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Nathália Leal de Carvalho¹; Cristiano Kersting²; Gilvan Rosa²; Lumar Fruet²; Afonso Lopes de
Barcellos³.
Resumo
Desenvolvimento sustentável é o uso racional dos recursos naturais em prol do bem-estar social, garantindo o crescimento econômico
necessário para suprir as nossas demandas e as necessidades das futuras gerações. Com o objetivo de identificar às origens co nceituais e
algumas práticas direcionadas a sustentabilidade desenvolveu-se o estudo. Os recursos naturais têm se tornado cada vez mais escassos,
devendo-se levar em consideração sua possível exaustão. Com essa ameaça, buscam-se alternativas para que o desenvolvimento sócio-
econômico seja sustentável. Uma política social forte é ainda a principal necessidade para a conquista do desenvolvimento sus tentável,
principalmente nos países emergentes assim como o Brasil. Questões ambientais, relacionadas ao uso de agrotóxicos, desmatamento
excessivo, mão de obra escrava e infantil são alguns dos fatores que as políticas públicas tentam inibir, porém continuam agi ndo de forma
lenta e ineficaz na maioria dos estados brasileiros. Assim há uma emergente mudança de paradigmas sociais, onde é necessário perceber
valores que direcionam nosso desenvolvimento econômico e nossa relação com o meio ambiente. O uso da sustentabilidade torna -se o grande
desafio social das próximas décadas.
Abstract
Sustainable development is the rational use of natural resources for the welfare, ensuring the economic growth needed to meet our
demands and the needs of future generations. In order to identify the conceptual origins and some practices aimed at sustainability developed
the study. Natural resources are becoming increasingly scarce, and that they take into account their possible exhaustion. Wit h this threat,
alternatives are sought for the socio-economic development is sustainable. A strong social policy is still the main need for the achievement of
sustainable development, especially in emerging countries like Brazil. Environmental issues related to the use of pesticides, excessive
deforestation, hand slave and child labor are some of the factors that public policies attempt to inhibit, but continues to act slowly and
ineffectively in most states. So there is an emerging change of social paradigms, where it is necessary to realize values that drive our
economic development and our relationship with the environment. The use of sustainability becomes the great social challenge of the coming
decades.
1 Introdução
Após a década de 60, início dos anos 70, surgiram diversas correntes de pensamentos
acerca do futuro, das mudanças climáticas e as relações sociais perante o meio ambiente. A
conferência das nações unidas firmou um conceito mundial de “desenvolvimento
sustentável”, que expressa sentimentos coletivos de liberdade e democracia, com isso o
mundo passou a questionar e repensar um futuro em prol do bem comum.
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Para José Eli da Veiga (2005), esses sentimentos coletivos “Nosso Futuro comum” e o
próprio conceito de desenvolvimento sustentável estão ainda em construção, pois não
podemos definir nem mensurar as necessidades do presente, muito menos quais serão as
necessidades do futuro.
A equidade social e ambiental fica atrelada ao desenvolvimento econômico, desta forma,
para criar alternativas sustentáveis, é preciso conhecer o comportamento humano, seus
hábitos de consumo e modos de produção, sendo para Veiga, um enigma a ser descoberto.
No livro “Desenvolvimento Sustentável: o desafio para o século XXI” ele afirma que o
conceito de desenvolvimento sustentável é uma utopia para o século XXI, apesar de defender
a necessidade de se buscar um novo paradigma científico capaz de substituir os paradigmas
do “globalismo” (VEIGA, 2005).
Com a criação de um conceito global acerca da sustentabilidade, os países desenvolvidos
principais causadores de danos ao meio ambiente e defensores do capitalismo, pressionados
por ONGs em defesa ao meio ambiente, passaram a desenvolver acordos como ECO 92 (Rio
de Janeiro 1992), Protocolo de Kyoto (Japão 1997) dentre outros, com o objetivo de controlar
as expectativas globais.
O que se percebe, que embora, assumindo maiores compromissos, os países ricos e
industrializados, oferecem resistência no cumprimento dos acordos. Em prova disso, no ano
de 2005 apenas os países ricos não tinham atingidos as metas previstas pelos acordos
(PRAHALAD, 2005).
Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser entendida como parte
integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente
(MENDES, 2008).
DS tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas: A satisfação das
necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer, etc.); A
solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham
chance de viver); A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da
necessidade de conservar o ambiente e cada um a parte que lhe cabe para tal); A preservação
dos recursos naturais (água, oxigênio, etc.); A elaboração de um sistema social garantindo
emprego, segurança social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do
preconceito e do massacre de populações oprimidas, como por exemplo, os índios); A
efetivação dos programas educativos (MENDES, 2008).
Para ser alcançado, o DS depende de planejamento e do reconhecimento de que os
recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento
econômico e a adoção e o aumento da reutilização e da reciclagem. Na tentativa de se chegar
ao DS, sabe-se que a Educação Ambiental é parte vital e indispensável, pois é a maneira mais
direta e funcional de se atingir suas metas.
Para elucidar de forma gráfica a dinâmica de funcionamento de um sistema de
desenvolvimento econômico de transformação social, temos na Figura 01 um ciclo no qual
devem atuar em parcerias as redes locais.
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2.1 Políticas
Segundo Pedro Campany (2010), o código florestal brasileiro constituído pela lei
4775/65 que estipulou como áreas de preservação permanente uma serie de espaços
territoriais como topos de morros, áreas com declividade, áreas marginais como rios e lagos,
afirma que a indefinição de limites gerou diversos problemas como a falta de fiscalização e
aplicação da lei.
O código deixou lacunas no que tange a metragens dá área de preservação, sendo
então suplantado pelo poder executivo por meio de resoluções do conselho nacional do meio
ambiente (CONAMA), contudo o judiciário e o executivo, não conseguem, criar normas e
muito menos resolver os conflitos decorrentes dos limites ou a ausência das metragens.
A inércia das políticas é o principal entrave para os governos atuais no
cumprimento das leis e execução dos planejamentos de desenvolvimento sustentável.
Existem ações nacionais e internacionais, que foram bem sucedidas, dentre elas,
podemos citar, algumas punições no ano de 2008, contra crimes de desmatamento,
biopirataria, e exploração indiscriminada de recursos da fauna.
As cidades crescem indiscriminadamente sem qualquer planejamento urbano,
favorecendo a formação de favelas, ocupação descontrolada das áreas de preservação, que
ocasionam em grandes catástrofes, como os desmoronamentos de morros, alagamentos,
enchentes e poluição de rios e nascentes (FERREIRA, 1988).
A falta de aplicação e acompanhamento das políticas ambientais e habitacionais
proporciona para nossas grandes cidades uma perda de qualidade de vida e um
desequilíbrio social e sustentável.
“o padrão de produção e consumo que caracteriza o atual estilo de
desenvolvimento tende a consolidar-se no espaço das cidades e estas se tornam cada
vez mais o foco principal na definição de estratégias e políticas de desenvolvimento”
(FERREIRA, 1998).
3 EQUILÍBRIO AMBIENTAL
“Tudo o que acontece a terra, acontece aos filhos da terra. O homem não teceu
a teia da vida, é meramente um fio dela. O que quer que faça a teia, ela faz a si
mesmo” (IACOMINNI, 2011).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conceito de DS embora criado há vários anos, ainda está em fase de
desenvolvimento e sem prazo para conclusão, sua temática provoca discussões em todos os
países, ao passo que o bem comum da humanidade depende muito do nosso presente, das
nossas atitudes com as relações econômicas e naturais.
Contudo, nota se que o capitalismo está impregnado na consciência da maioria da
população, o lucro é objeto alvo de qualquer investimento e as questões socioambientais são
deixadas de lado.
Diante deste cenário, fica em evidencia a necessidade de construir novos hábitos para
as futuras gerações, promover uma reeducação ética e moral.
Na qualidade de seres racionais, a raça humana tem o livre arbítrio, o poder de
pensar e realizar ações, tal virtude nos dá o ônus de assumir inteiramente a responsabilidade
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não só pelas questões ambientais, mas também pela busca contínua do desenvolvimento
sustentável e da melhora da qualidade de vida de todos os seres vivos de nosso planeta.
Para além do debate acerca do DS, cabe salientar o perigo de acreditar que ele
funcionará como uma fórmula mágica para resolver os problemas socioambientais, seu
maior mérito talvez resida no fato de que com ele abriu-se um espaço para o debate acerca de
nossa responsabilidade para com nossos atos, e que estes atos por mais pessoais que sejam
alcançam uma escala global e, portanto nossa ação tem que ser local, mas com uma visão
global.
Referências
CASTRO, Moacyr. A natureza é a alma do negócio. Revista Jurídica Consulex, Brasília, 317
pg 63 a 65, março de 2010.
GODARD, Olivier. A gestão integrada dos recursos naturais e do meio ambiente: conceitos,
instituições e desafios de legitimação- In: Paulo Freire Vieira e Jacques Weber (Org.)
tradução: Anne Sophie de Pontbriand Vieira, Christilla de Lassus.- Gestão de
recursos naturais renováveis e desenvolvimento: novos desafios para a pesquisa
ambiental. São Paulo: Cortez, 1997.
PÁDUA, S.; TABANEZ, M. (orgs.). Educação ambiental: caminhos trilhados no Brasil. São
Paulo: Ipê, 1998.
REIGOTA, M. Desafios à educação ambiental escolar. In: JACOBI, P. et al. (orgs.). Educação,
meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo: SMA, 1998. p.43-50.
VEIGA, José Eli da. Cidades Imaginárias – o Brasil é menos urbano do que se calcula.
Campinas: Editora da Unicamp, 2005.