Alberto Josmar Dos Santos
Alberto Josmar Dos Santos
Alberto Josmar Dos Santos
COMPORTAMENTAL
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO
TRATAMENTO DA FOBIA SOCIAL
São Paulo
2019
ALBERTO JOSMAR DOS SANTOS
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO
TRATAMENTO DA FOBIA SOCIAL
São Paulo
2019
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.
Alberto Josmar Dos Santos, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins –
São Paulo, 2019.
40 f. + CD-ROM
BANCA EXAMINADORA
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
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Prof. _____________________________________________________
A minha família e amigos pelo apoio e incentivo para que esse projeto tornasse
realidade. Muito obrigado!!
RESUMO
Esta monografia teve como objetivo realizar uma revisão da literatura nos
últimos dez anos acerca das técnicas cognitivas e comportamentais no tratamento
da fobia social. A fobia social é uma das primeiras doenças entre os transtornos de
ansiedade e causa prejuízos tanto nas áreas sociais como na qualidade de vida e
bem-estar do indivíduo. Foi feita uma busca tanto de livros e de artigos nos sites:
Bireme, Google Acadêmico, Scielo, BVS. Foram selecionados artigos relacionados
com a Técnica Cognitiva Comportamental e fobia social. Como resultado foram
identificadas 14 técnicas tanto cognitivas como comportamentais sendo as principais
técnicas utilizadas para o tratamento: reestruturação cognitiva, exposição, treino de
habilidades sociais e relaxamento.
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………..8
2 OBJETIVO.............................................................................................................. 25
3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 26
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 27
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 35
1 INTRODUÇÃO
conversa com alguém, entre outras. Outro grupo é a fobia social específica – como
o próprio nome menciona está restrita a uma dificuldade ou situação social e não
diversas situações. A pessoa pode ter uma ansiedade intensa ao entrar em uma
sala com muitas pessoas, mas em outras situações de interação social não tem
nenhum medo ou ansiedade, ou seja, a sua ansiedade é muito pontual (CABALLO,
2002).
A fobia social apresenta maiores índices no sexo feminino, sendo mais elevada
em adolescentes e jovens adultos. Se tratando dos fatores de risco que contribuem
para o desenvolvimento da fobia social, é possível dizer que não há uma única
causa e sim diversos fatores que contribuem para o surgimento do transtorno como:
a genética, ambiente social, familiar e questões temperamentais (APA, 2014).
A fobia social configura uma das primeiras doenças entre os transtornos de
ansiedade. O fóbico social sofre prejuízos na sua vida funcional, no trabalho, na vida
acadêmica e na vida social. No início da década de 1960, Aaron Beck começou a
desenvolver uma forma de psicoterapia, a qual se denominou terapia cognitiva. A
terapia cognitiva também é chamada de Terapia Cognitiva Comportamental (TCC),
porque é uma abordagem que além de dar ênfase nos processos mentais também
procura trabalhar o comportamento (BECK, 2013).
Os primeiros estudos científicos com a TCC começaram a ser publicados em
1977 (BECK, 2013). A TCC é uma abordagem que vem ganhando força ao redor do
mundo. Diversas pesquisas demonstram sua eficácia e muitos adeptos como
psicólogos, psiquiatras e terapeutas têm aderido a essa abordagem. Isso confirma o
que Beck (2013) diz “mais de 500 estudos científicos demonstraram a eficácia da
terapia cognitivo-comportamental para uma ampla gama de transtornos
psiquiátricos, problemas psicológicos e problemas médicos com componentes
psicológicos”. Atualmente, a TCC é utilizada em amplos formatos de tratamentos
como psicoterapia individual, grupo, casal, familiar, programas vocacionais e
especializações da saúde entre outros.
É fundamental conhecer alguns princípios básicos da TCC para melhor
compreender essa abordagem. Primeiro a TCC está baseada em uma formulação
em desenvolvimento contínuo dos problemas dos pacientes e em uma conceituação
individual de cada paciente em termos cognitivos. Também requer uma aliança
terapêutica sólida. Enfatiza a colaboração e a participação ativa do paciente. É
orientada para os objetivos e focada nos problemas e focaliza inicialmente o
10
Causas
Existem diversos fatores que contribuem para que o indivíduo desenvolva uma
fobia social como, por exemplo: genética, ambiente familiar, social, experiência
pessoal, falta de habilidades sociais, observação e a cultura, não sendo possível
enumerar uma única causa. O primeiro fator a genética – vamos supor que os pais
de um indivíduo têm ou já tiveram algum tipo de transtorno mental. Isso não quer
dizer que a pessoa irá desenvolver um transtorno mental, porque o que se herda
não é a doença e sim a vulnerabilidade. Isto é, a pessoa tem uma predisposição a
desenvolver um transtorno (PERGHER, 2018). De acordo com o DSM-V (APA,
2014) em parentes de primeiro grau, o indivíduo tem a probabilidade de 2 a 6 vezes
maior de ter o transtorno.
Segundo Pergher (2018) ao falar sobre a etiologia da fobia social, como em
muitos casos é multifatorial sendo uma das causas o ambiente familiar. Sobre essa
perspectiva a Família é a primeira instituição social do indivíduo. As experiências
que se constrói na infância vão contribuir para minimizar ou maximizar a fobia social.
Os pais têm um papel importante para a formação da personalidade da criança. A
criança que já tem a genética, já possui uma sensibilidade e isso a deixa mais
14
Timidez
timidez não se agrave e se torne uma fobia social ou algum outro tipo de transtorno
(MAGALHÃES, 2010).
Timidez é uma “Inibição; estado de quem tem vergonha de se expor; condição
da pessoa tímida, acanhada” (DICIONÁRIO PORTUGUES ONLINE, 2018). Em outra
definição a timidez pode ser definida como o “desconforto e a inibição em situações
de interação pessoal que interferem na realização dos objetivos pessoais e
profissionais de quem a sofre. Caracteriza-se pela obsessiva preocupação com as
atitudes, reações e pensamentos dos outros” (WIKIPÉDIA, 2018).
Por outro lado, a fobia social se caracteriza por uma ansiedade e medo mais
intensos e pode vir acompanhada de sintomas comportamentais, cognitivos e
fisiológicos (CABALLO, 2002). Segue abaixo exemplos desses sintomas:
- Comportamentais: o indivíduo pode fugir ou evitar da situação temida;
- Cognitivos: o indivíduo tem pensamentos negativos, disfuncionais. Ex.“penso que
vão me criticar ou ter algum embaraço ao falar em público”;
- Fisiológicos: o indivíduo pode ter palpitações, falta de ar, boca seca, dor no
estômago ou náuseas, tontura ou vertigem, sensação de desmaio, tremores, rosto
avermelhado, suor, embaçamento da visão, tensão muscular, voz trêmula ou
gagueira, transpiração excessiva, sensação de que a garganta está travada ou
dificuldade em engolir, esquecer o que ia falar momentaneamente, vontade
exagerada de ir ao banheiro.
A seguir Caballo (2003) cita algumas das situações mais temidas pelo o fóbico
social.
Situações de desempenho
Falar em público;
Comer ou beber em público;
Usar banheiro público;
Ser observado quando estiver fazendo algo;
Ser o centro das atenções;
Participar de eventos sociais e festas;
Ser fotografado ou filmado;
Ir a profissionais de saúde como médico, dentista.
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Situações de interação
Falar ao telefone;
Conversar com o sexo oposto, ou marcar encontros amorosos;
Comprar algo em uma loja;
Receber críticas;
Iniciar ou manter conversa com alguém;
Falar com pessoas de autoridade;
Falar em reuniões ou entrevista de emprego;
Demonstrar seus sentimentos;
Conversar com pessoas desconhecidas.
Ansiedade
Todos sabem como é se sentir ansioso. Talvez você já tenha vivenciado tal
situação: ficou apreensivo diante uma entrevista de emprego ou estudou o ano
inteiro para fazer um vestibular e ficou muito ansioso para ver o resultado.
Segundo o DSM-V (APA, 2014), o indivíduo com transtorno de ansiedade
possui ansiedade e preocupações excessivas e, esse sintoma tem que ocorrer na
maioria dos dias durante seis meses. Outra característica é que a pessoa não
consegue controlar a preocupação e essa tem que estar associada pelo menos três
sintomas fisiológicos como: tensão muscular, distúrbio do sono, inquietação ou
sensação de estar com os nervos à flor da pele, irritabilidade, fatigabilidade e
dificuldade em concentrar-se.
Segundo o CID-10 (2001), o paciente deve ter sintomas primários de
ansiedade na maioria dos dias por pelo menos várias semanas e, usualmente, por
vários meses. Esses sintomas têm que obedecer alguns critérios:
a) Apreensão (preocupação sobre desgraças futuras, sentir-se no limite, dificuldade
de concentração).
b) Tensão motora (movimentação inquieta, cefaleias tencionais, tremores,
incapacidade de relaxar).
c) Hiperatividade autonômica (sensação de cabeça leve, sudorese, taquicardia ou
taquipneia, desconforto epigástrico, tonturas, boca seca).
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Paralisia, imobilidade;
Dificuldade para falar.
Sintomas emocionais
Sentir-se nervoso, tenso, irritado;
Sentir-se assustado, temeroso, aterrorizado;
Ser irascível, apreensivo, alvoroçado;
Ser impaciente, frustrado.
Clark (2014) enfatiza que “o medo e a ansiedade são tão normais quanto
comer, dormir e respirar. Como necessitamos deles para a sobrevivência, seria
perigoso eliminar todo medo e ansiedade da vida. ”
São mais de 65 milhões de pessoas nos Estados Unidos que sofrem de
ansiedade, sendo o problema de saúde mental mais comum. Geralmente, as
características de uma pessoa com ansiedade são: preocupações com intensidade
exagerada, persistência durando horas ou dias. Tem que ocasionar interferência em
sua rotina, ansiedade, pânico repentino, generalização, pensamento catastrófico (o
indivíduo tende a pensar somente nas piores hipóteses), evitação, perda da
segurança ou do sentimento de tranquilidade (CLARK, 2014).
Como distinguir uma ansiedade normal da ansiedade patológica. Deste modo,
Possatto (2010) faz algumas distinções:
- Ansiedade normal – a preocupação não interfere na rotina do indivíduo, é de
pouca duração, a pessoa consegue controlar os pensamentos e a ansiedade. A
preocupação é com situações especificas, e de vez em quando.
- Ansiedade patológica – a preocupação interfere na rotina da vida do
indivíduo, tende a durar horas ou dias, a pessoa não tem nenhum controle sobre os
pensamentos e a ansiedade são incontroláveis. A tendência da pessoa é se
preocupar com todo o tipo de situação em todo momento.
Sob esta perspectiva, Clark (2014) define que a ansiedade “é um estado
emocional complexo muito mais prolongado e que muitas vezes é desencadeado
por um medo inicial”.
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Medo
Quem nunca teve medo ou receio de fazer alguma coisa? É natural sentirmos
apreensões e medos, pois esse mecanismo nos ajuda a preservar a vida. Para
Possatto (2010), o medo faz parte da natureza humana. Se um indivíduo não tem
medo de nada, com certeza estará colocando a sua vida em risco sem nenhuma
análise de um perigo iminente. O medo proporciona um sentido de alerta. É um sinal
que o organismo vai emitir do tipo: cuidado! Preste atenção! Vá devagar! E assim
por diante.
Temos mais de 66 tipos de medos, entre eles o medo de altura, do futuro, de
insetos, animais, de agulha, de morrer, de voar de avião, de dirigir carro, entre
outros. O medo classifica-se em dois tipos: medos preservadores, que são naturais
e preservam a vida. E o medo neurótico, que desenvolvemos por conta de nossas
crenças de adequação, são medos projetados (POSSATTO, 2010).
Quando o indivíduo está com medo é ativada uma estrutura no cérebro
chamada amígdala e essa estrutura gera uma série de alterações corporais como:
sudorese, aumento da frequência cardíaca e respiratória e dilatação das pupilas. E
porque ocorrem essas mudanças no organismo? Essas mudanças são importantes,
pois deixam o ser humano em prontidão para luta ou fuga (PERGHER, 2018).
Portanto, o medo é a resposta a uma ameaça real ou percebida. Quando
observar-se os animais, percebe-se esse mecanismo de luta ou fuga. Considere
como exemplo um animal, quando acha que pode enfrentar o perigo e lutar com o
seu predador, ele parte para o ataque; mas quando esse perigo põe em risco sua
vida, ele foge para se salvar (POSSATTO, 2010).
Importante salientar que o medo nunca vai embora sozinho, antes de tudo é
preciso entendê-lo e enfrentá-lo se quiser vencê-lo. Segundo as proposições de
Possatto (2010), as origens do medo pode ser de:
Experiências traumáticas;
Crenças, superstições e informações erradas que nos foram inculcadas,
experiências;
Experiências subjetivas durante a vida intrauterina;
Pensamentos ansiosos, catastróficos, fóbicos ou fantasiosos, não relacionados a
eventos específicos, mas a fantasias do poderia ser;
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Técnica cognitiva
Técnica comportamental
Modelo cognitivo
afeta as pessoas não são os acontecimentos e sim a forma como interpretam. Para
TCC, os processos mentais vão ter prioridade sobre as emoções e comportamentos.
2 OBJETIVO
3 METODOLOGIA
Foi feita uma busca através de livros, teses, dissertações e na internet através
dos sites: Bireme, Google Acadêmico, Scielo, BVS, com as palavras chaves: fobia
social, ansiedade social, ansiedade, terapia cognitiva comportamental, técnicas e
fobia social, ansiedade social e terapia cognitiva comportamental (TCC), TCC e fobia
social, em português e social phobia, social, anxiety disorder, behavioral cognitive
therapy, em inglês.
Foi realizada uma seleção de artigos publicados nos últimos dez anos e
posteriormente feita a seleção dos artigos que tinham relação entre a TCC e fobia
social, no tratamento de adultos de 18 a 79 anos. Alguns livros mais antigos foram
incluídos devido a sua relevância.
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4 RESULTADOS
Foi realizado uma pesquisa bibliográfica através dos sites científicos como
bireme, google academico, scielo, bvs bem como teses, dissertações e livros.
Foram selecionados artigos publicados nos últimos dez anos.
Nas bases de dados foram encontrados 21 estudos de terapia cognitiva
comportamental relacionados à fobia social, 05 dos quais estavam relacionados à
técnica cognitiva e técnica comportamental.
Segundo Mululo (2009), em sua análise sistemática de ensaios clínicos sobre
técnicas cognitivas e comportamentais, foram encontradas algumas técnicas para o
tratamento da fobia social: reestruturação cognitiva, exposição, relaxamento
aplicado, treino em habilidades sociais, treino em tarefa de concentração. Como
resultado, a associação da TCC com evitação de comportamentos de segurança e
com o treino de habilidades sociais apresentou vantagem adicional em relação ao
modelo convencional. Entre as técnicas comportamentais, o treino em tarefa de
concentração e a exposição foram às estratégias mais eficazes. Mululo conclui que
os estudos avaliados confirmaram que tanto técnicas cognitivas quanto
comportamentais (convencionais e inovadoras) são eficazes no tratamento do
transtorno de ansiedade social.
Já Gusmão (2013) ao realizar uma revisão da literatura acerca das
perspectivas e intervenções da terapia cognitivo-comportamental sobre a fobia
social, encontrou as seguintes técnicas como as mais utilizadas: reestruturação
cognitiva, relaxamento, treino de habilidades sociais e experimentos
comportamentais. Essa pesquisa demonstrou que a psicoterapia e a farmacologia
são as principais formas de intervenção, sendo a psicoterapia de base cognitivo-
comportamental como uma das abordagens que tem demonstrado grande eficácia
no tratamento.
Em um estudo de caso com intervenção cognitivo-comportamental para
tratamento de fobia social em homens, Muller (2015) utilizou as técnicas de
reestruturação cognitiva, treino em habilidades sociais, dramatização e exposição.
Realizaram-se no total 48 sessões individuais de aproximadamente 50 minutos cada
(sessões semanais), ao longo de 12 meses. Os resultados obtidos na avaliação final
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Relaxamento
Experimentos comportamentais
Dessensibilização sistemática
Respiração diafragmática
Cartão de enfrentamento
Psicoeducação
Automonitoramento ou RPD
Exposição
A exposição tem por objetivo fazer com que o indivíduo enfrente as situações
temidas gradualmente, de forma que ao ser exposto acabe condicionando-o e
reduzindo a ansiedade, por meio de habituação e extinção (KNAPP, 2010).
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Ainda Knapp (2010) relata que o psicoterapeuta irá planejar a exposição para
ser aplicada durante as sessões de terapia individual ou em grupo. Essa exposição
se dará de forma sistemática, podendo ser gradual ou por inundação.
O paciente utiliza a esquiva como uma estratégia para enfrentar o seu
problema. A pessoa pode se esquivar de atividades corriqueiras, socialização, evitar
atividades de autocuidado. A evitação pode ser mais sutil, como evitar contato
visual, conversar com as pessoas e dar opiniões. Quando o indivíduo apresenta
esse tipo de comportamento, é uma oportunidade se expor às situações temidas. O
psicólogo procurará envolver o paciente em uma exposição com um desconforto
baixo ou moderado e pedirá que ele realize a exposição todos os dias, uma ou
várias vezes por dia, até que sua ansiedade vai diminuindo (BECK, 2013).
Protocolo Heimberg
Reestruturação Cognitiva
É uma técnica que tem como foco os processos mentais e que se concentra no
pensamento. É um processo onde o paciente aprende a identificar e avaliar seus
pensamentos negativos, disfuncionais e distorções cognitivas. Para Knapp (2004), o
fóbico social apresenta um padrão de pensamentos negativos e disfuncionais que
são: pensamento de inadequação social, preocupação com a percepção de sua
ansiedade pelos os outros, medo de avaliação social negativa, preocupação
excessiva com respostas e desempenhos sociais e elevada autoconsciência pública
com atenção auto focada.
A reestruturação cognitiva envolve algumas etapas: primeiro de tudo precisa
evocar os pensamentos automáticos do paciente. Então o terapeuta irá fazer uma
pergunta básica “O que estava passando pela sua cabeça.” Em seguida o terapeuta
irá identificar esses PAs que estão associados a uma determinada emoção. Depois
de ter evocado e identificado os PAs, o terapeuta vai selecionar os PAs mais
importantes para avaliá-los, fazendo uma ou mais perguntas, com a finalidade de
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questioná-los e, por último, responder os PAs de forma que o paciente possa fazer
um resumo convincente do que foi trabalhado até o momento (BECK, 2013).
Na reestruturação cognitiva aplicam-se algumas estratégias como
Questionamento socrático: é uma das principais estratégias da terapia cognitiva,
também é conhecido como Diálogo Socrático e Método Socrático. Refere-se a um
intenso questionamento e isso leva o indivíduo perceber suas falhas de raciocínio
(GUILHARDI, 2015).
De acordo com Guilhardi (2015), com a utilização do questionamento
socrático, o terapeuta atinge vários objetivos, entre eles:
obter informações;
conhecer o problema trazido pelo cliente;
obter uma visão geral acerca do seu estilo de vida atual;
avaliar estratégias de enfrentamento, avaliar os estressores e o funcionamento
global;
traduzir queixas vagas em problemas concretos, decidir sobre tipo de enfoque a
ser utilizado em relação ao problema;
auxiliar o cliente a avaliar as consequências de seus comportamentos
disfuncionais e de possíveis mudanças;
identificar cognições especificas associadas a emoções ou comportamentos
disfuncionais;
avaliar o significado atribuído pelo cliente a eventos específicos;
suas auto verbalizações ou auto avaliações negativas;
explorar áreas de difícil acesso.
possível perceber que muitos problemas que fazem com que as pessoas busquem
ajuda são advindos de uma dificuldade nas relações sociais.
É importante observar que os fóbicos sociais, muitas vezes, apresentam
déficits e inibições sociais. O THS tem como objetivo desenvolver habilidades para
que a pessoa consiga se inserir no grupo ou na sociedade e diminuir a ansiedade de
interação social (KNAPP, 2010).
Os temas abordados no THS são: inicio de conversação, estabelecimento e
manutenção de amizades, habilidades para telefonar, interações heterossociais,
habilidades assertivas, eleição de um tema e exposição sobre ele, estratégias para
evitar que a audiência o distraia, maneiras de iniciar uma fala de forma eficaz,
término de uma fala (forma e linguagem), elementos não-verbais, discussões e
conversas informais, participação em seminários, jornadas ou congressos (KNAPP,
2010). Ainda pode incluir: instruções, modelagem, ensaios de conduta com
dramatização e troca de papeis, retroalimentação corretiva e reforço positivo
(CABALLO, 2003).
Ainda Caballo (2003) prossegue dizendo que inúmeras são as definições para
habilidade social e, definir o que é um comportamento social hábil, irá apresentar
alguns problemas:
A habilidade social deve ser considerada dentro de um contexto
cultural determinado, e os padrões de comunicação variam de forma
ampla entre culturas e dentro de uma mesma cultura, dependendo de
fatores como idade, sexo, classe social e educação.
5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇOES FINAIS
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BELZ, Y.L.; ELIS, N. “I would like to Tell You Something”: The Contribution of
Self-Disclosure to Social Phobia Symptoms in a Non-Clinical Sample. J Depress
Anxiety, 2017.
BINELLI, C.; et al Social anxiety and negative early life events in university
students. Rev Bras Psiquiatr. 2012;34(Supl1):S69-S80.
USP <https://jornal.usp.br/atualidades/brasil-vive-surto-de-depressao-e-
ansiedade/> acesso em: 09 dez. 2018.
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