Apostila de Processo de Serramento
Apostila de Processo de Serramento
Apostila de Processo de Serramento
Serramento
Revisão 8 - 2013 1
Parte 4
Operação de corte
4.1 – Introdução
O corte de metais e outros materiais é uma das operações mais largamente
aplicadas, sendo na maioria das vezes a primeira operação do processo de fabricação,
responsável por dividir a matéria prima, que é adquirida em chapas, barras ou tarugos.
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4.3 – Corte com lâminas dentadas (serras)
Em trabalhos de manutenção a operação de serrar pode ser feita à mão, com
um serrote (madeira) ou com um arco de serra (figura 4.2). O uso de cinzel (ou
talhadeira) também pode ocorrer.
Serras
Horizontal ou Vertical
alternativas
Guia retilínea
Metálicas
Serras circulares Braço oscilante
Disco abrasivo
Horizontal
Serra de fita
Vertical
Retilínea contínua
Horizontal
Fita de fricção
Vertical
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4.4.1 – Serras alternativas
A figura 4.4 apresenta o aspecto geral de uma serra alternativa. A peça é fixada
através de uma morsa de grande faixa de ajuste. A lâmina é presa ao arco sob tensão.
Normalmente há um batente ajustável para posicionar a matéria prima sempre no
mesmo comprimento.
A figura 4.6 exibe uma máquina vertical à esquerda (com detalhe ao centro) e
uma horizontal à direita. Observe que na máquina vertical o avanço é da peça contra a
serra, e por meio de esforço do operador. Já, na máquina horizontal, a peça é fixada
em uma morsa e um sistema hidráulico realiza o avanço da serra contra o material.
Pode-se executar operações de polimento através da substituição da fita dentada por
uma fita abrasiva, mostrando que este equipamento é bastante versátil.
Figura 4.6 – Máquinas para serra de fita. Vertical à direita e horizontal à esquerda
Deve-se dar preferência para as fitas mais largas, pois são mais resistentes e
permitem que a operação seja efetuada de forma mais rápida. Mas a largura da serra
de fita depende do menor raio a serrar. A tabela 4.2 apresenta a indicação de um
fabricante.
O travamento dos dentes faz com que a largura de corte seja maior do que a
espessura do corpo da lâmina, reduzindo o atrito e melhorando o rendimento da
operação. Como mostra a figura 4.7 há três tipos de travamento:
Travamento ancinho: possui um dente alinhado seguido por um dente à direita que por
sua vez é seguido por um dente à esquerda. Utilizado para cortar
aços especiais.
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Nas serras em disco os dentes são chanfrados, e sua finalidade é a mesma que
a do travamento, ou seja, reduzir o atrito. Pode-se encontrar serras com chanfros
alternados onde um dente possui chanfro do lado esquerdo e o dente seguinte no lado
direito. Outro tipo é o duplamente chanfrado, que possui este nome por ter um dente
com chanfro nos dois lados após cada par de dentes com apenas um chanfro. A figura
4.8 ilustra os dois tipos de chanframentos citados.
Também nas serras de disco pode-se encontrar os dentes postiços, que são
feitos de materiais mais resistentes e podem ser facilmente substituídos quando se
desgastam ou quebram. São indicados para operações que exigem alto desempenho.
Observando a figura 4.9 pode-se observar que os dentes postiços também são
chanfrados, mas de forma diferente do chanframento já apresentado. Neste caso um
dente possui chanfros nos dois lados enquanto o dente seguinte possui chanfro no
topo.
Disco abrasivo: discos sem dentes recobertos por material abrasivo que cortam
o material por fusão. São acessórios de máquinas de serra a disco.
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4.6 – Fixação para corte
A peça deve ser fixada com firmeza para evitar torção da serra e,
consequentemente, sua quebra. A figura 4.11 apresenta várias maneiras de fixação,
sendo algumas delas iguais a fixações realizadas no fresamento. Algumas máquinas já
possuem dispositivos de fixação próprios.
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Outra regra está relacionada com a dureza do material. Quanto mais duro o
material menor será o tamanho do dente, e consequentemente ter-se-á mais dentes
por unidade de comprimento. Caso seja utilizada uma serra de dentes grandes o corte
será mais demorado. Seguindo o mesmo raciocínio, para materiais macios deve-se
utilizar serras de dentes grandes. Se o vão dos dentes forem muito pequenos não irão
oferecer espaço suficiente para arrastar o cavaco até a saída, dificultando o movimento
da serra e diminuindo o corte. Figura 4.13.
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Tabela 4.4 – Relação efeito causa de falhas em serras
A tabela 4.5 apresenta uma valores indicando a lubrificação mais adequada para
alguns materiais, mas é sempre mais correto verificar no próprio catálogo do fabricante
a opção recomendada.
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Tabela 4.6 – Golpes por minuto em máquinas alternativas
Tabela 4.7 – Seleção da serra com base na espessura do material para máquinas alternativas
Espessura do material até 20 mm 20 a 40 mm 40 a 90 mm mais de 90 mm
Dentes por polegada 14 10 6 4
Para serras de fita pode-se observar a tabela 4.8 que sugere o número de
dentes por polegada para cada material. A tabela 4.9 indica as velocidades de corte.
Aços cromo-níquel
Aços fundidos 24-18 14 10 8-6
Ferros fundidos
Aço rápido
Aço inoxidável 24-18 14 10 8
Aço tipo RCC
Tubos e perfilados (parede
24-18 14 10 8-6
grossa)
Tubos (parede fina) 14 14 14 14
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Tabela 4.9 – Seleção da velocidade de corte para serras de fita
Material até 13 mm 13 a 38 mm mais de 38 mm
Aços comuns 60 50 40
Quantidade de dentes no
Material para maior rendimento
Material
Maciço Parede grossa Parede fina
Aço comum e aço fundido
3-4 4-5 10-14
(com resistência até 85 kg/mm2).
Aço comum e aço fundido
(com resistência acima de 85 4-5 5-6 12-14
kg/mm2).
Ferro fundido 3-4 - -
Latão 2-4 3-5 10-12
Cobre 2-4 3-5 10-12
Metais leves 1-2 1-2 5-8
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