Apostila Contabilidade Bancaria
Apostila Contabilidade Bancaria
Apostila Contabilidade Bancaria
Contabilidade Internacional
CONTABILIDADE
BANCÁRIA
Professor
ALEXANDRE MARTINS BASTOS
Unidades
IV – Operaçoes de Credito 47
Bibliografia 56
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Unidade I - Moeda: Historico e Evoluçao
1.1. Histórico e evolução
Entre as características dos sistemas econômicos, existem duas que estão diretamente ligadas à
criação e evolução dos sistemas financeiros, são elas: (i) a especialização do trabalho; e (ii) o uso da
moeda.
Para dar praticidade a essa divisão, é essencial que os produtos possam ser trocados com
facilidade. No entanto, a permuta é limitada em suas possibilidades de aplicação, por exemplo,
imagine um indivíduo que produza chapéus e está precisando de farinha, mas o produtor de farinha
pode não estar precisando de chapéu. Por isso, para contornar esta dificuldade, precisamos da moeda.
A Moeda nos dá poder aquisitivo, ou seja, no exemplo anterior, o produtor de chapéus pode dar
moeda em troca da farinha, e o produtor da farinha pode utilizar essa moeda para outra finalidade.
Em suma, a moeda foi criada para facilitar as trocas, viabilizando, com isto, a especialização do
trabalho. Seria inimaginável a economia atual sem a moeda, o crédito e as instituições que a emitem e
intermedeiam.
As trocas diretas, ou escambo, somente são eficientes em economias rudimentares, onde não há
divisão do trabalho. Por outro lado, numa economia onde existe esta divisão, as trocas indiretas, por
meio da moeda, são eficientes e necessárias.
A princípio, toda mercadoria pode ser uma moeda de troca em potencial. Todavia, três fatores
delimitam essa possibilidade, são eles: (i) os custos de transação; (ii) os custos de estocagem; e (iii) os
custos relacionados à sua função como meio de conta. Esses mesmos fatores têm influenciado a
evolução da moeda ao longo do tempo, como podemos ver a seguir:
As primeiras formas de moeda foram mercadorias de aceitação geral, como o trigo, o sal, o
gado, etc. Entretanto, essas mercadorias possuíam uma série de inconvenientes que comprometiam sua
aceitação, como o fato de não serem homogêneas, sofrerem ação do tempo, apresentarem problemas de
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divisibilidade, dificuldade de manuseio e de transporte. Outros fatores negativos dessas moedas eram a
justaposição do valor de uso e do valor de troca. Desta forma, era necessário encontrar uma solução
que permitisse dar praticidade de uso e manuseio as trocas.
Para minimizar os problemas das moedas metálicas, passou-se a utilizar a cunhagem como
forma de padronização e certificação. Esse tipo de moeda foi rapidamente difundido, passando a
constituir a base de sistemas monetários por séculos.
A cunhagem de moedas foi utilizada por imperadores, reis e governantes como forma de
imposição de sua soberania sobre as regiões e os povos sob o seu domínio. Segundo fontes históricas,
a primeira cunhagem de moedas metálicas foi realizada pelo Rei Crespo da Lídia, no século VI A.C.
A cunhagem tinha como objetivo, pelos governos, padronizar o meio circulante, avalizando o
peso e a pureza dos metais que já eram utilizados como meio de troca. A atividade da cunhagem
também passou a ser utilizada para obter receita de impostos para os governantes ou senhores. Até
hoje, a receita governamental decorrente da emissão monetária é conhecida como “senhoriagem”.
1.1.4. Moeda-papel
Os registros mais antigos do uso desta modalidade de moeda remontam a China Imperial do
século XIII. Todavia, foi na civilização ocidental, a partir do século XVII, com o advento de
instituições bancárias, que o uso da moeda-papel começa a ganhar importância.
Apesar da popularização do uso desta moeda ao longo dos três séculos seguintes, até o início
deste século, o conceito da moeda continuava associado aos metais (ouro e prata), pois o regime
monetário no mundo era do padrão-ouro, e o dinheiro continuava lastreado naquele metal.
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1.1.5. Papel-moeda
(ii) por um único banco emissor (Inglaterra, França, Itália, Alemanha, etc.); e
Enquanto era respeitado um regime monetário de moeda-papel (padrão ouro ou prata), qualquer
dos três sistemas era relativamente eficiente para manter a estabilidade dos preços, já que a relativa
escassez dos metais monetários se encarregava de ancorar os preços, ou seja, qualquer que fosse a
instituição emissora de moeda-papel, havia a limitação dada ao fato que essas instituições (governo,
banco central ou bancos comerciais) tinham a obrigação de garantir a transformação dessas notas ou
depósitos em moeda metálica.
O papel-moeda surgiu primeiro, como simples certificado de depósito nos bancos comerciais,
depois como certificado transferível de depósito (moeda-papel), e finalmente, como certificado
inconversível, que é o próprio papel-moeda. Pelas suas características de divisibilidade,
homogeneidade e facilidade de manuseio e transporte, o papel-moeda (notas e moeda metálica) surgiu
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como a melhor opção à função de meio de troca, haja vista os baixos custos de transação a ele
associados.
Devido a sua importância, a moeda passou a desempenhar funções fundamentais aos sistemas
econômicos, divididas no espaço (intermediário de trocas e unidade de conta ou valor) e no tempo
(reserva de valor e padrão de pagamentos diferidos).
Intermediário de trocas: como o próprio nome diz, está relacionada à principal função da moeda.
Unidade de valor ou de conta: é a forma pela qual se expressa o valor de troca das mercadorias em
termos de uma unidade comum – o padrão monetário. A existência desse padrão deu origem aos
sistemas atuais de preços.
Reserva de valor: decorre do desdobramento das trocas em compras e vendas. No momento que
alguém efetua uma venda e recebe moeda em troca, cabe-lhe o direito de guardar esse dinheiro para
gastá-lo no futuro. O que leva à preferência pela utilização da moeda como reserva de valor á a sua
ponta e imediata aceitação, pois tem como característica a liquidez por excelência, podendo ser
convertida em outros ativos, financeiros ou reais.
A moeda detém o poder de saldar dívidas, liquidar débitos e livrar o devedor de uma situação
passiva. O poder liberatório é garantido pelo Estado, que pode forçar o curso da moeda, impondo sua
aceitação como forma de pagamento.
Além disso, a moeda pode servir como instrumento de poder econômico, político e social. À
medida que se admite a moeda como um título de crédito, os que a detêm possuem direitos de haver
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sobre os bens e serviços disponíveis no mercado, tanto maiores e mais amplos quanto for o montante
disponível de moeda.
A inflação elevada tem como consequência a perda de valor da moeda, e as primeiras funções
que são negadas são aquelas relacionadas no tempo (reserva de valor e padrão de pagamento diferido).
Persistindo a inflação elevada, as funções da moeda no espaço também passam a ser negadas,
com a moeda sendo substituída por outros ativos como unidade de conta. No caso de uma
hiperinflação, até mesmo a função de intermediário de troca pode ser negada.
O poder de compra da moeda onera custos de retenção, sua utilização passa a sofrer a
concorrência de outros ativos, principalmente no que diz respeito à sua atuação, podendo ocorrer
dissociação entre o meio de conta e o meio de troca. No Brasil, por exemplo, entre 1981 e 1986, os
contratos passaram a ser celebrados em ORTNs (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional),
enquanto o seu acerto se dava em cruzeiros. A inflação elevada também reduz sensivelmente a
eficiência da moeda como reserva de valor, principalmente na ausência de mecanismos de correção.
A moeda deve ser durável, de forma que não se destrua ou deteriore à medida que é
manuseada. Além disso, a indestrutibilidade e inalterabilidade são obstáculos a falsificação.
1.3.2. Homogeneidade
É necessário que as unidades monetárias de mesmo valor sejam efetivamente iguais, facilitando
a identificação e reforçando o aspecto de segurança.
1.3.3. Divisibilidade
A moeda deve possuir múltiplos e submúltiplos, de forma tal que, sejam realizadas transações
de pequeno e grande porte.
1.3.4. Transferibilidade
Tendo em vista que uma das funções básicas da moeda é viabilizar o processo de troca, a
unidade monetária não deve possuir qualquer vínculo que identifique o possuidor.
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Refere-se ao aspecto prático das operações de transporte e manuseio, que envolvem custos e
requerem segurança.
A moeda escritural como meio de troca, depende de credibilidade, seu uso como meio de
pagamento difundiu-se em grande escala.
1.4.3. Vales
b) cartões pré-pagos: contêm um crédito de determinado valor, gravado por meio eletrônico, e
que são utilizados em sistemas fechados, a exemplo dos sistemas de cartões telefônicos;
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A moeda eletrônica é capaz de armazenar valores, na forma de informação eletrônica
correspondente a um determinado montante de valor financeiro, como por exemplo, os “torpedos” do
site de compras Submarino ou as milhas dos programas de milhagem das companhias aéreas.
Além do real, mais de 51 moedas complementares circulam hoje no Brasil, em pelo menos
onze estados, a maioria no estado do Ceará. Também chamadas de moedas sociais circulantes locais,
as moedas complementares são uma importante ferramenta das finanças solidárias e podem apresentar
uma variedade significativa de formas e denominações, conforme a localidade e os propósitos
especiais para os quais tenham sido criadas. Terra, palmas, bem, cocal, capivari, maracanã e castanha
são algumas delas.
As moedas sociais são criadas e administradas pelos próprios usuários, por meio de
associações sem fins lucrativos conhecidas como bancos comunitários, a partir de relações econômicas
baseadas na cooperação e solidariedade dos participantes de determinadas comunidades,
independentemente do exercício de atividade de intermediação financeira.
O objetivo desse sistema, de adesão voluntária, é fazer o dinheiro circular por mais tempo
na região, fortalecendo a economia local e gerando trabalho e renda, criando um mercado solidário e
alternativo.
Toda moeda social emitida deve ter lastro em real, ou seja, para cada sabiá, cocal,
maracanã ou castanha emitido, o banco comunitário deve ter R$1,00 correspondente em caixa. As
imagens das cédulas não podem ser parecidas com as das cédulas do real e não podem conter promessa
de pagamento ao portador em dinheiro.
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Unidade II – Sistema Financeiro Nacional
2.1. Conceito de Sistema Financeiro
INTERMEDIÁRIOS
INVESTIDORES POUPADORES
FINANCEIROS
FLUXO FLUXO
FINANCEIRO FINANCEIRO
Portanto, num Sistema Financeiro existem as pessoas que poupam parte de sua renda desde que
haja alguém disposto a remunerá-las a uma determinada taxa de juros. Por outro lado, existem os
agentes econômicos (normalmente empresas) que estão dispostos a investir, mas por não disporem de
tais recursos, tomam emprestado pagando determinada taxa de juros.
A função básica do Intermediário Financeiro é justamente fazer a aproximação entre as pontas.
Dessa maneira, ele capta recursos junto aos poupadores, pagando-lhes uma determinada remuneração e
empresta aos investidores cobrando-lhes uma taxa de juros. O ganho do intermediário é obtido com a
diferença entre as taxas de captação e a de empréstimo, chamada de spread.
O papel de Intermediário Financeiro é desempenhado pelas Instituições Financeiras, tais como
Bancos Comerciais, Bancos de Investimento e Corretoras de Valores e Câmbio.
O funcionamento de um Sistema Financeiro não ocorre livremente, pois as variáveis envolvidas
como o volume de dinheiro em circulação, as taxas de juros praticadas, a velocidade de circulação da
moeda e a diferença entre os prazos dos recursos captados e emprestados podem afetar a economia de
um país.
Dessa maneira, em todo tipo de Sistema Financeiro, deverá existir um órgão com a missão de
monitorar os fluxos financeiros decorrentes das variáveis envolvidas. Costuma-se chamar esse órgão
regulador do Sistema Financeiro de Banco Central.
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2.3. Composição
O Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro
de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN.
Integram o CMN o Ministro da Fazenda (Presidente), o Ministro do Planejamento, Orçamento e
Gestão e o Presidente do Banco Central do Brasil. Dentre suas funções estão: adaptar o volume dos
meios de pagamento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o
equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;
propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e
solvência das instituições financeiras; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da
dívida pública interna e externa. (Banco Central do Brasil)
Atualmente, na maior parte dos países do mundo, independente do tipo de economia, existe
um ente governamental com o dever de regular o volume de dinheiro e o crédito.
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Esse ente, que se reveste na função de ser a Autoridade Monetária do Sistema Financeiro, cuja
missão é zelar pela estabilidade da moeda, costuma-se chamar Banco Central em grande parte das
economias.
A entidade Autoridade Monetária ou Banco Central, como é conhecida na maioria dos países, é
uma instituição recente que apareceu nos países industrializados no final do século XIX e no início do
século XX.
Dentre suas atribuições estão: (i) emitir papel-moeda e moeda metálica; (ii) executar os
serviços do meio circulante; (iii) receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições
financeiras e bancárias; (iv) realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
(v) regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; (vi) efetuar operações
de compra e venda de títulos públicos federais; (vii) exercer o controle de crédito; exercer a
fiscalização das instituições financeiras; (viii) autorizar o funcionamento das instituições financeiras;
(ix) estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições
financeiras; (x) vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e
controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país, e tem representações nas capitais dos Estados do Rio
Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará.
(Banco Central do Brasil)
O monopólio de emissão é exercido pelo Banco Central do Brasil, nos termos do art. 164, da
Constituição da República Federativa do Brasil e da Lei 4.595/64. Do ponto de vista operacional, o Banco
Central atende às necessidades de numerário do sistema bancário, e, consequentemente, do público, por
meio dos mecanismos de emissão e recolhimento.
A emissão ocorre quando o Banco Central coloca dinheiro novo em circulação. A fabricação de
cédulas e moedas metálicas é responsabilidade da Casa da Moeda do Brasil (CMB), que é uma empresa
pública, que produz com exclusividade o dinheiro brasileiro, conforme definido em lei.
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Nessa função, o Banco Central recebe os depósitos dos bancos (reservas), é emprestador de última
instância, regula e presta serviços de compensação das transações financeiras.
Os depósitos dos bancos são feitos em uma conta no Banco Central denominada Reserva Bancária,
que foi criada pela Circular 492, de 7 de janeiro de 1980. Essa conta passou a funcionar como uma “conta-
corrente” de seus titulares junto ao Banco Central, e onde ocorre a liquidação financeira das operações
realizadas com a autoridade monetária ou com outras instituições do Sistema Financeiro Nacional. As
instituições financeiras não autorizadas a movimentar a conta reservas bancárias devem firmar convênio com
uma titular dessa conta para o registro de suas operações.
A função de prestamista de última instância é exercida pelo Banco Central por meio das operações de
Redesconto. A concessão desse crédito deve revestir-se das seguintes características: ser instrumento de
crédito ágil e compatível com as necessidades do sistema de pagamentos; ser operacionalmente simples e
desburocratizado; e viabilizar a redução do risco de crédito do Banco Central.
(i) intradia – destinadas a atender necessidades de liquidez ao longo do dia. Entende-se por
operação intradia, a compra com compromisso de revenda em que a compra e a
correspondente revenda ocorrem no próprio dia;
(ii) de um dia útil – para satisfazer as necessidades de liquidez decorrentes de descasamento de
curtíssimo prazo no fluxo de caixa da instituição financeira;
(iii) de até quinze dias úteis – podendo ser recontratadas até 45 dias úteis, na hipótese de
descasamento de curto prazo no fluxo de caixa, não caracterizado como problema de
desequilíbrio estrutural; e
(iv) de até noventa dias corridos – podendo recontratadas desde que o prazo total não supere 180
dias corridos, para viabilizar ajuste patrimonial de instituição financeira com desequilíbrio
estrutural.
Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB)
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O Banco Central, além de responsável pela regulamentação e pela supervisão dos sistemas de
liquidação, também é provedor de serviços de transferências de fundos e de liquidação de obrigações,
operando o STR – Sistema de Transferência de Reservas e o Selic.
O Sistema de Transferência de Reservas – STR é uma via de acesso às contas das instituições no
Banco Central. A propriedade do sistema é do Banco Central e o acesso é obrigatório para todas as câmaras
e prestadores de serviços de compensação e de liquidação considerados sistematicamente importantes, para
os bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e para as caixas econômicas, sendo
facultativo para bancos de investimento ou bancos múltiplos com carteira de investimento e sem carteira
comercial, e mais recentemente para as cooperativas de crédito.
O Selic é o custodiante central dos títulos públicos federais, mas divide com as câmaras de ativos a
liquidação das operações com esses papéis. Para isso, as câmaras mantêm contas de custódia do Selic, para
onde são transferidos, sem financeiro, os títulos que serão negociados nesses ambientes.
Por fim, as Câmaras de Compensação e de Liquidação, obedecem às seguintes diretivas: (i) garantir,
no mínimo, a liquidação das operações por seu intermédio, mesmo na hipótese de inadimplência do
participante com maior posição líquida; (ii) assumir a posição de contraparte central, isto é, ser o comprador
para toda venda e o vendedor para toda compra cursada por seu intermédio; (iii) liquidar suas operações
diretamente em conta de liquidação no Banco Central; (iv) exigir capital especial, apartado do patrimônio
das câmaras, para garantir, nos termos do regulamento, a liquidação das operações cursadas por seu
intermédio; (v) as câmaras e prestadores de serviços de compensação não são responsáveis pela liquidação
de operações com risco de emissor, como emissões, resgates e pagamentos de juros.
Também como banqueiro do governo, cabe ao Banco Central atuar, em nome do Tesouro Nacional,
nos leilões de títulos públicos federais, administrar as reservas internacionais, representar o país junto a
organismos internacionais e receber as disponibilidades de caixa da União, conforme determina o § 3º, do
art. 164, da Constituição de 1988, na chamada “Conta Única”, mantida pelo Tesouro Nacional, na qual são
lançados quaisquer débitos e créditos provenientes de suas transações com a sociedade em geral.
O Banco Central atua no aperfeiçoamento das instituições financeiras, de moda a zelar por sua
liquidez e solvência, e buscando a adequação dos instrumentos financeiros, com vistas à crescente eficiência
do Sistema Financeiro Nacional.
Sob as diretrizes do Conselho Monetário Nacional, o Banco Central expede normativos como:
Resoluções, Circulares, Cartas-Circulares e outros documentos, consolidando-os em manuais para uso dos
funcionários e do público, tais como o Manual de Normas e Instruções (MNI), o Manual de Crédito Rural
(MCR), a Consolidação das Normas Cambiais (CNC), o Manual de Organização do Sistema Financeiro
Nacional (SISORF) e o Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF).
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A atividade de fiscalização, por sua vez, desenvolve-se da seguinte forma: (i) de modo direto: através
de vistoria nas instituições para verificar a sua solidez e a observância dos aspectos legais e regulamentares
das operações, registros e controles; e (ii) de modo indireto: feita internamente, com base nas informações
prestadas pelas instituições ao Banco Central e utilizando-se da fixação prévia de parâmetros operacionais e
de desempenho.
Na prática, as duas se complementam, uma vez que o acompanhamento indireto possibilita ajustar o
programa de fiscalização direta, quando detectadas ocorrências anormais. Além disso, as equipes de
fiscalização são supridas com dados e informações relevantes sobre as instituições, o que é útil para o
direcionamento do seu trabalho. Após a conclusão da fiscalização, eventuais irregularidades detectadas são
inseridas nos sistemas de informações do Banco Central, sob a forma de ajustes, retroalimentando os dados
de cada empresa para fins de acompanhamento indireto.
Além disso, também é de competência do Banco Central, autorizar e cancelar o funcionamento das
instituições financeiras, segundo a Lei 4.595/64, e as diretrizes do Conselho Monetário Nacional. Associado
a este poder, cumpre ao Banco Central autorizar transferências de controle societário, fusões, cisões,
incorporações e transformações. Cabe-lhe igualmente autorizar a instalação ou a transferência de sedes ou
dependências, inclusive no exterior, bem como estabelecer as condições para a posse e exercício de
quaisquer cargos de administração de instituições financeiras.
Acordo da Basiléia
Em 1988, surgiu o Acordo da Basiléia, que definiu as principais recomendações para a supervisão
bancária dos países do G-10 e os princípios padrões da fiscalização e regulamentação prudencial dos
diversos sistemas financeiros.
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A adaptação aos princípios da Basiléia significou três alterações principais. A primeira foi o aumento
da exigência de capital e patrimônio líquido mínimos para o funcionamento das instituições financeiras. A
segunda foi na forma de acompanhamento dos limites de alavancagem operacional. O tradicional limite de
endividamento foi substituído, na prática, por uma limitação às operações ativas, ponderadas por risco.
Finalmente, a terceira alteração referiu-se à fiscalização consolidada dos conglomerados financeiros,
inclusive de subsidiárias e dependências no exterior.
Existem outros acordos e comitês, na qual o Brasil adota e faz parte, tais como: Associação
Internacional de Comissões de Valores Mobiliários – IOSCO; Comitê de Sistemas de Pagamento e de
Liquidação (CSPL); Fundo Monetário Internacional – FMI; Banco Mundial; Fórum sobre Estabilidade
Financeira - FEF; Programa Conjunto FMI/Banco Mundial para Avaliação do Setor Financeiro – PASF;
Comitê Internacional para Padrões Contábeis – IASC; etc.
(i) Administração Especial Temporária (RAET): não interrompe e nem suspende as atividades
normais da empresa. Seu principal efeito é a perda de mandato dos dirigentes da instituição,
substituídos por Conselho Diretor nomeado pelo Banco Central, com amplos poderes de
gestão. Tem duração limitada e objetiva. Foca na adoção de medidas visando à retomada das
atividades normais da instituição. Quando isso não é possível, pode vir a ser transformada em
intervenção ou liquidação extrajudicial.
(ii) Intervenção: quando o Banco Central nomeia um interventor, que assume a gestão direta da
instituição, suspendendo as atividades normais e destituindo os respectivos dirigentes. A
intervenção é uma medida administrativa de caráter cautelar, para evitar o agravamento das
irregularidades cometidas ou situação de risco patrimonial, capaz de prejudicar os credores.
Tem duração limitada e poderá ser seguida da retomada das atividades normais da instituição,
da decretação de sua liquidação extrajudicial ou de sua falência;
Na experiência internacional, após severas crises bancárias, muitos países criam instrumentos de
garantia de depósito. Apesar de sua primeira destinação ser a de proteger a economia popular (de pequenos
depositantes), ressarcindo prejuízos eventualmente causados por quebras de instituições financeiras, tais
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mecanismos têm por finalidade principal dar maior estabilidade ao sistema financeiro, à medida em que
minimizam “corridas” contra instituições.
A garantia de depósitos costuma ser limitada, pois esse mecanismo não é recomendado para proteger
grandes depositantes, não só pelo aspecto sócio-econômico, mas porque os mesmos são geralmente mais
bem informados. Além disso, a proteção ilimitada tende a estimular comportamentos irresponsáveis ou até
fraudulentos (moral hazard).
O FGC é uma associação civil sem fins lucrativos, com prazo indeterminado de duração, constituída
sob a forma de sociedade de direito privado, tendo por objetivo dar cobertura, de até R$ 250 mil por titular, a
depósitos e aplicações nas hipóteses de decretação de intervenção, liquidação extrajudicial ou falência de
instituição que participe do referido fundo, ou, ainda, de reconhecimento pelo Banco Central, do estado de
insolvência da instituição que, nos termos da legislação vigente, não esteja sujeita aos regimes acima
mencionados.
São objeto da garantia do FGC os seguintes créditos: depósitos à vista, depósitos de poupança, letras
de câmbio, letras imobiliárias e letras hipotecárias, de emissão ou aceite de instituição financeira ou
associação de poupança e empréstimo em funcionamento no País. Participam do FGC todas as instituições
financeiras, exceto as cooperativas de crédito e as seções de crédito das cooperativas. As instituições
contribuem com 0,025% do montante mensalmente escriturado relativamente aos saldos das contas
correspondentes às obrigações objeto de garantia.
Central de Risco
Por risco de crédito entende-se a possibilidade da contraparte de uma operação não honrar sua
obrigação nos termos ou condições compactuadas.
O primeiro passo para a implementação da Central de Risco ocorreu com a Resolução 2.390, de 22
de maio de 1997. Por este instrumento, o Banco Central determinou que as instituições financeiras prestem
informações sobre o montante dos débitos e responsabilidades por garantias de clientes. As determinações
incluem informações de bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de investimento,
bancos e desenvolvimento, sociedade de crédito imobiliário, sociedade de crédito, financiamento e
investimento, companhias hipotecárias, agências de fomento ou desenvolvimento, sociedade de
arrendamento mercantil e instituições em regime especial. As instituições podem consultar informações
consolidadas por cliente, desde que obtida autorização específica do mesmo para essa finalidade.
A política monetária é a função que define o sentido mais amplo de um banco central e aquela que,
em última instância, articula as demais. A principal função de um banco central consiste em adequar o
volume dos meios de pagamento à real capacidade da economia absorver recursos sem causar desequilíbrios
nos preços. Para isso, controla a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros, de acordo com as
necessidades o crescimento econômico e da estabilidade dos preços.
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O Banco Central do Brasil deve zelar pela estabilidade da moeda, o que significa manter o seu poder
de compra. A política monetária deve ser aprovada pelo Congresso Nacional. Sua operacionalização é
competência do CMN e a execução, do Banco Central.
O controle da liquidez ocorre principalmente com o uso dos instrumentos clássicos de política
monetária que são o recolhimento compulsório ou encaixe obrigatório, as operações de redesconto ou
assistência financeira de liquidez e as operações de mercado aberto, ou “open market”.
Recolhimento Compulsório
Através da Lei 4.595/64, com redação dada pela Lei 7.730, de 31 de janeiro de 1989, o Banco Central
está autorizado a instituir recolhimento compulsório de até 100% sobre os depósitos a vista e de até 60% de
outros títulos contábeis das instituições financeiras. Obedecidos esses limites, o Banco Central pode adotar
porcentagens diferenciadas.
O art. 10 da Lei 4.595/64 outorgou ao Banco Central a atribuição de efetuar operações de compra e
venda de títulos públicos federais (operações de mercado aberto).
Na execução da política monetária, a venda de títulos pelo Banco Central ao sistema bancário
provoca a redução das reservas bancárias. As intervenções (compras e vendas) são de dois tipos: as
operações compromissadas e as operações definitivas.
Nas operações compromissadas, o Banco Central toma (ou empresta) recursos por um prazo definido
– usualmente um dia (overnight) – vendendo (ou comprando) títulos com o compromisso de recomprá-los
(ou revendê-los) em data combinada, a um determinado preço. Nesse tipo de operação (dito informal ou go-
around), o Banco Central atua no mercado através de instituições dealers, credenciadas periodicamente.
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formais, dos quais podem participar todas as instituições financeiras. Os leilões informais realizam-se por
via telefônica apenas com os dealers, enquanto os formais se processam mediante propostas. O Banco
Central opera nos leilões formais com títulos novos (mercado primário) e com os que fazem parte de sua
carteira e, portanto, já têm prazo decorrido.
O ajuste diário da liquidez é realizado através das operações compromissadas, com várias
intervenções do Banco Central. O processo pode ser descrito, sinteticamente, da seguinte forma: antes de o
mercado começar a operar, o Banco Central estima se há excesso de reservas no sistema bancário (neste caso
no Banco Central está undersold) ou deficiência de reservas (quando o Banco Central está oversold). Esta
estimativa é obtida através de consultas a diversas fontes, entre as quais os dealers.
No mercado primário ocorre o lançamento dos novos títulos, quando, por exemplo, o Banco Central
realiza vendas em nome da Secretária do Tesouro Nacional – STN (leilões). Se o Banco Central efetua
leilões de compra por ordem da STN, os títulos comprados simplesmente deixam de existir, mas, se a
compra for de responsabilidade do Banco Central, os títulos adquiridos passam para a sua carteira, podendo
ser objeto de qualquer outra operação no futuro ou no próprio dia (mercado secundário). Da mesma forma,
as vendas realizadas em nome do Banco Central podem ter como objeto títulos previamente emitidos, que
pertençam à sua carteira.
Assim, o mercado primário compreende as ofertas públicas de venda em que a transferência dos
títulos para o comprador ocorre na própria data de emissão, bem como as ofertas públicas de compra em que
os títulos são destruídos pelo emissor, na mesma data em que são transferidos para a sua custódia. O
mercado secundário compreende as demais operações com títulos públicos, ou seja, quando o Banco Central
vende títulos de sua carteira ou compra títulos diretamente do Tesouro Nacional, quando a compra se destina
ao refinanciamento da dívida mobiliária vincenda de responsabilidade do próprio Tesouro Nacional.
Programação Monetária
O art. 6º, da Lei 9.069/95, determina que o Presidente do Banco Central do Brasil submeta ao
Conselho Monetário Nacional, no início de cada trimestre, programação monetária para o mesmo, da qual
constarão, no mínimo, estimativas de faixas de variação dos principais agregados monetários, compatíveis
como objetivo de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda, análise da evolução da economia
nacional para o trimestre considerado e programação proposta. Após aprovação pelo CMN, a programação
monetária é encaminhada à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal. O Congresso Nacional
poderá, com base em parecer dessa Comissão, rejeitá-la, mediante Decreto Legislativo, no prazo de dez dias
a contar de seu recebimento. Caso o Congresso Nacional não a aprove até o final do primeiro mês do
trimestre a que destina, fica o Banco Central autorizado a executá-la até a sua aprovação.
Além disso, o Presidente do Banco Central deve enviar, pelo Ministro da Fazenda, ao Presidente da
República e aos Presidentes das duas casas do Congresso Nacional, relatório trimestral sobre a execução da
programação monetária e demonstrativo mensal das emissões de Real e a posição das reservas
internacionais.
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Sistema de metas para a Inflação
Em julho de 1999, seis meses após a adoção do regime de câmbio flexível, a condução da política
monetária foi alterada com a adoção da Sistemática de Metas para a Inflação (SMPI). Visava-se, com isso,
encontrar uma nova âncora nominal, papel a ser desempenhado pela própria meta de inflação.
O Banco Central tem utilizado a taxa de juros (Selic) para manter a inflação dentro do intervalo
fixado. A importância da taxa de juros decorre do fato que seu nível afeta a atividade econômica e os preços.
A expectativa de mudança já é suficiente para causar efeitos econômicos. Das várias taxas de juros
existentes (poupança, empréstimo, financiamento, etc.), que variam de acordo com o prazo e finalidade, o
Banco Central controla diretamente apenas a Selic. As demais são influenciadas indiretamente, porque
também dependem de fatores não controlados pelo Banco Central, como margens de lucro, risco de crédito e
expectativas quanto ao desempenho futuro da economia. Entretanto, á a partir da Selic que as demais são
formadas. Ressalte-se que a taxa Selic pode ser alterada independentemente das reuniões do Copom.
A execução da política cambial cabe ao Banco Central. Essa função vincula-se à de monopolista da
emissão monetária doméstica, na medida em que o objetivo cambial é operar no sentido de manter a
estabilidade do preço da moeda nacional em relação às moedas estrangeiras.
Por isso, o Banco Central mantém ativos em ouro, títulos e moedas estrangeiras para atuação nos
mercados de câmbio, de forma a contribuir para manter a paridade da moeda, e para induzir desempenhos
das transações internacionais do país, de acordo com as diretrizes da política econômica.
A taxa de câmbio, que representa o preço, em moeda nacional, da unidade monetária estrangeira, é
formada pela oferta e demanda daquela divisa, isto é, pelo mercado de câmbio, cujos agentes são, de um
20
lado da oferta, os turistas estrangeiros, os exportadores de bens e serviços, os receptores de investimentos
externos e os tomadores de empréstimos e financiamentos do exterior. Do lado da demanda, os agentes são
os turistas brasileiros, os investidores brasileiros no exterior, os importadores de bens e serviços, as empresas
que repatriam investimentos externos ou pagam lucros e dividendos sobre ele e aquelas que amortizam ou
pagam juros sobre empréstimos e financiamentos no exterior.
Entre as duas pontas, ofertantes e demandantes, estão os bancos autorizados a operar em câmbio, os
quais intermediam a oferta e a demanda de moeda estrangeira dos clientes. O Banco Central – executor da
política cambial – atua no mercado interbancário visando, primordialmente, a estabilidade relativa da taxa de
câmbio, e pode adquirir os excedentes nele gerados ou suprir eventuais necessidades, de forma a evitar
valorização da taxa, no primeiro caso, ou desvalorização se houver escassez de moeda, sempre observando a
coerência com as metas da política monetária.
A atuação do Banco Central no mercado de câmbio se dá através de dealers, que são escolhidos
dentre os bancos que operam em câmbio, pelo critério de movimentação global com clientes e no mercado
interbancário. Assim, as intervenções do Banco Central nos mercados de câmbio ocorrem via leilões de
compra ou venda de moeda estrangeira, com a interveniência dos dealers, cuja missão primeira é dar
liquidez ao mercado interbancário como todo e a clientes finais de operações de câmbio, sendo obrigatória
sua participação nos leilões sempre que forem realizados pelo Banco Central.
Existe estreito relacionamento entre as políticas cambial e monetária. Sempre que o Banco Central
intervém no mercado de câmbio, comprando ou vendendo divisas contra a moeda nacional, ele o faz através
de crédito ou débito na conta de reservas bancárias da instituição que vendeu ou comprou aquelas divisas,
respectivamente. Assim ocorre, no primeiro caso, expansão da base monetária e, no segundo, contração.
Bancos Comerciais
Bancos Múltiplos “com carteira comercial”
Bancos Cooperativos
Caixa Econômica Federal
Cooperativas de Crédito
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas, constituída sob a forma de
sociedade anônima. Na sua denominação social deve constar a expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099,
de 1994).
O banco comercial tem por objeto social, basicamente: (i) proporcionar o suprimento de recursos
necessários para financiar, no curto e no médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de
serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral; (ii) realizar captação de depósitos à vista e a prazo; (iii)
administrar carteira de valores mobiliários; (iv) descontar títulos; (v) realizar operações especiais de crédito
rural, de câmbio e de comércio exterior; (vi) obter recursos com as instituições oficiais para repasses aos
21
clientes; e (vii) emissão e administração de cartões de crédito.
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações
ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras:
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de
crédito, financiamento e investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e
regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A carteira de
desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público.
O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas,
obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. As
instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação social deve constar
a expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099, de 1994). (Banco Central do Brasil)
A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está regulada pelo Decreto-Lei 759, de 12 de agosto de
1969, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de instituição assemelhada aos
bancos comerciais, podendo captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de
serviços.
As cooperativas de crédito observam, além da legislação e normas do sistema financeiro, a Lei 5.764,
de 1971, e a Lei Complementar 130, de 2009. Atuando tanto no setor rural quanto no urbano, as
cooperativas de crédito podem se originar da associação de funcionários de uma mesma empresa ou grupo
de empresas, de profissionais de determinado segmento, de empresários ou mesmo adotar a livre admissão
22
de associados em uma área determinada de atuação, sob certas condições. Os eventuais lucros auferidos com
suas operações - prestação de serviços e oferecimento de crédito aos cooperados - são repartidos entre os
associados.
As cooperativas de crédito são instituições financeiras, constituídas como sociedades de pessoas, com
forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucrativos, com o objetivo de propiciar crédito
e prestar serviços aos seus associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes características
(Lei 5.764, de 1971, art. 4º): (i) adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo
impossibilidade técnica de prestação de serviços; (ii) variabilidade do capital social, representado por
quotas-partes; (iii) limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado, facultado, porém, o
estabelecimento de critérios de proporcionalidade, se assim for mais adequado para o cumprimento dos
objetivos sociais; (iv) inacessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à sociedade; (v)
singularidade de voto, sendo vedado às cooperativas centrais, federações e confederações de cooperativas de
crédito optar pelo critério da proporcionalidade; (vi) quórum para o funcionamento e deliberação da
assembleia-geral baseado no número de associados e não no capital; (vii) retorno das sobras líquidas do
exercício proporcionalmente às operações realizadas pelo associado; (viii) indivisibilidade dos fundos
sociais obrigatórios: Fundo de Reserva e Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social (Fates); (ix)
neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social; (x) prestação de assistência aos associados,
e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa; (xi) área de admissão de associados
limitada às possibilidades de reunião, controle, operações e prestação de serviços.
a) Singulares: as constituídas por no mínimo vinte pessoas físicas, sendo excepcionalmente permitida a
admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades
econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. Cabe aqui uma observação:
conforme o artigo 1.094, inciso II, da Lei 10.406, de 2002, o número mínimo de associados da
cooperativa é aquele necessário para compor a administração da sociedade. Todavia, a Organização
das Cooperativas Brasileiras – OCB, órgão regido pelo disposto no artigo 105 da Lei 5.764, de
1971, em sua Resolução nº 11, de 2003, apresenta interpretação no sentido de que permanece
exigível o número mínimo de vinte associados. As cooperativas singulares caracterizam-se pela
prestação direta de serviços aos associados (Lei 5.764, de 1971, art. 7º).
23
b) Centrais ou federações de cooperativas: as constituídas de, no mínimo, três cooperativas singulares.
As cooperativas centrais e federações de cooperativas objetivam organizar, em comum e em maior
escala, os serviços econômicos e assistenciais de interesse das filiadas, integrando e orientando suas
atividades, bem como facilitando a utilização recíproca dos serviços. Para prestação de serviços de
interesse comum, é permitida a associação de cooperativas de naturezas diversas (Lei 5.764, de
1971, art. 8º).
A captação de recursos e a concessão de créditos e garantias devem ser restritas aos associados,
ressalvadas as operações realizadas com outras instituições financeiras e os recursos obtidos de pessoas
jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentos de remuneração (Lei Complementar 130, de
2009, art. 2º, § 1º).
As cooperativas de crédito, nos termos da legislação específica, poderão ter acesso a recursos oficiais
para o financiamento das atividades de seus associados (Lei Complementar 130, de 2009, art. 2º, § 5º).
As cooperativas de crédito podem atuar em nome e por conta de outras instituições, com vistas à
prestação de serviços financeiros e afins a associados e a não associados (Lei Complementar 130/09, art. 3º).
24
O objeto social da agência de fomento é financiar capital fixo e de giro associado a projetos na
Unidade da Federação onde tenha sede. Para efeito do objeto social das agências de fomento, entende-se por
projetos empreendimentos que visem à ampliação ou à manutenção da capacidade produtiva de bens e
serviços, previstos em programas de desenvolvimento econômico e social da Unidade da Federação onde
tenham sede. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital fechado e estar sob o
controle de Unidade da Federação, sendo que cada Unidade só pode constituir uma agência. Tais entidades
têm status de instituição financeira, mas não podem captar recursos junto ao público, recorrer ao redesconto,
ter conta de reserva no Banco Central, contratar depósitos interfinanceiros na qualidade de depositante ou de
depositária e nem ter participação societária em outras instituições financeiras. De sua denominação social
deve constar a expressão "Agência de Fomento" acrescida da indicação da Unidade da Federação
Controladora. É vedada a sua transformação em qualquer outro tipo de instituição integrante do Sistema
Financeiro Nacional.
As agências de fomento podem realizar, na Unidade da Federação onde tenham sede, operações e
atividades definidas na Resolução CMN 2.828, de 2001, art. 3º, com a redação dada pela Resolução 3.757,
de 2009.
Às agências de fomento são vedados (Resolução CMN 2.828, de 2001, art. 4º, com a redação dada
pela Resolução CMN 3.757, de 2009): (i) o acesso às linhas de assistência financeira e de redesconto do
Banco Central do Brasil; (ii) o acesso à conta Reservas Bancárias no Banco Central do Brasil; (iii) a
captação de recursos junto ao público, inclusive de recursos externos, ressalvados os provenientes de
organismos e instituições financeiras nacionais e internacionais de desenvolvimento; (iv) a contratação de
depósitos interfinanceiros, na qualidade de depositante ou depositária, ressalvado o depósito interfinanceiro
vinculado a operações de microfinanças (DIM).
As associações de poupança e empréstimo são constituídas sob a forma de sociedade civil, sendo de
propriedade comum de seus associados. Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas ao mercado
imobiliário e ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH). As operações passivas são constituídas de emissão
de letras e cédulas hipotecárias, depósitos de cadernetas de poupança, depósitos interfinanceiros e
empréstimos externos. Os depositantes dessas entidades são considerados acionistas da associação e, por
isso, não recebem rendimentos, mas dividendos. Os recursos dos depositantes são, assim, classificados no
patrimônio líquido da associação e não no passivo exigível (Resolução CMN 52, de 1967). (Banco Central
do Brasil)
25
2.7.3. Bancos de Câmbio
Os bancos de câmbio são instituições financeiras autorizadas a realizar, sem restrições, operações de
câmbio e operações de crédito vinculadas às de câmbio. Na denominação dessas instituições deve constar a
expressão "Banco de Câmbio" (Res. CMN 3.426, de 2006).
Ao banco de câmbio é facultado, além da realização das atividades referidas no item anterior
(Resolução CMN 3.426, de 2006, art. 2º): (i) atuar no mercado financeiro, no País, inclusive em bolsas de
mercadorias e de futuros, bem como em mercados de balcão, para realização de operações, por conta
própria, referenciadas em moedas estrangeiras ou vinculadas a operações de câmbio; (ii) efetuar depósitos
interfinanceiros, observada a regulamentação aplicável; e (iii) realizar outras atividades que vierem a ser
autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
As operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos, emissão ou endosso de cédulas
hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de debêntures e de Títulos de Desenvolvimento Econômico.
Para atender a seu objetivo, o banco de desenvolvimento pode apoiar iniciativas definidas pela
Resolução CMN 394, de 1976, RA, art. 5º.
É vedado aos bancos de desenvolvimento (Resolução 394, de 1976, RA, art. 15): (i) operar em
aceites de títulos cambiários para colocação no mercado de capitais; (ii) instituir e administrar fundos de
26
investimentos; (iii) realizar operações de redescontos; (iv) adquirir imóveis não destinados a uso próprio,
exceto aqueles destinados ou afetos a operações de arrendamento mercantil; e (v) financiar loteamento de
terrenos e construção de imóveis para revenda ou incorporação, salvo as operações relativas à implantação
de distritos industriais.
27
desenvolvimento sustentável. As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES atendem às
necessidades de investimentos das empresas de qualquer porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com
instituições financeiras, com agências estabelecidas em todo o país, permite a disseminação do crédito,
possibilitando um maior acesso aos recursos do BNDES. (Banco Central do Brasil)
As sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras criadas pela Lei 4.380, de 21 de
agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional. Constituem operações passivas dessas instituições
os depósitos de poupança, a emissão de letras e cédulas hipotecárias e depósitos interfinanceiros. Suas
operações ativas são: financiamento para construção de habitações, abertura de crédito para compra ou
construção de casa própria, financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e
distribuidoras de material de construção. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima,
28
adotando obrigatoriamente em sua denominação social a expressão "Crédito Imobiliário". (Resolução CMN
2.735, de 2000). (Banco Central do Brasil)
A sociedade de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte tem por objeto social a
concessão de financiamentos a pessoas físicas, a microempresas e a empresas de pequeno porte, com vistas
na viabilização de empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial (Lei 10.194, de 2001,
com redação dada pela Lei 11.524, de 2007).
Ao Banco Central do Brasil, por força do disposto no art. 33 da Lei 8.177, de 1º de março de 1991,
cabe autorizar a constituição de grupos de consórcio, a pedido de administradoras previamente constituídas
sem interferência expressa da referida Autarquia, mas que atendam a requisitos estabelecidos,
particularmente quanto à capacidade financeira, econômica e gerencial da empresa. Também cumpre ao
Banco Central fiscalizar as operações da espécie e aplicar as penalidades cabíveis. Ademais, com base no
art. 10 da Lei 5.768, o Banco Central pode intervir nas empresas de consórcio e decretar sua liquidação
extrajudicial.
O grupo é uma sociedade de fato, constituída na data da realização da primeira assembleia geral
ordinária por consorciados reunidos pela administradora, que coletam poupança com vistas à aquisição de
bens, conjunto de bens ou serviço turístico, por meio de autofinanciamento (Circular BCB 2.766, de 1997).
(Banco Central do Brasil)
29
As sociedades de arrendamento mercantil são constituídas sob a forma de sociedade anônima,
devendo constar obrigatoriamente na sua denominação social a expressão "Arrendamento Mercantil". As
operações passivas dessas sociedades são emissão de debêntures, dívida externa, empréstimos e
financiamentos de instituições financeiras. Suas operações ativas são constituídas por títulos da dívida
pública, cessão de direitos creditórios e, principalmente, por operações de arrendamento mercantil de bens
móveis, de produção nacional ou estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela entidade arrendadora para fins
de uso próprio do arrendatário. (Resolução CMN 2.309, de 1996). (Banco Central do Brasil)
As sociedades corretoras de câmbio são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas
de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social a expressão "Corretora de
Câmbio". Têm por objeto social exclusivo a intermediação em operações de câmbio e a prática de operações
no mercado de câmbio. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.770, de 1990
e Resolução CMN 3.568, de 2008). (Banco Central do Brasil)
É vedado à sociedade corretora de câmbio (Resolução CMN 1.770, de 1990, RA, art. 8º, com a
redação dada pela Resolução CMN 3.356, de 2006): (i) realizar operações que caracterizem, sob qualquer
forma, a concessão de financiamentos, empréstimos ou adiantamentos a seus clientes, inclusive através de
cessão de direitos; (ii) adquirir bens não destinados ao uso próprio, salvo os recebidos em liquidação de
dívidas de difícil ou duvidosa solução, caso em que deverá vendê-los dentro do prazo de 1 (um) ano, a contar
do recebimento, prorrogável até 2 (duas) vezes, a critério do Banco Central do Brasil; e (iii) obter
empréstimos ou financiamentos junto a instituições financeiras, exceto aqueles vinculados à aquisição de
bens para uso próprio.
As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de sociedade
anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. (Resolução CMN 1.655, de 1989).
O objeto social da sociedade corretora está definido na Resolução CMN 1.655, de 1989, RA, art. 2º.
Entre as atividades permitias, podemos destacar: (i) operar em recinto ou em sistema mantido por bolsa de
valores; (ii) subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades autorizadas, emissões de
títulos e valores mobiliários para revenda; (iii) intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores
mobiliários no mercado; (iv) comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros,
30
observada regulamentação baixada pela CVM e pelo Bacen; (v) encarregar-se da administração de carteiras
e da custódia de títulos e valores mobiliários; (vi) exercer funções de agente fiduciário; (vii) instituir,
organizar e administrar fundos e clubes de investimento; (viii) intermediar operações de câmbio; (ix) realizar
operações no mercado de câmbio; (x) realizar operações compromissadas; (xi) realizar operações de compra
e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros, nos termos da
regulamentação baixada pelo Bacen; (xii) operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e
de terceiros, observada regulamentação baixada pela CVM e Bacen.
As vedações às atividades das sociedades corretoras estão descritas na Resolução CMN 1.655, de
1989, RA, art. 12, com a redação dada pela Resolução CMN 2.951, de 2002; Resolução CMN 2.626, de
1999.
O objeto social da sociedade distribuidora está definido na Resolução CMN 1.120, de 1986, RA, art.
2º, com a redação dada pela Resolução CMN 1.653, de 1989. Entre as atividades permitias, podemos
destacar: (i) subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades autorizadas, emissões de
títulos e valores mobiliários para revenda; (ii) intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores
mobiliários no mercado; (iii) comprar e vender títulos e valores mobiliários, por conta própria e de terceiros,
observada a regulamentação baixada pelo Bacen e pela CVM; (iv) encarregar-se da administração de
carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários; (v) incumbir-se da subscrição, da transferência e da
autenticação de endossos, de desdobramento de cautelas, de recebimento e pagamento de resgates, juros e
outros proventos de títulos e valores mobiliários; (vi) exercer funções de agente fiduciário; (vii) instituir,
organizar e administrar fundos e clubes de investimento; (viii) constituir sociedade de investimento – capital
estrangeiro e administrar a respectiva carteira de títulos e valores mobiliários; (ix) realizar operações no
mercado de câmbio; (x) realizar operações de conta margem, conforme regulamentação da CVM; (xi)
realizar operações compromissadas; (xii) realizar operações de compra e venda de metais preciosos no
mercado físico, por conta própria e de terceiros, nos termos da regulamentação baixada pelo Bacen; (xiii)
operar em bolsas de mercadorias e de futuros, por conta própria e de terceiros, observada regulamentação
baixada pelo Bacen e pela CVM.
As vedações às atividades das sociedades distribuidoras estão descritas na Resolução CMN 1.120, de
1986, RA, art. 12, com a redação dada pelas Resoluções CMN 1.653, de 1989; 2.951, de 2002; e 2.626, de
1999.
31
assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; (ii) proteger os titulares de
valores mobiliários; (iii) evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado; (iv) assegurar o
acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham
emitido; (v) assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;
(vi) estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; (vii) promover a expansão e o
funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do
capital social das companhias abertas.
A BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros foi criada em 2008 com a fusão
entre a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).
Juntas, as companhias formam uma das maiores bolsas do mundo em valor de mercado, a segunda
das Américas e a líder no continente latino-americano.
2.10.1. Clearings
32
Os Arranjos de Pagamento são um conjunto de regras e procedimentos que disciplina a prestação de
determinado serviço de pagamento ao público aceito por mais de um recebedor, mediante acesso direto pelos
usuários finais, pagadores e recebedores.
Pessoa jurídica responsável pelo arranjo de pagamento e, quando for o caso, pelo uso da marca
associada ao arranjo de pagamento. Exemplos de instituidores de arranjo: Visa; Mastercard; Hipercard;
Amex; Elo; Good Card; Cabal; Ticket; Sodexo; Mercado Pago; PayPal; Pagseguro; entre outros.
Recebedor: pessoa natural ou jurídica, destinatário final dos recursos de uma transação de
pagamento;
Usuário Final de Serviços de Pagamento: pessoa natural ou jurídica que utiliza um serviço de
pagamento, como pagador ou recebedor.
Pessoa jurídica que, aderindo a um ou mais arranjos de pagamento, tenha como atividade principal ou
acessória, alternativa ou cumulativamente.
Conta de registro detida em nome de usuário final de serviços de pagamento utilizada para a
execução de transações de pagamento.
33
Circular º 3.680, art. 2º – modalidades de contas de pagamento:
Dispositivo ou conjunto de procedimentos acordado entre o usuário final e seu prestador de serviço
de pagamento utilizado para iniciar uma transação de pagamento.
São recursos armazenados em dispositivo ou sistema eletrônico que permitem ao usuário final efetuar
transação de pagamento.
34
Unidade III – Plano Contabil das
Instituiçoes Financeiras - COSIF
3.1. Objetivos e entidades que utilizam o COSIF
As normas consubstanciadas neste Plano Contábil têm por objetivo uniformizar os registros
contábeis dos atos e fatos administrativos praticados, racionalizar a utilização de contas, estabelecer
regras, critérios e procedimentos necessários à obtenção e divulgação de dados, possibilitar o
acompanhamento do sistema financeiro, bem como a análise, a avaliação do desempenho e o controle,
de modo que as demonstrações financeiras elaboradas, expressem, com fidedignidade e clareza, a real
situação econômico-financeira da instituição e conglomerados financeiros.
Os capítulos deste Plano estão hierarquizados na ordem de apresentação. Assim, nas dúvidas
de interpretação entre Normas Básicas e Elenco de Contas, prevalecem as Normas Básicas.
3.2. Estrutura
3.2.1. Escrituração
A escrituração deve ser completa, mantendo-se em registros permanentes todos os atos e fatos
administrativos que modifiquem ou venham a modificar, imediatamente ou não, sua composição
patrimonial.
35
O simples registro contábil não constitui elemento suficientemente comprobatório, devendo a
escrituração ser fundamentada em comprovantes hábeis para a perfeita validade dos atos e fatos
administrativos.
No caso de lançamentos via processamento de dados, tais como: saques em caixa eletrônico,
operações "on line" e lançamentos fita a fita, a comprovação faz-se mediante listagens extraídas dos
registros em arquivos magnéticos.
a) adotar métodos e critérios uniformes no tempo, sendo que as modificações relevantes devem
ser evidenciadas em notas explicativas, quantificando os efeitos nas demonstrações
financeiras, quando aplicável;
b) registrar as receitas e despesas no período em que elas ocorrem e não na data do efetivo
ingresso ou desembolso, em respeito ao regime de competência;
c) fazer a apropriação mensal das rendas, inclusive mora, receitas, ganhos, lucros, despesas,
perdas e prejuízos, independentemente da apuração de resultado a cada seis meses;
e) proceder às devidas conciliações dos títulos contábeis com os respectivos controles analíticos
e mantê-las atualizadas, conforme determinado nas seções próprias deste Plano, devendo a
respectiva documentação ser arquivada por, pelo menos, um ano.
A forma de classificação contábil de quaisquer bens, direitos e obrigações não altera, de forma
alguma, as suas características para efeitos fiscais e tributários, que se regem por regulamentação
própria.
36
Normas do Sistema Financeiro, com trânsito, para instrução, pela Delegacia Regional sob cuja
jurisdição encontra-se a sede da instituição, obrigatoriamente firmadas pelo diretor e pelo profissional
habilitado responsáveis pela contabilidade.
O exercício social tem duração de um ano e a data de seu término, 31 de dezembro, deve ser
fixada no estatuto ou contrato social.
Cada uma das instituições relacionadas no item 1.1.1.2 tem elenco de contas próprio, sendo que
as associações de poupança e empréstimo devem utilizar o das sociedades de crédito imobiliário. Tais
contas são aquelas constantes do COSIF 2.1, sendo permitida, a cada instituição, a utilização, apenas,
dos títulos contábeis ali previstos, com o atributo próprio da instituição, observado o contido no item
seguinte.
a) 1º dígito - GRUPOS
I - Ativo:
1 - Circulante e Realizável a Longo Prazo;
2 - Permanente;
3 - Compensação;
II - Passivo:
4 - Circulante e Exigível a Longo Prazo;
5 - Resultados de Exercícios Futuros;
6 - Patrimônio Líquido;
7 - Contas de Resultado Credoras;
8 - Contas de Resultado Devedoras;
9 - Compensação.
b) 2º dígito - SUBGRUPOS
37
c) 3º dígito - DESDOBRAMENTOS DOS SUBGRUPOS
código: 1.1.1.10.00
3 1 7 31 73
¦ ¦ ¦ ¦¦ ¦¦ 3X0= 0
¦ ¦ ¦ ¦¦ ¦ 7X0= 0
¦ ¦ ¦ ¦¦ 1X0= 0
¦¦¦¦ 3X1= 3
¦¦¦ 7X1= 7
¦¦ 1X1= 1
¦ 3X1= 3
Soma 14 : 10 = 1, resto = 4
CONTROLE (dígito verificador) = 10 - 4
CONTROLE = 6
1) Ativo - as contas dispõem-se em ordem decrescente de grau de liquidez, nos seguintes grupos:
a) Circulante:
I - disponibilidades;
II - direitos realizáveis no curso dos doze meses seguintes ao balanço;
38
III - aplicações de recursos no pagamento antecipado de despesas de que decorra
obrigação a ser cumprida por terceiros no curso dos doze meses seguintes ao balanço;
c) Permanente:
I - Investimentos:
- participações permanentes em outras sociedades, inclusive subsidiárias no
exterior;
- capital destacado para dependências no exterior;
- investimentos por incentivos fiscais;
- títulos patrimoniais;
- ações e cotas;
- outros investimentos de caráter permanente;
II - Imobilizado:
- direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das
atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes
de operações que transfiram à entidade os benefícios, riscos e controle desses
bens. Os bens objeto das operações de arrendamento mercantil devem ser
registrados no ativo imobilizado das instituições arrendadoras conforme
regulamentação específica;
III - Diferido:
- despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão,
efetivamente para o aumento do resultado de mais de um exercício social e que
não configurem tão-somente redução de custos ou acréscimo de eficiência
operacional;
IV - Intangível
39
- direitos adquiridos que tenham por objeto bens incorpóreos, destinados à
manutenção da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive aqueles
correspondentes à prestação de serviços de pagamento de salários, proventos,
soldos, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares.
a) Circulante:
- obrigações, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do Ativo Permanente,
quando se vencerem no curso dos doze meses seguintes ao balanço;
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meses, ressalvados, contudo, os fundos ou programas especiais alimentados com recursos de
governos ou entidades públicas e executados na forma de disposições legais ou regulamentares
que, devido a suas características de longo prazo, devem ser classificados no exigível após três
meses;
e) na classificação, levam-se em conta o principal, rendas e encargos do período, variações
monetária e cambial, rendas e despesas a apropriar;
f) observada a ordem das contas, os valores correspondentes ao realizável ou exigível até três
meses e após três meses inscrevem-se nas colunas verticais auxiliares dos modelos de balancete
e balanço geral;
g) para fins de publicação, além das demais disposições, os valores realizáveis e exigíveis até
um ano e após um ano devem ser segregados, respectivamente, em Circulante e Longo Prazo,
na forma da Lei.
h) para fins de publicação, os títulos e valores mobiliários classificados na categoria títulos para
negociação devem ser apresentados no ativo circulante, independentemente do prazo de
vencimento.
9) Subtítulos de Uso Interno - a instituição pode adotar desdobramentos de uso interno ou desdobrar os
de uso oficial, por exigência do Banco Central ou em função de suas necessidades de controle interno e
gerencial, devendo, em qualquer hipótese, ser passíveis de conversão ao sistema padronizado.
10) A vinculação das despesas e dos gastos registrados no Ativo Diferido com o aumento do resultado
de mais de um exercício social deve ser baseada em estudo técnico elaborado pela entidade, coerente
com as informações utilizadas em outros relatórios operacionais, demonstrando, no mínimo:
a) as condições mencionadas no item 1.1.5.1.c.III;
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b) o cálculo da estimativa do período em que serão usufruídos os benefícios decorrentes das
aplicações.
11) Os saldos existentes no Ativo Imobilizado e no Ativo Diferido constituídos antes da entrada em
vigor da Resolução nº 3.617, de 30 de setembro de 2008, que tenham sido registrados com base em
disposições normativas anteriores, devem ser mantidos até a sua efetiva baixa.
A instituição deve manter o Livro Diário ou o livro Balancetes Diários e Balanços e demais
livros obrigatórios com observância das disposições previstas em leis e regulamentos.
A substituição do Livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, uma vez deliberada
pela instituição, deve ser programada para que se processe na mesma data em todas as suas
dependências. Em tal hipótese, escritura-se o Livro Diário normalmente até a véspera e, ao fim desse
expediente, lavra-se o termo de encerramento.
O livro Balancetes Diários e Balanços deve consignar, em ordem cronológica de dia, mês e
ano, a movimentação diária das contas, discriminando em relação a cada uma delas:
a) o saldo anterior;
b) os débitos e os créditos do dia;
c) o saldo resultante, com indicação dos credores e dos devedores.
A instituição deve possuir o Livro Diário, ou o livro Balancetes Diários e Balanços, legalizado
no órgão competente.
O banco comercial, ou banco múltiplo com carteira comercial, que mantiver contabilidade
descentralizada deve possuir para a sede e cada uma das agências o Livro Diário ou o livro Balancetes
Diários e Balanços, legalizado no órgão competente.
O banco comercial, ou banco múltiplo com carteira comercial, que possua contabilidade de
execução centralizada, com uso de um único livro Balancetes Diários e Balanços, ou Livro Diário,
devidamente legalizado no órgão competente deve manter, nas agências, cópias da contabilização dos
respectivos movimentos e dos balancetes diários e balanços, admitindo-se o arquivo sob a forma de
microfilme.
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No livro Balancetes Diários e Balanços, ou Livro Diário, da dependência centralizadora,
inscrevem-se, em 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano, os seguintes documentos, devidamente
assinados por, no mínimo, 2 (dois) administradores estatutários e pelo profissional de contabilidade
habilitado:
a) o balancete geral, o balanço geral, a demonstração do resultado e a demonstração das
mutações do patrimônio líquido;
b) o balanço geral e a demonstração de resultado da sede e de cada uma das agências, no caso
de banco comercial que possua a contabilidade descentralizada;
c) as notas explicativas e o parecer da auditoria independente.
Nas agências de banco comercial, ou banco múltiplo com carteira comercial, que adote
contabilidade de execução descentralizada, a assinatura dos termos de abertura e encerramento do livro
Balancetes Diários e Balanços, ou Livro Diário, faz-se pelo profissional de contabilidade habilitado,
que será responsável pela escrituração.
As fichas de lançamento devem conter: local, data, identificação adequada das contas, histórico
ou código do histórico da operação e o valor expresso em moeda nacional. Os documentos, inclusive
cheques, podem substituir as fichas de lançamento, desde que neles sejam inseridas todas as
características de lançamento contábil. Quando a instituição utilizar históricos codificados, deve
incluir em cada movimento diário a respectiva tabela de codificação ou arquivo contendo memória das
tabelas de codificação utilizadas.
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A instituição que adote o Livro Diário deve escriturar o Livro Razão de forma que se permita a
identificação, a qualquer tempo, da composição dos saldos das contas, podendo este ser substituído por
fichas ou formulários contínuos.
No Livro Razão, quando utilizado, devem ser elaborados históricos elucidativos dos eventos
registrados, com indicação da conta (nome ou número-código) em que se registra a contrapartida do
lançamento contábil ou com indicação do número sequencial da respectiva ficha de lançamento no
movimento diário, desde que a mesma contemple a informação relativa à contrapartida.
Bancos Estrangeiros
Câmbio
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Sociedades Ligadas
Para fins deste Plano, são consideradas ligadas as sociedades coligadas, controladas ou
controladoras, conforme definido na Lei das Sociedades por Ações, bem como as sociedades que,
mediante controle comum direto ou indireto, integrem o mesmo conglomerado financeiro ou
econômico-financeiro da instituição.
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e) as operações ativas e passivas contratadas com cláusula de reajuste segundo a variação da
Unidade Padrão de Capital (UPC), atualizam-se mensalmente, "pro rata temporis", com base na
variação da OTN. Caso ocorram liquidações no transcorrer do trimestre, a instituição deve
proceder aos estornos pertinentes.
4 - Operações do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) - além das disposições previstas nos itens
1.1.10.1, 2 e 3 anteriores, as receitas e despesas incidentes sobre os saldos dos contratos contabilizam-
se em períodos mensais, cabendo:
a) considerar o cálculo "pro rata" dia, com base no vencimento mensal das parcelas;
b) aplicar o índice de atualização previsto regulamentarmente;
c) destacar as receitas e despesas decorrentes dessas atualizações em títulos específicos, até que
sejam incorporados à nova representação dos direitos e obrigações a que se referirem.
6 - A apropriação contábil de receitas e despesas decorrentes das operações ativas e passivas deve ser
realizada “pro rata temporis”, considerando-se o número de dias corridos.
7 - Contagem de Prazo - no cálculo de encargos de operações ativas e passivas, para efeito do regime
de competência, deve ser incluído o dia do vencimento e excluído o dia da operação.
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8 - Dia de Aniversário - para fins de ajuste de operações ativas e passivas contratadas com cláusula de
variação monetária, entende-se como "dia do aniversário" aquele correspondente ao dia do
vencimento, em qualquer mês, do título ou obrigação. Nos casos em que o dia da liberação for menor
ou maior do que o "dia do aniversário", deve ser efetuado o cálculo complementar referente ao número
de dias compreendido entre o "dia do aniversário" e o da liberação, complementando ou reduzindo a
apropriação efetuada no primeiro mês.
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Unidade IV – Operaçoes de Credito
4.1. Introdução
Seja por padrões negligentes de crédito ou fraca gestão de risco de carteira, historicamente, os
problemas da carteira de créditos têm sido a principal causa de prejuízos e falências. Desta forma, a
gestão eficiente da carteira e da função de crédito é fundamental para a segurança e a integridade de
uma instituição.
a) Operações Prefixadas são aquelas em que os encargos são conhecidos por serem
previamente determinados, não estando sujeitos a modificações durante o prazo de vigência
contratual; e
b) Operações Pós-fixadas são operações contratadas com cláusula de atualização em que os
encargos são conhecidos após a divulgação periódica da variação do indexador.
Além das espécies descritas no item anterior, podemos ainda classificá-las nas seguintes
subespécies:
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clientes e os débitos além dos seus saldos. Assim que os clientes disponibilizam recursos na
conta, esses são transferidos de volta para a IF;
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4.4. Vedações para a concessão de crédito
O Caráter
O histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações financeiras, contratuais e
morais. Os dados históricos de pagamentos e quaisquer causas judiciais pendentes ou concluídas
contra o cliente seriam utilizadas na avaliação de seu caráter.
As Condições
As condições econômicas e empresariais vigentes, bem como circunstâncias particulares que
possam afetar qualquer das partes envolvidas na negociação. Por exemplo, caso a empresa tenha
estoques excessivos de um item que o solicitante deseja comprar a crédito, a empresa poderá propor
vendas em condições mais favoráveis ou vender para clientes com menos condições de obter crédito.
Enfim, a análise das condições econômicas e empresariais, assim como as circunstâncias especiais que
possam afetar tanto o cliente quanto a empresa vendedora, fazem parte da avaliação das condições.
A Capacidade
O potencial do cliente para quitar o crédito solicitado. Análises dos demonstrativos financeiros,
com ênfase especial nos índices de liquidez e de endividamento, são geralmente utilizados para avaliar
a capacidade do solicitante de crédito.
O Capital
A solidez financeira do solicitante se encontra indicada pelo patrimônio líquido da empresa. O
total de exigíveis (a curto prazo e a longo prazo) em relação ao patrimônio líquido, bem como os
índices de lucratividade são frequentemente usados para avaliar o capital do demandante do crédito.
O Colateral
O montante dos ativos colocados à disposição pelo solicitante para garantir o crédito.
Naturalmente, quanto maior esse montante, maior será a probabilidade de se recuperar o valor
creditado, no caso de inadimplência. O exame do balanço patrimonial e a avaliação de ativos em
conjunto com o levantamento de pendências judiciais podem ser usados para estimar os colaterais.
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4.6. Provisão de Operações de Crédito
Provisões adicionais
Segundo o artigo 1º, as instituições que constituírem provisão adicional aos percentuais
mínimos requeridos pela Resolução 2.682/1999, podem, para fins de apuração do
Patrimônio de Referência (PR), de que trata a Resolução 3.444/2007, adicionar
integralmente o respectivo valor ao Nível I do PR.
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Assim, as instituições financeiras avaliam o risco de crédito do cliente (arrendatário) e do bem
objeto do leasing, que é avaliado como um colateral, ou seja, funciona como uma garantia real da
operação, capaz de mitigar o risco de crédito.
Entretanto, diferentemente dos outros produtos de crédito, o leasing possui uma formatação
jurídica de aluguel (ou arrendamento), onde a contrapartida paga periodicamente pelo locatário (ou
arrendatário) ao proprietário do bem ou do ativo objeto da operação (arrendador) abrange tão somente
o direito de utilização daquele bem ou daquele ativo pelo período ao qual corresponde a
contraprestação.
Fornecedor: é quem o cliente escolheu para lhe fornecer o bem, pelo preço ajustado e que será
entregue após a emissão da ordem de compra pela arrendadora.
Bens a serem arrendados: bens imóveis e móveis, de produção nacional ou estrangeira, tais
como veículos, máquinas, computadores, equipamentos, entre outros.
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Já o arrendamento mercantil operacional (ou leasing operacional) é a operação na qual a
arrendatária, a princípio, não tem a intenção de adquirir o bem ao final do contrato. Assim, após a
utilização do bem pelo prazo estabelecido e cumpridas todas as suas obrigações a arrendatária poderá
ao final do contrato ter as seguintes opções: devolver o bem à arrendadora, prorrogar o prazo do
contrato ou exercer a opção de compra do bem pelo seu valor de mercado, à época de tal opção.
O pagamento do VRG poderá ser no ato (pago pela arrendatária no início do contrato),
parcelado (em parcelas pagas na vigência do contrato, nos mesmos vencimentos das contraprestações)
e no final (pago no encerramento do contrato).
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comprar o bem: essa opção somente poderá ser exercida ao final do prazo contratual e pelo
valor que estiver previsto no contrato;
renovar o contrato: é a opção na qual a arrendadora e a arrendatária renovam o contrato por
um novo prazo e em novas condições;
devolver o bem: nessa opção, caso a arrendatária opte pela devolução do bem, a arrendadora
o venderá no mercado. O valor obtido nesta venda terá o seguinte destino:
(i) se o VRG foi totalmente pago, o produto da venda será devolvido à arrendatária;
(ii) se o VRG não foi totalmente pago, e sendo o valor superior ao VRG, a diferença será
devolvida à arrendatária, descontando-se, em qualquer das hipóteses, as despesas
incorridas para a realização da venda; e
(iii) se o valor apurado for inferior ao VRG, a arrendatária deverá efetuar o pagamento
em complemento à esta diferença.
Vedações
Benefício fiscal
Com a redução da vida útil permitida para o cálculo da despesa de depreciação aceita como
dedutível, a quota de depreciação mensal e, consequentemente, a despesa mensal de depreciação acaba
sendo maior, o que reduz o lucro real (base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social).
Embora esse benefício fiscal se manifeste no arrendador, tendo em vista que é quem tem a propriedade
formal do bem, acaba representando uma renúncia fiscal, ou seja, o governo abre mão de tributação. E
esse valor do qual o governo abre mão tende a ser “rateado” entre arrendador e arrendatário tornando a
operação mais vantajosa para ambos se comparada a um financiamento convencional.
A confusão contábil surge a partir do momento em que a legislação tributária, como condição
para conceder o benefício fiscal, diz como o contrato deve ser contabilizado tanto no arrendador como
no arrendatário (Lei nº. 6.099/74 alterada pela Lei nº. 7.132/83 e Portaria MF nº. 140/84). No caso, a
legislação tributária determina que o contrato deva ser contabilizado segundo sua forma, ou seja, como
se aluguel fosse. Assim, o bem fica registrado no ativo permanente da arrendadora, que também
contabiliza sua depreciação. As contraprestações, quando exigíveis pelo arrendador junto ao
arrendatário, são reconhecidas como receita no primeiro e como despesa no segundo.
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Sendo assim, o COSIF não teve outra alternativa a não ser acatar essa imposição da legislação
tributária, priorizando o aspecto formal da operação para sua contabilização primária, em detrimento
da sua essência.
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patrimônio líquido e no resultado da arrendadora. Para eliminar essa distorção, há necessidade de se
ajustar a depreciação. Para tal, compara-se o valor contábil do contrato - VC (obviamente,
considerando o contrato como um aluguel) com o valor presente das contraprestações – VP.
Nesse caso, se o VC>VP, significa que o patrimônio e o resultado da instituição financeira
ficaram SUPERAVALIADOS por contabilizar a operação pela forma, ao invés da essência. Logo, o
alvo do ajuste passa a ser a depreciação, uma vez que a depreciação tem por efeito reduzir o resultado
e o patrimônio líquido. Ou seja, diz-se que houve uma INSUFICIÊNCIA DE DEPRECIAÇÃO. E
ajusta-se a depreciação, complementando-a através de um lançamento a débito de resultado contra um
crédito no ativo permanente imobilizado.
Se o VC<VP, significa que o patrimônio e o resultado da instituição Financeira ficaram
SUBAVALIADOS por contabilizar a operação pela forma, ao invés da essência. Logo, o alvo do ajuste
também passa a ser a depreciação, como se houvesse uma depreciação a maior. Ou seja, nessa situação,
diz-se que houve uma SUPERVENIÊNCIA DE DEPRECIAÇÃO. E ajusta-se a depreciação, “estornando”
o valor a maior através de um lançamento a crédito de resultado contra um débito no ativo permanente
imobilizado.
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Bibliografia
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional –
COSIF. Brasília: DEMAP, 2005.
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 15. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.
MOREIRA, Cláudio Filgueiras Pacheco. Manual de Contabilidade Bancária. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2008.
Sites da Internet
BM&FBOVESPA (http://www.bovespa.com.br).
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