Laurann Dohner - The Vorge Crew 4 - Raff PDF

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Sinopse ..........................................................................................................

7
Capítulo 1...................................................................................................... 9
Capítulo 2.................................................................................................... 20
Capítulo 3.................................................................................................... 35
Capítulo 4.................................................................................................... 48
Capítulo 5.................................................................................................... 57
Capítulo 6.................................................................................................... 73
Capítulo 7.................................................................................................... 92
Capítulo 8.................................................................................................. 105
Capítulo 9.................................................................................................. 114
Capítulo 10 ............................................................................................... 124
Raff odiava Gluttren Four. Têm poucas boas lembranças de quando crescia
no planeta. Era um lugar infernal. A maioria dos moradores viviam em três
locais. Estas cidades foram construídas em grandes planaltos. Eram altas o
suficiente para não serem lavadas pelas inundações sazonais que a superfície
suportava e a vida selvagem não podia escalar os declives íngremes até o topo.
Muitos animais mortais chamavam G4 de lar.

Poucos ousavam viver nas terras exteriores. E se as inundações e os animais


não matassem alguém nas altitudes mais baixas, os banidos das cidades fariam.
Eles eram conhecidos por assassinar suas vítimas principalmente pelas roupas,
armas e comida. Às vezes mantinham suas vítimas vivas, escravizando-as.

Raff viveu principalmente na cidade, mas também passou alguns anos nas
terras afastadas. Comeu muito a carne da fera Yessepiti. A primeira coisa que
aprendeu foi caçar nas terras baixas e cozinhar em fogo aberto. Era sua refeição
favorita.

Esperou até que o pior do calor desaparecesse, enquanto a noite se


aproximava, antes de voar para a cidade de Daba. Onde viveu.

Ele entrou na enorme nave que foi transformada no maior mercado


comercial do planeta. Não demorou muito para rastrear Mannel. O grande e
feio alien estava marcado em cada centímetro de sua pele endurecida e agora
sentia falta de um de seus três olhos. Ele era conhecido por trocar informações
por um preço. Raff se aproximou do macho que era alguns centímetros mais
baixo que ele.

— Merda. O que você está fazendo aqui de volta, Raff?


Raff continuou olhando-o, mas ele bateu na coxa, os dedos perto das
lâminas afiadas das navalhas presas ali. Mannel olhou para baixo, ficou em um
feio tom de púrpura e recuou.

— Pergunte o que quer saber. Eu tenho contatos. Por favor, não me mate.
Tudo o que quiser é seu.

— Eu sempre pergunto a mesma coisa. Onde está Eldet? — Este era o


mesmo inimigo que rastreava toda vez que entrava no sistema solar.

— Morto.

Raff bateu na coxa.

— Ah, de verdade. Não é mentira desta vez. Ele saiu de seu esconderijo
quatro meses atrás depois de semanas de chuva. Prix o pegou. Seu corpo ainda
está pendurado perto da área de leilão como um aviso para todos. Vá procurar.

Raff considerou isso. Semanas de chuva causariam a inundação dos níveis


mais baixos do planeta. A maioria das cavernas estariam completamente cheias,
tornando-as inabitáveis. Todos os suprimentos que Eldet poderia ter
armazenado teriam sido arruinados, submersos onde não poderia alcançá-los e
isso o forçaria a voltar para a cidade para se reabastecer.

Ele se virou e invadiu o mercado. Os residentes mantinham uma ampla


distância dele. Ignorava seus olhares assustados. A maioria o reconhecia e
aqueles que não, sentia medo de sua aparência.

Raff sempre se destacou em Gluttren Four. Poucas raças alienígenas eram


tão altas quanto ele e mesmo aquelas não eram tão musculosas. Nenhum deles
tinha suas características faciais predatórias também. Isso fez dele um alvo
quando criança, até que mostrou que nunca deveriam mexer com ele. Isso
significou que precisou mutilar ou matar muitos adultos intimidadores.

Ele chegou onde alguns dos moradores vendiam suas mercadorias e olhou
para os corpos pendurados nas vigas do teto muito acima. Haviam dezenas
deles. Finalmente viu o que procurava, se aproximando por baixo. Cada cadáver
foi mergulhado em óleo de vedação para evitar que apodrecessem e não havia
dúvida de que era Eldet. Sua garganta foi cortada. Desapontamento o atingiu.
Raff queria ser o único a matar o bastardo covarde.

— Você voltou. Eu deveria ficar preocupado?

Ele se virou quando passos pesados se aproximaram, reconhecendo a voz.


Ele olhou nos olhos de Prix. Eles foram amigos quando crianças e precisaram
um do outro na idade adulta para sobreviver. Pelo menos isso era o equivalente
a uma amizade em seu planeta. Uma pessoa apenas podia confiar em outra
desde que tivesse um motivo para mantê-la por perto e respirando. Este não era
mais o caso entre os dois. Raff saiu sem olhar para trás quando seu primo e a
tripulação da Vorge foram procurá-lo no miserável planeta. Isso irritou Prix, pois
perdeu seu aliado.

O macho parou há dois metros e meio dele, havia pelo menos quatro
guardas com ele. Prix agora basicamente governava esta parte do planeta, de
acordo com os rumores. Ele os confirmou quando falou. — Você não tem
motivo para voltar para minha cidade, Raff.

— Você sabia que voltaria por Eldet. Eu não deixaria isso passar.

Prix sorriu, mas não alcançou seus olhos frios e sem brilho. — Ainda
guardando rancor. Eu vejo que algumas coisas nunca mudaram. Estava por
perto quando ele apareceu novamente em vez de você. Esse macho sempre
causou problemas. Eu tive meus próprios problemas com ele. — Sua expressão
endureceu. — Você está aqui para ficar ou apenas de passagem?

— Passagem. — Raff apontou para o corpo. — Esse era o único motivo


para pisar neste buraco.

Um dos guardas, um jovem garoto que Raff não conhecia, rosnou baixo. —
Quem é você para insultar nossa casa?

Prix moveu o braço e acertou o garoto com força no peito, derrubando-o.


— Silêncio. Raff nasceu aqui e poderia matá-lo facilmente. — Ele nunca tirou
sua atenção de Raff. — Este ainda tem muito a aprender. Eu não quero
problemas com você. Raramente vale o esforço.

— Não há problema. — Raff notou o movimento em direção ao palco onde


mostravam mercadorias para vender. Um grupo de alienígenas Raxis
carregavam caixas e caixas de uma das lojas.

Prix seguiu seu olhar. — Eu recebo uma porcentagem de todas as vendas e


escolho o que quero como pagamento. É uma aliança lucrativa. Eles precisavam
de uma base de operações.

— E não se importa em dar a piratas de má reputação, porto seguro. Eu não


confiaria, nem viraria as costas a um Raxis. Eles são conhecidos por cortar as
gargantas de seus aliados. — Raff disse irritado. Então, novamente, não
acontecia muita coisa no planeta que fosse legal ou correto. — Estou indo
embora.

— Pode levar o corpo de Eldet se quiser. Pelos velhos tempos.

Raff apertou os lábios e fez uma careta. — Não será necessário.

— Está indo embora para sempre?

Raff assentiu. — Não há nenhuma razão para voltar. Essa era a última. —
Ele já matou os outros seis homens que assassinaram sua mãe. Agora não sabia
como se sentir sobre isso. Foi seu objetivo desde que ele a perdeu. Os sete
machos foram atrás dele naquele dia. Mas não estava em casa. Apenas sua mãe.
Ele precisou caçar alguns deles pela superfície, nas cavernas onde se
esconderam. Apenas Eldet conseguia evitá-lo quando aparecia em G4.

Prix encontrou seu olhar. — Eu o levarei a sua nave.

Raff não culpava Prix por querer acompanhá-lo pessoalmente para garantir
que fosse embora. Seu velho amigo temia que ele assumisse seu lugar se planejasse
ficar. — Eu não estou mentindo.

— Eu não tenho nada melhor para fazer.


— Bem. Caminhe comigo. — Raff se virou, abrindo caminho pelo mercado
lotado. Barracas de venda foram colocadas em ambos os lados do amplo espaço.
As pessoas se afastaram a uma boa distância novamente.

E de repente, ouviu gritos à sua frente e Raff viu algumas pessoas


tropeçarem, como se estivessem sendo empurradas. Ele congelou, suas mãos
segurando os cabos de suas lâminas presas às coxas, preparado para lutar.

Prix rosnou ao lado dele e pegou suas próprias armas. — O que está
acontecendo?

Raff assumiu que isso significava que Prix não enviou um grupo para atacá-
lo quando seu velho amigo ficou ao seu lado, enfrentando a ameaça com ele.
Um pequeno corpo coberto por um manto rasgado saiu da multidão e foi na
direção deles. Ele viu o rosto dela uma vez que não usava um capuz. Era uma
fêmea com quatro piratas Raxis machos a perseguindo. Eram eles que
empurravam os corpos para fora do caminho.

Surpreendeu Raff perceber que ela era uma humana. Podia identificá-las
facilmente agora por suas características faciais delicadas e pequenas orelhas
com muito cabelo na cabeça. Havia três mulheres da Terra na Vorge.

Um dos machos alienígenas que perseguia a fêmea a agarrou pelos longos


cabelos negros. Ela gritou, virou-se e ele viu um flash de metal em sua mão
fechada. Era uma faca.

O macho recuou, soltando-a e o sangue escorreu por seus dedos de um


ferimento na parte de trás de seu pulso, onde ela o esfaqueou para se libertar.
Outro Raxis a agarrou. Ela chutou sob a roupa enorme que usava e descobriu
uma grande parte de seu corpo, mostrando uma perna de pele clara.

Seu pé descalço acertou a virilha do alienígena. O macho gritou e caiu,


segurando entre as pernas. A fêmea se virou, correndo novamente. Um terceiro
Raxis levantou uma arma stunner e atirou em suas costas.

Ela deu alguns passos antes de cair, aos pés de Raff. Ele a olhou. Seu cabelo
tinha pequenas listras azuis que percorriam a longa massa negra. Era longo,
encaracolado e selvagem. O Raxis que atirou parou à sua frente para recuperar
a fêmea inconsciente, mas parou quando viu Prix.

— Supervisor Prix. — O Raxis guardou a arma no coldre. — Sinto muito.


Esta escrava foi adquirida recentemente. Lutadora, porém, destreinada. Não
pensei que elas pudessem lutar. Ela será punida severamente por escapar do seu
bordel. Nós a estávamos preparando para o primeiro cliente quando ela fugiu.

Prix rosnou. — Ela não trará um bom dinheiro se a marcar com um chicote
ou com os punhos.

Raff olhou para a mulher no chão. — Quando você começou a vender


escravos sexuais?

Prix virou-se. — Eu abri dois bordéis desde que você foi embora. Bons
ganhos.

Essa notícia afligiu Raff. Tinha apenas um bordel no planeta. Uma mulher
mais velha o possuía e operava. Todas as mulheres que trabalhavam lá o faziam
por vontade própria. Elas tinham a capacidade de dizer não aos clientes que não
queriam tocar por qualquer motivo. Ele foi recusado muitas vezes por algumas
delas por causa de sua reputação. Nunca teria machucado as fêmeas, mas elas
não sabiam disso. Guardas estavam lá para protegê-las da violência. A pobre
humana a seus pés era uma história diferente. Ela foi comprada e vendida.

Prix era um bastardo de coração frio por forçar as mulheres nessa linha de
trabalho. Raff duvidava muito que as mulheres recebessem alguma escolha ou
proteção. Ele manteve o tom frio para esconder seu desgosto e tentou usar a
lógica para protestar contra o abuso dela. — Esta parece frágil. Eu não posso
vê-la durando mais do que alguns clientes. Qual é o ponto? Não parece muito
lucrativo.

Prix bufou. — Escravos de outros mundos trazem mais dinheiro. Algo novo
e ela é apenas de uma espécie. Isso contribui para excelente estoque de
reprodução. Eu não esterilizo estas, esperando que engravidem e gerem mais
filhas com as quais posso ganhar dinheiro. Eu não sou um tolo. Existem regras
a seguir para os clientes que escolhem mulheres frágeis. Matar uma, significaria
pagar um preço alto para substituir minha mercadoria.

A mulher começou a se mexer aos pés de Raff e um gemido suave veio dela.

O Raxis olhou para Prix. — Ela precisa ser punida e treinada, senhor.
Ninguém vai alugá-la quando tentar morder e chutá-los. Ela ficou louca quando
tentamos desnudá-la e não parou de lutar desde então.

— Essa coisa pequena? — Prix de repente se abaixou e agarrou a fêmea,


puxando-a pelo pescoço.

Raff ficou tenso enquanto olhava em seu rosto agora que ela permaneceu
imóvel. Suas feições delicadas eram impressionantes para um humano. Pelo
menos achava que sim. Pode ter ajudado que o cabelo escuro dela fosse um
contraste tão grande com a pele pálida.

Ela tinha grandes olhos azuis claros, o que também o surpreendeu. Eles
eram uma cor que ele nunca viu antes. Suas feições também eram atraentes,
apesar de um hematoma estragar sua pele na bochecha e o lábio inferior estar
sangrando, provavelmente por bater no chão. A arma stunner deixou seu corpo
fraco e Prix sacudiu-a tentando colocá-la de pé. Ela conseguiu fazer isso, mas
balançou um pouco.

— Ouça, prostituta. — Prix diz. — Sem mais brigas ou você será espancada.
Então me fará perder o lucro.

A mulher piscou algumas vezes, parecendo sair do torpor. — Eu não sou


uma prostituta.

—Você é tudo o que digo que é, prostituta. — Prix deu-lhe outra sacudida
e olhou para o Raxis. — Limpe esta prostituta e atordoe-a novamente se ela não
ouvir. Duvido que o cliente se importe se estiver acordada quando ele subir em
cima dela.

Raff podia imaginar o tipo de vida infernal que ela enfrentaria se ele não
fizesse alguma coisa. Gluttren Four possuía moradores duros, crescendo nas
duras condições do planeta. Um frágil humano não sobreviveria aos homens
que pagariam para usar seu corpo, especialmente se uma dúzia de idiotas a
alugasse todos os dias para abusar por uma hora a cada vez. Ele pensou em sua
tripulação e suas humanas. Eles iriam querem que comprasse a humana para
salvá-la.

A humana de repente agarrou a mão de Prix ainda a segurando pela garganta.


Suas unhas eram grandes o suficiente para rasgar sua pele, tirando sangue. Ele
rugiu de raiva e jogou-a no chão. Ela caiu com força.

Raff se moveu rapidamente quando viu Prix pegar uma de suas facas,
sabendo que ele mataria a fêmea apenas para provar que ninguém o feria e
escapava ileso. Raff puxou suas próprias lâminas e ficou de pernas abertas sobre
a parte inferior do corpo da fêmea para protegê-la.

— Não.

— Mova-se, Raff. — Prix gritou. — Eu estriparei esta prostituta e amarrarei


o corpo dela nas vigas para mostrar o que acontece com fêmeas estúpidas.

— Não mate a humana. Eu a comprarei de você.

Prix ainda parecia louco. — Ela me desrespeitou. É meu direito destripá-la.


Quero ouvir seus gritos e vê-la morrer. Ela não está à venda.

Raff ficou tenso, pronto para enfrentar os Raxis, Prix e seus quatro guardas.
Ele não se atreveu a olhar para longe da ameaça, mas precisava dizer a humana
o que fazer.

— Humana, levante-se e fique atrás de mim. Eu não os deixarei matá-la.

Ela hesitou, mas então uma de suas pequenas mãos se envolveu ao redor de
sua panturrilha e ele quase esperou que ela batesse nele. Mas não fez, em vez
disso usou a perna para ajudá-la a ficar de joelhos e se levantar, pressionando
contra suas costas. Ela não era uma mulher alta. Podia sentir isso. Ele também
notou que ela pegou uma de suas facas, segurando-a.
— Eu sou sua única chance de sobrevivência. — Ele advertiu baixo,
sabendo que ela podia ouvi-lo. — Use isso em mim e eles colocarão seu cadáver
em exibição como um exemplo para as outras. Olhe para cima.

— Oh merda. — Ela murmurou, sua voz soando com horror.

— O que você está fazendo, Raff?

Ele olhou para Prix. —Venda-a para mim. Caso contrário, lutaremos. Eu
não quero problemas, mas você sabe que nunca desisto.

— Você está em desvantagem.

— Não seria a primeira vez. — Lembrou Raff. — Ainda estou respirando.


Não posso dizer o mesmo sobre eles. Você matou o assassino que eu queria.
Venda a fêmea para mim pelos velhos tempos. Estou indo embora e nunca mais
voltarei para Gluttren Four. Isso deve fazê-lo se sentir generoso.

Prix olhou ao redor. O mercado estava quieto, a multidão observando. Raff


podia adivinhar seus pensamentos.

— Pelos velhos tempos. — Repetiu Raff mais alto. — Nós voltamos à


infância. Faça-me este favor, velho amigo. Tenha lucro com ela. Venda-a para
mim. Estou indo embora e nunca mais voltarei. Isso significa que você não a
verá novamente.

Prix o fulminou com o olhar.

Raff se abaixou e puxou uma barra de marts. Era muito para comprar um
escravo. — É tudo o que tenho. — Ele abaixou a voz. — Estou disposto a
matar para levá-la. Quanto gastou treinando seus homens? Quantos está
disposto a perder? A diferença de custo não vale a pena.

— Você está ficando suave desde que deixou nosso mundo, Raff? Começar
um problema comigo por causa de uma prostituta? Não é mais como antes.

Ele deu a Prix um sorriso frio. — Como quiser chamar. Eu gosto de


mulheres humanas. Manterei essa.
Prix pareceu considerar isso. — Não. Saia do caminho ou morra. Você tem
dez segundos.

Ele abaixou a voz. — Humana? Deite no chão como uma bola apertada e
fique parada. Olhe para o teto novamente. É aí que o seu corpo acabará se não
fizer o que eu digo.

Ele a sentiu abaixar entre suas pernas. Ela manteve sua adaga, não a
devolvendo ao cinto de onde puxou. Ficou de quatro e se curvou. Ele ajustou
suas botas mais perto de sua cintura para prender seu corpo entre as pernas.

Prix recuou e levantou a mão, fazendo um gesto com ela. Dois dos guardas
de Prix correram para atacar.

Raff respirou fundo e jogou suas lâminas, atingindo os machos que se


aproximavam nas gargantas. Eles cambalearam para trás, agarrando as lâminas
enterradas profundamente, antes de cair. Ele foi para os punhais no cinto, virou
a parte superior do corpo, enquanto esperava a humana seguir sua direção,
mantendo-se imóvel. Ela tropeçaria, se ele não pisasse nela.

Ele jogou suas adagas em rápida sucessão, derrubando os quatro Raxis,


atacando suas gargantas também. Era o caminho mais rápido para matar. Eles
recuaram, sangue espirrando. Ele se virou, curvou e pegou as pequenas armas
escondidas dentro de suas botas.

Gritos de pânico irromperam do mercado. Compradores e comerciantes


correram para deixar a área ou procurar um lugar para se esconder. Ajudou-o a
saber quem matar. Seus inimigos correram para ele em vez de para longe. Ele
acertou os dois últimos guardas se aproximando enquanto se endireitava antes
que eles pudessem bater nele.

Prix tentou fugir e mergulhou em direção a uma mesa próxima. Seu corpo
escorregou e caiu fora de vista. O idiota tentava se esconder. Raff girou,
evitando pisar na humana encolhida a seus pés e acertou os guardas mais
próximos. Ele viu a cabeça de Prix levantar com o canto do olho e soltou uma
de suas armas, estendeu a mão para a nuca e puxou a lâmina mais longa que
mantinha embainhada na espinha. Seu dedo e polegar pressionaram os dois
pontos no punho para ativá-la. Ele a jogou na mesa e observou-a fincar na
madeira.

Virando, ele agachou e colocou seu corpo sobre a humana. Uma explosão
alta o ensurdeceu quando a bomba dentro do cabo explodiu. Ele esperou para
ver a destruição até depois que os pedaços da mesa voaram pelo ar e caíram ao
redor dele. Assim que parou ele virou a cabeça.

Prix estava caído, sem se mover e coberto de sangue onde a explosão o


jogou. Era tentador se certificar que ele estava morto, mas não havia tempo a
perder. Mais guardas apareceriam depois de ouvir uma bomba explodir.

Raff se levantou, agarrando o braço da humana, para levantá-la. — Segure a


parte de trás do meu cinto e não solte. Nós precisamos nos mover. Fique perto.
Não estamos fora de perigo ainda. Eu tenho uma nave esperando perto.
Precisamos sair rapidamente da superfície.

Ela não falou nada, mas agarrou a parte de trás do cinto dele. Ele avançou,
lamentando a perda de tantas armas que não teve tempo de recuperar, fazendo-
a correr para acompanhar seus passos mais longos. Armas eram substituíveis. A
vida não.

Seu olhar foi ao redor, procurando por sinais de outro ataque. A maioria dos
alienígenas pelos quais passavam evitava seu olhar ou ficavam no chão onde
caíram. Ele saiu do mercado e cruzou a faixa do deserto até onde as naves
ficavam estacionadas.

Ele ficou feliz em ver que ninguém mexeu em sua nave. O campo de força
que a protegia brilhava azul para mostrar que não foi adulterado. A minúscula
nave não era muito, mas era dele.
Raff chegou à nave e digitou o código em seu pulso para desligar o escudo.
A porta se abriu quando ele se aproximou, agarrando a humana pelo pulso a
empurrando rudemente à sua frente.

— Não lute comigo se quiser viver. Eles virão atrás de nós com força e
rapidez. Faça tudo o que eu disser.

Ela o olhou, o medo aparecendo em seus olhos. Ele odiou a visão, mas não
tinha tempo para explicar mais. Passou o braço ao redor da cintura dela,
erguendo-a mais alto e jogou os dois dentro da cabine apertada do seu
transporte. Sua bunda bateu no único assento e seu traseiro arredondado caiu
em seu colo. Ele a soltou, estendeu uma mão para apertar o botão do motor,
fechando a porta com a outra.

O som alto dos motores era bem-vindo e ele agarrou a humana, grato por
ela não ser grande, ajustou-a em seu colo para dar a ele acesso aos controles na
sua frente. Seu corpo estava duro, sua respiração irregular, mas ela não lutou ou
gritou. Sentia-se grato por isso. Eles precisavam sair rápido.

Algo atingiu o lado da nave com um barulho alto. Ele se encolheu, agarrou
o controle do propulsor e empurrou o joelho contra o colo para segurá-la, uma
vez que não tinha tempo.

— Segure-se!

Ele empurrou os propulsores a toda velocidade e a nave subiu direto,


violentamente. Isso fez com que a mulher gemesse. A força da manobra, pelo
menos, manteve-os no lugar enquanto disparavam rapidamente para o céu. Ele
precisava sair do alcance das armas antes de usar seus motores ou propulsores.
Observou sua elevação e finalmente diminuiu quando chegaram a oito mil pés.
Um alarme tocou e ele rosnou, seu olhar indo para a tela a sua esquerda para
olhar a leitura.

—Porra! Temos um buraco no casco.

A humana em seu colo o olhou, parecendo mais pálida do que antes. O


sangue no lábio destacando contra sua pele. Ele odiava ver terror em seus olhos
e pensou que deixá-la saber o que estava acontecendo poderia acalmá-la um
pouco e tornar a situação menos assustadora. Conversar não era coisa dele, mas
tentaria.

— Não podemos passar pela atmosfera com uma avaria. Estamos presos no
planeta por enquanto. Não os deixarei pegá-la.

Ele precisou ajustar seu corpo para alcançar o comunicador. Uma luz piscou
e outro alarme disparou. Isso indicava que eram alvos de disparos de mísseis.
Ele virou a cabeça, olhando pela janela lateral e viu o que parecia ser um sinal
de fogo na direção deles.

Prix deve ter atualizado as defesas da cidade. Ele alcançou ao redor da


humana e agarrou os controles, tentando tirá-los dali. O míssil tentou segui-lo,
mas ele se soltou depois de alguns quilômetros e o alarme de ataque foi
silenciado. A ruptura do casco ainda soava. Eles não podiam deixar o planeta,
mas isso não significava que precisavam pairar acima da cidade como um alvo
fácil.

Uma vez que ele voou a trezentos quilômetros de distância, o cursor estava
no lugar novamente, Raff alcançou o comunicador. Eles não foram danificados
pelo menos. Abriu um canal para a Vorge, esperando que ainda estivessem ao
alcance. Disse a eles que ficaria no planeta por uma semana e não se passou ao
menos um dia inteiro. Seus colegas de tripulação o deixaram no início da manhã
para visitar uma estação localizada do outro lado do sistema solar.

—Dovis? — Ele esperou.


O macho respondeu em segundos. — O que há de errado? Eu não esperava
ouvi-lo por uma semana.

—Eu tenho problemas.

—Você está ferido? Porque se não, podemos buscá-lo conforme o


planejado. Nós já definimos um curso e saímos há quatorze horas.

Raff apertou os dentes. Ele sabia que o macho propositadamente tentava


irritá-lo, apenas para ver quantas palavras tiraria dele. Raff não gostava de
conversar. — Eu resgatei uma humana de escravistas e precisei lutar para sair
da cidade de Daba. Eles me acertaram e perfuraram o casco da nave. Caçadores
de recompensas serão enviados atrás de nós se Prix sobreviver. Venha nos pegar
e envie uma nave maior.

— Merda. Prix é aquele bastardo que tentou nos matar quando viemos
procurá-lo na primeira vez, não é? O idiota que não queria deixá-lo ir porque
você era o músculo principal dele? Algum de vocês está ferido? Estou mudando
o curso.

Raff olhou para a humana em seu colo. — Sim, este é Prix. Fêmea, você se
machucou mais do que o dano em seu rosto?

— Eles atiraram em mim com alguma coisa.

Ele cheirou. — Estou sentindo apenas um cheiro leve de sangue, mas seu
lábio está ferido. Onde está a outra ferida?

Ela levantou o braço e empurrou o manto cobrindo sua pele.

Ele viu um pequeno arranhão sangrando na parte carnuda, logo abaixo do


cotovelo interno. — O tiro mal a atingiu. Você teve sorte. Eles erraram.

Seus lábios se curvaram e depois lambeu-os com uma pequena língua rosa.
— O tiro era com uma seringa. Eles me injetaram uma droga. Por isso que
comecei a lutar. Eles disseram que isso me animaria, seja lá o que significa. Eu
me sinto tonta e estranha.
Raff tentou pensar no que injetariam na fêmea. Ele estendeu a mão e
gentilmente segurou sua mandíbula, forçando-a a virar a cabeça. Ela ficou tensa,
mas não lutou quando ele se inclinou para mais perto, olhando profundamente
em seus olhos azuis claros. Eles eram uma cor bonita, mas alienígena. Não podia
dizer se algo estava errado com ela observando-os.

— Estranha como? Pode ser mais específica? Você se sente doente, como
se quisesse vomitar? Sente como se fosse desmaiar?

Ela piscou algumas vezes. — Bêbada. Realmente bêbada e é difícil pensar.

— Estamos chegando. — Dovis falou, lembrando-o que o comunicador


ainda estava aberto. — Estou aumentando a velocidade para chegar em doze
horas. No momento você está seguro?

— Sim, estamos. — Confirmou Raff. Ele estava preocupado com a fêmea,


tentando adivinhar o que Prix lhe deu. Ele teria que pegar o kit médico para
fazer uma checagem nela.

Sua nave soltou outro alarme e ele amaldiçoou quando percebeu o porquê.
Duas naves estavam se aproximando. Ele ajustou a fêmea em seu colo
novamente e pegou os controles. — Precisamos nos esconder, Dovis. Lembra-
se da caverna onde peguei meus pertences? Estarei ali.

— Como se pudéssemos esquecer. Nós não tínhamos uma nave pequena o


suficiente para pousar lá e tivemos que descer com corda.

Raff lembrou-se de Dovis reclamando na hora e pensando que o macho


tinha medo de altura. — Depressa. Estamos saindo. — Ele cortou a
comunicação. — Espere, mulher. Precisamos despistar nossos perseguidores.

Ele mergulhou a nave em direção ao solo para tirá-los do radar. A humana


ofegou e agarrou as laterais do assento. Ele não teve tempo para prendê-los e
duvidava que as correias se encaixassem nos dois corpos de qualquer maneira.
Ele nivelou sua nave a cerca de seis metros do chão. Esquivando-se de grandes
rochas e árvores ocasionais. Ele encontrou um dos desfiladeiros profundos e
dirigiu-se a ele.
— Nós vamos morrer. — A fêmea gemeu baixinho.

Ele inalou, sentindo o cheiro doce de seu medo. — Nós não vamos. Eu
conheço bem este planeta. Tenho uma caverna escondida que ninguém mais
conhece. — Ele esperava que não fosse encontrada, pelo menos. — Minha
equipe chegará em breve. Eu não permitirei que você seja recapturada.

Era fofo como a fêmea virou a cabeça e pressionou a bochecha contra o


peito dele. Ele se atreveu a desviar o olhar de onde pilotava por uma fração de
segundo. Ela fechou os olhos para evitar ver o quão perto estavam das paredes
do cânion e dos afloramentos por onde passavam. Seu transporte era pequeno
e apertado, mas ele o comprou pela facilidade de manobra. Também caberia
dentro da caverna.

Quinze minutos depois, ele diminuiu a velocidade e estreitou os olhos,


procurando pelo afloramento que marcava seu esconderijo oculto. Ele o viu e
mergulhou, quase atingindo o chão do cânion. Nenhum alarme soou
informando que estavam na eminência de um impacto. Ele diminuiu a
velocidade para pairar, virou a nave e ativou a câmera de trás para reverter
cuidadosamente os propulsores. Precisava voar pouco para alcançar a entrada
da caverna a quarenta pés do chão. Ele planou na superfície da rocha e desligou
os motores.

A fêmea ainda mantinha os olhos fechados. Ele achava que poderia ter
desmaiado, mas suas mãos agarravam a borda do assento com força ainda.

— Chegamos.

— Sinto-me doente. Acho que foram todas aquelas manobras de um lado


para o outro que você fez.

Ele ativou a porta para abrir, o ar fresco entrou. — Fora. — Ele ordenou,
não querendo que ela vomitasse sobre ele e em seu console. Agarrou seus
quadris com as duas mãos e a levantou do colo para ajudá-la. Ela não pesava
muito.
Ela conseguiu ficar de pé e tropeçou para fora. Queria segui-la, mas
precisava procurar a avaria no casco. Estava no lado esquerdo no
compartimento de armazenamento. Era apenas um pequeno buraco, mas o
suficiente para matá-los se tentasse alcançar a Vorge no espaço. Ele se levantou
e pegou o kit de primeiros socorros atrás do banco, saindo da nave.

Ele também removeu o escudo do gerador de imagens e caminhou até a


entrada da caverna, programou-o e soltou. O dispositivo voou para fora da
abertura e segundos depois, ergueu uma barreira protetora. Teria perdido o leve
flash se ele não estivesse olhando.

—O que é isso?

Ele se virou, olhando para a fêmea. — Proteção no caso de nos seguirem.


Eles verão rocha pura em vez da abertura. Também se terá textura de rocha se
alguma coisa a tocar. O escudo não permite que nada entre atrás de nós.

Ela olhou para fora da abertura. — Mas não parece ter algo ali.

— Podemos ver, mas ninguém pode.

Ela mordeu o lábio, mas depois se afastou dele. A fêmea parou perto da
fogueira que ele construiu quando jovem. Era um círculo redondo de pedras.
Um tapete de acampamento permanecia no chão ao lado. Atrás daquela área,
havia uma piscina pequena que percorria o comprimento da parte de trás da
caverna. Lembranças imediatamente encheram sua cabeça dos anos em que ele
e sua mãe passaram ali quando precisavam de um lugar para se esconder. Ele
não tinha tempo para pensar no passado.

— Sente-se, mulher. Eu tenho um kit médico. O tapete provavelmente não


está limpo, mas é mais confortável que o chão.

Ele olhou ao redor, feliz por ver que a recente inundação não atingiu sua
caverna. Haviam grandes rachaduras no chão do desfiladeiro ali perto,
proporcionando um grande escoamento quando as chuvas chegassem. Era
parte da razão pela qual sua mãe a escolheu. Uma fonte de água fresca e um
dreno natural feito para a sobrevivência ideal nas terras exteriores.
Ela se virou, chamando sua atenção. — Estou bem.

— Você não está. Disse que se sentia mal. — Ele agachou, deixou o kit e
abriu-o. — Também afirmou que foi drogada. Eu tenho um scanner que pode
nos dizer o que recebeu. Eu fiz o androide médico atualizá-lo para incluir seres
humanos.

Ela não se sentou. Ele retirou o scanner e se levantou. Medo apareceu


novamente em seus olhos e seu corpo ficou tenso. Ela até levantou os braços.
Isso foi fofo. Ela parecia preparada para lutar contra ele.

Ele sorriu. — Eu não a resgatei apenas para feri-la eu mesmo. Não há


necessidade de me dar um soco com seus pequenos punhos. — Ele mostrou a
ela o scanner. — Apenas irá tirar sangue para testar. É inofensivo. Por favor,
sente-se.

Ela ainda hesitou, incomodando-o.

— Eu juro que não a machucarei, mulher.

— Lilly. — Ela sussurrou. — Esse é o meu nome.

Era um som agradável para seus ouvidos. Ele precisava que ela confiasse
nele. O sangue em seu lábio o incomodava e se preocupava com os ferimentos
que não podia ver. Seu manto cobria a maior parte do corpo.

— Eu sou Raff. Você tem minha palavra de que está salva agora, Lilly. Meu
primo está unido pela vida com uma humana da Terra. Eu sei que você deve ter
passado por muita coisa, mas apenas quero ajudá-la.

— Unido pela vida? O que é isso?

Ele se lembrou do termo usado por Nara. — Casado.

Isso chocou a pequena humana o suficiente para que sua boca se abrisse e
ela respirasse fundo. Ele viu a suspeita estreitar seus olhos e podia adivinhar o
que estava pensando.
Achou fofo também. — Por escolha. Nara se casou de bom grado com meu
primo. Eles estão apaixonados. Ela exigiu que ele a mantivesse. É por isso que
temos informações médicas humanas adicionadas ao scanner na nave. No caso
de Nara se ferir. Ela é da minha família para mim.

Lilly tinha medo de confiar em alguém. O grande alienígena que ela


enfrentou era enorme e parecia muito forte. Ele também parecia ser o resultado
adulto de uma antiga versão da Terra de um guerreiro viking com um leão. Ele
era alto, tinha músculos enormes e longos cabelos loiros. Seus olhos pareciam
os de um leão, mas seus traços faciais e o corpo eram de um grande humano.
Haviam também presas afiadas que viu entre os lábios enquanto conversava
com ela. Seu corpo estava coberto de pele, em vez de pelos.

Seus olhos exóticos de cor dourada eram bonitos, mas era uma espécie de
alienígena de gato predador. Um predador mortal, ela o viu matar pelo menos
doze homens naquele mercado. Isso a deixou aterrorizada desde que os
derrubou em menos de um minuto ou dois.

O fato de dizer que seu primo era casado com uma humana aliviou o medo
um pouco. Ele poderia mentir, mas parecia sincero. Não que estivesse certa
disso. Não teve interações pessoais com alienígenas antes de ser sequestrada.
Imagens e vídeos não faziam justiça à vida real. Era seu trabalho inserir dados
nos arquivos de computador de outras raças e pensava que poderia identificar a
maioria deles à vista.

Nenhum dos dados que ela baixou das equipes de exploração mostrou a ela
alguém como ele. Foi tão tola ao deixar a Terra. Parecia excitante trabalhar em
uma nave de pesquisa e viajar no espaço para aprender sobre outros mundos e
culturas. Ela comprou as besteiras sobre como as armas avançadas da Terra
eram comparadas a outras raças alienígenas e quão seguras seriam.
Aqueles piratas embarcaram facilmente em Bax, o que significava que seus
canhões espaciais não destruíram a ameaça. Os piratas rapidamente alcançaram
a nave e as pessoas morreram. Os alienígenas a afastaram de tudo que conhecia
em menos de dez minutos desde o momento em que o primeiro alarme soou
até que ela se viu prisioneira em uma jaula.

— Por favor, Lilly. — A voz de Raff tirou-a de seus pensamentos. —


Permita-me fazer o exame e dar-lhe tratamento médico. Conte-me como os
Rexis a pegaram. Isso ajudará a distraí-la de seu medo.

Suas sobrancelhas se ergueram, quase ofendidas com a sugestão dele. —


Falar sobre a experiência mais traumática da minha vida diminuirá meu medo?
Você realmente acredita nisso?

Ele franziu o cenho. — Eu não sou bom com mulheres. Ou machos se você
quer saber. Conversar não é algo que faço com frequência. Estou tentando o
meu melhor.

Suas últimas palavras ressoaram com as delas. Sabia tudo sobre estar em uma
situação fora de sua zona de conforto. Essa foi sua vida depois que deixou sua
família para ir à escola, mais tarde quando conseguiu um emprego na cidade e
isso apenas piorou quando ela pisou no Bax. Esta era a embarcação na qual
passou seis meses e nove dias antes de ser atacada. Seus colegas de trabalho
eram muito diferentes dela e se sentia como a estranha. Depois do ataque, ela
apenas conheceu o terror absoluto.

Por favor, Lilly.

Ele queria fazer um exame médico. Seu rosto e lábio doíam. Assim como o
joelho. Ela olhou para a coisa preta do tapete. Estava a cerca de trinta
centímetros do chão e lembrando-a de um colchão de borracha duplo. Apenas
não, desde que parecia ser construído de carvão. Esperava que fosse mais suave
do que parecia quando se sentou, pressionando as coxas juntas e virando um
pouco até ficar na borda. Seu traseiro afundou e ficou surpresa por sentir-se
suave. Ela não pode deixar de ficar tensa quando o gato Viking, este homem
alienígena, lentamente se aproximou dela. Ele realmente era assustador e
enorme.

Ele se agachou a menos de trinta centímetros dela. O dispositivo em sua


mão não era algo que ela já viu antes. É claro que não havia muita tecnologia
alienígena disponível na Terra e se tivessem, certamente não estava em suas
condições financeiras. Ele gentilmente usou sua mão livre para segurar seu pulso
e empurrou o metal frio contra o interior de seu braço logo abaixo do cotovelo.

— Você sentirá uma sensação de spray molhado, mas isso será tudo. Segure
firme. Não doerá.

— O que fará?

— Pegar uma pequena amostra do seu sangue para ver qual droga recebeu.

Ela se sacudiu um pouco quando o jato frio atingiu sua pele, mas foi rápido
e indolor. Seu olhar se fixou em seus olhos dourados. Seus cílios eram loiros,
combinando com o cabelo. Eles eram grossos e longos. Eles realmente
lembravam-na de um homem gato, embora com a forma deles e a cor estranha
que eram. Por mais estranho que parecesse, ela realmente os achava
hipnotizantes. Ele era bonito para um alienígena. Tentou pensar em outra coisa
além da aparência dele.

— Seu primo é realmente casado com uma humana?

— Sim. Cathian ama Nara. Eles são muito felizes juntos.

Ela ficou pensando. Alguém como ele se casou com alguém como ela. Ela
sabia de pelo menos duas raças alienígenas que podiam se reproduzir com
humanos. As equipes de exploração encontraram um macho humano casado
com uma fêmea alienígena verde no segundo planeta que visitaram. Duas
crianças resultaram de sua união. No quarto planeta, sua equipe conheceu uma
mulher humana casada com um grande alienígena azul. Eles tiveram uma filha.
Era difícil entender por que um humano seria atraído por um alienígena.
Então novamente, ela não tinha se encontrado com Raff antes. Ele era sexy,
embora um pouco assustador.

O aparelho fez um zumbido muito baixo e ele o tirou do braço, olhando.


Símbolos brilhavam em uma tela do scanner, mas não era um idioma que
pudesse ler. Seu olhar foi para o rosto dele para ver sua reação. Um grunhido
baixo explodiu e ele bateu na tela, afastando-se.

— É algo contagioso? — Foi a primeira explicação que surgiu em sua cabeça


com ele se afastando.

— Não. Eles injetaram Narortion, provavelmente para neutralizar a droga


que já estava em seu sistema. Felizmente, foram pequenas quantidades ou
poderiam tê-la matado com uma overdose. Eu odeio os Rexis. — Ele soava
furioso enquanto tocava o dispositivo com o dedo, mais como esfaqueando-o.
Ele a olhou. — Aguente. Vou procurar por feridas.

— É apenas o meu lábio, meu rosto e meu joelho.

— Pode ter ferimentos internos. Aguente um pouco.

Ela o fez, mas isso não significava que não poderia fazer perguntas. — O
que é Narortion ou o que você acabou de dizer?

Uma leve luz branca saiu do aparelho. Tinha um feixe largo. Ele apontou
sobre a cabeça dela. — Fique quieta. Farei uma varredura em você.

Ela congelou, nem mesmo se atrevendo a respirar, mas fechou os olhos. Um


flash branco apareceu através de suas pálpebras. O impulso de olhar, tornou-se
impossível de resistir. Ele passava a luz mais abaixo em seu corpo, até os dedos
dos pés. Ele inclinou-se, logo ficou de joelhos.

— O que diz?

— Está processando as informações. Nos dirá em segundos.

— Essa luz era como um ultrassom?


— Eu não conheço esse termo. Ele vê o seu corpo do lado de fora e do lado
de dentro. — O dispositivo fez outro zumbido e ele abaixou, lendo a tela. Desta
vez ficou quieto, não recuando mais. Finalmente olhou para cima.

— Cortes e contusões, mas nada sério. — Seus olhos dourados se fixaram


nos dela. —Você não foi agredida sexualmente. Sou grato por isso. Eles não a
marcaram com um rastreador.

Aquela primeira informação era algo que já imaginava desde que não sentia
dor para indicar que alguém abusou dela enquanto estava drogada. A segunda
parte a surpreendeu. — Um rastreador?

— Sim. Alguns traficantes de escravos os instalam para recuperar os


fugitivos. — Ele se levantou, foi até o kit de primeiros socorros e se curvou.
Mexeu dentro e tirou um pequeno recipiente quando se endireitou. — Isso irá
curá-la. Eu não posso fazer nada sobre as drogas em seu sistema.

— Você não disse o que é a droga.

— Espero que um sedativo, muito pouco permanece em sua corrente


sanguínea, irá neutralizar o outro.

Ele estava evitando a pergunta e isso a irritou. — Olha, Raif.

— Raff. — Ele corrigiu, agachando na frente dela.

— Raff. Sinto muito. Minha nave de pesquisa foi atacada, eu vi alguns dos
meus colegas de trabalho sendo assassinados por alienígenas e aqueles bastardos
me jogaram em uma jaula. E se isso não foi traumático o suficiente, eles me
atingiam com algo que parecia um choque para me derrubar toda vez que
acordava. Eu não sei onde estou, o que aconteceu com o restante da equipe ou
se sou a única que sobreviveu. Espero que outros também tenham sido levados
e ainda estejam vivos. Acordei para descobrir que fui comprada para trabalhar
em um bordel e para tirar minhas roupas porque alguém pagou para me foder.
Eu tive que lutar para sair de lá e então, bem, você sabe o resto. Apenas quero
que me diga a verdade. Eu mereço isso. O que recebi e se isto irá me matar.
Algo próximo à simpatia suavizou suas feições. — Você não morrerá. É um
medicamento dado para estimular uma pessoa e fazê-la se sentir bem em
situações ruins.

Ela deixou isso afundar. — Você pode ser mais específico?

Seu olhar deixou o dela. — Feliz. Mais calma. Isso anula seu medo em
situações alarmantes.

Ela mentalmente pensou no que ele disse, tentando entender. —Você está
dizendo que me deram algo como uma pílula feliz? Para mudar meu humor?

Ele assentiu. — Eles devem ter dado na esperança de mantê-la alerta, mas
não a queriam de mal humor quando ficasse plenamente consciente de sua
situação. — Ele inclinou a cabeça. — Ainda lutou contra eles e escapou. Estou
impressionado.

— Eu não estou hum, feliz. Estou cansada e me sinto um pouco bêbada.


Provavelmente é pelo choque.

— Bom. — Ele levantou a pequena garrafa. — Posso cuidar dos ferimentos?

Ela fechou os olhos, mas assentiu. Era tudo demais. Tudo. O ataque. Ver
seus colegas de trabalho sendo assassinado pelos alienígenas a sangue frio. Um
dos alienígenas bastardos a agarrou quando tentou correr, jogou-a por cima do
ombro e a levou para uma gaiola em outra nave. Os alarmes em Bax tocavam
alto. Ela ouviu gritos. Seu pior medo era que assassinassem todos menos ela.
Não tinha certeza de como viver com esse tipo de culpa.

Não, ela disse a si mesma. Eles me roubaram para vender para homens
alienígenas. Aqueles bastardos devem ter levado outros também para o mesmo
propósito. Ela não era importante nem especial. O trabalho não era sequer vital.
Havia outros quatro coletores de dados na Bax. Mesmo estando em forma e um
pouco atraente, ela era mediana. Leslie, sua chefe de equipe, seria o tipo de
mulher que eles gostariam de vender. Ela era linda, alta e magra. Ela estava de
folga quando o ataque aconteceu. Não tinha ideia do que aconteceu com ela.
Por favor, não me deixe ser a única sobrevivente. Por favor.
Um spray frio atingiu seus lábios e ela se assustou.

— Calma. Isso curará seus ferimentos. Não lamba. Não irá machucar, mas
não tem um gosto bom.

Ela sentiu sua pele formigar, mas não foi desagradável. Ele borrifou um
pouco em sua bochecha onde ela foi atingida. Foi difícil não protestar ou se
afastar quando ele moveu seu manto, expondo seu joelho. Ela abriu os olhos
para olhar para baixo. Sua pele estava raspada e ensanguentada. Ele pulverizou
ali também. Foi incrível ver como começou a cicatrizar em segundos.

— Funciona em humanos.

— Sim. — Ela forçou seu olhar para cima, olhando em seus olhos dourados.
— Obrigada. — Ele a salvou. Ela entendia isso. —Uma vez que estivermos fora
deste planeta e sua nave esteja aqui, podem me devolver à Terra?

Ele suspirou, observando-a. — Não.

Pânico a atingiu. — Por que não?

— A Terra está em uma lista de planetas proibidos para visita.

— Por quê?

— Recentemente eles começaram a vender suas fêmeas.

— Isso não pode ser verdade. — Ela balançou a cabeça. — É mentira.

— Fale com a mulher humana de York quando chegarmos à Vorge. Ela é


um membro da tripulação da nave que está vindo para nós. Sua Terra vendeu
Sara. Ela foi tirada de seu trabalho em uma de suas cidades por sua própria
espécie e entregue a compradores estrangeiros.

A informação a surpreendeu. Seria possível que a equipe de Bax foi


contratada para isso e vendeu seus funcionários? Ela foi tomada rapidamente.
Ela descartou essa suspeita. As pessoas para as quais trabalhava investiram
muito dinheiro em seu programa de pesquisa. Eles não teriam feito isso. Não
era rentável. Isso era o que grandes corporações faziam.

— Tente relaxar. Uma nave estará aqui de manhã para nos buscar, Lilly.

Ela não tinha certeza se isso deveria confortá-la ou não. Pelo menos não
estava naquele bordel e Raff não a machucou. Ele matou para protegê-la. A
visão de todos aqueles corpos mortos pendurados naquela área do mercado lhe
daria pesadelos. Quase acabou como um deles.

Ela tocou a garganta quando começou a doer. Raff notou, franzindo a testa.
Raff fez a fêmea expor seu pescoço para ele. O tecido de seu manto escondia
as marcas vermelhas causadas por Prix. Contusões se formariam logo se não
fossem tratadas. Ele pulverizou a medicação em sua pele pálida. Em seguida,
olhou suas mãos. Tinham alguns pequenos arranhões. Elas eram tão pequenas
que o scanner portátil parecia muito maior. Ele cuidou delas também.

— Você está bem, Lilly?

— Está quente aqui.

Sua cabeça se levantou para olhar seu rosto. Ela parecia um pouco mais
rosada do que antes, em suas bochechas e testa. A caverna estava fria, não
quente. Mesmo com o manto volumoso que ela usava, não deveria se sentir
desconfortável.

Ele tinha um mau pressentimento de que o sedativo poderia ter apenas


atrasado os efeitos do estimulante ilegal que Lilly recebeu para alterar seu
humor. Alguns alienígenas morriam se seu ritmo cardíaco acelerasse demais e
seus corpos ficassem superaquecidos. Ele ficou parado, preocupado. Não havia
drogas no kit para ajudá-la e temia usar outro sedativo para fazê-la dormir. Os
seres humanos eram criaturas frágeis, provavelmente fáceis de matar se
recebessem muitas substâncias.

A piscina chamou sua atenção. — Banho. — Ele ordenou.

Lilly olhou para ele. — O quê?

— Você precisa esfriar. A água não é fria o suficiente para prejudicá-la, mas
deve ajudar. Eu tenho roupas na nave. Minhas roupas ficarão grandes em você,
mas tenho certeza de que gostaria de ficar limpa. Os Rexis permitiram que
fizesse isso?

— Rexis?

— Os alienígenas que estavam a perseguindo do bordel e tenho certeza de


que eles também são os que atacaram a nave da qual falou. Foram os mesmos?

— Sim. Quem são eles?

— Piratas. Eles têm o hábito de atacar todas as naves. — Ele não queria
dizer a ela que tendiam a assassinar toda a tripulação, normalmente se
concentrando na venda das naves e mercadorias que carregavam. Não foi o caso
dela, mas era humana. Ele descobriu que tinham um grande valor no mercado
negro. Teria tentado os piratas a manter as fêmeas vivas. — Seus companheiros
de tripulação eram todos humanos?

— Sim. — Ela se levantou e balançou em seus pés.

Raff se adiantou para segurá-la suavemente. Ela não recuou, permitindo que
ele tocasse seus braços.

— Nós éramos todos da Terra. Somos... — Ela rapidamente disse. —


Quarenta e oito a bordo da Bax, consistindo em sete equipes de cinco pessoas
cada. Seis equipes de exploração visitavam planetas para coletar dados sobre os
alienígenas que viviam neles. Minha equipe registrava todas as informações. Há
seis membros da tripulação na ponte e três oficiais de segurança. Todos também
foram treinados para manutenção e reparos. Dois trabalhadores no refeitório.
Também tínhamos um médico e uma enfermeira a bordo.

Parece que a nave era grande para ter tantos humanos. Ele a levou em
direção à piscina. Não era profunda o suficiente para ser perigosa para ela,
mesmo que não soubesse nadar. — Quantas eram mulheres?

— Isso importa?

— Você era a única?


— Não. — Ela parou na beirada da piscina, franzindo a testa para ele. —
Está se movendo.

— Há uma ligeira correnteza, sim. Não é forte. — Ele apontou para o lado
esquerdo da piscina. — Evite aquela área. Há uma cachoeira que sai dessa
caverna. Duvido que seu corpo possa ser levado acidentalmente, já que a
abertura é pequena, mas fique nessa área. É seguro.

Ela balançou a cabeça. — E se houver peixe alienígena? Eles comem


pessoas?

Lilly o divertia. — Nenhum peixe ou vida selvagem. No topo da montanha


há um lago formado por toda a chuva que é coletada ali. A água vaza para baixo
nesta seção através de rachaduras muito pequenas. Nada ali a machucará. A água
é até potável.

Ela o olhou. — E você? Realmente espera que eu tire minhas roupas, as


poucas que eu tenho e confie em você para não fazer algo ruim comigo?

Feria seu orgulho que sua palavra não fosse suficiente, mas podia entender
sua desconfiança. Lilly era inteligente e obviamente uma sobrevivente. Ele a
respeitava por ter lutado com seus captores e até arranhou Prix com suas
minúsculas garras. Isso exigia coragem.

Eventualmente, descobriria que ele nunca faria mal a ela e a manteria a salvo
a todo custo. Achava-a muito atraente, mas não era hora de mostrar seu
interesse. Ela precisava que a mantivesse segura até chegarem à Vorge. Então
poderia persegui-la de uma maneira sexual.

Ele olhou em seus olhos azuis, sentindo um pouco de culpa. Encontrá-la foi
uma sorte, mas as circunstâncias que a levaram à sua vida eram o oposto para
ela. Não importaria. Ele cuidaria dela daquele momento em diante.

Seus companheiros de tripulação machos tiveram a sorte de encontrar


fêmeas humanas. Elas eram excelentes companheiras. Cathian, York e Dovis
estavam felizes. Raff queria a mesma coisa. Lilly literalmente caiu a seus pés. O
fato dela ter sido atingida por um dardo não era relevante. E sim que ele estava
lá para salvá-la. Deveria ser o destino. Ela seria dele.

— Você pode confiar em mim, Lilly. Tome um banho. Isso ajudará com as
drogas que recebeu. — Ele esperava. — Farei uma fogueira. Você
provavelmente sentirá frio quando sair. Pegarei roupas limpas para você usar.
Eu nunca a forçaria, Lilly. Não há honra nisso. Suas experiências recentes a
deixaram traumatizada. Pelo que algumas das fêmeas humanas que vivem na
minha nave dizem... — Ele fez uma pausa, tentando lembrar exatamente o que
Nara dizia com frequência. —Eu pareço assustador demais, mas não sou um
idiota.

Seus olhos se arregalaram.

— Será que estava certo? Que dizer uma pessoa que trata mal os outros e
não é digna de confiança?

— Sim.

— Eu não sou um. Vou tirar minha camisa agora. Você precisará de algo
para se secar. — Ele a soltou e recuou, puxando a camisa por cima da cabeça e
jogando-a na beirada da piscina.

Ela franziu a testa, olhando para o peito dele. — Você usa camisetas
brilhantes?

Ele olhou para baixo. — É a armadura que protege meus órgãos vitais.

— Não parece espessa o suficiente para fazer isso. — Ela estendeu a mão e
as pontas dos dedos roçaram o tecido sobre sua barriga. — Parece cetim.

— Esqueço que a Terra está atrasada com sua tecnologia. Isso impedirá que
uma lâmina ou projétil penetre minha pele. Também absorve uma explosão
como aquela. Não teria me derrubado. Apenas irritado.

Ela afastou a mão. — Isso é incrível. Nós não temos esse material. Quer
dizer, temos equipamentos de proteção, mas é volumoso.
Ele silenciosamente prometeu conseguir para ela uma armadura se ela
deixasse a Vorge, uma vez que a colocasse lá. Ele nunca quis seu futuro... não
sabia ao certo como chamá-lo. Não havia espaço em sua vida para as mulheres.
Ele não podia formar este tipo de vínculo com uma.

Não importava. Queria Lilly e planejava mantê-la. Humanos se casavam. Ele


pesquisou tudo sobre a Terra assim que Nara chegou para Cathian.

Lilly sentiu o suor fazendo cócegas nas costas e entre os seios. Raff foi até a
nave e entrou. Ela se virou, debatendo sobre confiar nele. Ele salvou sua vida e
se quisesse estuprá-la, poderia ter feito isso. Parecia forte o suficiente para pegar
o que queria. Em vez disso, era um cavalheiro.

A ideia de ficar limpa decidiu por ela. Começou a tirar o manto áspero e
fedido. Foi horripilante acordar dentro de uma jaula depois de ser tirada de Bax,
seu uniforme desapareceu e vestia apenas as roupas intimas. No começo, temeu
ter sido agredida sexualmente, mas um rápido exame em seu corpo assegurou
que não foi estuprada. Estava um frio congelante no compartimento de carga e
estava apenas de sutiã e calcinha, seus dentes batendo. Um guarda foi checá-la,
talvez parecesse lamentável o suficiente para ganhar sua simpatia e ele empurrou
a peça entre as barras. Ela colocou e depois ele prontamente a derrubou
novamente com a arma de choque.

Ela entrou na água de calcinha e sutiã. E de jeito nenhum sentia confortável


se despindo. Um olhar para a nave revelou Raff ainda dentro. Talvez estivesse
contatando Dovis novamente. A água da piscina era confortável e profunda o
suficiente para subir até o peito. Ela afundou até os ombros, usando as mãos
para esfregar sua pele.

Isso ajudou a acalmá-la. Um leve ruído chamou sua atenção e ela olhou
quando Raff saiu da nave. Ele segurava a roupa dobrada em uma mão e uma
espécie de pacote pequeno na outra. Evitou olhá-la, caminhou até a coisa de
aparência de carvão e colocou as roupas sobre ela. Olhou-a então, segurando o
pacote.

— Sabonete e xampu. Posso me aproximar?

Ela assentiu, mas se afastou da beirada da piscina. Ele se aproximou, colocou


o que revelou ser uma sacola e se endireitou, dando-lhe as costas. Ela viu
quando ele foi para uma grande pilha de madeira e galhos no canto mais
distante, pegou uma grande quantidade e jogou-os na fogueira. Agachou na
frente e tirou algo da bota. Chamas irromperam segundos depois e começaram
a queimar. Ele se endireitou novamente e retornou à nave, deixando-a sozinha.

Ela abriu a bolsa quadrada e viu que continha o que ele disse. Pelo menos
pode identificar o sabonete. A outra garrafa continha um líquido verde. Talvez
os alienígenas não tivessem xampu e condicionador, pois havia apenas um. Raff
permaneceu na nave, fora de vista. Ela hesitou antes de tirar o restante das
roupas. Foi fácil usar o sabonete para lavá-las. Enxaguou tudo da melhor forma
que pode, colocando-os na beirada da piscina para secar. Então chegou a hora
de se limpar.

Dez minutos depois, Raff saiu da nave. Ele carregava uma grande mochila.
Deixou cair perto do fogo, sentou-se no assento de carvão, de costas para ela.

— Eu tenho roupa para você aqui do lado depois que usar minha camisa
para se secar, Lilly. Eu não a olharei quando sair. Há também comida se estiver
com fome. Não é muito. Apenas ração de emergência. Eu ia caçar carne fresca,
mas o sol estava se pondo. Nunca é uma boa ideia caminhar por aí no escuro.

— Por quê?

Ele hesitou. — Este planeta é chamado Gluttren Four, G4, abreviado.


Existem muitas feras perigosas que vivem aqui e é muito quente durante o dia
para elas caçarem sua comida. Saem à noite. Nós seríamos considerados uma
boa refeição para eles.
Isso a fez estremecer, imaginando todos os tipos de criaturas perigosas. —
Eles podem nos atacar aqui?

—Não. Eu falei sobre o escudo.

Ela esqueceu, olhando para entrada. A tecnologia a surpreendeu. Eles


podiam ver, mas de acordo com ele, a abertura seria parecida com rocha sólida
para qualquer pessoa do outro lado.

Ela olhou para a água, de repente, não querendo mais ficar ali. Ele disse que
a piscina era alimentada por rachaduras na montanha. E se uma versão
alienígena de uma cobra ou algo semelhante deslizasse? Ela moveu-se
rapidamente para a beirada, pegou a camisa que ele jogou mais cedo e agarrou-
a. Seu olhar se fixou em suas costas enquanto ela saía.

— Não vai olhar?

— Você tem minha palavra.

Ela não estava mais quente. Arrepios percorriam seu corpo enquanto
tentava se secar. O tecido acabou muito úmido no momento em que o usou
para torcer o cabelo molhado. Raff não se mexeu, mantendo as costas para ela.
Rapidamente se lançou para frente, pegou a roupa dobrada que ele colocou ao
seu lado e recuou.

Ela precisava descobrir o que ele deu a ela. A camisa de manga curta era
macia, enorme. A calça lembrava-lhe um moletom, tinha um elástico na cintura
e o tecido era mais grosso que a camisa. Precisou dobrar as para evitar pisar
nelas. Tinha quase trinta centímetros de altura e suas pernas eram muito mais
curtas que as dele.

— Terminei. — Ela deu a volta e colocou as mãos em direção às chamas


para se aquecer.

Raff se afastou. — Nós podemos compartilhar.

— Eu estou bem. — Ela olhou para o chão de pedra, mas não queria ficar
sentada desde que ela acabou de tomar um banho.
Ele suspirou, seus olhos dourados se estreitando. — Eu não a atacarei, Lilly.
Sente-se. Por favor. Está com fome?

Ela assentiu. — Sim.

Ele se inclinou para frente, pegou a sacola maior e abriu-a. Mexeu dentro e
tirou dois pacotes. Um parecia uma caixa de suco para criança, apenas maior. O
outro lembrava-lhe um cachorro-quente lacrado no tamanho e formato. Ele
endireitou-se e os estendeu para ela.

E se ele a agarrasse? Seu estômago roncou de fome. Fazia pelo menos alguns
dias desde que comeu. Talvez mais desde que passou tanto tempo inconsciente.
Ela novamente lembrou a si mesma que Raff parecia ser forte o suficiente para
fazer qualquer coisa que quisesse. Isso a estimulou a se inclinar para frente,
sentar-se no ponto mais distante que podia, ela virou para pegar os dois pacotes.

— Obrigada.

— É um vasia. É uma bebida. Nutrientes e água. Não a machucará. Cathian


mandou substituir todos os suprimentos de emergência para serem bons à
digestão humana.

Ela pegou o pacote líquido.

— Isso é rishnia. É quase um santwant.

Ela pegou, franzindo a testa. Colocou a bebida na mesa, descobriu como


abrir a embalagem da comida e olhou para ela. — Sanduíche. Parece um pão,
mas está totalmente fechado. O que tem dentro?

Ele encolheu os ombros. — Nara, a companheira do meu primo, disse que


não é ruim.

— Não é como se eu pudesse ser exigente. Estou morrendo de fome. —


Ela admitiu, mordendo.

A textura era semelhante ao pão. No interior tinha um recheio de pasta que


tinha gosto de uma mistura de carne. Quais, ela não conseguia determinar.
Talvez frango e carne. Fechou os olhos enquanto mastigava e engolia, grata por
ser algo comestível.

— Você está bem?

Ela deu outra mordida, abriu os olhos e encontrou o olhar dele. — Estou
bem. Isso é bom. Então novamente, provavelmente acho que o papelão seria
delicioso depois do que passei.

— Há mais rishnia se isso não a encher. Todas as naves transportam


suprimentos de emergência. A Vorge nos alcançará em cerca de dez horas.

— Como é sua nave?

Ele hesitou. — A Vorge é uma grande nave de um Embaixador, mas


mantemos o número da nossa tripulação baixa.

Ela o olhou. — Embaixador?

— Cathian representa o povo tryleskiano e seu mundo natal. Nós viajamos


para diferentes planetas por boa vontade, às vezes negociamos acordos
comerciais e ocasionalmente, para evitar uma guerra. É por isso que a nave é
tão grande. Não é apenas um cruzeiro de viagem, mas sim uma nave de batalha
pronta, caso precisemos convencer um inimigo em potencial a repensar que
nossa raça poderia ser conquistada ou exterminada.

Ela comeu, considerando as palavras dele. Foi uma grande honra ser
contratada para Bax. Sua missão era viajar para descobrir novas vidas e aprender
sobre culturas alienígenas. O conceito de ir lá para encontrar alienígenas em vez
de esperar pelos que visitaram a Terra foi uma grande notícia. E de acordo com
Raff, era o que fazia sua nave.

— Em quantos planetas você já esteve?

Ele encolheu os ombros. — Muitos.

Ela estava interessada. — Como mais de doze?


— Centenas.

Isso explodiu sua mente. — Uau. Eu não tinha ideia de que havia tantos.
Aliens viviam neles? Todos com vida?

— Existem três planetas habitados neste sistema solar. Sete contando aquele
do qual acabei de sair. Quatro no sistema anterior. Isso a surpreende?

— Sim. Nós pensamos que talvez houvessem uns dez planetas habitáveis
no total. Apenas duas raças alienígenas visitaram a Terra.

— A Terra está em um sistema remoto longe das rotas normais de viagem


e os poucos relatórios de reconhecimento que vieram há alguns anos, afirmaram
que não tinha nenhuma tecnologia que fosse digna de comércio para fazer essa
viagem. Eles também declararam que os humanos eram rápidos em temer e
tentavam assassinar pessoas de fora do mundo.

Ela o ouviu com atenção. — Nós somos vistos como bárbaros então?

— Pior. Uma coisa é atacar alguém que possa ser visto como um invasor.
Seu povo começou a visitar outros planetas. Eles não causaram boas
impressões.

— Por quê?

Ele olhou para as chamas na fogueira. — O incidente Yenisor me vem à


mente.

— O que é isso?

Ele fez uma careta, olhando-a. —Você não sabe?

Ela balança a cabeça.

— A Terra enviou uma nave para lá. É um dos poucos planetas habitáveis
perto do seu. Eles são uma raça pacífica. Não agressivos. São conhecidos por
cultivar plantas medicinais que curam muitas doenças. Seu povo os atacou,
bombardeou alguns de seus assentamentos e milhares morreram antes que a
ajuda pudesse alcançá-los.

O horror percorreu Lilly e ela se viu balançando a cabeça. — Não.

— Sim. — Raff olhou para as chamas. — Os humanos que foram lá


exigiram que os Yenisors lhes dessem o que queriam ou vidas seriam perdidas.
Quando eles, em vez disso, ofereceram-se para negociar com eles por algo de
igual valor, seu povo começou a soltar bombas, afirmando que pararia quando
cumprissem suas exigências.

Ela se sentiu mal. — O que aconteceu?

— Uma raça aliada foi em sua defesa. Algumas das culturas perto desses
assentamentos bombardeados foram destruídas. Isso afetou o suprimento que
os Yenisor conseguiram enviar a outros planetas que precisavam dos remédios
criados a partir dessas plantas. Mais vidas foram perdidas. Todo mundo sabe
que a Terra foi a culpada. Agora há uma nave de batalha estacionada em órbita
para proteger suas colheitas dos humanos.

— Eu não sabia. Nunca foi notícia. — Ela percebeu o quão estúpido soou.
— Claro, quem quer que tenha sido responsável sabia disso. Não era como se
eles transmitissem a todos que estavam sendo terroristas para alienígenas.

Raff assentiu.

Ela desejou que a bebida fosse algo mais forte, como álcool. Toda vez que
ouvia uma notícia muito ruim, quando a merda batia no ventilador, esse era o
jeito normal de lidar com isso. Uma boa bebida ou quatro.

— Essa é outra razão pela qual não a levarei de volta à Terra.

Ela o olhou, boquiaberta.

— Seu povo eventualmente irritará alguém o suficiente para causar uma


guerra ou poderão vendê-la para alienígenas. É muito atraente, Lilly. Você
poderia ser comprada por uma das raças que iriam querer comê-la ou seria
forçada a trabalhar em outro bordel. Prometo mantê-la segura a partir deste dia.
Ninguém nunca irá machucá-la novamente.

Lilly ficou boquiaberta, mas depois fechou a boca. Ele parecia


absolutamente sincero. Não tinha certeza se deveria se sentir lisonjeada ou com
medo.

— Eu preciso hum, minha bexiga... — Ela olhou para ele.

Ele apontou. — Atrás daquela pilha de madeira. Há uma pequena caverna


com rachaduras no chão.

Ela se levantou, preocupada. E de repente, ele tirou uma pulseira do pulso,


entregando-a para ela. Hesitou em pegá-la. Raff a tocou e um raio de luz saiu
dela.

— Lanterna. Obrigada.

Ele deu um aceno de cabeça.

Ela aceitou, evitando tocar seus dedos. O buraco estava lá e era uma pequena
caverna onde precisou se abaixar para entrar. Entendeu o que ele quis dizer
quando viu o chão. Pedaços largos e longos cobriam o chão irregular de rocha.
Ela se aproximou de um deles, acendendo a luz. E se tinham um fundo, ela não
podia ver.

Suspirou alto, colocou a enorme pulseira sobre o pulso e olhando para o


buraco escuro no qual entrou. Raff não a seguiu. Ela soltou a calça e agachou.

— Eu queria que cavernas viessem com banheiros. — Ela murmurou.

Não demorou muito e ela voltou, levando tempo para se agachar perto da
água para fazer o melhor para lavar as mãos. A pulseira quase caiu. Ela devolveu
para Raff. Ele desligou a luz e se levantou.

— Precisamos dormir um pouco. Eu tenho uma cama extra. Você pode usar
o tapete onde nos sentamos. Será mais confortável.
Ela o viu caminhar até a nave e tentou relaxar. Ele estava sendo bom para
ela. As coisas poderiam ser muito piores. Como se eu não tivesse lutado para sair desse
bordel. Um tremor desceu pela espinha.
Raff acordou com seu alarme de pulso apitando. Ele se sentou na cama
inflável que tirou da nave e olhou rapidamente para o tapete de acampamento
em que Lilly dormia. Ele deu a ela o cobertor e outra camisa dobrada para usar
como travesseiro. O fogo quase apagou, mas ele podia ver que seus olhos
estavam abertos, olhando-o.

Ela se sentou. — Sua nave entrou em contato com você?

Ele levantou-se rapidamente. — Não. É muito cedo. Nós dormimos menos


de uma hora. Algo mais está lá fora. Este é um alerta de proximidade que
coloquei no escudo do gerador de imagens para me avisar de quaisquer
assinaturas térmicas. — Ele chegou à entrada da caverna e rosnou com fúria.
Quatro naves estavam lá fora, as luzes de busca vagando pelas paredes da
montanha acima deles.

Lilly ofegou ao seu lado. — Ah não.

Uma das luzes se moveu, batendo na barreira. Ele precisou levantar uma
mão para proteger seus olhos de ficarem cegos pelo feixe forte. Lilly tropeçou
ao lado dele. Ele se moveu rapidamente, segurando seu braço.

— Eles não podem ver dentro. — Ele lembrou.

A luz se moveu e ele abaixou a mão. As quatro naves pareciam procurar em


cada centímetro da montanha. Sua mente trabalhava rápido e ele rosnou
novamente. procurou um rastreador em Lilly. Com certeza não foi marcada. O
campo de força em sua nave teria impedido qualquer um de se prender ao casco
quando estivesse estacionado.
Como sabiam onde estavam? Era óbvio que estavam procurando por uma
entrada na caverna. Teriam sido encontrados se não fosse pelo dispositivo do
gerador de imagens. Não apenas fornecia cobertura para escondê-los, mas
emitia um sinal para confundir as leituras dos sinais de vida. Seus perseguidores
não saberiam onde estavam, a menos que ...

— Porra. — Ele a soltou e correu para sua nave, acendendo as luzes do


interior. Levou tempo para localizar o que penetrou em seu casco. Ele olhou
para a cápsula rígida.

—O que é isso? — Lilly o seguiu.

Ele se virou e mostrou a ela. — Rastreador. — Isso o enfureceu. Alguém


colocou o dispositivo para romper o casco de sua nave. Seria difícil de destruir,
mas precisava cortar o sinal. Ele se abaixou, tirou uma de suas armas das botas
e colocou o rastreador em uma pedra para atirar nele.

— Espere! — Lilly agarrou seu braço.

— Eles poderiam começar a bombardear a montanha para derrubá-la


quando não puderem encontrar uma maneira de nos alcançar. O rastreador diz
a eles que estamos em algum lugar aqui. — Seu olhar foi para a entrada da
caverna. Eles poderiam tentar fugir, mas as naves estavam quase sobre eles.
Seriam abatidos em segundos.

Lilly soltou-o, curvou-se e pegou o rastreador. Ela se afastou. Ele girou


confuso. — O que você está fazendo?

Ela pegou alguns pedaços finos de madeira e correu em direção à piscina.


— Disse que há uma corrente e a água aqui dentro desce em uma cachoeira,
certo? Leva a água para longe da caverna?

Ele a seguiu quando ela ficou de joelhos. — Sim.

—Qual é o tamanho da abertura da cachoeira?


Ela pegou uma de suas pequenas peças brancas de roupa que deixou na
beirada da piscina, envolvendo-a ao redor do rastreador. Então prendeu a
madeira para cercá-lo.

Ele agachou, observando-a com uma careta. — O que você está fazendo?

—Responda-me! — Ela estendeu a mão, pegando a segunda peça de roupa


pequena que ela deixou lá. Ela enrolou ao redor do pacote, amarrando as pontas
juntas. — É pequeno demais para isso passar?

Seu plano ficou claro. — Isso é brilhante. Caberá. Cobriu o rastreador. Por
que as roupas?

— O rastreador é do tamanho de uma bala. Eu não queria que ele


escorregasse pelos gravetos. Eu o embrulhei na minha calcinha no centro.

— Como pensou em fazer isso?

— Fácil. Eu odiava ir pescar quando era criança. Costumava deixar as


minhocas flutuando no rio em pequenos galhos e jangadas que construa quando
meu pai me fazia ir com ele. Eram usadas como isca. Eu também imaginei que
poderia salvar suas vidas, o que era um bônus. Quanto menos minhocas no
balde, mais rápido eu ia para casa. — Ela fez uma pausa. — Meu sutiã deve
segurar a madeira para que não se solte. Nós não queremos que afunde. — Ela
pegou os gravetos, entregando a ele. — Isso passará pelo buraco da cachoeira?

Ele o pegou, olhando-a enquanto ela arrumava tudo. — Sim. — Ele correu
para o outro lado da piscina e se inclinou sobre a água, soltando-o. Aterrissou,
afundou, mas depois flutuou até o topo. A leve correnteza era mais forte perto
da queda e começava a fluir dessa maneira. Ele acendeu a luz do pulso,
apontando para o pacote. Ficou olhando-o desaparecer de vista.

A cachoeira fluiria para o cânion e depois para as rachaduras no chão que


caiam em rio subterrâneo. Ele girou, passou por Lilly e voltou para a abertura
da caverna. As quatro naves ainda estavam do lado de fora, com as luzes de
busca em movimento. Lilly se aproximou, parando ao seu lado. Ele desligou a
luz do pulso. Os minutos mais longos de sua vida passaram, mas depois as naves
começaram a se afastar para o outro lado da montanha.

— Está funcionando, não é?

Ele se virou e sorriu para Lilly. — Sim. — Ele se sentiu orgulhoso de seu
pensamento rápido. Isso fez com que a quisesse mais. Agiu sem pensar muito.
Seu cabelo preto era mais suave do que parecia quando ele gentilmente segurou
seu rosto e cabeça, se inclinou e deu um beijo em seus lábios. Ela tinha lábios
suaves e flexíveis.

Sua boca se abriu levemente quando ela ofegou. Gostou quando suas mãos
tocaram sua camisa, mas ela não o afastou. Em vez disso, parecia querer apenas
senti-lo. Ele correu a ponta da língua ao longo do lábio inferior e aprofundou o
beijo. Suas mãos se fecharam em sua camisa.

Ele pararia se ela tentasse virar o rosto para o lado ou afastá-lo, mas não o
fez. Encorajou-o a tocar sua língua. Ela se inclinou para ele, beijando-o de volta.
Pequenos gemidos vieram dela. O desejo atravessou seu corpo rapidamente,
direto para seu eixo. Ela era doce, provavelmente de sua refeição, mas gostou.

Ele soltou sua cabeça, deslizando os dedos de uma mão para fora do cabelo
e descendo pelo corpo até segurar sua bunda. Parecia suave e agradável para
apertar. Ele puxou seu corpo pequeno ainda mais perto dele, soltou sua bunda
e passou o braço em sua cintura. Os humanos eram frágeis. Ele precisava
lembrar disso quando a levantou mais acima de seu corpo.

Ela virou a cabeça, terminando o beijo e ele congelou. Seus olhos se abriram
e ele olhou profundamente para eles. Eram estranhos, mas lindos. Aquele tom
claro de azul estava se tornando rapidamente seu favorito.

— Merda.

Sua palavra sussurrada o fez pensar se estava prestes a começar uma briga e
exigir que ele a colocasse no chão. Ela o surpreendeu soltando o aperto da
camisa e deslizando as mãos até os ombros dele.
— O que estamos fazendo? — Ela olhou para os lábios dele, antes de olhar
em seus olhos.

— Celebrando sua inteligência. — Ele sorriu. — Esse foi meu primeiro


beijo. Como foi?

Seus olhos ficaram maiores e seus lábios se separaram. Ele foi para boca dela
novamente. Parecia um convite para ele. Ela fechou os olhos e não recuou.

Ele a beijou novamente, profundamente. Ele se lembrou do que Cathian


contou sobre como ele acidentalmente cortou Nara algumas vezes com suas
presas, tomando o cuidado de não aplicar nenhuma pressão com elas quando a
língua dela tocou as pontas pontiagudas.

O chão sob seus pés de repente tremeu e uma fração de segundo depois,
uma explosão distante atingiu seus ouvidos. Ele foi o único a acabar com o beijo
daquela vez, olhando ao redor da caverna. Pequenos pedaços de terra caíam de
algumas das rachaduras acima deles, onde a fumaça do fogo normalmente subia
pela montanha para evitar que enchesse a área fechada.

Ele reagiu rápido, empurrando Lilly mais acima em seu corpo. Eles
precisavam sair. Girou, correndo em direção a nave. Na porta aberta, ele
gentilmente a jogou para dentro.

— Fique aí. Eles estão bombardeando!

Ele correu para onde colocou sua bolsa, deixando as outras coisas onde
estavam e correu de volta para a nave. Ele jogou a bolsa na área de
armazenamento, pegou uma Lilly atordoada ainda sentada onde a colocou e a
levantou. Sua bunda bateu no assento e ele a deixou cair em seu colo. Fechou a
porta, ligando os motores.

— O que está acontecendo? — Ela parecia em pânico.

— O rastreador deve ter parado em algum lugar ou eles perceberam que está
na água. — Para confirmar seu palpite, outra bomba atingiu a montanha. Mais
detritos e alguns pequenos pedaços de rocha caíram do lado de fora da nave
espacial. Algo a atingiu. O som da explosão era muito forte para não ser ouvido
lá dentro.

Ele a empurrou para frente e colocou o cinto de segurança. Então a puxou


de volta contra seu peito. — Eles estão muito próximos e podem ser capazes
de nos derrubar. Precisamos sair daqui rápido. — Ele não queria assustá-la, mas
precisava de sua cooperação. — Estenda a mão e segure firme nas laterais do
assento. E caso sejamos atingidos e precisemos ejetar, eu a agarrarei. Não a
deixarei.

— Ejetar? — Sua voz subiu para um tom alto que o fez estremecer.

Ele ligou a tela de visão noturna porque não queria que nenhuma luz externa
transmitisse sua localização e olhou para frente, segurando os propulsores com
uma mão, o controle da direção com a outra.

— Vamos. — Ele murmurou. — Confie em mim.

Ele gentilmente os levantou do chão da caverna e avançou.

— Nós vamos bater no escudo! Não podemos ficar aqui?

Ele não queria dizer a ela que as bombas colapsariam a caverna e os


esmagariam, mesmo dentro da nave. — Podemos voar pelo escudo. É apenas
sólido do lado de fora. Significa que não posso reverter uma vez que estivermos
do lado de fora. — Ele quis dizer isso como uma brincadeira, mas ela não riu.
Seus colegas de tripulação provavelmente estavam certos. Ele não tinha senso
de humor.

Ele voou para fora da caverna e para baixo, indo devagar para evitar bater
na saliência da rocha. Uma vez que se aproximaram do chão do cânion, ele viu
pelo menos duas naves mais para a esquerda. Ele virou sua nave para a direita e
apertou os propulsores com força. Empurrou o pequeno corpo de Lilly contra
o dele. Toda sua atenção foi para evitar batê-los nas paredes do cânion e no
chão enquanto aumentava a velocidade.
— Vamos. — Ele repetiu. Ele não podia cometer um erro. A pequena fêmea
sentada em seu colo morreria se ele caísse. Fosse pelo impacto ou pelas outras
naves buscando-os para devolvê-la a Prix.

Rochas sólidas, árvores e terra passaram muito perto. Lilly manteve os olhos
bem fechados para evitar ver enquanto o extraterrestre louco pilotava sua nave
em alta velocidade pelo desfiladeiro. A sensação de movimento estava
deixando-a nauseada quando ele se esquivou e se moveu.

Não é hora de vomitar, ela repetia em sua cabeça.

Seus dedos doeram por agarrar as laterais do assento. Raff disse a ela para
ficar calma e estava tentando. Por sua querida vida. Ficou pior quando a nave
subitamente ficou na vertical, disparando para cima. Ela abriu os olhos,
imediatamente se arrependendo. Tudo o que podia ver era escuridão através do
vidro da nave.

Um alarme começou a soar. Ela fechou os olhos novamente, soltou o


assento e colocou as mãos sob as coxas de Raff. Ele ajustou seu corpo um pouco
para ajudá-la a enfiar mais de seus dedos entre a parte inferior de suas pernas e
o assento.

— Isso é um aviso do motor? — Ela sempre odiou voar e temia que algo
assim acontecesse na Terra.

— Não. Eles têm armas direcionadas para nós.

Por que perguntei? Por quê? Ela gemeu, esperando ser explodida a qualquer
segundo.

A nave começou a se estabilizar, antes de desviar para direita. A velocidade


que estavam voando a manteve pressionada contra Raff, mas percebeu que eles
estavam quase completamente de lado. Ele não tinha estabilizadores de
gravidade? Bax os tinha. Então novamente, era uma embarcação enorme e
nunca ajustou o curso tão rápido quanto Raff. Eles viraram para esquerda. Os
alarmes ficaram em silêncio.

Ela abriu os olhos. Ainda estava escuro lá fora. Olhou para cima e viu outra
tela praticamente no teto. Parecia mais um jogo de computador com imagens
digitais de desenhos animados, mas entendeu sua essência. Estava dizendo a
eles onde estava o chão, que parecia distante e mostrava algumas montanhas
próximas. Eles pareciam imensamente altos. Raff voou direto na direção deles.

Ele estendeu a mão, tocando a área ao lado da tela e outra iluminou-se.


Quatro pontos apareceram.

— O que é isso?

— Nossos perseguidores.

— Nós não os despistamos?

— Não. Mas somos mais rápidos do que eles.

— Ficaremos bem então?

Ele mergulhou. — Sim. Eu não deixarei nada acontecer com você, Lilly.

Ela queria desesperadamente acreditar nele. Eles quase caíram no chão,


voando muito baixo, mas ele se esquivou de grandes rochas e árvores. Talvez
estivesse fazendo isso para evitar o radar das outras naves. Ele voou para outro
cânion entre as montanhas e viraram para esquerda. Ela olhou-o, percebendo
que estava contornando a montanha.

— Por que está voltando por onde viemos?

— Atrasá-los e voltar perto de onde a caverna está. É o último lugar onde


procurarão.

Ela esperava que isso fosse verdade. Seu olhar se elevou. Não havia mais
pontos na segunda tela. Raff voava baixo, perto do chão. Outra cordilheira
apareceu, está muito menor que a anterior. Deveria ser a caverna onde estavam.
Ele desacelerou a nave quando se aproximaram e desceram para o chão entre
duas pedras grandes.

— O que estamos fazendo?

Ele desligou os motores, estendeu a mão e seus dedos voaram sobre um


bloco de controle à direita. — Tornar-se um com a pedra ao nosso lado. — Ele
abaixou a mão para o console à sua direita, digitando mais comandos.
Finalmente suspirou e seu corpo tenso relaxou.

Ela virou a cabeça, olhando para ele na fraca iluminação interior. Seu olhar
dourado encontrou o dela. Um pequeno sorriso brincou em seus lábios.

— Estamos a salvo. O escudo de proteção está levantado. Seus sensores


lerão apenas os dois pedregulhos e pareceremos visualmente uma extensão
entre eles se colocarem as luzes de busca na área.

Ela entendeu. — E agora?

— Esperamos até que a Vorge nos envie uma nave pela manhã.
Lilly se moveu no colo de Raff. Algo tocou sua bunda. Ela não notou antes
uma vez que estava com muito medo de que eles explodissem. Não ajudou
muito que algo cravou em sua coxa também. Ele era um homem grande, mas
não tinham outra opção a não ser compartilhar um assento.

— O que há de errado?

Ela se endireitou e se abaixou, sentindo a calça dele onde sua bunda estava,
sentindo algo duro. — O que há na sua calça? — Ela cometeu o erro de olhar
por cima do ombro para ele e encontrou-o dando-lhe um olhar que ela podia
identificar. Diversão. — Acho que os homens são iguais, independentemente
do planeta no qual nasceram.

— Eu estou falando sobre isso. — Ela deu um aperto.

— Uma das minhas lâminas. Há muitas delas presas no meu corpo e tenho
algumas escondidas nos bolsos.

— E isso? — Ela pegou o que estava irritando sua perna, encontrou outra
fonte dura sob o tecido.

— Punhal.

Ela se lembrou de quando ele a salvou. — Quantas armas você guarda em


sua calça?

Ele riu.
— Pare de torcer minhas palavras em algo sujo. Não estou falando do seu
pau. Você é duro para se sentar. Eu não percebi antes quando acabei no seu
colo porque estávamos corremos por nossas vidas nas duas vezes.

— Muitas.

— Pode tirá-las? — Ela se inclinou para o lado um pouco, olhando para a


área atrás de seu assento. — Talvez eu possa sentar lá atrás.

— Não. Eu vou converter o assento. Não posso fazer isso se você estiver
na área de armazenamento.

— Converter?

— Esta é uma nave para apenas um passageiro. Os pilotos precisam dormir


eventualmente. Ninguém pode ficar em um voo de oito dias, que é a capacidade
máxima desse modelo. O assento se transforma em uma cama.

Ela franziu a testa, pensando nisso. — O que você faz se precisar fazer xixi?

Ele apontou para um painel lateral atrás. — Dispositivo portátil que aspira
o lixo.

Sua boca se abriu, mas ela fechou rápido.

—Precisa usá-lo? Não podemos sair da nave e nem abrir a porta. É simples.
Apenas pressiona a área da concha entre as pernas, em seguida, pressiona um
botão. Vai lavar e secar você.

— Eu estou bem.

Ela mudou de posição no colo dele novamente. Algo cravou nela. Ela
passou as mãos pela lateral da perna dele, sentindo as armas. Elas pareciam estar
escondidas em sua calça dos joelhos até as coxas, onde ela parou de sentir.

Raff arqueou uma sobrancelha para ela explorando-o. Ela parou.

— Sinto muito. Você é duro para se sentar, como eu disse.


— Levante-se.

Havia um pequeno espaço entre o assento e a porta. Ela saiu do colo dele e
precisou se curvar para não bater no teto com a cabeça. Uma vez que saiu de
seu colo, ele se inclinou para frente, tirando as botas. Ele as colocou contra a
parede. Então se inclinou para trás, suas mãos indo para a frente de sua calça.

— O que você está fazendo?

— Tirando.

Sua boca se abriu novamente quando ele desabotoou a calça, levantou os


quadris e empurrou-a para baixo. Ela viu um lampejo de pele antes de fechar os
olhos, virando a cabeça. —Você não está usando cueca!

—Eu nunca uso.

— Não pode esperar que eu sente no seu colo nu.

Ele riu. Ela ouviu a roupa farfalhar e então ele agarrou seus quadris com as
duas mãos, puxou-a e ela caiu no colo dele novamente. Desta vez de lado. Seu
braço bateu em seu peito nu e seus olhos se abriram. Ele não apenas tirou a
calça, mas também a camisa. Ela ficou boquiaberta com o peito musculoso e
toda aquela pele bronzeada revelada. Ele tinha mamilos, como um homem
humano, mas sem pelos no peito.

— Olhe para baixo.

Ela não pode recusar, estava curiosa e percebeu que ele usou a camisa para
cobrir o colo. Efetivamente colocando uma barreira entre eles. Lilly engoliu em
seco. Ainda estava chocada por ele ter se despido.

—Melhor?

Ela olhou em seus olhos. — Você está nu.

—Sim. Pronta para dormir um pouco? — Ele foi para o lado, tocando em
um comando.
— Você quer dormir? Depois do que acabou de acontecer?

— Você quer me beijar de novo? — Ele sorriu. — Nós poderíamos fazer


isso.

Ela engoliu em seco. Ele a beijar foi surpreendente, mas ela devolver o beijo
foi mais surpreendente ainda. Provavelmente o melhor beijo que ela já
experimentou. E se aquelas bombas não tivessem começado a cair, não havia
como dizer o que teria acontecido entre eles. Porque não iria pedir que ele
parasse.

— Dormir está bem. — Ela finalmente disse, decidindo que era uma
alternativa mais segura do que ficar com um alienígena gostoso.

— Isso foi o que eu pensei. Precisamos descansar um pouco.

Ela ofegou quando o assento levantou os dois até a parte do compartimento


de armazenamento. A parte de trás do assento se achatou e uma seção subiu
onde suas pernas estavam para apoiá-las. A cadeira virou uma cama. Ela teria
escorregado e batido na parede, mas dois suportes de cada lado se levantaram,
criando uma espécie de barreira. Ela acabou deitando de lado contra ele.

— Fique confortável. — Ele ajustou seu corpo sob o dela. — É possível


que queira ficar de frente para mim. Eu sou sua cama. — Ele a soltou com um
braço e tocou algo ao lado. As luzes diminuíram até que ela mal podia vê-lo.

Sua bochecha ficou pressionada contra sua pele quente e firme. Ela podia
ouvir o ritmo constante de seu batimento cardíaco. O homem tinha um milhão
de músculos também. Sentiu quando ele mudou sua posição sob ela.

— Você realmente espera dormir assim?

— Falta pelo menos cinco horas antes do sol nascer. Depois, mais algumas
antes da Vorge chegar em órbita e enviar uma nave. Poderíamos nos conhecer
melhor.

Ela tinha certeza de que era uma insinuação sexual se alguma vez ouviu uma.
Era a maneira como sua voz ficava mais rouca que o normal. Colocou a mão
em seu peito perto do rosto para se apoiar e levantou um pouco, olhando para
ele.

Aqueles olhos dourados estavam a olhando, um olhar predatório neles. Seu


olhar foi para sua boca, lembrando como ele a beijou. Duas vezes. Ela também
tinha agora tempo para fazer a pergunta que queria fazer antes de tudo ficar
louco e eles correrem em direção à nave para sair da caverna.

— Você nunca beijou alguém antes?

— Nunca.

Seu olhar foi do peito aos ombros largos, braços musculosos, antes de voltar
ao seu belo rosto. Ele estava muito bem para homem viking-leão. — Você já
fez sexo?

— Muitas vezes.

Ela estava confusa.

— Beijar é íntimo.

Lilly franziu a testa. — E sexo, não é?

Ele segurou seu olhar. — Eu apenas fodi trabalhadoras de bordéis e usei


proteção para evitar que elas me transmitissem doenças. Nunca permiti que elas
me tocassem ou tirassem minhas roupas para ficarem pele a pele. — Ele fez
uma pausa. — Eu as inclino na minha frente, abro o zíper e cubro meu pau.

Ele era claro sobre os detalhes, pelo menos para ela. — Nunca outra coisa?

Ele hesitou. — Eu tentei me alimentar de algumas fêmeas quando era mais


jovem. Elas não eram trabalhadoras de bordéis. Minha mãe me avisou que eu
precisaria de seus hormônios. Não deu certo e acabou que eu não era tão
tryleskiano quanto temíamos.

— Eu não entendo.
Ele respirou fundo e soltou o ar. — Meu pai é de Tryleskian e eu fisicamente
sou parecido com ele. Minha mãe era Pina, Rornior, Scatia e Minleor.

Ela franziu a testa, confusa. — Eu nunca ouvi falar dessas raças alienígenas.

— Eles vieram de um sistema solar de um sol agonizante. Fugiram quando


seus planetas ficaram instáveis, juntando seus recursos para salvar o maior
número de vidas possível. Isso significa que se juntaram em naves
compartilhadas e finalmente acabaram aqui. Nenhum planeta civilizado queria
recebe-los a cento e quarenta anos atrás. Foi quando se estabeleceram aqui.
Apenas alguns milhares chegaram até aqui. Nem todos as naves sobreviveram
à jornada.

— Isso é tão triste. Por que ninguém os aceitou?

— Eles passaram cinco gerações nas naves que viajaram de seu sistema solar
para encontrar uma casa aqui. A primeira geração teve dificuldade em se
misturar e se relacionar com outras raças com as quais compartilhavam naves.
Seus líderes concordaram em criar uma lei para acasalar com alguém de outra
raça para ter harmonia e paz. Não havia necessidade de lutar se eles cruzassem
seu DNA. Na quinta geração, conseguiram. Não havia Pina, Rornior, Scatia ou
Minleor de sangue puro. Muitos planetas acreditam que é um crime
propositalmente fazer algo assim. Você já esteve na cidade e viu muitos
descendentes deles. Não são parecidos, recebem os traços dessas quatro raças e
outros que se estabeleceram aqui. Muitas culturas não gostam de misturar raças.
São vistos como atrocidades quando suas linhagens são misturadas.

— Isso é tão errado.

— Sim. Por isso que meu pai se recusou a reivindicar minha mãe. Ele
provavelmente temia que ela nunca fosse aceita em seu planeta e sei que sentia
vergonha de mim, que era o resultado de sua relação.

Ela franziu a testa, confusa.

— Ele caiu no G4 e ficou preso aqui por meses. Os machos tryleskianos


precisam se alimentar de hormônios femininos quando o calor deles os atinge a
cada três anos. Ele estava a caminho de casa sabendo que seu calor estava se
aproximando, para alcançar as fêmeas de sua própria raça. Ele se alimentou de
minha mãe e quando seu irmão enviou uma nave de resgate, meu pai abandonou
minha mãe grávida. Ela me criou sozinha. Acreditamos que assumi
completamente o DNA do meu pai e que entraria em calor quando atingisse a
idade adulta. Minha mãe me instruiu a alimentar-me de fêmeas, esperando que
isso iniciasse meu ciclo de calor. Falhou.

Sua atenção se concentrou em sua boca. Suas presas a lembravam de um


vampiro. — Você tentou tomar o sangue delas?

— Não. — Ele bufou. — Alimentar de uma fêmea é íntimo. — Ele lambeu


os lábios. — É usar meus lábios e língua para excitar muito e fazê-las sentir
imenso prazer. É assim que me alimento. Preciso dos hormônios que elas
produzem.

Sua boca se separou quando ela descobriu o que ele estava dizendo. — Oh.
— Ele ficava entre as pernas das mulheres. Ela sentiu seu corpo responder e
isso a envergonhou um pouco, mas Raff era um alien super sexy. Também
estava nu, e ela estava deitada sobre ele e tocando seu peito quente. Sua mente
foi para lá imaginando como seria se ele quisesse se alimentar dela.

Suas narinas se alargaram e um rosnado baixo veio dele. Isso fez seu peito
vibrar sob ela. — Os humanos são compatíveis com os tryleskianos. — Seus
olhos dourados se estreitaram levemente e sua voz abaixou. — Posso me
alimentar de você.

Suas bochechas aqueceram, ela percebeu que estava ruborizando muito e


seu coração acelerou.

— Você iria gostar. — Ele sussurrou com a voz rouca.

Ela atraia homens humanos com frequência. Levar as mulheres para cama
parecia um passatempo normal para todos os homens. Qualquer pessoa com
seios se tornava um alvo na Terra. Isso acontecia até mesmo em Bax. Raff não
era apenas um homem. Nem mesmo perto. Ela se sentia confusa, incerta sobre
como reagir ao seu pedido descarado.

E de repente, ele envolveu um braço em sua cintura e levantou seu corpo,


virando os dois no pequeno espaço. Ela ofegou e agarrou seus ombros quando
o fez. Acabou completamente sob seu corpo.

— Raff!

Ele deslizou o braço debaixo dela, estendeu a mão para tocar algo na parede
e os lados da cama desceram. Ele desceu, sentando-se e segurou as pernas dela.
Ele as levantou, colocando os pés em seu peito quente. Segurou seu olhar
quando alcançou a cintura de sua calça, soltando-a.

— Temos horas para esperar. Eu vou parar se você não gostar.

Ela deveria ter lutado, se afastado, mas não conseguia desviar o olhar de seu
intenso olhar dourado. Estava curiosa e mais do que um pouco excitada. Este...
alien... salvou sua vida. Ela confiava nele. Raff teve a oportunidade de machucá-
la muitas vezes, mas não o fez.

Ele abriu a calça que ela usava e começou a puxá-las pelos quadris. Com as
pernas dobradas, ele a moveu pelas pernas até os tornozelos. Ela hesitou quando
ele parou, em seguida, levantou os pés. Ele rasgou a calça completamente,
jogando-a para o lado.

Seu olhar afastou-se e ele agarrou suas coxas com suas mãos grandes e
quentes, as separou. Ela não protestou. Ele não hesitou em abaixar a cabeça
enquanto suas mãos deslizavam para cima até que segurou suas coxas,
prendendo-a. Ela fechou os olhos, não querendo vê-lo. Teve apenas um homem
fazendo isso com ela. Foi estranho e ela não gostou. Seu segundo namorado
gostava de lamber todos os lugares, exceto seu clitóris. Ela se perguntou se Raff
seria assim.

Sua respiração quente tocou sua buceta e então ela sacudiu quando sua
língua grossa e molhada tocou o clitóris. Ela respirou fundo e seus olhos se
abriram, olhando para o teto da nave. Ele fez isso novamente. Ela mordeu o
lábio, engolindo um gemido. Raff sabia onde seu clitóris estava, o tocou e foi
muito bom.

Ela agarrou o lado da cadeira ou cama, não sabia e cravou as unhas no


material. Raff começou a rosnar e a lamber mais rápido, acrescentando
vibrações. Ela não podia mais se segurar, pequenos gemidos saiam dela. Ele era
incrível em... alimentação. Estava sobre ela como uma pessoa faminta.

O prazer tornou-se intenso e ela não aguentou, tentando fechar as pernas.


As mãos de Raff seguraram a parte interna das coxas com mais força,
segurando-a aberta. Ela empurrou seus quadris, mas ele a segurou. Seu rosnado
aumentou. Provavelmente a teria assustado, era um som aterrorizante, mas essas
vibrações apenas a enviaram ao limite.

— Raff! — Ela gritou seu nome quando gozou forte, sua mente se sentindo
como se fosse explodir com o clímax intenso.

Parou de lamber seu clitóris e abaixou a boca. Ela quase gemeu quando a
língua dele traçou sua fenda e então a empurrou para dentro de sua buceta. Ela
agarrou o material e ofegou. Ele tinha uma língua grossa que se moveu dentro
dela alguns centímetros e depois saiu. Seu corpo ficou mole até que fez
novamente, lentamente, fodendo-a daquele jeito.

— Oh deus. — Ela jogou a cabeça para trás.

Ele afastou a língua. — Tão bom, Lilly.

Sua voz estava mais rouca do que já ouviu, áspera. Ela relaxou, ainda
respirando com dificuldade. Levantou a cabeça, olhando-o. Ele levantou a
cabeça também, olhando-a de entre suas pernas. Seus olhos eram incrivelmente
sexys. Ele afastou o olhar e voltou a lamber seu clitóris. Ela tentou se afastar,
sentindo-se supersensível, mas ele a imobilizou.

— É demais. — Ela gritou.

Ele não parou de lambê-la, fazendo com que ela tomasse o prazer quase
doloroso. Não tinha piedade. Ela soltou os lados da cama e deslizou os dedos
em seu cabelo grosso, levemente raspando as unhas no couro cabeludo. A
textura do cabelo dele era suave, mas diferente de tudo que já sentiu. Mais
grosso, porém suave. Ele começou a rosnar, causando um tipo diferente de
vibração com a língua. Lilly gemeu alto, incapaz de se conter e ofegou. A
segunda vez que a fez gozar, ela gritou seu nome novamente.

Ele passou a língua por sua fenda, mas depois se levantou, soltando as coxas
dela. Ela olhou para ele. Sua expressão parecia dura, quase como se ele estivesse
furioso.

— O que há de errado?

— Nada. Tudo está certo. — Ele segurou sua cintura, jogou a camisa que
cobria seu colo para o lado e de repente agarrou seus quadris. Ele puxou-a pela
superfície plana para mais perto dele. —Você pertence a mim, Lilly. Agora e
sempre.

Sua mente parecia um pouco lenta, provavelmente por ter seu cérebro frito
duas vezes pela língua dele, mas ela tentou entender o que ele estava dizendo.
Ele deslizou as mãos sob os joelhos, levantou as pernas, em seguida, puxou-a
para mais perto. Algo duro e grosso pressionou contra sua buceta e ela percebeu
que era seu pau.

Ele se inclinou para frente, descendo sobre ela e soltou suas pernas. —
Coloque as pernas ao meu redor. Agora.

Ela hesitou.

Sua boca foi para a dela. Ela fechou os olhos e se abriu. Podia provar a si
mesma em sua língua quando ele invadiu sua boca. Raff sabia beijar. Ele
alcançou entre seus peitos e rasgou a camisa emprestada que ela usava. O tecido
se rompeu e ela percebeu que estava um pouco suada quando o ar bateu em sua
pele agora exposta. Ele segurou um dos seios, apertando-o.

Ela passou os braços ao redor do pescoço dele. Ele soltou o seio e desceu
até que a parte superior de seu corpo a prendeu. Abaixou-se, enganchando uma
de suas pernas e puxou-a para o lado de seu quadril. Ela entendeu e envolveu
as pernas ao redor dele.

Ele levantou um pouco, ajustou seus quadris, então ela sentiu seu pau tocar
sua buceta. Ele era muito grosso e isso a assustou. Iria fodê-la. Ela terminou o
beijo, virando um pouco a cabeça e abriu os olhos.

Ele a olhou a centímetros de distância, o dourado deles tão perto que ela
podia ver todos os detalhes. Suas pupilas tinham o formato de uma fenda ao
invés de serem redondas. Havia listras de ouro mais claro na íris. Raff tinha
lindos olhos.

— Aceite-me. — Ele disse com a voz rouca.

— Raff, eu ...

— Você é minha, Lilly. Eu sou seu. Não negue a nós dois.

Ela o queria. — Seja gentil. Você é enorme.

Seus lábios se curvaram levemente em um sorriso. — Gentil. — Ele


concordou.

Ela relaxou, deixando suas mãos tocarem suas costas, onde seguraram seu
pescoço. Sua pele era firme e quente. Adorava a sensação sob as pontas dos
dedos e a palma da mão. Ele cutucou sua buceta e lentamente empurrou para
frente.

Ela olhou em seus olhos, sabendo que os dela se arregalaram com a sensação
de seu corpo resistindo a tomar algo tão grosso. Ela estava molhada, gozou duas
vezes e ele pressionou mais contra ela.

Seu corpo cedeu e a ponta larga de seu pau começou a entrar nela. Um
rugido baixo, como um grunhido veio de Raff, seu peito vibrando contra os
seios que estavam esmagados entre eles. Ele empurrou mais.
Lilly cravou as unhas nas costas dele, ajustando as pernas um pouco mais
acima da cintura dele. Era grande. Podia sentir-se se esticando ao redor da
circunferência de seu pau. Ela sequer viu como ele parecia antes de fazer sexo.

Provavelmente foi o melhor ou estaria com medo agora, ela admitiu em


silêncio.

Ele estava muito duro enquanto empurrava mais fundo. Congelou, recuou
um pouco e empurrou de volta. Um gemido saiu com a sensação. Ele era
enorme, mas muito bom. Sem dor.

Raff entrou na buceta molhada e apertada de Lilly com pequenos e gentis


golpes. Ela o tomou um pouco de cada vez. Precisou usar todo o controle que
tinha. Se sentia incrível. Não havia barreira de proteção em seu pau. Era apenas
ela e ele. O êxtase que ela lhe deu foi o suficiente para fazê-lo querer lançar sua
semente dentro dela. Ele se segurou, querendo que fosse bom para ela primeiro.

Não conseguia entender porque era tão apertada ao seu redor. Os machos
humanos deviam ser pequenos ou talvez Lilly nunca tenha estado com um
macho. Ela era linda demais para acreditar que era a primeira opção. Muitos
homens devem tê-la perseguido.

Ele adorou os pequenos gemidos dela, a forma como suas unhas se cravava
em suas costas, massageando sua pele. Ela apertou seus quadris quando ele
levantou as pernas sobre a cama para obter melhor tração para mover os quadris
entre suas coxas.

Ele sentiu alívio quando se enterrou completamente nos limites apertados


de sua buceta. Ela podia tomar tudo dele. Entendia agora por que seus
companheiros de tripulação e primo se ligavam a humanos. Lilly era dele. Não
era apenas o prazer que ela dava a ele. Sentiu-se protetor desde o momento em
que a viu e esses sentimentos se aprofundaram. A maneira como o corpo dela
respondia ao dele, seu gosto quando excitada e até mesmo os sons que fazia,
apenas cimentavam a necessidade de mantê-la para sempre.

Ele soltou um pouco seu controle e permitiu que seu traço Rornior
aparecesse. Aprendeu sobre isso nas primeiras vezes em que foi aos bordéis. Ao
mesmo tempo que tinha traços tryleskianos, percebeu logo que também tinha
traços da linhagem de sua mãe.

Ele sentiu a pressão na virilha, soltando-a e Lilly engasgou. Suas unhas


pequenas cavaram mais fundo em sua pele. Ela pode até ter o feito sangrar. Ele
não se importava. Era um bom tipo de dor. As vibrações que começaram no
topo do seu eixo o excitaram mais. Lilly sacudiu sob ele e suas pernas o
apertaram.

— O que…

Ele tomou sua boca, beijando-a para silenciar suas perguntas quando
começou a fodê-la lentamente com golpes profundos e longos. Ela gemeu
contra a língua dele, quase gritando quando acelerou. Ele esfregava a ponta de
seu pau contra seu clitóris com cada impulso de seus quadris.

Lilly afastou a boca dele, gritando. Sua buceta apertou seu pau. Ele precisou
lutar para continuar se movendo enquanto sentia seus músculos internos
vibrando, ordenhando-o. Ela estremeceu e ele se entregou as exigências de seu
corpo. Um rugido saiu quando sua semente disparou através de seu pau
profundamente dentro de sua buceta. Ele perdeu a capacidade de pensar, apenas
sentindo cada gota fluindo, fazendo com que experimentasse a mais intensa
euforia de sua vida.

Ele percebeu que seu corpo ficou relaxado e apoiou os braços, certificando-
se de não esmagar Lilly sob ele. Ambos estavam respirando com dificuldade.
Ele sorriu, observando o rosto dela. Ela tinha os olhos fechados, os lábios
entreabertos e a pele em um tom rosa claro. Ela pareceu notar sua atenção e
abriu os olhos. Ele sorriu.
Ela o surpreendeu quando afastou as mãos de suas costas e segurou seu
rosto. — Uau.

Ele gostava de como ela o acariciava. Um de seus polegares percorreu


levemente o lábio inferior. — Somos perfeitos juntos, Lilly.

— O que foi isso?

— Sexo.

Ela parecia confusa, suas bochechas mais rosadas e ela soltou seu rosto para
colocar as mãos em seu peito. Ele sabia o que ela queria saber. Todas as
trabalhadoras do bordel fizeram a mesma pergunta em outros mundos. Apenas
não em G4, já que outros machos com traços de Rornior tinham a mesma
habilidade sexual.

— Não importa. — Ela olhou para longe.

— Eu gosto de brincar com você, Lilly. — Ele usou o dedo para acariciar
sua bochecha, ajustando seu peso sobre ela.

Ela encontrou seu olhar novamente, segurando-o.

Ele se recusava a tirar o pau do corpo dela. Gostava de estar dentro dela, de
ter uma parte dela, de estar intimamente ligados. — Quando estou muito
excitado e quase deixando minha semente sair, um inchaço começa na base.
Quando sai causa a pulsação que você sentiu.

Seus olhos se arregalaram. — Você se transforma em um vibrador lá. Foi


como...

— Sim.

— Uau. — Ela lambeu os lábios. — Isso é realmente incrível. Nós temos


brinquedos sexuais na Terra. — Suas bochechas ficaram um pouco mais
rosadas. — Merda. Não que você seja um brinquedo sexual, mas isso foi
incrível.
— Sexo entre nós sempre será bom e aproveitaremos imensamente.

Ela pareceu procurar seus olhos.

— O que foi, Lilly? Você pode me perguntar qualquer coisa. Estamos juntos
para sempre.

Ela pareceu surpresa. — Para sempre?

— Eu não usei proteção. Para sempre.

Suas mãos se espalharam em seu peito e sua respiração ficou ofegante. Ele
tinha certeza de que era pânico que via em suas feições. Ele sorriu. Ela era
humana e não sabia muito sobre outras raças. Não era verdade, mas não iria
dizer isso. Ela era dele. Iria mantê-la.

— Estamos ligados. Você é minha. Eu sou seu. Para sempre.

— Isso não pode ser. Você quer dizer como ... casados?

O pânico soava em sua voz. Ele sorriu mais amplamente. — Sim.

Ela empurrou o peito dele. Não que fosse forte o suficiente para movê-lo.
E não era. — Isso não pode ser.

— Mas é. Eu perguntei se você me aceitava. Você o fez.

— Eu não sabia!

Ele se inclinou e a beijou. Ela apenas resistiu por uma fração de segundo
antes de aceitar seu beijo e devolvê-lo. Ele amava sua boca e sua pequena língua
rosa. Era suave e doce. Ele se afastou, olhando nos olhos dela.

— Eu serei bom para você, Lilly. Sua felicidade é uma prioridade. Assim,
como o seu prazer. — Ele lentamente começou a se mover dentro dela, seu
eixo endurecendo novamente.

Ela se agarrou a ele, um gemido suave saindo de seus lábios entreabertos.


Suas pernas se apertaram ao redor de seus quadris. Ele arqueou as costas um
pouco para alcançar sua garganta quando ela inclinou a cabeça para trás,
provando sua pele ali e dando beijos de boca aberta. Ele suavemente a beliscou
com suas presas e um gemido mais alto veio dela.

— Seu prazer é meu prazer, Lilly.

— Oh Deus. Você vai me matar, Raff.

Ele riu quando ela começou a empurrar seus quadris em sintonia com os
dele, pedindo-lhe para fodê-la um pouco mais rápido. — Não, minha pequena
humana. Nunca, mas planejo fazê-la gozar novamente e novamente.
Lilly acordou nua em cima de Raff. Ele subiu os lados da cama depois que a
fodeu quase até o esquecimento e os acomodou para dormir um pouco antes
do amanhecer.

Todos os detalhes retornaram à sua memória. Ela fez sexo com o grande
predador viking leão, pelo menos quatro vezes, mais as duas vezes que ele a fez
gozar com a boca. E foram os melhores orgasmos que ela já experimentou em
toda sua vida. Acima e além de qualquer coisa que poderia imaginar ou esperar.
Seus roncos suaves a despertaram.

Ela abriu os olhos. O interior da nave espacial ainda estava escuro, mas uma
luz fraca aparecia na frente, o suficiente para ela distinguir o peito sob sua
bochecha. Os braços de Raff estavam ao redor dela. Uma de suas mãos em sua
bunda, a outra na parte baixa de suas costas. Ela estava encostada em sua
cintura, suas pernas descansando ao lado das pernas dele.

Ela levantou a cabeça, olhando para Raff. Seus olhos estavam fechados. Ele
não parecia tão perigoso quando dormia, suas feições relaxadas. Ele era bonito.
Não havia como negar que se sentia atraída por ele como nunca se sentiu por
qualquer homem que conheceu. Não parecia importar que ele fosse um
alienígena. Não tinha certeza se isso deveria preocupá-la ou não.

Eles estavam casados, basicamente. Pelo menos foi o que ele implicou. Eles
realmente não falaram sobre isso desde que ele cortou a conversa a fodendo.
Foi provavelmente o melhor desde que ela certamente começou a surtar.

Os Enderling, uma raça com qual a equipe de pesquisa entrou em contato


em um dos planetas, se acasalavam para a vida com seu primeiro parceiro sexual.
Ela achou isso romântico quando leu seus relatórios e inseriu os dados. Eles
não traiam, comprometendo-se um com o outro até a morte. Como foi
explicado, o esperma do macho agia quase como um sequenciador de DNA na
fêmea, tornando-a fisicamente receptiva a ele. E vice-versa. Eles apenas
poderiam ter filhos um com o outro. Seu corpo rejeitaria o esperma de outro
macho. Apenas podiam sentir excitação um pelo outro também.

Raff era assim? O esperma dele a mudou em um nível físico? Ela não se
sentia diferente. Apenas um pouco dolorida entre as pernas e cansada. Ambas
as coisas faziam sentido desde que ele era grande e ela percebeu que não dormiu
por muito tempo.

Um grunhido suave a assustou e ela virou a cabeça. Havia algo do lado de


fora da janela da nave, na frente. Algo grande. Estava se aproximando. Estava
escuro demais para ver os detalhes, mas o que quer que fosse, não era sua
imaginação. A sombra se moveu novamente.

— Raff. — Ela sussurrou.

Ele continuou dormindo. Ela agarrou seu ombro, sacudindo-o. Seu ronco
parou e seu corpo ficou tenso sob o dela. Ela olhou para ele e encontrou os
olhos abertos agora enquanto ele a olhava.

— Há algo fora. — Ela manteve a voz baixa.

Ele moveu as mãos. Um braço indo para sua cintura, o outro alcançando o
lado da nave. A cama começou a se mexer. Ela se agarrou a ele. A parte de trás
se levantou e foi para trás deles. Ele estava transformando em um acento de
novo. Ela olhou para a face dele, uma vez que ela não conseguia distinguir o
que estava fora da nave, sua expressão endureceu quando ele olhou para frente.

— Merda. Um fasis. Fique quieta. — Ele respirou suavemente. — Eles têm


excelente audição.

Ela virou a cabeça quando a cama se transformou em um assento. Isso a


deixou sentada em seu colo, sobre ele. A forma grande era mais fácil de ver de
perto da janela da frente da nave e ela estendeu a mão, pressionando sobre a
boca para sufocar um suspiro.
O animal era do tamanho de um ônibus de transporte na Terra. Talvez
quinze metros de altura e trinta metros de comprimento. Ela apertou os olhos,
tentando descobrir mais detalhes. Parecia algo entre uma enorme tartaruga e um
elefante. A cabeça se virou e ela viu uma série de longas presas, talvez dez ou
mais. Elas se destacaram como pontas mortais por uns bons dois metros de
comprimento.

— Shush. — Raff passou os braços em sua cintura, puxando-a mais


apertado contra o peito. — Não pode nos ver. A nave parece com uma rocha.

Ela se lembrava disso. Engoliu saliva e abaixou a mão. — É mortal? — Ela


sussurrou.

— Muito. A maioria das feras no G4 são. Eles podem se mover rapidamente,


esfaquear suas presas com suas presas, em seguida, se alimentar enquanto elas
estão presas lá.

— Não pode perfurar a nave, certo?

Raff não disse nada, seu foco na janela da frente.

Seu coração acelerou, imaginando a resposta. Poderia. Raff a soltou e


estendeu a mão, batendo em algo. A janela mudou um pouco, algum tipo de
filtro se aproximando, mostrando a aterrorizante fera com detalhes vívidos.

Não se parecia muito com uma tartaruga, mas talvez um tatu e um elefante
juntos. Tinha um casco de conchas sobre o corpo grande, uma cauda pequena,
e as presas pareciam pontiagudas, com alguns centímetros de espessura. Cobria
toda a boca aberta, a qual ela deu uma boa olhada quando se virou. Parecia
grande o suficiente para ser capaz de comer uma pessoa em uma mordida. A
coisa aterrorizante deu alguns passos em sua direção.

Ela se agarrou a Raff. Ele esfregou as costas dela e usou a outra mão para
tocar outra coisa nos controles. Um som suave veio de dentro da nave e ela
ficou tensa, observando como a fera lá fora parecia ouvir também. Levantou a
cabeça, três olhos negros pareciam fixar-se diretamente sobre eles, mas depois
veio outro som. Era um silvo. Algo saiu da nave e passou pela fera.
—Você errou.

— Espere.

Segundos depois, um estrondo soou à distância. A fera se virou, fugindo.


Ele podia se mover rápido e o chão tremeu com o peso da coisa, quase como
um mini terremoto. Ela ficou olhando e o chão parou de tremer. — O que você
fez? — Ela olhou para ele.

— Ele caça por som. Eu dei algo alto para ir atrás. Joguei uma pedra longe.
Pedaços dela continuarão caindo por alguns minutos. Isso deve mantê-lo
ocupado.

— Essa coisa era enorme.

— É por isso que os estrangeiros precisam morar em cavernas, onde é


impossível a maioria das feras subir.

— Estrangeiros?

— Pessoas que escolheram morar fora das cidades. — Ele agitou o pescoço
e os ombros. — Como você está se sentindo? Ainda temos algumas horas para
esperar. Está com fome?

— Eu quero tomar água.

— Você não respondeu a minha primeira pergunta.

— Um pouco dolorida.

Ele franziu a testa. — Eu a machuquei? Tentei ser gentil.

— Você foi. Já faz um tempo e você é grande. Eu não estou ferida como
pensa.

Ele se inclinou, pegando algo no chão e tirou uma pequena caixa. Ela sentou-
se para colocar espaço entre eles. Era um pouco embaraçoso agora que estava
mais acordada para perceber que estavam nus, ela estava escarranchada no colo
dele e não se limparam depois do sexo na noite passada. Ela se sentia molhada
e não queria pensar em como seu assento precisaria ser limpo.

Abriu a caixa e retirou um tubo, deixou cair a caixa no chão e a abriu. —


Afaste-se um pouco.

Ela observou-o espalhar uma substância gelatinosa clara em seu dedo,


generosamente aplicando-o. — O que é isso?

Ele colocou a tampa de volta no tubo e a jogou de volta na caixa,


derrubando-a no chão. — Irá curá-la. — Ele deslizou a mão entre seus corpos
e ela ofegou quando ele esfregou entre os lábios de seu sexo, em seguida, seu
dedo empurrou dentro dela.

— Avise uma garota! Nossa! — Ela não lutou, porque o que quer que tinha
em seu dedo dava-lhe uma sensação de frescor e instantaneamente pareceu tirar
a dor leve. Ele tinha um dedo grosso e empurrou para dentro dela
profundamente. — Isso é tão embaraçoso.

Ele riu, retirando o dedo. — Não, não é. Você é minha. Eu sou seu. Não há
nada que não possamos dizer ou fazer um ao outro que cause essa emoção. —
Ele se abaixou novamente, encontrou um pedaço de tecido que deve ter
guardado lá embaixo e limpou o restante do material gelatinoso. Ele jogou o
tecido de lado.

— Eu não diria isso.

— Deveria.

Ela olhou ao redor da nave — Nós provavelmente devemos nos limpar e


hum, vestir roupas.

— Eu vou ensinar como usar o bocal. Eu preciso drenar minha bexiga


também.

Suas bochechas se aqueceram. — Uau. Você realmente não é nada tímido,


não é?
— Não. — Ele agarrou seus quadris e começou a tirá-la de seu colo. —
Fique de lado.

Ela saiu de cima dele, usando os braços para cobrir os seios para ficar na
área estreita onde a porta estava localizada. Ele rasgou a camisa que ela usava
na noite passada e a tirou completamente quando foram dormir, recusando-se
a permitir que qualquer roupa ficasse sobre ela. Ela viu quando ele estendeu a
mão, abriu um painel que apontou antes.

Ficou chocada quando viu o aparelho. Parecia uma mistura entre uma xícara
grande e uma tigela estreita e curva com um tubo branco conectado a ela. Cobriu
completamente a área da virilha enquanto ele se levantava um pouco,
encaixando-o sobre o pau. Ele ligou o interruptor no cabo e ela ouviu um leve
ruído como um vácuo. Ela desviou o olhar. Ele estava fazendo xixi. Ela se
recusou a assistir.

Raff riu. — Você me diverte, Lilly. É uma função do corpo. Está com o
rosto muito vermelho.

— É uma função particular do corpo.

— Não há privacidade em uma nave deste tamanho e estamos unidos. O


que eu disse? Não deve haver constrangimento entre nós sobre qualquer coisa.
— Ele terminou, desligando o dispositivo.

Para sua humilhação, ele segurou-a com uma mão e bateu na coxa dela com
a outra. — Abra um pouco.

Ela fechou os olhos e manteve a cabeça inclinada, mas fez o que ele pedia.
Abriu as pernas. Ele empurrou o dispositivo contra sua buceta e ela ofegou
quando ele ligou. Era um tipo de sucção e água morna bateu em sua bunda,
onde a tigela subiu até o topo de seu monte.

— Esvazie sua bexiga. — Ele exigiu.

— Ok. — Ela precisou se concentrar para fazer xixi de pé. Foi a coisa mais
estranha e desconfortável que já fez, porque Raff estava segurando o dispositivo
e ela não tinha que olhar para ele para saber que estava assistindo. Precisava
admitir que se sentia melhor depois de fazer xixi. Estava bem apertada. — Feito.

A água cortou o fluxo e o ar quente veio. Ela ficou tensa, mas depois ele
desligou a coisa e a afastou. Ela se sentia limpa com certeza, já que a água a
lavou. E não estava molhada, já que também a secou. Ela se atreveu a abrir os
olhos e viu quando Raff o colocou dentro do painel e lavou as mãos com um
vapor de água que fluía dentro do painel. Também soprava ar quente para secá-
las.

Ele fechou o painel e sorriu para ela. — Precisamos dormir mais. — Ele
estendeu a mão para ela, puxou-a para eu colo e acionou o interruptor que fez
com que o assento se transformasse em cama. Ela mais uma vez acabou sobre
seu corpo. Ele a ajustou até que ficasse confortável, com a cabeça em seu peito
e os braços ao redor.

— Durma, Lilly.

— Nós realmente precisamos conversar sobre está coisa de para sempre.

— Não há nada para falar. — Ele levantou a cabeça e colocou um beijo no


topo de sua cabeça. —Você é minha. Eu sou seu. Estamos unidos.

— Não é tão simples assim, Raff. — Ela estava começando a ficar nervosa.
Ele não podia apenas se casar com ela assim. Eles sequer se conheciam. —
Apenas porque fizemos sexo, sexo incrível, não significa que devemos ficar
presos por toda a vida.

Ele riu, segurando-a com mais força. —Você poderia estar grávida do meu
filho.

Isso a fez ofegar e seus olhos se arregalaram. O quê? Isso era possível? Não!
Não podia ser. Ela ficou tensa.

— Eu não sou tão tryleskiano quanto aparento. Meu primo apenas pode ter
uma ninhada com sua humana quando ele está no calor. Eu fiz o androide
médico me testar quando fui para a Vorge. Minha semente é forte e fértil. Não
é apenas para evitar doenças que uso proteção quando vou a bordéis. Eu não
queria arriscar engravidar uma fêmea por acidente. — Ele beijou a cabeça dela
novamente. — Com você eu fiz de propósito.

Ela não sabia se deveria dar um tapa nele, gritar ou simplesmente


enlouquecer. Ele estava admitindo que tentou engravidá-la. Descaradamente.
Ela sentou-se sobre ele. — Seu filho da puta.

— Minha mãe tinha uma personalidade bastante agradável. — Um brilho de


diversão apareceu nos olhos dourados. Ele manteve um braço ao redor dela,
mas o outro, colocou em seu estômago. — Meu filho pode estar dentro de você.
Talvez até uma ninhada deles. Não tenho certeza de quantos posso ter. Nós
descobriremos isso juntos, Lilly.

— Ninhada? — Sua mente estava acelerada. Ela teve um amigo com uma
cadela. Ela teve quatro filhotes. Era isso que ele queria dizer? Ela estava prestes
a hiperventilar com o choque e a indignação. Porra, o pânico a percorreu por
talvez estar grávida de bebês alienígenas. Plural. — Não podemos fazer isso. Eu
nem o conheço!

—Nós nos conhecemos bem. — Ele sorriu, enquanto sua mão em seu
estomago escorregou mais baixo, roçando levemente seu clitóris.

Ela estremeceu com o prazer repentino e se afastou, tentando dar um tapa


na mão dele. Ele tinha reflexos rápidos e evitou o contato. Agarrou o pulso dela.
Ele se moveu, rolando-os até que ela ficou sob ele. Ela lutou, mas ele era grande
e forte.

— Porra, Raff.

Ele olhou para ela e depois para a boca. Ela tentou mordê-lo e ele riu mais.
Ele evitou os lábios dela, acariciando seu pescoço com a boca. Ele começou a
beijá-la ali, usando a língua e os dentes. A sensação de suas presas a fez se
acalmar. Ele poderia machucá-la. Quase desejou que ele continuasse beijando-
a. Seus mamilos endureceram e seu corpo começou a responder.

— Traidor.
Ele congelou. — Eu nunca trairia você, Lilly.

— Você não. Meu corpo. — Ela resmungou.

Ele riu. — Ele sabe que pertence a mim. Como o meu é seu. — Ele começou
a beijar sua garganta novamente, dando-lhe pequenas mordidas com suas
presas.

Era bom. O alienígena sexy sabia exatamente como tocá-la. Ele soltou seus
pulsos, suas mãos explorando seus seios em vez disso. Ele deu a seus mamilos
pequenos apertos entre os polegares e dedos, fazendo-a sacudir de prazer. Ele
aplicou a quantidade certa de prazer e dor para fazê-la doer entre as pernas.

Ela as abriu mais, permitindo que ele colocasse a parte inferior do corpo
entre elas. Seu pau estava duro e preso entre eles. Ele abaixou-a, deixando beijos
sobre sua clavícula e então soltou seus seios, usando sua boca quente para
chupar cada mamilo.

— Porra. — Ela murmurou.

Ele rosnou em resposta. Ela passou os dedos por seus braços e ombros,
finalmente segurando sua cabeça. Ele era muito bom em tocá-la, sabendo
exatamente como deixa-la irracional. Era tudo desejo e necessidade. Os
alienígenas, pelo menos este, faziam com que esquecesse tudo, menos ele.

Ela se contorcia, envolvendo as pernas ao redor dos quadris dele. Ele se


levantou quando ela gemeu, quase implorando que a fodesse. Olhou nos olhos
dela enquanto coloca sua ereção dura e grossa dentro do corpo dela. A dor
desapareceu e apenas sentiu prazer. Ele moveu os quadris, indo mais fundo.

Sentiu algo na ponta de seu pau, o que parecia uma crista. Vibrou
diretamente contra seu clitóris. Ela gritou, cravando as unhas em seus ombros.
Ele era como um daqueles brinquedos sexuais que ela comprou, apenas muito
melhor. Seu peito esfregou contra seus seios enquanto ele a apertava com força,
restringindo seus movimentos.
Sua força a excitou mais. Ele a fodeu mais forte. As vibrações aumentaram
com o movimento de seus quadris, o clitóris inchando e a necessidade de se
aproximar.

Gritou seu nome quando o prazer chegou e explodiu. Ela se agarrou a ele,
sentindo o êxtase. Ele pressionou a boca contra o ombro dela, abafando os sons
que fazia e ela pode sentir calor quente enchendo-a.

As vibrações contra seu clitóris a fizeram quase gritar de quão fortes ficaram,
mas se manteve ali, já que ele se recusou a deixá-la sair. Outro clímax veio e ela
perdeu a capacidade de pensar.

Raff acordou com um bipe suave. Ele abriu os olhos e percebeu que estava
sobre Lilly. Dormiu depois que fizeram sexo. O pânico o atingiu quando se
levantou, aterrorizado por tê-la sufocado. Ela era pequena demais para dormir
sob ele. Seu peito subia e descia, seus olhos fechados. Ele sentiu alívio. Outro
bipe chamou sua atenção novamente.

Ele virou a cabeça, percebendo que era o comunicador. Ele se arrastou para
baixo na cama, tomando cuidado para não acordar Lilly e ajustou o volume.
Olhou para fora. O sol já havia nascido e não havia sinais de vida lá fora.

— Raff.

— Já era hora. — Responde Marrow. — Estou chamando por cinco


minutos.

— Eu estava dormindo. — Ele virou a cabeça, sorrindo enquanto observava


Lilly virar de lado, enrolando-se em uma bola. Ela tinha a bunda mais fofa e
podia ver isso agora. Também gostava que que sua semente deixasse a fenda de
seu sexo com aquela aparência brilhante.
— Bem, acorde. Estou indo buscá-lo.

— Nós dois iremos. — Rosnou Dovis. — Estamos monitorando a área em


que você está. Há quatro naves fazendo buscas. Acho que atacarão quando
descermos.

Ele se inclinou para frente, olhando pela janela. Ao longe, ele viu uma nave
baixa na superfície. — Porra.

—Você deve ter sido encantador como sempre. — Marrow riu. — Parece
que os irritou muito levando aquela humana, pelo que ouvi falar. Há mais duas
naves ao leste da sua caverna. Isso são seis naves procurando-o. Você nunca faz
nada sem fazer muitos inimigos, não é?

— Eu não estou mais na caverna. — Ele admitiu. — Lançaram bombas na


montanha.

— Eu pensei que ninguém soubesse sobre sua caverna. — Dovis parecia


irritado.

— Longa história. — Raff não queria dizer a eles que não percebeu que
colocaram no casco um rastreador. — Eu posso voar e pousar sobre a nave se
abrirem para mim.

Marrow começou a amaldiçoar ruidosamente.

—Não. — Rosnou Dovis. —Você vai nos prejudicar. Não é tão bom em
voar, Raff. Pode foder na hora do pouso e ambas as naves serão danificadas se
bater na lateral. Nós provavelmente também estaremos sob fogo. Não podemos
remover nossos escudos. Você vai nos matar. Deixe a nave. Onde está? Nós
vamos entrar e pegar vocês dois. Faremos uma manobra em Cregion.

Ele odiava deixar sua nave, mas seu olhar foi para Lilly. Sua fêmea era a coisa
mais importante. Ela com certeza estava exausta desde que ainda dormia mesmo
com eles conversando alto. — Tudo bem. — Ele enviou uma mensagem para
a Vorge, dando sua localização. — Tempo?
Demorou segundos para Marrow responder. — Quatro minutos. Vou
descer rápido, passar e você corre. Entendo que está protegido desde que vejo
apenas rocha.

— Sim.

— Quatro minutos. — Murmurou Marrow. — A partir de agora. Estamos


descendo. Contando.

— Contando. — Ele murmurou, tocando uma faixa no braço, definindo o


cronometro.

Ele se virou para onde deixou a calça, vestindo-a rapidamente. Calçou as


botas em seguida, mas não se incomodou com uma camisa. Pegou-a, porém,
estendeu a mão e agarrou Lilly pelo tornozelo. Ele a arrastou para mais perto.

— Acorde!

Seu tom áspero e alto fez o truque. Ela acordou e sentou-se, parecendo
confusa.

Ele a soltou e jogou a camisa para ela. — Vista isso. Uma nave estará aqui
em minutos.

Ele apertou o botão para converter a cama de volta em uma cadeira e ficou
de lado, precisando se sentar no espaço confinado ao lado da porta. Uma vez
que abrisse, a nave registraria os sensores. Ele olhou para frente da janela,
avistando a maldita nave espacial ainda à distância. Ele realmente queria matar
Prix por não desistir da busca.

Lilly ofegou e ele pegou sua bolsa da área de armazenamento, empurrou o


máximo de coisas que podia e verificou o cronômetro em seu pulso. A nave
deveria estar à vista. Ele olhou para frente, para o céu. Uma massa escura
apareceu, indo na direção deles.

Ele sorriu. Marrow era um piloto muito bom e ele se lembrou de quando
ficaram sitiados no planeta Cregion. Ela lançou a nave na superfície, fazendo
todos no chão pensarem que estava prestes a cair e explodir.
Ela não diminuiu a velocidade até que quase fez exatamente isso. Cathian
gritou com ela enquanto caiu no fundo da nave, provavelmente tinha marcas
do chão até hoje.

— Fique de pé. — Ele ordenou a Lilly.

Ela fechou a frente da camisa e fez isso. Precisou se apertar firmemente


contra ele para encontrar espaço.

— Isso acontecerá rápido. Apenas não lute comigo.

Sua boca se abriu.

— Confie em mim. — Ele pegou seus óculos de proteção que mantinha em


uma seção do painel, colocando-o sobre os olhos.

Ela parecia assustada, mas deu-lhe um aceno de cabeça. — O que vai


acontecer?

— Melhor você não saber.

Ele colocou sua bolsa de viagem no ombro, olhou para fora e viu a forma
volumosa da nave ainda indo diretamente para eles. Marrow provavelmente
estava ouvindo muitos alarmes gritando com avisos iminentes de colisão.

Ele queria rir. Dovis estaria rosnando e xingando. O macho não tinha senso
de humor. Eles provavelmente teriam que substituir o assento em que Dovis
estava sentado por suas garras cravando o material.

Ele agarrou Lilly pela cintura, puxando-a para mais perto e acertou a abertura
da porta. Abriu, soprando ar quente para dentro. O aroma fez cócegas em seu
nariz. Ele saiu, endireitou-se e puxou Lilly para fora. Foi fácil levantá-la e a jogou
sobre o ombro. Ela ofegou, mas depois agarrou a cintura de sua calça. Ele viu
a outra nave à distância começar a se aproximar e o som dos motores ficou mais
alto de cima. Ele olhou para cima, avistando sua tripulação.

— Feche os olhos. — Ele gritou para Lilly. — E prenda a respiração!


O rugido dos motores ficou mais alto. Ele não podia ouvir se ela respondeu,
apenas esperava ela ouvisse. Provavelmente deveria ter colocado um pano sobre
a cabeça dela, mas não havia tempo.

Os propulsores se aproximaram com força quando a frente da nave desviou,


o chão tremendo violentamente e terra voando. O inferno começou quando a
nave quase bateu na superfície a uns doze metros de distância. Ele prendeu a
respiração quando a nave ficou de lado parando subitamente a poucos metros
acima do solo. Era difícil ver com todos os detritos enchendo o ar, mas Marrow
fez isso antes. A porta que se abriu repentinamente tinha luzes brilhantes para
ajudá-lo a enxergar através da poeira.

Ele correu, segurando firme sua preciosa fêmea sobre o ombro e pulou.
Pousou dentro do porão de carga. Ainda não conseguia respirar desde que a
poeira entrou com eles. Olhou ao redor, viu correias alinhadas na parede oposta
e se lançou para frente para agarrar.

A porta atrás deles se fechou e a nave subiu. Isso fez com que seu corpo se
sentisse ainda mais pesado com a força gravitacional da velocidade com que os
propulsores os levaram para o céu. Com o peso de Lilly e a bolsa, quase caiu de
joelhos. Ele apoiou na parede e se agarrou à sua fêmea e às correias. A poeira
diminuiu e ele respirou fundo, ofegante.

A nave de repente avançou e ele ajustou Lilly, permitindo que seu ombro
levasse a maior parte do impacto quando bateu na parede. As alças cortaram
seus dedos, mas ignorou a dor. Os motores estavam altos no porão de carga,
mas ouviu explosões. Estavam sob ataque.

Um grito veio de Lilly. Ele ficou feliz em ouvir isso. Significava que ela não
tentou respirar através da poeira e sufocou. Soltou a parte de trás de suas pernas
e agarrou a camisa que ela usava, arrastando-a pela frente de seu corpo.

Ela quase caiu, mas ele a pegou, segurando-a com força à sua frente. Ela
colocou os braços ao redor dele. Ele virou mais, empurrando as costas para a
parede e segurou melhor as alças.
— Espere. — Ele gritou. — Sairemos de órbita em breve.

Ele olhou para a porta do compartimento de carga, debatendo em tentar


alcançá-la com Lilly ou esperar até que estivessem no espaço primeiro. Um som
forte soou e ele apenas a segurou mais apertado, agarrando-se às correias. Era
melhor que ficassem até a batalha terminar. Os escudos da nave espacial podiam
protegê-los e Dovis estaria atirando de volta nas outras naves.

A nave começou a tremer violentamente e Lilly quase caiu de joelhos. Ele


segurou-a mais forte, ergueu-a um pouco e preocupado com os pés descalços,
provavelmente ela iria se ferir. Seus pés doíam nas botas. Eles estavam
rompendo a atmosfera. Mesmo que seus perseguidores o seguissem, se Dovis
não os atingisse, a Vorge o faria. York explodiria qualquer coisa que perseguisse
sua nave.

O som dos motores suavizou, dizendo que chegaram ao espaço.

— Tudo bem. — Disse ele à Lilly. — Estamos seguros agora.

Ela levantou a cabeça enquanto ele a colocava de pé. Seu rosto estava muito
pálido. — Vocês são loucos!

Ele assentiu. — Eles nos pegaram, não?

Ela estava tremendo.

Isso acabou com sua diversão. — Está tudo bem agora. Estaremos na Vorge
em minutos.

— Eu pensei que a nave fosse cair quando a vi e atrás de todo aquele pó!

Ela realmente parecia irritada.

— É a mesma manobra de Cregion. Marrow voa a toda velocidade na


superfície, mas depois usa os impulsores no último segundo para evitar atingi-a
superfície. Abriram os escudos justamente quando a porta de carga se abriu para
entrarmos e depois voltamos para o espaço.
Ela o soltou e cambaleou para trás, balançando em seus pés. — Acho que
vou vomitar. — Ela levantou a mão sobre a boca e fez um pequeno som de
engasgo.

Ele soltou as correias, tirou a sacola e foi para ela, assim que seus joelhos
cederam. Ele a ergueu em seus braços e caminhou em direção à porta, abrindo-
a e entrou na área de passageiros da nave. Marrow e Dovis estavam sentados na
frente, ambos se viraram para eles.

A Vorge estava à frente enquanto eles voavam em sua direção. Ele viu uma
rajada de luz saindo dela. York estava atirando em quem quer que fosse estúpido
o suficiente para segui-los ao espaço. Ele sorriu para os dois tripulantes à frente,
mas se virou, entrando no banheiro. Ele aproximou-se da pia, virou Lilly em
seus braços e ela vomitou.

Ele a segurou, usando a mão livre para afastar o cabelo preto do caminho.
— Tudo bem, Lilly.

Ela vomitou novamente e ele soube com certeza que era sua companheira,
já que não sentia asco. Preocupava-se com ela. Ela terminou e ele soltou seu
cabelo, estendendo a mão para tocar um painel, abrindo-o. Ele pegou um kit de
limpeza e a colocou no chão.

— Você sabe como usar isso?

— Sim.

Ele precisou se esforçar para ouvir a voz dela. — Eu preciso falar com minha
equipe. — Ele gentilmente a soltou, certificando-se de que ela pudesse ficar
sozinha. Seus joelhos a seguraram. Ele recuou. — Estarei de volta em um
minuto.

Ele a observou por longos segundos. Suas mãos tremiam quando ela abriu
o kit, tirando uma escova de dentes da bolsa transparente. Ele se virou, abriu a
porta e saiu do banheiro.

Dovis estava ali parado, esperando. — A humana está ferida?


— Não. Apenas não está acostumada a viajar no espaço.

Marrow bufou da frente. — Isso não foi uma viagem espacial. Foi eu
tornando real, o pior pesadelo de cada piloto para salvar a tripulação.
Novamente. E se tivesse errado por cinquenta centímetros, não estaríamos aqui.
Nossas bundas estariam mortas.

— Obrigado. — Raff odiava sentir-se em dívida com alguém, mas sua


equipe foi em seu socorro. Tiraram Lilly do G4 com segurança.

— Temos o androide médico preparado para avaliar a humana que você


resgatou e nossas humanas estarão esperando por nós em um porão de carga
para encontrá-la. — Dovis continuou olhando para porta. — A quão
traumatizada está a mulher? Eu não dei uma boa olhada nela quando você saiu
correndo do compartimento de carga.

— O nome dela é Lilly e ela ficará bem.

Raff se virou para entrar no banheiro para verificar Lilly, mas Dovis agarrou
o braço dele. Ele o soltou instantaneamente. Raff não gostava de ser tocado e
todos sabiam disso. Ele enfrentou Dovis.

— Eu preciso de um resumo sobre o que esta mulher sofreu. Cathian fez


dela minha responsabilidade e está sob meus cuidados. Você disse que a
resgatou de um bordel? Ela foi agredida sexualmente? Sentirá mais confortada
pela visão de outras mulheres humanas ou está mentalmente instável? Não vou
arriscar que ela ataque Mari porque acredita que todo mundo quer fazer mal a
ela.

Raiva o percorreu. — Lilly é minha. — Suas mãos instantaneamente


alcançaram seus punhais.

Os olhos escuros de Dovis se arregalaram e ele deu um passo para trás. —


Calma, Raff.

— Minha. — Ele repetiu. — Lilly está bem. Ninguém cuidará dela, além de
mim. Qualquer um que tentar levá-la, morrerá.
Dovis revirou os olhos, observando-o. — Entendido.

— Estamos entrando na carga dois. — Marrow limpou a garganta. — Devo


sinalizar para limparem o caminho ou deixá-los ficar para nos cumprimentar?
Ninguém machucará Lilly, Raff. Você sabe disso. Acalme o temperamento e
solte as lâminas. Nós somos sua tripulação. Ninguém pensou que se apegaria a
uma mulher. Estamos todos surpresos. Ninguém quis ofender ou irritá-lo. O
Capitão achou que alguém deveria ser designado para cuidar da humana. Agora
você nos atualizou. Ela é sua.

Raff virou a cabeça, olhando para ela. Marrow estava ocupada acoplando a
Vorge, sem olhá-lo. — Limpe o caminho.

Ela deu um aceno de cabeça. — Por favor, leve-a para ver o androide
médico. Duvido que alguém tenha dado a ela todas as imunizações que precisa.
G4 não é um mundo civilizado.

— Certo.

Os motores da nave foram desligados e Marrow se virou, finalmente


encontrando seu olhar. Ela parecia surpresa. — Você e uma humana. Estou
surpresa. Mas fico feliz, Raff. Ela lançou um olhar em direção ao banheiro. —
Ela sabe que é sua?

— Sim.

— Assustador. — Marrow apontou para Dovis. — Vamos sair primeiro e


dizer a todos para se afastarem. Embora eu tenha certeza que já sabem desde
que os Pods estão com eles.

Raff observou-os sair da nave. Ele se virou, abriu a porta do banheiro e


encontrou Lilly lavando o rosto. Ela não parecia saber como secar, então se
aproximou dela, abrindo outro painel e passando-lhe uma toalha.

— Obrigada. — Ela se recusou a olhar para ele. — Sinto muito por vomitar.

Suas bochechas estavam rosadas novamente. Ele escondeu um sorriso.


Muito envergonhada, sua pequena humana. — A força de gravitação que
acabamos de suportar pode ser difícil para quem não está acostumado. Venha.
Vou levá-la para ver o androide médico e depois vamos para minha cabine.
Tenho certeza de que você está com fome.

— Ainda me sinto um pouco enjoada. — Ela finalmente olha para ele. —


Eu estou vestindo apenas uma camisa. Eu não posso andar por sua nave.

— Ninguém nos encontrará até mais tarde. — Ele se concentrou nos Pods,
ordenando que tivessem certeza de que a tripulação os evitasse por um tempo.
—Vamos, Lilly. Você pode andar ou quer que a carregue?

— Eu posso andar. — Ela endireitou os ombros.

Ele se sentiu orgulhoso dela. Era uma mulher corajosa, mesmo tendo um
corpo tão frágil. Estendeu a mão, oferecendo-a. — Vamos.

Ela a pegou. Ele sorriu, sabendo que ela era dele.


Lilly ficou nervosa quando Raff a ajudou a se sentar em uma cama médica e
o robô se aproximou dela. Raff se afastou, mas ela agarrou seu braço para fazê-
lo permanecer perto. Eles não tinham nada parecido com o androide na Terra.
Tinha uma forma humanoide, mas todos de metal e ela notou os quatro dedos
e dois polegares em cada mão.

— É seguro. — Insistiu Raff.

— Olá, humana. Eu sou o androide médico. — Tinha uma voz masculina


fria e estéril. — O que posso fazer por você hoje?

— Exame total e de sangue. — Raff ordenou. — Ela é de um planeta que


nunca foi ao espaço até recentemente. Piratas a roubaram. Verifique se recebeu
vacinas e corrija se estiver faltando alguma.

— Imediatamente. Por favor, fique deitada. — Instruiu o androide.

Raff encontrou seu olhar. — Tudo será indolor. Estou bem aqui.

— Ok. Por favor, fique perto.

— Sempre.

Ela o soltou e deitou de costas. Luzes brilharam sobre seu corpo, uma
corrente azul começando a seus pés. Não doeu. Algo bateu na parte de trás de
sua perna, mas foi muito leve e não doeu. Uma imagem holográfica a assustou
quando pairou sobre ela. Ela olhou para ele, sua boca aberta. Era ela, mas por
dentro. Podia ver seus órgãos, ossos e todas as outras partes sob sua pele.

— Não demorará muito. — Encorajou Raff. — Você está bem.


Ela lançou seu olhar para o androide. Ele se moveu para uma parede e um
scanner se acendeu. Dezenas de telas brilharam. Os dados foram transmitidos
em cada um deles, mas ela não conseguiu ler o que diziam, pois estava muito
longe e não em inglês. Algo frio tocou sua omoplata e depois houve uma picada.
Ela ofegou, empurrando.

— Fique quieta, por favor. — Ordenou o androide, sem se afastar da parede.

Raff pegou a mão dela. — Amostras de sangue e tecido estão sendo


coletadas. Está bem. Você não terá uma marca quando terminar.

A tecnologia era incrível. E se qualquer coisa, poderia apreciar isso. Eles


tinham uma equipe médica real em Bax, mesmo que fossem apenas duas
pessoas. Ela olhou para cima, lamentando. O holograma acima dela estava se
aproximando de várias partes de seu corpo, incluindo seus pulmões. Ela podia
vê-los, incluindo cada veia, desviou o olhar rapidamente. Isso a fez se sentir mal.

Raff se agachou, apertando-a com mais força. — O que há de errado? Você


está respirando com dificuldade.

— Eu não gosto de fazer exames e ver minhas entranhas. Nós temos pele
por um motivo.

Ele sorriu.

Um alarme soou e o androide girou, aproximando-se dela.

— O que há de errado?

— Nada para se preocupar. — Afirmou sua voz fria.

Raff se levantou, soltou-a e permitiu o acesso do androide a ela. — Relatório


agora.

— Células Kapintor foram encontradas dentro de seu corpo. Estou


erradicando-as.

— O quê? — Ela se sentiu em pânico.


— Calma. — Pediu Raff. — É curável. Você provavelmente pegou quando
entrou em contato com os Rexis.

Era fácil para ele dizer. Parte do lado da cama se abriu e um painel deslizou
para fora. Os dedos do androide bateram nele e algo a espetou na bunda. Ela
ofegou, querendo rolar. Raff estava lá em um instante, segurando-a. Ele se
inclinou. Outro alarme soou.

— Calma, Lilly.

— Você está confundindo o scanner com seu corpo, membro da tripulação


Raff. — Instruiu o androide. — Afaste-se.

— Confie em mim. — Raff pediu. — Segure firme.

Ela deu um aceno de cabeça e ele recuou. O alarme parou e ela sentiu outra
picada, desta vez na parte de trás da coxa. Ela fechou os olhos. Algo molhado
rolou pelas costas até sua panturrilha nua. Fez uma careta, mas não se afastou.
Era como se a mesa a lambesse com uma língua de plástico molhada. Acabou.

Minutos se passaram, mas nada mais aconteceu. O holograma sobre ela


desligou e o androide recuou. Enfrentou Raff.

— Duas imunizações estavam faltando. As células Kapintor foram


destruídas. Seus pulmões mostraram um leve dano. Foi corrigido. Você gostaria
de um relatório completo?

— Envie para minha cabine. Eu o lerei depois. Ela está saudável?

— Agora sim.

— Obrigado. — Raff a ajudou a sentar e levantou-a da mesa. —Vamos lá.


Tenho certeza de que está pronta para comer. Enviei uma mensagem mental
aos Pods para pedir a Midgel que entregasse comida para nós.

— O que e quem?
Ele a levou em direção à porta. — Pods são outra raça alienígena. Três deles
vivem na nave. Eles têm fortes habilidades telepáticas. São capazes de ouvi-la
se pensar neles. Midgel é a cozinheira.

Ela assentiu. — Telepáticas? Leitores da mente? Eu li sobre uma raça que


podia fazer isso, mas eles eram Valer alguma coisa.

— Vamos, uma vez que você tenha comido e descansado, apresentarei o


restante da equipe.

Outro pensamento ocorreu e rapidamente olhou para ele. — Você não pode
ler minha mente, não é?

— Eu queria. — Ele murmurou.

Ela ficou olhando para a nave enquanto atravessava os corredores e até


subiu para outro andar. Era um lugar bom, muito melhor que Bax. As paredes
não eram apenas folhas de metal e vigas. Isso a lembrava mais de um hotel
sofisticado. Raff finalmente parou na frente de uma porta e ela se abriu. Ficou
boquiaberta. Era uma bela suíte.

— Esta é a nossa cabine. — Ele disse asperamente.

Ela virou-se para encara-lo. — Nós ainda não falamos sobre isso,
casamento. Nossa cabine? Eu não disse que moraria com você.

Ele caminhou até ela, envolveu um braço em sua cintura e segurou o rosto.
— Não há nada para falar.

— O androide teria dito se eu estivesse grávida, certo? Isso significa que não
é necessário um casamento forçado.

Ele franziu o cenho. — Casamento forçado?

Ela colocou as mãos no peito firme e quente dele. Ele não estava vestindo
uma camisa e isso a distraía. O homem tinha um corpo incrível. — Não se
preocupe com isso. O androide teria nos ditos se eu estivesse carregando um
bebê ou bebês, certo?
Ele acariciou sua bochecha. — Você não está grávida.

Ela sentiu alívio, tendo o suficiente em seu prato para lidar no momento
com isso também.

Ele sorriu. — Ainda. Nós vamos consertar isso.

— Raff! — Ela empurrou contra seu peito e tentou se afastar. Ele a soltou.
Ela colocou espaço entre eles, caminhando para um sofá e sentando-se. Ele
estava confuso. Ela levantou as mãos, apertando o rosto com elas. O desejo de
chorar ou talvez gritar a percorreu. Não tinha certeza qual deles era mais forte.

Algo rangeu perto dela e olhou para cima quando Raff moveu seu peso, ele
sentou na mesa de café na frente dela ou o que era a versão alienígena de uma.
Ele segurou suas mãos.

— Fale comigo. O que fiz para aborrecê-la?

— Nada. Tudo. Você me confunde muito. Metade de mim quer concordar


com essa loucura, mas a outra parte sabe que não pode acabar bem. — Ela
segurou as mãos dele em vez de rejeitar o conforto que oferecia. Ele foi a única
coisa boa que aconteceu com ela desde que os alienígenas atacaram e a levaram
de seu posto de trabalho. — É tudo tão louco, sabe?

Ele assentiu.

— Deixar a Terra era para ser uma aventura, mas não deveria ser para
sempre.

— Por que queria uma aventura?

Ela hesitou, mas decidiu contar. — Eu cresci em uma área remota do deserto
em um lugar chamado Nevada. A cidade grande mais próxima ficava a algumas
centenas de quilômetros de distância. Não que tenhamos ido lá. Meus pais e
avós administravam uma usina de energia solar. Às vezes eles contratavam
trabalhadores extras se houvesse danos causados por tempestades, muito para
nós cuidarmos sozinhos, mas éramos apenas nós cinco o ano todo.
Ele ouviu, observando-a, mas não disse nada. Encorajou-a continuar.

— Eles não queriam que eu fosse para a faculdade, também com medo de
que algo ruim acontecesse comigo. Eu tive que brigar para fazer isso e nos
comprometemos. Eles encontraram uma escola em uma cidade menor no
Arizona. Havia apenas alguns milhares de estudantes. Estava muito animada
para ir, mas quando cheguei lá, percebi que não me encaixava.

— Os estudantes não eram humanos?

— Oh, eles eram todos humanos. Apenas que eu tinha zero em comum com
eles. Minhas habilidades sociais eram ruins, como pode imaginar. Eu me
concentrei nos estudos. Namorei alguns rapazes, mas isso se transformou em
desastres.

Suas feições ficaram duras. — Eles a machucaram?

— Eu fui estúpida e ingênua. — Ela soltou as mãos dele e passou sobre a


camisa que cobria suas coxas. — Eu venho de uma família que se apaixona, se
casa e fica junto para sempre. Meus avós comemoraram cinquenta e três anos
de casamento antes de eu sair da Terra. Meus pais eram casados há vinte e sete
anos. Digamos que, quando um homem me disse que me amava, eu nos via
tendo filhos e vivendo felizes para sempre.

— Felizes para sempre?

— Isso significa tudo. E de qualquer forma, enquanto planejava


mentalmente nosso casamento, ele planejava sua próxima conquista. Descobri
que ele nunca falou sério sobre isso. Falava aquilo para levar as garotas para a
cama e assim que ficava entediado, procurava uma nova garota.

Raff franziu a testa.

— Então conheci outro rapaz, nós namoramos e ele disse que me amava.
Até me pediu em casamento. Eu disse sim e o levei para conhecer minha família.
Acontece que ele imaginou que possuir uma fazenda solar significava que
éramos extremamente ricos. Ele me deixou quando descobriu que não era o
caso. A agricultura solar é um trabalho árduo, é uma vida decente, mas nunca o
suficiente para ficar rico. Eu fiquei mais inteligente e parei de confiar nos
homens. Fui muito magoada, mas a maioria deles fez isso com todas as
mulheres. Como se fosse um jogo para ver quantas poderiam ter em suas camas.
Eu não queria fazer parte disso.

— Eles eram idiotas.

— Obrigada. Aprecio você dizendo isso. — Ela sorriu. — Então me formei


na faculdade e consegui um ótimo emprego em uma grande corporação. Ficava
presa naquele pequeno cúbico, olhando para as paredes. Dia dentro e fora. Eu
vivia em uma cidade grande, mas finalmente entendi porque minha família os
odiava. Ninguém falava comigo e fazer amigos era impossível. Todos estavam
muito ocupados e não estava exatamente de saída. Sou realmente muito tímida.

Ele franziu a testa.

— Eu sou. Não fique tão surpreso. Você me conheceu enquanto eu tentava


evitar ser estuprada. Ser tímida não significa que não vou lutar para me proteger.
Voltando ao que estava dizendo, passei quatro anos naquele trabalho e vi meu
futuro ali se ficasse. Solitária, horrível e chata. Foi quando ouvi duas das
mulheres com quem trabalho conversando sobre um trabalho que estava se
abrindo. Era Bax.

— A nave de onde foi roubada?

— Sim. Trabalhei para a empresa que a lançou. Aquelas mulheres no


banheiro iriam se inscrever para o trabalho de entrada de dados e fofocar sobre
quantos homens solteiros e gostosos estariam lá. Elas ouviram que todos eram
solteiros e como da última vez que uma missão foi realizada, sete casais ficaram
juntos, elas queriam também.

Raff parecia confuso.

— Eu vi minha oportunidade. Sabe, talvez conhecer alguém e ele se


apaixonasse por mim. Sério. Na pior das hipóteses, isso não aconteceria, mas
iria para o espaço, veria coisas legais e teria uma ótima história para contar. Eu
não ficaria olhando para uma parede todos os dias. Apenas cheguei lá e os
homens queriam apenas relacionamentos casuais.

— O que é isso?

— Eles não queriam nada sério. Foi como um jogo novamente. Sabe?
Apenas fazer sexo por fazer e ninguém queria entrar em relacionamentos reais.
Eu não queria fazer parte disso e mais uma vez, não me encaixava. Os homens
eram rudes comigo depois que os abandonava.

— Eles não soam como bons machos.

— Com certeza. A verdadeira razão pela qual deixei a fazenda foi conhecer
um homem. Você sabe como era ver meus pais e avós juntos enquanto eu estava
sozinha? Queria ter o que eles tinham. Alguém para amar e ser feliz pelo resto
da minha vida. Nunca conheci ninguém da minha idade ou mesmo perto dela
na fazenda. Todos os trabalhadores sazonais eram sempre muito mais velhos
ou já eram casados.

— Você me conheceu.

Ela sorriu. — Sim. Você foi a melhor coisa de tudo isso, Raff. — Então ela
sentiu tristeza. — Mas nós não nos conhecemos para nos casarmos ou ter filhos.
Isso também significa que preciso escolher entre um futuro incerto ou tentar
encontrar uma maneira de voltar para minha família. Você disse que a Terra é
um planeta proibido. Dói pensar que nunca poderei vê-los novamente. —
Lágrimas encheram seus olhos.

Ele se moveu da mesa para sentar no sofá ao lado dela e apenas a pegou em
seus braços, colocando-a em seu colo. — Duas coisas, Lilly.

Ela fungou, enxugando as lágrimas. — O quê?

— Nosso futuro não é incerto. Eu não sou como os humanos que você
conheceu. Quero um para sempre com você e filhos. Não haverá outras fêmeas.
Sem jogos. Eu não os faço. Falo muito sério sobre tudo.

Ela podia acreditar nisso sobre ele.


— Além disso, não há como retornar à Terra. Eu disse o porquê. Posso
prometer que irá conversar com sua família. Não há nenhuma proibição e se
houver, violarei a lei. Poderá ver sua família através do comunicador.

Ela se virou para ele e colocou os braços ao redor de seu pescoço. Ele partia
seu coração dizendo que nunca conseguiria abraçar seus pais e avós novamente.
Isso porque era um resumo. Começou a soluçar, mas ele a segurou.

— Sinto muito. — Ele sussurrou contra o cabelo dela. — Nós falaremos


com eles quando você quiser. Não perderá sua família.

Raff sentiu-se culpado quando ignorou a campainha da porta. Deveria ser


Midgel com a comida deles. Consolar Lilly era mais importante. Ela finalmente
chorou todas suas lágrimas e ele a levou para o banheiro para tomar um banho.
Prometeu que a comida estaria ali quando terminasse. Ele cruzou a cabine, abriu
a porta e foi buscar as refeições cobertas. Isso não era tudo o que esperava do
lado de fora da porta.

Cathian o olhou de onde estava sentado no corredor, as pernas esticadas, os


tornozelos cruzados e um bloco de dados na mão. — Já estava na hora. Eu
pensei que ficaria aqui por horas. — Ele estendeu a mão e tocou a orelha. —
One disse que sua mulher está chateada e por quê.

Raff saiu para o corredor e deixou a porta se fechar atrás dele. — Não. —
Ele ameaçou.

Cathian franziu a testa. — Eu não disse nada.

— Você vai querer encontrar uma maneira de devolver Lilly à Terra. Eles
estão vendendo suas fêmeas. Ela permanecerá segura comigo.
— Eu não faria isso. Os Pods leram você antes mesmo de pisarem na Vorge
e avisaram que seria um banho de sangue se algum de nós tentasse ficar entre
você e aquela fêmea. Nós não estávamos esperando por você fora do porão de
carga. A área foi liberada para dar privacidade. — Cathian abaixou o bloco e
ficou de pé. — Realmente acha que eu tentaria tirar alguém que é tão importante
para você?

— Você não o faria se fosse inteligente.

Um sorriso se espalhou pelo rosto de Cathian. — Estou feliz que você tenha
encontrado uma mulher. Chocado. — Seu humor sumiu. — Mas aliviado
também. Three disse que a fêmea está dividida entre querer ficar com você e
tentar voltar para sua família.

Raff assentiu. Não havia razão para negar isso.

Cathian colocou a mão dentro do bolso da calça e estendeu um comunicador


de ouvido. Raff franziu o cenho, sem se mexer para pegá-la.

— One está do outro lado disso. Você quer ajuda ou não?

— O que ele fará?

— Ler os pensamentos de sua mulher, ajudá-lo a dizer as palavras certas e


fazer com que ela concorde em ficar. Pedi ao androide médico que guardasse
os exames dela para o procedimento médico. Isso pode ser feito a qualquer
momento.

Raff deu um passo para trás. — Não haverá procedimento.

Cathian abriu a boca, parecendo furioso, mas fez uma pausa. — Quer dizer
que não é capaz de dar a ela seu segundo coração?

Raff se moveu rapidamente, pegando o dispositivo na orelha de seu primo


e jogando-o no chão. Ele gritou em sua cabeça. Pare de ler meus pensamentos e
compartilhar com Cathian, porra. Vocês não querem me irritar.
Cathian fez uma careta para ele. — Isso foi necessário? Os Pods estão
tentando ajudar e pelo olhar em seu rosto, você acabou de ameaçá-los.

Raff rosnou baixo.

— Nós queremos que você mantenha a humana.

Raff acreditava nisso. — Eu vou conquistá-la sozinho.

— Bem. Explique-me por que não quer se unir com ela. Isso provará a ela
que está falando sério sobre suas intenções de mantê-la para sempre. Ela tem
dúvidas sobre isso.

— Eu não sou você.

— Deus, caramba, Raff. — Cathian parecia com raiva novamente. — Eu


entendo que teve uma infância ruim, mas ter uma humana para apenas fazer
sexo. Os Pods disseram que você é sério sobre Lilly e tem sentimentos
profundos. Isso significa uma união para vida toda com ela.

Raff se moveu rapidamente, prendendo seu primo contra a parede. — Eu


não posso porque eu não tenho um segundo coração.

Surpresa cruzou o rosto de seu primo. Raff o soltou, girando e colocou


distância entre eles. Ele não queria ver o olhar nos olhos de Cathian. — Eu
tenho alguns traços da minha mãe. — Ele confessou.

— Eu não sabia.

— Eu não contei.

— Conte-me agora.

Raff se virou, preparado para ver pena. Seu primo não mostrava nenhuma.
Apenas curiosidade.

— Eu não tenho um segundo coração e nunca entrei em calor.

A boca de Cathian se abriu, mas ele não disse nada.


— Minha semente é sempre fértil. Eu fiz o androide executar testes em mim
quando entrei pela primeira vez e pedi que apagasse os resultados quando
terminássemos. Sua família me odeia o suficiente sem descobrir que sou falho.

— Eu não dou a mínima para o que os Vellar pensam ou sentem. — Cathian


se aproximou e levantou a mão, segurando seu ombro. —Você não é defeituoso
de forma alguma. Nunca diga isso novamente.

Raff deu um aceno de cabeça, mas sentiu alívio por seu primo não sentir
repulsa.

— Você quer manter Lilly? Unir-se a ela?

— Sim.

— O que você precisa fazer para que isso aconteça?

— Eu não acho que haja uma maneira física de nos unir. — Ele admitiu. —
Em G4 as pessoas decidiam morar juntas e se reproduzir. Quando as crianças
vinham, eles ficavam juntos.

— O que sua mãe lhe disse?

— Que um dia eu me alimentaria de uma fêmea compatível e isso acionaria


meus ciclos de calor. Eu me alimentei de pelo menos meia dúzia de fêmeas
diferentes. Quando isso não aconteceu, ela disse que elas não combinavam. Foi
uma negação da parte dela. Ela foi capaz de alimentar um Tryleskian e não era
a única no maldito planeta compatível com meu pai.

Cathian assentiu. — Certo. Você se alimentou da Lilly?

— Sim.

— Nada?

Ele sorriu. — Eu me importei em lhe dar prazer ou sentir o gosto tão bom
dela.
Uma risada escapou de Cathian. — Sim. Eu me alimento em Nara o tempo
todo e não estou mais no calor.

— O androide disse que posso engravidar uma humana. Eu não me importo


em entrar no calor. Minha semente é fértil o tempo todo.

— Você sabe se terá ninhadas?

Raff encolheu os ombros. — Eu gostaria de ter uma com Lilly. Eu não me


importo se for um ou mais de cada vez.

— Boa resposta. — Cathian o soltou. — York fez uma cerimônia para Sara.
Eu vou me sentar com a tripulação e faremos algo especial para vocês dois. Sou
um Embaixador e Capitão de uma nave. Isso me dá certos poderes. Também
preciso informar a nosso planeta sobre os homens que unem sua vida as
mulheres de outros planetas. Farei isso com você e Lilly para torná-lo oficial.
Os Vellar nunca precisam saber que você não tem um segundo coração.

— Isso está quebrando uma regra.

— Foda-se as regras.

Raff sorriu. — Sim. Eu gostaria de poder ver os rostos de nossos pais


quando eles descobrirem que tenho uma mulher. Isso vai incomodá-los muito.

— Gravarei as conversas de quando contar. Você pode ter uma cópia.


Quando quer esta cerimônia?

Raff pensou. — Eu deixarei os Pods saberem. Preciso de mais tempo para


convencer Lilly.

— Eu tenho fé em você.
Lilly não pôde deixar de sorrir. Raff estava sendo um amor. Ela tomou
banho e quando saiu, ele preparou uma refeição para eles na cama. Ele pediu
licença para tomar banho antes de se juntar a ela. Eles comeram e ele
compartilhou boas histórias sobre ele e sua mãe.

Quando ele contou sobre como sua mãe foi assassinada, ela sentiu-se mal.
A dor em sua voz fez com que tentasse tocá-lo. Ele até tinha lágrimas nos olhos.

— Eram criminosos e fui atrás deles. — Ele admitiu. — Não me importava


quando eles estavam apenas roubando das pessoas, mas eles decidiram entrar
no negócio de carnes. Sequestraram alguns dos moradores da cidade para levar
para as terras para usar como isca.

Isso a confundiu. — Isca?

— Você viu um fasis.

Como se ela pudesse esquecer o grande visitante que encontraram de manhã


do lado de fora da nave. Assentiu.

— Há muitas criaturas grandes desse tamanho nas terras externas. Vender


sua carne para as cidades é muito lucrativo. A melhor isca para atraí-los para
uma armadilha é algo vivo e sangrando. Especialmente se estiver gritando.

— Entendo. — Sentia-se péssima sobre isso. — Como alguém podia fazer


isso com outra pessoa?

— É por isso que eu estava caçando o grupo. Para acabar com tudo. Em
vez disso, ouviram que eu os estava rastreando e tentaram me matar primeiro.
Minha mãe pagou o preço. Eu não estava lá para protegê-la. Sempre viverei com
essa culpa.

— Você não tinha como saber o que eles fariam, Raff. — Ela hesitou, em
seguida, se moveu pela cama para se aconchegar contra ele. — Você estava
tentando salvar as pessoas.

Ele colocou o braço ao redor dela e apoiou o queixo na cabeça dela. — Foi
um período sombrio para mim depois que eu encontrei o corpo dela. Então
meu primo apareceu. Pensei que fosse um assassino enviado pelo meu pai de
sangue para me matar.

Ela ofegou, olhando-o. — Por que seu pai faria isso?

— Ele é um idiota. Sou um grande embaraço para ele. Seria mais fácil se eu
estivesse morto e não foi a primeira vez que ele enviou alguém para me matar.
Quando eu era criança, minha mãe contatou a família para tentar me tirar do
planeta. G4 era um planeta perigoso. Tryleskianos vieram, mas eram assassinos.
Aquela caverna para a qual a levei? Minha mãe e eu moramos lá por alguns anos
até descobrimos que era seguro voltar para cidade.

— Não é apenas um idiota. É muito mais! — Ela sentiu raiva por Raff.

— Ele nunca quis que minha mãe engravidasse e não tem honra desde que
nos abandonou. Cathian descobriu sobre mim quando aceitou o trabalho como
Embaixador. Seu pai o avisou no caso de minha mãe fazer outra reivindicação
ou que eu fizesse. Meu primo tinha ordens de destruir qualquer informação
sobre minha alegada associação à família. Em vez disso, Cathian ficou
enfurecido. Ele me rastreou, pediu desculpas e jurou ficar ao meu lado contra
eles. Então me ofereceu uma nova vida ao seu lado. Foi assim que vim para a
Vorge.

— Seu primo parece bom.

— Cathian é um homem com honra. Eu confio nele com minha vida.


— Eu não posso esperar para conhecê-lo. — Ela foi sincera quando disse
isso.

— Você gostará de todos nesta nave e eles se sentirão da mesma maneira


sobre você.

— Eu nunca fui boa em fazer amigos, lembra?

— Você nunca conheceu pessoas como nós. Somos todos... — Ele parecia
lutar para encontrar as palavras certas.

— Especiais?

Ele riu. — Sim. Isso é melhor do que o que eu iria dizer.

— O que era?

— Falhos com qualidades que os outros não apreciam. Somos um grupo


leal. Uma família. É a primeira vez que tenho alguém para cobrir minhas costas
sem esperar que imponha condições ou um preço. Confio neles com minha vida
e a sua.

— Minha?

Ele olhou para ela. — Sim. Você é uma de nós agora que estamos juntos.

Ela olhou para ele. Parecia sincero. — Apenas assim, huh?

— Apenas assim. — Ele sorriu. — Eles querem realizar uma cerimônia de


união para nós quando você estiver pronta.

Ele a surpreendeu. Ele estava falando de um casamento?

— Nós poderíamos gravar e enviar para sua família. Desta forma, eles
conseguirão nos ver unindo nossas vidas de forma oficial. Eu sei que não é o
mesmo que estar lá, mas é o mais próximo possível.

Ela chorou. Raff tinha um jeito de fazer isso com ela. Era atencioso que ele
pensasse em sua família. — Casamento?
— Mesma coisa. Palavra diferente. Para sempre.

— Eu ... — Ela ficou tentada a dizer sim.

— Quais são seus medos? Acha que mudarei de ideia depois de ter feito um
compromisso vitalício com você? Isso não acontecerá. Os tryleskianos unem-
se por toda a vida. O povo da minha mãe também. Ela nunca teve outro amante
depois do meu pai. Eu queria que ela tivesse, mas disse que eles se uniram.
Nenhum outro macho poderia chamar sua atenção. Eu li sobre humanos. —
Ele franziu o nariz e pareceu enojado. — Nós não nos divorciamos.

Ele quase a fez rir. — Você disse que é como uma maldição desagradável.

— Sim. — E de repente ele levantou-a e moveu-se na cama, caindo de volta


com ela em cima dele. Os pratos da refeição tremeram quando o colchão se
mexeu. — Eu deveria me preocupar mais com você, pequena humana.

— Comigo?

— Sim. Seu mundo tem essa palavra. O que a faz pensar que eu não tenho
medo de você me deixar? — Ele passou as mãos pelo corpo dela até que
segurou sua bunda. — Posso mostrar a você o quão bom marido serei e como
nenhum outro macho jamais te dará o que eu posso.

Ela mordeu o lábio, percebendo que ele tinha razão. As taxas de divórcio de
onde vinha subiram para oitenta e quatro por cento. Fora de suas duas raças,
parecia que a dela era a má aposta. — Você se esqueceu dos meus pais e avós.
Unidos para a vida toda.

Ele sorriu e rolou, prendendo-a sob ele. — Eu gosto desse termo. Vida toda.
Nós seremos assim, Lilly.

Ele era tão bonito e ela não conseguia resistir a tocá-lo. — Você faz isso
parecer fácil.

Ele olhou profundamente em seus olhos. — Eu sou ruim em falar, mas você
é a única coisa que é fácil para mim. Eu quero mantê-la. Senti-me protetor e a
quis desde o momento em que a vi correndo dos Rexis e vindo em minha
direção. Cada momento que passei com você até agora, me fez querê-la ainda
mais. Isso nunca será o suficiente. Como a faço se sentir?

— Tem sido i incrível conversar com você, na verdade.

Ele sorriu. —Você é a única a dizer isso. Confie em mim.

— Mesmo?

Ele assentiu. — Eu normalmente digo poucas palavras. Chocaria minha


tripulação se eles pudessem nos ouvir.

Ela gostava muito disso.

— Responda a minha pergunta. Como faço você se sentir?

— Muitas coisas maravilhosas. — Ela confessou. — Dentro da minha


cabeça continuo dizendo a mim mesma que somos muito diferentes. Mas então
você me toca ou até mesmo olha para mim e não me importo. O pensamento
de deixá-lo, mesmo se pudesse voltar para Terra, me machuca, porque sei que
sentiria sua falta. Muito.

— Você nunca descobrirá isso. Estou bem aqui e continuarei assim. Pare de
pensar, Lilly. Sobrevivi ouvindo meus instintos. Conte-me como você se sente.

Ele queria que ela fosse honesta. Entendia isso. — Estou me apaixonando
por você, se já não estiver apaixonada.

Seu sorriso era largo e mostrava suas presas afiadas. Elas não mais a
assustavam. Era sexy. Sabia exatamente o quão bem se sentia quando ele roçava
sobre sua pele.

— Estamos destinados a ficar juntos, Lilly. Minha mãe acreditava no


destino, apesar do que o homem com quem ela se relacionou fez com ela. Ela
disse que ele deu a ela um filho e que eu era tudo para ela. Estava no G4
exatamente onde precisava estar quando você chegou e correu para mim. Caiu
bem aos meus pés quando foi atingida.
— Eu o fiz? — Ela sorriu. — Estava meio distraída tentando evitar aqueles
bandidos.

— Sim. Eu imediatamente quis matar para mantê-la segura. Instinto, Lilly.

—Talvez você seja apenas um homem muito bom.

Sua expressão ficou sombria. — Eu não sou. Para você sempre serei. Os
outros devem me temer. Apenas você traz o melhor de mim.

Ela queria acreditar nisso. Soava romântico.

— Fique comigo, Lilly. A vida pode ser difícil, mas se estamos juntos não
será. Nós sempre teremos um ao outro.

Algo que seu avô lhe disse muitas vezes subitamente surgiu em sua memória.
Era o quão difícil foi iniciar a fazenda solar e expandi-la. Sua família nunca ficou
rica, mas ele jurava que não importava quais dificuldades enfrentasse, um beijo
de sua avó fazia tudo desaparecer. Mesmo depois de todos esses anos, eles
estavam juntos.

Raff estava certo. Ela precisava parar de pensar demais em tudo. Sua avó a
incentivaria a dar um salto de fé. Isso foi o que ela fez quando se casou com um
homem que sonhava em aproveitar o poder do sol.

— Sim.

Ele se inclinou para mais perto, seus lábios quase roçando os dela. — Sim
para uma cerimônia de vínculo e me aceitar?

Ela assentiu. — Estou com medo, não tenho ideia de como será, mas sim.

Ele a beijou e ela fechou os olhos, amando o jeito como a fazia se sentir.
Sexy, desejável e extremamente excitada. Ele moveu seu corpo sobre o dela,
levantando a camisa que usava. Ela se mexeu, ajudando-o a tirá-la. Ele recuou e
passou o olhar dourado por seu corpo.
— Você é minha, Lilly. Eu irei engravidá-la. Nós teremos quantos jovens
você quiser.

Ele queria filhos. Era importante para ela. Raff era o certo. Ele podia ser um
alienígena, esta poderia não ser a vida que imaginou ter, mas não importava.
Apenas ele importava.

Ela se sentou e segurou a cintura de sua calça dele, abrindo-a. Um grunhido


baixo e sexy veio dele. Raff era um alienígena viking muito gostoso e todo dela.
Ele a ajudou a empurrar a calça para baixo e ela olhou para seu pau. Ele não era
exatamente humano ali, mas a forma era a mesma. Era apenas mais grosso e
muito melhor. Sabia disso por experiência.

Ele a deitou na cama, sua boca indo para os seios. Ela o sentiu chutar alguma
coisa e os pratos da refeição bateram no chão enquanto ele se abaixava um
pouco. Ela riu.

Raff levantou a cabeça, rindo. — Eu limparei essa bagunça depois.

— Eu não me importo. — Ela confessou, passando os dedos em seus


cabelos e puxando-o em direção ao seu peito novamente. — Apenas continue
me tocando e me beijando.

— Exigente. Eu gosto disso. — Sua boca se fechou sobre o mamilo e ela


gemeu seu nome.

Raff estava certo. Estar com ele era fácil. Foi por pensar demais que ela
estragou tudo. Não havia sentido em se preocupar com os se. Era mais sobre se
concentrar no aqui e agora. Essa era uma filosofia que ela poderia se adaptar e
viver.
Raff amava o gosto de sua humana. A pele de Lilly era tão doce quanto sua
personalidade. O mamilo que ele provocou ficou tenso quando o soltou e
suavemente soprou a respiração na ponta. O cheiro de sua excitação provocou
seu nariz enquanto ele passava a mão por sua barriga macia até entre suas
pernas. Ela abriu as pernas para ele e ele traçou a fenda de seu sexo,
encontrando-a molhada. Os sons que ela fazia o excitavam ainda mais. Sua Lilly
gostava de seu toque.

Ele se moveu para baixo, abriu suas coxas mais e começou a se alimentar
dela. Ele poderia não precisar de hormônios femininos como seus irmãos
tryleskianos, mas ela o saciava. Era quase como tomar a bebida mais cara de
Cathian, que ele experimentou durante reuniões importantes. Apenas que Lilly
tinha um sabor melhor.

Seus dedos cravaram em seu cabelo e ele quase sorriu. Ela tinha mãos
pequenas, mas unhas afiadas e ele amava a forma como tocava seu couro
cabeludo. Estava feliz. Tudo nela era bom. O pequeno broto no topo de sua
fenda inchou e ele chupou, seus gemidos ficando mais altos.

Divertia-o a forma como ela sempre tentava pressionar as coxas juntas antes
de gozar. Ele as segurou e rosnou, sabendo que ela amava as vibrações. Então
o fez. Sua Lilly gritou seu nome e puxou seu cabelo. Ele afastou a boca e baixou
mais, lambendo sua fenda. Não conseguia o suficiente do gosto dela.

Levantou-se sobre seu corpo. A cabeça de Lilly se inclinou para trás e ela
soltou seu cabelo para passar as mãos pelos lados de seus braços. Seus olhos
estavam fechados, a boca entreaberta quando tentava recuperar o fôlego. Ele
sorriu agarrando seu pau. Empurrou dentro dela, soltou-se e usou os braços
para segurar a maior parte do seu peso. Era uma preocupação esmagar sua
pequena fêmea. Ela pesava metade dele.

Seus olhos se abriram e ela gemeu quando ele penetrou seu eixo dentro de
seu corpo quente e apertado. Amava o jeito como ela se sentia. Suas mãos se
moveram e ela agarrou seus ombros. Suas pernas se levantaram, abraçaram sua
cintura e o envolveram.
Ele começou a empurrar seus quadris, apertando-os contra ela, enquanto
observava seu rosto. Ela era linda em sua paixão. Ajustou seus quadris,
descobrindo o que ela mais gostava. Os sons que fazia o ajudavam a descobrir.
Logo sua buceta apertou seu pau e ela jogou a cabeça para trás, o nome dele em
seus lábios. Ele seguiu em uma explosão de êxtase, dando-lhe sua semente.

Rolou para longe dela, levando-a com ele, para evitar esmagar seu corpo
menor. Era bom tê-la em seus braços. E não pode deixar de sorrir.

Pods, preparem a cerimônia pela manhã. Algo que uma humana gostaria. Peçam
conselhos a Nara, Mari e Sara.

Ele checaria mais tarde se eles ouviram seus pensamentos. Lilly seria sua
para sempre.
Lilly estava nervosa quando Raff a posicionou na ponte vazia, onde tinha
certeza de que estava a cadeira do Capitão. Ele caminhou até um dos consoles
ao lado, curvou-se e começou a trabalhar. Seu olhar foi para a enorme tela de
visualização. Depois que ela conversasse com sua família, Raff a levaria para o
café da manhã para conhecer a equipe.

— Eu sairei quando nos conectarmos, para lhe dar privacidade.

Era prestativo de sua parte. Ela estava preocupada sobre como sua família
reagiria ao ver um alienígena. —Você ficará por perto? Eu gostaria que eles o
conhecessem assim que eu contar tudo a eles.

— Manterei a porta aberta. Vire-se e acene para mim quando estiver pronta.
Ficarei longe o suficiente para não ouvir sua conversa. Eu respeito que queira
privacidade para isso.

— Obrigada por isso, Raff. Diga a seu primo que aprecio isso. — Raff
conseguiu a permissão de Cathian para ela fazer a ligação de longa distância. Ele
até esvaziou a ponte.

A tela passou de mostrar o espaço sideral para uma sala iluminada e uma
mulher de cabelos grisalhos usando óculos e olhando para a câmera. — Olá? —
Ela olhou para longe. — Querida, essa maldita coisa está agindo novamente.
Estava tocando e atendi, mas está tudo estático.

— Estou aumentando o sinal. — Sussurrou Raff.

Os olhos de sua avó se arregalaram. — Lilly?

— Oi, vovó. — Ela sorriu e levantou a mão, dando-lhe um aceno.


Seu avô estava de repente atrás de sua esposa, olhando para ela. Lágrimas
encheram seus olhos. — Lillian. — Sua voz se rompeu, mas depois ele a limpou.
— Nos disseram que você morreu.

— Estou viva. — Ela lutou para segurar suas próprias lágrimas. — Como
vocês estão? Como estão meus pais?

Seu avô virou a cabeça. — Ryan! Dana! Entre aqui. É Lilly! Ela está viva!

Seus avós a encararam e então seus pais apareceram atrás deles. Sua mãe
explodiu em soluços e seu pai se agarrou a ela. — Querida, é você. Eles disseram
que a nave havia explodido e que todas as pessoas a bordo tinham morrido.

— É uma longa história, mas estou bem. Enviarei alguns arquivos


condensados para vocês. São cartas que escrevi esta manhã para contar tudo.
— Ela sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto e estendeu a mão para limpá-
las. — Estou no espaço e o sinal não durará muito. Apenas queria que vocês
soubessem que estou bem e conheci alguém. Seu nome é Raff e ele é incrível.
Acho que o amariam. Ele salvou minha vida.

— Você está a caminho de casa? — Sua mãe conseguiu controlar seus


soluços, fungando.

Lilly sentiu o peito apertar. — Não. Leia o que escrevi e você entenderá.
Enviarei as cartas e depois vou me casar. Espere um vídeo. Eu queria que
pudessem estar aqui, mas estou feliz. — Ela olhou para sua avó. — Eu dei um
salto de fé, vovô. — Seu olhar fixo em seu avô. — Os beijos de Raff fazem
tudo melhor, vovô. — Finalmente, ela olhou para seus pais. Doía vê-los tão
chateados. — Eu amo muito vocês. Ficará tudo bem. Eu prometo. — Ela se
virou em seu assento e viu Raff parado no corredor, observando-a do lado de
fora da porta.

Ela estendeu a mão. Ele aproximou-se dela rapidamente, ficando ao lado e


se agachou, olhando para a tela. Lilly olhou para sua família, vendo suas
expressões quando viram seu alienígena viking.
— Este é Raff. Ele realmente salvou minha vida algumas vezes. É tudo que
eu sempre estive procurando e o amo.

— Juro que morrerei antes de permitir que algo aconteça com Lilly. Ela é
meu coração.

As palavras de Raff a fez sorrir amplamente.

— Você é um alienígena. — Seu pai sussurrou. Ele não parecia infeliz,


apenas surpreso.

— Eu sou um tryleskiano, senhor. Um honrado. Também enviei uma carta


para me apresentar à sua família com referências. Eu tenho um bom trabalho e
posso prover a sua filha. Ela estará segura comigo.

Lilly ofegou, olhando-o. — Você enviou?

Ele sorriu para ela. — Sua família é importante para você. Isso os torna
importantes para mim.

— Ele é bonito. — Sussurrou sua avó. — Parece alto também.

— Ele parece que pode protegê-la. — Murmurou seu avô. — Olhe para
aqueles músculos nele. É um homem grande.

— Ela sempre gostou de gatos. — Sua mãe sussurrou.

Seu pai limpou a garganta. — Quando você voltará para Terra? Queremos
vê-los.

Raff ficou parado, olhando para a tela. — Eu adoraria levar Lilly, mas é
muito perigoso. Sua Terra não está contando tudo a vocês. Estão vendendo
suas mulheres para serem escravas de alienígenas.

Isso deixou todos da família de olhos arregalados e pálidos.

Raff continuou. — Eles também atacaram algumas colônias em outros


planetas. Ela está mais segura comigo. Leiam as cartas.
A tela ficou confusa, com linhas estáticas passando por ela. Lilly ficou de pé.
— Eu te amo!

Ela viu as bocas de sua família se moverem, mas o som não saiu. Ela colocou
a mão nos lábios e soprou-lhes um beijo. Seu avô levantou a mão, abriu-a e
fingiu pegá-la. Ao corte da comunicação o espaço apareceu na tela mais uma
vez.

Raff colocou o braço ao redor dela. — Eu sabia que não duraria muito. Sinto
muito.

— Foi tempo suficiente. Muito obrigada. — Ela se virou para ele,


envolvendo os braços ao redor de sua cintura e enterrou o rosto no peito dele.
— Eles pensaram que eu estava morta. Agora não terão que lamentar minha
perda.

Ele esfregou suas costas e deu um beijo em sua testa. — Enviei as cartas
com a transmissão. Elas chegaram à sua família com a transmissão ao vivo. Nós
nos comunicaremos novamente em breve.

— Estou bem. Foi muito difícil vê-los, mas agradeço.

— Eles parecem bons humanos.

Ela riu. Raff tinha uma maneira de fazer isso quando ela estava se sentindo
triste.

— Podemos encontrar a tripulação mais tarde, se você quiser.

Ela balançou a cabeça. — Eu quero encontrá-los agora. — Ela se afastou o


suficiente para olhar para seu alienígena. —Eu iria gostar da distração.

Ele se inclinou para roçar a boca na dela. — Estou orgulhoso de você.

— Por quê?

— Eu sei que foi difícil, mas você o fez.


— Eu não quero ficar pensando nisso. Vamos conhecer seu primo e todos
os outros.

Ele manteve um braço ao redor dela quando saíram da ponte e caminharam


até o elevador e entraram nele. Eles saíram em outro andar e ele a levou para a
sala de jantar. As portas se abriram e ela observou os rostos da família de Raff.

Alguns deles eram muito estranhos, mas ele a preparou para os Pods. Não
era todo dia que ela conseguia ver alienígenas que se pareciam com ovos. Um
homem grande com muitos músculos e azul. O outro macho alienígena parecia
um pouco assustador, mesmo em sua pele e Raff avisou que às vezes ele ficava
pior desde que era um metamorfo. Parte dela estava animada para ver os dois
lados dele. Sua atenção voltou-se para as mulheres.

Era bom ver três humanas depois de tantos alienígenas no planeta. Isso a
fez se sentir menos fora do lugar. Uma delas deu um pulo e se aproximou deles
rapidamente. Ela sabia que era Nara desde que estava sentada no colo de um
homem que se parecia com Raff.

— Outra humana! Bem-vinda a Vorge. Dê-me um abraço.

Raff a soltou e ela quase foi engolida em um abraço de urso. Ela apertou
Nara de volta. Mais duas humanas se aproximaram dela. Raff descreveu a
aparência das mulheres, assim como as coisas que sabia sobre elas. Mari deu-lhe
um sorriso e um aceno. Sara também a abraçou.

As duas mulheres restantes ficaram para trás. A cozinheira era uma pequena
alienígena e extremamente antissocial. A mulher mais alta com a pele felpuda a
estudava com uma expressão séria, mas não era hostil. Estas era a equipe de
Raff e as pessoas com quem ela viveria.

Lilly estava realmente ansiosa para conhecê-los. Estava um pouco


preocupada, já que fazer amigos não era muito fácil para ela. Era importante
para Raff que ela se encaixasse.

Um dos Pods arredondados se aproximou e sorriu para ela. —Você irá se


encaixar bem aqui, Lilly. Relaxe e seja você mesma.
A tensão diminuiu de seu corpo e ela sorriu de volta para ele. — Ok.
Obrigada.

— Agora, as perguntas. — Nara riu. — Prepare-se para jogar vinte


perguntas. Queremos saber tudo sobre você.

Raff observava todos interagirem com Lilly enquanto estavam no refeitório.


Ele podia dizer que ela estava um pouco desconfortável, mas não congelou. A
equipe perguntou de onde ela veio e um pouco sobre como acabou no espaço.
Ela respondeu com facilidade e não pareceu ofendida.

Ele ficou perto, pronto para ajudá-la se isso mudasse. Sua tripulação podia
ser intrometida. Orgulho apertou seu peito ao ver como ela corajosamente
conversava, apesar de seu medo de não fazer amigos.

— Eu não posso acreditar que você tem uma companheira. — Marrow


olhou para ele, antes de focar sua atenção em Lilly. — Todo mundo quer saber
se Raff conversa com você ou se é apenas grunhidos e rosnados.

Lilly se virou para a piloto e sorriu. — Ele conversa até minha orelha cair e
nunca se cala.

A sala inteira ficou quieta, todos os olhares fixos nele. Raff encolheu os
ombros. — Eu gosto de conversar com Lilly.

Cathian lançou lhe um olhar divertido. — E outras coisas.

— Muitas outras coisas. — Ele concordou.

York abriu os braços quando se aproximou, mas depois repensou o abraço


quando Raff encontrou seu olhar.
York recuou, deixando cair os braços. — Isso é ótimo. Estou feliz por você,
Raff. Quem sabia que tinha um coração para dar a uma fêmea? É uma boa
surpresa.

Raff estreitou o olhar para o macho e tocou a lâmina presa na coxa. York
deu outro passo para trás. Raff riu de repente. — Lilly é meu coração.

York sorriu. —Você ainda precisa trabalhar nesse senso de humor. Eu


pensei que fosse me esfaquear.

— Ele não faria isso. — Lilly se pressionou contra seu lado.

York levantou a manga para mostrar uma leve cicatriz. — Ele faria. Este foi
um aviso quando eu tentei fazê-lo cantar comigo. Fiquei feliz por ele não ter ido
para órgãos vitais.

Lilly virou a cabeça, olhando-o.

Raff encolheu os ombros. — Foi apenas um aviso de que ele estava sendo
chato. Tentou colocar o braço em volta dos meus ombros. Eu não gosto de
ninguém me tocando.

— Você gosta quando o faço. — Lilly piscou para ele. — Eu posso aceitar
que você esfaqueie pessoas que o tocam. Especialmente se for uma mulher. Eu
sou do tipo ciumenta.

— Eu também.

— Merda. — Nara sussurrou. — Imagine o que acontecerá se a levarmos a


um bar conosco enquanto estivermos visando algum lugar. Raff vai abater todos
os machos no local que a olharem demais.

Dovis rosnou. — Ele terá ajuda se eles olharem para minha Mari também.

— Sim, ele terá. — Concordou York. — Nós temos que proteger nossas
lindas companheiras.
Cathian apenas riu. — Acho que teremos todas as nossas celebrações na
Vorge a partir de agora. Será muito mais seguro para outras raças dessa maneira.

— Falando nisso, precisamos comer e depois começar a nos preparar para


a cerimônia. — Mari sorriu para Lilly. — Nós conseguimos um vestido de noiva
para você. Espero que não se importe, mas peguei suas medidas de quando
esteve com o androide médico. Queríamos ter certeza de que se encaixaria.

Lilly pareceu surpresa e sua boca se abriu, mas nenhuma palavra saiu.

Raff falou por ela. — Obrigado. — Ele olhou para sua tripulação. —
Apreciamos que tenham preparado uma cerimônia de casamento para nós em
tão curto prazo.

— Obrigada. — Sussurrou Lilly.

— Foi um prazer. — Nara sentou-se no colo de Cathian novamente. —


Estamos tão felizes por vocês dois estarem juntos.

— Ela pode torná-lo menos sanguinário. — Midgel murmurou.

Raff olhou para a cozinheira e ela entrou correndo na cozinha. Lilly puxou
sua mão e ele encontrou seu olhar. Sua sobrancelha se arqueou em dúvida.

— Ela estava brincando.

— Não, ela não estava. — Declarou Marrow. — Todos esperamos que


agora que Raff tem uma fêmea que ele amadureça. Estamos felizes por você
estar aqui, Lilly. É um inferno limpar o tempo a bagunça dos corpos.

Raff olhou para ela.

Marrow encolheu os ombros. — É a verdade. Você gosta de matar pessoas.


Aposto que não deixou o planeta sem derrubar alguém. Nunca o faz.

Ele desejou poder negar para ficar melhor na frente da Lilly, mas não era um
mentiroso. — Sim.
Lilly levantou-se. — Ele matou pessoas, mas eram os idiotas que me
roubaram da nave e depois tentaram me transformar em uma prostituta. Acho
que você está sendo injusta. Ele não matou ninguém que não merecia. Estou
aqui porque ele me salvou. Posso não conhecer Raff como todos vocês, mas ele
é um homem incrivelmente doce e atencioso. Cuidadoso e maravilhoso. Está
fazendo ele parecer um psicopata que mata as pessoas por diversão. Isso não é
verdade!

Ele sorriu, feliz por ela ter o defendido e a agarrou pela cintura, puxando-a
para o colo dele enquanto se sentava. — Essa é minha fêmea. Defendendo-me
ferozmente.

— Você deve ser muito bom na cama. — Murmurou Marrow baixinho.

Ele lançou lhe um olhar de advertência. Ela não falou alto o suficiente para
as humanas ouvirem. A última coisa que precisava era que Lilly questionasse sua
escolha de se relacionar com ele. Marrow deu-lhe um leve aceno de cabeça,
fechando os lábios.

Midgel voltou da cozinha, carregando pratos. — O café da manhã está


pronto.

Ele manteve Lilly no lugar quando ela tentou fugir dele para comer. — Eu
gosto de você aqui.

Ela sorriu para ele. — Parece ser um traço familiar. — Ela olhou para seu
primo e Nara.

— Deve ser um traço tryleskiano ter nossas fêmeas no nosso colo. — Ele
abaixou a voz, colocando os lábios perto de sua orelha. — Como se alimentar.
Eu queria que você estivesse sobre esta mesa para eu me deliciar.

Lilly corou e ele riu. Sua pequena humana se constrangia facilmente.

— Estou muito feliz. — Declarou York em voz alta. — Olhe para nós.
Nossa família está crescendo. Ele olhou para Sara. — Diga a eles.
Sara olhou para todos e um sorriso se espalhou pelo rosto dela. — Nós
estamos grávidos!

A tripulação começou a gritar, levantando-se para abraçar o casal. Raff


permaneceu em sua cadeira segurando Lilly, mas sentiu um pouco de inveja. Ele
queria ter um filho com sua fêmea. Eles iriam. Estava determinado. Chamou a
atenção de York e sorriu para ele para mostrar que estava satisfeito com o par
acasalado.

Marrow os abraçou, mas então percebeu que ela saiu do refeitório. Ele
entendia. Era difícil ver tantos casais quando se estava sozinho. Ele esteve lá.
Lilly o salvou disso. Segurou-a um pouco mais apertado. Ela era seu coração.
Raff estava preocupado enquanto esperava na ponte que Lilly fosse trazida
para ele. Ela deixou sua cabine com as outras mulheres uma hora antes para se
preparar para a cerimônia. Era um costume humano não ver a noiva antes do
casamento.

— Pare de acariciar essa faca que você amarrou na sua coxa. — Ordenou
Cathian. — Parece que você está pronto para matar, apesar ter apenas uma arma
em vez de dezenas. Elas estarão aqui em breve.

— E se ela mudar de ideia? — Raff sabia que foi uma decisão difícil para
Lilly concordar em se unir a ele. Ele costumava assustar todo mundo,
especialmente as mulheres.

— Ela não irá. — Dovis chamou sua atenção. — Você salvou sua vida e é
diferente com ela. Mais suave. As fêmeas apreciam isso.

— Ela está a caminho agora. — Declarou Two.

— Ela o ama. — One disse a ele. — Muito.

Raff olhou para Three, esperando que ele falasse.

Ele o fez. — Ela teme que você mude de ideia.

— Nunca. — O olhar de Raff foi para a porta da ponte.

— Isso é inacreditável. — Rosnou Marrow.

Todo mundo olhou para ela.


Ela encolheu os ombros. — Raff conseguiu uma companheira antes de
mim? Isso é tão fodido. — Ela segurou seu olhar. — Sem ofensa.

— Tudo bem. Estou surpreso também. Nunca vi isso acontecer, mas soube
no momento em que vi a Lilly, que ela era minha. — Raff passou a mão pela
frente do uniforme que raramente usava. — Puro instinto.

— Deve ser. — Acrescentou Midgel. — Eu não sei por que alguém iria
querer um companheiro se não fosse assim.

As portas se abriram e ele viu quando Mari entrou primeiro, seguida por
Sara e finalmente sua Lilly sendo escoltada por Nara. Essa era outra tradição
humana. Um membro da família costumava levar a noiva até onde o noivo
esperava. Ele perdeu a capacidade de respirar enquanto olhava para sua fêmea.

Lilly sempre foi bonita para ele, mas elas fizeram algo diferente com seu
cabelo negro. Algumas mechas estavam acima de sua cabeça, enquanto longos
cachos enrolados caiam por seus ombros. O vestido branco moldava sua figura,
acentuando cada curva. Seu sorriso era radiante. Umidade inundou seus olhos
e ele precisou piscar rapidamente para limpar sua visão. Não podia acreditar que
ela era realmente dele. Era boa demais, doce demais para ele. Não que quisesse
algo diferente.

— Venha aqui para que possa reivindicá-la. — Ele rosnou.

Ela riu e saiu do aperto de Nara, correndo para frente. Ele se moveu para
encontrá-la, segurando seus quadris. Eles olharam nos olhos um do outro.
Apenas queria jogá-la sobre o ombro e levá-la para a cabine e tirar sua roupa.

Cathian limpou a garganta. — Em breve. Eu não preciso ser um Pods para


saber o que você está pensando. Olhe para mim. Farei isso rápido.

Raff respirou fundo e assentiu, afastando o olhar de Lilly. Ele colocou o


braço ao redor dela, recusando-se a parar de tocá-la. Todos os membros da
tripulação colocaram seus uniformes oficiais para o casamento. Cathian até
vestiu sua faixa de Embaixador.
— É uma honra para mim unir este casal hoje. — Cathian sorriu para os
dois. — Raff, você aceita Lilly para ser sua companheira, sua esposa e se unir a
ela de todas as formas até o fim dos tempos?

— Sim. — Ele olhou para ela quando respondeu. — Desafio alguém tentar
tirá-la de mim.

— Nós todos sabemos isso. Morte e destruição cairá sobre qualquer


bastardo que tentar. — Cathian riu. —Lilly, você aceita Raff como seu
companheiro, seu marido e se unir a ele de todas as formas até o fim dos
tempos?

Ela assentiu. — Sim, aceito.

— Neste momento, os casais geralmente trocam alianças, mas isso é um


costume da Terra e você não está se apegando a um costume terráqueo. —
Cathian fez uma pausa e virou-se, então pegou um pequeno pacote com o York.
Ele se virou. — Lilly, Raff comprou para você uma armadura corporal
completa.

York riu. — Para garantir que nada mais aconteça com você.

Raff lançou para ele olhares sujos. — É romântico.

Lilly pegou o pacote. — É tão leve! — Ela sorriu para ele. — Você me
comprou uma armadura? Eu amei. Obrigada.

Ele sorriu e colocou a mão no bolso, retirando uma pequena aliança de ouro.
Ele ficou de joelhos na frente dela. — Isso não é tudo. Dê-me sua mão
esquerda.

Ela segurou o pacote e o pressionou no peito. Ele notou que ela tremia um
pouco. Segurou sua mão e colocou a aliança no dedo correto. Ele pediu
conselhos a Nara antes quando mandou fazer uma cópia. Ele olhou para ela. —
Eu quero lhe dar tudo.

Lágrimas desciam pelas bochechas dela. — Você o fez. Você o faz.


Ele levantou-se e estreitou os olhos para Cathian. — Agora.

Seu primo assentiu. — Com toda a minha autoridade, eu uno vocês dois em
casamento e declaro que vocês estão unidos por toda a sua vida. Pode
reivindicar sua fêmea.

Raff a pegou e girou, saindo da sala com ela em seus braços. — Obrigado!

Lilly envolveu seus braços ao redor de seu pescoço e ele sentiu o pacote em
sua mão contra suas costas. — Onde estamos indo?

— Você o ouviu. Vou reivindicar você. E isso acontecerá na nossa cabine.


Ninguém ousará nos interromper até amanhã.

— Sem beijos, hein? — Ela tinha um tom de provocação.

— Haverá muitos beijos, mas não na frente de todos os outros. Isso significa
que teríamos que parar quando começássemos. Não está acontecendo.

Ela riu. — Eu concordo totalmente.

Ele aumentou seu ritmo, querendo levá-la para sua cabine mais rápido. Os
planos incluíam uma refeição especial para compartilharem e mais alguns
presentes. Lilly precisava de muito mais roupas e ele pediu para as outras
mulheres que replicassem algumas. Elas estavam esperando por Lilly para
desembrulha-las. As fêmeas adoravam presentes. Ele iria garantir que Lilly
nunca se arrependesse de tê-lo escolhido.

Marrow entrou na nave e selou as portas. Era seu lugar para escapar da
tripulação e tinha seu próprio sistema de comunicação de longo alcance. Seria
embaraçoso se ela fosse pega conversando com possíveis parceiros no escritório
de Cathian ou na ponte.
Raff encontrou uma companheira. Raff. Ela ainda não podia acreditar. Ele
era o homem menos amigável que já conheceu. Nunca pensou em ir para a cama
com ele. Sua personalidade dava-lhe pesadelos. Até que ela o viu amolecer pela
humana, tinha certeza que ele apenas se excitava matando ou tocando suas
preciosas armas. — Raff. — Ela balançou a cabeça.

Ela estendeu a mão e passou os dedos pelos cabelos. As mensagens


esperavam e ela começou a ler o perfil do primeiro parceiro em potencial que
achava que seria um bom par. Seus lábios se curvaram em desgosto para o alien
que se inscreveu. Ele era um parasita. Literalmente. Suas necessidades
afirmavam que ele se fixaria no corpo da mulher para passar a vida em suas
costas.

— Sem chance.

Ela foi até a próxima mensagem e leu. Este parecia interessante até ela chegar
à sua imagem. Estremeceu. Ele tinha duas cabeças, oito olhos e um metro de
altura. Excluiu esse.

Sentia-se deprimida. A maioria dos homens que procuravam por mulheres


eram criaturas tristes. Seria engraçado se ela não estivesse falando sério sobre
encontrar um companheiro. Tinha padrões embora. A atração estava no topo
de sua lista, junto com alguém que fosse pelo menos do seu tamanho ou maior.
A raça não importava.

A próxima mensagem matou seu interesse rapidamente. Ele estava


procurando por várias fêmeas para se relacionar e criar filhos com elas. Com
certeza ele não leu seu perfil antes enviar o dele. Acontecia muitas vezes
também.

— Homem estúpido. Eu não compartilharei. — Ela o deletou.

O próximo a fez se inclinar para frente. Ele era um tryleskiano. Ela sorriu.
Eles eram maiores que ela, ficavam com apenas uma fêmea e ela não se
importava com uma pequena cirurgia para unir suas vidas. No campo referente
a carreira constava como fornecedor de bens comerciais e que ele viajava com
frequência. Ele estava procurando por uma mulher que não se importasse de
viver em uma nave. Essa era ela! Excitação aumentou. Ela clicou em sua imagem
e ofegou. Era um rosto que ela conhecia.

Raiva veio em seguida. A informação que ela leu era uma mentira. Jorgan
Reek roubou essa imagem e deveria ser uma fraude. Ele não era o irmão de
ninhada de seu Capitão. Ela tocou na informação de contato, pronta para
ameaçá-lo de morte. A tela na frente dela desceu e se conectou. Não foi
respondida imediatamente, mas então um rosto apareceu.

Sua boca se abriu. — Cavas? É você mesmo?

Ele sorriu. — Já estava na hora. Você não checa suas mensagens, Marrow?
Como encontrará um companheiro se ignora os machos que se aproximam de
você?

— Jorgan Reek?

Sua expressão ficou sombria e ele se inclinou, abaixando a voz. — É uma


identidade falsa que estou usando agora. Cathian mencionou que você estava
procurando um companheiro. Eu entrei no sistema na esperança de encontrá-
la.

Ela ficou chocada. Ela e Cavas não se davam bem. Ele estava no exército e
tinha uma personalidade muito controladora. Ela deixou seu mundo natal para
evitar machos como ele. — Você quer se acasalar comigo? — Ela curvou o
lábio para mostrar seu descontentamento com a ideia.

Ele riu. — Não. Seríamos um casal terrível.

— Eu sei. É por isso que você está me confundindo.

Ele olhou para o lado por um segundo, depois encontrou seu olhar. — Vou
interceptar a Vorge em cerca de seis horas, se você não mudar de rumo. Deixei
esta mensagem para você ontem. Realmente deveria verificá-las com mais
frequência. Fiquei preocupado que não respondesse a tempo.

—Você não está fazendo sentido, Cavas.


Ele estendeu a mão e passou os dedos pelo cabelo curto. —Vou atracar na
Vorge, mas preciso que desligue alguns dos sistemas para impedir qualquer
registro.

— Você está me confundindo mais.

Ele fechou os olhos, suspirou e depois os abriu. — Estou confiando em


você. Meu pai me deu ordens que me recusei a seguir. Então Crath desapareceu
em retaliação. Devo fazer o que nosso pai exige ou tenho a sensação de que
nunca mais veremos meu irmão mais novo.

Marrow ofegou, atordoada. — Mas Crath é seu filho. Você, Cathian e Crath
são da mesma primeira ninhada que sua mãe teve dele. Isso faz com que vocês
três sejam especiais e importantes em sua família.

— Nunca pense que Beltsen Vellar não sacrificará a família. Pergunte a Raff.

Medo a percorreu. — Qual foi a ordem?

Cavas hesitou.

— Disse que confiava em mim. Diga-me o que seu pai mandou você fazer.

Seus olhos dourados brilharam com raiva. — Matar Raff depois que
conseguir alguns documentos que ele tem contra nossa família.

Marrow ofegou. — Eu não o deixarei matar Raff. Ele tem provas de que seu
pai contratou assassinos para vir atrás dele e de sua mãe quando era menino.

A raiva em seu rosto aumentou e ele rosnou. — Mais uma traição.

— Eu não permitirei que você prejudique Raff. Ele é da família.

— Eu nunca faria isso. Por isso meu pai fez algo com meu irmão mais jovem
de ninhada. Eu recusei! Preciso da ajuda de Cathian para encontrar Crath ou
talvez nunca o recuperaremos.

— Todos nós ajudaremos. — Marrow deu um aceno de cabeça.


A expressão de Cavas relaxou. — Não conte ao meu irmão sobre isso. Eu
preciso falar com ele pessoalmente ou confrontará nosso pai. Cathian não tem
ideia de como ele se tornou perigoso. Eu sim. Precisamos encontrar Crath
primeiro. Estou em uma nave blindada, mas não posso atracar na Vorge sem sua
ajuda. Tenho certeza de que meu pai está monitorando o computador principal
de sua nave. Preciso que você tire alguns sistemas para impedir que ele registre
minha chegada e que esteja a bordo.

Ela mordeu o lábio. — Eu posso fazer isso.

— Essa é a parte fácil. Preciso de outro favor.

— O quê?

Ele hesitou. — Deixei meu transporte pessoal atracado na Estação Rave. É


monitorado pelo nosso pai também.

Ela franziu a testa, confusa novamente.

— Quando eu atracar, quero que você pegue a nave na qual estou e voe até
a Estação Rave para buscá-lo e use-o para viajar para longe da Vorge. Eles
pensarão que sou eu. Faça as malas, Marrow. Você está prestes a tirar férias.

Sua boca se abriu, mas ela se recuperou. — Eu não posso fazer isso.
Precisam de mim aqui. Alguns da tripulação podem pilotar uma nave, mas não
tão bem quanto eu.

— Você esquece que fui treinado como piloto de transporte e


provavelmente sou melhor do que você. Olhe desta maneira, Marrow. Estou
pegando seu emprego por um tempo até encontrar Crath e, em vez de olhar
para os perfis, você pode conhecer homens de verdade. Não encontrará um
parceiro nas comunicações. Olhe para o tipo de caras que entraram em contato
com você. —Ele sorriu, apontando para o próprio peito. Então riu.

Ela rosnou. — Bem. Eu vou fazer as malas.

— Não se esqueça de desligar os sistemas, atracarei em seis horas.


— O Capitão ficará com raiva. — Ela previu. — É melhor eu ter um
emprego e um serviço de transporte para voltar.

— Como se meu irmão perdesse alguém de sua tripulação. Seu trabalho está
seguro. Ele ganhará um bônus uma vez que isso acabar.

Ela franziu a testa novamente.

— Eu, Marrow. Eu me demiti das forças armadas quando meu pai me pediu
para matar meu primo. — A raiva brilhou em seus olhos dourados novamente.
— Haverá mais um Tryleskian adicionado à sua equipe. — Ele piscou. — Eu a
vejo em breve.

Ela olhou para a tela escura quando ele cortou a comunicação e suspirou.
Não tinha certeza se alguém na Vorge ficaria feliz quando soubessem que Cavas
estava prestes a se juntar a eles. Ela se levantou, desligando o comunicador e
deixou a nave. Precisava desligar os sistemas e arrumar suas coisas.

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