Plataforma Vibratoria Artigo PDF
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LOCALIZADA
Mayara Giero 1
Resumo: Na atualidade, o apelo por padrões estéticos beira à perfeição, e a gordura localizada constitui-se em
uma queixa recorrente nos consultórios estéticos. Desta forma, a sociedade tem recorrido a vários métodos da
área na estética, com a expectativa de obter resultados satisfatórios para suas imperfeições. Isso motivou uma
grande revolução na indústria de cosméticos e aparelhos da estética, assim como na pesquisa e introdução de
novos conceitos. Recentemente, foram desenvolvidos aparelhos produtores de vibração, denominados plataformas
vibratórias. A vibração é um estímulo mecânico caracterizado por movimento oscilatório, que se repete em torno
de uma posição de referência, no qual a intensidade varia de acordo com a frequência, amplitude e magnitude do
movimento gerado. Com o objetivo de explorar a eficácia da plataforma vibratória na gordura localizada, através
de pesquisa bibliográfica, acredita-se que com sua utilização promoverá a lipólise dos triglicerídeos, resultando
na liberação de hormônios, como catecolaminas e glucagon, assim como uma melhora na circulação sanguínea e
linfática, no fortalecimento muscular, contribuindo, desta forma, para a oxigenação e a nutrição celular, obtendo,
consequentemente, uma diminuição da lipodistrofia localizada.
Abstract: Nowadays the appeal for aesthetic patterns verge to perfection, the localized fat on a recurrent complaint
in aesthetic clinics, so this way the society has resorted to various methods in the aesthetics area with
the expectation of obtaining satisfactory results for your imperfections. This motivated a great revolution in
the cosmetic industry and a esthetic devices, as well as research and introduction of new concepts. Devices
producing vibration, called vibration plataforms have been developed recently. Vibrationis a mechanical stimulus
characterized by oscillatory motion that repeats around a reference position in which the intensity varies with the
frequency, amplitude and magnitude of the generated motion. In order to explore the effectiveness of localized
fat on the vibration platform, through a literature review, it is believed that with its use will promote lipolysis
of triglyceride, because it results in the release of hormones such as catecholamines and glucagon, as well as na
improvement in circulation blood and lymph, muscle strengthening, thus contributing to oxygenation and cellular
nutrition, thus obtaining a reduction of localized lipodystrophy.
Introdução
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Na atualidade, a busca por padrões estéticos almeja a perfeição, e a gordura localizada
constitui-se em uma queixa recorrente nos consultórios de estética e pode interferir sobre o
bem-estar físico e emocional dos indivíduos (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Recentemente, foram desenvolvidos aparelhos produtores de vibração, denominados
plataformas vibratórias, que, segundo seus fabricantes, são tão eficientes para a reabilitação
física e para a melhora do desempenho físico, quanto os métodos convencionais de terapia/
treinamento físico. Essas plataformas vibratórias estão se tornando cada vez mais populares
em academias de ginástica, clínicas fisioterápicas e estéticas de vários países (BATISTA et al.,
2007).
Todavia, estima-se que com a utilização de recursos estéticos, como a plataforma
vibratória, obter-se-á resultados significativos em melhora do fluxo sanguíneo, na redução da
celulite, no fortalecimento muscular, na estimulação do sistema hormonal e, principalmente, na
gordura localizada.
Tecido adiposo
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Junqueira e Carneiro (2008) ressaltam que as células adipócitas são encontradas, na
maioria das vezes, em grandes agregados, constituindo o tecido adiposo distribuído pelo
corpo, mas podem também ser encontradas isoladamente ou em pequenos grupos no tecido
conjuntivo frouxo.
Na concepção de Tortora e Grabowski (2006), os adipócitos são células especializadas
em armazenar triglicerídeos em seu citoplasma, sendo a principal reserva energética do
organismo.
Borges (2010) ainda complementa que o tecido adiposo, além de ser o principal
reservatório energético do organismo (Figura 2), possui uma importante função na regulação
térmica, exerce função mecânica de suporte ou proteção e preenche os espaços entre os
tecidos, auxiliando na manutenção de certos órgãos em suas posições normais.
Lipodistrofia localizada
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Figura 3. Aumento dos adipócitos
Hall e Guyton (2012) afirmam que todo o excedente calórico ingerido, seja na forma
de gordura, carboidratos ou proteínas, é armazenado na forma de gordura no tecido adiposo.
Quando essas células adiposas estão cheias, elas se dividem, duplicando
os depósitos de gordura. Estas recebem o nome de adipócitos, e encontram-se na forma de
triglicerídeos, ou seja, três ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerol (GUIRRO;
GUIRRO, 2004).
Segundo Fox (2007), a lipogênese ocorre, sobretudo, no tecido adiposo e no fígado
(Figura 4), quando a concentração de glicose no sangue se encontra elevada após uma refeição.
Vieira et al. (2005) esclarece que a insulina aumenta a lipogênese, pois inibe a ação da
Lipase Hormônio Sensível responsável pela lipólise.
Figura 4. Lipogênese
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A lipodistrofia localizada consiste em uma alteração das células adiposas, caracterizada
como um distúrbio no metabolismo de gordura ou crescimento anormal de gordura na
hipoderme, acometendo, principalmente, quadris, oblíquo, abdome e coxas (GOMES;
DAMAZIO, 2009).
À medida que a gordura se acumula, as células adiposas aumentam de tamanho, sendo
que esta distribuição é hereditária, e pode ser associada à atividade regional de uma enzima
denominada lipase lipoprotéica, que limita o ritmo de captação dos triglicerídeos pela célula
adiposa (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Segundo Borges (2010), o acúmulo de gordura nas células está relacionado à quantidade
de enzimas que está sendo produzida para a queima dessas gorduras acumuladas. Assim, os
procedimentos propostos para o tratamento de gordura localizada têm por objetivo aumentar o
trabalho da enzima lipase lipoproteica.
Triglicerídeos
O triglicerídeo (TAG), depositado nos adipócitos (Figura 5), é formado por uma
molécula de glicerol ligado a três moléculas de ácido graxo, cuja principal função, como de
todo lipídio, é fornecer energia para quase todas as células do corpo humano, sendo exceção às
células neuronais do cérebro (GUYTON; HALL, 2006).
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A célula adipócita contém grandes quantidades de enzima digestiva de gorduras, a
lipase, ou seja, a digestão de gorduras ocorre por um processo chamado de hidrólise, e esse
processo é catalisado pela enzima lipoproteína lipase (GUYTON; HALL, 2006).
Os quilomícrons passam para o sistema linfático, em seguida pelos capilares linfáticos
e depois para o sistema sanguíneo, que os distribuem para o corpo. Nos capilares sanguíneos
dos adipócitos, os quilomícrons sofrem a ação da enzima lipoproteína lipase (Figura 6), cuja
função causa a hidrólise dos quilomícrons e das lipoproteínas, assim ocorre a liberação dos
triglicerídeos na forma de ácidos graxos e glicerol (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012).
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Figura 7. Captação dos ácidos graxos
Para que o lipídio possa ser liberado pelo adipócito, é necessário que ocorra a hidrólise
dos triglicerídeos. Borges (2010) descreve que a lipólise dos triglicerídeos em ácidos graxos
e glicerol são estimulados por diversos hormônios, como as catecolaminas (adrenalina e
noradrenalina) e o glucagon.
Geneser (2003) salienta que o tecido adiposo possui enervação do sistema nervoso
autônomo e seus transmissores químicos, também chamados de neurotransmissores, que são a
adrenalina e a noradrenalina, que possuem efeito estimulante sobre a lipase do tecido adiposo.
Guyton e Hall (2006) afirmam que a adrenalina compõe 80% das catecolaminas e é
a única catecolamina que não é produzida em outro tecido, as demais catecolaminas são
sintetizadas pelos neurônios adrenérgicos e dopaminérgicos.
As catecolaminas em baixas concentrações ativam os receptores β (beta) – adrenérgicos
nos adipócitos, que são lipolíticos (quebra da gordura), mas em altas concentrações ativam os α
(alfas) – receptores, estes lipogênicos (formação de gordura) (KEDE; SABATOVICH, 2009).
Para Junqueira e Carneiro (2012), os adipócitos possuem em suas membranas celulares
receptores para as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), esses receptores estão divididos
em receptores α (alfa) e receptores β (beta), sendo que os receptores β estimulam o mecanismo
da lipólise enquanto que os receptores α inibem (Figura 8).
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Figura 8. Lipogênese x lipólise
A adrenalina inicia a lipólise através dos receptores β do tecido adiposo, que ativam a
adenilatociclase, que resulta no aumento do AMP cíclico (Monofosfato Cíclico de Adenosina),
que leva ao efeito final da hidrólise dos triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol (GUYTON;
HALL, 2006).
Borges (2010) descreve que o acúmulo de gordura nas células adiposas está diretamente
relacionado à quantidade insuficiente do AMP cíclico, que está sendo produzida para a queima
dessa gordura acumulada.
Junqueira e Carneiro (2008) afirmam que, quando necessário, o fornecimento de energia
para o organismo (Figura 9), especialmente a noradrenalina, estimula a enzima AMPc, que ativa
a Lipase Hormônio Sensível (LHS), que por consequência ativa a hidrólise dos triglicerídeos.
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Figura 9. Hidrólise dos triglicerídeos
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A lipólise consiste na síntese de triacilglicerol a partir da hidrólise dos quilomícrons
e das lipoproteínas pela enzima lípase de lipoproteínas. Os ácidos graxos são convertidos em
acetilCoa, esterificados em glicerolfosfato e o ácido fosfatídico formado se transforma em
diglicerídeo ao perder o fosfato e, em triacilglicerol, ao ser adicionado o terceiro acetilCoa
(BORGES, 2010).
Resumindo, a degradação dos ácidos graxos ocorre nas mitocôndrias, em um processo
denominado β-oxidação. Assim, as moléculas de ácidos graxos são transformadas em Acetil-
CoA, que em seguida entra no ciclo de Krebs onde são totalmente degradas (GENTIL, 2002).
A enzima Monofosfato Cíclico de Adenosina (AMPc) tem sua produção acelerada pela
ação da mitocôndria e, em consequência, aumenta a hidrólise das gorduras. Todavia, o aumento
das circulações sanguínea e linfática é gerador de calor interno, o que leva a mitocôndria a
produzir maior quantidade de oxigênio e, consequentemente, aumenta a produção da AMPc
(BORGES, 2010).
No entanto, a quantidade destes receptores presentes nos adipócitos varia de acordo com
a região do corpo, sendo que os receptores do tipo α (alfa) estão presentes em maior quantidade
em adipócitos da região glútea e coxas. Por isso, é mais difícil a redução de medidas desta
região, pois receptores α inibem a lipólise, ao contrário da região abdominal, que possui mais
receptores β favorecendo a lipólise (RIBEIRO, 2010).
Plataforma vibratória
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Existem algumas diferenças no mecanismo de funcionamento das plataformas vibrató-
rias produzidas atualmente, enquanto um modelo de plataforma vibratória (Figura 11), fabrica-
da pela Power Plate, produz uma vibração triplanar, ou seja, movimento vertical, horizontal e
diagonal, através de dois motores elétricos.
Para a eficácia da plataforma, existem dois fatores específicos que desempenham esse
papel: a amplitude e a frequência. A intensidade da vibração é determinada através da amplitude
das ondas produzidas durante o deslocamento e da frequência com que os deslocamentos
ocorrem. A frequência de vibração se refere à taxa de repetições de ciclos oscilatórios, que é
medida em Hertz, isso quer dizer quantas vibrações por segundo serão executadas pela
máquina e, geralmente, varia de 15 a 60 Hz. A amplitude significa a extensão do movimento
oscilatório, representada em milímetros, variando de 1 a 10 mm, no caso das plataformas
vibratórias de corpo inteiro. Por exemplo, quando a plataforma vibratória vibra com amplitude
de 4 mm e frequência de 50 Hz, significa que o aparelho desloca 4 mm ao redor de um ponto
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fixo (um eixo) e esse deslocamento se repete 50 vezes em um segundo (1 s) (BATISTA et al.,
2007).
Outra variável utilizada para quantificar a intensidade da vibração é a aceleração. A
aceleração imposta por um aparelho vibrando é determinada pela amplitude e pela frequência
das oscilações. A magnitude é indicada pela aceleração que pode ser expressa em termos de
aceleração pico a pico. Sua magnitude é reportada em metros por segundo ao quadrado
(m/s²) ou em relação ao número de vezes que supera a aceleração gravitacional (g) (BATISTA
et al., 2007).
A ação mecânica da vibração é realizada para produzir rápidas e curtas mudanças no
comprimento do complexo músculo-tendíneo. Essa perturbação é detectada por receptores
sensoriais que modulam a rigidez do muscular através de uma atividade muscular reflexa e
tentam amortecer as ondas vibratórias (CARDINALE; LIM, 2003).
Estímulos mecânicos são transmitidos ao corpo do sujeito que se encontra sobre a
plataforma e ativam receptores sensoriais e fusos musculares, levando, assim, a ativação de
neurônios motores e, então, a contrações musculares (DELECLUSE et al., 2003).
O corpo humano responde à vibração de forma bem complexa, pois impõe uma atividade
de hipergravidade em função de altas acelerações. A ação mecânica da vibração é realizada
para produzir rápidas e curtas mudanças no comprimento do complexo músculo-tendíneo.
Essa perturbação é detectada por receptores sensoriais que modulam a rigidez muscular através
de uma atividade muscular reflexa e tentam amortecer as ondas vibratórias (CARDINALE;
LIM, 2003).
Por fim, a plataforma visa fortalecer a musculatura, melhorando a circulação dos
membros inferiores, apesar de funcionar como uma atividade aeróbia, dando um melhor
condicionamento físico, também auxilia no funcionamento intestinal, contribuindo assim para
a melhora em geral da gordura localizada (KEDE; SEBATOVICH, 2009).
Considerações finais
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Assim, a plataforma vibratória é capaz de promover o aumento da circulação sanguínea
e linfática, que vão colaborar substancialmente com a enzima AMPc, acelerando a hidrólise das
gorduras.
Contudo, com a utilização de recursos estéticos, como a Plataforma Vibratória,
auxiliará para melhorar a circulação sanguínea e linfática, contribuindo, desta forma, para a
oxigenação e nutrição celular, além de se obter a redução da lipodistrofia localizada, trazendo
assim um bem-estar biopsicossocial.
Referências
ABERCROMBY, A. F. et al. Variation in Neuromuscular responses during acute whole-
bodyvibration exercise. Madison, v. 39, n. 9, 2007.
HALL, J. E.; GUYTON, A. C. Guyton e Hall: fundamentos de fisiologia. 12. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012.
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JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 9. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 2. ed. rev. e empl. São Paulo:
Atheneu, 2009.
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Artigo recebido em 30/05/17. Aceito em 10/07/17.
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