Doencas Mentais W. J. Prost PDF
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Doencas Mentais W. J. Prost PDF
W. J. Prost
30 de maio de 2018
Título do original em Inglês: “Mental Illness - A Scriptural Perspective of
Mental Illness and Behavioral Disorders”, por W. J. Prost.
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1 Muitas Perguntas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
As Doenças e as Curas na Bíblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
A Doença Mental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Distúrbios Psicóticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Distúrbios Neuróticos e Comportamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Distúrbios de Personalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Distúrbios de Ansiedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Distúrbios de Humor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
A Doença Mental na Bíblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
A Natureza do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3 Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Princípios Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
O Senhor, o Grande Médico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Nosso Compreensivo Sumo Sacerdote . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Ele Dá Graça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
O Sofrimento como um Resultado do Pecado Voluntário . . . . . . . . 41
Lidando com o Pecado – A Raiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Responsabilidade Moral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
A Graça de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3
Auxílio de Outros Crentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Físico vs. Espiritual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Escrituras, Psicologia e Psiquiatria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
O Dom de Pastor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Confiando nos Outros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Outras Formas de Ser um Auxílio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Levando Cargas e Sendo Sanguessugas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
O Psiquiatra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Reconhecendo Sintomas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Drogas Psicotrópicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Administrando Remédios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Remédios e Moralidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Considerações sobre o Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Psicologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Psicólogo ou Pastor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Medicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4 Conclusões Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Apêndice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
A Natureza do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
O Corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Alma e Espírito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
O “Eu” e a Personalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
O Coração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
A Mente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
O Intelecto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
A Carne . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
A Vontade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Possessões Demoníacas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Comportamento Criminoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Introdução
Muitas Perguntas
O que é então a doença mental? Creio que há uma base bíblica para o uso do
termo.
Em Mateus 4:23–243 , lemos:
“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pre-
gando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre
o povo. E a sua fama correu por toda a Síria; e traziam-lhe todos os que pade-
ciam acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os
lunáticos e os paralíticos, e ele os curava.”
Aqui encontramos o Senhor Jesus curando todas as doenças e todas as fra-
quezas do corpo. Quando as Escrituras começam a se referir àqueles que esta-
vam doentes, eles são agrupados em cinco diferentes categorias:
1. Havia aqueles que tinham várias doenças, e certamente estas incluíam coi-
sas como infecções, câncer, inflamações de vários tipos e doenças decor-
rentes da idade.
2. Juntamente com a doença havia os que sofriam com dores que, é claro,
incluíam a dor resultante de doenças tais como artrite, dores de cabeça ou
câncer, mas podiam incluir também dores infligidas de fora do corpo. O
pensamento de tormento ou tortura está incluído na palavra.
2 https://www.bibliaonline.com.br/acf/2pe/1
3 https://www.bibliaonline.com.br/aa/mt/4/23–24
5
A Doença Mental
Como, então, definimos a doença mental? Não há, de fato, uma definição que
englobe cada aspecto do assunto, pois estamos lidando com um assunto que
não possui um escopo bem demarcado. Até certo ponto, nossa visão sobre do-
enças mentais é afetada pela cultura e pela sociedade em que vivemos. Além
disso, assim como há uma variação no que é geralmente considerada saúde fí-
sica normal, assim há uma variação no que é considerado um padrão normal
de pensamento e comportamento. Todos nós, em algum ponto de nossas vidas,
podemos experimentar alguns dos sintomas de pensamento desordenado, mas
apenas se os sintomas vão além de um certo ponto é que a pessoa será conside-
rada doente mental. Assim, definiremos a doença mental simplesmente como
sendo qualquer padrão anormal de pensamento e sentimento que resulta em
um distúrbio de comportamento e que, assim, afeta a capacidade individual de
funcionar em seus relacionamentos com o próximo e/ou em seu trabalho.
Aqui é importante esclarecer nossa definição em relação ao que as Escrituras
têm a dizer, pois a definição que sugeri é muito ampla. A Palavra de Deus usa
a palavra “lunático” para descrever aqueles com distúrbios de pensamento e
comportamento, e, como já vimos, tais indivíduos também são incluídos entre
6 Muitas Perguntas
aqueles a quem o Senhor Jesus curou. É difícil saber até onde essa palavra se
estende em descrever aqueles cujo comportamento é anormal, e que grau de
distúrbio é abrangido por isso. Cito as Escrituras apenas para mostrar que o
Senhor Jesus reconheceu ao menos alguns comportamentos anormais como do-
enças, e as curou como fazia com outras doenças. Podemos muito bem hesitar
em colocar cada indivíduo com alguma anormalidade de pensamento ou sen-
timento nessa categoria e chamá-lo de lunático. Neste artigo discutiremos uma
ampla variedade de distúrbios que possuem pelo menos algum componente
de distúrbio de pensamento e/ou de comportamento. O leitor pode não ver
todos eles como a manifestação de doença mental, mas simplesmente como a
demonstração do que a Escritura chama de “a carne” – nossa natureza pecami-
nosa. Como veremos, há, muitas vezes, uma mistura de ambos. Seja qual for a
causa, sugiro que uma consideração de todas essas entidades, perante o Senhor,
é apropriada para nosso assunto.
Ao lidarmos com esse assunto, olharemos para o que claramente é doença
mental – os indivíduos com comportamento assim chamado “psicótico”. Esses
que exibem tal comportamento não têm controle de si mesmos, e em grande
medida estão fora de si com relação à realidade. Eles definitivamente se encai-
xariam na categoria de “lunáticos”, como é mencionado nas Escrituras.
Discutiremos, também, o comportamento anormal no qual o indivíduo ainda
tem noção da realidade e não está fora de controle. Esses distúrbios compor-
tamentais são geralmente chamados de “neuroses”, em contraposição à “psi-
cose”. Como veremos, há geralmente uma sobreposição entre ambas. Mais
que isso, em ambos os casos há aspectos de seu comportamento nos quais o
indivíduo não pode fazer nada, mas também há uma parte em que deve ser
responsabilizado.
No início deste artigo mencionei que eu iria abordar o assunto na luz da
Palavra de Deus. Espero que este seja o caso, e que as conclusões alcança-
das, especialmente na esfera moral e espiritual, sejam mantidas com a mente
de Deus como é revelada em Sua Palavra. No entanto, uma vez que o autor
é um médico, e que procurou a assistência de outros médicos cristãos, have-
rão comentários ocasionais baseados nesse treinamento e experiência. Espero
que isso seja útil “completar” a discussão sobre o assunto, mas ao dizer isso,
percebo que o conhecimento médico está em constante mudança. Alguns dos
comentários feitos nessa área podem ser superados por conhecimento melhor
em algum ponto no futuro. Além disso, farei outros comentários, de vez em
7
quando, que são baseados nas minhas próprias observações e experiência como
indivíduo, não tanto como médico, mas como cristão. Tais comentários serão
obviamente identificados pelo leitor, e, é claro, devem ser tomados como opi-
niões [ou juízos] pessoais, e não como tendo a autoridade das Escrituras.
Os distúrbios mentais podem ter múltiplas causas. Algumas podem ser pri-
mariamente orgânicas (causadas por mudanças físicas no cérebro), enquanto
outras podem ter suas origens na alma e no espírito. Frequentemente ambas
estão envolvidas, e, muitas vezes, tais causas estão interconectados de tal modo
que pode ser de difícil separação. Há uma grande variedade de opiniões sobre
o assunto, não apenas entre crentes, mas também no mundo em geral. Uma
vez que o assunto não se presta à pesquisa científica do mesmo modo como as
outras disciplinas médicas, algumas das ideias sobre a natureza e a causa da
doença mental tende a se basear em teorias e conceitos em vez de evidência ci-
entífica sólida. Muito do que é feito quanto ao tratamento tende a ser empírico
(baseado na observação e experiência), e talvez esteja enquadrado e determi-
nado, em alguma medida, pela cultura em que vivemos. Além disso, o campo
da mente é muito inter-relacionado ao espiritual, e aqui estamos, definitiva-
mente, em uma área onde as Escrituras, e não a ciência, deve ser a autoridade
final. Esse princípio deverá ser mantido em mente enquanto lidamos com nosso
assunto, e certamente nos levará de volta à Palavra de Deus, “viva, e que perma-
nece para sempre” (1 Pedro 1:234 ). É muito reconfortante e assegurador saber
que Deus nos deu tudo o que precisamos para viver uma vida piedosa neste
mundo, enquanto reconhecemos que há aspectos da doença mental que estão
além de nosso entendimento.
Não é o propósito deste artigo discutir em detalhes todos os variados tipos
de doenças mentais que têm sido reconhecidas, ou abordar o assunto por meio
da classificação usada pela profissão psiquiátrica. No entanto, uma vez que a
doença mental se expressa em uma grande variedade de formas, será bom ter-
mos alguma ideia do escopo do assunto. Assim, algumas considerações sobre
essas diferentes manifestações são necessárias antes de prosseguirmos. Os ter-
mos que usaremos serão os mesmos usados por aqueles que tratam as doenças
mentais, pois esses termos são comumente reconhecidos e entendidos. Vejamos
alguns exemplos de doenças mentais e distúrbios comportamentais.
4 https://www.bibliaonline.com.br/aa/1pe/1/23
8 Muitas Perguntas
Distúrbios Psicóticos
Distúrbios de Personalidade
traços nos tornam indivíduos distintos e são conhecidos como nossa persona-
lidade. Em alguns indivíduos certos traços tornam-se exagerados em tal ex-
tensão que passam a ter padrões de comportamento seriamente inflexíveis e
limitados. Muitas vezes a inflexibilidade de personalidade e sua vulnerabili-
dade a estresses específicos resultam em verdadeiras dificuldades de adaptação
social, levando a distúrbios significativos na vida individual. Alguns possuem
uma personalidade dependente, na qual o indivíduo tem dificuldade de tomar
decisões, iniciar projetos por conta própria, ou expressar desacordo. Tais pes-
soas fazem de tudo para obter a aprovação dos outros e são urgentes na busca
por relacionamentos. Outros possuem um tipo de personalidade evasiva, não
estando dispostos a se envolverem com coisa alguma a não ser algumas coisas
que gostam. Tais pessoas se preocupam em ser criticadas e são inibidas em situ-
ações novas por se sentirem inadequadas. A personalidade antissocial não tem
capacidade de formar relacionamentos adequados com os outros. Eles parecem
insensíveis e autocentrados, desprovidos de um senso de responsabilidade, e
são dados a prazeres imediatos. Eles muitas vezes não possuem capacidade de
juízo próprio, mas ainda assim são inteligentes o bastante para planejar racio-
nalizações que convençam a si mesmos que suas ações são razoáveis e justifica-
das. A personalidade obsessivo-compulsiva preocupa-se com ordem, perfecci-
onismo e controle interpessoal, ao custo de flexibilidade, abertura e eficiência.
A descrição a seguir nos fornece um exemplo de uma personalidade obsessivo-
compulsiva:
"A Sra. C., uma gerente de loja de 41 anos, foi fazer uma avaliação psico-
lógica graças à insistência do gerente regional da rede de lojas para a qual
trabalha. Ela falhou em entregar os últimos quatro relatórios periódicos em
tempo, e sua loja tem uma das piores taxas de produtividade da rede, ape-
sar de ela usualmente chegar cedo no trabalho e ficar até mais tarde do que
qualquer outro gerente, e parecer estar ocupada em cada minuto do dia. A
Sra. C trava frequentes batalhas com seus funcionários e tem a maior taxa
de rotatividade de funcionários na rede. Quando confrontada com esses
problemas, ela insiste que sua loja está sendo conduzida ’adequadamente’ e
de acordo com as regras – diferente das outras lojas da rede, que estariam
mantendo padrões de ’má qualidade’.
itens, e é essa a razão pela qual ela nunca consegue terminar seus relatórios
periódicos a tempo. Ela microgerencia cada aspecto da operação da loja e,
consequentemente, seus gerentes subordinados estão sempre pedindo trans-
ferência para outras lojas. Em vez de apreciarem a constante supervisão da
Sra. C, seus gerentes acham isso irritante e demorado. Ela está constan-
temente elaborando gráficos, tabelas e diretrizes de funcionários. Ela gasta
boa parte de seu tempo toda manhã construindo e elaborando listas de tare-
fas que nunca encontra tempo para completar.
“A Sra. C é casada há 15 anos e tem dois filhos adolescentes. Seu marido
é carteiro. O Sr. C relatou ao terapeuta que antes da Sra. C começar a
trabalhar na loja há 6 anos atrás eles tinham muitas brigas conjugais por
causa da necessidade da Sra. C de supervisionar e dirigir cada aspecto de
sua vida. Ela insistia em saber onde ele estava em cada momento e tinha
tentado planejar todas as atividades de seu tempo livre. Ele disse que foi um
grande alívio para ele quando ela começou a trabalhar na loja, tornando-se
ocupada demais para prestar tanta atenção na vida dele. O Sr. C diz que é
difícil para ele e os filhos convencerem sua esposa a tirar férias e que geral-
mente acaba não sendo muito divertido quando ela concorda em ir. A Sra.
C planeja o itinerário e as atividades minuciosamente e insiste que todos de-
vem participar do que ela agendou. Nada de espontâneo ou não planejado é
permitido, e ela espera que todos passem o tempo ’produtivamente’, mesmo
quando de férias.”6
Distúrbios de Ansiedade
"Anne-Marie (não é seu verdadeiro nome) era uma filha de 10 anos de idade,
de uma família intacta e apoiadora, que foi descrita como ’ansiosa de nasci-
mento’. Ela tinha sido retraída e tímida na pré-escola, mas se adaptou bem
à 1a série e começou a fazer amigos e a se dar bem na escola. Ela apresentou
várias vezes dores abdominais crônicas e difusas que eram piores de ma-
nhã e nunca ocorriam à noite. Ela tinha perdido cerca de 20 dias de escola
durante o ano anterior por causa da dor. Ela também evitava viagens de
campo da escola, temendo um acidente com o ônibus. Seus pais relataram
que ela tinha dificuldade em pegar no sono e frequentemente pedia que a
tranquilizassem.
"Ela se preocupava que ela e os membros de sua família pudessem morrer.
Ela era incapaz de dormir antes de um teste. Ela não conseguia tolerar que
seus pais estivessem em outro andar da casa em que ela não estivesse, e ela
verificava as portas e janelas à noite, temendo intrusos.
"Seu medo de ficar sozinha, necessidade de tranquilização constante, pro-
blemas com faltas na escola eram tanto frustrantes quanto perturbadores
para seus pais.
"Ela não tinha experimentado quaisquer eventos traumáticos, embora ela
reagisse fortemente às imagens do 11 de setembro de 2001 na televisão.
Um de seus avós tinha morrido no ano interior. Uma tia materna tinha
recentemente sido tratada com fluoxetina [uma droga antidepressiva] para
depressão e era descrita como ’uma pessoa nervosa’.
“Anne-Marie tem sintomas típicos de um distúrbio de ansiedade infantil.”7
Distúrbios de Humor
8 Jamison, Kay Redfield, An Unquiet Mind. (Alfred A. Knopf, New York, 1995), pg. 67–8
14 Muitas Perguntas
A Natureza do Homem
17 https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/17/15
18 https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/4/24
16 Muitas Perguntas
Capítulo 2
Como então a doença mental se desenvolve? Será algo físico, causado por al-
gum desequilíbrio químico ou outras mudanças no cérebro que não permitem
que a alma e o espírito se expressem adequadamente? Ou trata-se de algo per-
tencente principalmente ao domínio metafísico – a alma e o espírito? Seria al-
gumas vezes a combinação de ambos? Ou será que a origem vai ainda além
disso, e envolve o “eu” consciente que controla o espírito, a alma e o corpo? Se-
ria a origem sempre a mesma, ou diferentes formas de doença mental possuem
diferentes causas? Ao buscarmos responder tais questões a partir de um ponto
de vista bíblico, devemos começar com a raiz do problema – o pecado. Todo
distúrbio e confusão neste mundo decorre dessa terrível coisa que foi introdu-
zida no mundo no Jardim do Éden. Ao considerarmos o efeito do pecado e suas
consequências neste mundo, devemos abordar a questão de pelo menos três for-
mas. Primeiramente, devemos considerar o pecado em cada um de nós como
criaturas adâmicas [provenientes de Adão], e que, portanto, sentimos os efeitos
do pecado em nosso ser porque nascemos de uma raça caída. Em segundo lu-
gar, devemos considerar o pecado que voluntariamente permitimos em nossas
vidas e que também podem causar efeitos em nossas vidas. Finalmente, deve-
mos considerar o pecado como estando no mundo e assim afetando cada um de
nós do lado de fora, como em circunstâncias adversas ou em algo que pode ser
feito contra nós.
18 A Natureza da Doença Mental
Os Efeitos Físicos
Os Efeitos Físicos
Primeiramente, sabemos que nossos corpos são afetados pelo pecado, o pecado
que foi introduzido no mundo no Jardim do Éden. Deus tinha dito a Adão:
“Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque
no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:171 ). As pala-
vras “certamente morrerás” no original hebraico podem ser lidas como “mor-
rendo, morrerás”. Ao longo da história da humanidade o homem aprendeu de
forma brutal a verdade dessa afirmação à medida que experimentou os distúr-
bios e deterioração gradual de seu corpo. O cérebro é parte do corpo e assim
foi afetado por tudo isso. Uma vez que a alma e o espírito (e finalmente o “eu”
consciente) devem se expressar por meio do cérebro, eles podem se encontrar
incapazes de fazê-lo adequadamente por causa do funcionamento desordenado
do cérebro. A organização física imperfeita do homem desde a queda tornou a
mente (usada no sentido geral), através de sua conexão com o corpo (neste caso,
o cérebro), sujeita a falsas percepções e expressões anormais.
Tais coisas como o mal de Alzheimer, de Parkinson, tumores cerebrais, lesões
na cabeça e infecções cerebrais podem causar distúrbios comportamentais. A
falta de sono adequado pode também ser incluída aqui. Podemos colocar o
álcool e outros abusos de substâncias nessa categoria, pois afetam o cérebro de
forma física. Aqui já estamos lidando com uma combinação de causas, pois o
álcool e o abuso de substâncias envolve pecado voluntário, enquanto problemas
na cabeça e falta de sono envolvem circunstâncias adversas e o efeito do pecado
vindo de fora.
A maioria de nós já teve contato com alguém que desenvolveu mal de Alzhei-
mer, e como resultado não pensa nem age de modo normal. O indivíduo geral-
mente tem concentração fraca, memória ruim para eventos recentes, dificuldade
de planejamento e organização de sua vida, e habilidades de raciocínio preju-
dicadas. Mais sérios ainda são os problemas emocionais e psicológicos resul-
1 https://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/2
19
corpo” (Romanos 8:234 ). Apenas quando o crente tiver seu corpo glorificado ele
funcionará do modo que Deus pretendia. Mas, novamente, o problema da do-
ença mental é mais complicado do que simplesmente um distúrbio do cérebro.
Alma e Espírito
Até agora, consideramos apenas como o pecado afetou o lado físico do homem,
e como um cérebro doente ou danificado pode não responder da maneira cor-
reta. Mas será que percebemos que o pecado atingiu cada parte do nosso ser,
moral e espiritual, assim como o físico? Nós prontamente concordaríamos que
a tendência a mentir, roubar ou matar é evidência definitiva do pecado que está
em nós por causa da queda do homem. Devemos reconhecer, no entanto, que
a alma e o espírito são afetados pela queda do homem, não apenas em nossa
tendência de cometer pecado, mas também ao manifestarmos anormalidades
que o pecado causou. Somos todos nascidos neste mundo como pecadores
perdidos, e enquanto a essência do mal não está nem no próprio corpo nem na
natureza humana e suas faculdades, mesmo assim tudo isso é prejudicado por
ela. Davi podia dizer no Salmo 51:55 : “Eis que em iniquidade fui formado, e
em pecado me concebeu minha mãe”. Paulo diz em Romanos 7:186 : “Porque eu
sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum”. O termo “a
carne”, como usado nas Escrituras, às vezes refere-se ao ser natural completo
do homem – corpo, alma e espírito.7 (Isto é desenvolvido mais plenamente na
seção sobre “A Natureza do Homem”.) As Escrituras também nos dizem que
somos naturalmente “filhos da desobediência; entre os quais todos nós tam-
bém antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne
e dos pensamentos” (Efésios 2:2,311 ). Eu sugeriria que tudo do ser humano está
incluído nesses versículos. Deste modo, o corpo (incluindo o cérebro) sente o
efeito do pecado em seu funcionamento desordenado e em sua deterioração, e a
alma e o espírito, com todas as nossas faculdades, foram afetados pelo pecado.
Em seu livreto “Auto-Estima”, o autor afirma:
4 https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/8
5 https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/51
6 https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/7
7 Do mesmo modo,lemos do Senhor Jesus que Ele “padeceu por nós na carne” (1 Pedro 4:18 ),
que Ele “levou ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (1 Pedro 2:249 ), e
que “a sua alma se pôs por expiação do pecado” (Isaías 53:1010 ). Assim como todo o nosso ser
esteve envolvido em pecado, assim o Senhor Jesus sofreu em todo o Seu ser pelo pecado.
11 https://www.bibliaonline.com.br/acf/ef/2
21
ser às vezes um problema espiritual, e possa sempre ter uma dimensão espiri-
tual, a própria tendência é o resultado do pecado distorcendo a alma e espírito
assim como o corpo. Muitas vezes, o pecado distorce tanto o físico quanto o
não-físico ao mesmo tempo, resultando em uma origem complexa para uma
doença mental em particular. Isto nos traz a uma consideração de um segundo
aspecto do pecado e suas consequências, a saber, o pecado que permitimos em
nossas vidas.
Pecado Voluntário
Já vimos que todos nascemos membros de uma raça caída, e, como tais, somos
sujeitos aos efeitos do pecado em nosso espírito, alma e corpo. Além disso,
uma vez que o pecado entrou neste mundo temos também uma natureza pe-
caminosa que as Escrituras chamam de “a carne”. As Escrituras usam essa ex-
pressão para descrever o “eu” pecaminoso do homem que não pode agradar a
Deus (Isto também é explicado em mais detalhes na seção sobre “A Natureza
do Homem”12 ). No Novo Testamento, especialmente nas epístolas de Paulo,
essa expressão é usada para se referir à condição moral do homem sem Deus e
aos princípios de vontade própria que governam as ações do homem natural.
Quando permitimos que nossa natureza pecaminosa, “a carne”, aja, ela pode
certamente contribuir, e às vezes ser o fator principal, da doença mental.
Quando permitimos o pecado em nossa vida, é algo imediatamente mais
sério, pois traz em cena nossa responsabilidade perante Deus. Isto é visto clara-
mente no caso de Nabucodonosor em Daniel 4, cujo estado mental foi permitido
por Deus por causa de seu orgulho. Tal pecado é obviamente diferente da ten-
dência à doença mental que é herdada, pois envolve o que as Escrituras chamam
de “o pecado que tão de perto nos rodeia” (Hebreus 12:1). Embora não exista
dúvida de que a tendência a esses pecados que nos rodeiam é muitas vezes
transmitida de família, ainda assim devemos traçar uma distinção entre o que é
o resultado do pecado e o que é o próprio pecado. Pensamentos pecaminosos
e comportamento ruim podem precipitar a doença mental, e aqui temos, defi-
nitivamente, um problema espiritual. Há, no entanto, encorajamento para lidar
com isso, pois como crentes podemos conhecer a libertação do pecado pois o
Senhor Jesus morreu pelos pecados. Falaremos mais sobre esse assunto quando
discutirmos o tratamento.
12 N.do T.: Não traduzida ainda, mas pode ser lida no texto original, das páginas 78 a 98:
https://drive.google.com/file/d/0B-YRE-dLph2XX1IyUlhpYU43V0U/view?usp=sharing13
24 A Natureza da Doença Mental
"Uma jovem, criada em um lar cristão, começou a fazer coisas que sua
consciência condenava. Não querendo admiti-las e confessá-las a Deus, ela
começou a convencer-se a si mesma primeiramente de que Deus não se im-
portava, e depois de que não havia Deus. Por muitos anos ela afirmava ser
ateia. Mas o pecado em sua vida gradualmente se desenvolveu em ansiedade
e medo.
Às vezes tentamos culpar o mau comportamento a alguma causa física tal como
uma anormalidade no cérebro. Um caso assim envolveu um proeminente po-
lítico que estava atendendo a uma conferência de imprensa. Segue o relato do
que aconteceu, escrito por alguém que o ouviu:
"Esse político que possuía uma campanha antidrogas foi um homem evasivo
e que nunca assumiu suas culpas e responsabilidades através de seus dois
25
Sua resposta foi imediatada: ’Eu não fiz isso’, ele respondeu. ’Meu cérebro
estava bagunçado. Foi meu cérebro que fez isso. Minha doença fez isso!’.
Não havia qualquer sinal de remorso – apenas indignação de que alguém
tivesse feito tal pergunta"14
"Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para
quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos
vermelhos?Para os que se demoram perto do vinho. . .
“Os teus olhos olharão para as mulheres estranhas, e o teu coração falará
perversidades.” (Provérbios 23:29–33)
Outros Vícios
Está além do escopo deste livro tratarmos em detalhes sobre cada tipo de vício,
mas é interessante fazermos alguns comentários antes de prosseguirmos. Pri-
meiramente, devemos nos lembrar que os vícios podem incluir muitas coisas
em nossas vidas. Paulo diz aos coríntios: “Todas as coisas me são lícitas, mas
nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me
deixarei dominar por nenhuma” (1 Coríntios 6:12). As Escrituras mencionam
tais coisas como imoralidade sexual, o abuso do álcool, e a glutonaria, mas po-
demos nos deixar dominar por muitas outras coisas – esportes, exercício físico,
jogos de azar, cafeína – e até mesmo coisas como a tomada de riscos. Devemos
reconhecer que os desejos indisciplinados que dirigem os vícios são encontra-
dos em cada coração humano. O Senhor Jesus disse: “Todo aquele que comete
pecado é servo do pecado” (João 8:34).
Sem dúvida, a tendência a um vício em particular é influenciada tanto pela
genética quanto por várias influências em nossa educação, mas então nossa von-
tade entra em cena, pois gostamos de pecar. Então, quando nos entregamos
repetidamente a um comportamento em particular, nos tornamos escravizados
de modo que isso nos controla. Assim temos atos propositais de pecado combi-
nados com a natureza controladora dos vícios. De fato, todo pecado age assim,
30 A Natureza da Doença Mental
mas os vícios tornam isso mais aparente. Se negamos a escravidão dos vícios,
então precisamos assumir que o indivíduo tem poder para mudar a si mesmo.
Isto não é verdade, pois a vontade do homem não tem poder algum contra o
pecado sem o poder da graça de Deus. Por outro lado, se negamos o pecado vo-
luntário envolvido nos vícios, então acabamos nos permitindo a colocar a culpa
fora de nós mesmos, assim como fez o político mencionado anteriormente, que
dava a desculpa de que seu tráfico de drogas era pelo fato de que seu cérebro
estava bagunçado. A realidade é que uma tendência em nossos corações – “o
pecado que tão de perto nos rodeia” (Hebreus 12:1) – encontra sua expressão
nas escolhas pecaminosas e acaba num comportamento controlador que lem-
bra uma doença. “Havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o
pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tiago 1:15).
Consideremos agora o terceiro aspecto do pecado e suas consequências: as
circunstâncias e o pecado agindo em nós do lado de fora.
são efeitos externos – vindos de fora de nós mesmos – do pecado: o pecado que
distorceu todo o padrão de vida neste mundo.
Se alguém sofre de dor física severa e crônica por mais de um mês, ele co-
meçará, humanamente falando, a desenvolver depressão. A perda da fonte de
renda, ou mais sério ainda, a morte de uma pessoa amada, também pode preci-
pitar um surto de depressão. Aqueles com distúrbios mentais mais sérios como
a esquizofrenia podem, às vezes, conseguir seguir vidas relativamente normais
se a maior parte do estresse for removido, mas sua doença é grandemente agra-
vada pelas circunstâncias. Indivíduos sujeitos aos horrores da guerra e/ou à
tortura frequentemente sofrem tais coisas como trauma pós-guerra e até mesmo
mudanças de personalidade no longo prazo. Tudo isso é às vezes chamado de
distúrbio de estresse pós-traumático. Quanto menos resiliente e quanto maior a
fragilidade emocional, mais facilmente as circunstâncias adversas podem levar
a pensamentos e comportamentos anormais óbvios.
Tudo isso aumentou muito em nosso mundo moderno. Na época em que
este livro foi escrito, coisas como a depressão e casos sérios de ansiedade tinham
aumentado dramaticamente no Canadá durante os últimos vinte anos. Distúr-
bios com um componente psicológico, tais como a fibromialgia e síndrome de
fadiga crônica, têm se tornado cada vez mais comuns. Muitas vezes o estresse
na vida de uma pessoa leva ao sono perturbado e finalmente à privação crônica
do sono. Isto resulta em fadiga crônica, ansiedade aumentada, dor física, e, fi-
nalmente, depressão. Toda a síndrome torna-se um círculo vicioso, uma vez que
a depressão e a ansiedade levam a mais estresse. Além disso, devemos perceber
que o estresse pode ser devido à nossa própria vontade, onde nosso orgulho nos
empurra para fazermos as coisas do nosso próprio jeito. A frustração que ocorre
quando nossa vontade é frustrada pode produzir estresse e, finalmente, todos
os problemas que temos mencionado. Alguém sabiamente observou que “as
circunstâncias não nos dariam problemas se elas não encontrassem algo em nós
que é contrário a Deus; elas apenas sussurrariam levemente como a brisa”19 .
Aqui novamente estamos em uma área onde diferentes causas de doença men-
tal se sobrepõem, tornando o assunto bastante complexo.
19 Darby,J. N., God’s Rest, the Saint’s Rest. (The Collected Writings of J. N. Darby, Vol. 16,
Stow Hill Ed.), pg. 117
32 A Natureza da Doença Mental
É nesta área que devemos tecer alguns comentários sobre o Senhor Jesus Cristo.
Ele como um Homem sem pecado veio a um mundo de pecado, e assim expe-
rimentou todos os terríveis efeitos do pecado vindos de fora de si mesmo. Ele
passou por todo tipo de sofrimento que um homem sem pecado poderia pas-
sar. Lemos em Hebreus 4:1520 : “Porque não temos um sumo sacerdote que não
possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo
foi tentado, mas sem pecado”. Tudo isso foi elevado a uma altura sem paralelos
quando Ele foi até a cruz, pois ali Ele experimentou não apenas tudo o que o
coração perverso do homem podia inventar, como também a ira de um Deus
Santo contra o pecado. Como um homem sem pecado, Ele sentiu isso tudo, e
sentiu-o perfeitamente. Ao contemplar isso tudo no jardim de Getsêmani, Sua
alma santa ficou oprimida pelo que lhe aguardava. O evangelho de Mateus
relata a cena como segue:
Aqui encontramos a perfeição sem pecado na presença do mal, e mal tão grande
como nenhum outro jamais pôde experimentar, mesmo encontrando-se naquela
perfeição que tudo aceitou do Pai. Como vimos, o mal tende a deprimir a alma,
e nosso Senhor sentiu o mal pessoalmente, mas perfeitamente, por causa de
Sua santidade. Como resultado, uma vez que Satanás não tinha nada com Ele,
a consequência de sua depressão apenas resultou em comunhão com Deus. Al-
guém observou com precisão, no que diz respeito à obra de Cristo na cruz:
“Desprezo, inimizade, perfeita depressão (Ele foi crucificado em fraqueza, veja
versículo 14 do Salmo 2222 ) e a face de Jeová dEle escondida, essas coisas mar-
caram Seu verdadeiro estado lá, mas [Ele foi] fiel, dizendo: ’Tu és santo’.” (grifo
do autor)
Teremos mais a dizer sobre esse assunto quando falarmos sobre o tratamento
da doença mental, mas é humilhante e ao mesmo tempo encorajador ver nosso
20 https://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/4/15
21 https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/26
22 https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/22
33
Circunstâncias Passadas
Possessão Demoníaca
Ações Criminosas
Vimos como o pecado voluntário pode causar doença mental, e como o pecado
que permitimos em nossa vida pode agravar uma tendência que já está presente
em nosso ser como resultado do pecado. Se isso for levado além de um certo
ponto, o indivíduo pode acabar se envolvendo com atividades criminosas. Este
é um outro caso em que o pecado voluntário combina-se ao pecado como um
resultado da queda do homem. Novamente, por ser um tipo especial de pecado
voluntário, o deixaremos para maiores considerações em um apêndice.
Conclusões
À luz de tudo o que temos considerado, torna-se óbvio que a doença mental,
seja leve ou seriamente incapacitante, é um assunto muito complicado. Há
quase sempre múltiplas causas – físicas, espirituais, circunstanciais, etc. É a pre-
sença dessas múltiplas causas juntamente com nosso entendimento limitado da
doença mental que é, sem dúvida, responsável por muito do mal-entendido e
pensamento desequilibrado sobre o assunto.
Há aqueles que reduziriam qualquer resposta mental ou emocional anor-
mais a um problema espiritual, enquanto outros diriam que é tudo físico, relaci-
onado ao mal funcionamento dos neurotransmissores e de problemas químicos
no cérebro. Vimos que nenhuma dessas respostas está totalmente errada, mas
que nenhuma também está totalmente certa. Alguns tentariam relacionar tudo
a experiências que tivemos em algum momento anterior de nossas vidas, en-
quanto outros diriam que o pecado original é a causa de todos esses problemas.
Novamente, ambos podem ser fatores causadores da doença mental, mas ne-
35
23 https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/5/12
24 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1co/13/9
36 A Natureza da Doença Mental
Capítulo 3
Tratamento
Princípios Gerais
Todos sabemos que o tratamento de uma doença pode ser complicado, mesmo
se estivermos considerando principalmente a doença física. Não é suficiente
tratar apenas o corpo, pois sabemos que o espírito, alma e corpo interagem
de maneiras bem reconhecidas, embora mal compreendidas. As Escrituras nos
dizem que “um coração alegre promove a cura, mas um espírito quebrantado
(abatido) seca até os ossos” (Provérbios 17:221 , tradução de J.N.Darby). Do
mesmo modo, lemos: “O espírito de um homem susterá sua enfermidade; mas
um espírito quebrantado, quem pode suportar?” (Provérbios 18:142 , tradução
de J.N.Darby). Assim, a parte não-física e física influenciam uma à outra, seja
para o bem ou mal. Este princípio é bem conhecido nos círculos médicos, e
no mundo em geral. Mesmo em doenças simples e comuns como o resfriado,
estudos apontam que pessoas felizes e bem ajustadas pegam menos resfriados,
e de duração mais curta, do que aqueles que estão infelizes ou sob estresse.
O mesmo ocorre com a doença mental, pois vimos que, na maior parte dos
casos, o espírito, a alma e o corpo estão envolvidos. Todos os variados fatores
responsáveis devem ser considerados e identificados, e o tratamento não será
efetivo sem isso. Muitas doenças mentais possuem algum componente físico, e
assim é um erro enxergar todos os distúrbios mentais como problemas espiri-
tuais. Por outro lado, é um erro ainda maior enxergar todo o problema como
físico, pois enquanto os medicamentos podem tratar o que é físico, eles não tem
1 https://www.bibliaonline.com.br/acf+dby/pv/17/22+
2 https://www.bibliaonline.com.br/acf+dby/pv/18/22+
38 Tratamento
3 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1jo/1/7
4 https://www.bibliaonline.com.br/aa/atos/17/30
39
“Pois não temos um sumo sacerdote que não possa simpatizar com
nossas enfermidades [ou fraquezas], mas tentado em todas as coisas
da mesma forma, mas sem pecado. Aproximemo-nos, portanto, com
ousadia ao trono da graça, para que possamos receber misericórdia,
e encontrar graça para ajuda em tempo oportuno” (Hebreus 4:15–165 ,
tradução livre da versão em inglês de J. N. Darby).
"Seja qual for o estado em que te encontras, venha a Jesus, e descobrirás que
Ele é sempre gracioso, que Ele sempre tem graça. . .
"Ele foi desprezado por isto – fiel no amor, passando por todo a cena do
homem, porque Ele foi a Testemunha fiel, para que a graça possa vir a mim
onde estou, envergonhado à vista dos homens: lá Cristo vem buscar-me,
determinado a ser a fiel Testemunha de Deus, que é rica em misericórdia.
Já nos referimos ao Senhor Jesus como tendo passado por todo tipo de sofri-
mento e circunstâncias difíceis que um homem sem pecado poderia passar, até
mesmo a perfeita depressão que lhe sobreveio ao contemplar e eventualmente
passar pelos Seus sofrimentos na cruz. Vimos como Ele aceitou isso tudo das
mãos de Seu Pai, e assim, em perfeição, continuou em comunhão com Seu Pai
em tudo isso. Como resultado, Ele é agora capaz de ser um “misericordioso e
fiel sumo sacerdote” (Hebreus 2:176 ) para aqueles que também estão passando
pelas dificuldades do caminho cristão.
5 https://www.bibliaonline.com.br/acf+dby/hb/4/15–16+
6 https://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/2/17
40 Tratamento
É claro que seria blasfemo sugerir que nosso bendito Senhor Jesus tenha
sofrido alguma doença vinda de dentro de Si, seja física ou mental, mas ao pas-
sar por todas as circunstâncias que podemos ser chamados também a passar,
Ele experimentou, vindo de fora de Si, todo o mal que havia no mundo. Por
causa de Sua natureza santa e por causa de Seu amor, Ele sentiu tudo isso como
nenhum outro poderia. Era comum que os homens perdessem a razão por con-
sequência de uma flagelação romana, mesmo assim o Senhor Jesus suportou
tudo isso, e “deu o testemunho de boa confissão” (1 Timóteo 6:137 ) perante Pi-
latos mais tarde. Já observamos que em Mateus 26:378 (versão de J. N. Darby)
é dito que o Senhor Jesus ficou “triste e profundamente deprimido” no jardim
de Getsêmani, mostrando que Ele sentiu grandemente a perspectiva de ser feito
pecado por nós. Ainda assim Ele podia, ao mesmo tempo, pensar no bem-estar
espiritual dos outros, dizendo aos Seus discípulos que orassem para que não
entrassem em tentação. Assim nosso bendito Senhor está lá por nós, não como
Alguém que não passou por nenhuma de nossas provas, mas que foi provado
em tudo pelo que estamos passando, embora fosse sem pecado. Ele quer que
venhamos a Ele com nossas enfermidades e fraquezas, de modo a obter miseri-
córdia e graça para nos ajudar quando precisamos.
Apesar de não querermos sugerir que a doença mental é permitido por Deus
simplesmente para nos tornar mais dependentes do Senhor, ainda assim é ver-
dade que a natureza única de um distúrbio mental nos impele a buscarmos ao
Senhor de um modo que talvez a mera doença física não faça. Alguém obser-
vou que Ele reserva Suas mais ricas cordialidades (estimulantes) para nossas
mais profundas necessidades. Assim somos levados a sugerir que o Senhor
deseja que nos aproximemos primeiramente dEle em nossas dificuldades, pri-
meiramente em submissão e aceitação do problema permitido por Ele, e então
em um espírito de súplica por Sua ajuda no assunto. Finalmente, apenas Ele
pode curar, e apenas Ele pode direcionar quanto a que formas adicionais de tra-
tamento devemos buscar. Não podemos enfatizar isto com muita força, pois
enquanto o homem muitas vezes fornece alívio dos sintomas, tanto da doença
física quanto mental, no final o único remédio para o pecado é encontrado na
cruz. Todas as outras formas de tratamento devem ser vistas sob esta luz.
7 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1tm/6/12–14
8 http://bibliaportugues.com/dbt/matthew/26.htm
41
Ele Dá Graça
Mesmo que causemos alguns dos problemas pelos nossos próprios pecados que
permitimos, lembremo-nos que se viermos ao Senhor falar sobre isso, Ele sem-
pre nos encontrará em amor. Eu conheci um homem (já com o Senhor) que
tinha perdido sua juventude e que sofreu de dano cerebral permanente como
resultado do constante abuso de álcool. Ele foi obrigado a passar o resto de sua
vida em uma instituição, e sua atitude e comportamento inicialmente dificulta-
ram bastante para os funcionários que estavam ali para cuidar dele. Mas então
ele aceitou o Senhor Jesus como seu Salvador, e embora suas capacidades men-
tais ainda fossem muito limitadas e seu comportamento não totalmente normal,
a mudança nele foi marcante. Ele tornou-se fácil de lidar, sempre levava um
sorriso no rosto, amava falar sobre o Senhor, e tomava parte proeminente no
cântico de hinos que ocasionalmente ocorria no lugar em que vivia. Ele even-
42 Tratamento
tualmente faleceu, com idade relativamente jovem, mas ele foi certamente um
caso onde “ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo,
se renova de dia em dia” (2 Coríntios 4:169 ).
Se há pecado em nossa vida que contribui para com o problema, podemos
trazê-lo diante do Senhor e lidar com isso. Muito do estresse em nossa vida
deriva disso, e talvez nem sequer percebamos. Novamente, e gostaria de en-
fatizar muito bem este ponto. Muitos queridos crentes estão, de fato, tentando
andar como filhos da luz. À medida que falhamos em produzir o fruto dessa
luz, podemos nos tornar desiludidos pois somos dirigidos por algo que vem
do profundo de nosso interior e que ainda não compreendemos. Talvez tenha-
mos entendido corretamente a salvação como um presente gratuito, mas não ter
entendido que devemos operá-la com temor e tremor (Filipenses 2:1210 ). Não
entendemos adequadamente que a santificação (sermos separados para Cristo)
é um processo assim como uma posição. Assim, tendemos a forçar em ter-
mos de controlar o comportamento em vez de o fazermos pela renovação da
mente (Romanos 12:211 ). Em vez de um comportamento realmente mudado,
o resultado é a repressão da carne em vez de morte para ela. Controlamos as
tendências más enquanto permitimos que permaneçam armazenadas no cora-
ção. Então, quando o comportamento entra em erupção, o que não é de acordo
com Cristo, lutamos intensamente para controlar o comportamento ou repreen-
der o diabo (que teve matéria-prima para trabalhar, mesmo que tenha sido ele
quem disparou o comportamento), em vez de lidar com a verdadeira raiz do
problema.
9 https://www.bibliaonline.com.br/acf/2co/4/16
10 https://www.bibliaonline.com.br/acf/fp/2/12
11 https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/12/2
12 https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/6
43
Responsabilidade Moral
escusar nossa falha em não conseguirmos ser como Cristo tomando refúgio em
nossas dores corporais, como se não pudéssemos fazer nada. Como dissemos
anteriormente, certamente as doenças mentais e físicas podem tornar-nos mais
vulneráveis a um ataque de Satanás e assim tornar mais fácil o pecar, mas não
podemos usar isso como uma desculpa pelo comportamento errado.
Nosso comportamento pode ser simplesmente anormal e, assim, de certo
modo censurável por nós mesmos e por outras pessoas, e às vezes pode ser
claramente pecaminoso. Como já observamos, às vezes a linha entre ambos os
casos é fina. No final, apenas o Senhor conhece perfeitamente todos os fatores
que contribuíram para nosso estado mental alterado e talvez para nosso com-
portamento anormal. Na presença do Senhor podemos abrir nossos corações
a Ele, que conhece todas as coisas, e que se importa conosco como um pastor
cuida de Sua ovelha. Lemos em Isaías 53:415 : “Verdadeiramente ele tomou so-
bre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si”, e certamente
isto inclui as dores da doença mental assim como a enfermidade que podemos
experimentar. William Kelly comenta sobre esse versículo de um modo muito
útil:
“Ele estava aqui neste mundo em graça, passando por um mundo arrui-
nado, necessitado e triste, pronto a ajudar a qualquer que viesse a Ele, todos
os que Lhe eram trazidos, endemoniados ou doentes; e uma palavra era sufi-
ciente para o pior. Assim foi cumprido Isaías 53:4 (não ainda a obra vicária
[substitutiva] do versículo 5, em sequência). Certamente aquilo não era
sacrificial. . . era o poder que dissipava a doença de qualquer paciente que
entrava em contato com Ele; e isso tudo não como alguém em distância in-
sensível, mas alguém que (em amor tão profundo como Seu poder) tomou
tudo, levou tudo, sobre Seu espírito com Deus.”16
A Graça de Deus
Nosso bendito Senhor quer que confiemos nEle como aquEle que nos conhece
e nos ama. De acordo com isso, sugerimos que o que é necessário, mais do
que qualquer outra coisa, para o crente que sofre de doença mental, é um
profundo entendimento, na alma, da graça de Deus. Devemos ver que a graça
15 https://www.bibliaonline.com.br/acf/is/53/4
16 Kelly, W., Christ Tempted and Sympathizing. (The Bible Treasury, Vol. 20), pg. 189
45
de Deus é Seu favor imerecido, e que ela foi estendida a nós quando não ha-
via nada em nós para amar. Quando vemos que Ele nos ama apesar do nosso
pecado (pecado que trazemos sobre nós mesmos pela desobediência), e que Ele
enviou Seu Filho para morrer por nós, percebemos quanto amor há em Seu cora-
ção para conosco. Vemos mais e mais da verdade de Romanos 8:3217 : “Aquele
que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós,
como nos não dará também com ele todas as coisas?”. Isto não implica que a
graça de Deus simplesmente removerá toda a dor da doença mental mais do
que Ele remove de nossas doenças físicas. Em vez disso, ele nos mostra que
aquEle que enviou Seu Filho para morrer por nós para que possamos passar a
eternidade com Ele é certamente capaz de nos ajudar a lidar com questões que
têm a ver com nossas vidas aqui neste mundo.
Quando realmente apreciamos a graça de Deus, não iremos chafurdar em
auto-piedade, ou tornarmo-nos raivosos, ou desistir em desespero. Em vez
disso, aceitaremos tudo de Deus, e assim como o Senhor Jesus no jardim de
Getsêmani, usaremos da oportunidade para nos aproximarmos mais do Senhor
em comunhão com Ele. Buscaremos a força dEle em vez de encararmos a difi-
culdade com nossas próprias forças. Outra pessoa expressou isso muito bem:
20 https://www.bibliaonline.com.br/acf/2co/12/9
21 Darby, J. N., Parables of Luke 15. (The Collected Writings of J. N. Darby, Vol. 12, Stow Hill
Ed.), pg. 168
47
faz a pergunta: “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Romanos 8:3522 ) Ele
então continua nos mostrando que nada pode nos separar do amor de Cristo,
sejam coisas nesta vida, tais como tribulações, perigos, a espada, etc., ou coisas
além do controle humano, tais como os anjos, a morte, as coisas futuras, etc. Eu
sugeriria que a doença mental está incluída nessas categorias.
"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das miseri-
córdias e o Deus de toda a consolação;
Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos
consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que
nós mesmos somos consolados por Deus.
(2 Coríntios 1:3–5)
É o feliz privilégio de muitos de nós que somos crente no Senhor Jesus Cristo
sermos um auxílio para outros crentes de vez em quando, e talvez isto seja
muito necessário e apreciado no que diz respeito à doença mental. Isso é ver-
dade, quer o distúbio seja mais suave, quer em tempos de tristeza ou estresse,
ou quer estejamos lidando com um caso de psicose severa, no qual o indivíduo
se encontra fora de si. Os versículos citados acima nos mostram claramente que
Deus, nosso Pai, é a fonte de todas as verdadeiras misericórdias e consolações,
e ainda assim Ele nos dá o privilégio de mostrar o mesmo amor e cuidado pelos
outros assim como Ele mostrou a nós. Assim nos é dito em Gálatas 6:223 : “Levai
as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo”.
O Dom de Pastor
Aqui é onde entra o dom de pastor, um dom que é muito necessário, mas talvez
muito raro. É um dom que muitas vezes não é apreciado como se deveria. Por
causa da natureza da obra pastoral, pouca glória humana é associada a ela, pois
ela é exercida, na maior parte, nos bastidores. É dispendiosa e às vezes não
apreciada nem mesmo por aqueles a quem está sendo dirigida. Ainda assim,
tal dom, quando adequadamente usado perante o Senhor, pode ser de valor
inestimável em casos de doença mental entre os crentes. O valor de tal dom é
expresso como segue:
“Eu creio que um pastor é um dom raro. . . Um pastor deve ser como um mé-
dico; ele deve conhecer o verdadeiro alimento, e o verdadeiro medicamento,
e o verdadeito diagnóstico, e toda a ”pharmacopoeia“, e também deve saber
como aplicar isso tudo. Em um sentido é um dom raro, e muito precioso.”
24
130
50 Tratamento
Ao considerarmos o auxílio que podemos dar aos outros, não devemos nos sen-
tir desamparados mesmo se não tivermos o dom de pastor. Há muitas formas
que o auxílio pode tomar, e o grau de ajuda que alguém pode oferecer será de-
terminado não apenas pelo dom individual, mas também por sua maturidade
e sabedoria nas coisas espirituais. Isto, por sua vez, dependerá muito do quão
próximo a pessoa estiver andando com o Senhor. Assim como “a oração [fer-
26 https://www.bibliaonline.com.br/acf/tg/5/16
51
vente] feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:1627 ), assim um
crente que está vivendo em proximidade com o Senhor terá a mente dEle e será
de muito maior ajuda em tais situações do que um que é meramente inteligente,
em um sentido natural. Além disso, como vimos nas Escrituras que já citamos
de 2 Coríntios 1:3–628 , é muitas vezes aquele que, ele próprio, já passou por
dificuldades, que pode ajudar o próximo que está passando por uma provação
similar. Isto não é o mesmo que dizer que precisamos experimentar a doença
mental de modo a sermos capazes de ajudar outro crente que tem esse pro-
blema, mas faz-nos perceber que aqueles que já passaram por provações com o
Senhor são geralmente mais equipados para auxiliar outros do que aqueles que
podem ter tido um caminho mais fácil.
O auxílio dado pode tomar diferentes formas. Às vezes, a simples preocu-
pação e companheirismo do outro, com o conhecimento de que outros estão
orando por ele, podem ser de imensurável ajuda a alguém que está sofrento de
doença mental. Provavelmente, muito do que se passa por doença mental neste
mundo está relacionado à falta (ou falta aparente) de amor e entendimento por
parte dos outros, e o cuidado e preocupação expressa pelos outros muitas ve-
zes contribuem muito para com o alívio dos sintomas. Devemos estar dispostos
a sermos bons ouvintes, a aceitarmos a pessoa (não seu pecado), e orar tanto
com ela quanto por ela. É claro que sabedoria deve ser usada aqui, e um enten-
dimento do problema particular do indivíduo ditará como o auxílio pode ser
dado. Por exemplo, pessoas que estão deprimidas são geralmente mais ajuda-
das por visitas curtas daqueles que são otimistas e positivos, ao mesmo tempo
em que são sérias e capazes de comiserar com a pessoa sobre seus sentimentos.
Elas não são ajudadas por longas visitas e longas exortações das Escrituras.
Se sentimos que conhecemos e entendemos o indivíduo mais profundamente,
e podemos passar mais tempo com ele, então podemos ser capazes, gentil-
mente, de sondar as dificuldades ou experiências passadas que possam estar
contribuindo para com o problema. Isto requer muita sabedoria e dependência
do Senhor, pois tal tipo de aconselhamento é algo sério de empreender, e não
deveria ser tratado levianamente. Já vimos que a doença mental é complicada,
e o tratamento deve ser aplicado com cautela. Ao tentar ajudar alguém nessa
situação, devemos ser cuidadosos para não fazermos declarações definitivas
sobre eles e sobre sua doença a menos que estejamos muito certos sobre o quê
estamos falando. Muito mal já foi feito por aqueles que, tendo apenas uma vi-
27 https://www.bibliaonline.com.br/acf/tg/5/16
28 https://www.bibliaonline.com.br/acf/2co/1/3–6
52 Tratamento
29 https://www.bibliaonline.com.br/acf/2co/1/24
2018
Ao lidarmos com esse levar de cargas, devemos distinguir entre levar as cargas
uns dos outros e permitir que as pessoas se tornem “sanguessugas”. A palavra
“carga” em Gálatas 6:230 carrega o pensamento de um estresse ou peso intolerá-
vel e pesado que se requer ajuda para ser levado, enquanto a palavra traduzida
como “carga” no versículo 5 do mesmo capítulo é uma palavra diferente, tendo
o pensamento daquilo que é a responsabilidade normal e própria do indivíduo.
Há coisas na vida que são propriamente nossa própria responsabilidade, e que
não deveriam ser empurradas para os outros. Uma sanguessuga suga continu-
amente a força de outro, e nunca dá nada em troca. Alguns crentes não estão
dispostos a pagar o preço da oração pessoal e da disciplina espiritual de modo
a manter seu bem-estar emocional e espiritual, e assim acabam continuamente
se aproveitando da força dos outros. Tal comportamento representa um tomar
que impede o dar, e finalmente é algo da carne. Ocasionalmente tal comporta-
mento pode ter que ser repreendido. Mas, na maioria das vezes, aqueles com
doença mental serão capazes de exercer normalmente suas funções diárias, em-
bora possam precisar de ajuda de tempos em tempos. É um privilégio ser capaz
de oferecer tal ajuda!
Podemos resumir nossas observações como segue. Da parte daquele que so-
fre da doença mental, ele deve estar disposto a admitir o problema, assim como
no caso de doença física. Aqueles que se negam a admitir sua doença não serão
capazes de ser muito ajudados. Uma vez que o problema é admitido, o indi-
víduo deve estar disposto a aceitar auxílio, percebendo que Deus proveu-lhe
esse auxílio. É gratificante para nosso coração natural dizer: “Eu posso lidar
com isso sozinho; eu não preciso de ajuda”. Mas se Deus proveu auxílio para
30 https://www.bibliaonline.com.br/acf/gl/6
54 Tratamento
O Psiquiatra
Reconhecendo Sintomas
Drogas Psicotrópicas
Além disso, houve grandes passos feitos, durante os últimos cinquenta anos,
na pesquisa e desenvolvimento de drogas psicotrópicas. Começando com a
descoberta do lítio e da clorpromazina na década de 1950, os últimos cinquenta
anos têm testemunhado o desenvolvimento de uma miríade de novas drogas
que revolucionaram o tratamento de distúrbios mentais. Antes da década de
1950, a maioria dos indivíduos seriamente perturbados tinham de ser tratados
em instituições, às vezes com portas trancadas, janelas com barras, e, algumas
vezes, com restrições físicas. (O tratamento do esquizofrênico paranoico na se-
ção “Esquizofrenia e outras Condições Psicóticas31 ” é um exemplo disso). Hoje
em dia a maioria das admissões psiquiátricas são breves, com um rápido re-
torno à vida em comunidade. Muito dessa mudança é o resultado de melhores
drogas para o tratamento de doenças mentais, e aqui o psiquiatra é necessário,
pois apenas ele saberá como prescrever e supervisionar o uso dessas drogas. É
fácil perceber que tais medicamentos devem ser prescritos e administrados por
um médico capaz de apreciar as indicações para eles, assim como a dosagem
adequada, os efeitos colaterais, e a interação com outras drogas. Do mesmo
modo, alguém que é treinado a reconhecer e classificar distúrbios mentais pode
diagnosticar melhor um problema em particular e iniciar o tratamento.
Como um médico, o psiquiatra é treinado para investigar as variadas causas
dos sintomas que ele enxerga, e após juntar as informações, decidir que formas
de tratamento serão úteis no caso particular. Ele é treinado para reconhecer
diferentes forças na vida do indivíduo, e a integrá-las com a hereditariedade,
personalidade, experiências e crenças da pessoa. Então ele tenta mapear um
regime de tratamento que pode incluir terapia de apoio e drogas, assim como
ajudar a dar ao paciente uma melhor visão sobre o que ele pode fazer para
31 https://doencas-mentais-biblia.blogspot.com.br/2017/07/disturbios-psicoticos-
esquizofrenia-e.html
56 Tratamento
Administrando Remédios
Remédios e Moralidade
Talvez alguns perguntarão: “Por que então alguns crentes tem tais sentimentos
negativos sobre os psiquiatras, e são tão fortemente contra seu papel na vida dos
cristãos?” Primeiramente, devemos nos lembrar do que foi dito anteriormente,
a saber, que drogas psicotrópicas não possuem efeito moral. Elas capacitam o
cérebro a funcionar de modo mais normal, mas não podem melhorar nada além
do que é físico (o cérebro). Lidaremos mais a fundo com este assunto em uma
seção subsequente. Em segundo lugar, enquanto o psiquiatra pode certamente
fornecer cuidados de apoio e de psicoterapia, ele não pode lidar com o aspecto
espiritual da doença mental a menos que ele próprio seja um crente no Senhor
Jesus Cristo.
Enquanto a medicação e a psicoterapia humana possa fornecer algum alívio
temporário, elas normalmente não fornecerão uma solução permanente para o
problema, porque há questões espirituais que precisam ser abordadas. O com-
portamento pode ser explicado e talvez justificado como sendo a manifestação
da doença (Enquanto os psiquiatras raramente referem-se a um certo comporta-
57
mento como pecado, eles costumam dizer que “isso é apenas comportamento”,
o que significa que é uma ação voluntária, e não uma manifestação de uma do-
ença mental em particular). Certos comportamentos podem ser reconhecidos
como prejudiciais, mas o ponto de referência tenderá a ser o homem. Assim,
o comportamento pode ser considerado prejudicial para ele próprio ou para os
outros, mas geralmente não é visto como um pecado contra Deus. Finalmente,
deve-se reconhecer que o relacionamento entre o paciente e o psiquiatra é, por
necessidade, muito íntimo. As informações mais privadas e detalhes delica-
dos da vida da pessoa podem ter de ser expostos, e, como tal, o psiquiatra se
encontra em uma posição de ter que direcionar a terapia e talvez moldar o pen-
samento do paciente de um modo que poucos outros teriam a oportunidade
de fazer. A maioria dos psiquiatras, reconhecendo a importância das convic-
ções religiosas de um paciente, normalmente não dariam conselhos contrários a
elas a menos que percebessem que tais crenças estivessem no caminho de uma
resolução do problema. É fácil ver, no entanto, que tal opinião seria baseada
na própria percepção que o psiquiatra tem da situação, e se for baseada na sa-
bedoria do homem e não na de Deus, pode muito bem vir a ser contrária às
Escrituras. Devemos nos lembrar que “o temor do Senhor é o princípio do co-
nhecimento” (Provérbios 1:732 ), e isso em qualquer assunto moral e espiritual:
nosso pensamento é errado a menos que seja firmado na Palavra de Deus. Que
possamos sempre nos lembrar da afirmação em Isaías 8:2033 : “Se eles não fa-
larem segundo esta palavra, é porque não há luz neles”. Se o homem deve ter
uma verdadeira compreensão de si mesmo, ele deve começar com respeito ao
Senhor, e reconhecendo que o Senhor o fez, e é a quem ele é responsável.
Assim não devemos confiar na sabedoria do homem, seja por meio de dro-
gas ou psicoterapia, para curar problemas espirituais. Em vez disso, eles devem
ser encarados na presença do Senhor. Até mesmo homens incrédulos reconhe-
ceram isso. Considere as seguintes observações do Dr. Carl Jung, um contem-
porâneo de Sigmund Freud:
“O paciente procura por algo que tomará posse dele e dará significado e
forma à confusão de sua mente neurótica. O médico seria páreo para a
tarefa? Para começar, ele provavelmente entregará seu paciente ao clero ou
ao filósofo, ou o abandonará à perplexidade que é o tom especial de nossos
dias. . . O pensamento humano não pode conceber qualquer sistema
ou verdade final que possa dar ao paciente o que ele necessita de
modo a viver: que é fé, esperança, amor e discernimento. . . ”34 (grifos
são do autor deste livro)
Onde tudo isso nos deixa então? Mais uma vez somos lançados de volta para
o Próprio Senhor, que sozinho pode dar sabedoria em qualquer ocasião. Assim
como às vezes precisamos de um médico para doenças físicas, assim podemos
precisar de um psiquiatra para uma doença mental, particularmente se a me-
dicação for necessária. Escolhemos cuidadosamente um médico para nossas
necessidades físicas, e devemos ser ainda mais cuidadosos ao escolhermos um
psiquiatra. De quanta ajuda é quando é possível encontrar alguém que conhece
34 Jung,
Carl G., Modern Man in Search of a Soul. (Harcourt, Brace & Co., New York, 1933),
pg. 260–262
59
o Senhor, e que assim está preparado para tratar o paciente em todos os sen-
tidos. Mas nem mesmo o melhor dos psiquiatras é capaz de tomar o lugar do
pastor de verdadeiro coração.
É impressionante que Carl Jung reconheça que coisas como fé, esperança e
amor sejam necessárias para a cura das pessoas, e que ele ainda reconheça que
nenhum sistema de pensamento humano poderia supri-las. Apenas ao conhe-
cer o Senhor Jesus como Salvador e ao andar com Ele essas coisas podem ser
uma realidade em nossa vida. Devemos também ter em mente que, enquanto
outros podem ser úteis ao indicar alguém na direção correta e talvez dando-lhe
discernimento quando à natureza da dificuldade, no final apenas o próprio in-
divíduo pode realmente lidar com sua necessidade espiritual na presença do
Senhor.
Consideremos agora uma disciplina aliada, mas bem diferente, que é a psi-
cologia.
Psicologia
Mais uma vez, abordamos o assunto com certa hesitação por causa das fortes
opiniões mantidas por muitos crentes sobre o assunto. Livros como A Sedução
do Cristianismo, de Dave Hunt e T. A. McMahon, e Psychoheresy (“Psicoheresia”,
não disponível em língua portuguesa), de Martin e Deidre Bobgan são impla-
cáveis em sua condenação da psicologia como é praticada hoje, e alertam os
crentes contra ela nos termos mais fortes possíveis. Tendo lido ambos os livros
e outros como eles, tenho a dizer que esses alertas são necessários, pois algu-
mas coisas que eles falam são verdadeiras. Sem dúvida muito do criticismo
deles decorre do fato de que a psicologia moderna tende a adotar uma visão
humanística e de “nova era” do homem e de seu comportamento, e deixa de
lado a Palavra de Deus como a única verdadeira autoridade nas questões mo-
rais e espirituais que são abordadas. Tendo dito isto, é também minha opinião
que muito desse criticismo, particularmente do ponto de vista dos Bobgans em
Psychoheresy, é desequilibrado e enganoso. Ao procurar chamar a atenção para
uma séria tendência em direção ao pensamento errôneo entre os crentes, eles
mesmo caíram no erro e no pensamento distorcido. Em seu esforço de expor
o pensamento falho por trás de muitas coisas na psicologia moderna, eles reu-
niram uma série de citações e opiniões negativas que nem sempre podem ser
suportadas pelas Escrituras. Na afirmações deles de que Cristo é a resposta
60 Tratamento
final para os problemas da vida, eles estão corretos. Em sua tentativa de con-
siderar a maioria desses problemas como pecado voluntário, eu creio que eles
foram longe demais. Quando eles negam que existam coisas como pensamentos
e motivos inconscientes, eles estão errados, pois a Palavra de Deus claramente
reconhece que pode haver pensamentos e motivos inconscientes que governam
nosso comportamento. Eliú pôde aconselhar Jó a orar: “O que não vejo, ensina-
me tu” (Jó 34:3235 ). Ao reconhecer a possibilidade do pecado operar inconsci-
entemente em si, Davi pôde dizer ao Senhor: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o
meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos” (Salmos 139:2336 ). Em
outro lugar, ele pôde dizer: “Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu
dos que me são ocultos” (Salmos 19:1237 ). Novamente, quando eles sugerem
que o crente é chamado para estar ocupado com Cristo em vez das dores que
ele experimentou no passado, eles estão certos. Quando eles dizem que feridas
emocionais passadas realmente não têm influência em nosso comportamento
no presente, eles estão errados. Ao procurar expor um erro, eles próprios caí-
ram no erro do lado oposto. É triste dizer, mas o homem é propenso a fazer isso
em muitas áreas.
Tudo isso, então, levanta a questão: “A psicologia está sempre totalmente
errada?” Por definição, a psicologia é o estudo do comportamento humano. Isto
inclui coisas como testes de Q.I., avaliação de diversos tipos de personalidades,
reações de indivíduos a diversas forças em seu ambiente, e as diversas maneiras
pelas quais o comportamento pode ser modificado. O crente pode prontamente
ver que a psicologia não pode ser vista como uma ciência do mesmo modo
que, por exemplo, o estudo da química, pois envolve uma dimensão espiritual
assim como uma dimensão natural. Aqui novamente temos uma área em que as
Escrituras devem ser a autoridade final. Nas Escrituras, Deus explica a natureza
do homem e seu comportamento, enquanto na psicologia, o homem observa
padrões, faz suposições, e talvez aprende algo, mas de uma maneira limitada.
No entanto, a psicologia nunca chegará à completa verdade sobre a questão,
pois esta requer a revelação divina. Nas Escrituras, Deus afirma as relações
que Ele estabeleceu e o comportamento moral que é requerido que o homem
possua: na psicologia, o homem tenta explicar o comportamento sem uma base
determinada de moralidade. Nas Escrituras, Deus revela o que fará o homem
feliz, e por quê; na psicologia o homem procura descobrir o que fará o homem
35 https://www.bibliaonline.com.br/acf/j%C3%B3/34/32+
36 https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/139/23
37 https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/19/12
61
feliz, e falha. As Escrituras revelam que a causa raiz da maioria dos problemas
comportamentais do homem é o pecado e suas consequências; a psicologia, em
geral, não usa a palavra “pecado” em seu vocabulário.
Por outro lado, é, às vezes, útil entender por que um indivíduo reage de uma
determinada maneira, mesmo que de um ponto de vista natural. Por exemplo,
suponha que uma adolescente fuja de casa. Muitos fatores podem estar envol-
vidos, e precisamos deixar claro que não estamos de forma alguma justificando
sua fuga. Pode haver mais de uma razão dela ter escolhido sair de casa, mas
sabemos que em muitos casos é por que sua mãe abdicou de seu papel ade-
quado como cuidadora e dona de casa, forçando, assim, a garota a tomar uma
responsabilidade para a qual ela não está pronta, tornando-a ressentida. Chame
isso de psicologia ou do que você quiser chamar, mas um entendimento desse
modo de comportamento é, às vezes, útil ao lidar com a situação, e para au-
xiliar aqueles diretamente envolvidos. Muitos outros exemplos poderiam ser
dados de comportamento que é, afinal, pecaminoso, mas que tem suas raízes
em várias forças que agiram sobre o indivíduo. Isto de modo algum desculpa
o pecado, mas talvez forneça uma base para o auxílio no alívio dos fatores que
possam ter influenciado o mau comportamento.
Sugerimos que não é a psicologia, em si mesma, que é tão errada, mas sim a
base na qual o comportamento é interpretado e tratado. Não é errado reconhe-
cer certos padrões de comportamento que ocorrem como resultado de deter-
minados eventos e relacionamentos que podem ter moldado o indivíduo, mas
sugerir que os pensamentos do homem deveriam tomar o lugar das Escrituras
como o remédio é um erro sério. Quando o humanismo secular e o pensamento
da nova era são a base sobre a qual o comportamento humano é abordado, o
homem torna-se o foco de seu próprio pensamento, e Deus é deixado de lado.
O resultado é, por um lado, uma irresponsabilidade moral e uma desculpa para
a conduta pecaminosa, enquanto por outro lado o tratamento de tal comporta-
mento tende a ser baseado na autoajuda e no conceito de autoestima. Esta as-
sim chamada liberdade de pensamento não está vinculada a qualquer verdade,
nem conhece a verdade, e põe em dúvida toda a verdade. Tal abordagem põe
o homem no centro das coisas, e é finalmente destrutiva, pois a incredulidade
produzida pela confiança no homem o força a voltar-se para a superstição. Infe-
lizmente, a psicologia moderna é tão crivada dessas ideias que é difícil separar
as duas coisas.
62 Tratamento
Psicólogo ou Pastor
Na essência, afinal, se tivermos dificuldades que não são tão férias a ponto de
precisarmos de ajuda médica, então é melhor nos colocarmos de joelhos com a
Palavra de Deus diante de nós, e pedir ao Senhor por Sua ajuda para superar a
dificuldade. Se for necessária mais ajuda, talvez um crente piedoso, disposto a
ouvir e oferecer sugestões, possa ser encontrado. Certamente um psicólogo que
não seja crente teria grande dificuldade em avaliar, por exemplo, uma família
cristã disfuncional, e dar conselhos adequados. Embora ele possa ser capaz
de fazer boas observações, seu tratamento seria sempre baseado em sabedoria
humana, e não na Palavra de Deus. Certamente esta é uma área onde nós, como
crentes, tenhamos talvez falhado muito seriamente, pois, como já discutimos, há
uma grande necessidade de pastores no verdadeiro sentido da palavra. Quão
grande necessidade há daqueles que adentram nos problemas e dificuldades de
outros crentes, demonstrando simpatia e compaixão, e ainda sendo capazes de
oferecer uma “palavra oportuna”!
Em Efésios 4:1138 , pastores e mestres (doutores) são colocados juntos, de-
monstrando que as características de ambos são desejáveis na mesma pessoa.
Alguém não pode ser um mestre eficaz a menos que saiba como dar aconselha-
mento sólido e bíblico. Tais indivíduos são muito raros, mas muito necessários
na igreja hoje. Se mais crentes com corações de pastor estivessem disponíveis
para fazer essa que, muitas vezes, é uma obra pela qual não se recebe a devida
gratidão, talvez não veríamos tantos santos tendendo a procurar psicólogos e
outros profissionais.
Consideremos, agora, um aspecto final da doença mental e maiores detalhes.
Medicação
38 https://www.bibliaonline.com.br/acf/ef/4/11
63
41 https://www.bibliaonline.com.br/acf/2rs/20/
42 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1tm/5/23
Capítulo 4
Conclusões Finais
Em segundo lugar, lembremo-nos que “as coisas que se veem são tempo-
rais” (2 Coríntios 4:182 ), e que “a nossa leve e momentânea tribulação produz
para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Coríntios 4:173 ). As difi-
culdades desta vida podem parecer, às vezes, esmagadoras, mas o crente pode
enxergá-las, todas, na luz da eternidade. Tais coisas não são apenas temporais,
mas, como nosso versículos nos diz, operam por nós um peso eterno de glória
muito mais excelente. Sem dúvida, há tempos em que são grandes as dificulda-
des, mas se elas são aceitas como vindas do Senhor, e que podem ser retiradas
através dEle, elas podem produzir um eterno peso de glória. Apenas nesta vida
podemos aprender que Deus é o Deus de todo a consolação, o Deus de todo en-
corajamento, e o Deus que pode nos dar a graça para passar pelas mais difíceis
circunstâncias. Não podemos aprender tais coisas no céu, pois não haverá nada
lá pelo que precisaremos de consolação ou encorajamento. Podemos ter tais ex-
periências apenas aqui embaixo, e ainda assim o peso de glória aqui operado
por nós é eterno.
Vamos fechar com uma citação de C. H. Mackintosh:
4 Mackintosh,C. H., ”A Vinda do Senhor". Acervo Digital Cristão, pp. 28–29. Disponível em
http://acervodigitalcristao.com.br/livros/a-vinda-do-senhor/5
68 Conclusões Finais
Apêndice
A Natureza do Homem
O Corpo
Esses versículos (na seção anterior8 ) nos dizem claramente que o homem é um
ser tripartido, composto de espírito, alma e corpo. O corpo é a parte física,
ou material, de seu ser, enquanto sua alma e espírito são a parte espiritual, ou
não física, do homem. Esta mesma verdade permeia toda a Palavra de Deus e
é também encontrada no Antigo Testamento. Diferentes palavras são usadas,
tanto no Hebraico quanto no Grego, para distinguir “alma” e “espírito”. Cria-
turas no reino animal possuem corpo, e em um certo sentido também possuem
6 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1ts/5/23
7 https://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/4/12
8 https://doencas-mentais-biblia.blogspot.com.br/2018/01/a-natureza-do-homem.html
70 Conclusões Finais
alma, pois uma “alma vivente” (Gênesis 1:22, etc.9 ) é qualquer coisa que vive
pelo sangue e respira. Assim, no dilúvio, na época de Noé, as Escrituras dizem
que “tudo o que, em cujas narinas, havia o fôlego de vida. . . morreu” (Gênesis
7:2210 , versão King James). Mas enquanto os animais são almas viventes, eles
não foram criados pelo sopro de Deus neles, o fôlego da vida, como é dito do ho-
mem (Gênesis 2:711 ). Esta é uma imensa diferença e claramente marca o homem
como um ser distinto da criação animal inferior. Às vezes, a alma é chamada de
“homem interior” (Romanos 7:22, etc.12 ), distinguindo-a do corpo, o “homem
exterior” (2 Coríntios 4:1613 ). A alma do homem é imortal, como é claramente
visto no caso do homem ímpio no hades após a morte, em Lucas 1614 . Assim,
as Escrituras falam de “vossos corpos mortais” (Romanos 8:1115 ), em contraste
com a alma, que é imortal.
As Escrituras nos dizem no Salmo 139:1416 que somos “de um modo assom-
broso, e tão maravilhoso. . . feitos”. As seguintes observações nos mostram algo
sobre a magnitude e maravilha da formação do corpo:
Alma e Espírito
Alma e espírito são frequentemente usadas para se referir à mesma coisa, quando
as Escrituras falam da parte não física do homem, em contraste com seu corpo.
Dependendo da ênfase, às vezes a palavra “alma” pode ser usada, e em outras
vezes a palavra “espírito”. Em 2 Pedro 2:818 , lemos que “[Ló] afligia todos os
dias a sua alma justa”, enquanto em 1 Samuel 30:1219 , no que diz respeito ao
servo de um amalequita, as Escrituras dizem: “E comeu, e voltou-lhe o seu es-
pírito”. Assim, enquanto as Escrituras fazem distinção entre eles, a alma e o
17 Hunt, Dave, The Berean Call, January, 2001. (P.O. Box 7019, Bend, OR), pg. 1
18 https://www.bibliaonline.com.br/acf/2pe/2/8
19 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1sm/30/12
72 Conclusões Finais
O “Eu” e a Personalidade
20 https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/107/9
21 https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/8/16
22 Disponível em Bible Truth Publishers, 59 Industrial Rd., Addison, IL, U.S.A. 6010. E pela
Web: Link 123 , Link 224 .
73
(2 Pedro 2:8). Em Provérbios, Salomão fala de alguém “que domina o seu espí-
rito” (Provérbios 16:32, Almeida Atualizada). Paulo podia dizer aos crentes em
Roma: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal” (Romanos 6:12).
É evidente que há um “eu” consciente, aquela essência do indivíduo que influ-
encia e dirige o espírito, alma e corpo, mas que não faz parte desses três. Todos
os três – espírito, alma e corpo – são unidos sob uma personalidade, ainda que o
“eu” esteja acima deles, e assim é mais do que a soma do espírito, alma e corpo.
A seguinte excelente citação resume o assunto para nós, e delineia a diferença
entre o “eu” consciente, o espírito, a alma e o corpo:
Como o autor da citação acima diz, tudo isso está além da compreensão hu-
mana. Deve ser observado, no entanto, que na citação acima, o autor usa a
palavra “personalidade” para descrever a essência do próprio indivíduo, não
25 Smith,
Hamilton, “O Filho de Deus–Sua Deidade, Encarnação, e Humanidade”. Disponível
em https://pt.scribd.com/document/106757661/O-Filho-de-Deus-Sua-Deidade-Encarnacao-
e-Humanidade
74 Conclusões Finais
O Coração
A Mente
26 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1jo/3/20
27 https://www.bibliaonline.com.br/acf/pv/23/26
28 https://www.bibliaonline.com.br/acf/jr/17/9
29 https://www.bibliaonline.com.br/acf/2co/3/15
30 https://www.bibliaonline.com.br/acf+darby/cl/3/2+
31 https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/7/25
76 Conclusões Finais
O Intelecto
O intelecto pode também ser visto como parte da mente, como sendo aquilo que
o homem usa para raciocinar, e que o capacita a usar conhecimentos adquiridos
para fazer deduções. Em um outro sentido, é também parte do cérebro, naquilo
que está ligado à capacidade de aprender, e então de usar o que foi aprendido.
Assim, um intelecto pode ter habilidades em diferentes vertentes, pois uma pes-
soa pode ser boa em matemática e outra pode ser excelente em escrita criativa.
É importante reconhecer que o intelecto nunca pode descobrir qualquer coisa
no que diz respeito às coisas divinas: ele pode deduzir conclusões corretas, mas
jamais pode ir além disso. O homem, quanto a sua mente e intelecto, é sempre
um descobridor, nunca um criador. Ele pode usar seu intelecto para raciocinar
com conhecimento e assim chegar a conclusões corretas, mas o próprio conhe-
cimento é sempre o produto do testemunho ou da experiência.
A Carne
espírito está pronto (disposto), mas a carne é fraca” (Mateus 26:4136 ). O “eu”
consciente de Pedro desejava seguir o Senhor, mas ele não percebeu a fraqueza
de sua carne natural. Todo o seu ser natural estava envolvido nessa fraqueza,
e não apenas seu corpo. Mas a palavra é também usada para descrever aquele
ego pecaminoso que o homem adquiriu quando caiu – a natureza pecaminosa
do homem que não pode fazer nada além de pecar. Assim lemos em Roma-
nos 7:1837 : “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem
algum”. Paulo pôde dizer aos gálatas: “Porque o que semeia na sua carne, da
carne ceifará a corrupção” (Gálatas 6:838 ). William Kelly faz os seguintes co-
mentários no que concerne ao termo “a carne”:
A Vontade
Já vimos que a vontade está conectada ao “eu” consciente – a parte de nós que
está acima do espírito, alma e corpo, e que definitivamente é capaz de influ-
enciar e controlar todos os três. A vontade foi afetada pelo pecado, tanto que o
homem caído agora tem vontade de fazer o mal. Assim Deus pôde dizer, no que
diz respeito à humanidade nos tempos de Noé: “Toda a imaginação dos pensa-
mentos de seu coração era só má continuamente” (Gênesis 6:544 ). De fato, todo
36 https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/26/41
37 https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/7/18
38 https://www.bibliaonline.com.br/acf/gl/6/8
39 https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/1/14
40 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1tm/3/16
41 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1pe/3/18
42 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1jo/4/2,3
43 Kelly, William, Christ Tempted and Sympathizing. (The Bible Treasury, Vol. 20), pg. 173–4
44 https://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/6/5
78 Conclusões Finais
Possessões Demoníacas
45 https://www.bibliaonline.com.br/acf/1pe/4/2
46 https://www.bibliaonline.com.br/acf/cl/2/18
47 https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/8/7
48 https://www.bibliaonline.com.br/acf/ef/2/3
79
"Eu sabia o que a palavra Shona ’ambuya’ significava, e que ’amai’ sig-
nificava ’mãe’ ou ’patroa’, mas eu não tinha entendido todo o significado
cultural da interpretação da Irmã. ’Irmã, me desculpe, mas o que isso tudo
significa?’
"’Significa que Amai acredita estar enfeitiçada por sua bisavó, que pode ter
sido uma profetiza em seu tempo. Um espírito ancestral importante.’
"’Um feitiço?’
49 https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/17/14–21
50 https://www.bibliaonline.com.br/acf/mc/5
51 https://www.bibliaonline.com.br/acf/mc/5/15
80 Conclusões Finais
“’Poderia ser’, disse ela, pausando. ’A família dela deve ter pensado as-
sim”’52
“Não foi necessário muito discernimento para perceber que eu não estava
mais falando com minha paciente e que uma força maligna e sobrenatural
tinha empurrado ela para o lado para me intimidar diretamente.”53
Como o médico já tinha percebido nesse caso, os remédios usuais para tratar
a depressão não estavam surtindo efeito naquela mulher. Uma força maior do
que ela mesma tinha tomado posse dela, e apenas pelo expulsar do demônio
ela poderia ser curada. Às vezes, aqueles sob poder demoníaco ouvirão vozes
ou verão coisas irreais, e ocasionalmente é difícil saber, ao menos no início, se
o indivíduo está sofrendo de uma doença psicótica ou se está experimentando
um ataque demoníaco. Às vezes, profissionais que não são crentes não reconhe-
cerão o que está acontecendo e colocarão o paciente sob medicação a princípio,
apenas para descobrirem que ela não vai funcionar de forma previsível.
Desde o tempo em que o mundo rejeitou o Senhor Jesus Cristo, as Escrituras
chamam Satanás tanto de deus como de príncipe deste mundo (Veja 2 Coríntios
4:454 e João 14:3055 ). Ele é o deus deste mundo religiosamente e seu príncipe po-
liticamente. Ele sabe que é um adversário derrotado, mas neste tempo da graça
52 Linde, Paul R., Of Spirits and Madness. (New York, McGraw-Hill, 2002), pg. 105
53 Mullen, Grant, M.D., Emotionally Free. (Chosen Books, Grand Rapids, MI, 2003), pg. 103,
109
54 https://www.bibliaonline.com.br/acf/2co/4/4
55 https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/14/30
81
de Deus, ele continua sendo o “príncipe das potestades do ar” (Efésios 2:256 ),
realizando a sua obra maligna. Ele pode habitar em um incrédulo, assumindo
o controle de sua pessoa e o forçando a fazer o que quer que o espírito maligno
comande. Embora ele não possa habitar em verdadeiros crentes (porque são ha-
bitados pelo Espírito de Deus), ele pode e consegue perturbá-los, especialmente
aqueles que podem ter se envolvido com práticas ocultas antes de serem sal-
vos. Ler livros pecaminosos (tais como os pornográficos) ou ocultos, ou assistir
a entretenimentos que contenham temas malignos, pode abrir a porta para es-
ses ataques demoníacos. Além disso, envolver-se deliberadamente em práticas
ocultas (tais como usar tabuleiros Ouija, cantar chamadas ao mundo espiritual,
envolver-se com adivinhos, etc.) pode convidar esses espíritos malignos para
nossas vidas.
O único remédio para a possessão demoníaca é a autoridade do Senhor Jesus
que pode comandar que um demônio saia da pessoa. O Senhor Jesus fez isso vá-
rias vezes durante seu ministério na Terra, e certamente os apóstolos também o
fizeram. O Senhor Jesus tornou esse poder disponível a todos os crentes, através
de Seu nome. Antes de subir de volta para o céu, o Senhor Jesus disse: “E estes
sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios” (Mar-
cos 16:1757 ). Agora é possível que demônios sejam expulsos daqueles afligidos
por eles por causa do poder no nome do Senhor Jesus. A seguinte história real
mostra como isto aconteceu no caso de uma mulher possuída por demônios:
"A senhora K. . . veio me ver para falar de uma depressão de longa data. Ela
estava muito vaga e nervosa durante a primeira parte da entrevista. Após
alguns minutos de conversa fiada e questões preliminares ela me disse: ’Es-
tou com dificuldade em te ouvir pois há três pessoas falando comigo con-
tinuamente em minha mente.’ Bem, essa era uma experiência nova para
mim. Ela claramente não era esquizofrênica, então eu sabia que não se tra-
tava de uma doença psicótica fazendo-a ouvir vozes. Ela estava totalmente
sã, embora deprimida.
"Eu não sabia muito bem o que fazer, mas eu me perguntei se ela estaria
tendo uma daquelas experiências ocultas que eu tinha passado tantas horas
perguntando sobre. Essa interferência tornaria a entrevista muito difícil,
então eu fiz uma pausa e fiz algumas notas simples em sua ficha para com-
prar tempo. Em meu coração eu disse a Deus: ’Eu não sei o que está acon-
56 https://www.bibliaonline.com.br/acf/ef/2/2
57 https://www.bibliaonline.com.br/acf/mc/16/17
82 Conclusões Finais
"Quando, então, eu levantei meus olhos das anotações, ela olhava para mim
com uma intensidade que eu não tinha visto nela antes e disse: ’O que você
acabou de fazer?’ Eu expliquei que eu tinha apenas anotado sua última fala
na ficha. Ela não se contentou com essa resposta e persistiu: ’Não, você
fez mais alguma coisa.’ Eu estava confuso naquele momento e novamente
afirmei que eu só estava escrevendo em sua ficha, e perguntei o que a fazia
pensar que eu teria feito qualquer outra coisa. Sua resposta mudou o curso
da minha vida espiritual e profissional quando ela afirmou: ’Você fez algo,
pois as vozes pararam pela primeira vez em vinte anos. Elas estão agora se
escondendo, e estão com medo de você. O que você fez?’. . .
“Minha mente de repente se abriu para o fato de que sim, de fato, ela estava
sã e estava sendo atormentada por vozes de demônios. Eles pararam de falar
com ela porque quando eu orei a autoridade de Cristo encheu a sala e eles
ficaram com medo. . . ”58
Comportamento Criminoso
61 https://www.bibliaonline.com.br/acf/cl/1/12–13
62 https://www.bibliaonline.com.br/acf/ef/5/8
63 https://www.bibliaonline.com.br/acf/pv/21/4
84 Conclusões Finais
“Da malícia leve à criminalidade cruel, a realização de más ações é algo que
o resto da população evidentemente deseja conhecer. Esta é uma forma de
explicar o porquê do psicopata, a personificação do mal sem remorso, ter tal
lugar estabelecido na consciência pública. Somos todos psicopatas debaixo
da pele.”64
citado acima diz, o segredo de todo o erro em nós, mesmo como crentes, é o fato
de pensarmos e agirmos independentemente de Deus. Que possamos ser man-
tidos perto daquEle que não apenas nos fez, como também enviou Seu Filho, “o
qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século
mau” (Gálatas 1:469 ). Fomos moralmente libertos disso; logo seremos fisica-
mente libertos disso, na vinda do Senhor. “Ora vem, Senhor Jesus” (Apocalipse
22:2070 ).
69 https://www.bibliaonline.com.br/acf/gl/1/4
70 https://www.bibliaonline.com.br/acf/ap/22/20