Fontes Alternativas e Renováveis de Energia No Brasil
Fontes Alternativas e Renováveis de Energia No Brasil
Fontes Alternativas e Renováveis de Energia No Brasil
E BENEFÍCIOS AMBIENTAIS
Resumo- Atualmente, os recursos renováveis tem sido o foco de inúmeras pesquisas, devido à
preocupação com o meio ambiente. Nesse sentido, várias são as razões para a implementação de
fontes renováveis de energia. Assim, o objetivo desse estudo foi identificar os diferentes tipos de
energias renováveis existentes no Brasil, bem como, a aplicabilidade e o impacto ambiental gerado
por essas fontes. O trabalho foi desenvolvido sobre os preceitos do estudo exploratório por meio de
uma pesquisa bibliográfica. Foram identificados cinco tipos de energias alternativas renováveis no
Brasil, Biomassa, Eólica, Geotérmica, Hidráulica, Marítima e Solar. A energia Solar foi considerada a
mais viável em função de sua aplicabilidade, mesmo em locais isolados, do potencial encontrado em
todo território, e, a redução dos impactos ambientais. Foram consideradas expressivas as diferenças
de impacto ambiental entre as fontes estudadas e as fontes não-renováveis. Ainda, identificou-se que
mesmo com diversas alternativas energéticas e um imenso potencial de recursos renováveis, a
utilização desses recursos no Brasil deve ser considerada insuficiente para geração de energia.
Introdução
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regiões afastadas, bem como a produção agrícola através da autonomia energética e consequente
melhoria global da qualidade de vida dos habitantes (COSBEY, 2011).
Tendo em vista que as fontes alternativas renováveis de energia produzem benefícios para a
sociedade e reduzem os impactos ambientais, este estudo teve como objetivo identificar os diferentes
tipos de energias alternativas renováveis existentes no Brasil, bem como, a aplicabilidade e o impacto
ambiental gerado por essas fontes de energia.
Metodologia
O projeto foi desenvolvido sobre os preceitos do estudo exploratório (adaptado de Gil (2008)), por
meio de uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se das seguintes etapas: 1) definição das palavras-
chave para a pesquisa bibliográfica; 2) Levantamento de artigos, livros, teses, dissertações e
monografias referentes ao te ma proposto; 3) Coleta de dados: leitura e registro das informações
extraídas das fontes bibliográficas obtidas; 4) Análise e interpretação dos resultados; 5) Discussão
dos resultados: 6) Redação do artigo científico.
Resultados e discussão
Biomassa
Energia Eólica
A energia cinética contida nas massas de ar em movimento (vento) vem sendo usado pelo homem
há mais de 3.000 anos. O conceito de gerar energia elétrica a partir dos ventos teve início no século
XIX, naquela época eram usados os moinhos para moer grãos, transportar mercadorias em barcos a
vela e bombear água, sendo utilizado o mesmo método até os dias de hoje, onde o vento atinge a
hélice da qual gira um eixo impulsionando gerador (ATLAS, 2008).
As tecnologias de aproveitamento para a geração de energia eólica, se dá através dos
aerogeradores eólicos que têm por objetivo principal maximizar o aproveitamento do vento para
geração de eletricidade, obedecendo os seguintes aspectos como locais com muito ou pouco vento,
conexão aos sistemas elétricos locais, desempenho aerodinâmico, desempenho acústico, situações
climáticas extremas, integração com o meio ambiente e impacto visual. As turbinas são classificadas
como pequenas, médias e grandes (ATLAS, 2008; CEMIG, 2012).
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Apesar deste tipo de tecnologia não queimar combustíveis fósseis e consequentemente não
produzir emissões atmosféricas poluentes, a sua implantação com fazendas eólicas não é
plenamente privada dos impactos ambientais, visto que elas modificam as paisagens com suas
grandes torres e hélices e ainda ameaçam as aves se forem implantados em rotas migratórias. Sem
contar os ruídos emitidos (baixa frequência) que podem causar incomodo e até mesmo interferências
nas TVs. Outro problema grande também enfrentado é o alto custo dos geradores eólicos e ainda
assim com esses custos elevados acaba sendo uma fonte de alternativa viável, pois tem um retorno
financeiro a curto prazo (CEMIG, 2012; SILVA & BRITO, 2016).
Assim no âmbito nacional e em relação à crise energética existente, as perspectivas quanto ao
uso dessa energia são cada vez maiores e apesar de estarem em crescimento no Brasil, no mundo
ela já movimenta cerca de 2 bilhões de dólares. No Brasil o Ceará foi o primeiro estado a se
manifestar em relação a essa energia e assim estimulou vários outros estados brasileiros que hoje
tem 20,3MW de capacidade instalada em território nacional conectadas a rede elétrica (ANEEL, 2016;
SILVA & BRITO, 2016).
Energia Geotérmica
Energia hidráulica
A energia hidráulica teve origem desde os tempos remotos no século II a.C, onde utilizavam-se as
famosas ‘’noras’’ (rodas de água do tipo horizontal), na qual começaram-se a substituir o trabalho
animal pelo trabalho mecânico. E assim com o desenvolvimento tecnológico no século XVIII surgiram
as primeiras turbinas e os motores hídricos o que favoreceu na transformação de enérgica mecânica
em energia elétrica. Essa energia tinha como parâmetros a acumulação, a aceleração e a
evaporação da água, características estas causadas pela energia gravitacional e pela irradiação
solar, tornando estes responsáveis pela geração de energia elétrica (ATLAS, 2008; CEMIG, 2012).
A constituição de uma usina hidroelétrica, se dá de forma conjunta e integrada sendo formada
basicamente pelo sistema de captação e adução da água, pela barragem, pela casa de força e pelo
vertedouro. A finalidade da barragem é interceptar água, formando um reservatório onde será
armazena a água. Afora o armazenamento de água este reservatório facilita para que a vazão do rio
seja adequada, tanto em dias chuvosos quanto em dias de estiagem, acarretando na captação da
chuva em volume adequado e em uma diferença de altura de modo que se torna essencial para a
geração de energia hidroelétrica (EDUARDO & MOREIRA, 2010; CEMIG, 2012).
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Mesmo com o alto custo para implantação de usinas hidroelétricas, o preço do seu combustível
principal (a água) é zero o que o torna uma energia renovável e não poluidora de gases poluentes na
atmosfera, contribuindo para a luta contra o aquecimento global. Entretanto apesar de ser uma
energia renovável e não liberar gases poluentes, as usinas hidroelétricas causam grandes impactos
ambientais e sociais na sua implantação como a destruição vegetal natural, o assoreamento do leito
dos rios, o desmoronamento de barreiras, a extinção de certas espécies de peixes, além dos
impactos sociais relacionados ao deslocamento das populações que ali viviam (QUEIROZ et al.,
2013).
O Brasil hoje desfruta das hidroelétricas como sendo sua principal fonte de energia, composto
atualmente por 1220 usinas hidroelétricas com capacidade total de 92.415MW instalada
correspondendo a 61,34% na matriz elétrica brasileira, e esses números tendo a subir nos próximos
anos com mais sete empreendimentos em construção e seis para iniciar (ANEEL, 2016).
Energia do Mar
Assim como algumas energias a energia dos oceanos é indiretamente oriunda da energia solar,
visto que o sol aquece a superfície da terra provocando os ventos que de modo em contato com a
água transfere energia através da operação das tensões cisalhantes, que por sua vez resulta na
formação e crescimento das ondas. Essa energia teve origem no século XII na Europa, onde usavam-
se moinhos submarinos nas entradas de estreitas baías (o fluxo e o refluxo movimentavam as pedras
de moer). A energia proveniente do mar demonstra grandes quantidades de energia armazenada no
deslocamento das suas massas de água, sendo essa energia uma grande oportunidade em todo o
mundo, visto que é uma energia limpa sem agredir ao meio ambiente (ATLAS, 2008).
Para o aproveitamento dessa energia existem no momento basicamente 4 tecnologias envolvidas,
energia das ondas, energia das marés, energia térmica dos oceanos e energia cinética através das
correntes marítimas. Contudo há perspectivas de aperfeiçoamento de diferentes tecnologias, que
ainda estão a dar os primeiros passos, que serão aprimoradas e posteriormente expandidas em todo
o mundo ao longo dos anos (CEMIG, 2012).
Este tipo de energia ainda não tem um grande avanço mundial, entretanto em nosso pais estudos
feitos pela Coordenação de Pós-Graduação de Engenharia (COOPE) da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), visam um potencial de geração de 40GW existente. Desta forma foi instalado um
protótipo de forma experimental no Porto de Pécem no estado do Ceará e é a primeira usina da
América Latina movida pela força das ondas, tendo a capacidade de geração de 50kW (ATLAS,
2008; CEMIG, 2012).
Energia Solar
O mundo tem ligação com a energia desde os tempos primórdios, mais especificamente no século
VII a.C, visto que já naquela época o sol era utilizado para secar peles e alimentos e até mesmo para
fazer fogo na qual usavam lentes para concentrar o sol e assim queimar pequenos pedaços de
madeira. O sol é o maior potencial de energia que supre a terra, sendo uma fonte indireta de quase
todas as outras formas de energia (hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis e energia dos
oceanos). O processo de energia oriunda sol acontece com o aquecimento da atmosfera
desproporcional, produzindo a circulação atmosférica e o ciclo das águas, de forma a serem
aproveitados nos parques eólicos e com seu represamento posteriormente proporcionando a geração
hidroelétrica. Existem duas formas para o aproveitando do potencial de sendo elas a sistemas de
altas temperaturas e as sistemas de coletores solares (EDUARDO & MOREIRA, 2010; DANIEL et al.,
2016).
O Brasil, em relação à energia solar, é considerado privilegiado, visto a imensa incidência de raios
solares emitidos em seu território e pelas reservas de quatzo para a produção do silício, utilizados na
fabricação de células solares. Ainda em razão disso vários são os benefícios como gases não
poluentes na atmosfera comparada a outras energias, a mínima manutenção em suas centrais, a sua
utilização em lugares remotos ou de difícil acesso, e uma grande vida útil de seus sistemas
implantados. Entretanto, ainda causa alguns impactos ambientais como emissões de produtos tóxicos
durante a produção do insumo utilizado para a produção dos módulos e componentes periféricos, não
podendo ser usado nos períodos de chuva e noturno (AGUILAR et al., 2012).
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Com a grande e acelerada crescente da energia solar, o Brasil atualmente possui atualmente 39
usinas solares com capacidade de 22.952kW representando 0,0150% na matriz elétrica brasileira
conectadas a rede elétrica e as não conectadas a rede estima-se o consumo entre 300 a
500kWh/mês (ANEEL, 2016).
Tabela 1 - Custo estimado para implantação das fontes renováveis de energia (adaptado WWF,
2012) (Símbolos: ↑= Aumentar, ↓= Diminuir, → = Manter-se).
Custos de Tendência da evolução dos custos
Fonte
Instalação (R$/KW) nos próximos 10-15 anos
Biomassa (cana-de açucar) 3.000,00 ↓
Eólica 3.350,00 ↓
Geotérmica 3.000,00 →
Hidráulica (UHEs) 3.450,00 ↑
Hidráulica (PCHs) 5.000,00 →
Mar (Ondas) 9.800,00 ↓
Mar (Correntes marítimas) 7.770,00 ↓
Solar (UFV) 5.100,00 ↓
Conclusão
Foram identificados seis tipos de energias alternativas renováveis no Brasil, Biomassa, Eólica,
Geotérmica, Hidráulica, Marítima (energia do mar) e Solar. A energia solar é a que mais se viabiliza
aos mecanismos existentes no Brasil em função de sua aplicabilidade mesmo em locais isolados,
devido ao imenso potencial energético dessa fonte, encontrado em todo território e quanto a redução
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dos impactos ambientais, em comparação com as outras fontes de energia. Quanto aos impactos
ambientais identificados nas diferentes fontes renováveis de energia, concluiu-se que esses são
considerados de baixa escala e com uma expressiva minimização desses impactos quando
comparados as fontes não renováveis de energia. Embora as novas tecnologias de aproveitamento
de energia ainda tenham um alto custo de implantação, vale ressaltar que algumas delas como a
energia eólica, biomassa e a solar, apresentam um curto prazo, tanto de implantação, quanto de
retorno financeiro, além de minimizar o impacto no meio ambiente. Deste modo, este estudo
evidenciou que mesmo com diversas alternativas energéticas e um imenso potencial de recursos
naturais renováveis, o Brasil ainda utiliza pouco dos seus recursos naturais, ainda que as crescentes
implantações das energias eólica e solar estejam em expansão, quando analisado o imenso potencial
existente em território brasileiro, o potencial instalado de energias renováveis podem ser
consideradas insuficientes para a geração de energia.
Referências
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