LAUDO TÉCNICO - CALOR Versão 04.04.2019

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ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

AGENTE FÍSICO
CALOR

PROFESSOR: WANDER PACHECO

Componentes

BETHINA DOS ANJOS


ELENIUCE SOUSA
LETICIA BESSE
ROMEU FRANCISCO
VERONICA COELHO

Vila Velha
LAUDO TÉCNICO
AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AO CALOR EM AMBIENTE DE TRABALHO

2019

1. DADOS DA EMPRESA

RAZÃO SOCIAL: VILA NOVA FUNDIÇÃO DE ALUMINIO LTDA


ENDEREÇO: RUA ESTRELA, Nº 2550
BAIRRO: CRUZEIRO, VILA VELHA / ES
CNPJ: 00.000.000/0000-00

2. OBJETIVO

Este laudo objetiva avaliar a exposição ocupacional ao calor conforme NR 15 anexo n o 3


da Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho nas atividades da Empresa VILA NOVA
FUNDIÇÃO DE ALUMINIO LTDA.

O laudo classifica em salubres e/ou insalubres.

3. ASPECTOS LEGAIS

Efetuaram-se o levantamento ambiental, conforme prevê a NR-15, da portaria 3.214/78 do


MTE e normas de higiene ocupacional da FUNDACENTRO.

4. FUNDAMENTO LEGAL

Conforme Lei nº. 6.514, de 22/12/1977 - Normas regulamentadoras (NR`s) de Portaria 3.214
de 08 de junho de 1978 - Capítulo V, Título II, CLT - Consolidações das Leis do Trabalho.
Legislação específica da previdência Social: Lei nº. 9.528, de 10/12/1977 e Instrução
Normativa de 16/07/2002.

5. ANÁLISE QUANTITATIVA

Fase que compreende as avaliações quantitativas dos riscos, através de medições dos
riscos ambientais, após a confirmação, na fase de reconhecimento, de que o tempo de
exposição ao mesmo configura intermitente ou contínua.
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AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AO CALOR EM AMBIENTE DE TRABALHO

O instrumental, as técnicas adotadas e o método de amostragem serão descritos no corpo


do laudo.

6. NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

Segundo a NR 15, entende-se por Limite de Tolerância, a concentração ou intensidade


máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que
não causará dano à saúde do trabalhador durante sua vida laboral.

O exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador, a


percepção de adicional, incide sobre o salário mínimo da região, equivalente a:

 40% (QUARENTA POR CENTO), PARA INSALUBRIDADE DE GRAU MÁXIMO;


 20% (VINTE POR CENTO), PARA INSALUBRIDADE DE GRAU MÉDIO;
 10% (DEZ POR CENTO), PARA INSALUBRIDADE EM GRAU MÍNIMO;

Caso haja atividades consideradas periculosas, o trabalhador exposto fará jus ao adicional
de 30% sobre seu salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participação nos lucros da empresa.

No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de


grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

Considera-se risco grave e eminente toda condição ambiental de trabalho que possa causar
acidente de trabalho ou doença profissional com lesão grave à integridade física do
trabalhador. Com a finalidade de avaliar os agentes a que os trabalhadores estão expostos,
foram efetuadas as avaliações quantitativas descritas a seguir.

7- RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DE CALOR

7.1 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO

EQUIPAMENTO: MEDIDOR DE STRESS TÉRMICO


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AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AO CALOR EM AMBIENTE DE TRABALHO

FABRICANTE: INSTRUTHERM
MODELO: TGD-200

EQUIPAMENTO: ANEMÔMETRO DIGITAL MDA-10A


FABRICANTE: NINIPA
MODELO: HOLD MINIPA MDA-10
CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO: 1006/2017

EQUIPAMENTO: TERMÔMETRO DE STRESS TÉRMICO (BOCA DO FORNO)


FABRICANTE: MINIPA
MODELO: MT-350

7.2 RECONHECIMENTO DOS LOCAIS E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO

EQUIPAMENTO: FORNO MUFLA MICROPROCESSADO, MODELO Q318M24 – 220 V;


FABRICANTE QUIMIS.

CONDIÇÕES DE TRABALHO
TRABALHADOR NO POSTO DE TRABALHO AVALIADO: Romeu Oliveira
TEMPO NA FUNÇÃO: 12 meses
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL: blusão térmico, calça térmica de alta
resistência, capuz térmico, luvas térmicas, máscara de proteção e botina de segurança.
REGIME DE TRABALHO: 8 horas
CICLO DE TRABALHO: carregamento 30 minutos; descanso 15 minutos; descarregamento 15
minutos.
TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA: Forneiro (carga e descarga).
ATIVIDADE COM OU SEM CARGA SOLAR: com carga solar.
DATA DA MEDIÇÃO: 09 de fevereiro de 2019.
PERÍODO DA MEDIÇÃO: 12:30h às 16:30h.
TEMPERATURA EXTERNA: 30°C (dia ensolarado/verão).

 CONDIÇÃO 1 - Carregamento (alimentação do forno): abre a porta do forno, deposita a


carga e fecha a porta do forno.
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 CONDIÇÃO 2 - Descanso no local de trabalho: sentar-se próximo ao local de trabalho, não


executa nenhuma atividade.
 CONDIÇÃO 3 - Descarregamento: abre a porta do forno, retira a carga, deposita a carga e
inicia a condição1.

8 - METODOLOGIA

Norma para avaliação exposição ocupacional ao calor NHO-06 FUNDACENTRO e Anexo 03


da NR-15, Portaria 3.214/78

9 - PROCEDIMENTO

Ao iniciar o levantamento ambiental foi caracterizado, previamente o regime de trabalho, o ciclo


de trabalho, o tipo de atividade física e se atividade é executada com ou sem carga solar.

Os procedimentos de avaliação devem cobrir as condições habituais de trabalho, interferindo o


mínimo possível nas condições ambientais e operacionais características da condição de
trabalho estudada.

De acordo com as orientações da NHO-06 FUNDACENTRO para que as medições sejam


representativas da exposição ocupacional, é importante que o período de amostragem seja
adequadamente escolhido de forma a considerar os 60 minutos corridos de exposição que
correspondam à condição de sobrecarga térmica mais desfavorável. Tal situação somente é
identificada mediante análise conjunta do par de variáveis “condições térmicas do ambiente” e
“atividades físicas desenvolvidas pelo trabalhador”, e nunca por meio da análise isolada de
cada uma delas.

Foi priorizado realizar as medições no período considerado mais crítico para ser representativo
das condições de trabalho com sobrecarga mais desfavorável. Todos os dispositivos de
medição utilizados foram calibrados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro).

As medições são iniciadas avaliando as condições de temperatura na parte externa do forno,


onde foram constadas manchas e trincas, sinais de desgaste que podem interferir na medição
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pontual da temperatura no corpo do forno. A temperatura externa encontrada cima da boca do


forno foi de 160,5°C medido a uma distancia de 32cm com a boca do forno fechada.
O índice de ventilação influência na troca de calor por convecção e evaporação, o valor medido
no ambiente foi de 0 m/s, não tendo influência nas trocas de calor e conforto.

A instalação do Medidor de Stress Térmico (INSTRUTHERM) – dispositivo de medição que


utiliza termômetros de mercúrio foi efetuada no local onde permanece o trabalhador face
oposta àquela voltada para a fonte de calor de forma a facilitar a leitura, evitar interferências na
medição e não atrapalhar as atividades e habituais do trabalhador.

O dispositivo foi instalado a uma altura referente à região do corpo mais atingida pelo calor
( aproximadamente na altura do tórax).
Sendo as distâncias:
Da boca do forno até o pavio do Termômetro de bulbo úmido natural (tbn): 13 cm.
Da boca do forno até o centro do globo Termômetro de Globo (tg): 13,5 cm.
Da boca do forno até o dispositivo de temperatura de bulbo seco (ts): 12,5 cm.

Medidor de Stress Térmico.

Nomenclatura:

IBUTG- Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo


Tbs – Temperatura de Bulbo Seco
Tbn – Temperatura de Bulbo úmido Natural
Tg – Temperatura de Globo

10 - LIMITE DE TOLERÂNCIA
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AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AO CALOR EM AMBIENTE DE TRABALHO

 Anexo n.º 3, da NR15, que define os limites de tolerância para ao calor. 


1. Para os fins deste item, considera-se como local de descanso ambiente termicamente mais
ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.

2. Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro nº 2.

QUADRO N.º 2

M(Kcal/h) Máximo IBUTG


175 30.5
200 30.0
250 28.5
300 27.5
350 26.5
400 26.0
450 25.5

Tipo de Atividade e a Taxa de Metabolismo são dados pelo Quadro nº 3 Anexo nº 3 da NR15.

QUADRO Nº 3
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE

TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h


SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE  
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). 125
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 150
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços. 150
 
TRABALHO MODERADO
 
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas.
180
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação.
175
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação.
220
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar.
300
TRABALHO PESADO  
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá). 440
Trabalho fatigante 550
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Limite de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com período
de descanso em outro local (local de descanso).

Considera-se como local de descanso ambiente termicamente mais ameno, com trabalhador
em repouso ou exercendo atividade leve.

_
M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela seguinte
fórmula:

(Tt +Td)

Onde :

Mt = Taxa de metabolismo no local de trabalho.


Tt = Soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.
Md = Taxa de metabolismo no local de descanso.
Td = Soma dos tempos, minutos, em que se permanece no local de descanso.

IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinando pela seguinte formula:

(Tt +Td)

Onde :

IBUTGt = Valor do IBUTG no local do Trabalho.


IBUTGd= Valor do IBUTG no local de descanso
Tt e Td = Como anteriormente definido (Tt+Td) = 60 minutos
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11 – RESULTADOS ENCONTRADOS

AVALIAÇÃO MAIS DESFAVORÁVEL


ATIVIDADE: COM CARGA EMPRESA: FUNDIÇÃO DE MEDIDA DE CONTROLE:
SOLAR ALUMÍNIO N.A

HORA INICIAL: 12:30


DATA: 09/02/2019
HORA FINAL: 16:30

IBUTG (ºC)
IBUTG Tg (ºC) Tbs(ºC) Tbn (ºC) (0,7Tbn )+ (0,3 Tg)+
( 0,2 Tg)

IBUTG carregamento 27,0 31,0 33,0 31,6

IBUTG descanso 22,0 25,0 27,0 25,8

IBUTG descarregamento 26,0 29,0 32,0 30,5

CICLO DA ATIVIDADE
TRABALHO /
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE TEMPO MINUTOS
DESCANSO

Carregando o material no forno Tt 30 Trabalhando

Sentado em repouso Td 15 Descansando

Descarregando o material do forno Tt 15 Trabalhando

TIPO DE ATIVIDADE (QUADRO 3)

Mt Trabalho pesado 380 Kcal/h

Md Sentado em repouso 125 Kcal/h

Mt Trabalho pesado 380 Kcal/h

CALCULOS DE IBUTG
Média ponderada em função do ciclo de trabalho

IBUTGm = (31,6x30 ) + (25,8x15 ) + (30,5x15 ) =29,89 ºC


60
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CALCULOS DA TAXA DE METABOLISMO


Média ponderada em função do ciclo de trabalho

Mm = ( 380 x 30 ) + ( 380x15) + (125 x 14) = 316,25 Kcal/h


60

CONCLUSÃO

Conforme o quadro 2 do anexo III da NR15 da Portaria 3.214/78, comparando o IBUTG, media ponderada
calculada acima que foi de 29,89ºC, para taxa de metabolismo médio identificado que é 316,25 Kcal/h (Usa-
se 350 Kcal/h) condizendo com o quadro 2, anexo III da NR15 o Máximo de IBUTG permitido 26,5 ºC.
Conclui-se que neste caso, o ciclo de trabalho apresentado é INCOMPATÍVEL com as condições térmicas
do ambiente analisado, portanto, o limite de tolerância foi ultrapassado, tornando a atividade INSALUBRE,
grau médio (20%).

REGISTRO FOTOGRÁFICO
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Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia, em 03/04/2019 – 9h: 44min.


CROQUI DO AMBIENTE TRABALHO

Máquina 1 – Forno Mufla Microprocessado, Modelo Q318M24.


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12- CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES

A NR 9.3.5.c da Portortaria 3214/78, do Ministério do Trabalho com redação dada pela


Portortaria 25/94 estabelece que:

“Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores


excederem os valores dos limites previstos na NR 15 ou, na ausência destes, os valores de
limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH – American Conference of
Governmental Industrial Hygienists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em
negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-
legais estabelecidos”.

A ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists, recomenda que os


limites de exposição (TLVs) de sobrecarga térmica, quando for necessário utilizar um
equipamento ou vestimenta profissional de proteção pessoal para proteger o trabalhador
contra substâncias perigosas nos ambientes de trabalho, deve ser efetuada uma correção
dos valores limites (TLVs) do IBUTG, de acordo com a tabela abaixo:

Tipo de Vestimenta Correção do IBUTG


Uniforme de trabalho de verão 0
Capa de algodão -2
Uniforme de trabalho de inverno -4
Proteção contra a umidade -6

A legislação brasileira vigente, em sua Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho, NR 15,


anexo 3, não estabelece valores corretivos.

13 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL OU COLETIVOS

Determinações legais quanto à proteção do trabalhador Regulamentadora – NR 06:

6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento
de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.
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6.1.1 Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele composto
por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam
ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.

6.2 O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser


posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do
Trabalho e Emprego.

14 – ELIMINAÇÃO OU NEUTRALIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE

“Artigo 191 da CLT – A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:

I) – Com a adoção de medidas de controle que conservem o ambiente de trabalho dento dos
limites de tolerância;
II – Com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador que diminuam a
intensidade do agente agressivo a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância ”.

A análise das medidas para eliminação ou neutralização da insalubridade se baseia no subitem


15.4.1 da NR -15, Portaria 3214/78 do MTE que determina:

A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:

a) com a adoção de medida de ordem geral que conserve o ambiente de trabalho dentro
dos limites de tolerância;
b) com utilização de equipamentos de proteção individual.

Os procedimentos a serem adotados para fornecimento dos equipamentos de proteção


individual (EPI) encontram-se regulamentados na norma regulamentadora nº 06, da portaria
3.214/78 do MTE.
Sendo os mais importantes o que listo a seguir:
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6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco,
em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
 
a)     sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b)     enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
c)     para atender a situações de emergência.
 
6.4 Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, e observado o disposto no item
6.3 O empregador deve fornecer aos trabalhadores os EPI adequados, de acordo com o
disposto no ANEXO I da NR-06.

6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI :


 
a)     adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b)     exigir seu uso;
c)     fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria
de segurança e saúde no trabalho;
d)     orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e)     substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f)       responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
g)     comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

6.7 Cabe ao empregado


 
6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a)     usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b)     responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c)     comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
d)     cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

6.9 Certificado de Aprovação – CA


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6.9.3 Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da
empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o
nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

15 – PREJUIZOS A SAÚDE E RECOMENDAÇÕES

Ainda que ocorram variações na temperatura ambiente o corpo humano tende a usar
mecanismos termorreguladores para manter equilíbrio térmico. A primeira condição para se
obter conforto térmico, é que o corpo esteja em equilíbrio térmico, ou seja, a quantidade de
calor ganho (metabolismo + calor recebido do ambiente) deve ser igual à quantidade de calor
cedido para o ambiente (FUNDACENTRO, 2001).

Ambientes muito quentes provocam sudorese intensa, com a perda de água e sais minerais, o
que ocasiona desequilíbrio crônico entre as perdas e a reposição levando aos seguintes
sintomas: exaustão, esgotamento físico e mental, câimbras, conjuntivites, insolação,
desmaios e desidratação são comuns em locais com muita incidência de calor. Todos
esses problemas prejudicam a saúde do profissional e comprometem sua capacidade de
produção. Além disso, excesso de calor pode desencadear doenças mais sérias, como
câncer de pele e problemas no sistema urinário e respiratório.

MELHORIAS TÉCNICAS E ADMINISTRATIVAS

 Adequar o turno de trabalho de acordo com o exposto no quadro 1 da NR 15 – Regime


de trabalho intermitente com descanso no próprio local de trabalho: Para o índice
IBUTG encontrado 29,89°C o tipo de atividade correspondente será “Atividade
Pesada” sendo recomendado o regime de trabalho com 15 minutos de trabalho e
45 minutos de descanso.

 Avaliar a possibilidade de instalação de Sistema de Ventilação, observando que deve


ser controlada a velocidade e direção das correntes de ar, não devendo incidir
diretamente sobre o trabalhador e não deve haver excesso ou falta de umidade no ar.

 Avaliar a possibilidade de instalação Sistema Térmico que minimize as perdas e ganhos


de calor:
Reduzir as trocas térmicas de telhas e telhados através de isolamento térmico –
materiais isolantes, telhado duplo, janelas com vidros duplos; reflexão da radiação solar
– telhados pintados de branco, recobrimento com alumínio; resfriamento exterior -
molhar o telhado, mas sem transferência de umidade e com sistema de reuso da água.

 Isolamento térmico das superfícies quentes – tubos, paredes.

 Orientar os trabalhadores sobre os ricos e prejuízos a saúde inerentes a atividade.

 Disponibilizar locais de descanso confortáveis e com temperatura adequada – evitar


mudança brusca de temperatura. Fornecer água fresca e bebidas isotônicas e/ou
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repositor hidroeletrolítico, não acrescidos de gases e açúcares. Não permitir bebidas


alcoólicas e evitar chás ou café muito fortes e em excesso, pois, podem causar quadros
de agitação.

 Fornecer equipamentos de proteção individual (EPI) adequados a atividade que atenda


à todos os critério da legislação vigente, treinar e orientar os trabalhadores sobre seu
uso e conservação.

 Equipamentos de proteção individual: calça com suspensório de elastômero de alta


resistência (CA 11.625), blusão 3/4 (CA 11.625), que possui altura até o meio da coxa,
mangas longas tipo raglã, punhos e gola tipo padre fechados por velcro RF e com travas
de segurança, fechamento frontal de velcro RF com vista embutida e, como opcional,
forração interna destacável.capuz tipo carrasco (CA 12.497) com alongamento para o
peito e as costas, capacete interno acoplado ao visor de policarbonato de alto impacto e
camadas unidas apenas nas bordas, favorecendo a formação de espaços internos de ar
que otimizam a barreira térmica, luvas térmica industriais (CA 12.496), máscara de
proteção (34290) botina de segurança (CA 28.953).

O fluxograma abaixo demonstra com clareza de detalhes os procedimentos adotados por este
profissional na elaboração dos Laudos:
Havia Exposição
a Agentes
Insalubres?

Não Sim

Não se caracteriza a A Exposição


Insalubridade Ultrapassou o
Limite Permitido?

Não
Sim

Houve Adoção de
Medidas de Controle
Coletiva ou o
fornecimento de EPIs?
Não

Fica Sim
Caracterizada a
Insalubridade!
As Medidas de Proteção
Coletivas e/ou EPIs
fornecidos eram adequados
a Neutralização da
Não Insalubridade?

Fica Sim
Caracterizada a
Insalubridade! Houve o Fornecimento
Regular, o uso Efetivo dos
Fica EPIs e Não
ForamseFeitos
Caracterizada a Caracterizada
Treinamentos? a
Não
Insalubridade! Sim
Insalubridade!
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AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AO CALOR EM AMBIENTE DE TRABALHO

16 –TERMINOLOGIA

- ACGIH – American Conference of Governamental Industrial Hygienists (Conferência


Americana Governamental de Higiene Industrial ), associação profissional norte-americana,
dedicada aos aspectos técnicos e administrativos da Saúde Ocupacional e Ambiental.

- Avaliação Qualitativa – Avaliação de riscos ambientais realizada apenas através de


inspeção nos locais de trabalho.

- FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duplat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho,


órgão de pesquisa e desenvolvimento em Segurança e Higiene do Trabalho, do Ministério do
Trabalho.

- Grau de Risco – Classificação de atividades econômicas, presente na Norma


Regulamentadora NR-04, conforme o risco apresentado. A gradação vai de 1 à 4, em ordem
crescente de potencial de risco.

- Limites de Exposição – Os limites de exposição ( TLV – Threshold Limit Values ), adotados


pela ACGIH, referem-se às concentrações das substâncias químicas dispensas no ar e
representam condições sob as quais acredita-se que a maioria dos trabalhadores possa estar
exposta, repetidamente, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde.

- Limite de Tolerância – Entende-se por limite de tolerância, a concentração ou intensidade


máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente insalubre,
que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

- NTH – Normas de Procedimentos em Higiene do Trabalho, normas criadas pela


FUNDACENTRO, para estabelecer procedimentos de avaliação e análise de agentes físicos e
químicos em ambientes de trabalho.
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AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AO CALOR EM AMBIENTE DE TRABALHO

- NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health ( Instituto Nacional para Saúde
Segurança Ocupacional ) órgão do governo norte-americano, semelhante a FUNDACENTRO
no Brasil.
- Riscos Ambientais – São agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de
trabalho que, por sua concentração ou intensidade, e tempo de exposição, são capazes de
causar danos à saúde do trabalhador.

- Risco Grave e Iminente – Considera-se risco grave e iminente toda condição ambiental de
trabalho que possa causar acidente de trabalho ou doença profissional com lesão grave à
integridade física do trabalhador.

- Ciclo de exposição – estes são definidos como o conjunto de situações ao qual o


trabalhador é submetido, conjugado as atividades físicas por ele desenvolvidas, em sequência
definida, e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho.

- Situação térmica – esta se refere a cada parte do ciclo de exposição onde as condições do
ambiente que interferem na carga térmica a qual o trabalhador está exposto podem ser
consideradas estáveis.

16 - BIBLIOGRAFIA

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.


Normas Regulamentadoras – NR – portaria 3.214/78.
Normas da FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho.
NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health.
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: <
http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=home/page&page=rede_estacoes_auto_graf>.
Acesso em 03 de abril de 2019.

Vila Velha, 2019.


LAUDO TÉCNICO
AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AO CALOR EM AMBIENTE DE TRABALHO

17 - ANEXOS
LAUDO TÉCNICO
AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AO CALOR EM AMBIENTE DE TRABALHO

LOGO TERMO DE GUARDA, RESPONSABILIDADE


DE EPI´S E UNIFORME.

Empresa: xxxxxxxxxxx Admissão:


Seção de Trabalho: xxxxx CPF:
Funcionário: Romeu Oliveira Função:
TERMO DE RESPONSABILIDADE: Recebi da Empresa, xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx os
E.P.I.(S)/Uniformes, relacionados a baixo, gratuitamente e em perfeitas condições de uso. Declaro estar ciente
das obrigações descritas na Portaria 3214/78 Mte - NR-6 – item 6.7.1, a saber: a) usar, utilizando-o apenas
para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c)comunicar ao
empregador qualquer alteração que o torne imprópio para o uso; e, d) cumprir as determinações do
empregador sobre o uso adequado. Declaro ainda estar ciente que devo comunicar minha chefia sobre
qualquer irregularidade que venha ocorrer com os equipamentos/uniformes; em caso de dispensa ou
interrupção das atividades precederei a devolução. Autorizo o desconto nos meus vencimentos,
proporcional ao custo de reparação de dano ou extravio dos EPI's/uniformes aos meus cuidados de acordo
com as disposições do Artigo 462 e § 1º da CLT. Declaro que estou ciente das disposições do Artigo 158,
alínea "a", da CLT, e do item 1.8 da NR 01, em especial daquele do subitem 1.8.1, de que constitui ato faltoso
a recusa injustificada de usar EPI's fornecido pela empresa, incorrendo nas penas da Lei. DECLARO AINDA
TER RECEBIDO TREINAMENTO DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA DO TRABALHO, DE USO
ADEQUADO, GUARDA E CONSERVAÇÃO, HIGIÊNIZAR OS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
CONFORME NORMA.
_____________ de ___ de 2019.

Assinatura do Colaborador ______________________________

RELAÇÃO DOS EPI´s

Data da Rubrica Data Visto


Item Descrição CA Qt entrega funcionári devolução recebedor
d o
01 Botina de segurança 28.953
03 Calça com suspensório de 11.625
elastômero de alta resistência
04 Blusão 3/4 11.625
05 Capuz tipo carrasco 12.497
06 Luvas térmica industriais 12.496
07 Máscara de proteção 34.290
08
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LAUDO TÉCNICO
AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AO CALOR EM AMBIENTE DE TRABALHO

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