, J.C. & FRANCISCONE, O. 1981. Análise de depocentros e suas associações com a
geomorfologia e a estrutura da margem continental brasileira. In: Asmus, H.E. (ed), Estrutura e
tectonismo da margem continental brasileira e suas implicações nos processos sedimentares e na
avaliação do potencial de recursos minerais. PETROBRAS, CENPES, DINTEP, 1981, p.171-186 (Sé-
rie Projeto REMAC nº 9).
CHANG, H.K., KOWSMANN, R.O., FIGUEIREDO, A.M.F.& BENDER, A.A. 1992. Tectonics and
stratigraphy of the East Brazil Rift System: an overview. Tectonophysics, 213:97-138.
COBBOLD, P.R., MEISLING, K.E. & MOUNT, V.S. 2001. Reactivation of an obliquely rifted margin,
Campos and Santos basins, southeastern Brazil. AAPG Bulletin, 85(11):1925-1944.
COLLI, A.B. 1994. Análises das alturas de ondas ao largo do Rio Grande do Sul: dados históricos e
altimétricos. Instituto dse Geociências, UFRGS. Monografia de Graduação. 58p.
CONCEIÇÃO, J.C.J., ZALÁN, P.V. & WOLFF, S. 1988. Mecanismo, evolução e cronologia do rift
sul-atlântico. Boletim de Geociências da Petrobrás, 2(2/4):255-265.
CORRÊA, I.C.S. 1983. Depósitos de material carbonático em La Plataforma Interna del Rio Grande
do Sul. In: CONFERENCIA INTERNACIONAL SOBRE RECURSOS MARINOS DEL PACÍFICO.
1983. Actas..., Viña del Mar. Chile, p.155-163.
CORRÊA, I.C.S. 1986. Evidence of sea level fluctuation in the Rio Grande do Sul continental shelf,
Brazil. In: Rabassa, J. 1986. Quaternary of South America and Antarctic Peninsula. A.A.Balkema/
Rotterdam. 4:237-249.
CORRÊA, I.C.S. 1987b. Plataforma Continental do Rio Grande do Sul : Síntese dos conhecimentos.
In: SIMPÓSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA SUL E SUDESTE BRASILEIRA. Cananéia-SP,
Atas..., Cananéia-SP, Brasil, 2:50-73.
CORRÊA, I.C.S. 1996. Les variations du niveau de la mer durant les derniers 17.500 ans BP: L’exem-
ple de la plate-forme continentale du Rio Grande do Sul, Brésil. Marine Geology, 130:163-178.
CORRÊA, I.C.S. & PONZI, V.R.A. 1978. Bioclastc cabonate deposits along Albardão and Mostardas
in Rio Grande do Sul inner continental shelf. In: SEMINARIO SOBRE ECOLOGIA BENTONICA Y
SEDIMENTACION DE LA PLATAFORMA CONTINENTALES ATLANTICO SUR; Montevidéu,
Uruguay, Memórias..., UNESCO, p.67-91.
CORRÊA, I.C.S., PONZI, V.R.A. & TRINDADE, L.A.F. 1980. Níveis marinhos quaternários da plata-
forma continental do Rio de Janeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA,31. Balneário
Camboriú-SC. SBG. 1:578-587.
CORRÊA, I.C.S. & TOLDO Jr., E.E. 1996. The sea level stabilization in the Rio Grande do Sul conti-
nental shelf, Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 70(2):213-219.
CORRÊA,I.C.S., AYUP-ZOUAIN,R.N., TOLDO JR., E.E. & TOMAZELLI,L.J. 2002. Minerais Pesa-
dos nos Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental Sul-Brasileira. In: CONGRESSO BRASI-
LEIRO DE GEOLOGIA, 41, 2002, João Pessoa-Pb. Anais, João Pessoa, SBG. p.83.
CORRÊA, I.C.S., AYUP-ZOUAIN, R.N., TOMAZELLI, L.J. & TOLDO JR., E.E. 2001. Distribuição
dos minerais pesados nos sedimentos de fundo da plataforma continental sul-brasileira, uruguaia e
norte-argentina. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DO QUATER-
NÁRIO, 8, 2001, Mariluz, Imbé-RS. Boletim de Resumos. Porto Alegre. Metrópole, 2001. p. 124-125.
CORRÊA, I.C.S., AYUP-ZOUAIN, R.N., WESCHENFELDER, J. & TOMAZELLI, L.J. 2006. Heavy
minerals from south Brazilian continental shelf to north Argentina: distribution and provenance. In:
CONGRESO LATINOAMERICANO DE SEDIMENTOLOGIA, 4, 2006, San Carlos de Bariloche.
Resúmenes..., Buenos Aires, Asociación Argentina de Sedimentologia. p. 79.
CORRÊA, I.C.S., AYUP-ZOUAIN, R.N., WESCHENFELDER, J. & TOMAZELLI, L.J. 2008. Áreas
Fontes dos Minerais Pesados e sua Distribuição sobre a Plataforma Continental Sul-Brasileira, Uru-
guaia e Norte-Argentina. Pesquisas em Geociências-UFRGS, Porto Alegre, 35:137-150.
CORRÊA, I.C.S., BAITELLI, R., AYUP-ZOUAIN, R.N. & TOLDO JR., E.E. 1991. Translation de la
ligne de rivage sur la plate-forme continental du Rio Grande do Sul-Brèsil. Pesquisas em Geociên-
cias, Instituto de Geociências, UFRGS, Porto Alegre, 18(2):161-163.
CORRÊA, I.C.S., MARTINS, I.R., PONZI, V.R., HOFMEISTER, T. & JUCHEM, P. 1977. Calcário
Biodetritico na Plataforma Continental do Rio Grande do Sul. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MI-
NERAÇÃO, 7, 1977, Porto Alegre-RS. Resumo das Comunicações. Porto Alegre, p. 50.
CORRÊA, I.C.S., MEDEANIC, S., WESCHENFELDER, J., TOLDO JR. E.E., NUNES, J.C., BAI-
TELLI, R. & SANTOS, C.B. 2013. Registro sedimentario del antiguo canal de desembocadura del Río
de La Plata en la plataforma continental del sur de Brasil. Revista Mexicana de Ciencias Geológicas,
30:51-64.
CORRÊA, I.C.S., WESCHENFELDER, J.; TOLDO JR., E.E.; BAITELLI, R.; & DOS SANTOS, C.B.
2015. Gênese de um depósito de turfa na plataforma continental sul-brasileira. Quaternary and En-
vironmental Geosciences, 6:1-9.
CORRÊA, I.C.S., MEDEANIC, S., WESCHENFELDER, J., TOLDO JR., E.E., NUNES, J.C. & BAI-
TELLI, R. 2014 . The Palaeo-Drainage of the La Plata River in Southern Brazil Continental Shelf.
Revista Brasileira de Geofísica (Impresso), 32:259-271.
DAVIS, R.A. Jr. 1992. Depositional Systems. An Introduction to Sedimentology and Stratigraphy. 2ª
Ed. Terrigenous Shelves and Shallow Seas. (11):405-455.
DELANEY P.J.V. 1965. Fisiografia e Geologia da superfície da planície costeira do Rio Grande do Sul.
Escola de Geologia, UFRGS, Porto Alegre. Publicação Especial 6, 105p.
DILLENBURG, S.R. & TOLDO Jr., E.E. 1990. Efeitos induzidos por ondas na embocadura da Laguna
dos Patos. In: CONGRESSAO BRASILEIRO DE GEOLOGIA,36. Natal, Anais…, SBG, 2:690-699.
DNPVN. 1941. Enchentes de maio de 1941. Diretoria Nacional de Portos e Vias de Navegação. Re-
latório Técnico, Porto Alegre.
EMERY, K.O. 1958. Relict sediments on continental shelves of the world. AAPG Bulletin, Tulsa,
Okla., 52:445-464.
EMERY, K.O. & AUBREY, D.G. 1991. Sea Levels, Land Levels and Tide Gauges. Springer-Verlag, 237p.
ETCHICHURY, M.C. & REMIRO, J.R. 1960. Muestras de fondo de la plataforma continental com-
prendida entre los paralelos 34º y 36º30’ de latitud sur y los meridianos 53º10’ y 56º30’ de longitud
oeste. Revista del Museo Argentino de Ciências Naturales, 6(4):197-263.
FERNANDES, E.H.L., MARIÑO-TAPIA, I., DYER, K.R. & MÖLLER Jr., O.O. 2004. The attenuation
of tidal and subtidal oscillations in the Patos Lagoon estuary. Ocean Dynamics, 54(3/4):348-359.
FIGUEIREDO Jr., A.G. 1975. Geologia dos depósitos calcários bioclásticos da plataforma continen-
tal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Curso de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geo-
ciências, UFRGS. Dissertação de Mestrado, 159p.
FIGUEIREDO Jr., A.G. 1980. Response of water column to strong wind forcing, southern Brazilian
inner shelf: Implications for sand ridge formation. Marine Geology 35(34) :367-376.
FLEXOR, J.M. & MARTIN, L. 1979. Sur l’utilisation dês grés coquilliers de La region de Salvador
(Brésil) dans la reconstruction des lignes de rivage holòcenes. In: Suguio et al., (ed.) International
Symposium on Coastal Evolution in the Quaternary, São Paulo. Proceeding, p. 343-355.
FLEXOR J.M., MARTIN L. & SUGUIO K. 1978. Sobre a utilização da razão isotópica 13C/12C na
determinação de paleoambientes marinhos e lagunares. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEO-
LOGIA, 30. Recife, Resumo das Comunicações, Recife, p.173-174.
FRAMIÑÁN, M.N. & BROWN, O.B. 1996. Study of the Rio de la Plata turbidity front, Part I: spatial
and temporal distribution. Continental Shelf Research, 16(10):1259-1282.
GODOLPHIM, M.F. 1976. Geologia do holoceno costeiro do município de Rio Grande-RS. Porto
Alegre. Curso de Pós-Graduação em Geociências. Instituto de Geociências, UFRGS. Dissertação de
Mestrado.
GUIRAUD, R. & MAURIN, J.C. 1992. Early Cretaceous rifts of Western and Central Africa: an over-
view. Tectonophysics, 213:153-168.
HARTMANN, C., SANO, E.E., PAZ, R.S. & MÖLLER Jr., O. 1986. Avaliação de um período de
cheia (junho de 1984) na região sul da Laguna dos Patos, através de dados de sensoriamento remoto,
meteorológicos e oceanográficos. SIMPÓSIO LATINO AMERICANO DE SENSORIAMENTO RE-
MOTO, Gramado, 1:685-694.
HEMMING D.L., SWITSUR V.R., WATERHOUSE J.S., HEATON T.H.E. & CARTER A.H.C. 1998.
Climate variation and the stable carbon isotope composition of tree ring cellulose: an intercompari-
son of Quercus robur, Fagus sylvatica and Pinus silvestris. Tellus 50B: 25.
HUBERT, J.E. 1962. A zircon-tourmaline-rutile maturity index and the interdependence of the com-
position of heavy mineral assemblages with the cross composition and texture of sandstones. Journal
Sedimentary Petrology, 32:440-450.
Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), 1998. Estudo para avaliação e gerenciamento da dispo-
nibilidade hídrica da Bacia da Lagoa Mirim: relatório de convênio. Porto Alegre. Volumes 1, 2 e 3.
IPH-UFRGS.
ISLAM M.R., STUART, R. & VESA, P. 2002. Mineralogical changes during intense chemical weathe-
ring of sedimentary rocks in Bangladesh. Journal Asian Earth Sciences, 20:889-901.
JOHNSON S.W. 1859. Essays on peat muck and commercial manures. Hartford, Brow and Cross. p.
15-18.
KNOPPERS, B., EKAU, W. & FIGUEIREDO, A. G. 1999. The coast and shelf of east and northeast
Brazil and material transport. Geo-Marine Letters, 19:171-178.
KOWSMANN, R.O., COSTA, M.P.A., VICALVI, M.A., COUTINHO, M.G.M. & GAMBOA, L.A.P. 1977.
Modelo da sedimentação holocênica na plataforma continental sul brasileira. In: Projeto REMAC – Evo-
lução sedimentar holocênica da plataforma continental e do talude do sul do Brasil. Rio de Janeiro, PE-
TROBRAS, CENPES, p.7-26 (Série Projeto REMAC nº2).
LEINZ V. & AMARAL S.E. 1975. Geologia Geral. São Paulo. Companhia Editora Nacional. 523p.
LORSCHEITTER, M.L. & ROMERO, E.J. 1985. Palinology of Quaternary sediments of the core T15,
Rio Grande Cone, South Atlantic, Brazil. In: J. Rabassa, (ed). Quaternary of South America and An-
tarctic Peninsula. Rotterdam, Holanda. 3:55-92
MARTINS, L.R. 1967. Aspectos texturais e deposicionais dos sedimentos praiais e eólicos da planície
costeira do Rio Grande do Sul. Escola de Geologia, UFRGS, Publicação especial, 13. Porto Alegre,
Brasil. 105p.
MARTINS, I.R. 1984. Modelo sedimentar do Cone de Rio Grande. Pesquisas, Instituto de Geociên-
cias, UFRGS. Porto Alegre, Brasil. 16:91-189.
MARTINS, L.R. & MARTINS, I.R. 2004. Presença de turfas na plataforma continental do Rio Gran-
de do Sul. Gravel, Instituto de Geociências, UFRGS. Porto Alegre, Brasil. 2:77-85.
MARTINS, L.R. & URIEN, C.M. 1979. Margem continental do cabo de Santa Marta ao arroio Chuí.
In: L.R. Martins & C.M. Urien (Eds) Atlas sedimentológico da plataforma continental do Rio Grande
do Sul, 2, Carta 9, CECO/IG/UFRGS. Porto Alegre, Brasil.
MARTINS, L.R. & URIEN, C.M. 2004. Areias da plataforma e a erosão costeira. Gravel, Instituto de
Geociências, UFRGS. Porto Alegre, Brasil. 2:4-24.
MARTINS, L.R., URIEN, C.M. & EICHLER, B.B. 1967. Distribuição dos sedimentos modernos da
plataforma continental sul-brasileira e uruguaia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA,
21, Curitiba. Anais..., Curitiba, SBG. P.20-43.
MARTINS, I.R., VILLWOCK, J.A., MARTINS, L.R. & BENVENUTI, C.E. 1989. The Lagoa dos Patos
Estuarine Ecosystem. Pesquisas, Instituto de Geociências, UFRGS. Porto Alegre, Brasil. 22:5-44.
MARTINS, L.R., MARTINS, I.R. & URIEN, C.M. 2003. Aspectos sedimentares na área de influência
do rio de La Plata. Gravel, Instituto de Geociências, UFRGS. Porto Alegre, Brasil. 1:68-80.
MARTINS, L.R., MARTINS, I.R. & WOLFF, I.M. 1997. Potencial arenosos de la plataforma conti-
nental interna del Rio Grande do Sul (Brasil). In: CONGRESSO LATINOAMERICANO DE SEDI-
MENTOLOGIA, 1º. Memórias, Tomo II: 59-65. Islã Margarita, Venezuela.
MARTINS, L.R., MARTINS, I.R. & WOLFF, I.M. 1999. Sand deposits along Rio Grande do Sul (Bra-
zil) Inner Continental Shelf. In: L.R. Martins & Santana, C.I. (Eds). Non Living Resources of the
Southern Brazilian Costal Zone and Continental Margin. OAS/IOC-UNESCO Publication: 26-38.
Porto Alegre. Brasil.
MARTINS, L.R., URIEN, C.M. & BUTLER, L.W. 1972. Províncias fisiográficas e sedimentos da mar-
gem continental Atlântica da América do Sul. CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 26,
Belém. Anais..., Belém, Brasil, 2:105-114.
MARTINS, L.R.S., URIEN, C.M. & EICHLER, B.B. 1967. Distribuição dos sedimentos modernos da
plataforma continental sul-brasileira e uruguaia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA,
21. Curitiba-Pr. Anais..., SBG, Curitiba-Pr. Brasil. p.29-43.
MARTINS, L.R., URIEN, C.M. & MARTINS, I.R. 1973. Sedimentos modernos e relíquias da plata-
forma continental sul-americana oriental. CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 27, Araca-
ju, Anais...., Aracaju, Brasil. 1:212-213.
MARTINS, L.R., VILLWOCK, J.A. & CALLIARI, L.J. 1978a. A Ocorrência de Lama na Praia do
Cassino. Anais Hidrográficos, 35:159-170.
MARTINS, L.R., URIEN, C.M. & MARTINS, I.R. 1978b. Sedimentos relíquias na plataforma conti-
nental brasileira. Pesquisas, Instituto de Geociências, UFRGS, 9:62-68, Porto Alegre, Brasil. Gênese
dos Sedimentos da Plataforma Continental Atlântica entre o Rio Grande do Sul (Brasil) e Tierra del
Fuego (Argentina). Gravel, 3:85-102.
MARTINS, L.R., URIEN, C.M. & MARTINS, I.R. 2005. Gênese dos Sedimentos da Plataforma Con-
tinental Atlântica entre o Rio Grande do Sul (Brasil) e Tierra del Fuego (Argentina). Gravel, Instituto
de Geociências, UFRGS. 3:85-102.
MARTINS, L.R., URIEN, C.M., CORRÊA, I.C.S. & MARTINS, I.R. 1996. Late quaternary processes
along Rio Grande do Sul continental shelf, Brazil. Notas Técnicas, 9:62-68, 1 mapa, Porto Alegre,
Brasil.
MASCLE, J., BLAREZ, E. & MARINHO, M. 1988. The shallow structures of the Guinea and Ivory
Coast - Ghana transform margins: their bearing on the Equatorial Atlantic Mesozoic evolution. Tec-
tonophysics, 155:193-209.
MCKENZIE, D. 1978. Some remarks on the development of sedimentary basins. Earth and Plane-
tary Science Letters, 40:25-32.
MEDEANIC, S.I., DILLENBURG, S.R. & TOLDO Jr., E.E. 2001. Novos Dados Palinológicos da
Transgressão Marinha Pós-Glacial em Sedimentos da Laguna dos Patos, RS, Brasil. Revista Univer-
sidade Guarulhos. 6:64-76.
MEDEANIC, S.I., TOLDO JR., E.E. & DILLENBURG, S.R. 2000. Palynological Evidence of Marine
Ingression in the Lagoa dos Patos Lagoon During the Late Holocene. Revista Universidade Guaru-
lhos. Ed. Espec., 141-145.
MENDONÇA FILHO J.G. 1999. Aplicação de estudos de palinofácies e fácies orgânica em rochas do
Paleozoico da Bacia do Paraná, Sul do Brasil. Porto Alegre. Programa de Pós-Graduação em Geoci-
ências, Instituto de Geociências, UFRGS. Tese de Doutorado. 338p.
MOHRIAK, W.U., BASSETTO, M. & VIEIRA, I.S. 1998. Crustal architecture and tectonic evolu-
tion of the Sergipe-ALagoas and Jacuípe basins, offshore northeastern Brazil. Tectonophysics, 288(1-
4):199-220.
MÖLLER JR., O.O. & CASTAING, P. 1999. Hydrographical characteristics of the estuarine area of
Patos Lagoon (30ºS, Brazil); In: Estuaries of South America-Their Geomorphology and Dynamics;
Springer, cap. 5, p. 83-100.
MÖLLER Jr., O.O., CASTAING, P., FERNANDES, E.L. & LAZURE, P. 2007. Tidal frequency dyna-
mics of a Southern Brazil coastal lagoon: choking and short period forced oscillations. Estuaries,
30:311-320.
MÖLLER Jr., O.O., Lorenzzentti, J.A., Steck, J.L. & Mata, M.M. 1996. The Patos Lagoon summertime
circulation and dynamics. Continental Shelf Researches, 16(3):335-351.
MÖLLER Jr., O.O., PIOLA, A.R., FREITAS, A.C. & CAMPOS, E.J.D. 2008. The effects of river dis-
charge and seasonal winds on the shelf off southeastern South America. Continental Shelf Resear-
ches. p. 1607-1624.
MORTON, A.C. 1985. A new approach to provenance studies: electron microprobe analysis of detri-
tal gamets from Middle Jurassic sandstones of the North sea. Sedimentology, 32:553-566.
MORTON, A.C. & HALLSWORTH, C.R. 1994. Identifying provenance-specific features of detrital
heavy mineral assemblages in sandstones. Sedimentary Geology. 90:241-256.
MOTTA, V.F. 1963. Relatório Análise e Previsão das Alturas de Ondas em Tramandaí. Instituto de
Pesquisas Hidráulicas, UFRGS, Brasil, 30p.
MOTTA, V.F. 1967. Estudo em modelo reduzido para a regularização da embocadura lagunar de
Tramandaí, RS. Instituto de Pesquisas Hidráulicas, UFRGS. Porto Alegre. (Inédito).
MOTTA, V.F. 1969. Relatório diagnóstico sobre a melhoria e o aprofundamento do acesso pela barra
do Rio Grande. Porto Alegre, Instituto de Pesquisas Hidráulicas, UFRGS. 114p.
NICHOLS, M.M. 1989. Sediment Accumulation Rates and Relative Sea-Level Rise in Lagoons. Ma-
rine Geology, 88(3/4):201-220.
OJEDA, H.A.O. & CESERO, P. 1973. Bacias de Santos e Pelotas – Geologia e Perspectivas Petrolífe-
ras. PETROBRAS, DEXPRO, DIVEX. Relatório Interno nº4695.
OJEDA, H.A.O. & SILVA, A.B. 1975. Bacia de Santos e Pelotas: relatório de progresso. Rio de Janeiro,
PETROBRÁS/DEXPRO/DIVEX. Relatório Interno nº 4974.
PETTIJOHN, F.J., POTTER, P.E. & SIEVER, R. 1973. Sand and Sandstones. Springer-Verlag. New
York. 553p.
PIMENTA, F.M. 1999. Caracterização dos Regimes de Refração de Onda ao longo da zona costeira
do Rio Grande do Sul. Monografia de conclusão do Curso de Oceanologia. FURG.
PIOLA, A.R. & RIVAS, A.L. 1997. Corrientes en la plataforma continental. In: Boschi, E.E. (ed.). El
Mar Argentino y sus recursos pesqueros. Antecedentes históricos de las exploraciones en el mar y las
características ambientales. Mar del Plata, Instituto de Investigación y Desarrollo Pesquero, 1:119-133.
PIOLA, A.R., MÖLLER JR., O. & PALMA, E. 2004. El impacto del Plata sobre el océano Atlántico.
Ciencia Hoy. 14(82):28-37.
PIOLA, A.R., MATANO, R.P., PALMA, E., MÖLLER JR., O.O. & CAMPOS, E.J.D. 2005. The influen-
ce of the Prata river discharge on the western South Atlantic shelf. Geophysical Research Letters,
32:1-4.
PONTE, F.C. & ASMUS, H.E. 1978. Geological framework of the Brazilian continental margin. Ge-
ologishe Rundschau, 67:201-235.
RIGON, L.T. 2009. O fluxo de carga sólida em suspensão do rio Guaíba. Porto Alegre. Curso de Ge-
ologia. Instituto de Geociências-UFRGS. Monografia de conclusão de Curso. 76p.
SCHIDLOWSKI M., HAYES J.M. & KAPLAN I.R. 1983. Isotopic inference of ancient biochemis-
tries: Carbon, sulfur, hydrogen and nitrogen. In: Schopf J.W. (Ed.), Earth’s Biosphere: Its Origin and
Evolution, Pric. University Press, Princeton, New Jersey, p. 149-186
SENA SOBRINHO M. 1950. Reconhecimento geológico na costa sul de porto de Rio Grande ao
Chuí. Mineração e Metalurgia. Rio de Janeiro, 8(15):189-191
SERVANT, M. 1984. Climatic variations in the low continental latitudes during the last 30.000 years.
In: Mörner, N.A. & Karlen, W. (Eds.). Climatic changes on a yearly to millennial basis. Reidel: Dor-
drecht. p.117-120.
SILVA, R.P. 2011. Sedimentos holocênicos da plataforma continental da costa do Dendê, Bahia, Bra-
sil. Programa de Pós-Graduação em Geociências, UFBA. Tese de Doutorado. 165p.
SOARES, I. & MÖLLER Jr., O. 2001. Low-frequency currents and water spatial distribution on the
southern Brazilian shelf. Continetal Shelf Reseach 21:1785-1814.
SOLIANI, Jr. E. 1973. Geologia da região de Santa Vitória do Palmar, RS, e a posição estratigráfica
dos fósseis de mamíferos pleistocênicos. Porto Alegre. Curso de Pós-Graduação em Geociências.
Instituto de Geociências, UFRGS. Dissertação de Mestrado. 88p.
STRAUCH, J.C.S. & SCHMIDT, R.M. 1998. Um ano de Monitoramento de Ondas em Rio Grande, RS.
In: SEMANA NACIONAL DE OCEANOGRAFIA, 11, Rio Grande, Brasil, (Resumos Expandidos).
STRAUCH, J.C.S., CUCHIARA, D.C., TOLDO JR., E.E. & ALMEIDA, L.E.S.B. 2009. O Padrão das
Ondas de Verão e Outono no Litoral Sul e Norte do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Recursos
Hídricos, 14:29-37.
SUGUIO, K. 2010. Geologia do Quaternário e mudanças ambientais. São Paulo. Oficina de Textos.
408p.
SUGUIO, K., MARTIN, L., BITTENCOURT, A.C.S.P., DOMINGUEZ, J.M.L., FLEXOR, J.M. &
AZEVEDO, A.E.G. 1985. Flutuações do nível relativo do mar durante o Quaternário superior ao
longo do litoral brasileiro e suas implicações na sedimentação costeira. Revista Brasileira de Geoci-
ências, 15:273-286.
SVERDRUP, H.U., JOHNSON, M.W. & FLEMING, R.H. 1942. The Oceans, Their Physics, Chemis-
try, and General Biology. Prentice Hall, New York, 1087 p.
SWIFT, D.J.P., STANLEY, D.J. & CURRAY, J.R. 1971. Relict sediments on continental shelves: a re-
consideration. J. Geol., Chicago, 79:322-346.
SZATMARI, P. & MILANI, R.J., 1999. Microplate rotation in northeast Brazil during South Atlantic
rifting: Analogies with the Sinai microplate. Geology, 27(12):1057-1184.
TOLDO Jr., E.E. 1989. Variações Relativas do Nível do Mar na Laguna Lagoa dos Patos durante o Ho-
loceno. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DO QUATERNARIO, 2,
Rio de Janeiro, RJ., Anais do II Congresso da ABEQUA. Rio de Janeiro, RJ. v. 1. p. 59.
TOLDO Jr., E.E. 1991. Morfodinamica da Laguna dos Patos. Pesquisas em Geociências. Instituto de
Geociências, UFRGS. 18:58-63.
TOLDO Jr., E.E. & DILLENBURG, S. R. 2000. Swash Bar Migration at the Inlet of the Lagoa dos
Patos Lagoon, Brazil. Journal of Coastal Research. SI37:489- 492.
TOLDO JR., E.E., ALMEIDA, L.E.S.B. & CORRÊA, I.C.S. 2003. Forecasting Shoreline Changes of
Lagoa dos Patos Lagoon, Brazil. Journal of Coastal Research. SI35:43-50.
TOLDO JR., E.E., ALMEIDA, L.E.S.B., CORRÊA, I.C.S., FERREIRA, E.R. & GRUBER, N.L.S. 2006b.
Wave prediction along Lagoa do Patos coastline, southern Brazil. Atlântica. 28:87-95.
TOLDO JR., E.E., AYUP-ZOUAIN, R.N., CORRÊA, I.C.S. & DILLENBURG, S.R. 1991. Barra Falsa:
Hipótese de um paleocanal holocênico de comunicação entre a laguna dos Patos e o oceâno Atlânti-
co. Pesquisas, Porto Alegre-RS. 18(2):99-103.
TOLDO JR., E.E., DILLENBURG, S.R., CORRÊA, I.C.S. & ALMEIDA, L.E.S.B. 2000. Holocene Se-
dimentation in Lagoa dos Patos Lagoon, Rio Grande do Sul, Brazil. Journal of Coastal Research.
16(3):816-822.
TOLDO JR., E.E., DILLENBURG, S.R., CORRÊA, I.C.S., ALMEIDA, L.E.S.B., WESCHENFELDER,
J. & GRUBER, N.L.S. 2006a. Sedimentação de Longo e Curto Período na Lagoa dos Patos, Sul do
Brasil. Pesquisas em Geociências. Instituto de Geociências, UFRGS. 33:79-86.
TOLEDO L.M.A. 1999. Considerações sobre a turfa no Brasil. Akrópolis-Revista de Ciências Huma-
nas da UNIPAR. Universidade Paranaense. 7(28):27-41.
TOMAZELLI, L.J. 1978. Minerais pesados da plataforma continental do Rio Grande do Sul. Acta
Geológica Leopoldensia, UNISINOS, 2(3):102-160. (Estudos Tecnológicos nº5).
TOMAZELLI, L.J. & VILLWOCK, J.A. 1992. Considerações Sobre o Ambiente Praial e a Deriva Li-
torânea de Sedimentos ao Longo do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, Instituto
de Geociências, UFRGS. 19(1): 3-12.
TYSON R.V. 1995. Sedimentary Organic Matter: Organic facies and palynofacies analysis. Chapman
& Hall, London, 615 p.
URIEN, C.M. 1967. Los sedimentos modernos del rio de la Plata exterior. Boletin SHIN, 4(2):113-213.
URIEN, C.M. & EWING, M. 1974. Recent sediments and environment of Southern Brazil, Uruguay,
Buenos Aires and Rio Negro continental shelf. In: Burk & Drake, ed. Geology of Continental Margin.
New York, Springer Verlag, p. 57-177.
URIEN, C.M. & MARTINS, L.R. 1974. Sedimentos da plataforma continental sul americana entre
cabo Santa Marta (Brasil) e Terra do Fogo (Argentina). Parte 1. Texturas e origem. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 28, Anais…, Porto Alegre, Brasil 3:213-223.
URIEN, C.M. & MARTINS, L.R. 1987. Basal transgressive sand markers of Holocene marine trans-
gression. In: INQUA INTERNATIONAL CONGRESS, Abstracts: 279, Ottawa, Canada.
URIEN, C.M., MARTINS, L.R. & CAZENAVE, P. 1995. Late quaternary geology of river de La Plata,
Buenos Aires – Rio Negro coastal plain and continental shelf. In: ENCONTRO DE GEOLOGIA DO
CONE SUL. Resumos Expandidos..., 273-274, Porto Alegre, Brasil.
VAIL, P.R., MITCHUM JR., R.M. & THOMPSON, S. 1977. Seismic stratigraphy and global changes
of sea level, Part 4; Global cycles of relative changes of sea level, in seismic stratigraphy applications
to hydrocarbon exploration. Bulletin American Association of Petroleum Geologists. Tulsa, Okla.,
26:83-97.
VAZ, A.C., MÖLLER JR., O.O. & ALMEIDA, T.L. 2006. Análise quantitativa da descarga dos rios
afluentes da Lagoa dos Patos. Revista Atlântica, FURG, 28(1): 13-23.
VIEIRA, H.M. 1995. Contribuição ao estudo da sedimentologia da Lagoa Mirim-RS. Porto Alegre,
UFRGS. Programa de Pós-Graduação em Geociências. Tese de Doutorado. 383 p.
VILLWOCK, J.A. 1977. Aspectos da Sedimentação na Região Nordeste da Lagoa dos Patos: Lagoa do
Casamento e Saco do Cocuruto, RIO GRANDE DO SUL Brasil. Curso de PósGraduação em Geoci-
ências, Instituto de Geociências, UFRGS. Tese de Doutorado. 189 p.
VILLWOCK, J.A., 1984. Geology of the Coastal Province of Rio Grande do Sul, Southern Brazil. A
Synthesis. Pesquisas, Instituto de Geociências, UFRGS. 16:5-49.
VILLWOCK, J.A. 1994. A costa brasileira: geologia e evolução. CECO/IG/UFRGS. Notas Técnicas,
CECO, Instituto de Geociências, UFRGS. Porto Alegre, Brasil, 7:38-49.
VILLWOCK, J.A; MARTINS, L.R.S. 1972. Depósitos lamíticos de pós-praia, Cassino, RS. Pesquisas,
Porto Alegre, Instituto de Geociências, UFRGS. 1:69-85.
VILLWOCK, J.A. & TOMAZELLI, L.J. 1995. Geologia costeira do Rio Grande do Sul. Notas Técni-
cas, CECO, Instituto de Geociências, UFRGS. 8:1-45.
WAKSMAN S.A. 1942. The peats of New Jersey and their utilization. New Jersey. Gelogic Series,
Bulletin. New Jersey, 55p
WEBER C.A. 1903. Öber torf, humus und moor. Abrandlungen Naturwis-senschanftlichen Verein,
zu Bramen, 17: 465-484.
WESCHENFELDER, J,; BAITELLI, R., CORRÊA, I.C.S., BORTOLINI, E.C. & DOS SANTOS, C.B.
2014. Quaternary incised valleys in Southern Brazil coastal zone. Journal of South American Earth
Sciences, 55:83-93.
WESCHENFELDER, J., CORRÊA, I.C.S., ALIOTTA, S., PEREIRA, C.M. & VASCONCELLOS, V.E.B.
2006a. Shallow gas accumulations in the sediments of the Patos lagoon area, Southern Brazil. Anais da
Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro. 78(3):607-614.
WESCHENFELDER, J., CORRÊA, I.C.S. & ALIOTTA, S. 2005. Elementos arquiteturais do substrato
da Lagoa dos Patos revelados por sísmica de alta resolução. Pesquisas em Geociências, 32(2): 57-67.
WESCHENFELDER, J., CORRÊA, I.C.S., ALIOTTA, S. & BAITELLI, R. 2010a. A drenagem pretéri-
ta do rio Camaquã na costa do Rio Grande do Sul. Pesquisas em Geociencias. UFRGS. Porto Alegre.
37(1):13-23.
WESCHENFELDER, J., CORRÊA, I.C.S., AYUP-ZOUAIN, R.N., PEREIRA, C.M. & VASCON-
CELLOS, V.E.B. 2005. Gas accumulations revealed by high-resolution seismic in the Patos lagoon,
southern Brazil. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON GAS IN MARINE SEDIMENTS, 8.,
2005. Anais, Vigo, Espanha. Universidad de Vigo, p.133.
WESCHENFELDER, J., KLEIN, A.H.F., GREEN, A.N., ALIOTTA, S., MAHIQUES, M.M., NETO,
A.A., TERRA, L.C., CORRÊA, I.C.S., CALLIARI, L.J., MONTOYA, I., GINSBERG, S.S. & GRIEP,
G.H. 2016. The control of palaeo-topography in the preservation of shallow gas accumulation: exam-
ples from Brazil, Argentina and South Africa. Estuarine, Coastal and Shelf Science, 1:1-15.
WESCHENFELDER, J., MEDEANIC, S., CORRÊA, I.C.S. & ALIOTTA, S. 2006b. Holocene paleo-
environment of the Bojuru region, southern Brazil. Journal of Coastal Recherch. 22(4):171-181.
WESCHENFELDER, J., CORRÊA, I.C.S., TOLDO JR., E.E & BAITELLI, R. 2008. Paleocanais como
indicativo de eventos regressivos quaternários do nível do mar no sul do Brasil. Revista Brasileira de
Geofísica, 26(3):367–375.
YOUNG, I.R. & HOLLAND, G.J. 1996. Atlas of the Oceans: Wind and Wave Climate. Pergamon/
Elsevier Science Ltd. Oxford, New York and Tokyo. 241p.
ZAVIALOV, P., MÖLLER JR., O.O. & CAMPOS, E. 2002. First direct measurements of currents on
the continental shelf of Southern Brazil. Continental Shelf Research, 22:1975-1986.
ZENKOVITCH, V.P. 1958. On the Genesis of Cuspate Spits along Lagoon Shores. Journal of Geology,
67:269279.
O Brasil, após ratificar a CNUDM em 1988, iniciou uma série de pesquisas geoló-
gicas, geofísicas e hidrográficas, que possibilitassem a extensão de sua plataforma
continental como contido no artigo 76 da CNUDM. Tal tarefa foi concluída em
2004, com o depósito da submissão brasileira contendo o limite exterior, nas Nações
Unidas, cujo pleito foi de incorporar aproximadamente 950.000km2 de área além
das 200M. Contudo, de acordo com as recomendações da Comissão de Limites da
Plataforma Continental (CLPC) em 2007, cerca de 200.000km2 do total pleiteado
pelo Brasil não poderia ser incorporado.
Foi decido então pelo governo brasileiro continuar o projeto de modo a elaborar
uma submissão revisada da margem, o que foi feito a partir de 2008, com um novo
plano de aquisição de dados e a manutenção do programa LEPLAC.
A Região Sul teve sua análise concluída pela CLPC em 08 de março de 2019, quando
esta concordou com o limite exterior de plataforma continental além das 200M a
partir das linhas de base apresentado pelo Brasil, cuja área é cerca de 169.163km2.
A Margem Equatorial teve sua análise iniciada pela CLPC em agosto de 2018 e as
margens Oriental/Meridional ainda serão analisadas.
De acordo com seu artigo 308 a CNUDM entrou em vigor no dia 16 de novembro
de 1994. Até o dia 08 de abril de 2019, 168 Estados a haviam ratificado1, entre eles o
Brasil, que a ratificou no dia 22 de dezembro de 1988.
1
https://www.un.org/depts/los/reference_files/status2019.pdf
2
https://www.un.org/depts/los/reference_files/status2019.pdf
As Linhas da Base podem ser normal ou reta; a primeira diz respeito à linha de
baixa-mar conforme representada nas cartas náuticas oficias dos Estados Costeiros,
definida no artigo 5 da CNUDM; a segunda aplica-se a locais onde a linha de costa
seja recortada ou irregular, como entrada de baías, locais com recifes ou franjas de
ilhas entre outros. O traçado da linha de base reta deve ser definido de acordo com
o preconizado no artigo 7 da CNUDM.
Figura 2.1.1.1 –
Exemplo do traçado das
linhas de base normais e
retas ao largo dos estados
do Amapá, Pará, Mara-
nhão, Piauí e Ceará.
A soberania do Estado costeiro estende-se além do seu território e das suas águas interio-
res a uma zona de até 12M a partir das linhas de base, designada de MAR TERRITORIAL.
Esta soberania estende-se ao espaço aéreo sobrejacente ao mar territorial, e também ao
solo e subsolo deste mar.
A partir do limite exterior do mar territorial, o Estado costeiro não mais exerce soberania,
mas apenas jurisdição sobre os diversos espaços marítimos, conforme prevista na CNUDM.
A Zona Contígua não pode estender-se além das 24M a partir das linhas de base.
A ZEE é uma zona situada além do mar territorial e a este adjacente. O limite da ZEE é de
200M a contar a partir das linhas de base.
Os direitos, jurisdição e deveres do Estado costeiro neste espaço marítimo estão expressos
no parag.1 do artigo 56 da CNUDM, conforme abaixo descrito:
Plataforma Continental Brasileira | 164
2.1.5 Plataforma Continental
Definida na parte VI da CNUDM, em especial nos artigos 76 e 77. Em função da
intrínseca relação da definição deste espaço marítimo com a geologia, os critérios
aplicados para a determinação da plataforma continental além das 200M serão abor-
dados em maior detalhe.
ii) O bordo exterior da margem continental pode se estender até a distância de 60M
a partir do pé do talude continental.
No entanto, os pontos fixos que constituem a linha dos limites exteriores da plata-
forma continental não poderão ultrapassar os dois critérios restritivos:
iii) 350M das linhas de base; ou
iv) 100M da isóbata de 2.500 metros.
Além da criação da ISBA, a CNUDM introduz também, em seu Anexo II, o conceito
de Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC).
O Estado costeiro que desejar ampliar sua plataforma continental para além das
200M deve submeter, à esta comissão, informações sobre o limite exterior de sua
plataforma, como preconizado no artigo 4 do anexo II da CNUDM.
3
ISBA – um dos três órgãos criados pela CNUDM (PARTE XI – Seção 4), cuja atribuição é de organizar e controlar as
atividades na ÁREA.
A Comissão então fará recomendações aos Estados costeiros sobre questões relacio-
nadas ao estabelecimento deste limite. O limite exterior da plataforma continental
estabelecido pelo Estado costeiro com base nessas recomendações será definitivo e
obrigatório. A CLPC é composta por 21 membros, peritos em geologia, geofísica ou
hidrografia, eleitos pelos Estados Partes.
O Estado costeiro deve depositar junto de Secretário Geral das Nações Unidas mapas
e informações pertinentes que descrevam permanentemente os limites exteriores da
sua plataforma continental. O Secretário Geral deve dar a esses documentos a devida
publicidade.
Além dos espaços marítimos indicados na figura 2.1, julgamos oportuno, por sua
relevância, registrar os conceitos do que se compreende por águas interiores, alto-
-mar e “Área”.
2.1.7 Alto-mar
O alto-mar compreende todas as partes do mar não incluídas na zona econômica
exclusiva, no mar territorial ou nas águas interiores de um Estado.
O alto-mar está aberto a todos os Estados, quer costeiros quer sem litoral, e deve ser
utilizado para fins pacíficos. Nenhum Estado pode legitimamente pretender subme-
ter qualquer parte do alto-mar à sua soberania.
2.1.8 Área
Nos termos do artigo 1 da CNUDM, “Área” significa o solo e o subsolo marinhos si-
tuados além da jurisdição nacional. De acordo com os artigos 136 e 137 da CNUDM,
nenhum Estado pode reivindicar ou exercer soberania ou direitos de soberania sobre
qualquer parte da Área ou seus recursos. Todos os direitos sobre os recursos da Área
Diversos outros assuntos são legislados pela CNUDM, aqui serão descritos apenas
mais dois tópicos considerados relevantes no escopo deste livro, as partes XII e XIII.
4
A Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), criada pelo Decreto no 74.557, de 12 de setembro de
1974, revogado pelo Decreto nº 3.939, de 26 de setembro de 2001, alterado pelos Decretos nos: 4.815, de 20 de agosto
de 2003; 6.107, de 2 de maio de 2007; 6.484, de 17 de junho de 2008; 6.756, de 2 de fevereiro de 2009 e 6.979, de 8 de
outubro de 2009 tem a finalidade de coordenar os assuntos relativos à consecução da Política Nacional para os Recur-
sos do Mar (PNRM).
5
http://www.un.org/depts/los/clcs_new/submissions_files/bra04/bra_add_executive_summary.pdf
6
http://www.un.org/depts/los/clcs_new/submissions_files/bra04/bra_exec_sum.pdf
A Figura 4.2 apresenta o Limite Exterior da Plataforma Continental além das 200M
como apresentado em 2004 e alterado pelo Addendum em 2006.
1) fosse elaborada uma nova Proposta revisada (total ou parcial) a ser encaminhada
à CLPC;
2) fossem aportados meios necessários à manutenção do Grupo de Trabalho para
Acompanhamento da Proposta do Limite Exterior da Plataforma Continental Bra-
sileira (GT LEPLAC); e
3) fossem providos recursos financeiros para apoiar as atividades decorrentes da
elaboração dessa nova proposta.
Para consubstanciar essa proposta revisada, foi necessária a aquisição de mais da-
dos geofísicos e geológicos na margem continental brasileira. Essas aquisições fo-
ram planejadas e executadas entre os anos de 2008 e 2019 na margem continental
brasileira, em especial nas regiões não reconhecidas nas recomendações da CLPC
de 2007.
7
Região que abrange o Platô de Santa Catarina, Drift do Rio Grande, Cone do Rio Grande e Deslizamento Chuí.
8
Região que abrange o Cone do Amazonas e a Cadeia Norte-Brasileira.
9
Região que abrange a Cadeia de Abrolhos, a Cadeia Vitória-Trindade, a Elevação do Rio Grande e o Platô de São Paulo.
O Corpo Principal contém, além dos aspectos formais obrigatórios, uma descrição
detalhada da geologia, as metodologias utilizadas na implementação do artigo 76 da
CNUDM, e três anexos denominados A, B e C. O Anexo A apresenta informações
relativas à aquisição e ao processamento dos dados do LEPLAC FASE 2; o Anexo B
apresenta a descrição dos perfis batimétricos e dos pontos de pé do talude continen-
tal ("Foot of Slope" - FOS) que contribuíram para definição do limite exterior; e o
Anexo C apresenta a descrição das seções sísmicas e dos pontos de 1% de espessura
sedimentar utilizados na definição do limite exterior.
O Drift de Pelotas é uma elevação morfológica, cerca de 600m mais alta que o fundo
submarino adjacente, acoplada ao limite sul do platô, onde é responsável pela cons-
trução de uma escarpa marginal.
A base do talude continental na Região Sul compreende uma faixa com largura que
varia entre 15km e 120km e profundidade entre 3.650m e 4.600m. A partir da defi-
nição da base do talude foi possível determinar matematicamente, nos perfis bati-
métricos, os pontos de pé do talude (variação máxima do gradiente batimétrico). A
figura 4.10 apresenta a base e os pontos de pés de talude na Região Sul.
Na Região Sul foram utilizados os dois critérios afirmativos do artigo 76 para definir
o limite da margem continental, o critério da espessura das rochas sedimentares e da
distância de 60M ao pé do talude continental. Já o único critério restritivo aplicado
foi o de 350M das linhas de base (Figura 4.11).
10
As recomendações da CLPC para a Região Sul estão disponíveis em https://www.un.org/Depts/los/clcs_new/submis-
sions_files/submission_bra_rev.htm.
O Limite Exterior nesta região foi definido por uma linha formada por 295 pontos
fixos e resulta em uma área de cerca de 383.218km2 além das 200M como apresen-
tado na Figura 4.14. Chama-se atenção que o limite exterior apresentado neste
livro ainda pode ser alterado em função das recomendações que serão produzidas
pela CLPC 11.
O Sumário Executivo da Submissão Parcial Revisada da Margem Equatorial pode ser acessado em https://www.un.org/
11
Depts/los/clcs_new/submissions_files/submission_bra_rev2.htm.
Além deste degrau, outros são desenvolvidos a leste e sudeste do platô, até 4.500m
de profundidade, formados pela interação entre os processos deposicionais turbidi-
ticos e os processos associados às correntes de contorno.
O Limite Exterior nesta região foi definido por uma linha formada por 970 pontos
fixos e resulta em uma área de cerca de 1.542.274km2 além das 200M como apre-
sentado na Figura 4.16. Chama-se atenção que o limite exterior apresentado neste
livro ainda pode ser alterado em função das recomendações que serão produzidas
pela CLPC12.
12
O Sumário Executivo da Submissão Brasileira Parcial Revisada das margens Oriental/Meridional pode ser acessado em
https://www.un.org/Depts/los/clcs_new/submissions_files/submission_bra_rev3.htm.
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CPRM 2004. Serviço Geológico do Brasil. Carta Geológica do Brasil ao milionésimo. GIS do Brasil,
Sistema de Informações Geográficas. Programa Geologia do Brasil. Brasília.
JECK, I.K.; Alberoni, A.A.L.; Torres, L.C.; Zalán P.V. 2019. The Santa Catarina Plateau and the Nature
of its Basement. Geo-Marine Letters. DOI 10.1007/s00367-019-00585-z
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
(CNUDM). Versão em língua portuguesa. 1985. 313 p.
SANTOS R.V.; Ganade C.E.; Lacasse C.M.; Costa I.S.L.; Pessanha I.; Frazão E;.P.; Dantas E.L.; Cavalcan-
te J.A. 2019. Dating Gondwanan continental crust at the Rio Grande Rise, South Atlantic. Terra Nova.
2019;00:1-6. https://doi.org/10.1111/ter.12405
TALOS Manual (Technical Aspects of the Law of the Sea). Special Publication No. 51 Edition 5.0.0 –
June 2014. Published by the International Hydrographic Bureau. MONACO. 2014
VIDIGAL, A. A. F. Amazônia Azul: o Mar que nos Pertence. Rio de Janeiro: Record, 2006