apresentar para o período de 2000 a 2020 ,o PIB brasileiro e de seus componentes de demanda ( como consumo das famílias, investimento, governo, exportação e importação). Fazer uma pequena analise sobre o comportamento destas variáveis ao longo deste período, destacando a evolução do consumo das famílias.
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2000 a 2010
Por diversos motivos, que envolvem fatores externos, internos e o
desenho de políticas públicas, a economia brasileira alcançou crescimento médio anual próximo a 4% a.a. entre 2000 e 2011, valor superior ao observado nas duas décadas anteriores, que foi cerca de 2% anuais. Entre 2004 e 2010, quando a economia apresentou melhor performance, a inflação também se manteve sob controle, com taxa anual média de 5,4%. Durante esse período, também foi possível perceber uma substancial melhoria na renda e na qualidade de vida das famílias mais pobres, uma queda quase contínua da taxa de desemprego e forte expansão do crédito. Como resultado, houve o fortalecimento do mercado doméstico, que desempenhou um papel crucial na resiliência da economia perante a crise internacional de 2007- 2008. A partir de uma situação inicial, em janeiro de 2000, em que os diversos grupos eram caracterizados por déficits ou superávits de pequena magnitude, evoluiu-se para uma situação na qual alguns grupos, já superavitários em 2000, passaram a exibir grandes superávits comerciais agropecuário e intensivo em recursos naturais enquanto outros, já deficitários em 2000 – passaram a exibir grandes déficits intensivo em escala e em engenharia e tecnologia. A exceção foi o grupo intensivo em trabalho, cujo saldo ficou quase estagnado no período, passando de um pequeno superávit a um pequeno déficit comercial. Cabe destacar que o aumento dessas diferenças ocorreu justamente a partir de 2007, quando o saldo da balança comercial brasileira tinha atingido seu ápice. Ademais, o ritmo de crescimento, tanto dos superávits quanto dos déficits, se intensificou a partir de 2010. O crescimento do saldo comercial nos grupos agropecuário e intensivos em recursos naturais foi influenciado pela explosão dos preços das commodities agrícolas e minerais. O boom exportador desses grupos, no entanto, não pode ser explicado apenas pelo aumento dos preços internacionais, uma vez que também houve expressivo aumento do quantum exportado. Na economia familiar o destaque foi a ascensão de milhares de brasileiros a um novo padrão de renda e consumo. Entre 2001 e 2009, a renda per capita das famílias do décimo percentil inferior de renda alcançou crescimento anual médio de 6,8%. Considerando o crescimento demográfico em torno de 2% a.a. para essas famílias, as taxas de crescimento real seriam da ordem de 9% anuais. Esse aumento de renda dos extratos sociais mais pobres viabilizou a migração de milhões de famílias das classes D e E para a classe C. O período de maior expansão do investimento foi entre 2005 e 2008. Entre 2006 e setembro de 2008, o Brasil viveu um importante ciclo de investimentos. A expansão dos investimentos nos diferentes setores da economia se deve tanto ao desempenho dos mercados doméstico e internacional quanto a políticas públicas e reformas estruturais. Resumindo alguns dos principais determinantes da aceleração dos investimentos. 2011 a 2020 A recuperação da atividade econômica foi interrompida. Em comunicado público, após a última decisão de manter a taxa Selic no mesmo patamar, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central admitiu que a economia está estagnada. O primeiro semestre do ano é dado como perdido, porque falta confiança para investimento e consumo, de acordo com analistas. Ao logo desses 10 anos, o país sofreu a maior recessão da história, com o Produto Interno Bruto (PIB) caindo 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016. O desemprego disparou, o endividamento das famílias cresceu e o investimento na economia se retraiu. Analistas acreditavam que, após a crise, a retomada começaria a partir de 2017 e ganharia força nos anos seguintes. Mas a previsão não se cumpriu. As despesas do governo federal cresceram quase 30% de 2014 para 2018, passando de R$ 1,05 trilhão para R$ 1,351 trilhão, o custo com o pagamento de benefícios previdenciários avançou 49%. Esses gastos têm consumido a maior parte do orçamento federal, o que, na prática, reduz o espaço para aplicação de recursos em diversas outras áreas, como educação e infraestrutura. Como consequência, há cada vez menos dinheiro para investimentos públicos, o que também contribui para o desaquecimento da economia. Tanto é que os analistas do mercado financeiro reduzem as projeções para o crescimento do PIB deste ano há 16 semanas. Neste período, as perspectivas de expansão de 2019 recuaram de 2,48% para 0,93%. A divisão de tudo o que é produzido no país pelo total de habitantes, está em nível bastante inferior a 2014, período anterior à recessão, o que mostra que a população está mais pobre. O Banco Central preparou o terreno para criar um ambiente de redução da taxa Selic, atualmente em 6,5% ao ano. A autoridade monetária prevê uma inflação muito abaixo da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,25% para este ano e de 4% para 2020. As projeções do BC para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) são de 3,9%. Segundo o Copom, o cenário supõe uma trajetória de juros que encerra 2019 em 5,75% ao ano e se eleva a 6,5% ao ano em 2020.