Mono Andreia
Mono Andreia
Mono Andreia
FUNDAÇÃO UNIRG
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIRG
GURUPI – TO
DEZEMBRO DE 2012
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GURUPI – TO
DEZEMBRO DE 2012
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DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida, saúde, força e determinação que tem me dado
todos estes anos para realizar este sonho. A querida professora Sandra Madalena
de Assunção pela paciência na orientação e incentivo, os quais tornaram possível a
conclusão desta monografia.
Agradeço também ao meu esposo, Gean Carlos de Figueredo, que de forma
especial e carinhosa deu-me força e coragem, apoiou-me nos momentos de
dificuldades, quero agradecer também aos meus filhos, Andressa Prevedello de
Figueredo e Gean Carlos de Figueredo Junior que iluminaram de maneira especial
os meus pensamentos levando-me a buscar mais conhecimentos e pela
compreensão com referência às minhas ausências nestes cinco anos de busca ao
conhecimento. Agradeço de forma especial à minha mãe Elen Pinto Prevedello.
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(Bacurau...)
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RESUMO
ABSTRACT
Prejudice and discrimination that society assigns to the individual who has leprosy,
even though the disease has gone through a development of healing it is still
perceived as a danger of disease transmission. This study aimed to describe the
process of family and social isolation of people with leprosy, demonstrate the family
and social context in which the person with leprosy is inserted, analyze the
prejudices faced by leprosy patients in society and the family and punctuate role of
Psychologist front of the disease. The methodology adopted was to die literature
using articles and books dating from 1997 to 2012, the sites used, were Medline
(Online System Medical Literature Analysis), Bireme (Regional Library of Medicine),
Google Scholar, RedePsi Network (Psychology), Scielo (Scientific Electronic Libray
Online) plus books purchased in libraries, Ruberval Lustosa University Center UnirG.
According to the proposed objectives and with the authors mentioned in the
theoretical framework, it was possible to analyze the changes with regard to
nomenclature, healing and stigmas that cause the disease.
GLOSSÁRIO
LISTA DE IMAGENS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
2 METODOLOGIA .................................................................................................... 15
3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 16
3.1 BINÔMIO SAÚDE X DOENÇA ............................................................................ 16
3.2 HANSENIASE DOS PRIMÓRDIOS A ATUALIDADE .......................................... 17
3.3 HOSPEDEIROS DO BACILO NA NATUREZA ................................................... 21
3.4 MODOS DE TRANSMISSÃO .............................................................................. 21
3.5 TIPOS DE HANSENÍASE .................................................................................... 21
3.6 O INDIVÍDUO FRENTE AO DIAGNÓSTICO DA HANSENÍASE ......................... 23
3.7 ADESÃO AO TRATAMENTO .............................................................................. 24
3.8 CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS ................................................................... 24
3.8.1Características Psicossociais das Pessoas com Hanseníase .................... 25
3.8.2 Isolamento Social e Auto Isolamento ........................................................... 26
3.8.3 Isolamento Familiar ........................................................................................ 27
3.9 MORHAN - MOVIMENTO DE REINTEGRAÇÃO DAS PESSOAS ATINGIDAS
PELA HANSENÍASE ................................................................................................. 28
3.10 O PAPEL DO PSICÓLOGO JUNTO A PESSOA COMHANSENIASE .............. 29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 31
5 CONCIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS ........................................................................... 34
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1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
3 REVISÃO DA LITERATURA
experiências das épocas, Oliveira e Egry (2000), em seus estudos relataram que
Hipócrates, o pai da medicina, reconhecia a doença como parte da natureza. A
saúde era a expressão de equilíbrio do corpo humano; essa definição perdurou e se
manteve até os dias atuais.
Não diferente dessa concepção da filosofia de Hipócrates, os hindus e
chineses nas antigas medicinas viam a doença como um desequilíbrio ou
desarmonia entre os princípios ou forças básicas da vida, tudo isso em busca de um
equilíbrio. Na antiguidade entre os assírios e egípcios, caldeus e hebreus, as
enfermidades eram um estado de possessão de uma entidade maléfica e
demoníaca, o espírito ou entidade é quem produzia a doença (OLIVERIA E EGRY,
2000).
Durante a idade média, a ciência que compreende a medicina também teve
um retrocesso significativo, influenciada pela igreja cristã, a qual pregava a salvação
do espírito, porém com o passar do tempo às guerras e epidemias na Europa houve
a necessidade de trazer de volta o ceticismo cientifico. A ciência teve uma evolução
relevante nos séculos XVII a XIX, com o desenvolvimento da anatomia humana,
fisiologia, as descobertas das bactérias como precursoras das doenças contagiosas,
desenvolvimento das vacinas, as reformas e movimentos sanitários, revolução
cientifica, todas essas questões tiveram um peso sobre a sociedade, mudando
completamente a forma de analisar a saúde e a doença, tudo em prol do bem estar
(OLIVEIRA e EGRY 2000).
Além disso, Monteiro (2010), faz menções textuais sobre lepra as quais estão
registradas no papiro egípcio de Eber 3 , datado de 1550 a.C. e em hinos sânscritos
indianos do Atharva Veda Samhita combinados antes do primeiro milênio a.C. as
primeiras referências científicas embasadas: os textos sul-asiáticos Sushruta
Samhita e Kautilya's Arthashastra datado do século 6 a.C., os contos do autor grego
Nanzianos, um texto chinês do século 3 a.C (Shuihudi Qin Jia), e já no primeiro
século d.C os contos romanos de Celsus e Plínio, o Velho. Hipócrates em 460 a.C
chamou de “lepra” uma doença com peculiaridades de psoríase. A palavra (do grego
lepros significa descamação) era atribuída à pele, mas ainda a cascas e grãos.
Citando o mesmo autor, o estigma mencionado nos tempos bíblicos como
pivô de toda história do castigo divino, como posição abraçada pela religiosidade do
mundo judaico-cristão. Os “leprosos” não eram curados, mas sim lavados, “limpos”.
A noção de impureza é bem ilustrada na Bíblia Sagrada; para as pessoas daquela
época a doença era vista como um sinal de desobediência ao mandamento divino,
evidenciando o pecado quase sempre em forma visível, como no caso da “lepra”. A
Igreja manteve, desde o início, especial “atenção” aos doentes. Em 314 d.C., uma
assembléia do Concílio regional de Ancyra afirma que os “leprosos” eram impuros
de corpo e de alma. “Já em 325, ocorreu o primeiro concílio católico de Niceia” para
abordar a técnica de castração entre os “leprosos”, descobrindo a expressão brutal
até então adotado para eliminação da “lepra”.
Na mesma assembléia, coloca-se que toda cidade devia levantar um hospital
para abrigar peregrinos e viajantes carentes, os xenodócios, embriões dos futuros
Leprosários. Ao final do Século III, o Papa Sirício (384-399) emite uma bula papal
afirmando que o marido sadio de uma “leprosa” seria considerado “leproso” e
segregado, assim como os filhos do casal. (MONTEIRO,2010)
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Dalillo e Simões (2005) explicitam que por mais que a hanseníase tenha cura
e quando medicada o paciente não é mais o agente transmissor, o diagnóstico tende
a chocar o paciente fazendo com que ele esconda da sociedade que tem a moléstia.
Em adição a isso Coelho (2008), explana que o diagnóstico traz consigo um impacto
emocional negativo, o qual pode ser diferente em pessoas com condições
socioeconômicas distintas, podendo promover atitudes de auto estigmatização,
alterando o equilíbrio psicológico do indivíduo.
O diagnóstico também é uma experiência subjetiva muito forte, no qual a
pessoa necessitará de um tempo para se reabilitar sobre as novas condições que a
doença traz, pois quando o indivíduo toma conhecimento do diagnóstico tende a não
aceitar, isso pode estar ligado ao medo, ao preconceito, à discriminação e também a
características religiosas. Quando a pessoa começa a ter aceitação da doença,
passa a preocupar-se com a aparência física, a autoestima se altera, apresenta
medo de perder a família, esses comportamentos interferem de forma relevante na
rotina do indivíduo (COELHO, 2008).
Ainda citando Coelho (2008), o impacto do diagnóstico deixa transparecer o
sofrimento e a incerteza em relação à fidedignidade do próprio diagnóstico, com o
tempo o sofrimento psíquico pode desencadear um estado de crise provocando
tensões, com isso desestabilizando o relacionamento familiar e social.
Para Cunha (2005), o nome Hansen – o agente causador da lepra, como ficou
conhecido, foi em homenagem ao médico botânico norueguês Gerhard Henrik
Armauer Hansen o qual descobriu que o “My cobacterium” leprae seria o bacilo
causador da lepra.
alimentos, roupas, medicamentos para que não saísse desse espaço e colocasse a
família em risco.
Para Figueiredo (2006), há casos de pessoas que têm a doença e optam por
não contar para a família sobre o problema no intuito de manter a família integrada,
para que não haja desmembração ou discriminação sobre o semelhante.
Do mesmo modo Baialardi (2007), relata que a hanseníase deixa cicatrizes
profundas nas pessoas, o estigma na maioria das vezes enraíza nelas e há grandes
perdas e mudanças, tanto fisiológicas quanto psicológicas, perdas essas que se
configuram no âmbito familiar de forma geral, perdas dos amigos, do trabalho e da
saúde, fatos que ainda acontecem atualmente.
Estudos feitos por Vieira (2009) descrevem sobre uma organização Brasileira
sem fins lucrativos, fundada em 1981, a qual tem como objetivo lutar pelos direitos
da cidadania de pessoas atingidas pela hanseníase. A fundação, cujo nome é
Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN),
possui abrangência no âmbito nacional é reconhecida internacionalmente pelos seus
feitos.
O movimento reforça que no século XX as pessoas que tinham a doença
eram trancafiadas dentro de colônias distribuídas pelo país e essas ações atribuíram
aos hansenianos estigmas, preconceitos e discriminação, os quais atualmente se
mantêm, enfatiza ainda que, a Hanseníase é uma doença milenar e carrega em si
inúmeros tabus.
O MORHAN luta com o intuito de eliminar o preconceito e a discriminação,
por meio de movimentos, encontros nacionais que possibilite o entendimento pela
sociedade de que a hanseníase é uma doença normal, com tratamento e cura. Até
meados de 1980 existiam casos em que ocorriam o afastamento e isolamento social
de indivíduos que contraiam a moléstia a pedido de médicos. No Brasil o tratamento
acontece em postos de saúde de maneira ambulatorial, porém ainda existem
hospitais colônias por todo o país completamente longe da sociedade.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
para que o mesmo saiba conviver com a enfermidade, juntamente com a família,
para que todos tenham aceitação sobre a doença.
Enfim o preconceito e o isolamento tiveram uma modificação no decorrer dos
tempos, no entanto, o sofrimento é o mesmo, no que diz respeito ao preconceito.
Através da psicologia e da conscientização será possível uma aceitação mutua tanto
familiar, social e individual do próprio hanseniano.
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5 CONCIDERAÇÕES FINAIS
Através dos dados adquiridos, foi possível analisar as modificações dos quais
a doença hanseníase teve com o passar dos tempos, tanto com a nomenclatura, o
descobrimento da cura e também com o contexto que abarca o isolamento, tanto
familiar quanto social.
Até meados de 1980 existiam casos de pessoas que eram levadas para
colônias longe de cidades para fazerem tratamento, os famosos leprosários, longe
de amigos e família, os filhos dos pacientes eram separados dos pais, levados para
orfanatos para que não viessem a se tornar possíveis doentes acometidos pela
doença, contudo havia um grande sofrimento psicológico com a ruptura da família,
pois muitas dessas crianças nunca vieram a encontrar com seus pais biológicos.
Atualmente, através da revisão de literatura o isolamento ainda se mantém,
no entanto, de forma diferente os indivíduos se escondem dentro de suas próprias
residências para que não sofram com algum preconceito ou discriminação, isso tudo
pelo peso que a “lepra” era encarada em tempos remotos, tanto no caráter religioso
ou social. Logo, através de todo apanhado teórico foi possível se chegar ao objetivo
da pesquisa que era descrever o processo de isolamento familiar e social da pessoa
com hanseníase, que ainda é vivida nos dias atuais.
O problema de aludir o preconceito pode ser avaliado e ser responsabilizado
por fatores com crença religiosa, dificuldade de compreensão, aceitação e
conhecimento científico da sociedade.
O caminho tem sido árduo e longo para a quebra do preconceito e dos
estigmas, porém observa-se que um dos caminhos a percorrer é o de educação em
saúde, que orienta a população, aumentando assim o conhecimento sobre a
doença.
Esta pesquisa foi importante porque é mais um material e momento de
reflexão para problema de discriminação de pessoas que são diagnosticados com
hanseníase do isolamento familiar e social enfrentado e sofridos por elas.
Sugere-se então que mais estudos sejam realizados para que se possa ainda
mais descobrir formas de lidar e trabalhar este problema.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS
LIRA, João Bosco Rufino; SILVA. Maria da Conceição Silva da. Qualidade de Vida
e Correlação com a Prevalência de Incapacidade Física em Pacientes
NAKAE, Marisa Fumiko. Nada será como antes – o discurso do sujeito coletivo
hanseniano. Mogi das Cruzes – São Paulo, 2002.
ROGERS Carl Ranson. Tornar-se Pessoa. 5 Ed. São Paulo; Ed Martins, Fontes,
2001.