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Direito Asiatico

O presente trabalho pretende-se abordar sobre o tema: sistema de direito asiático, mas concretamente do sistema chinês, japonês e muçulmano. É de realçar que sistema de direito asiático é um sistema jurídico integrado numa concepção filosófica e religioso, algumas de base filosófica, outras estritamente religiosas.
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Direito Asiatico

O presente trabalho pretende-se abordar sobre o tema: sistema de direito asiático, mas concretamente do sistema chinês, japonês e muçulmano. É de realçar que sistema de direito asiático é um sistema jurídico integrado numa concepção filosófica e religioso, algumas de base filosófica, outras estritamente religiosas.
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

Licenciatura em Direito

Elias Lino Júlio Napiri

SISTEMA DE DIREITO ASIÁTICO

Nampula, 2018.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

Licenciatura em Direito

Elias Lino Júlio Napiri

SISTEMA DE DIREITO ASIÁTICO

Trabalho da cadeira de Introdução


ao Estudo do Direito, curso de
Direito 1o ano turma B.

Nampula, 2018.
Índice

Resumo ..................................................................................................................... 2
1 Introdução .......................................................................................................... 2
2 DIREITO ASIATICO ........................................................................................ 3
3 Direito chinês ..................................................................................................... 3
3.1 Esboço histórico chinês ............................................................................... 3
4 Religião e filosofias do direito chinês ................................................................. 4
4.1 O “li” do confucianismo .............................................................................. 5
4.2 O fa dos legistas .......................................................................................... 6
5 Os códigos chineses ........................................................................................... 6
6 A china e os seus direitos ocidentais do século XIX e XX .................................. 7
7 O DIREITO JAPONES ...................................................................................... 9
7.1 Esboço histórico .......................................................................................... 9
8 DIREITO MUÇULMANO ............................................................................... 10
8.1 Religião e esboço histórico ........................................................................ 11
8.2 Char‟ia e Figh ........................................................................................... 12
8.2.1 As quatros fontes da Char‟ia............................................................... 13
9 Evolução contemporânea do direito Muçulmano .............................................. 14
9.1 Documentos mais usados nos países Muçulmano ...................................... 15
Conclusão ............................................................................................................... 16
Referências bibliográficas ....................................................................................... 17
Resumo

O direito asiático é um sistema jurídico integrado numa concepção filosófica e


religioso, algumas de base filosófica, outras estritamente religiosas.O sistema chinês
não é estritamente religiosa, mas um sistema integrado a concepção filosófica do
Confúcio. Ele, desenvolveu uma doutrina de sabedoria prática, concretamente de
respeito a um conjunto numeroso de regras de etiqueta. Nesse sistema, o direito revela
um antagonismo entre os ritos ou etiquetas (o li) e a lei (o fa). O sistema japonês
originaria da influência da china, pelo feudalismo semelhante ao feudalismo europeu
ate a sua ocidentalização. No que tange ao sistema muçulmano, é um direito da
comunidade religiosa e islâmica e é daqueles que se submetem a Deus e ao chamado
de alla (islão).

Palavras-chave: sistema, direito e religião.

2
1 Introdução

O presente trabalho pretende-se abordar sobre o tema: sistema de direito


asiático, mas concretamente do sistema chinês, japonês e muçulmano.

É de realçar que sistema de direito asiático é um sistema jurídico integrado numa


concepção filosófica e religioso, algumas de base filosófica, outras estritamente
religiosas.

Porém entende-se que dentro do sistema asiático encontra o sistema chinês é sistema
integrado a concepção filosófica do Confúcio, cujo seu esboço histórico este
remontado a trinta séculos da nossa era, mencionando-se também as religiões e
filosofias por elas relacionadas como o li do confucianismo e o fa dos legistas.

Quanto ao sistema japonês, originaria da influência da china baseando-se no budismo,


pelo feudalismo chinês, semelhante ao feudalismo europeu ate a sua ocidentalização.

Contudo, o sistema muçulmano é um direito da comunidade religiosa e islâmica e é


daqueles que se submetem a Deus e ao chamado de alla (islão), no referente ao esboço
histórico a religião islâmica surge na Arábia no século VII d.C. e As quatros fontes da
Char‟ia.
O trabalho esta organizado em elementos pré textuais, textuais e pós textuais onde:
fazem parte dos elementos pré-textuais (capa, contracapa, índice e resumo); os
elementos textuais são (introdução; desenvolvimento e conclusão) e o elemento pós-
textuais (referencias bibliografias).

2
2 DIREITO ASIATICO

3 Direito chinês

O direito chinês é um sistema jurídico integrado numa concepção filosófica, o


confucionismo, não é, um direito extremamente religioso como o caso do direito
hindu e muçulmano.1

Conservou-se como tal, quase imutável durante dois milénios (XX séculos), esse
sistema de direito baseia-se na face do direito de base filosófica que se apresenta
publicamente no respeito dos ritos (o li), apresentaram-se diversas atrocidades com
tendências de mudança de sistema, os soberanos com ajuda dos legistas tentaram
impor um sistema jurídico baseado estritamente na lei (o fa).

3.1 Esboço histórico chinês

A China é um Império muito vasto, com fronteiras instáveis, entre os dois grandes
rios á volta do núcleo chinês, situam-se regiões mais ou menos submissas á China nas
diversas épocas. Podendo encontrar-se a Manchúria, a Mongólia ao Norte, o Sinquião,
o Tibete a Oeste. Para o Sul, a penetração Chinesa fez-se sentir na Indochina, na
Tailândia, na Malásia e na Indonésia.

Povos chineses vindos da Mongólia, fixaram-se no vale do Rio Amarelo a trinta


séculos antes da nossa era. No século XII a.C., eles passaram a um regime feudal que
se desenvolveu numa classe privilegiada, composta de guerreiros e de letrados.

No fim desta época por volta dos séculos VI-IV a.C., viviam os homens que mais
influenciaram a religião e o pensamento chinês: Lao-Tsé, Confúcio e Mêncio.

A china tornou-se um vasto império centralizado, graças a acção da dinastia dos


Ch´in no século III a.C., que dará o seu nome ao país que reinou durante IV séculos
(século II a.C. e século II d.C.).2

1
GILISSEN, John, Introduçãohistórica ao estudo do direito,fundaçãoCaloustegulbenkian, Lisboa,
1979. pg.108-109.
2
___________, Introduçãohistórica ao estudo do direito,fundaçãoCaloustegulbenkian, Lisboa, 1979.
pg.109.

3
No século VII começa o império médio, é um novo período de restauração da
unidade, realizado pela dinastia dos T´ang (618-907), antecedendo novas divisões e
novas invasões. A unidade restaurada no novo período é restabelecida pela dinastia
mongol dos Ming e depois pela dinastia manchu dos T´sing, o que levou o país a
conhecer uma estagnação e uma imobilidade tanto no plano económico-social e
político, que leva a decadência do regime imperial em 1912.Desde então, a china
torna-se uma República comunista em 1949.

4 Religião e filosofias do direito chinês

Os chineses foram geralmente muito tolerantes quanto a religião, mesmo em


relação aos Muçulmanos e cristãos. Portanto, apresentam-se três principais religiões
da china: podendo ser o Confucianismo, O Tauismo e o Budismo. 3O confucianismo é
a religião dos letrados “é mais uma filosofia que uma religião, o tauismo e o budismo
são as religiões do povo”.

O confucianismo, fundado por Confúcio (Kong Fu-tseu). O seu pensamento


filosófico é deduzido da concepção religiosa contida nos 5 livros sagrados, os kings; é
um animismo que tende para o monoteísmo, prestando culto ao Grande Espírito, ao
Céu, e a espíritos inferiores. Só o chefe, o imperador, cabe oferecer grandes
sacrifícios ao Céu; mas todos os homens devem sacrificar aos antepassados da família,
pós esses estão sempre presentes.

Confúcio deduziu uma doutrina de sabedoria prática baseada no respeito de


numerosas regras de etiqueta. “Todos os homens têm o dever de cultivar o seu espírito,
de desenvolver em si as virtudes essenciais: a humanidade e a rectidão. O papel do
soberano consiste em descobrir a lei natural que o Céu pós no seu coração, para o bem
governamental, ele deve pelo exemplo fazer observar uma exacta concordância entre
o universo e o homem”. Essa doutrina de Confúcio foi desenvolvida e idealizada por
Mêncio (Meng T´seu). Ele ensina que “a natureza Humana é originalmente boa,
porque nos foi outorgada pelo Céu. Possuindo o Homem no seu coração as 4 virtudes:
o sentido da ordem social (o li) e o conhecimento do bem e do mal (tche)”.

3
GILISSEN, John, Introduçãohistórica ao estudo do direito,fundaçãoCaloustegulbenkian, Lisboa,
1979. pg.110.

4
Ainda, o soberano deve velar por uma harmonização constante do Homem e da
natureza, deve dar o exemplo das virtudes e procurar melhorar a existência material
do Homem, repartir equitativamente as terras e velar pela educação e pela instrução.4

O tauismo, é uma religião mística, que tem chefes e monges; tornou-se cada vês
mais arcaica pelos seus ritos e sacrifícios. Fundado por Lao-Tseu, que veio antes do
Confúcio, a sua obra, o Tauo-Te, é a via da virtude; Tauo é a via, a razão que governa
o mundo; os homens devem descobri-la pela meditação, pelo êxtase.5

O budismo, oriundo da índia por volta dos séculos III-II a.C., a sua influência
tornou-se considerável a partir do século V d.C.6

4.1 O “li” do confucianismo

O li é o conjunto das regras de conveniência de bom comportamento que se impõe


ao homem honesto; formam uma espécie de código moral; exprimem a ordem natural
para a qual o homem deve tender; basta respeitar essa ordem natural das coisas para
que a harmonia reine entre os homens. Traduz-se tanto por direitos como por etiqueta,
rito e moral.

Essas regras de comportamento não são leis gerais, diferem de acordo com as
pessoas entre as quais existem relações. Entre os Homens há ritos próprios para cada
tipo de relações, na família, no clã, na sociedade.

Os homens não têm direitos subjectivos, mas unicamente deveres: em relação ao


seu semelhante. O ideal é a submissão aos seus superiores no quadro das 5 relações
descritas por Confúcio: o jovem ao velho, o filho ao pai, a esposa ao esposo, de amigo
ao amigo e súbdito ao príncipe.

A base da organização social é a família, o chefe de família é o homem mais idoso


da mais antiga geração ainda existente (patriarcado), goza de uma grande autoridade
sobre todos os membros da Família porque a piedade filiar é o culto dos antepassados
são as bases do li.
4
GILISSEN, John, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa,
1979. pg.110.
5
________, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa, 1979.
pg.110.
6
________, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa, 1979.
pg.110.

5
Em princípio segundo os confucianistas, o li deve bastar para manter a ordem; é o
governo pelos homens. Mas desde muito cedo teve de se admitir que as regras do li
não podiam, por se só, bastar em relação a todos os homens. 7

4.2 O fa dos legistas

O fa é, portanto, um direito do Estado, absoluto e geral, que se impõe a todos; o


absolutismo despótico acompanha a igualdade de todos perante a lei, é “governa pelas
leis”, oposto ao “governo pelos homens”.

Para o povo, são necessárias leis, sobretudo leis penais severas, o fá. Tal é a ideia
desenvolvida pelos legistas da escola da lei (fa-kia), da época da dinastia dos ch`in,
diziam eles, os conflitos entre os homens são inevitáveis; é preciso submeter os
homens a lei e castigar as infracções com penas severas, as mais cruéis possíveis, para
os intimidar.

A sociedade chinesa está, desde então, dividida em quatro (4) classes estritamente
hierarquizada: os funcionários, os letrados, os camponeses, os artesãos, os
comerciantes. Todos os homens estão submetidos aos homens da classe superiores;
mas em cada classe a família e o clã continuam a ser a base da organização social e
judiciária. O li constituiu o sistema geral; mas para o “povo comum”, eram
necessárias leis; assim, os funcionários letrados escaparam normalmente as leis panas;
mesmo que eles tivessem de ser punido, podiam sempre redimir a sua pena.

A desigualdade perante a lei e o arbitrário das decisões judiciais, que variavam


conforme se aplicava o li ou o fa, caracterizam, portanto, o direito chinês tradicional. 8

5 Os códigos chineses

Os numerosos códigos chineses não são senão compilações de leis penas.


Conhecem-se dezoito, dos quais os mais antigos remontam ao século IV a.C. desde
então, todas as dinastias elaboraram um código novo, retomando numerosos

7
GILISSEN, John, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa,
1979. pg.110-111.
8
_________, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa, 1979.
pg.111-112.

6
elementos das recolhas mais antigas. Alguns desses códigos, por exemplo o Tsin-liu,
de 268 d.c, ou os mais recentes, os códigos dos T`sing de 1646 e de 1740, contam
mais de 150 artigo, contendo a enunciação de mais de 2000 infracções. As penas são
severas: a morte, a deportação, aos trabalhos forçados, as chicotadas e bastonadas.
Entre os crimes mais graves figuram a insubordinação filiar, pós ofende a autoridade
do chefe de família. 9

6 A china e os seus direitos ocidentais do século XIX e XX

Durante muito tempo a china permaneceu fechada a qualquer influência do


ocidente. Os primeiros contactos direitos com o ocidente datam no século XVI,
quando os portugueses começaram a fazer comércio com a china, estes
estabeleceram-se em Macau (1557), onde gozaram de independência económica e
jurisdicional, através do pagamento de um tributo. O sistema das concessões
internacionais generaliza-se a partir de 1842, onde foi permitido aos europeus
instalarem-se em portos de tratados, por exemplo, Hong-Kong; gozam aí de
extraterritorialidade e governavam-se autonomamente. Algumas elites chinesas
sofreram influências dos direitos ocidentais através da permissão aos Europeus, em
virtude dos seus contactos com os europeus no domínio comercial e industrial. Vindo
assim a china, a modificar a sua própria concepção de direito, a fim de evitarem de
forma mais eficaz a ocidentalização da sua ordem jurídica. Assim, no ano de 1910,
ainda sob o império, o antigo código dos T`ing é revisto, sobretudo pela supressão de
sanções penais nos domínios que os ocidentais constituem o direito civil. 10

A instauração da República em 1912 favorece a penetração dos direitos ocidentais.


Foi realizado um esforço de códigos em 1930: constituição de 1931, código rural de
1930, código de processo civil de 1932, sobretudo o código civil de 1929-1931,
redigido segundo o modelo do código alemão de 1900.

 A situação modifica-se em 1949, na sequência da tomada do poder pelo


partido comunista, dirigido por Mao Zedong. O regime comunista tinha-se
inicialmente instalado na província de Jiangxi, no sul, a partir de 1931.
9
GILISSEN, John, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa,
1979. Pg.112.
10
_________, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa, 1979.
Pg.113.

7
 O novo regime anulou todas as leis antigas para suprimir quaisquer influências
do feudalismo e burguesia. Instaurou um sistema jurídico baseado na lei; para
os chineses é uma vitória do fa, da concepção legista.

De 1950 a 1958, legislou-se muito, geralmente de acordo com o direito soviético,


mas com particularidades chinesas. A partir de 1958, assiste-se a uma reacção contra
a preponderância da lei; resistindo a uma reacção soviética o governo comunista
voltou, em parte, aos métodos tradicionais da china. Abandonou-se o reino sobretudo
do direito a favor de uma gestão inspirada pelos métodos gerais interpretado pelos
quadros do Estado e do partido. Assim formou-se um novo li, correspondente a
politica do partido comunista e deduzindo das ideias do pequeno ʽʽ livro vermelho ʼʼ
de Mao Zadong. O li é aplicado pelos homens do bem, os comunistas, enquanto as
leis penais severas, o fa, continuam a ser necessárias para reprimir os actos dos
contra-revolucionários e dos bárbaros, os estrangeiros.11

A revolução cultural de 1966-1968, acentuou ainda esta evolução; acelerar a vida


em direcção ao comunismo, implicando um Estado de não direito, uma ausência
completa de sanções. Governou-se por meio de ideologia; as massas foram
convencidas a aceitar e aplicar com entusiasmo as ideias do Partido e do seu chefe. Na
ausência de leis, governou-se por meio de slogans.

Ao decorrer dos anos 70 e sobretudo depois da morte de Mao (Setembro de 1976),


a concepção do direito preconizada pela Revolução Cultural foi progressivamente
abandonada. A partir de 1973, a campanha contra o confucianismo glorifica a escola
dos legistas. Com o sucessor de Mao, Hua Guofeng, e com o regresso ao poder de
Deng Xiaoping, o direito tornou-se legalista, ao menos parcialmente, e sem a exclusão
do conformismo com o pensamento de Mao. Prossegue esta evolução desde a subida
ao poder de uma nova equipa, no ano de 1980: Hu-Yaobang, permanece como
Presidente do partido, Zhao Ziyang fica como Primeiro-Ministro.

A primeira constituição, inspirada pela da U.R.S.S e das democracias populares da


Europa do leste, promulgada em 1954; ela organizou a administração do Estado sobre
o modelo soviético, mas, enquanto o Soviete Supremo é bicameral na U.R.S.S., na

11
GILISSEN, John, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa,
1979. Pg.114.

8
china a Assembleia Popular Nacional é unicameral. Preparada a partir de 1970, uma
nova constituição promulgada em 1975, muito mais breve que a primeira (30 artigos
em vez de 106), visou uma simplificação das estruturas do Estado, o Partido
Comunista Chinês é agora expressamente mencionado; onde todos os poderdes dos
Estados são inseridos, doravante, sob a direcção do Partido. 12 Uma terceira
constituição foi adoptada em 1978, depois da morte de Mao e da exclusão dos homens
da Revolução Cultural, difere muito pouco de 1975.

7 O DIREITO JAPONES

7.1 Esboço histórico

A história do direito japonês, caracteriza-se em três grandes períodos.13

No primeiro período, cerca de 600 a cerca de 850 da nossa era, o direito japonês
modelou-se sobre o direito da china; o segundo período, que durara ate 1868, foi o de
um feudalismo que apresentava numerosas semelhanças com o feudalismo da Europa
Ocidental; mas o sistema jurídico japonês continua ser influenciado pela china. Por
fim desde 1868 o direito japonês ocidentaliza-se rapidamente.14

O Japão é budista, o budismo importado da china nos séculos VI e VII da nossa era.

A influência chinesa foi portanto considerada. Ao decorrer do primeiro período,


introduz-se no Japão o sistema chinês do fa: do mesmo modo na china, o pais esta
submetido a autoridade directa do imperador que o governa, zelando por uma
repartição periódica dos arrozais. Os códigos de inspiração chinesa, os ritsu-ryo,
compreendem leis penais (ritsu) e também leis civis e administrativas (ryo) e fixam as
obrigações de cada um; são comentadas nas escolas de direito, como o fa-kia chinês.

Para substituir o sistema legalista e igualitário, forma-se inicialmente no século IX


um sistema de senhorios designados shô muito semelhante aos senhorios
jurisdicionais. O imperador aos poucos vai perdendo o poder; a partir do século XII o
imperador é considerado apenas como símbolo religioso da união do povo e de Deus,

12
REPUBLICA POPULAR DA CHINA, constituicao da republica (1975),..., art.2 e 16.
13
GILISSEN, John, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa,
1979. Pg.116-117.
14
R.ISHII, (japao), in GILISSEN (ed.), introducao bibliografica japonesa, 13a edicao, bruxela, 1964.

9
(uma sombra muda), condenada a uma espécie de reclusão perpétua. O poder passa
para as mãos do shogun e dos dae-mio, formam assim uma casta militar dominando
uma hierarquia de vassalo e sob vassalo.

A vida política e social é baseada numa estrita obediência do inferior ao superior,


bem como do filho ao pai, da mulher ao marido, do colono ao proprietário e do jovem
ao menos jovem. O direito chamadas giri em japonês apresenta muitas analogias com
o li chinês, observadas por tradição, medo de censura, desprezo social. Não a regras
jurídicas no Japão. Há poucos juízes, ou seja uma pequena organização judiciária. No
Japão não há, por exemplo tribunal feudal, nem julgamento pelos pares como na
Europa porque o vassalo não tem nenhum direito. A repressão da desobediência de
um inferior é remetida á apreciação arbitrária do superior na sociedade estritamente
hierarquizada.

Durante a época do EDO (1600-1868) havia, uma actividade legislativa por parte
de certos dai-myo, apenas para os seus domínios. Havia também jurisdições civis, um
tribunal superior denominado hyojosho, cujas decisões encontram-se escritas.

O Japão permaneceu voluntariamente fechado a qualquer influência estrangeira, mas


concretamente Europeia até 1868, o único porto que estava aberto ao comércio
internacional era o de Nagasak. Desde então, a ocidentalização foi muito rápida,
apesar da ausência de juristas japoneses e das grandes dificuldades para traduzir os
conceitos ocidentais em japonês. Elaborando-se assim no Japão códigos, alguns de
acordo com o modelo francês, outros o código civil (1898), segundo o modelo alemão.
A partir de 1945 a influência americana é preponderante no processo de
democratização.

8 DIREITO MUÇULMANO

O direito muçulmano é um direito da comunidade religiosa islâmica, ou seja, o


Direito que rege todos os adapte da religião islâmica, onde quer que eles se encontrem.

10
Com o Direito Hindu, o Direito Muçulmano é o direito de grupo religioso, e não o
Direito de um Povo ou de um País 15.

Este povo religioso conta mais de 400 Milhões de fiéis, repartidos por mais de 30
países: mais de 100 milhões em África (Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia, Egipto e
uma parte importante das populações negras imediatamente ao Sul de Sara), mais de
60 milhões no Próximo Oriente (Arábia Saudita, Síria, Iraque, Turquia e também na
Europa, a Albânia), mais de 200 milhões no Sul e no Centro da Ásia (Irão, Turquestão,
e algumas outras Republicas da União Soviética, Afeganistão, Paquistão, Bangladesh,
Arquipélago Malaio, Samatra).

Para os conjuntos destas regiões e países, em princípio não há senão um Direito


Muçulmano. Onde a sua unidade resulta de vigor ainda actual da religião muçulmana.
Na verdade, existem desde a muito variantes regionais; e sobretudo, a reacção do
mundo muçulmano face a penetração dos direitos ocidentais, varia actualmente de um
País para outro.

8.1 Religião e esboço histórico

A religião islâmica surge na Arábia no século VII d.C. até então, a religião da
Arábia é um Animismo Politeísta que envolve para o monoteísmo, nomeadamente sob
a influência das religiões de regiões próximas, o Judaísmo e o Cristianismo. O Deus
Árabe por excelência é Al jlah (donde, alá), o guardião das ordens moral.

Maomé ( 571 a 632), comerciante que se tornou pregador, luta por seu lado contra
o Politeísmos e os velhos ídolos, perseguido, teve de fugir da sua cidade, Meca em
622; é a data da Hégira (= fuga), que marca o inicio da era Muçulmana. Como chefe
de um grupo, Maomé reconquista Meca pela „Guerra Santa‟, ao mesmo tempo que
organiza a comunidade religiosa do Islão.

O islão é a submissão a Deusa obediência aos comandos de Ala. Ala e o Deus


único e Maomé e o seu profeta, o último dos enviados do Ala, depois de Adão, Noé,
Abraão, Moisés, Davide e Jesus. Portanto, a religião islâmica tomou muitos
empréstimos ao judaísmo e cristianismo.

15
GILISSEN, John, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa,
1979. Pg. 117 a 118.

11
O islamismo não possui diversas obrigações rituais, ou seja, há poucas obrigações
rituais:

a) 5 Orações por dia;


b) (Ramadão) um mês de jejum desde o nascimento ate o por do sol;
c) (o imã) Nao há clero, mas directores de orações comum;
d) (o khatib) pregadores do serviço religioso de sextas-feiras;
e) (o almuadem) arautos que anuncia a hora da oração.

Graças aos sucessores de Maomé, o islão conheceu uma extensão muito rápida, os
califas (vigários), conquistaram a síria, Egipto, o maghreb, a Espanha e a Gália, a
pérsia, o turquestão, e a lastrando-se a índia e a indonésia. Os grandes impérios
muçulmanos dominaram no século VIII e IX da nossa eram; os Abássidas mantêm o
poder em Bagdade ate ao século VIII. Dos séculos VIII a XIX, o império turco
domina uma grande parte do mundo muçulmano.

A península ibérica manteve-se muçulmana durante vários séculos, a excepção de


alguns principados no norte. De lá partiu a reconquista: Lisboa foi conquistada em
1147, Córdova em 1236, granada em 1492.

8.2 Char’ia e Figh

O direito muçulmano não é uma ciência autónoma, mais uma das faces de religião.
Esta compreende a teologia (que fixa os dogmas, aquilo em que o muçulmano deve
acreditar) e a Char‟ia , que prescreve aos crentes o que devem ou não fazer.

A Char‟ia e a „ via a seguir‟, a „lei revelada‟; compreende o que nos chamamos


direito, mas também o que o crente deve fazer em relação a Deus (orações, jejuns). A
sanção e o estado de pecado; ela não e, por tanto, aplicada se não aos crentes; o direito
muçulmano e inaplicável aos fiéis.

O Figh e o conjunto de soluções preconizadas para obedecer Char‟ia; e a ciência


dos direitos e dos deveres dos homens, das recomeça e das penas espirituais. Ciência
das normas que podem ser deduzidas por um processo lógico das 4 fonte Char‟ia: o
alcorão, a tradição (sunna) o acordo unânime da comunidade muçulmana (idgma) e
analogia (giyas).

12
Os muçulmanos concebem a ciência do direito coma árvore: as 4 fontes são as
raízes, a lei revelada e o tronco, os ramos constituem as soluções especiais deduzidas
da lei revelada.

8.2.1 As quatros fontes da Char’ia

1) O alcorão é o livro sagrado do islão. É constituído por revelações de ala,


transmitidas a humanidade pelo seu último enviado, Maomé. O alcorão que
significa recitação, foi escrito cerca de 20 anos depois da morte de Maomé por
Zaid, um dos seus seguidores. Contem cerca de 5000 versículos agrupados em
114 capítulos.

O alcorão não se deve confundir como um livro de direito porque não é, mas é
uma mistura de história sagrada e profana, de máxima filosóficas, de regras
respeitante aos rituais. Apenas um décimo dos versículos pode ser utilizado pelos
doutores das leis Wigh. Abordam concretamente de decisões que dizem respeito a
casos especiais, nomeadamente em matérias de sucedem-na maior parte dos casos
as sanções são penas sobrenaturais, com tudo, o inferno.

Podem deduzirem-se do alcorão poucos princípios jurídicos correspondentes as


finalidade politicas prosseguidas por Maomé: as regras impostas tendem a uma
maior moralidade: proibição do vinho, dos jogos, empréstimos, a juros, ao se
dissolver a antiga organização tribal dos árabes e subintitulas por uma
comunidade de crentes sem classe privilegiadas. Cabes ao juízes nas suas decisões
judiciárias, procurar o que é justo, os contratos devem ser executados fielmente;
os fracos como (mulheres, orfeões, escravos) devem ser protegidos.

2) A Sunna (tradição) é o conjunto dos actos, comportamentos e palavras de


Maomé, até dos seus silêncios, contados pelos seus discípulos, pode comparar-
se aos evangelhos dos cristãos, a relatação da vida de Jesus Cristo. Forma
feitas numerosas misturas destas acções de Maomé no decurso dos séculos
VIII e IX.
3) O `idjma (ou Ijima) é o acordo unânime da comunidade muçulmana. O
acordo dos doutores da lei é suficiente; não é preciso o da multidão dos
muçulmanos. O idjma é a interpretação e infazível e definitiva do alcorão e da
Sunna, os juízes nunca podem interpretar eles próprios estas duas fontes da lei,

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não podem conhecer senão o idjma. Esta obra doutrinal escrita nos séculos
VIII e IX da nossa era, é considerado pelos muçulmanos como a data na qual
terminou a possibilidade da interpretação da fonte lei revelada, desde então, a
doutrina é imutável, que pesou e continua apesar duramente sobre o direito
muçulmano.
4) O raciocínio por analogia é considerado também como uma fonte da lei
revelada, constitui tudo aquilo que pode ser deduzido do alcorão e da sunna
através do raciocínio. O qiyas serve para colmatar as lacunas das três outras
fontes.

8.2.1.1 As outras fontes do Direito

A religião muçulmana não admite outras fontes do direito se não as do figh. No


entanto, o costume e a legislação desempenharam e desempenham, sobretudo
actualmente um papel importante que se deve ter em conta.

a) O costume (Orf) é admitido tanto sob a forma de adaptação dos ritos, como,
muito simplesmente, por necessidade social. Existe na realidade uma
imensidade de costumes locais no vasto mundo islâmico.
b) A lei, no sentido ocidental do termo, existiu em todos os Estados muçulmanos;
são os qanoun, regulamentos promulgados pelos soberanos ou, nos Estados
modernos, adoptaram instituições Europeia as leis votadas pelo parlamento.
Estas leis são validas e obrigatórias desde que não contradigam a Char‟ia,
foram instituídos tribunais seculares para julgar as infracções aos qanoun em
certos países.

9 Evolução contemporânea do direito Muçulmano

Inicialmente no século X, o Figh é imutável, nada permite modificado. Apesar


disto, constitui um dos grandes sistemas de direito contemporâneo, prevalecendo
oficialmente a ser aplicado nos estados muçulmanos mais modernos. O Figh é
flexível e permite uma dada adopção á evolução política e social do mundo
muçulmano.16

16
ANDERSON, N. lei da reforma do mundo muçulmano, universidade de londres, londres, 1976.

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a) O direito muçulmano conte poucas disposições obrigatórias, que deixa uma
grande liberdade aos homens, pelo menos aos chefes de família. Existem por
consequências grandes possibilidades de adaptação no dominó dos contratos,
permitindo a introdução de numerosos princípios do direito comercial
moderno num mundo muçulmano desde que estes não sejam contrário á
char`ia.
b) As disposições regulamentares dos governantes, permite criar um direito laico
á margem do direito religioso. Os soberanos fizeram um uso moderado deste
direito durante séculos, mas, na maior parte dos Estados, recorreu-se a ele
intensamente no século XX. Contudo, foi assim, que numerosos Estados
muçulmanos promulgaram códigos expirados pelo direito Europeu, como a
Turquia Europeizou largamente o sistema jurídico, adoptando o código civil
Suíço em 1926.
c) A jurisdição tradicional do qadi, perdeu uma grande parte da sua importância
quando os juízes religiosos (qadi), gozavam da plenitude da jurisdição
possuindo muitas outras atribuições judiciais.
Os qadi tem sido progressivamente substituídos por juízes laicos, formados na
Europa, podiam julgar quer segundo o Figh quer segundo os qanous.
Apesar da ocidentalização, o direito muçulmano tradicional, esta longe da sua
extinção. A descolonização das ultimas décadas e o despertar politico e
económico do islão impedem actualmente a influencia dos sistemas jurídicos
ocidentais, mais duque Europeizar as suas instituições os muçulmanos
islamizam as instituições Europeias que lhes são úteis.

9.1 Documentos mais usados nos países Muçulmano


Os muçulmanos usam alguns documentos religiosos como base do seu direito;
podendo ser:

1) O alcorão (livro sagrado do islão constituídas por revelações de ALAH);


2) Hadith (relativo para o sentimento com o casamento);
3) Rito Hanifita (apresenta segundo, terceiro,..., decimo principio);
4) Rito Malekita (as questões em que se distinguem os Espanhóis da Escola de
Malic);
5) Tunisia (código do estatuto pessoal, decreto de 13 de Agosto de 1956).

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Conclusão

Pós o término trabalho o grupo conclui-o que o direito tradicional chinês é


caracterizado pela diferenciação das classes sociais, tendo cada uma, estatutos morais
e jurídicos próprios, e a importância da família como base das relações sociais as
classes privilegiadas que repugnam conhecer uma lei uniforme, vivem segundo os
códigos de honra, o povo estava submetido a um direito penal muito severo.

O li corresponde ao conjunto de regras sociais ao conjunto de regras morais as quais o


homem deve tender normalmente, dispensando processos e sendo suficientes para
harmonia entre as pessoas, enquanto o fa corresponde as ideias da escola das leis que
vê no homem uma natureza má, necessitando de leis, as mais severas possíveis.

Porém, o direito japonês na sua primeira fase encontrasse o confronto entre o li e o fa,
no segundo a desagregação do direito estatal e o fortalecimento dos senhorios, na
terceira fase observa-se uma rápida ascensão dos conceitos ocidentais do direito,
culminando com uma notória codificação sob influência alemã e francesa, além da
influência democrática americana.

Contudo, o sistema de direito muçulmano segundo profeta Maomé na sua pregação da


palavra Meca, a qual retomou pela guerra santa, não há portanto um direito autónomo,
mas uma face da religião assim como a teologia.

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Referências bibliográficas

1. Doutrina

ANDERSON, N. Lei da Reforma do Mundo Muçulmano, universidade de Londres,


Londres, 1976.

GILISSEN, John, Introdução histórica ao Estudo do Direito, Fundação Calouste


Gulbenkian, Lisboa, 1979.

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