30 Anos Da ACLLN

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“Celebrando e Honrando as Três Décadas da ACLLN, em Prol do

Bem-Estar dos Libertadores da Pátria”

Intervenção de Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da


República de Moçambique, por Ocasião da Gala do 30º Aniversário da
Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), no
Clube Militar, Cidade da Maputo.

Matola, 21 de Setembro de 2018

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Camarada Secretário-Geral da FRELIMO;

Camaradas Membros da Comissão Política;

Camarada Secretário-Geral da ACCLN;

Camaradas Membros do Comité Central;

Camaradas Joaquim Alberto Chissano e Armando Emílio Guebuza,


Presidentes Honorários e Esposas;

Camaradas Membros do Comité Nacional da ACLLN;

Camaradas Antigos Dirigentes dos Partidos Irmãos;

Valentes Combatentes;

Caros Convidados;

Minhas Camaradas e Meus Camaradas!

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É com distinta honra que, quinze dias após termos interagido no
Quinto Festival Nacional de Combatentes, estamos aqui mais uma vez
diante dos libertadores da pátria, para participarmos nesta Gala, por
ocasião da celebração do trigésimo aniversário da fundação da
Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional.

Portanto, como podem ver, a razão que nos juntou hoje é nobre e
solene. Viemos falar para uma ilustre audiência de heróis que ousaram
lutar para libertar a nossa mãe pátria.

Por isso, é privilégio para nós falar para uma plateia constituída
maioritariamente por mulheres e homens cuja trajectória de vida se
confunde com a história da República de Moçambique.

Estão nesta sala compatriotas com histórias de coragem, de valentia,


de bravura, de dificuldades, de superação, de desafios, de vitórias e
de sucessos, que emocionam qualquer ser humano de bom senso.

Está nesta sala a história do nosso País. Quadros que não vergam
perante adversidades capazes de sacrificar as suas próprias vidas em
nome da pátria e da FRELIMO.

Os combatentes que participam neste evento, constituem a mais


pequena amostra do grande e variado leque de quadros que a FRELIMO
se orgulha de ter.

Os Combatentes da Luta de Libertação Nacional são a escola


ideológica da nação, guardiões da revolução e alicerce sobre o qual a
FRELIMO continua a orgulhar-se por assegurarem as suas vitórias.

Iniciámos a nossa intervenção, endereçando uma saudação especial


aos secretariados da ACLLN, desde o Nacional até ao Distrital, que
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apesar de dificuldades de ordem financeira, patrimonial e estrutural,
esmeram-se dia e noite, à procura de oportunidades capazes de
proporcionar uma vida mais condigna a todos os nossos combatentes
da Luta de Libertação Nacional.

Em nome de todos vós, saudamos, de viva voz, a todos os quadros e


membros do Partido, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico e ao
Povo Moçambicano, manifestando a nossa vénia, gratidão e
consideração.

Aos que não sendo veteranos da Luta de Libertação, mas dispensaram


o seu precioso tempo para estarem presentes nesta efeméride,
sentimo-nos, honrados e acarinhados com a vossa presença.

Caros Camaradas,

Ao celebrarmos três décadas de vida da nossa ACLLN, temos motivos


de sobra para revivermos alguns dos momentos marcantes desta jovem
associação, que já caminha a passos galopantes para a idade adulta.

A semente que deu origem à ACLLN foi lançada em 1987, quando o


então Bureau Político do Partido FRELIMO reunido em mais uma
sessão, deliberou a necessidade de criação da Associação dos
Combatentes da Luta de Libertação Nacional.

Decorrente dessa deliberação, foi constituída uma Comissão Executiva


composta por treze militantes da FRELIMO, visando a criação de
condições para a instalação da Associação.

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Faziam parte da Comissão, os camaradas Fernando Matavele, Bonifácio
Gruveta Massamba, Osvaldo Azahel Tanzama, Dinis Moiane, Rock
Vicente Chooly, Bernardo Dimande, Crispen Matches, Jerónimo
Cornélio Cussaia, Felisberto Massinga, Cosme Albano Cosme, Pedro
Direito Manthenga, Ernesto Pires Cuvelo e Lucas Tomé Mania.

Após um trabalho aturado, a 7 de Setembro de 1988, numa


Conferência em que participaram delegados de todas as Províncias e
convidados estrangeiros, nasceu por aclamação, a Associação dos
Combatentes da Luta de Libertação Nacional - ACLLN.

A criação da ACLLN visava responder ao desafio de melhor valorização


do Combatente da Luta de Libertação Nacional, assim como o seu
devido enquadramento nas acções da reconstrução nacional e do
desenvolvimento do País.

Inspirado no seu objectivo, a Associação contribuiu de forma decisiva


para a materialização de vários feitos, com destaque para:

 A criação do Ministério para os Assuntos dos Antigos


Combatentes, hoje Ministério dos Combatentes;

 A aprovação do Estatuto do Combatente;

 O levantamento e a fixação de marcos e placas identificativas de


locais de importância histórica da Luta de Libertação Nacional;

 Difusão da história da Luta de Libertação Nacional;

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 Incentivo a muitos combatentes para publicar as suas memórias
em livros;

 Incentivo aos seus membros a abraçarem actividades de geração


de rendimento, como a agricultura e criação de animais;

 Registo dos combatentes: até ao momento, 774.219 membros


associados; e

 Acordos firmados com algumas instituições do ensino superior


para acesso à formação dos próprios combatentes, assim como
dos seus dependentes.

No que tange à formação, urge destacar que, entre os anos 2012 e


2017, foram formados nas diversas instituições do ensino superior do
País, 611 combatentes e ou seus dependentes, e em instituições de
ensino superior de países amigos foram formados 12.

Estes resultados tiveram a valiosa contribuição de todos os membros


da associação, especialmente do Camarada Joaquim Alberto
Chissano, Presidente Honorário da FRELIMO, o primeiro Presidente da
ACLLN, Antigo Presidente da República, Estadista, Diplomata e
Dirigente da primeira linha, que lançou as bases da nossa associação.

Estes trabalhos tiveram a continuidade com o camarada Armando


Emílio Guebuza, Presidente Honorário da FRELIMO, o segundo
Presidente da ACLLN, Antigo Presidente da República, Nacionalista
convicto e Dirigente cujo modelo próprio fortaleceu a ACLLN, dando a
maior visibilidade, de quem recebemos o bastão nesta corrida de
estafeta na Presidência da República e na ACLLN.

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Não menos importante, perfilam na linha da frente os camaradas
antigos Bonifácio Massamba Gruveta, Rafael Maguni, Guideon
Ndobe, Roque Vicente Chooly e, hoje, o Camarada Fernando
Faustino, Secretários-Gerais, patriotas e verdadeiros homens
executivos da base que movimentaram e movimentam a máquina da
nossa associação.

Infelizmente, ao longo destes 30 anos da ACLLN, assistimos com muita


dor e consternação, o desaparecimento físico de alguns dos membros
da nossa associação, incluindo os seus três secretários-gerais.

Em homenagem a esses camaradas, vamos observar um minuto de


silêncio.

Caros Combatentes,

Caros Camaradas,

O Combatente da Luta de Libertação Nacional é e deverá continuar a


ser o repositório moral da nossa gloriosa FRELIMO. Os melhores
exemplos de disciplina partidária, de honestidade, de trabalho, de
humildade e de integridade devem partir do combatente. É por isso
que a sociedade no geral é mais exigente com esta camada social do
que com qualquer outra.

A população sabe que durante a Luta de Libertação Nacional, o


combatente foi formatado e forjado para viver na base de convicções
patrióticas bastante profundas.

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A sociedade está ciente de que a Luta de Libertação Nacional destilou
o combatente para constantemente defender os valores mais nobres
da Unidade Nacional, de Igualdade, de Respeito Mútuo, da Paz, da
Reconciliação, de transparência, de respeito da coisa pública e, acima
de tudo, defender a Moçambicanidade.

Não é por acaso que, os outros camaradas insurgem-se quando um


combatente promove acções, que podem perigar a Unidade no seio da
FRELIMO.

O combatente sabe que a UNIDADE foi a chave mestra que abriu todas
as portas para as nossas vitórias durante a Luta.

É por isso que alguns camaradas não se conformam quando um


combatente não usa o seu espaço para corrigir os desvios de outros
camaradas ou mesmo dos quadros que dirigem o Partido.

O combatente sabe que desde a fundação da FRELIMO, a correção das


atitudes desviantes é feita dentro do princípio “Unidade, Crítica,
Unidade”.

Este tipo de manifestação de insurgência da sociedade para com o


combatente não significa que não respeitam ou não reconhecem o
valor sublime do combatente.

Na verdade, a nossa sociedade não quer que a mancha caia sobre o


melhor pano que existe em Moçambique, que é o Combatente da Luta
de Libertação.

O nosso povo não quer que os seus ídolos e heróis estejam ligados ao
fracasso do País.

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A ACLLN revela-se uma verdadeira pedra angular para a sobrevivência
e longevidade da nossa Frelimo. Ela é também o repositório dos
membros mais bem disciplinados do nosso glorioso partido, que
desempenhem com zelo e dedicação as tarefas que lhes são
atribuídas.

Quero encorajar a todos para que continuem neste caminho, porque


este foi e sempre será o caminho que a Frelimo escolheu.

A coesão do nosso Partido foi e será sempre a arma secreta das nossas
sucessivas vitórias porque temos a consciência de que, como um
conjunto, subimos e só podemos cair juntos.

O divisionismo e outras manifestações secessionistas sempre se


revelaram ineficazes para debelar a força da união.

Porém, jamais cessarão, enquanto os nossos inimigos não cessarem as


suas ambições e desejo de nos ver divididos e prostrados ao fracasso, e
usarão novos métodos, mais sofisticados, mas o combatente venceu
ontem um inimigo melhor equipado.

Por isso, apelo à vigilância redobrada, tanto dos Camaradas da ACLLN


em especial aos demais membros do nosso Partido, para estarem
atentos a este tipo de manifestações dos nossos inimigos.

Como temos dito, ninguém se deve convencer de que é maior que a


Frelimo. Todos nós juntos somos inquebrantáveis.

Caros Combatentes,

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Tal como já fizemos referência, a nossa ACLLN tem vindo a lograr
muitos sucessos. Apesar disso, estamos cientes de que, por razões de
vária ordem, ainda não foi possível alcançar todos os êxitos que os
associados almejam. Ainda temos muitos desafios pela frente. Entre os
quais, destacam-se:

Primeiro, a geração de 25 de Setembro deve ter a capacidade de


integrar os mais jovens e seus filhos nas actividades da ACLLN.

O nosso desejo é que a partir do ambiente familiar, os filhos e


familiares dos combatentes bebam o espírito da epopeia libertadora,
por forma a crescerem com uma consciência patriótica inabalável.

A ACLLN deve formar Patriotas de hoje e de amanhã.

Um ditado popular diz e passo a citar: “Se os sábios anciãos da aldeia


não ensinarem as crianças, idiotas da aldeia certamente não o
farão”, Fim de citação.

Este ditado encerra um sentido de missão que melhor traduz o papel


dos combatentes da luta de libertação nacional e, em especial, a sua
organização, a ACLLN.

O ditado sugere que dado o tempo específico que vivemos, marcado


pelo fluxo, nem sempre controlado de informação, a nossa juventude
está exposta a vários riscos, incluindo o da desinformação, da
alienação e do alheamento. Por isso, trabalhar ao lado da juventude e
incluir neles um sentimento de patriotismo constitui uma prioridade
inadiável da ACLLN.

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E com a força e velocidade da juventude, a sabedoria e conhecimento
dos mais velhos, juntos podem alcançar melhores resultados do que se
cada um deles trabalhar isolado.

Muitos jovens não estão ligados ou não tem a rara oportunidade de


estarem expostos aos nossos combatentes de libertação nacional.

É nossa pia fé que, se esta situação prevalecer, o ENTENDIMENTO


SOBRE A LIBERDADE, que esta geração e a geração vindoura tem,
estará em risco.

O segundo desafio prende-se com a nossa capacidade de


continuarmos a dar a nossa contribuição para a plena aplicação do
Estatuto do Combatente, a melhor valorização do Combatente, e a
melhor divulgação das datas e locais históricos da Luta de Libertação
Nacional.

Terceiro, é imperioso que os combatentes continuem a publicar as


suas memórias em livros, como forma de enriquecerem a história de
Moçambique, admitindo a possibilidade, de produzir publicações de
livros de autores associados.

É dever patriótico não deixar desvanecer os feitos que vocês


alcançaram com muito sacrifício de modo a não ser deturpados por
oportunistas que nunca estiveram a favor da nossa independência e do
bem-estar do nosso povo.

Os vossos feitos durante a Luta de Libertação Nacional, constituem


património colectivo dos moçambicanos, por isso devem ser do
conhecimento de todos.

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O quarto desafio está ligado à necessidade de os combatentes
estarem cada vez mais envolvidos e empenhados na produção e
produtividade, prosperidade e bem-estar.

Hoje, o combatente deve orgulhar-se por estar envolvido em qualquer


actividade que contribua para o desenvolvimento deste País que
ajudou a libertar.

Caros Camaradas,

O país está passar por momentos incríveis da sua história: estamos a


reconquistar a Paz efectiva, embalsamando-a com um quadro legal
que nos assegure que nunca mais voltaremos a nos digladiar entre
irmãos. Este é um processo que vimos construindo como país e povo
moçambicanos. Nada pode garantir a sua viabilidade, mas algo tem
que ser feito como o fizemos no passado e a Frelimo deve liderar este
processo.

O papel da ACCLN e dos combatentes de libertação nacional é mais


uma vez chamado à colação, até porque nenhum combatente genuíno
gostaria de ver seus esforços diluídos em guerras evitáveis. Assim, a
vossa atenção é de novo chamada a dobrar.

Como guardiões da independência, defender a Paz significa engajar-se


na pacificação das mentes de todos e na promoção de um diálogo
plural, engajando de forma activa a sociedade.

A vossa experiência, pessoal e colectiva; as vossas estórias podem


ajudar a inspirar a sociedade na promoção da coesão social, tolerância
e no diálogo social.
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Por conhecerem a guerra melhor que ninguém, são por causa disso
mesmo, arautos da Paz.

No próximo mês de Outubro, terão lugar as Quintas eleições


autárquicas no nosso País.

Apelamos a todos os camaradas, especialmente aos combatentes,


usando a sua vasta experiência de vida e de luta, a envolverem-se de
forma mais vigorosa na campanha eleitoral a favor dos Cabeças de
Lista da gloriosa FRELIMO nas Cinquenta e Três autarquias.

Cada combatente, durante os Quinze dias da campanha eleitoral, deve


dar o melhor de si para que a nossa FRELIMO vença este desafio
urgente. Existem duas principais razões para o combatente usar de
toda a sua valência nas próximas eleições autárquicas.

Primeiro, a FRELIMO ainda não concluiu a sua missão de promover o


desenvolvimento e bem-estar de todos os moçambicanos. A Frelimo
tem um plano de acção concreto, um programa e uma visão para todos
os 53 municípios. A ACCLN e cada um dos seus membros estão, por
isso, convocados a darem o seu contributo, inspirando a juventude e
demais forças vivas da sociedade a olhar o futuro com optimismo e na
Frelimo como seu aporte para o sucesso e felicidade individuais. Mas
antes, cumpre o zeloso papel da ACCLN de mobilizar os eleitores
inscritos para afluírem em massa às urnas, sempre atentas ao símbolo.

Segundo, não se pode permitir que o povo moçambicano, esse povo


humilde, trabalhador e generoso, seja governado por grupos de
pessoas que representam interesses alheios aos nacionais, que cada
dia nos provam que são manipulados sem convicções próprias. Os

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nossos inimigos poderão evocar muitos motivos falsos, poderão usar
gente dentro da nossa Frelimo para nos dividir. A Frelimo tem
exemplos destas práticas do passado, o importante é a ACLLN
continuar a aconselhar os dirigentes do Partido e das organizações
sociais, em diferentes níveis, para que não percam o foco.

A nossa agenda é clara, servir e construir o bem estar. Estamos a


construir o que foi destruído com o apoio do que os críticos não
construtivos, ajudaram, portanto, a destruir.

A terminar, permitam-me que convide a todos para um brinde à saúde


dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional, à saúde de todo
Povo Moçambicano e ao sucesso no processo de reconquista da PAZ!

Bem hajam os Libertadores da nossa Pátria!

Muito Obrigado pela Atenção!

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