Piscicultura
Piscicultura
Piscicultura
Anderson Coldebella
Adilson Reidel
Bruno Estevão de Souza
PARANÁ
Curitiba-PR
2011
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Neide Alves
Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Assuntos
Estudantis - PROGEPE
ISBN 978-85-8299-277-7
Referências 303
Bons estudos!!
1.1 Conceito
Para iniciar nossas atividades começaremos definindo o que vem a ser pisci-
cultura Você sabe?
1.2 Histórico
A atividade de piscicultura é uma arte milenar. Registros datam que 2.000
a.C. os egípcios já cultivam tilápias nas piscinas da nobreza. Alguns países,
como EUA, Japão, China levam a atividade de cultivo racional de peixes mui-
to a sério, e investem constantemente em pesquisas para o aperfeiçoamento
das técnicas de cultivo. Veremos na sequência como esta atividade se desen-
volveu no Brasil, qual seu potencial e perspectivas para o futuro.
2. Qual foi a ação realizada nos anos 70 para promover a piscicultura nas
áreas rurais?
Resumo
A atividade da aquicultura teve início no Brasil através da piscicultura de
água doce graças à intervenção do pesquisador americano Ihering. Dos
anos 30 até os anos 90 poucos foram os investimentos governamentais no
setor, tanto em pesquisa quanto em subsídios para produção, somente após
o início da tilapicultura e carcinicultura no nordeste é que a aquicultura pas-
sou a ser tratada como uma atividade agropecuária de interesse comercial.
Antes de realizar a implantação, alguns passos devem ser seguidos não ape-
nas para ajudar no planejamento como também prevenir gastos, tais como:
01. Topografia da área: terrenos planos ou com suave declive (não superior
a 2m de desnível a cada 100m de distância, ou 2%) possibilitam um melhor
aproveitamento da área e a redução nos custos de construção dos viveiros.
Cabe lembrar que terrenos inclinados também podem ser utilizados, porém,
necessitam de maior movimentação de terra.
04. Clima: deve ser compatível com as exigências das espécies que serão
produzidas. Muitas pisciculturas convivem com riscos de perdas de peixes
durante o inverno, entretanto para algumas espécies o período de inverno é
indispensável. Devemos observar também se o fotoperíodo e o período de
chuvas não irão interferir no desenvolvimento da espécie escolhida.
Atividade de aprendizagem
1. Quais são as etapas que devem ser consideradas durante o planejamento
de uma piscicultura?
2. Qual é o tipo de solo mais indicado para construção de viveiros para pisci-
cultura? Como deve ser a topografia do terreno?
Resumo
Para a implantação de uma piscicultura, a fase do planejamento é extrema-
mente importante e deve ser considerada indispensável. Durante a fase de
planejamento podemos “brincar” com os números, simular a produção dos
diferentes sistemas de cultivo, o custo de diferentes estruturas de cultivo,
tempo de amortização do investimento, dentre outros fatores. Ou seja, nes-
ta fase você - futuro técnico em piscicultura pode se dar ao luxo de testar e
avaliar qual será o sistema de produção que maximizará lucro.
• Disponibilidade de materiais;
• Produtividade esperada;
• Tecnologia empregada;
• Entre outros.
Atenção!
Densidade de estocagem: é definida como sendo o número de pei-
xes colocados em um metro quadrado (m2) de viveiro, quando este
é escavado no solo, ou a quantidade de peixes estocados por metro
cúbico (m3) no caso de cultivo em tanques-rede.
A produção deste sistema varia de 200 a 400 kg/ha. Deve-se lembrar que
essa produção será afetada pelas condições climáticas e geográficas da re-
gião e pela qualidade da água.
Atividade de aprendizagem
Vamos testar os conhecimentos adquiridos até aqui!!!
Responda
Resumo
Pudemos observar nesta aula que a classificação através dos sistemas de
produção é o método mais utilizado, e que esta classificação tem tudo a ver
com as estratégias de desenvolvimento e planejamento que serão utilizadas
para a atividade. E, além disso, vimos que o sistema extensivo é o apresenta
a menor produção. Já no sistema semi-intensivo, a produção será um pouco
maior e o produtor implanta com finalidade de obter retorno.
Este sistema tem como principal exigência uma grande quantidade de água.
Utiliza em sua construção o fluxo contínuo desta água, a área de lâmina
d’água passa a não ser importante e sim a quantidade de água como sendo
um fator limitante da produção. Os peixes são estocados em altas densida-
des em um longo tanque que exige um contínuo fluxo de água, garantindo
ao organismo cultivado um suficiente suplemento de oxigênio dissolvido e
a eliminação dos dejetos metabólicos. Aqui, a densidade de estocagem não
é considerada em unidade por m2 e sim biomassa por m3. Exemplo de 20 a
100 Kg/m3. Os tanques são de alvenaria, construídos para facilitar a saída
das excretas através do fluxo de água. Quanto à alimentação, as condições
5. manejo mais fácil, emprego de menos mão de obra, visto que um só ho-
mem pode cuidar de cerca de 40 gaiolas.
Atividade de aprendizagem
Vamos ver o que aprenderam:
Resumo
Pudemos observar que estes dois últimos sistemas de cultivo são os mais
rentáveis, porém exigem grandes investimentos e também os maiores co-
nhecimentos técnicos.
Aula 5 - Preparo de viveiros para o cultivo de peixes (Fase I) 233 e-Tec Brasil
para cada 6m². Após a utilização destes produtos é recomendado aguardar
uma semana para encher o viveiro e realizar o povoamento.
1° Passo: Calcular quantos m² tem o viveiro para o qual será utilizada a cal
virgem.
200g = 0,2kg
Atenção!
Deve-se sempre calcular a área do viveiro antes de realizar o processo
de desinfecção, calagem ou adubação para evitar erros de dosagem
durante a aplicação dos produtos.
Tabela – Dose inicial de calcário agrícola a ser aplicada nos viveiros em fun-
ção do pH do solo do fundo dos viveiros, na visão de três autores.
Aula 5 - Preparo de viveiros para o cultivo de peixes (Fase I) 235 e-Tec Brasil
Caso não seja possível realizar uma análise do solo ou da água para se saber
a dosagem correta de calcário agrícola a ser utilizado, recomenda-se o uso
de 200g/m² como calagem inicial.
Atividade de aprendizagem
Vamos ver o que você aprendeu:
Resumo
Podemos observar que o preparo do viveiro é de fundamental importância
antes da implantação do novo cultivo. Este preparo faz com que futuros pre-
dadores sejam eliminados e a acidez do ambiente seja corrigido.
Aula 6 - Preparo de viveiros para cultivo de peixes (Fase II) 237 e-Tec Brasil
30cm com água e manter assim por 2 a 3 dias, e em seguida encher mais
30cm e manter também por mais 2 a 3 dias. Feito isso encher o viveiro até o
nível normal para o cultivo; aguardar 2 dias e só então realizar o peixamento.
Resumo
A adubação é utilizada para aumentar a quantidade de nutrientes dissolvi-
dos na água, os quais são responsáveis pela produtividade primária dos siste-
mas de cultivo. A adubação é de extrema importância e deve ser monitorada
seguindo-se sempre as recomendações técnicas.
Aula 6 - Preparo de viveiros para cultivo de peixes (Fase II) 239 e-Tec Brasil
Aula 7 - Hábitos alimentares
• Fitoplanctófagos;
• Zooplanctófagos;
• Herbívoros;
• Iliófagos;
• Carnívoros;
• Onívoros.
A seguir uma tabela com alguns dos peixes mais utilizados na piscicultura e
sua classificação em função de seu hábito alimentar:
Um fato importante que deve ser lembrado é que todo o sistema digestório
do peixe foi adaptado com o passar dos tempos em função do próprio há-
bito alimentar. As variações na forma da boca, quantidade e tipo de dentes,
rastro branquiais adaptados, formato e comprimento do estômago e intes-
Atividades de aprendizagem
1. Qual a importância de se conhecer o hábito alimentar das espécies?
Jundiá
Carpa comum
Curimbatá
Pintado
Cascudo
Bagre americano
Matrinxã
Tilápia
Pacu
Resumo
Tanto na piscicultura quanto em outras atividades de produção animal é im-
portante o conhecimento do hábito alimentar da espécie para que se possa
fornecer o alimento mais adequado e em alguns casos conseguindo reduzir
o custo com ração se utilizando de alguma forma de alimento natural.
Optar pela criação de uma espécie nova que ainda tenha pontos obscu-
ros relacionados à criação, principalmente quanto à nutrição e reprodução,
pode ser arriscado levando ao insucesso da criação.
Pode se abrir uma exceção a este requisito apenas em casos onde a espécie
tenha um alto valor comercial unitário (ex: algumas espécies de peixes orna-
mentais).
Atividades de aprendizagem
1. Quais as principais características de espécies potenciais para o cultivo?
Resumo
Uma espécie para ser cultivada tem que atender uma série de requisitos os
quais não podem ser ignorados, pois certamente levarão o produtor ao fra-
casso. Também de nada adianta a espécie ser excelente se o produtor não
empregar corretamente as técnicas de cultivo. O equilíbrio entre estes dois
itens é uma das chaves do sucesso da produção comercial de peixes.
• Lambari;
• Pacu;
• Tambaqui;
• Pintado;
• Jundiá;
• Ornamentais
Um adendo deve ser feito neste item, o Brasil apresenta proporções conti-
nentais, logo, a adaptação ao meio ambiente pode não se aplicar no caso
de se tentar cultivar uma espécie própria do Nordeste no Sul do país ou
vice-versa.
Espécies exóticas, como a tilápia e o bagre do canal (cat fish), já vem de fora
do país juntamente com o seu pacote tecnológico completo. Sendo necessá-
rias apenas algumas modificações para se adaptarem a realidade brasileira.
a. Lambari: é uma espécie que tem seu pacote tecnológico bem desenvolvi-
do; considerado de fácil cultivo uma vez que aceita bem alimentos inertes e
se reproduz facilmente tanto de forma natural como através de indução hor-
monal. Normalmente é comercializada para o consumo onde é vendido evis-
cerado e limpo em bandejas plásticas lacradas com filme plástico ou como
isca viva, sendo vendido vivo em sacos plásticos contendo água e oxigênio
para ser usado como isca às espécies como o tucunaré, corvina, dourado etc.
podendo atingir um bom valor unitário.
Atividade de aprendizagem
1. Descreva as principais vantagens e desvantagens do cultivo de espécies
nativas.
Resumo
O cultivo de espécies nativas apresenta um grande potencial e já se encon-
tra em um bom patamar em relação ao domínio das técnicas de cultivos e
reprodução. Porém ainda são necessários mais estudos para que o Brasil
possa explorar também outras espécies nativas que apresentam potencial de
comercialização e cultivo.
Este procedimento é realizado para evitar que haja desova durante o período
de cultivo o que encheria o tanque de engorda com peixes pequenos que
além de consumir a ração causam prejuízo, pois competem também por
espaço e oxigênio. Outro problema que justifica esta prática é o fato de as
fêmeas a partir do 3-4 mês de cultivo passam a crescer mais lentamente que
os machos, uma vez que elas tem que desviar parte de suas reservas energé-
ticas para a formação dos ovos reduzindo assim o seu crescimento quando
comparado ao dos machos.
Inicia-se o cultivo da tilápia com a obtenção de larvas que pode ser feita
de duas maneiras: coleta de nuvens ou coleta total das pós-larvas em
hapas. Para realizar a coleta de nuvens as matrizes são estocadas em um
viveiro escavado e diariamente observar se há nuvens de larvas (cardumes de
larvas) recém eclodidas. Estes devem ser capturados com um puçá, transpor-
tados para berçários a fim de serem alimentados com uma ração contendo
hormônio para que seja processada a reversão sexual. Este sistema é ampla-
mente utilizado principalmente por ter um baixo custo.
O filé de tilápia para exportação tem alto valor de mercado, pois é retira-
do de peixes acima de 600g e tem um corte tipo “V” que remove todos
os espinhos do filé.
Resumo
O cultivo de tilápia já possui seu pacote tecnológico bem definido e sua
cadeia produtiva já se encontra consolidada e em expansão nas últimas dé-
cadas. Tem-se mostrado uma opção lucrativa, desde que a atividade seja
empregada de maneira profissional.
• Aquários – podem ser feitos de vários materiais, com vidro, caixas plásti-
cas transparentes ou opacas. O tamanho depende da espécie e da fase de
criação, podendo ser de 40 a 100 litros.
Atividade de aprendizagem
Vamos ver o que você aprendeu!!!
Resumo
Podemos observar que para o cultivo de peixes ornamentais, os cuidados,
os sistemas e a forma de cultivo são bastante parecidos com o cultivo de
peixes para o consumo, sendo que a diferença principal reside no tamanho
do empreendimento.
Resumo
O conhecimento a respeito dos sistemas de reprodução bem como de in-
dução à desova de peixes migradores brasileiros se encontra bastante avan-
çado, não sendo entrave para a produção maciça de alevinos da grande
maioria das espécies de valor comercial e ambiental.
13.2 Sexagem
Você sabe o que é sexagem?
Atividades de aprendizagem
1. Para que serve o processo de reversão sexual em peixes?
Resumo
A reversão sexual é um processo importantíssimo para o sucesso do cultivo
das tilápias, embora exista a opção pelo processo de sexagem manual que é
mais trabalhoso e menos eficiente. A reversão sexual é realizada através do
uso de hormônios masculinizantes incorporados à ração, devendo-se respei-
tar a idade das larvas para que se atinjam os índices desejáveis de reversão.
14.1 Conceitos
a) Larva: peixe recém eclodido, muito diferente da forma adulta. Este or-
ganismo não possui boca, intestino, ânus, brânquias e bexiga natatória. Sua
reserva de energia é conhecida como saco vitelínico.
A maioria dos peixes se alimenta do plâncton pelo menos durante certo pe-
ríodo de sua vida. A larvicultura pode ser realizada através do fornecimento
PLÂNCTON: Termo usado para
identificar micro-organismos de zooplâncton e às vezes de fitoplâncton, mas quando crescem algumas
presentes na água. Este pode
ser dividido em zooplâncton e
espécies mudam seus hábitos alimentares. O consumo de zoo ou fitoplânc-
fitoplâncton. ton não vai depender apenas do hábito alimentar das larvas, mas também
ZOOPLÂNCTON – representa da disponibilidade deste no ambiente de cultivo ou de larvicultura, é possível
os micro-organismos animais. encontrar fitoplâncton no intestino de larvas de hábito alimentar zooplanc-
FITOPLÂNCTON – representa tófago se houver escassez de zooplâncton e vice-versa.
os micro-organismos vegetais.
• Qualidade da água.
Vários trabalhos demonstram que para a maioria das espécies de peixes bra-
sileiros de água doce tem necessidade de usar alimentos vivos, preferen-
cialmente por zooplâncton. As larvas da maioria das espécies de peixes não
aceitam alimentos artificiais; e as que aceitam não apresentam índices de
desenvolvimento satisfatório. A maioria das larvas depende da disponibilida-
de de organismos vivos para se desenvolverem adequadamente.
14.3 Alevinagem
Este é um processo pelo qual as nossas larvas passam da condição de presas
para a condição de predadores de seus inimigos naturais. Para este proces-
so evitar viveiros que não drenem bem ou nos quais permanecem poças
ou áreas alagadas muito fundas. Antes de fazer a estocagem destas larvas
tomar o cuidado de desinfetar o tanque através da aplicação de cal. Em
seguida se dará a adubação inicial para formação do primeiro alimento. Al-
guns fatores devem ser observados após a produção do alevino, entre estes
fatores temos:
Resumo
Podemos observar através desta aula que o maior problema na larvicultura
está relacionado ao fornecimento de alimento nas primeiras fases de vida
dos peixes. No cultivo de alevinos devemos observar seus principais preda-
dores e, além disso, os fatores que reduzem sua sobrevivência.
Com o passar dos dias, ainda na fase de pós-larvas, mas agora um pouco
maiores e com uma pele já mais reforçada, a importância da mortalidade
por ciclopóides se reduz, pois a pós-larvas além de tudo também já estão
mais ágeis. Sendo assim, de agora em diante os insetos e larvas de insetos
podem representar um perigo maior. Além disso, também a falta de oxigênio
dissolvido pode causar altas mortalidades nessa fase.
Atividades de aprendizagem
Vamos ver o que você aprendeu!
3. Em qual fase os peixes são predados pelas aves? Não esqueça de citar o
nome dessas aves.
Resumo
Nesta aula você conheceu os principais predadores dos peixes de nossos
cultivos, que vão desde organismos microscópicos pertencentes ao plâncton
passando pelos insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Desempenho
Fase da criação
Bom Médio Ruim
Biomassa = (Peso médio dos peixes (kg) x N° de peixes) / Área do viveiro (m²)
Exemplo:
Peso médio dos peixes = 0,479kg ou 479 gramas
N° de peixes = 5.000 peixes
Área do viveiro = 3.000m²
Biomassa = (0,479 x 5.000) / 3.000
Biomassa = 0,798 kg/m² ou 798 g/m²
Veja a seguir indicações para ganho diário de peso (observadas para a tilápia).
Desempenho
Fase da criação
Bom Médio Ruim
Exemplo:
Peso total dos peixes = 5.286kg
Área do viveiro = 4.800m²
Biomassa final = 5.286 kg / 4.800 m²
Biomassa final = 1,101 kg/m²
Exemplo:
Quantidade de ração fornecida = 6.937 kg
Quantidade de peixe produzido = 5.286 kg
Conversão alimentar = 6.937 / 5.286 = 1,312 kg de ração/kg de peixe
Quanto menor for a conversão alimentar, melhor será o resultado financeiro
para o produtor.
Resumo
O manejo durante a engorda consiste no acompanhamento detalhado do
cultivo pelo técnico ou pelo produtor, devem ser criadas planilhas de contro-
le para consumo de ração, uso de fertilizantes, biometrias. Enfim, vimos que
todas as atividades relacionadas aos cultivos devem ser anotadas e guardadas
para que no final do cultivo possa ser feito um balanço geral da produção.
Figura 17.4 – Peixe Infectado por Lernea Figura 17.5 - Lernea adulta
Fonte: http://www.elacuarista.com Fonte: http://img21.imageshack.us
Atividade de aprendizagem
Vamos ver o que você aprendeu!
18.1 Despesca
A despesca consiste no processo de retirada dos peixes do ambiente de cul-
tivo, que pode ser um viveiro, tanque-rede, etc. Este procedimento pode ser
realizado de diversas formas; utilizar diversos equipamentos como talhas,
guindastes e redes. Pode também ser empregado ao término de uma lar-
vicultura, engorda ou em qualquer outro momento do cultivo em que se
necessite retirar os peixes do ambiente de cultivo.
Em algumas situações o ambiente de cultivo não pode ser esvaziado por não
ter um monge ou água suficiente para enchê-lo novamente, não permitin-
do o seu esvaziamento para realização da despesca que deve ser realizada
Monge – estrutura para drena-
com o viveiro cheio. Neste caso, a despesca deverá ser realizada com uma gem construída em sistema de
vasos comunicantes.
rede de arrasto adequada a qual deverá ser passada várias vezes tentando
capturar todos os peixes.
Figura 18.1- Detalhes da caixa de coleta usada na despesca com esvaziamento total
(foto esquerda) e uma despesca sem o esvaziamento do viveiro (foto direita).
Fonte: Os autores
Após o tanque-rede ser içado da água o mesmo pode ser inclinado derru-
bando os peixes em alguma estrutura de coleta, ou os mesmos poderão ser
retirados com auxílio de um puçá e acondicionados em local apropriado.
Uma despesca que leve os peixes a um estresse excessivo com certeza acar-
retará perda na qualidade da carne do pescado levando a uma deterioração
mais rápida.
Atividades de aprendizagem
Descreva os cuidados que devem ser tomados no momento da despesca.
Resumo
Vimos que o transporte de peixe é uma etapa indispensável da produção de
peixes, devendo ser feita de forma adequada, evitando prejuízos e/ou mor-
tes durante todo o processo produtivo.
Durante esta aula faremos uma breve revisão das Boas Práticas de
Manejo que devem ser empregadas na aquicultura para garantir
boa produtividade. Com esta aula você será capaz de executar
técnicas simples, e que aplicadas diariamente farão a diferença du-
rante o cultivo e poderão melhorar os lucros da atividade.
Turbidez – coloração
resultante de partículas em No momento da construção também devemos nos preocupar em realizar as
suspensão na água.
obras de maneira correta, respeitando a declividade dos taludes, compacta-
ção adequada do fundo dos viveiros e dos taludes, a instalação de sistemas
de abastecimento e drenagem adequados ao tamanho dos viveiros para se
evitar problemas durante os cultivos e, principalmente na hora da despesca,
pois se o sistema de drenagem não for adequado ao tamanho do viveiro, a
demora na drenagem pode prejudicar a despesca e comprometer a qualida-
de do pescado.
Uma maneira eficiente e sustentável para manter a grama dos taludes apara-
da é manter alguns animais de pequeno porte sobre os taludes, como cabri-
tos ou ovelhas, eles mantêm a grama aparada e não alteram a estrutura das
instalações, o que não ocorre quando se utiliza bovinos ou equinos.
• Observar se não está ocorrendo sobras de reação nas bordas dos viveiros,
caso isto aconteça deve-se diminuir a quantidade de ração que está sendo
fornecida;
4. O que deve ser observado com relação ao uso de rações em uma pisci-
cultura?
Resumo
As boas práticas de manejo aplicadas na aquicultura correspondem a uma
série de ações que em conjunto promovem a sustentabilidade do sistema de
cultivo com o meio ambiente, evitando-se a degradação do meio e promo-
vendo o bem-estar dos animais em cultivo.
MARDINI, C. V.; MARDINI, L. B. L.F. Cultivo de peixes e seus segredos. Editora Ulbra,
2000.
Figura 13.2 - Larvas de tilápias sendo calcificadas para entrar no processo de reversão.
Fonte: Autores
e-Tec Brasil 304 Piscicultura
Figura - 15.2 Martin-pescador
Fonte:http://projetopacu.files.wordpress.com/2010/10/martin-pescador-peixe-na-boca-
predador-piscicultura.jpg
Figura 19.3 - Caixas d’água para residências são excelentes e eficientes meios de
transporte dos alevinos e com baixo custo tendo cano de escoamento de água e peixes,
aeração, suspiro e tampa.
Fonte: Autores.
03. Qual órgão federal foi extinto para a criação da Secretaria Especial
de Aquicultura e Pesca da Presidência da Republica – SEAP, no ano de
2003?
a) Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA
b) Superintendência do Desenvolvimento da Pesca – SUDEPE
c) Departamento da Pesca e Aquicultura – DPA
d) Departamento Nacional de Obras contra a Seca – DNOCS
e) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais - IBAMA
10. Coloque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa. Depois
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
(___) A cal virgem ou a cal hidratada promove a esterilização dos viveiros
fortificando os organismos indesejáveis;
(___) A calagem dos viveiros deve ser realizada para correção do pH, me-
lhoria do sistema tampão, da alcalinidade e dureza total da água de cultivo;
(___) Não realizar análise do solo antes de iniciar o procedimento de calagem
em um viveiro;
(___) A adubação orgânica pode ser realizada através do uso de esterco de
aves, esterco de peixes, superfosfato triplo e ureia.
(___) O principal motivo de se realizar a adubação dos viveiros é para que
ocorra aumento na produção do plâncton, que dependendo do sistema de
cultivo é o principal alimento dos peixes.
49. Coloque (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa. Depois
assinale a sequência CORRETA.
(___) As doenças não infecciosas podem ser divididas em ictiofiriase e ecto-
parasitose;
(___) As doenças infecciosas podem ser divididas em ambientais e nutricio-
nais;
(___) A Ichthypophthirius multifilis é representada por um ectoparasita;
(___) A lernea é um integrante do grupo dos fungos;
(___) Argulose é uma doença caracterizada por apresentar manchas brancas
salientes;
Anderson Coldebella
Possui graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (2004) e mestrado em Engenharia Agrícola pela Universi-
dade Estadual do Oeste do Paraná (2006). Atualmente é professor no Curso
Técnico em Aquicultura do Instituto Federal do Paraná na Unidade de Foz do
Iguaçu-PR. Foi extensionista do Instituto Água Viva de Pesquisa e Extensão e
extensionista da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Tem ampla ex-
periência na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase
em Piscicultura Orgânica - cultivo de tilápias no sistema de produção orgâni-
ca, pesquisa e extensão em viveiros escavados e tanques-rede.
Adilson Reidel
Possui graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (2001), mestrado em Engenharia Agrícola pela Universi-
dade Estadual do Oeste do Paraná (2004) e doutorado em Aquicultura pela
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2007). Atualmente é
professor e coordenador do Curso de Técnico em Aquicultura do Instituto
Federal do Paraná - Unidade de Foz do Iguaçu. Tem vasta experiência na área
de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Piscicultura
principalmente em reprodução induzida, atuando também nos seguintes te-
mas: reprodução induzida, desempenho de organismos aquáticos, manejo
de sistemas de cultivo de organismos aquáticos, utilização de farinha de re-
síduos na alimentação de organismos aquáticos; tratamento de resíduos de
abatedouros e resíduos industriais.