Artigos Lista 02 - Núcleo.
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DIGA NÃO ÀS
Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de
"experimenta, depois, quando você quiser, é só parar..." e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa
leve, disse que era de "raiz", "natural", "da terra", que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do
"Chitãozinho e Xororó" e em seguida um do "Leandro e Leonardo". Achei legal, coisa bem brasileira;
mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais frequente, comecei a chamar todo
mundo de "Amigo" e acabei comprando pela primeira vez. Lembro que cheguei na loja e pedi: __ Me
dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano. Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo
diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... "Banda
Eva", "Cheiro de Amor", "Netinho", etc. Com o tempo, meu amigo foi oferecendo coisas piores: "É o
Tchan", "Companhia do Pagode", "Asa de Águia" e muito mais. Após o uso contínuo eu já não queria
mais saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer o traseiro
como eu nunca havia mexido antes, então, meu "amigo" me deu o que eu queria, um CD do "Harmonia
do Samba". Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, minha razão de existir. Eu pensava por
ela, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e
você começa a querer cada vez mais, mais, e mais... Comecei a frequentar o submundo e correr atrás
das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show de encontro dos grupos
"Karametade" e "Só pra Contrariar", e até comprei a Caras que tinha o "Rodriguinho" na capa.
Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em
função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de
positivo. Não deu outra: entrei para um grupo de Pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam
uma "música" que não dizia nada, eu e mais 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados,
sorriamos fazíamos sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e
pedi a coletânea "As Melhores do Molejão". Foi terrível! Eu já não pensava mais! Meu senso crítico
havia sido dissolvido pelas rimas "miseráveis" e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado,
não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, no limiar
da condição humana, quando comecei a escutar "Popozudas", "Bondes", "Tigrões", "Motinhas" e
"Tapinhas". Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saia a noite para as festas, pedia
tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais
estranhas; uns nobres queriam me mostrar o "caminho das pedras", outros extremistas preferiam o
"caminho dos templos". Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser
dominado pela droga mais poderosa do mercado: a droga limpa.
Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram única coisa que poderiam
ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock, MPB, Progressivo e
Blues. Mas o meu médico falou que é possível que tenham que recorrer ao Jazz e até mesmo a Mozart e
Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de
droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam
sua visão para as coisas boas e te oferecem drogas.
Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável e
distante; vai perder as referências e definhar mentalmente. Em vez de encher a cabeça com porcaria,
pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte: Não ligue a
TV no Domingo a tarde; Não escute nada que venha de Goiânia ou do Interior de São Paulo; Não entre
em carros com adesivos "Fui..."; Se te oferecerem um CD, procure saber se o suspeito foi ao programa
da Hebe ou se apareceu no Sabadão do Gugu; Mulheres gritando histericamente é outro indício; Não
compre nenhum CD
que tenha mais de 6 pessoas na capa; Não vá a shows em que os suspeitos façam gestos ensaiados;
Não compre nenhum CD que a capa tenha nuvens ao fundo; Não compre qualquer CD que tenha
vendido mais de 1 milhão de cópias no Brasil; e Não escute nada que o autor não consiga uma
Texto 2:
Droga (do francês drogue, provavelmente do neerlandês droog, "seco, coisa seca"), narcótico,
entorpecente ou estupefaciente são termos que denominam substâncias químicas que produzem
alterações dos sentidos, em seu sentido original, é um termo que abrange uma grande quantidade de
substâncias, que pode ir desde o carvão à aspirina. Contudo, há um uso corrente mais restritivo do termo
(surgido após quase um século de repressão ao uso de certas substâncias), remetendo a qualquer produto
alucinógeno (ácido lisérgico, mescalina etc.) que leve à dependência química e, por extensão, a
qualquer substância ou produto tóxico (tal como o fumo, álcool etc.) de uso excessivo, sendo um
sinônimo assim para entorpecentes.
01) Todas as palavras têm um significado próprio (às vezes mais de um), que se encontra no dicionário,
para permitir a comunicação entre os falantes, entretanto, o sentido usual de uma palavra ou expressão
pode modificar-se, o que proporciona novos significados, interpretações a essa palavra ou expressão.
a) Tanto o texto 01, quanto o 02 trabalham com possíveis definições do termo droga. Comente sobre
essas definições em cada um desses textos apresentados, levando em consideração os conceitos de
conotação e denotação. (2,0)
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02) O texto 01 intitulado “Diga não as drogas” de Luís Fernando Veríssimo é uma crônica, pois tem
como tema situações do cotidiano, apresentadas em uma linguagem simples e despojada. Assinale
abaixo um tipo de texto que tem por finalidade contar a vida de alguém ou a própria.
I. "O rapaz estava chateado, pois chegou à moça e disse que não era mais possível continuar o namoro".
II. "O rapaz estava chateado, pois chegou a moça e disse que não era mais possível continuar o
namoro".
a) Que interpretação se pode dar a cada uma das frases, levando em conta as expressões "à moça" e "a
moça"?
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07) Analise as duas orações que seguem e atenda ao propósito de responder ao seguinte
questionamento: