O Papel Da Família, Da Escola e Da Comunidade No Fracasso Escolar
O Papel Da Família, Da Escola e Da Comunidade No Fracasso Escolar
O Papel Da Família, Da Escola e Da Comunidade No Fracasso Escolar
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar o papel da família no processo
educacional e sua importância na participação ativa e concreta na construção do
Projeto Político Pedagógico. Acredita-se que o sucesso na vida escolar do educando
esta relacionada à participação da família e o envolvimento nas políticas
educacionais da escola, pensando o aluno de forma integral. Inicialmente se discute
o papel da família na escola, a importância da construção coletiva do Projeto Político
Pedagógico (PPP) levando em consideração a realidade institucional, com foco no
aluno. A relação de todos os envolvidos com a instituição é relevante para uma boa
formação intelectual, critica e social do educando.
Palavras-chave: Família. Aluno. Projeto Político Pedagógico. Educação.
ABSTRACT
This study aims to examine the role of the family in the educational process and its
importance in active and concrete participation in the construction of the Pedagogic
Political Project. It is believed that success in the school life of the learner is related
to the family participation and involvement in the educational policies of the school,
thinking the student holistically. Initially it is discussed the role of families in school,
1
Discente do curso de Pedagogia do Centro Universitário de Bebedouro - SP. E-mail:
[email protected]
2
Docente do curso de Pedagogia do Centro Universitário de Bebedouro - SP. E-mail:
[email protected]
the importance of the collective construction of PPP taking into account the
institutional reality, focusing on the student. The relationship of all the ones involved
with the institution is relevant to a good intellectual formation, critical and the social of
the learner.
Keywords: Family. Student. Pedagogic Political Project. Education.
1 INTRODUÇÃO
isso a escola juntamente com a família e a comunidade em geral deve saber o quão
é importante o seu papel dentro da instituição de ensino.
Acredita-se, portanto, que a escola deve proporcionar meios para que a família
consiga ter uma relação maior na vida escolar do educando, sendo necessário que a
instituição de ensino, possibilite um caminho para promoção da verdadeira
participação da comunidade, e da família no processo de formação do indivíduo.
A família tem papel de grande importância na vida dos seus filhos ou pupilos. Na
família se transmite regras e valores de acordo com suas crenças e culturas.
Portanto, acredita-se que o educando seja influenciado pela família para seguir
sua vida escolar.
Observa-se ainda, que a família tem grande influência para preparar os filhos
para o mundo, sendo indispensável que a mesma dê o exemplo, mostrando ao
indivíduo o certo e o errado, de acordo com as regras que rege a família, suas
crenças e culturas.
Acredita-se ainda que a família deva estar sempre presente na vida dos filhos e
pupilos, promovendo constantes diálogos, para uma boa relação entre os membros
daqueles que habitam o mesmo teto.
Na família, o indivíduo inicia o seu processo de formação e socialização com os
membros conviventes. Assim, os indivíduos começam a se interagir, criando sua
personalidade, por meio da convivência e incorporação de valores e cultura
presentes.
Pautado nas afirmações acima, considerando uma abordagem sociológica,
observa-se que a família pode promover influência no processo de formação do
individuo, por meio da convivência direta conforme cita Ramos (2011):
Segundo Ramos pode se considerar família aqueles que estão ligados por um
vinculo afetivo, e conviventes em um mesmo ambiente, sendo biológico ou não, de
modo que o conceito de família deixa de ser o tradicional vigente e passa a ter uma
concepção sociológica mais ampla.
Partindo dessas premissas, e observando por meio dos estágios
supervisionados, congressos e seminários de educação, observa-se que o papel da
família necessita ser melhor compreendido uma vez que esta diretamente ligado a
educação dos filhos ou pupilos e consequentemente ao processo educacional dos
mesmos.
Pautado em Brandão (2007) que comenta a definição de educação do
dicionário brasileiro de língua portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda; educação
define-se por uma.
ação exercida pelas gerações jovens para adaptá-las à vida social; trabalho
sistematizado, seletivo, orientador, pelo qual nos ajustamos à vida, de
acordo com as necessidades ideais e propósitos dominantes; ato ou efeito
de educar; aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas,
polidez, cortesia. (BRANDÃO, 1981, p.55).
De acordo com a nossa carta magna, a educação deve ser oferecida a todos
os indivíduos, sem haver qualquer distinção entre eles, sendo assegurada pelo o
Estado e a Família, proporcionando o crescimento integral do individuo,
impulsionando o homem a conquistar sua liberdade, evoluindo assim com o mundo.
Educação, portanto, é o processo que o ser humano adquiri conhecimentos,
desenvolve sua capacidade intelectual e critica, estimulando e formando sua
personalidade.
Dessa forma pode considerar educação como sendo algo que transforma o
homem, desenvolvendo sua capacidade de forma integral, contribuindo e
enriquecendo seu conhecimento, pois, está sempre em constante aprendizado.
O homem busca o conhecimento em uma instituição que oferece o ensino de
forma sistematizada: A escola.
Escola é, portanto, um ambiente de muito aprendizado, devendo oferecer ao
aluno um conhecimento sistematizado, respeitando sua cultura e ampliando os
valores que recebe da família.
Portanto, o conhecimento ofertado pela escola deve contribuir e enriquecer
para o desenvolvimento intelectual do indivíduo.
De acordo com Costa (2006)
Para que isso possa acontecer com mais facilidade, deve demonstrar aos
integrantes dessa construção a importância de sua participação na construção do
projeto pedagógico de forma coerente.
Segundo Veiga (1995), “um Projeto Político Pedagógico (PPP) ultrapassa a
dimensão de uma proposta pedagógica. É uma ação intencional, com um sentido
explícito, com um compromisso definido coletivamente”.
Portanto, o projeto político pedagógico, deve ter seus objetivos explícitos para
todos, sendo que estes devem ser definidos de forma coletiva, com a participação
da comunidade e da família.
Para a construção do PPP, deve ser considerado ainda, onde a escola está
inserida, discutir o público que a escola irá atender, e os objetivos a ser definido de
acordo com as necessidades do aluno.
Para Veiga (2001) “o projeto político-pedagógico da escola, ao se identificar
com a comunidade local, busca alternativas que imprimam dimensão política e social
à ação pedagógica”.
Deste modo, todos devem trabalhar para que os anseios dos alunos possam
ser alcançados, sendo que este trabalho deve acontecer de forma espontânea, não
sendo necessário convencer os professores, a equipe escolar e os funcionários a
trabalhar mais, ou mobilizá-los, mas propiciar situações que lhes permitam aprender
a pensar e a realizar o fazer pedagógico de forma coerente.
Este documento deve ser constantemente avaliado por todos que estão
envolvidos com a escola, caso contrário se tornará um documento de gaveta,
apenas para cumprir formalidades burocráticas.
Este projeto não deve ser finalizado, pois ele deve estar em constante
mudança, haja vista que nele é discutido o aluno e este sempre se modifica.
Sempre surgem novos desafios, e consequentemente novas demandas são
exigidas.
Segundo Vasconcellos (2002), o projeto político-pedagógico pode ser
entendido:
[...]como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de
planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada,
que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um
instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da
realidade. É o elemento de organização e integração da atividade prática da
instituição neste processo de transformação (VASCONCELLOS, 2002, p.
169).
Sendo assim, uma boa relação entre a família e a escola deve estar presente
em qualquer trabalho educativo que tenha como principal alvo, o aluno. A escola
deve também exercer sua função educativa junto aos pais, discutindo, informando,
orientando sobre os mais variados assuntos, para que em reciprocidade, escola e
família possam proporcionar um bom desempenho escolar e social às crianças.
Pois:
[...] se toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também
possuem o direito de serem, senão educados, ao menos, informados no
tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus filhos. (PIAGET,
2007, p. 50)
O Projeto Político Pedagógico tem por objetivo propiciar uma escola de qualidade
com a participação coletiva de todos. Uma escola aberta ao diálogo em que todos
possam contribuir com suas ideias, sugestões e ações que visem melhorar as
condições de aprendizado do aluno.
Sendo assim, os objetivos, as diretrizes e as ações do processo educativo de
uma escola estão no seu projeto político-pedagógico (PPP), que deve ser produzido
e revisado ano a ano pela comunidade, família e escola.
Desta forma, uma escola não pode tomar decisões sozinhas do que ensinar ao
aluno no ano letivo, deve ser levado em consideração o que foi decidido
coletivamente, para assim a escola em geral planejar um caminho em cima do que
foi estabelecido. Vale lembrar que os gestores, funcionários, professores, toda a
equipe da instituição não trabalha sozinho, mas em conjunto tendo como foco o
aluno.
Portanto, o aluno deve ser ouvido sempre, pois o mesmo tem histórias de vida,
uma realidade atual, e sonhos, e o ensino deve fazer sentido na vida do educando,
considerando-o como um ser ativo, de ideias e opiniões.
Entender a realidade dos alunos e promover a participação deles no PPP mostra
a preocupação, a responsabilidade e o desejo da escola de transformar a realidade
que eles vivem.
Vasconcellos (1998) cita “há toda uma luta ideológica, política, econômica, social
para ser enfrentada, seja consigo mesmo, com seus colegas de trabalho, com os
educandos, com as famílias e com as instituições em geral”.
Diante disso cabe à escola gerar uma maior participação dos profissionais da
educação na vida escolar dos alunos. A comunicação entre família e escola deve
existir para que seja possível atender as necessidades básicas na vida escolar do
educando.
A relação escola/família não se pode perder, sendo que ambas devem
conhecer as dificuldades e conhecimentos de cada educando, verificando o que está
se passando, estimulando suas habilidades e respeitando os seus sentimentos.
Por isso que a participação da família na escola colabora no desenvolvimento
escolar do indivíduo. Sendo que a família deve contar com o suporte da escola e a
escola com o apoio da família, onde ambas caminham juntas para o mesmo
objetivo.
Como afirma Paro (1992)
Com isso fica claro que uma escola bem estruturada, com uma boa relação
com a comunidade que atende, com os pais dos seus alunos, a tendência do
estudante ter um desempenho maior na vida escolar é grande. Pois ele recebe apoio
de todos os agentes envolvidos com a instituição.
Nesse sentido, Ghiraldelli. (2005) diz que as “instituições que conseguirem
transformar os pais ou responsáveis em parceiros diminuirão os índices de evasão e
violência e melhorarão o rendimento das turmas de forma significativas”.
Desta maneira, a instituição escolar, necessita planejar um projeto político
pedagógico, de modo onde todos os envolvidos com a escola contribuam para a
melhoria do ensino/aprendizado.
Faz-se necessário compreender que o projeto político pedagógico, é um
documento que reflete sobre a proposta educacional da instituição de ensino. É por
meio dele que a comunidade escolar juntamente com a família, e os funcionários em
geral da escola pode desenvolver um trabalho coletivo, cujas responsabilidades
pessoais e coletivas são assumidas para execução dos objetivos estabelecidos.
De acordo com os artigos 12, 13 e 14 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional de 1996, Lei Federal nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, a
escola tem autonomia para elaborar e executar sua proposta pedagógica, porém,
deve contar com a participação dos profissionais da educação e dos conselhos ou
equivalentes na sua elaboração.
Ainda que as escolas de baseiam em uma mesma norma geral de educação,
as instituições diferenciam-se entre si, pois cada unidade escolar tem suas
necessidades e princípios específicos a serem atingidos. Como sendo a região em
que cada escola está inserida, bem como os desejos de cada membro envolvido na
construção do projeto educativo.
realidade dos educandos, e para que esta realidade mude, é preciso um trabalho
coletivo.
Todos os sujeitos estão em uma constante aprendizagem, pois segundo
Freire, “o educador e o educando são sujeitos do processo educativo, ambos
caminham e crescem juntos”.
Acredita-se, portanto, que os docentes, juntamente com toda a equipe
escolar, devem assegurar um ensino no qual o aluno se sinta acolhido, de modo que
desperte no mesmo o gosto pelo processo ensino e aprendizagem.
O autor nos faz pensar que a escola deve ter uma boa relação com a família,
pois ambas têm o mesmo interesse, de formar bons cidadãos na sociedade. Assim
família e escola deve ser uma relação indispensável.
Nesse sentido, Ghiraldelli. (2005) diz que as “instituições que conseguirem
transformar os pais ou responsáveis em parceiros diminuirão os índices de evasão e
violência e melhorarão o rendimento das turmas de forma significativas”.
Desse modo, nota-se que só será possível uma mudança na realidade do
aluno, a postura da instituição diante aos pais, responsáveis pelos educandos,
oportunizando ocasiões de diálogo, de participação na vida da escola.
Há uma necessidade da presença da família na escola para haver maior
sucesso na aprendizagem do educando. É fundamental que a escola busque
desenvolver meios para envolver a família na escola, e sensibilizando a sentir-se
integrante ligada no processo educativo.
Conforme Dayrell,
A sala de aula é uma grande rede de interações sociais, e, para que essa
organização funcione como instrumento de aprendizagem, é muito
importante que haja uma boa comunicação entre o professor e os alunos;
pais e alunos; professor e pais; aluno e alunos. ( Dayrell, 1992 p. 137)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez; 1991. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/852-2.pdf> Acesso em:
25.out.2016
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra.
Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003.
Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/218-4.pdf/
Acesso em: 01.out.2016.
PIAGET, Jean. Para onde vai à educação? Rio de Janeiro: José Olímpio,
2007.Disponível em :
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1764-8.pdf> Acesso
em:20.set.2016.
REIS, Risolene Pereira. In. Mundo Jovem, nº. 373. Fev. 2007. Disponível em:<
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1764-8.pdf/> Acesso em:
16.set.2016.
Recebido em 13/2/2017
Aprovado em 28/4/2017