Oliveira Vianna - Evolução Povo Brasileiro PDF
Oliveira Vianna - Evolução Povo Brasileiro PDF
Oliveira Vianna - Evolução Povo Brasileiro PDF
,.POVO BRASILEIRO
2098
I
OBRAS DO AUTOR
•...
Serie S.ª B R A S I L I A N A. Vol. 10
BIBLIOTHECA PEDAGOGICA BRASILEIRA
OLIVEIRA VIANN A
Membro titular do Instituto lnlemacioual de Anthropolo9ia; IOclo da Sociedade
doa Americani,tas. de Paris; da Sociedade Portugueza de Anthropologia e Ethno•
lot11ia e da Academia Porlut11oeza de Rietoria; da Uniou Cultural Univer1al, de
Sevllba; da Academia de Scienciaa S0ciae1., de Havana; 1ocio effectivo do lnetituto
Bi,torico e Geographico Brasileiro, ete.
EVOLUÇÃO DO
POVO BRASILEIRO
1938
COM.PANHIA EDITORA NACIONAL
Sfio Paulo - Rio de Janeiro - Recife - Porto Alesre
PREF A.CIO Á 2.ª EDIÇÃO
Este livro sáe nesta nova edição como sahiu ·11,a pri..
meira: não lhe introduzi modificação alguma, salvo
ligeiríssimos retoques de forma.
Não vi razão para alteral-o nem no seu pensamento,
nem nas suas conclusões. Estes dez annos, decorridos de-
pois da sua primeira edição, não trouxeram nenhium des-
mentido ás suas affirmações; antes, as robusteceram em
muitos pontos. Todas as tendencias nelle assigna,ladas,
sociaes, ethnicas e políticas, se accentuaram cada vea
mais: SOCIALMENTE - a tendencia colonisadora para os
chapadões centraes; ETHNICAMENTE - a evolução arya- ·
nisante dos nossos grupos miscegeneos; POLITICAMENTE -
o movimento para a centralização, para a ascendencia
· do poder central.
Dos meus livros foi este o unico que teve uma cri
tica pouco sympathica e isto mesmo porque esta se limitou
a f ocalisar a sua attenção exclusivamente sobre um ponto
unico, entre muitos outros abordados no livro: a questão
da presença do famoso dolico-louro, do H. EUROPEUS,
de Lapouge, na aristocracia do bandeirismo• .
Era esta these, como o leitor ve1'á, apenas uma va.ga.
conjectura, simples e innocente hypothese, sem alcance
10 0 LI V·E IR A· VI A N NA
II
III
! - •. P, MAZILBlllO
,...
18- ·0 LI V EIRA V I A N N A
:;
.:,
central acabaria tendo sobre as forças centrifugas do
. localismo e do provincialismo o triumpho definitivo.
Os acontecimentos estão mostrando que esta con-
clusão - induzida da observação dos factos da nossa
realidade politica e social - não continha uma prophecia
vã. O direito da Nação á sua unidade e, como expressão
desta unidade, á s.ua supremacia sobre todos os centros
regionaes e locaes de vida politica, é hoje, com
effeito e· tudo o está demonstrando - um direito defi-
nitivamente adqufrido, para sempre incorporado ao pa-
trimonio constitucional do paiz. Nenhum brasileiro,
dotado de um grão de senso politico, por menor que seja,
admittirá mais a possibilidade de um retorno á dissociação
e á desintegração anteriores.
O. V.
EVOLUÇÃO DO POVO BRASILEIRO
La · science politique
est la science de l'évolu-
tion sociale, et l'art poli-
tique celui de diriger
aux mieux l'évolution à
venir,
LAPOUGE
1.
,.
INTRODUCÇÃO
SUMMARIO:
n
Partt os evolucionistas: por exemplo, o nucleo fami-
liar era a cellula originaria das sociedades. O agrupa-
mento de familias déra a tribu. O agrupamento de t.ri-
bus déra o povo. O agrupamento de povos déra -a nação.
De modo que as sociedades humanas, mais ou menos
complexas, não eram sinão uma integração progressiva
de familias. Todos os grandes povos da antiguidade
haviam tido esta genese e esta evolução. Ora, a erudição
historica, com Eduardo Meyer, com Meillet, com Camillo
J ullian e outros, mostrou que esta lei não era geral, que
nem todos os povos da antiguidade haviam tido esta mar-
cha evolutiva e era em associações muito mais vastas que·
elles buscavam a sua origem (2).
Para os evolucionistas, a familia, em todas as socie-
dades, havia seguido a mesma evolução uniforme: pri-
meiro, a promiscuidade da horda troglodytica ; depois, o
'
falho conceito da "evolução linear" elle contrapôz o novo
e fecundo conceito da "pluralidade das linhas de
evolução".
Na esteira e no exemplo, de Tarde, seguiu-se toda.
uma geração de pensadores, que acabaram mostrando,
da maneira mais robusta e peremptoria, a inanidade das
velhas formulas geraes e reconhecendo que Tarde tinhs.
razão quando affirmava a existencia de numerosos typos
de evolução independentes.
Dessas desillusões dos primeiros enthusiasmos parece
que a sciencia colheu, afinal, a lição de um sabio sce-
pticismo. Dir-se-á que os modernos pensadores se lou-
1vam naquelle conselho de prudencia de um personagem
de Maeterlinck: "- Ne faisons pas de lois avec quelques
débris ramassés. dans la nuit qui entoure nos pensées".
Não vae, porém, nesta attitude sceptica e prudente
nenhum principio de negativismo da capacidade da scien-
cia para elevar-se ás grandes leis geraes, nem uma con-
fissão da bancarrota dos seus princípios fundamentaes.
Essa attitude é apenas o reconhecimento da precipitação
com que andaram alguns dos mestres mais graduados
do pensamento moderno. Reage-se contra o uniformismo,
· o unilateralismo, o fatalismo da evolução ; pedem-se for-
mulas mais largas e menos rijas, capazes de conter toda
a incontavel riqueza de formas da vida social.
E' tamanho o espirito de liberdade, que está presi-
dindo a investigação scientifica contemporanea, que já
se começa a dar logar, entre os· factores determinantes
da evolução dos povos, a uma causa, que, ha cincoenta
·EvoiuçÃo oo Povo BRASILEIRO 33
III
1 -· E. P. IIRAZlL8fflO
Or.rvEIRA VrANNA
IV
Os antigos, aliás, tinham um sentido muito subtil
desses effeitos das influencias locaes. De cidade a
cidade, dentro de um mesmo povo, elles sentiam que
havia qualquer cousa impalpavel, mas real, que as
fazia differentes - e attribuam este facto á acção de ·
uma poliada ou demonio invisível, a que elles chamavam
o "genio do logar", genius loci. Hoje, a sciencia dos
geographos, dos meteorologistas, dos physiologistas,
dos anthropologistas, dos psychologos, dos sociologos,
dos historiadores reconhece e justifica a sabedoria da
experiencia antiga e explica pela acção modeladora
do meio cosmico essas differenças subtis, em - que os
antigos viam a traça misteriosa de uma entidade
sobrenatural.
Cada sociedade tem, na verdade, a sua maneira
propria de arranjar-se no seu habitat, de adaptar-se
SUMMARIO:
II
.-.... -UJI-
50 OLIVEIRA Vi1ANNA
III
IV
São Boaventura, 41
Niteroi
•
, '
PRIMEIRA PARTE:
Evolução da sociedade
SEGUNDA PARTE:
Evolução da raça
TERCEIRA PARTE:
Evolução das instituições politicas.
-. '
PRIMEIRA PARTE
Evolução da Sociedade
SUMMARIO:
II
5 - a, P, 88.UU.~,ao
66 ÚLlVEIRA VIANNA
III
IV
VI
VII
94 OLIVEIRA. Vi'ANNA
VIII
7 - &, P. -...ILIDBO
98 OLIVEIRA VIANNA.
IX
'.
100 ÓLIVEIRA VIANNA
XI
8 - R. P. IIIIAZIJ.IUJIO
114
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
9 - 8, P. IMZILK!RO
130 ÜL~VEiltA VIANNA
XIX
XX
•
EVOLUÇÃO DO Povo B:aASILElllO J35
Arl!a Ãrea
cultivada cultivade
Estados o/'o Estados o/'o
SEGUNDA PARTE
Evolução da raça
SUMMARIO:
1. O povo portuguez: aua composlçllo ethnica na época do
descobrimento. - II. Os colonizadores brancos. Seus cara-
cterísticos anthropologicos e ethnologicos. - III. População
indígena. Caracterização antkropologica do "Homo· ame-
ricanwi" . .{V. Elemento negro. Somatologia e psychologia do
"H. afer". Tribus negras importadas. - V e VI Diatribui-
ção geographica do elemento vermelho. - VII. Distribuição
geographica do elemento negro. - VIII. Distribuição social:
a) do homem vermelho; b) do homem negro; e) do homem
branco. - IX. Potencialidade eugenistica das raças barbaras.
Eugenismo do negro Eugenismo do índio. - X. Os mesti-
ços. Sua genese; sua condição; sua capacidade ascensional.
- XI. O typo anthropologico do brasileiro. Dil!iculdade da
sua fixação. Caracteres communs aos typos regionae, do
norte e do sul. - Xll. Evolução dos typos regionaes no sen-
tido da sua aryanização progressiva. - XIII. Selecções tel-
luricas e sociaes: o sentido aryanizante da sua acção. Nata-
lidade e mortalidade do "H. á/er" na sociedade colonial. O
homem branco e sua alta fecundidade em nosso clima. -
XIV. Selecções ethnicas. O problema do cruzamento. Insta-
bilidade dos typos mestiço,. Tendencia para a clarificação
dos mestiços. O apuramento da raça. - XV e XVI. O phe-
nomeno da aryanização progressiva da nossa população.
Dados estatisticos que a demonstram.
V ASTO campo de fusão de raças, o nosso paiz se
faz, nos primeiros seculos da sua formação, o
centro de convergencia de tres raças distinctissi-
mas, duas das quaes exoticas. Em nenhum povo a ori-
. gero ethuica ha provindo da mistura de raças tão ra-
dicalmente differentes. Os caldeamentos ethnicos t~m
aqui uma intensidade, uma generalidade e uma comple-
xidade que os nossos irmãos latinos do continente não
conhecem. Nestes p6de-se dizer que o seu miscigenismo
evolue em torno de duas raças apenas : a branca e a
india : o negro tem ali uma intervenção muito secunda-
ria na formação ethnica do povo. Entre nós, ao contra-
rio, o negro, o indio e o branco caldeiam-se profunda-
mente, cruzam-se e recruzam-se em todos os sentidos,
dous a dous, tres a tres, em todos os pontos do territo-
rio e, como cada um desses elementos traz uma estru-
ctura anthropologica propria e uma constituição psy-
chologica especifica, comprehende-se como é arduo o
problema da determinação da influencia que cada um
delles tem na formação do nosso povo e na constitui-
ção dos caracteres somaticos e psychologicos dos nossos
typos nacionaes. Esta difficuldade augmenta -ainda mais
quando consideramos que, mesmo dentro de cada uma
dessas raças originarias, os seus representantes não pos-
suem todos a mesma unidade morphologica, nem a mes-
140 OLITZl!t.A. VIANN.A.
II
10- ................
146 OLIVEIRA VIANNA
III
IV
V
Essas tres raças fundamentaes, assim tão differen-
tes e diversificadas, caldeiam-se em nosso territorio em
dosagem muito variadas, conforme o maior ou menor
gráo de condensação de cada uma dellas neste ou
naquelle ponto do paiz. Em certas regiões, os elemen-
tos indígenas dominam e preponderam na sua mesti-
çagem com o bnmco ; noutras, são os negros a base
principal do caldeiamento; noutras ainda, a percenta-
gem dos elementos áricos é mais elevada e o tYPo
ethnico emergente reflete, na sua caracterização, essa
condição particular da sua genese. Devido a essa diver-
sidade na distribuição geographica das tres raças for-
madoras, os typos ethnicos regionaes não apresentam
a mesma unidade de caracteres morphologicos, nem
à mesma identidade de temperamnto e mentalidade:
dahi a impossibilidade de enfeixal-os, no ponto de
vista da anthropologia e d,a ethnologia, n.um typo unico
e nacional.
Os homens da raça branca, menos ' numerosos · do
que os da negra e da indigena, não se distribuem de
EvoLUÇÃo oo Povo BRASILEIRO 159
VI
Na distribuição ,geographica das outras duas ra-
ça11 e seus mestiços, notamos a mesma desegualdade
observada na distribuição do contingente aryano. Os
162 Otl\7'.ElRA VIANNA
VII
VIII
IX
U - a. P. IIRUIUIIIIO
178 OLIVEIRA VIANNA
XI
Alagôas.
Amazonas •
. .. .. .. 81,08
28,32
10,14
8,08
18,40
48,38
4.0,38
20,27
Bahia
Ceará
.. .. .. .. .. 25,59
44,61
20,39
8,65
7,83
37,12
46,19
29,72
Di.stricto Federal. . 64,72 12,35 3,33 21,60
Espirito Santo . 44,14 36,09 6,38 85,32
Goyaz ... . . 33,63 ta,03 11,26 42,18
Maranhão • . . . 31,63 16,16 15,22 37,99
Matto Grosso .. . 49,83 13,86 14,80 41,42
Minas Geraes •. . 40,60 38,31 6,16 84,93
Pará. . . . . : 89,21 6,76 39,94 84,09
Parahyba do Norte • 46,89 7,08 80,71 36,39
Paraná. . . . . 63,80 5,37 12,37 18,66
Pernambuco . .. 41,14 11,53 7,71 89,62
Piauhy • .. .. 48,34 16,18 20,19 36,29
Rio de Janeiro. . 42,95 6,79 4,16 28,10
Rio Grande do Norte 44,12 8,98 9,39 87,51
Rio Grande do Sul • 70,37 8,68 5,35 16,80.
.
Santa Catharina , 84,79 4,80 3,26 7,16
São Paulo. . .. 68,07 12,97 15,72
....
8,24
Sergipe. 49,72 14,77 6,54 48,99
NACIONALIDADES
ANNOS Hespa. Portu- Austria- TOTAL
ItalianOf' 1
nhóes guezes cos
1890 20.991 4.875 5.561 620 32.047
1891 84.486 9.284 5.652 1.876 101.198
1892 34.274 3.166 3.551 535 41'.526
1893 48.739 19.122 11.421 . 1.996 81.278
1894 (•). 22.420 5.869 4.676 1.042 84.007
1895 e•>. 84.722 13.989 14.185 1.120 114,016
1896 (•). 49.846 14.965 5.713 8.663 74.187
1897 (•). 52.880 9.943 3.751 3.097 69.671
'
1898 (•). 20.389 8.439 2.470 463 26.761
1899 (•). 11.496 2.342 2.140 498 16.476
1900 <·>. 7.460 2.055 251 1.335 11.101
1901. 5fi.764 6.744 4.927 540 67.975
TOTAL. 493.467 95.793 64.1981 16.785 670.243
li - 8. P. DAZILWIRO
194 ÜI,,IVEIRA VIANNA
'1
/'
198 OLIVEIRA VIANNA
Anno11
Allemães e brasileiras 63 91
Allemães e allemãs • 22 29
Italianos e brasileiras 138 107
Italianos e italianas • 38 60
Portuguezes e brasileiras 308 97
Portuguezes e portuguezas 9 82
Hespanh6es e brasileiras 88 59
Hespanhóes e hespanholas • 4 '1
XII
Neste trabalho de aryanização do nosso povo, ha
outros collaboradores mais energicos do que a immi-
gração das raças brancas da Europa. Ha as selec-
ções naturaes e sociaes, que acceleram extraordinaria-
mente entre nós a rapidez do processo reductor dos ele-
mentos barbaros. O meio physico e o meio social têm
','
200 OLIVEIRA VIANNA
Brancos, + 1,21
Mulatos . • + 0,92
lndios + 0.34
Pretos . - 0,62
XIII
\. IA - 11, •. llllillLIIIIIO
210 ÜLIVEIBA VIANNA
XIV
Disse alguem que as estatísticas são a consciencia
das sociedades : por ellas é que estas tomam conheci-
mento das transformações obscuras, que se operam na
intimidade da sua economia, ou, por assim dizer, dos
phenomenos da sua vida subconsciente. Essas myste-
riosas operações, que as varias modalidades de selecção
ethnica estão realizando na intimidade da nossa massa
· nacional, no sentido de clarificai-a e aryanizal-a, si
são, a bem dizer, imperceptíveis a olho nú, mostram-
se, entretanto, claríssimas, de uma visibilidade meri-
diana, quando reveladas á luz dos dados estatísticos.
Estes é que nos vão dar a conhecer, na sua plenitude,
a portentosa efficiencia desse maravilhoso, si bem que
obscuro, trabalho selectivo, a que está sujeito , o nosso
povo, desde o primeiro seculo colonial, mas cuja rea-
lidade sómente se torna demonstravel ao chegarmos
aos fins do IV seculo.
/.
'!!o 1
Brancos
ANNOS
1 Negros lndios
XV
II
III·
IV
/ 1S - 8, P, -n.mao
226 OLIVEIRA °VIANNA
VI
VII
16 - s. P. DRAIJLURO
242 OLIVEIRA VIANNA
VIII
1 •
IX
X
Na organização do mecanismo politico da colonia,.
não são sómente os "factores geographicos" que actuam
... com a sua acção desintegradora e differenciadora.
Ha tambem que contar com a collaboração dos "fa-
otores sociaes", concorrendo para complicar e hetero-
genizar ainda mais a simplicidade da primitiva orga..
nização. Os homens do governo colonial, na solução
do problema administrativo, não têm que attender
apenas ás condições de dispersão e dif f erenciação dos
varios nucleos humanos; são obrigados a considerar
tambem a sua complexidade interior, a complexidade
da sua estructura, oriunda da complexidade dos ele-
mentos ethnicos e sociaes; que entram na sua formação.
Os apparelhos administrativos soffrem a repercussão
dessa complexidade interior dos nucleos sociaes: e sur-
gem instituições e orgãos, que não têm outra razão de
ser senão as particularidades que revelam a massa
colonial.
O elemento ethuico, por exemplo, é um agente de
differenciação politico-administrativo de grande valor
no periodo colonial. Os governadores comprehendem
que estão deante ele uma sociedade, não sómente, clis~
persa e ganglionar, mas de uma heterogeneidade ethni-
éa inteiramente desconhecida na Península. Tres ra-
ças differentissimas, a branca, a negra, a vermelha, se
defrontam, inconfundidas a principio ; depois, pouco
a pouco, se misturam, criando os typos in.termedios da
17 ..................
258 OLIVEIRA VIANNA
XI
XII
XIII
li - 8, P, ...,...,._
274 OLIVEIRA VIANNA
XIV
XV
XVI
XVII
11-a.·---
290 0LIV~IRA VIANNA
XVIII
1
EvoLUÇÃO no Povo BRASILEIRO 291
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
O- •· •· a.uumo
306 OLIVEIRA VIANNA
X.XIV
XXV
XXVI
•
Com a republica federativa, o poder central, todo
poderoso no velho regimen, vê, com effeito, cerceada
a sua omnipotencia. · Não succumbe, é certo ; primeiro
- porque os fundadores do regimen republicano, transi-
gindo com as aspirações autonomistas, libertam immedia-
tamente as antigas provincias das malhas da centraliza-
ção ; .segundo - porque o Imperio, nos seus quasi setent~
annos de existencia, havia formado o habito de obe-
diencia ao centro fluminense e fortalecido o sentimento
da patria una. O principio dominante do regímen é,
porém, um principio que colloca em posição subalterna
o poder central diante dos poderes estaduaes: tudo o
que a Constituição não confere expressamente ou im-
plicitamente á União, ou não nega aos Estados, pre-
sume-se ter sido deferido aos Estados (1).
Os elaboradores do novo regímen, limitando cui-
dadosamente os poderes da intervenção do centro na
XXVII
XXVIII
21 - li, P, la.dlUIIIO
•
322 OLIVEIRA VIANN.A.
XXIX
XXX
XXXI •
Os ·estadistas republicanos são forçados, como vi~
mos (§ XXIV), a ceder, como os do período colonial,
. diante da pressão dos factores geographicos. O regí-
men de federação centrifuga, que instituem com a Cons-
tituição de 189] e que, como demonstramos, tanto en-
fraquece o poder central, é para elles uma solução de
méra prudencia política (7). O regímen unitario, entre
XXXII
Realmente, o periodo republicano caracteriza-se,
principalmente, pelo rapido desenvolvimento dos ·meios
de communicação material e espiritual Se, no ponto
de vista da estabilidade politica e das garantias do ci-
dadão, o Imperio não receia um confronto com a Re-
334 ·O L I V'E I R A V I A N N A
1860.
1870-71 •
. .. .
w . .. .. 515.077
542.508
6.215.643 5.730.720
9.200.162 9.722.670
1880-81 • . . . . 3.006.388 19.353.609 20.359.997
1890. ,•
/
.... 3.401.049 49.039.969 50. 441·. 078
Official Total
'NUMERO DE Desenvolvi-
ANNOS
Estações Metros mento
1913
1914
•
• .
. .. .. 740
752
84.377.419
36.472.840
68.968.925
68.082.226.
1915 .•. . . .. 729 37.097.548 S7.854.047
1916 •... . . 748 38.881.579 70.439.421'
1917
1918
. . ..
. ..
.. . 801
848
39.666.821
41.810.527
72.011.661
75.823.079
1919
1920
.
.
.. ... .. . 916
971
43.212.060 78.048.982
44,446.580 79.980.899 •
XXXIII
XXXIV
xxxxv
Não é só o desenvolvimento dos nossos apparelhos
de circulação geral que está preparando o nosso am-
biente politico para o prestigio crescente da União, para
a crescente ascendencia do poder federal sobre as uni-
dades federadas. Outras circumstancias influentes tra-
balham, nestes ultimos tempos, egualmente no me;mo
sentido. ·
Em primeiro logar, ba que contar a collaboração
cada vez mais estreita do governo federal na vida econo-
EVOLUÇÃO DO Povo BRASILEmO 347
XXXVI
INTRODUCÇÃO
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(Pa11:. 82)
1II
Floresta de Araucarias
(Pair. 103)
I
.,
lndios Camacans
(P~. 150)
XIV
Indios Coroados
Indios Coropós
(Pae. JIIS)
Indios Machacari
Negros Benguela
(Pair. lli~I
XVI
Cabinda Quilôa
Rebolla Mina
(Pair. 166)
111
Benguela Angola
Congo Monjolo
(Pa11. 167)
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