5-Vantagens Da Utilização Do Pré-Esforço
5-Vantagens Da Utilização Do Pré-Esforço
5-Vantagens Da Utilização Do Pré-Esforço
1. Introdução
! Maiores esbeltezas
As armaduras de pré-esforço são constituídas por aço de alta resistência, e podem ter
as seguintes formas:
• Activas
Permitem o tensionamento
• passivas
Ficam embebidas no betão
• De continuidade
Parte passiva, parte activa
(acoplamentos)
• Metálicas
• Plásticas
4. Efeito do Pré-Esforço
O pré-esforço é, por definição, uma deformação imposta. Deste modo, a sua aplicação
em estruturas isostáticas não introduz esforços adicionais.
pp
A B C
+
-
+ Mpp = -
e
P0 + +
- ε P0 + ε P0
L
A altura de uma viga pré-esforçada pode ser estimada a partir da relação h ≅ 15 a 20.
A escolha do traçado dos cabos deve ser feita com base no diagrama de esforços das
cargas permanentes.
1.5 Øbainha
1.5 Øbainha
Notas:
i) o ponto de inflexão do traçado está sobre a reacta que une os pontos de
excentricidade máxima;
ii) O raio de curvatura dos cabos deve ser superior ao raio mínimo que,
3
simplificadamente pode ser obtido pela expressão Rmin = Pu (onde Pu representa
a força útil em MN).
O valor da força útil de pré-esforço pode ser estimada através dos seguintes critérios:
L L
com δadmissível ≅ 500 a 1000 (dependente da utilização da obra)
• Critério da descompressão
EXERCÍCIO PE1
1.50
A = 0.61 m2
I = 0.0524 m4
0.20
0.37
0.50
Materiais:C30/37
0.53
A400NR
0.20 A1600/1800 (baixa relaxação)
0.30
0.80
q
pp + rcp
c) Qual o valor de P∞ que seria necessário para garantir a condição σc < fctk para
combinação frequente de acções nas secções B e C?
f) Qual o valor de P∞ que seria necessário para contrariar 80% de deformação máxima
para a combinação de acções quase-permanentes?
g) Defina que tipo de cabo adopta e qual a força de puxe. Admita: P∞ = 0.86 P0 e P0 =
0.90 P’0. Admita que os cabos são tensionados a 0.75 fpuk.
ALÍNEA A)
p cqp
20.00 5.00
R1 R2
DEV 346.3
230.0
[kN]
(+) 40.0
(+)
(-)
413.8
DMF 675.0
[kNm] 8.00
(-)
(+)
1554.0
Σ MB = 0 ⇔ – R1 × 20 + 38 × 20 × 10 – 40 × 5 – 38 × 5 × 2.5 = 0 ⇒ R1 = 346.3 kN
1.50 A = 0.61 m2
I = 0.0524 m2
0.37
I 0.0524
ωinf = v = 0.53 = 0.09886m3
inf
G
0.38 I 0.0524
0.53 ωsup = v = 0.37 = 0.1416m3
sup
M cqp (-) + +
P (-) (+)
ALÍNEA B)
1. Secção B
P∞ x e MB
P∞ / A ω ω
(+) (-)
MB (-) + +
P∞ (-) (+)
P∞ P∞ × e MB P∞ P∞ × 0.38 1554
σinf < 0 ⇔ - A - + < 0 ⇔ - 0.61 - 0.09886 + 0.09886 < 0 ⇔
ω ω
⇔ P∞ > 2866,8 kN
2. Secção C
P∞ x e MC
P∞ / A ω ω
P∞ (-) (+)
MC (-) + +
(+) (-)
P∞ P∞ × e MC P∞ P∞ × 0.22 675
σsup < 0 ⇔ - A - + < 0 ⇔ - 0.61 - 0.1416 + 0.1416 < 0 ⇔
ω ω
⇔ P∞ > 1492.9 kN
⇒ P∞ > 2866.8 kN
ALÍNEA C)
pfr
20.00 5.00
R1 R2
DMF 825.0
[kNm] 8.00
(-)
(+)
1686.0
Σ MB = 0 ⇔ – R1 × 20 + 42 × 20 × 10 – 60 × 5 – 42 × 5 × 2.5 = 0 ⇒ R1 = 378.8 kN
2. Secção B
P∞ P∞ × e MB P∞ P∞ × 0.38 1686
σinf < fctk ⇔ - A - + < fctk ⇔ - 0.61 - 0.09886 + 0.09886 < 2 × 103 ⇔
ω ω
⇔ P∞ > 2745,6 kN
3. Secção C
P∞ P∞ × e MC P∞ P∞ × 0.22 825
σsup < fctk ⇔ - A - + < fctk ⇔ - 0.61 - 0.1416 + 0.01416 < 2 × 103 ⇔
ω ω
⇔ P∞ > 1198,3 kN
⇒ P∞ > 2745,6 kN
x1 x3 x2
y1
y2
y3
1) y = ax2 + c
x
(y’ (0) = 0 ⇒ b = 0)
2)
y = ax2
y
(y’ (0) = 0 ⇒ b = 0 e y (0) = 0 ⇒ c = 0)
Determinação do parâmetro a
L/2 L/2 2f 4f
tg θ = L/2 = L
4f
θ f θ i) y’ (- L/2) = 2a × L/2 = tg θ ⇒ a = L2 ou
2
L 4f
f ii) y (L/2) = f ⇔ a × 2 = f ⇒ a = L2
1 8f
R = y" (L/2) = - 2a = L2
f2 e2
e1 f 1
L1 L2
f1 e 1 + e2 L1
L1 = L1 + L2 ⇒ f1 = L1 + L2 (e1 + e2) e f2 = (e2 + e1) – f1
θ e
f
f
L1
L2
e-f e+f
tg θ = L = L ⇔ (e – f) L2 = (e + f) L1 ⇔ e L2 – f L2 + f L1 ⇔
1 2
e (L2 - L1)
⇔ f L1 + f L2 = e L2 – e L1 ⇔ f (L1 + L2) = e (L2 – L1) ⇔ f = L 1 + L2
7.1. ACÇÕES EXERCIDAS SOBRE O CABO (SITUAÇÃO EM QUE SE APLICA A TENSÃO NOS
CABOS SIMULTANEAMENTE NAS DUAS EXTREMIDADES)
P tgα
P P
α ⇔
Pe
dβ
dβ 1
dS = R dβ ⇒ dS = R
R dβ dβ
P 2 + (P + dP) 2 = q* dS
dβ P
P dβ = q* dS ⇒ q* = P dS ou q* = R
P q* ds P+dP
dβ/2
ds
Notas:
- ângulo muito pequeno ⇒ sen 2 ≅ 2 ≅ tg 2 e cos 2 ≅ 1;
dβ dβ dβ dβ
- consideram-se desprezáveis as componentes horizontais das forças de desvio.
L/2 L/2 2f 4f
tg β = dβ = L/2 = L (1)
ds ≅ L/2 (2)
β
f A partir de (1) e (2), obtém-se
f dβ 8f 8fP
dS = L2 ⇒ q* =
L2
Q*
f f
β tg β = L
1
L1
f
Q* Q* = q* ds = P dβ = P L ⇔
1
q*
⇔ Q* = P tg β
s
ALÍNEA D)
(i) Parábola 1
y = ax2
8.00 y(8) = 0.23 ⇔ a × 82 = 0.23
y
0.23 ⇒ a = 3.59375 × 10-3
x
y(x) = 3.59375 × 10-3 x2
(ii) Parábola 2
0.6
x
8.00
12.00
12 0.6
8 = x ⇒ x = 0.4
8.00 y = ax2
y
y (8) = 0.4 ⇒ a = 6.25 × 10-3
0.4
y (x) = 6.25 × 10-3 x2
x
(iii) Parábola 3
x y = ax2
0.2
y y (4) = 0.2 ⇒ a = 0.0125
4.00
y (x) = 0.0125 x2
x y
0.12
y 1.00 4.00 x
y’ (1, 0) = tg θ = 2 f
0.12 + f
tg θ = 5
f θ
f
1.0 0.12 + f
⇒2f= 5 ⇔ 10 f = 0.12 + f ⇒ f – 0.01333 m
ALÍNEA E)
8 f P∞
q= L2
Extremidade Esquerda
Extremidade Direita
tg α = y’ (1) = 0.02667
P × tg α = 26.7 kN
P × e = 1000 × 0.10 = 100.0 kNm
como curiosidade,
ALÍNEA F)
Deste modo,
4 2
δ=
1 5 × 38 × 20 + 20 (0 - 675.0) = 0.037 m
32×106 × 0.0524 384 16
A flecha elástica para o efeito de pré-esforço pode ser obtida considerando a actuação
das cargas equivalentes ao pré-esforço na viga. Deste modo, para P∞ = 1000 kN
(cargas equivalentes calculadas na alínea anterior), obteve-se a seguinte deformada:
δ = 0.010 m
8. Perdas de pré-esforço
Pós-tensão
• Perdas por atrito
• Perdas por reentrada de cabos
• Perdas por deformação instantânea do betão
Pré-tensão
• Relaxação da armadura até à betonagem
• Escorregamento nas zonas de amarração
• Deformação instantânea do betão
dβ
q* ds (Fa = µN)
P P+dP
q* dS = P dβ
d β/2
µ q* ds = µ P d β
dP
P – P – dP – µ P dβ = 0 ⇔ dP = – µ P dβ ⇔ P = – µ dβ ⇔
1
P0 β P0
⇔⌠ dP = ⌠ - µ dβ ⇔ Log P0 - Log P0' = - µ × β Log P ' = – µβ ⇔
⌡P0' P ⌡0 0
P0
⇔ P ' = e-µβ ⇔ P0 = P0’ × e-µβ
0
k representa o desvio angular parasita (valor máximo 0.01 m-1; geralmente 0.004
a 0.005m-1), que tem em consideração eventuais desvios no posicionamento
dos cabos de pré-esforço.
P0'
∆P
P0(x)
L x
ω
Admitindo que o diagrama de perdas por atrito é aproximadamente linear (cabo com
curvatura aproximadamente constante),
ω ⌠ ω ∆T 1 ω
∆L = ⌠
⌡ ∆ε dx = Esp dx = Esp × Asp ⌠
⌡0 ∆P dx ⇔ Adiagrama = ∆L × Esp × Asp
0 ⌡0
∆P × ω
⇒ 2 = ∆L × Esp × Asp (1)
∆P
Como 2 = p × ω ⇔ ∆P = 2p ω (2)
onde p representa a perda de tensão por atrito, por metro (declive do diagrama)
(i) Cabo sem perdas por atrito, (em pré-esforço exterior, p.ex.)
P
∆P × L = ∆L × Esp × Asp ⇔
∆L × Esp × Asp
P0' ∆L × Esp × Asp
⇔ ∆P = L
∆P
L – comprimento do cabo
(ii) Se ω > L (verifica-se em cabos muito curvos, sendo nesse caso a perda de pré-
esforço mais condicionante)
L – comprimento do cabo
L x
A perda de tensão média por deformação instantânea do betão, em cada cabo, pode
ser calculada através da seguinte expressão:
1 n-1 Esp
∆σp0 = - 2 n Ecij σc
onde,
Ecij representa o módulo de elasticidade do betão à data da aplicação do pré-
esforço;
L
L⌠ P 1 L
∆L = ⌠
⌡ ε dz = dz = A E ⌡⌠ P dz
0 ⌡0 Asp Esp p p 0
Papós atrito
[kN]
L x [m]
Este valor permite um controlo eficaz, em obra, da tensão instalada nos cabos.
ALÍNEA G)
P∞ = 2866.8 kN
P∞ 2866.8
P0 = 0.86 = 0.86 = 3333.5 kN
P0 3333.5
P0’ = 0.9 = 0.9 = 3703.9 kN
P0'
P0' = 0.75 Fpuk ⇒ Asp = × 104 = 27.4 cm2
0.75 × 1800 × 103
Asp 27.4
nº de cordões = A = 1.4 = 20 cordões ⇒ 2 cabos de 10 cordões de 0.6"
cordão
ALÍNEA H)
1 2 3 4 5 6
Parábola 1 Parábola 2 Parábola 3 Par. 4 Recta
(i) Parábola 1
(ii) Parábola 2
(iii) Parábola 3
(iv) Parábola 4
x β Papós atrito
Secção % perdas
[m] [rad] [kN]
1 0 0 3780.0 0
2 8 0.0575 3712.9 1.8
3 16 0.1575 3616.2 4.3
4 20 0.2575 3533.3 6.5
5 21 0.2842 3511.6 7.1
6 25 0.2842 3500.4 7.4
1ª Iteração
4000
3800
3600
3400
3200
3000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
3780 - 3712.9
x = 8.0m ⇒ p = 8 = 8.39 kN/m
2ª Iteração
4000
3800
3600
3400
3200
3000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
3780 - 3533.3
x = 20.0m ⇒ p = 20 = 12.34 kN/m (admitindo que a perda por atrito é
aproximadamente linear)
0.006 × 195 × 106 × 20 × 1.4 × 10-4
ω= 12.34 = 16.3 m
1 n-1 Esp
∆σp0 = - 2 × n × E σc
cij
! Secção 2
15.25
Mpp = 656 kNm
M pp Mpe = P × e = 3508 × 0.38 = 1333.0 kNm
8.00
143 0
M pp × v M pe × v
P/A
I I
(-) (+)
+ (-) +
(+) (-)
1 2-1 195
∆σPo = - 2 × 2 × 32 × 10.7 = - 16.3MPa
1 L 1 3780 + 3500.4
∆L = A E ⌠ P dx ≅ × × 25 = 0.163m
sp sp ⌡0 28 × 10-4 × 200 × 106 2
∆P
∆σ = Esp × εcs ⇔ A = Esp × εcs ⇒ ∆P = – Esp × Asp × εcs
sp
σc × ϕc
εc = Ec,28 (parágrafo 3.2 Anexo I – REBAP)
onde σPo representa a tensão instalada nas armaduras de pré-esforço após perdas
imediatas.
O valor de kr deve ser calculado para uma tensão inicial dada por:
∆σpt,s+c+r
σp = σ(Po+g) – 0.3 ∆σpt,s+c+r ≅ σp0 1 - 0.3
σp0
onde,
Para o aço em cordão normalmente utilizado, a relaxação do aço após 1000h a 20°C e
para uma força inicial correspondente a 0.7 Fpuk é de 2.5%.
Deste modo, após 1000h, a perda de tensão por relaxação pode ser determinada
através da seguinte relação:
∆σp,r
σp
2.5%
0.5 0.7 σp
fpuk
∆σpt,s+c+r
Nota: o termo representa a percentagem de perdas diferidas, não sendo por
σp0
isso conhecido. É necessário arbitrar uma percentagem de perdas diferidas e após o
cálculo confirmar o valor inicialmente utilizado. Caso o valor obtido e o arbitrado não
sejam próximos, é necessário reiniciar o processo (⇒ processo iterativo).
ALÍNEA I)
! Secção 2
Cálculo de σc
15.25+14.75=30
Mcp = 1290 kNm
Mcp
Mpe = 3462.4 × 0.38 = 1315.7 kNm
8.00
281 3
! Secção 2
3462.4
σp = σp0 (1 - 0.3 × 0.14) = × 10-3 (1 - 0.3 × 0.14) = 1184.6MPa
28 × 10-4
σp 1184.6
fpuk = 1800 = 0.66
0.20 0.20
∆σpt1,r = t1 105 ∆σpt1,r
∆σ t = 1000 = 2.51 ⇒ 2.5 % = 2.51 ⇔
pt2,r 2
⇔ ∆σpt1,r = 2.5% × 2.51 = 6.28%
∆σp,r
σp
6.28%
5.02%
σp.r
⇒ = 5.02% ⇔ ∆σp.r = 5.02 × 10-2 × 1184.6 = - 59.5MPa
σp
Msd = γg Mg + γq Mq
cd
Fc
x 0.8x Fc = 0.85 fcd × 0.8 x × b
LN
fp0,1k
M sd Fsp = Asp × fpsyd = Asp × 1.15
F sp
Asp Fs = As × fsyd
As
Fs
b
Se algum cabo não atingir a tensão de cálculo fpsyd, será necessário adoptar um
método iterativo (método geral)
εc σc (εc)
x
LN M
P∞
Nota: No caso do cabo ser não aderente (monocordão, p.ex.) fpsyd = σp = A
p
Notas:
• Para elementos comprimidos (caso de elementos pré-esforçados) θ ≅ 20° a 26°;
ALÍNEA J)
70.5
A C
20.00 5.00
R1 R2
⇒ MB = 2731.5 kNm
! Secção B
1.50
0.85f cd
Fc
LN 0.8x
Msd
Fsp
Fs
fpqk 1600
Fsp = Asp × 1.15 = 28 × 10-4 × 1.15 × 103 = 3895.7 kN
Fc × (0.86 – 0.4x) – Fsp × 0.11 = Msd ⇔ 20400x (0.86 – 0.4x) = 2731.5 + 3895.7 × 0.11
⇒ x = 0.198m
FC = 20400 × 0.198 = 4048.1 kN
Msd 2731.5
µ = bd2 f = = 0.162 ⇒ ω = 0.181 ; ASTOT = 117.3 cm2
cd 1.5 × 0.752 × 20 × 103
1600
As = ASTOT – Asp, eq = 117.3 – 28 × 400 = 5.3 cm2
ALÍNEA L)
150
70.5
20.00 5.00
623.4 1289.1
DEV 623.4
502.5
[kN]
(+) 150
(+)
(-)
786.6
DEVp
[kN] 286.4
(+)
(-) (-)
786.6
(Para a verificação da segurança ao esforço transverso utiliza-se DEVtotal)
! Apoio A
Vsd 376.8
σc = = = 5143.8 kN/m2 ≅ 5.1 MPa
z ⋅ bw ⋅ sen θ ⋅ cos θ 0.9×0.85×0.25×sen 25°×cos 25°
< 0.6 fcd
0.6 fcd = 0.6 × 20 × 103 = 12000 kN/m2 = 12MPa
De acordo com o REBAP (artigo 139º), o valor de cálculo da pressão local a que o
betão pode resistir é dado pela expressão
A1
pcRd = fcd A2 ≤ 3.3 fcd
onde,
A0 representa a área sobre a qual se exerce directamente a força (área da placa
de ancoragem);
onde Fsd representa o valor de cálculo da força concentrada (neste caso particular,
Fsd = 1.35 P0’)
P/2
P/2
P/2 P/2
De acordo com o REBAP (artigo 140º), a força de tracção para a qual as armaduras
devem ser dimensionadas, é dada pela expressão:
a0
Ft1Sd = 0.3 FSd 1 - a (com FSd = 1.35 P0’)
1
onde
a1 = 2b, sendo b a dimensão, segundo a direcção considerada, da menor distância
entre o eixo da ancoragem e a face exterior do betão;
a0 representa a dimensão segundo a direcção considerada, da placa da ancoragem.
É de notar que, de acordo com o mesmo artigo, para o cálculo da área de armadura
necessária (As = Ft1,Sd / fsyd), o valor da tensão de cedência do aço não deve ser
considerado superior a 270 MPa. Esta medida destina-se a garantir o controle da
fendilhação.
As armaduras devem, em cada direcção, ficar contidas num prisma de aresta a1 e ser
repartidas em profundidade entre as cotas 0.1a1 e a1, tendo em consideração que a
resultante se situa à cota 0.4a1 e devem ser convenientemente amarradas de forma a
garantir o seu funcionamento eficiente ao longo do comprimento a1.
F a1
b a0
0.1a1
a1
Ft = Fc2
Fc2
e Fc1 = P
área de influência do
grupo de ancoragens
P
P
Deste modo, além das armaduras necessárias para cada ancoragem individual, deve
dispor-se uma armadura junto à face do elemento, na direcção em causa, destinada a
absorver uma força de tracção igual a 0.2P.
É de notar que desde que existam vários cabos, estes não são pré-esforçados
simultaneamente, variando os esforços locais ao longo das operações de pré-esforço.
O plano de tensionamento deve ser escolhido por forma a evitar esforços
momentâneos exagerados, devendo a armadura ser dimensionada tendo em conta
que podem existir estados provisórios mais desfavoráveis do que o que surge no
sistema final.
Considerando uma análise elástica que assuma igual rigidez do betão atrás e à frente
da ancoragem, a força de tracção deveria ser, pelo menos, igual a P/2. Contudo, a
experiência mostra que a força de tracção longitudinal pode ser considerada igual a
P/4 pois, devido à fendilhação, a rigidez do betão atrás da ancoragem diminui,
diminuindo também a tensão instalada.
Devem pois dispor-se armaduras longitudinais centradas na placa da ancoragem com
um comprimento aproximadamente igual ao dobro da altura da secção.
Sempre que um cabo de pré-esforço muda de direcção, são introduzidas forças radiais
no betão quando o cabo é tensionado. Estas forças radiais actuam no plano de
curvatura e têm uma intensidade igual ao quociente entre a força de pré-esforço e o
raio de curvatura.
Embora estas forças sejam na generalidade das situações muito úteis, podem no
entanto causar diversos problemas, nomeadamente a rotura local do betão.
Nos casos em que os cabos estejam junto à face das peças e a sua curvatura
provoque forças de desvio dirigidas para o exterior é necessário dimensionar
armadura transversal para a absorção destas forças, devendo ser disposta em toda a
zona em que actuem, como se indica na planta abaixo.
PORMENOR TRANSVERSAL
PORMENOR LONGITUDINAL