Associação de Resistores (Mista)

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES (Série-Paralela ou Mista)

OFICINA TEÓRICA

A associação série-paralela (mista) de resistores constitui-se apenas como uma


combinação de associações série e associações paralelas. Desse modo, todas as
condições estabelecidas anteriormente são válidas para esse tipo de associação. Contudo,
é necessário observar com atenção os elementos para que haja uma correta identificação
dos tipos de ligação entre os elementos.

Se adicionarmos uma fonte de tensão na associação série-paralela (mista),


considerando que a chave se encontra fechada, tem-se um circuito em série-paralelo
(misto) como pode ser observado na Figura 1.
Figura 1 – Circuito em série-paralelo (misto).

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

Para o circuito mostrado na Figura, tem-se as seguintes relações:


1. Os resistores R1 e R2 não estão em série, pois o resistor R3 também está conectado
em um ponto comum b;
2. Os resistores R2 e R4 não estão em paralelo, pois não há conexão nas duas
extremidades, uma vez que o resistor R3 está conectado entre elas;
3. Os resistores R3 e R4 estão em série, pois estão conectados no ponto em comum c;
4. A fonte de tensão E e o resistor R1 estão em série, pois estão conectados no ponto
em comum a;
5. No circuito não há elementos em paralelo.
É importante destacar que a 1ª Lei de Ohm continua sendo válida para esse tipo
de circuito. Contudo a resolução dos circuitos deve ser feita com mais atenção para que
não haja erro durante sua aplicação.
Uma forma de simplificar a aplicação da 1ª Lei de Ohm nesse tipo de circuito é
através da aplicação do Método de Redução e Retorno, conforme pode ser observado na
Figura 2.
Figura 2 – Aplicação do método de redução e retorno.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


Para a análise desse método será considerado que se deseja determinar a tensão
sobre o resistor R4 do circuito mostrado na Figura 1. Na fase de redução são, considerando
o exemplo, são realizadas as seguintes etapas:

1. A Figura 2 (a) apenas representa o circuito da Figura 1 redesenhado;


2. Conforme destacado anteriormente os resistores R3 e R4 estão em série, logo,
podem ser substituídos por um resistor equivalente RT’ que é determinado pela soma
de R3 e R4. Assim, o circuito pode ser redesenhado como mostrado na Figura 2 (b);
3. Conforme pode ser visto na Figura 2 (b) os resistores RT’ e R2 estão em paralelo
(observe que eles estão conectados nas duas extremidades), assim podem ser
substituídos por um resistor equivalente RT’’ cujo valor é determinado pela expressão
abaixo. O circuito resultante dessa etapa é apresentado na Figura 2(c):

R2  RT '
RT'' =
R2 + RT '

4. A partir da Figura 2 (c) contata-se que os resistores RT’’ e R1 estão em série, ou seja,
podem ser substituídos por um resistor equivalente RT, cujo valor é determinado pela
soma de RT’’ e R1. O circuito resultante dessa etapa é apresentado na Figura 2 (d).

Como pode ser observado na Figura 2 (d) o circuito obtido bastante simples, de
modo a facilitar a determinação da corrente Is através da aplicação da 1ª Lei de Ohm:

V
Is =
RT

Na fase de retorno são realizadas as seguintes etapas:

1. Determina-se o valor da corrente Is através da aplicação da 1ª Lei de Ohm como é


mostrado na Figura 2 (d):

V
Is =
RT

2. Sabe-se que o valor do resistor RT foi obtido através da soma de R1 e RT’’, assim, o
circuito pode ser redesenhado como mostrado na Figura 2 (e). Além disso, como na
etapa anterior foi determinado o valor da corrente Is pode-se determinar o valor da
tensão sobre o resistor R’’ através da 1ª Lei de Ohm.

V2 = Is  RT ''

3. Por sua vez o resistor RT’’ é determinado através da associação paralela dos
resistores R2 e RT’ como foi mostrado na Figura 2 (b). Desse modo pode concluir: (1)
a tensão V2 é equivalente a tensão sobre o resistor R2; (2) Como R2 e RT’ estão em
paralelo a tensão sobre RT’ também é igual a V2;
4. O resistor RT’ foi determinado através da associação em série dos resistores R 3 e
R4, assim, o circuito da Figura 2 (e) pode ser redesenhado como mostrado na Figura
2 (f), ou seja, o circuito retornou à configuração anterior. Na Figura 2 (f) é
apresentada a determinação da tensão V4 através da expressão do divisor de tensão
(característica dos circuitos em série que será analisada de forma detalhada mais
adiante).
5. Do circuito mostrado na Figura 2 (f) pode afirmar: (1) A associação de R3 e R4 resulta
em RT’; (2) A tensão sobre RT’ é igual a V2 (determinada na etapa anterior). Portanto,
aplicando a 1ª Lei de Ohm pode-se determinar a corrente que circula por R3 e R4:

V
I=
RT '

6. Conhecendo o valor da corrente I é possível determinar o valor da tensão sobre o


resistor R4 através da 1ª Lei de Ohm:

V4 = I  R4
Para facilitar a compreensão sobre os circuitos série-paralelo (misto) veja os
exemplos mostrados abaixo:
EXEMPLO 1 - Para o circuito mostrado abaixo determine: (a) O valor das correntes I4 e
Is e da tensão V2; (b) Comprove os cálculos na prática utilizando multímetros.
a) 1. No circuito observa-se que os
resistores R2 e R3 estão em paralelo, pois
as suas duas extremidades estão
conectadas, assim, podem ser substituídos
por um resistor equivalente R’ (1ª redução):
R2  R3
R' =
R2 + R3
18 k   2 k 
Fonte: (BOYLESTAD, 2012). R' =
18 k  + 2 k 
Circuito resultante após 1ª a redução 36 M
R' = = 1,8 k 
20 k 
2. Os resistores R1 e R’ estão em série, de
modo que podem ser substituídos por um
resistor equivalente R’’ (2ª redução):
R '' = R1 + R '
R '' = 6,8 k  + 1,8 k 
R '' = 8,6 k 
Fonte: (BOYLESTAD, 2012).
Circuito resultante após a 2ª redução. 3. O circuito resultante mostra que a fonte
de tensão de 12 V, R’’ e R4 estão em
paralelo, ou seja, a tensão será igual para
todos, ou seja a tensão no resistor R4 é
igual a 12 V. Aplicando a 1ª Lei de Ohm:
E
I4 =
R4
12 V
I4 =
8,2 k 
Fonte: Adaptado (BOYLESTAD, 2012).
I4 = 1,46 mA
Circuito resultante após a 3ª redução. 4. Utilizando o circuito obtido na 2ª redução
é possível determinar o valor da corrente I1:
E
I1 =
R ''
12 V
I1 =
8,6 k 
I1 = 1,39 mA
5. Como os resistores R’’ e R4 estão em
Fonte: Adaptado (BOYLESTAD, 2012 paralelo podem ser substituídos por um
resistor equivalente RT determinado por:
Circuito resultante após o 1ª retorno.
R '' R4
RT =
R ''+ R4
8,6 k   8,2 k 
RT =
8,6 k  + 8,2 k 
70,52 M
RT = = 4,2 k 
16,8 k 
6. Assim, é possível determinar o valor de I
aplicando a 1ª Lei de Ohm:
E
Fonte: (BOYLESTAD, 2012). Is =
RT
12 V
I1 =
4,2 k 
I1 = 2,86 mA
7. Para determinar o valor da tensão V2 é
preciso fazer o processo de retorno. Sabe-
se que: (1) R’’ é obtido pela associação
série de R1 e R’; (2) Deseja-se obter o valor
da tensão V2, ou seja, a tensão sobre o
resistor R’; (3) na etapa 4 foi obtido o valor
da corrente I1. Assim, aplicando a 1ª Lei de
Ohm obtem-se o valor de V2:
V2 = R ' I1
V2 = 1,8 k   1,39 mA
V2 = 2,51 V
Para comprovar que os cálculos realizados estão corretos o circuito pode se montado em
laboratório e a partir da utilização de multímetro obtêm-se os seguintes resultados:

OFICINA PRÁTICA
1. Para os circuitos mostrados a seguir determine o valor da resistência equivalente e o
valor da corrente indicada.

a)

b)

c)

d)
2. Determine o valor da resistência R1 a partir do valor da resistência equivalente.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).


3. Com base nos dados apresentados na figura abaixo determine o valor da resistência R.

Fonte: (BOYLESTAD, 2012).

INTERATIVIDADE

• Vídeo: “Associação mista de resistores - Eletrodinâmica - Aula 10 -


Prof. Marcelo Boaro”. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=HN35JN31ges>;
• Vídeo: “Circuitos CC A12 - Associação mista de resistências”.
Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=H7JPaZDZn20>;
REFERÊNCIAS

BOYLESTAD, Robert L.. Introdução à análise de circuitos. 12. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2012. 980 p.

Atenção!

Esse material não foi produzido com fins comerciais!

Você também pode gostar