OK Humanização Na Assistência Aos Pais Dos RN Prematuros Internados Na UTIN No HCC
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OK Humanização Na Assistência Aos Pais Dos RN Prematuros Internados Na UTIN No HCC
RN Recém-nascido
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................7
2 OBJETIVOS ..........................................................................................................................8
2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................................8
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................................8
3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................9
3.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A ASSISTÊNCIA NA UTI NEONATAL ........................ 9
3.2 O RECÉM-NASCIDO PREMATURO..............................................................................12
3.3 O DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DO BEBÊ PRÉ-TERMO. .............................14
3.4 O CUIDADO CENTRADO NA FAMÍLIA.......................................................................15
3.5 HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE PAIS-BEBÊ... ..................................17
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .....................................................................21
4.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................................21
4.2 CAMPO DE ESTUDO.......................................................................................................21
4.3 SUJEITOS DO ESTUDO...................................................................................................22
4.4 CRITÉRIO DE INCLUSÃO ..............................................................................................22
4.5 CRITÉRIO DE EXCLUSÃO... ..........................................................................................22
4.6 AMOSTRA.........................................................................................................................22
4.7 COLETA DE DADOS .......................................................................................................23
4.8 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................................23
4.9 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ............................................................................................24
5 CRONOGRAMA.................................................................................................................25
6 ORÇAMENTO ....................................................................................................................26
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................27
APÊNDICE A .........................................................................................................................31
APÊNDICE B..........................................................................................................................32
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1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
colocados para crescer e desenvolver. Couney cuidou com sucesso de mais de cinco mil
prematuros durante as quatro décadas seguintes. Contudo, as mães não tinham autorização
para permanecer com seu filho e, em muitos casos, havia dificuldade em convencer os pais a
receberem seus filhos de volta (KLAUS; KENNELL, 1982).
Seguindo os preceitos de Couney, os berçários passaram a desencorajar fortemente
as visitas para evitar a disseminação de infecções, que foram as responsáveis pelos altos
índices de morbidade e mortalidade de recém-nascidos prematuros no início de 1900. Essas
medidas contribuíram para excluir totalmente a participação dos pais nos cuidados dos filhos
internados em hospitais (AVERY, 1978).
Foi somente em 1923 que o primeiro centro de atendimento a recém-nascidos
prematuros foi fundado, o Sarah Morris Hospital, em Chicago. Julio Hess foi o instituidor e
diretor desse Centro, que, assim como Budin, estimulava a retirada do leite materno e a
participação das mães nos cuidados com seus filhos.
O pediatra Hess tornou-se a autoridade americana em relação à prematuridade e,
através dele, o tratamento neonatal entrou na cadeira acadêmica. No entanto, a mortalidade
neonatal permanecia elevada, principalmente em decorrência de doenças infecciosas. Assim,
nas unidades de prematuros criadas após o Sarah, seguiu-se um padrão de regulamentos muito
restritivos, com manuseio limitado dos bebês, isolamento rigoroso e afastamento completo
dos visitantes, inclusive dos pais (KLAUS; KENNELL, 1982). Com os avanços técnico-
científicos na neonatologia, reduziram-se as taxas de mortalidade, e a infecção hospitalar foi
controlada, porém a permanência do isolamento restrito do recém-nascido no berçário
ocasionou a separação entre mãe e filho, prejudicando o vínculo entre eles e a efetivação do
aleitamento materno (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2004).
No início da década de 40, as visitas dos pais aos bebês prematuros hospitalizados
continuavam reduzidas. Ocorriam uma ou duas vezes por semana, por período que variava
entre 30 e 60 minutos. Os centros de atendimentos continuavam seguindo um conjunto de
normas e regulamentos severos com o objetivo de prevenir infecções (AVERY, 1999).
O distanciamento entre os pais e os bebês permaneceu até os anos 60 e, somente após
esse período, começou a se evidenciar que crianças separadas de seus pais por longos
intervalos de tempo, depois do nascimento, apresentavam grandes possibilidades de
retornarem ao hospital, manifestando alterações no desenvolvimento ou vitimadas por maus
tratos – mesmo depois de terem recebido alta em plenas condições. Foi a partir dessa época,
que surgiram estudos sobre a formação do vínculo e a importância da relação entre pais e
filhos (KLAUS; KENNELL, 1982).
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Durante as décadas de 50 e 60, estudos realizados sobre o vínculo afetivo entre pais-
bebê demonstraram que essa ligação fazia parte de um sistema de comportamento que servia
para a proteção da espécie, já que os bebês são seres indefesos e incapazes de sobreviverem
sozinhos por um longo período de tempo. Dessa maneira, o apego dos bebês aos pais ou
cuidadores é o que possibilitaria a sobrevivência da espécie (BOWLBY, 1990).
A partir da década de 70, os especialistas em pediatria defenderam a idéia de reunir
os bebês com patologias severas em unidades especiais, propondo um tratamento mais eficaz.
As maternidades que atendiam bebês prematuros passaram a ser denominadas maternidade de
tratamento especial e, desta, para unidade de terapia intensiva de recém-nascidos (DOWNES,
1992).
Com o surgimento das UTI neonatais, os cuidados prestados ao recém-nascido
enfermo tornaram-se cada vez mais especializados, através de novas técnicas e equipamentos
sofisticados; contudo, a família não foi incluída como parte da recuperação do neonato
(TAMEZ; SILVA, 2002).
Conforme os autores acima citados, somente nos últimos anos foi reconhecida a
importância de prestar assistência além das necessidades do recém-nascido prematuro,
passando a promover o cuidado centrado na família, e incluindo os aspectos psicossociais dos
pais. Sabe-se que, atualmente, algumas UTI neonatais incentivam os pais a reassumirem o
relacionamento com o filho, e a tornarem-se participantes ativos dos cuidados com o bebê,
desde a admissão até a alta hospitalar.
No Brasil, a neonatologia sofreu influências dos países mais desenvolvidos; assim,
no início do século XX, a assistência prestada ao recém-nascido iniciava sua organização
baseada nos métodos estrangeiros (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2004).
Nessa breve descrição histórica da assistência na UTI neonatal, percebe-se que os
acontecimentos da época geraram o contexto de exclusão dos pais, que até a poucos anos se
repetiam nas UTI neonatais. Como conseqüência dessa exclusão, a ruptura do vínculo afetivo
entre pais-bebê, embora menor, ainda parece persistir até os dias de hoje.
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eles retornavam às unidades hospitalares por diversas razões, entre elas, por espancamento,
abuso físico e retardo no crescimento.
Percebeu-se, então, a extrema importância de resgatar o vínculo afetivo entre pais-
bebê, visto que a força e o caráter dessa ligação formam os pilares que irão influenciar a
qualidade de todas as relações e ligações futuras dos bebês com seus pais, familiares e outras
pessoas.
Nesse sentido, a UTI Neonatal não precisa ser o palco onde acontecem os dramas da
prematuridade e geram-se as descontinuidades e invasões ambientais, mas pode tornar-se um
espaço mediador para resgatar o vínculo e o apego entre os pais e o bebê. E, assim,
possibilitar, a construção de uma relação consistente e segura, que permita a continuidade de
existência e a elaboração das marcas destes primeiros tempos (ZORNIG, MORSCH,
BRAGA, 2004).
A Constituição Federal Brasileira promulgada em 1988, no seu Art. 196, afirma que
a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e
econômicas que visam à redução do risco de doença e de outros agravos. Além disso, prevê o
acesso universal igualitário às ações e serviços de saúde para sua promoção, proteção e
recuperação. Após sua publicação, houve um empenho do governo em democratizar a saúde.
A lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 expõe no Art. 2º que a saúde é um direito fundamental
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do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício
(BRASIL, 2005).
A partir desse marco histórico para a saúde no Brasil, foram construídos alguns
alicerces que sustentam o programa de humanização no país. No ano de 2000, o Ministério da
Saúde regulamentou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar
(PNHAH). O PNHAH foi criado no intuito de promover uma nova cultura de atendimento à
saúde no Brasil. Desse modo, entende-se por humanização, a valorização dos diferentes
sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores
(BRASIL, 2006). Assim, a “humanização como política pública deveria criar espaços de
construção e troca de saberes, investindo nos modos de trabalhar em equipe. Isto supõe lidar
com necessidades, desejos e interesses destes diferentes atores” (BENEVIDES; PASSOS,
2004).
Portanto, humanizar a assistência à saúde, nesse contexto, significa comprometer-se
com um conjunto de iniciativas que visam à produção de cuidados em saúde capaz de
conciliar a melhor tecnologia disponível com a prática de acolhimento e respeito ético e
cultural ao paciente (DESLANDES, 2004).
Do mesmo modo, Merhy (2002) enfatiza que o cuidado integral em saúde
aconteceria a partir de um ajuste harmonioso entre as tecnologias duras, leve-duras e leves;
assim sendo, tecnologia e humanização combinadas proporcionariam ao paciente a
integralidade na atenção e a qualificação na assistência.
Dessa forma, realizar uma assistência que promova a melhor tecnologia de saberes,
procedimentos e equipamentos, juntamente com o acolhimento das necessidades
intersubjetivas dos usuários, dos profissionais e o reconhecimento das lógicas culturais dos
familiares, é um dos grandes desafios da atenção em saúde (LAMEGO, DESLANDES,
MOREIRA, 2005).
Nesse contexto, o Ministério da Saúde lançou, através da Portaria nº. 693 de
5/7/2000, a Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso, com intuito de
mudar a postura da assistência prestada, ao recém-nascido e seus familiares. Conforme essa
Norma, a atenção ao recém-nascido deverá caracterizar-se pela segurança técnica da atuação
profissional e condições hospitalares adequadas, aliadas à suavidade no toque durante a
execução de todos os cuidados prestados. Especial enfoque deve ser dado ao conhecimento do
psiquismo fetal, da mãe e da família (BRASIL, 2002).
Diversas vantagens podem ser citadas através desse novo modelo de Humanização
na Atenção, entre elas: o aumento do vínculo mãe-filho; menor tempo de separação entre eles,
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Para que essa proposta de participação ativa dos pais nos cuidados com seu bebê seja
mais efetiva, faz-se necessário a disponibilização de um espaço de escuta, onde os mesmos
poderão relatar quais as suas necessidades frente à fragilidade de seu filho, subsidiando,
assim, dados concretos, que servirão para qualificar a assistência e preparar a equipe para
identificar e intervir precocemente nessas necessidades, garantindo assim que o vínculo da
tríade sofra o mínimo de ruptura possível durante todo processo de hospitalização.
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4 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
Serão os pais e/ou responsáveis dos bebês prematuros, com peso igual ou menor do
que 1500 gramas, internados na UTI neonatal do Hospital da Criança Conceição.
Justifica-se a inclusão dos responsáveis pelos bebês prematuros, devido a atual
constituição familiar, que, muitas vezes, encontra-se fora dos padrões considerados normais
pela sociedade. No ambiente da UTI neonatal, geralmente nos deparamos com o abandono
materno e/ou paterno, complicações na saúde da mãe, e até mesmo o óbito da mesma; assim,
outro integrante dessa família assume os cuidados com o bebê.
Os pais e/ou responsáveis que são menores de idade (< 18 anos de idade)
4.6 AMOSTRA
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A amostra será por conveniência e não se baseia no critério numérico para garantir
sua representatividade (MINAYO, 2004). No entanto, estima-se alcançar em torno de 10
sujeitos, a fim de abranger ao máximo o problema investigado, em suas múltiplas dimensões.
A coleta de dados será feita por meio de entrevista individual, em local reservado
dentro da UTI Neonatal, no período da manhã e tarde. Para Minayo (2004), além de ser o
procedimento mais usado em campo, é através da entrevista que o pesquisador obtém
informações contidas na fala dos atores sociais.
A entrevista seguirá um roteiro semi-estruturado (APÊNDICE A) apresentado aos
pais e/ou responsáveis pela criança, onde os mesmos terão liberdade de expressar suas
necessidades frente à fragilidade da saúde do seu filho, seus sentimentos, opiniões e
sugestões.
Primeiramente, os pais e/ou responsáveis pela criança serão informados dos objetivos
dessa pesquisa e deverão assinar o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE
B) para participarem da mesma.
Os dados serão coletados por um gravador digital, e posteriormente transferidos para
um microcomputador, onde serão transcritos e analisados. Após, ficarão armazenados em CD-
RW, onde serão guardados por cinco anos pela pesquisadora, quando, então, serão destruídos.
Para a análise dos dados, utilizar-se-á a Análise de Conteúdo proposta por Minayo
(2004), cujos passos para a realização são descritos a seguir:
Pré-Análise: organização do material a ser analisado, de acordo com os objetivos,
definindo as unidades de registro, os trechos significativos e a categorização das informações
coletadas.
Exploração do material: será realizada através da observação dos dados e compreensão
dos registros, onde serão feitos recortes do texto que poderão ser palavras ou frases que
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5 CRONOGRAMA
MAR ABRI MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2009
Elaboração do
projeto de pesquisa X X X X
Revisão da literatura X X X X
Apresentação do X
projeto
Apreciação pelo
Comitê de Ética em X
Pesquisa do HNSC
Coleta de dados X X
Análise das
entrevistas X X
Elaboração do
relatório final X
Apresentação dos
resultados à equipe X
Elaboração de um
plano de ação com X
equipe
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6 ORÇAMENTO
REFERÊNCIAS
BOWLBY, J. Trilogia Apego e Perda. Volumes I e II. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
BRASIL. Ministério da Saúde. Normas para pesquisa envolvendo seres humanos (Res.
CNS 196/96 e outras). Brasília: Ministério da Saúde, 2000.
KLAUS, M; K, J. Assistência aos pais. In: KLAUS, M. D.; FANAROFF, L.; AVROY, A. ;
MARSHALL, H. Alto Risco em Neonatologia. 2. ed. Interamérica, 1982.
Questionário: