Cap 07 - 0 - Elementos Finais de Controle

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ÍNDICE

7 - ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE........................................................................................... 2


7.1 - INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 2
7.2 - TIPOS DE EFC ......................................................................................................................... 2
7.3 - VÁLVULAS DE CONTROLE .................................................................................................... 2
7.3.1 - COMPONENTES DA VÁLVULA DE CONTROLE............................................................. 2
1.1 OBTURADOR DE CARACTERÍSTICA "TUDO OU NADA" ....................................................... 5
7.3.2 - CLASSIFICAÇÃO DAS VÁLVULAS QUANTO AO DESLOCAMENTO DA HASTE ......... 8
7.3.3 - TIPOS DE VÁLVULAS DE CONTROLE............................................................................ 8
7.3.4 - SELEÇÃO DO CORPO DA VÁLVULA .............................................................................. 11
7.3.5 - COEFICIENTE DE VAZÃO (Cv) ........................................................................................ 12
7.4 - ACESSÓRIOS DA VÁLVULA DE CONTROLE........................................................................ 12
7.4.1 - POSICIONADOR PNEUMÁTICO ...................................................................................... 12
7.4.2 - POSICIONADOR ELETRO-PNEUMÁTICO: ..................................................................... 13

ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE


7.4.3 - Posicionador FIELDBUS.................................................................................................... 13
7.5 - I/P (CONVERSOR OU TRANSDUTOR) .................................................................................. 14
7 - ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE

7.1 - INTRODUÇÃO 7.3.1 - COMPONENTES DA VÁLVULA DE


CONTROLE
Elemento final de controle é o mecanismo que
modifica o valor da variável manipulada, em resposta a) Atuador:
a um sinal de saída do controlador automático. O atuador das válvulas pneumáticas é um sistema
Geralmente é constituído por um atuador e por um operado com membrana, onde a pressão do ar,
dispositivo que é acionado pelo atuador e varia a modulado pelo controlador, atua em oposição a uma
variável manipulada. mola, de maneira que haja um deslocamento linear
da haste do atuador em função da pressão do ar
aplicada, dentro da faixa de funcionamento da
7.2 - TIPOS DE EFC válvula. Valores usuais de pressão: 0 - 18 e 0 - 35
PSI. O atuador desloca o obturador, variando a
Os elementos finais de controle podem ser: passagem de fluído através da válvula.
Existem atuadores do tipo ação direta (fig. 2) e de
Damper ou abafador, ação reversa (fig. 3).
Bomba,
Motor, resistências elétricas, variadores
eletromagnéticos,
Chaves de posição (fim de curso), e
Válvulas de controle, etc.

7.3 - VÁLVULAS DE CONTROLE

No controle automático de processos industriais, a


válvula de controle tem um papel muito importante na
regulação da malha de controle.

A válvula de controle é um dispositivo capaz de


regular a vazão de um fluído (líquido, gás ou vapor)
que escoa através de uma tubulação, por meio do
posicionamento relativo de um obturador que obstrui
a área livre de passagem do fluído. Na fig. 1, pode
Fig. 2-AÇÃO DIRETA
ser visto a representação de uma válvula de controle
típica, sendo que se compõe basicamente de:
Essas variações construtivas se tomaram necessárias
atuador, castelo, corpo e internos.
em função da segurança e proteção de processos.
DIAFRAGMA
Por exemplo, um atuador de ação direta faz com que
o obturador da válvula de controle, na qual esta
ATUADOR
acoplada, abra a válvula totalmente no caso de uma
pane na rede de ar comprimido.
MOLA

HASTE INDICADOR

CASTELO

CORPO

OBTURADOR

SEDE

Fig. 1 - REPRESENTAÇÃO DA VÁLVULA DE


CONTROLE

Fig. 3 – AÇÃO REVERSA

2
Por outro lado, o atuador de ação reversa, no caso de
ar, faz com que a válvula se mantenha totalmente
fechada. O atuador mostrado na fig. 4 é um atuador
do tipo mola oposta ao diafragma. Porém, a caixa que
contém o conjunto do diafragma foi montada no lado
do suporte.

Fig. 6 -ACIONAMENTO MANUAL

Fig. 4 - ATUADOR TIPO MOLA

Através dessa montagem, conseguimos uma


multiplicação de forças, que dependendo do curso e
do tipo de válvulas a qual pode ser acoplada, poderá
produzir forças resultantes até 6 vezes superiores às
produzidas por um atuador convencional montado no
topo.

Além desse atuador podemos citar o atuador do tipo


Fig. 7 - ACIONAMENTO POR ALAVANCA
mola e diafragma rolante mostrado na fig. 5. Nesse
atuador, o diafragma possui um movimento singular:
Acoplamento por Motor Elétrico:
quando a pressão de ar aumenta no atuador, o
diafragma desenrola-se, tornando a enrolar-se
Esse tipo de atuador é composto de um motor elétrico
quando a pressão de ar diminui.
acoplado a uma caixa de redução, conforme
mostrado na fig. 8.

Fig. 5 - ATUADOR TIPO MOLA E DIAFRAGMA ROLANTE

Acionamento Manual:

Nessa classificação podemos incluir as válvulas com


acionamento por volante e haste roscada, ou por
alavanca de catraca, conforme mostrado na fig. 6.
Normalmente as válvulas que se utilizam desse tipo
de atuador, são utilizadas com válvulas manuais, ou
Fig. 8 - ATUADOR ELETRO-MECANICO
seja, em aplicações de bloqueio, by-pass, etc.,
conforme mostrado na fig.7.
Posição de Segurança por Falhas (AFA ou FFA)

3
Fig. 10 - CASTELO NORMAL
Tabela 1 - POSIÇÕES DE SEGURANÇA POR FALHA
• Castelo Aletado:
A tabela 1 mostra as posições de segurança por
Utilizado quando a temperatura do fluido ultrapasse a
falha em função das diversas combinações entre
180°C. Deve ser convenientemente dimensionado, a
atuador e obturador.
fim de permitir um rebaixamento bastante grande da
temperatura, isto é, gradiente de temperatura entre a
b) Castelo:
extremidade do castelo e a extremidade que se
encontra na temperatura do fluído, conforme pode ser
É a parte da válvula que conecta o atuador ao corpo
visto na fig. 11.
da válvula; por onde é guiada a haste da válvula; por
onde fica instalado o sistema de selagem do fluido
manipulado, e finalmente, por onde se realizam as
trocas de calor do fluído com o ambiente, conforme
ilustrado na fig. 9.

Pode ser dividido em quatro tipos que são:

a) Normal (Standard), (fig.10)


b) Aletado (cooling fins ou air finned), (fig.11)
c) Alongado (Plain extension), (fig.12) e
d) Com foles de vedação (bellows seal) (fig.13)

Fig. 11-ALETADO

• Castelo Alongado:

São usados para prevenir o congelamento das


gaxetas em aplicações criogênicas. Devem ser
suficientemente longos para que a temperatura das
gaxetas não seja inferior a -25°C, é recomendada a
Fig. 9 - GRADIENTE DE TEMPERATURA
ATRAVÉS DO CASTELO sua utilização, toda vez que a temperatura do fluido
for inferior à -55°C, conforme mostrado na fig. 12.
;
• Castelo Normal:

A válvula pode ser utilizada em praticamente todos os


tipos de aplicações, pois seu uso é apropriado,
quando a temperatura não ultrapasse a marca de
180°C, e que o fluido manipulado não possua
características tóxicas, inflamáveis ou venenosas. Ver
a fig. 10.

4
Tais cuidados são indispensáveis em processos nos
quais é grande a responsabilidade da válvula, como,
por exemplo, o controle de vazão de óleo combustível
para uma caldeira. As características de controle são,
tudo ou nada, linear, linear modificado e igual
porcentagem.

1.1 OBTURADOR DE CARACTERÍSTICA


"TUDO OU NADA"

Este tipo de obturador é usado nos controles


chamados "Tudo ou Nada". Neste controle, a variável
controlada provoca a abertura ou fechamento
completo da válvula toda vez que seu valor
instantâneo passa acima ou abaixo do valor
desejado.
ALONGADO COM FOLES DE VEDAÇÃO
Fig. 12 e 13 – TIPOS DE CASTELOS A curva de vazão em função da porcentagem de
abertura da válvula tem a forma característica
• Castelo com Foles de Vedação: representada na fig. 15. Observamos que uma
abertura de 30% deixa passar 70% da vazão nominal
Os mesmos são usados para fluidos tóxicos, da válvula.
radioativos, facilmente inflamáveis, servindo como
reforço das gaxetas. O fole, normalmente é feito de
uma liga metálica resistente à corrosão, flexível, e
deve ser soldada na haste da válvula. Ver desenho
da fig. 13.

c) Internos:

Consideramos como internos da válvula, todas as


partes que estão em contato com o fluido: obturador,
sedes, hastes do obturador, guias do obturador e
componentes do engaxetamento, conforme ilustrado
na fig. 14.

Fig. 15 - CURVA CARACTERÍSTICA DO OBTURADOR


“TUDO OU NADA”

Na fig. 16 pode ser visto alguns dos tipos de


obturador usados.

Fig. 14 - INTERNOS DA VÁLVULA DE CONTROLE

1. Obturador
Controla a paisagem do fluido através das sedes e
dele depende a caracterização final de controle da
válvula.

Dada a sua importância, todos os cuidados são


tomados, tanto no seu cálculo como na sua
fabricação e nos testes finais de controle de
qualidade e teste dinâmico, onde sua curva Fig. 16 – TIPOS DE OBTURADOR “TUDO OU NADA”
característica de vazão contra curso é levantada e é
medido o coeficiente de vazão.

5
1.2 Obturador de Característica Linear 1.3 Obturador de Característica Linear Modificado

O nome deste obturador se deve às características A característica de vazão deste obturador é definida
dinâmicas de vazão que proporciona. Por definição, matematicamente pela equação:
uma válvula com o obturador linear produzirá uma
vazão proporcional à abertura, à perda de carga K = Qmax.
2
constante. Matematicamente, a relação entre a vazão Y máx.
"Q" e a abertura "Y" da válvula é expressa pela
equação: Onde K é uma constante condicionada a razão
Q=K.Y máxima da válvula correspondente à abertura total.

onde K é uma constante condicionada à vazão


máxima da válvula, correspondente à abertura total;
Y= 100%; onde teremos:

K = Qmax.
Ymáx.

Este tipo de obturador é bem mais elaborado que o


precedente e sua aplicação nos processos são
necessários, especialmente no caso em que a ação
corretiva da válvula deve ser constante, tal como em
processos onde as perturbações são apenas
variações de carga.
A curva característica é representada na fig. 17.

Fig. 19 – CARACTERÍSTICAS DO OBTURRADOR


LINEAR MODIFICADO

Entretanto, dependendo da realização do obturador,


obtemos curvas de vazão em função do curso,
representada na fig. 19.

Na Fig. 20 podem ser visto alguns tipos destes


obturadores

Fig. 17 – CARACTERÍSTICA DO OBTURADOR LINEAR

Na fig. 16, ilustra alguns tipos de obturadores


lineares.

Fig . 20 – TIPOS DE OBTURADOR LINEAR MODIFICADO

1.4 Obturador de característica igual porcentagem

O nome deste obturador se deve as características de


vazão que proporciona uma variação determinada de
abertura provoca uma variação de vazão proporcional
a vazão anterior e a variação de abertura,
permanecendo constante a perda de carga.

Exemplificando: quando o obturador sofre um


Fig. 18 - TIPOS DE OBTURADOR LINEAR deslocamento de 10% a 20%, ou seja, 10% do curso
total, e a vazão antes do deslocamento era 3% e
passa a 4,32%, temos um acréscimo de:

6
100 X 1,32 = 44%
3

Quando o obturador sofre um deslocamento de 40%


a 50%, ou seja, os mesmos 10% do curso total,
porém em outro ponto, a vazão varia de 10% a
14,44%, ou seja, há um acréscimo de:

100 X 4,4 = 44%


10
Fig. 22 – TIPOS DE OBTURADOR DE IGUAL
A expressão matemática desta característica de PORCENTAGEM
vazão "Q" em função da abertura "Y" é dada pela
relação: 2- Internos Reduzidos
Q = b . ea . y Válvula de controle com os internos reduzidos
significa que o obturador e a sede foram
Onde "e" é a base do logaritmo neperiano e "a" e "b" dimensionados de forma a reduzir a vazão máxima
são constantes das válvulas. possível através da válvula. Isto é aconselhável nos
seguintes casos:
A curva característica deste tipo de obturador é
representada pela fig. 21. Este tipo de obturador Para evitar-se a substituição da válvula por outra
encontra aplicação em processos onde convém que a de maiores dimensões quando de um futuro
variação da variável controlada diminua, quando a aumento de vazão com respeito as condições
carga é baixa, e aumente quando é alta. iniciais.
Quando é mais econômico empregar-se uma
válvula com dimensões iguais às tubulação, ao
invés de uma menor, que exigirá reduções cônicas
e que talvez tivesse que ser trocada quando de
futuras alterações.
Para evitar-se a substituição da válvula por outra
de maiores dimensões quando de um futuro
aumento de vazão com respeito as condições
iniciais.

3. Corpo da Válvula

É a parte da válvula por onde passa o fluido e nele


está contido os internos da válvula. É função do corpo
da válvula regular a vazão do agente de controle de
uma determinada forma, quer seja o eixo ou a haste
que recebe movimento do atuador. Para executar a
Fig. 21 – CARACTERÍSTICAS DO OBTURADOR DE contento esta função, o corpo não deve ter
IGUAL PORCENTAGEM vazamento, deve ter suficiente capacidade, deve ser
resistente à erosão e corrosão. Deve possuir um
Em outros processos, onde são necessárias elemento interno capaz de ser posicionado de acordo
mudanças freqüentes do ponto de controle, e onde a com o atuador.
relação entre o desvio e a variação de fluxo diminui
quando o ponto de ajuste é baixo (e vice-versa), Classe de Pressão: É um conjugado entre a pressão
recomenda-se também o uso o obturador de igual exigida e a temperatura para um determinado tipo de
porcentagem. corpo de válvula.

De maneira geral, as válvulas com características de Ex.: 600 Ibs (tem haver com a espessura da parede e
igual porcentagem são muito aplicadas em controle o material).
de vazão e de temperatura.

Na fig. 22 podemos ver alguns obturadores de


características "igual porcentagem".

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b) Globo Sede Dupla
7.3.2 - CLASSIFICAÇÃO DAS VÁLVULAS QUANTO
AO DESLOCAMENTO DA HASTE
É provavelmente a mais usada que a de sede
simples. Ela foi desenvolvida para atender a
a) Deslocamento Linear: O movimento do necessidade de uma válvula que poderia ser
obturador (plug) é retilíneo, acionado por uma posicionada com força relativamente pequena do
haste deslizante Ex.: Válvula Globo, diafragma, atuador, bom desempenho, conforme mostrado na
etc. fig. 24.
b) Deslocamento Rotativo: O movimento do plug é As válvulas de sede dupla são dotadas de um
uma rotação acionada por um eixo girante. obturador quase totalmente balanceado, e utilizam
Ex.: Válvula Esfera, Borboleta, Obturador atuadores pequenos e de força relativamente
Excêntrico, etc. pequena, porém possuem a desvantagem de permitir
certo vazamento entre o obturador e a sede (classe II
7.3.3 - TIPOS DE VÁLVULAS DE CONTROLE = 0,5% Q máx: índice de vazamento).

a) Globo Sede Simples:

Uma válvula globo de sede simples reversível é


mostrada na fig. 23. O obturador é guiado na base,
no topo e/ou em sua saia, e sua montagem faz com
que a válvula feche ao descer a haste.

Fig. 24 - VÁLVULA GLOBO SEDE DUPLA CORPO


REVERSÍVEL

Demais características:

• Diferença de S: 1/6" e 1/8", devido a sua


Fig. 23 - VÁLVULA GLOBO SEDE SIMPLES CORPO
montagem permitindo que o obturador menor passe
REVERSÍVEL
através do orifício maior.
• Semi-balanceada: o obturador de cima sofre
Características:
pressão a montante devido ao seu diâmetro ser maior
que o diâmetro do obturador de baixo (maior área de
• Reversível: podemos utilizar do mesmo corpo e o
passagem)
mesmo posicionador para mudar a ação da válvula
• Reversível
(c/flange).
• Alta capacidade e vazão comparada com a de sede
• Irreversível: não possui flange.
simples.
• Desbalanceada: quando a pressão ou vazão a
montante, exerce uma força no plug sem que varie
c) Corpo Bipartido (SPLIT BODY)
o sinal de saída (controle).
• Classe IV: 0,01% Qmáx (índice mínimo de
A válvula de corpo bipartido, mostrada na fig. 25,
vazamento = bolhas/min).
consiste de um corpo de duas metades, entre as
• > 1" ocorre o fenômeno denominado de
quais fica alojada a sede, permitindo dessa maneira,
chattering (martelamento do plug na sede),
uma substituição bastante fácil do anel da sede
quando o fluxo na válvula está relacionado para
quando necessário, (custo menor, em ligas
fechar.
resistentes à corrosão).
• < 1", as válvulas podem trabalhar com fluxo em
qualquer direção.
Esse tipo de corpo permite uma versatilidade
• Vantagens: menores custos, fácil manutenção,
bastante grande de montagem da válvula à
fecham com pouco ou nenhum vazamento.
tubulação; por exemplo se girarmos de 90° uma das
• Desvantagem: > 2", necessita de atuador de
partes do corpo, podemos fazer a sua montagem à
área maior.
tubulação, em ângulo reto. O contorno interno do

8
corpo é bastante suave, e isento de "bolsões mortos" e) Válvula Borboleta (Deslocamento Rotativo da
(evita coleta de sólidos e não permite sedimentação). Haste)

Características: As válvulas borboletas têm encontrado aplicações


• Desbalanceada: é guiada por cima (topo) crescentes como válvulas de controle; a característica
• Atuador e sede são iguais a uma de sede simples de vazão inerente é surpreendentemente útil,
• Classe IV = 0,01% Q máx conforme mostra a fig. 27
• O anel da sede é apenas encaixado entre as duas
metades do corpo da válvula e pode ser removível
facilmente.
• Tamanhos de ½ “ a 8" e classe de pressão até
1500 PSI.

Fig. 27 - VÁLVULA BORBOLETA

Este tipo de válvula tem grande capacidade de vazão,


pois o diâmetro do furo do cilindro é usualmente o
diâmetro interno da tubulação na qual estão
instaladas e a única obstrução é o seu disco. Em
tamanhos grandes elas são mais econômicas do que
as válvulas globo.
Fig. 25 - VÁLVULA DE CORPO BIPARTIDO
Demais Características:
d) Válvula Angular
A válvula angular foi desenvolvida especificamente • Sempre o sentido do fluxo tende a fechar a
para aplicações com os hidrocarbonos coqueificados. válvula,
O seu formato interno evita a acumulação de sólidos • Movimento linear da haste, transformada em
na base do corpo. Esta válvula é de sede-simples, de movimento rotativo através de engrenagens.
formato especial do corpo por exigências específicas Consiste de um corpo cilíndrico com disco
da tubulação ou da vazão. Possui um vazamento solidário a um eixo instalado perpendicularmente
máximo de 0,01% da sua máxima capacidade de ao eixo cilíndrico,
vazão e o seu obturador é guiado no topo. Esse tipo • Maior duração (vida útil) das gaxetas,
de válvula permite obter um fluxo regular sem • Requer mínimo espaço físico para instalação (fácil
excessivas turbulências e adequada para diminuir a manutenção),
erosão quando esta for considerável, através do uso • Para (J) até 60", é conectada aos flanges da
do corpo com a direção do fluxo tendendo a fechar a tubulação (waffer),
válvula. A válvula angular pode também ser usada • Vazamento maior possível (disco e sede de
quando o lay-out da tubulação não permitir a metal= 3 a 5% do Q máx),
instalação de uma válvula globo, em serviços com • Não deverá ter um ângulo de abertura maior que
vaporização, grande pressão diferencial e fluido com 60° (rotação efetiva - disco e haste), pois caso
sólidos em suspensão. Ver a fig. 26. contrário precisaria de um atuador hidráulico
devido a força ser muito grande,
• Baixa perda de carga,
• Baixo custo para grandes diâmetros,
• Grandes atuadores são requeridos se a válvula for
grande ou tiver uma grande perda de carga,
• Não tem castelo, pois não há vazamento para o
meio exterior,
• Tem uma única curva de vazão (característica
própria do corpo e parte móvel) e difícil controle
modulado devido a sua curva e vazão.

f) Válvula Tipo Esfera

Esse tipo de válvula, era originalmente utilizada em


serviços de bloqueio (shutoff), e mais
moderadamente, é utilizada como válvula de serviço
Fig. 26 - VÁLVULA ANGULAR modular (throttling). É extremamente utilizada em

9
fábricas de celulose e papel, ou com fluidos muito
viscosos com fibras ou sólidos em suspesão,
conforme mostrado na fig.28.

Fig. 29 - VÁLVULA SAUNDERS

Uma vedação estanque é conseguida através da


deformação elástica dos braços do obturador. A sede
chanfrada é fixada ao corpo através de um anel de
retenção roscada, conforme mostrado na fig. 30.

O movimento excêntrico do obturador reduz os


requisitos de torque para a operação e permite uma
Fig. 28 - VÁLVULA TIPO ESFERA operação estável.

Demais características: Classe IV = 0,01% Q máx (assentamento do obturador


nos anéis).
• Duplo orifício,
• AP pequeno entre montante e jusante, Atuador fundido ao corpo. Vedação perfeita, com uma
• Cavitação - um processo erosivo (formação de força relativamente pequena em virtude de uma
bolhas que implodem no corpo da válvula), mínima falta de alinhamento, ser compensado pela
• S até 12". flexão do braço suporte do obturador (força menor
que as de sede simples = ± ). Sem flanges para
g) Válvula Saunders (Diafragma) diminuir o peso, permitindo o uso de um corpo
padrão.
As válvulas Saunders são operadas forçando um
diafragma flexível contra um "arco", efetuando o O eixo e o obturador descrevem um ângulo de
fechamento. Este tipo de válvula só é utilizada para rotação de 50°, estando ligados por um braço de
manipular fluidos altamente corrosivos, com sólidos alavanca a um potente atuador do tipo mola oposta
em suspensão e pasta (lamacenta), devido ao fato do ao diafragma rolante a um cilindro de dupla ação ou a
corpo dessa válvula poder ser revestido internamente um volante manual, dependendo do tipo de
com materiais inertes em relação ao fluido acionamento desejado.
manipulado.

Ela é normalmente confeccionada em ferro fundido,


sendo os revestimentos mais comuns, os de vidro,
chumbo, ebonite, teflons ou borracha, para
resistência à corrosão, etc... Ver a fig. 29.

Demais Características:

• Geralmente não é aplicada para altas pressões,


• Vedação total,
• Serviços on-off, o S > 6" não é recomendado,
• Menor custo, simples manutenção. Fig. 30 - VÁLVULA CAMFLEX

h) Válvula Camflex
A característica de fluxo deste tipo de válvula é linear
O conceito da válvula Camflex é baseado em um modificada em ambos os sentidos de fluxo. Esta
obturador esférico de rotação excêntrica, ( 1 a 12") característica é facilmente alterada para linear, igual
montado em um corpo de passagem livre, classe porcentagem ou porcentagem modificada com o uso
ANSI 600 libras. Independente do fluxo (direção), de posicionadores de carne, conforme mostrado na
sempre tende a abrir a válvula. fig. 31.

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7.3.4 - SELEÇÃO DO CORPO DA VÁLVULA

a) Generalidades

Escolher um corpo para uma determinada aplicação


em um processo, muitas vezes tornar-se difícil,
envolvendo muitas considerações. Em geral, os
fatores que devem ser levados em consideração são
os seguintes:

o Pressão e perda de carga,


o Temperatura,
o Propriedades corrosivas, tóxicas, inflamáveis,
etc...
Fig. 31 - DETALHES DA VÁLVULA CAMFLEX
Exigências do controle:
Com este tipo de válvula é possível manipular fluídos
em processos com larga faixa de temperatura (-200 a o Estrangulamento variável,
400°C) devido ao seu castelo alongado integralmente o Tudo ou nada,
fundido no corpo. Isto confere a válvula uma ampla o Grau de vedação,
superfície de radiação para normalizar a temperatura o Serviços de mistura ou combinação,
das gaxetas. o Características dos internos.

i) Válvula Três Vias b) Informações

A válvula de controle de três vias é utilizada para Após o estabelecimento desses fatores, é
mistura ou combinação (combining) ou separação apresentada a seguir, uma série de informações, que
(diverting) de fluídos ou ainda apenas para desviar o condensadas, poderão auxiliar na escolha de um tipo
fluído de um ramal da tubulação para outro, sendo de válvula para uma aplicação particular.
uma adaptação da válvula globo sede simples ou
sede dupla, conforme pode ser visto na fig. 32. I- Globo Sede Simples:

São manufaturadas, geralmente, nos diâmetros


de ¾ a 6".
Geralmente, são utilizados em aplicações onde se
deseja vedação estanque,
Em diâmetros de ½” e maiores, devemos levar em
consideração o deslocamento de forças no
obturador, em relação ao atuador normalmente
fornecido.

II- Globo Sede Dupla:

Diâmetro de 2" a 12".


Não deve ser especificada se vazamento mínimo
entre o obturador e as sedes não for tolerável,
Para serviços pesados, é imprescindível que o
Fig. 32 - VÁLVULA TRÊS VIAS obturador seja guiado pela base (bottom) e pelo
topo (top),
Demais funções: Guia nas saias tem um custo menor quando se
• Divisão de fluxos (divergente) - balanceada pensa em serviços "on-off".
(pressões iguais),
• Mistura de fluxos (convergente) - III- Borboleta:
balanceada/desbalanceada (pressões diferentes)
de gases, variação de pH, etc., Usada geralmente quando se tem pequenas
• Não se tem vazão (não controlada) e sim uma pressões diferenciais, bem como pequenas
proporção dos fluidos que chegam ou que saem, pressões de entrada,
• As áreas de passagem são opostas, enquanto Ideal para grandes vazões,
uma abre, a outra fecha, Econômica em grandes diâmetros,
• By-pass (trocador de calor). Adequada para manipularem sólido-líquidos.

11
IV- Saunders:
Q = Vazão máxima em galões/min (USA)
Adequada para fluidos corrosivos ou agressivos e AP = Queda de pressão em PSI nas condições de Q
pastas,
Desaconselhável para pressões elevadas, Dr = Densidade relativa do líquido em relação à água
Proporciona vedação estanque,
Usada geralmente em aplicações on-off. -Três
Vias: 7.4 - ACESSÓRIOS DA VÁLVULA DE
Serviços de combinação de fluidos, CONTROLE
Serviços de separação ou fracionamento de
fluidos, Acessório de uma Válvula de Controle é um
Serviços de desvio de fluido para dois ramais da dispositivo auxiliar acoplado à válvula com o objetivo
tubulação de obter determinadas adaptações ao controle das
variáveis de um processo. Existem vários tipos de
V- Camflex: acessórios para as válvulas de controle: -
posicionadores, válvulas solenóides, reguladores de
Tem aplicação em cerca de 86% dos locais onde ar, transdutores eletro-pneumáticos, volantes
se requer uma válvula de controle, manuais, etc.
Combina as melhores características das válvulas
globo, borboleta e esfera, O posicionador é sem sombra de dúvida, o acessório
Excelente capacidade e características de vazão, mais utilizado nas válvulas de controle. Eles
Ótima vedação, classificam-se em posicionadores pneumáticos e
Requer pequena força de atuação, eletro-pneumáticos.
É dinamicamente estável em ambas as direções
do fluxo, 7.4.1 - POSICIONADOR PNEUMÁTICO
Pode ser instalada em flanges de qualquer norma
ou padrão, até 600 libras ANSI (ou equivalente), O posicionador pneumático é um dispositivo que
Opera numa faixa de temperatura que vai desde - recebe um sinal de pressão proveniente do
200°C até 400°C, controlador (pneumático), compara a pressão
recebida com a posição do obturador e de acordo
7.3.5 - COEFICIENTE DE VAZÃO (Cv) com a diferença, transmite um sinal de pressão ao
atuador para a correção da posição do obturador. Os
O coeficiente de vazão é um fator destinado a posicionadores pneumáticos podem ser de ação
simplificar os cálculos de válvulas de controle. Ele é simples ou ação dupla. Os posicionadores de ação
definido como sendo: "o número de galões/minuto simples são aplicados as válvulas que possuem um
USA de água à 60 °F, que passa através de uma retorno do obturador pela ação de uma mola. O
válvula completamente aberta, provocando uma posicionador de ação dupla, por sua vez, é aplicado
perda de carga(pressão diferencial ou queda de nos pistões pneumáticos, sem retorno por ação de
pressão) de 1 PSI". Em unidades métricas, seria o mola.
número de litros/minuto de água a 15°C, criando uma
2
perda de 5 g/cm . Desta maneira, uma válvula com Posicionador pneumático de ação simples:
Cv = 15 significa que, em posição aberta a passagem
de 15 galões/min de água provocará uma perda de A pressão proveniente do controlador age no fole de
carga de 1 PSI. entrada que aproxima a palheta do bico. A pressão
aumenta no interior do bico, empurra o conjunto
Apesar da definição do Cv se referir essencialmente à diafragma e obturador, abrindo a passagem do ar de
água a 60°F(15°C), os fatores do Cv podem ser alimentação para o atuador da válvula. A pressão no
aplicados com as devidas correções a outros fluidos, atuador da válvula empurra o conjunto diafragma,
levando em consideração aos fatores e correções prato, haste, e mola para baixo, comprimindo a mola.
adequadas. O movimento da haste cessa-se quando a força da
mola for igual à força do diafragma. A haste é ligada
Equação: A fórmula para líquidos pode ser aplicada ao carne, que é um disco excêntrico que serve para
sem correção, quando se tratar de líquidos com realimentar o sistema. Com o movimento solidário da
temperatura abaixo de 15°C. Acima deste valor, é haste e do carne, a palheta irá afastar o bico até
necessário levar em consideração a influência da encontrar um ponto de equilíbrio. Desta forma, o
temperatura sobre a vazão em galões/min e a posicionador garante a correta posição do obturador
densidade relativa. da válvula em função de um sinal externo. Veja
ilustração na fig. 33.
Dr
Cv = Q
∆P
Onde:

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Limitações no uso do posicionador:

Não podemos nos iludir com o fato de que os


posicionadores possuem uma gama vasta de
aplicações e achar que o mesmo poderá ser aplicado
em qualquer condição de controle. Os posicionadores
possuem limitações nos controles com tempos de
atraso pequeno. O ganho na velocidade de resposta
que ele promove a válvula é prejudicial nestas
aplicações, podendo levar o controle a instabilidade
Como exemplo de limitação para uso dos
posicionadores, citamos o controle de pressão e
vazão de líquidos.
Fig. 33 - POSICIONADOR PNEUMÁTICO DE AÇÃO
SIMPLES
7.4.3 - Posicionador FIELDBUS
Aplicações de um posicionador:
Os posicionadores podem ser aplicados nos Características do Fy-302:
seguintes casos: para compensar a força gerada pelo
atrito, para aumentar a força de assentamento nas - Sensor de posicionamento por Efeito Hall,
válvulas do tipo sede simples, para aumentar a - Simples e dupla ação,
velocidade de resposta das válvulas para operar - Duas (2) saídas de 0 a 100 PSIg,
atuadores pneumáticos sem mola, para permitir - Baixo consumo de ar,
operação em faixa dividida, para inverter a ação da - Configuração remota,
válvula, e para modificar a característica de vazão - Self diagnóstico,
das válvulas. - A prova de tempo, explosão e intrinsecamente
seguro,
- Troca de características da válvula através de
7.4.2 - POSICIONADOR ELETRO-PNEUMÁTICO: software,
- Sensor de posição sem contato,
A função do posicionador eletro-pneumático é similar - Linear ou rotativa,
a do posicionador pneumático, sendo a única - Blocos de Função Fieldbus Foundation(PID, AO,
diferença básica a natureza do sinal de entrada disponíveis) e
(Corrente ou Tensão DC). A fig. 34 mostra um - Alta imunidade a alta freqüência.
posicionador eletro-pneumático.

Fig. 34 - POSICIONADOR ELETRO-PNEUMÁTICO

Um sinal elétrico é aplicado à bobina que aproxima a


palheta do bico. A pressão de saída do amplificador
pneumático aumenta e faz com que o atuador
descreva um movimento descendente da haste. Urna
mola conectada à haste e a alavanca de
realimentação (barra), puxa a alavanca, que por sua
vez reposiciona a palheta, numa condição equilibrada Fig.35 - Desenho do Posicionador –Smar
Desta forma, assim como no pneumático, o
posicionador eletro-pneumático controla a posição de Velocidade de resposta das válvulas de
obturador da válvula de controle. controle com o uso de acessórios:
A tabela 2, mostra o aumento da velocidade de
resposta das válvulas de controle com o uso dos
posicionadores.

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Área do Curso TEMPO DE RESPOSTA (SEG)
Diafragma da Com Com Com Sem
Válvula Posicio- Sole- Booster Aces
nador nóide -sório
50 ¾ 3 2 1 15
100 1½ 10 4 3 70
200 3 40 17 10 260
Tabela 2 -VELOCIDADE DE RESPOSTA DAS VÁLVULAS

7.5 - I/P (CONVERSOR OU TRANSDUTOR)

Este dispositivo converte o sinal elétrico de saída de


um controlador eletrônico (4 a 20 mA ou 1 a 5Vdc),
em sinal pneumático compatível com o atuador
pneumático da válvula de controle. Este dispositivo
tanto pode ser corrente para pressão (l/P), ou
tensão para pressão (E/P). Ver a fig. 35.

O sinal de entrada de corrente é aplicado a um


eletroímã. O campo magnético criado e a corrente,
produzem uma força que desloca a palheta alterando
a posição relativa entre a palheta e o bocal. Isso faz
aumentar ou diminuir a pressão no bocal,
aumentando ou diminuindo o sinal de pressão para a
válvula de controle. A faixa mais usual de I/P é 4 a 20
mA para 3 a 15 PSI.

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