Direito Asiatico
Direito Asiatico
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito
Nampula, 2018.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito
Nampula, 2018.
Índice
Resumo ..................................................................................................................... 2
1 Introdução .......................................................................................................... 2
2 DIREITO ASIATICO ........................................................................................ 3
3 Direito chinês ..................................................................................................... 3
3.1 Esboço histórico chinês ............................................................................... 3
4 Religião e filosofias do direito chinês ................................................................. 4
4.1 O “li” do confucianismo .............................................................................. 5
4.2 O fa dos legistas .......................................................................................... 6
5 Os códigos chineses ........................................................................................... 6
6 A china e os seus direitos ocidentais do século XIX e XX .................................. 7
7 O DIREITO JAPONES ...................................................................................... 9
7.1 Esboço histórico .......................................................................................... 9
8 DIREITO MUÇULMANO ............................................................................... 10
8.1 Religião e esboço histórico ........................................................................ 11
8.2 Char‟ia e Figh ........................................................................................... 12
8.2.1 As quatros fontes da Char‟ia............................................................... 13
9 Evolução contemporânea do direito Muçulmano .............................................. 14
9.1 Documentos mais usados nos países Muçulmano ...................................... 15
Conclusão ............................................................................................................... 16
Referências bibliográficas ....................................................................................... 17
Resumo
2
1 Introdução
Porém entende-se que dentro do sistema asiático encontra o sistema chinês é sistema
integrado a concepção filosófica do Confúcio, cujo seu esboço histórico este
remontado a trinta séculos da nossa era, mencionando-se também as religiões e
filosofias por elas relacionadas como o li do confucianismo e o fa dos legistas.
2
2 DIREITO ASIATICO
3 Direito chinês
Conservou-se como tal, quase imutável durante dois milénios (XX séculos), esse
sistema de direito baseia-se na face do direito de base filosófica que se apresenta
publicamente no respeito dos ritos (o li), apresentaram-se diversas atrocidades com
tendências de mudança de sistema, os soberanos com ajuda dos legistas tentaram
impor um sistema jurídico baseado estritamente na lei (o fa).
A China é um Império muito vasto, com fronteiras instáveis, entre os dois grandes
rios á volta do núcleo chinês, situam-se regiões mais ou menos submissas á China nas
diversas épocas. Podendo encontrar-se a Manchúria, a Mongólia ao Norte, o Sinquião,
o Tibete a Oeste. Para o Sul, a penetração Chinesa fez-se sentir na Indochina, na
Tailândia, na Malásia e na Indonésia.
No fim desta época por volta dos séculos VI-IV a.C., viviam os homens que mais
influenciaram a religião e o pensamento chinês: Lao-Tsé, Confúcio e Mêncio.
1
GILISSEN, John, Introduçãohistórica ao estudo do direito,fundaçãoCaloustegulbenkian, Lisboa,
1979. pg.108-109.
2
___________, Introduçãohistórica ao estudo do direito,fundaçãoCaloustegulbenkian, Lisboa, 1979.
pg.109.
3
No século VII começa o império médio, é um novo período de restauração da
unidade, realizado pela dinastia dos T´ang (618-907), antecedendo novas divisões e
novas invasões. A unidade restaurada no novo período é restabelecida pela dinastia
mongol dos Ming e depois pela dinastia manchu dos T´sing, o que levou o país a
conhecer uma estagnação e uma imobilidade tanto no plano económico-social e
político, que leva a decadência do regime imperial em 1912.Desde então, a china
torna-se uma República comunista em 1949.
3
GILISSEN, John, Introduçãohistórica ao estudo do direito,fundaçãoCaloustegulbenkian, Lisboa,
1979. pg.110.
4
Ainda, o soberano deve velar por uma harmonização constante do Homem e da
natureza, deve dar o exemplo das virtudes e procurar melhorar a existência material
do Homem, repartir equitativamente as terras e velar pela educação e pela instrução.4
O tauismo, é uma religião mística, que tem chefes e monges; tornou-se cada vês
mais arcaica pelos seus ritos e sacrifícios. Fundado por Lao-Tseu, que veio antes do
Confúcio, a sua obra, o Tauo-Te, é a via da virtude; Tauo é a via, a razão que governa
o mundo; os homens devem descobri-la pela meditação, pelo êxtase.5
O budismo, oriundo da índia por volta dos séculos III-II a.C., a sua influência
tornou-se considerável a partir do século V d.C.6
Essas regras de comportamento não são leis gerais, diferem de acordo com as
pessoas entre as quais existem relações. Entre os Homens há ritos próprios para cada
tipo de relações, na família, no clã, na sociedade.
5
Em princípio segundo os confucianistas, o li deve bastar para manter a ordem; é o
governo pelos homens. Mas desde muito cedo teve de se admitir que as regras do li
não podiam, por se só, bastar em relação a todos os homens. 7
Para o povo, são necessárias leis, sobretudo leis penais severas, o fá. Tal é a ideia
desenvolvida pelos legistas da escola da lei (fa-kia), da época da dinastia dos ch`in,
diziam eles, os conflitos entre os homens são inevitáveis; é preciso submeter os
homens a lei e castigar as infracções com penas severas, as mais cruéis possíveis, para
os intimidar.
A sociedade chinesa está, desde então, dividida em quatro (4) classes estritamente
hierarquizada: os funcionários, os letrados, os camponeses, os artesãos, os
comerciantes. Todos os homens estão submetidos aos homens da classe superiores;
mas em cada classe a família e o clã continuam a ser a base da organização social e
judiciária. O li constituiu o sistema geral; mas para o “povo comum”, eram
necessárias leis; assim, os funcionários letrados escaparam normalmente as leis panas;
mesmo que eles tivessem de ser punido, podiam sempre redimir a sua pena.
5 Os códigos chineses
7
GILISSEN, John, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa,
1979. pg.110-111.
8
_________, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa, 1979.
pg.111-112.
6
elementos das recolhas mais antigas. Alguns desses códigos, por exemplo o Tsin-liu,
de 268 d.c, ou os mais recentes, os códigos dos T`sing de 1646 e de 1740, contam
mais de 150 artigo, contendo a enunciação de mais de 2000 infracções. As penas são
severas: a morte, a deportação, aos trabalhos forçados, as chicotadas e bastonadas.
Entre os crimes mais graves figuram a insubordinação filiar, pós ofende a autoridade
do chefe de família. 9
7
O novo regime anulou todas as leis antigas para suprimir quaisquer influências
do feudalismo e burguesia. Instaurou um sistema jurídico baseado na lei; para
os chineses é uma vitória do fa, da concepção legista.
11
GILISSEN, John, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa,
1979. Pg.114.
8
china a Assembleia Popular Nacional é unicameral. Preparada a partir de 1970, uma
nova constituição promulgada em 1975, muito mais breve que a primeira (30 artigos
em vez de 106), visou uma simplificação das estruturas do Estado, o Partido
Comunista Chinês é agora expressamente mencionado; onde todos os poderdes dos
Estados são inseridos, doravante, sob a direcção do Partido. 12 Uma terceira
constituição foi adoptada em 1978, depois da morte de Mao e da exclusão dos homens
da Revolução Cultural, difere muito pouco de 1975.
7 O DIREITO JAPONES
No primeiro período, cerca de 600 a cerca de 850 da nossa era, o direito japonês
modelou-se sobre o direito da china; o segundo período, que durara ate 1868, foi o de
um feudalismo que apresentava numerosas semelhanças com o feudalismo da Europa
Ocidental; mas o sistema jurídico japonês continua ser influenciado pela china. Por
fim desde 1868 o direito japonês ocidentaliza-se rapidamente.14
O Japão é budista, o budismo importado da china nos séculos VI e VII da nossa era.
12
REPUBLICA POPULAR DA CHINA, constituicao da republica (1975),..., art.2 e 16.
13
GILISSEN, John, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa,
1979. Pg.116-117.
14
R.ISHII, (japao), in GILISSEN (ed.), introducao bibliografica japonesa, 13a edicao, bruxela, 1964.
9
(uma sombra muda), condenada a uma espécie de reclusão perpétua. O poder passa
para as mãos do shogun e dos dae-mio, formam assim uma casta militar dominando
uma hierarquia de vassalo e sob vassalo.
Durante a época do EDO (1600-1868) havia, uma actividade legislativa por parte
de certos dai-myo, apenas para os seus domínios. Havia também jurisdições civis, um
tribunal superior denominado hyojosho, cujas decisões encontram-se escritas.
8 DIREITO MUÇULMANO
10
Com o Direito Hindu, o Direito Muçulmano é o direito de grupo religioso, e não o
Direito de um Povo ou de um País 15.
Este povo religioso conta mais de 400 Milhões de fiéis, repartidos por mais de 30
países: mais de 100 milhões em África (Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia, Egipto e
uma parte importante das populações negras imediatamente ao Sul de Sara), mais de
60 milhões no Próximo Oriente (Arábia Saudita, Síria, Iraque, Turquia e também na
Europa, a Albânia), mais de 200 milhões no Sul e no Centro da Ásia (Irão, Turquestão,
e algumas outras Republicas da União Soviética, Afeganistão, Paquistão, Bangladesh,
Arquipélago Malaio, Samatra).
A religião islâmica surge na Arábia no século VII d.C. até então, a religião da
Arábia é um Animismo Politeísta que envolve para o monoteísmo, nomeadamente sob
a influência das religiões de regiões próximas, o Judaísmo e o Cristianismo. O Deus
Árabe por excelência é Al jlah (donde, alá), o guardião das ordens moral.
Maomé ( 571 a 632), comerciante que se tornou pregador, luta por seu lado contra
o Politeísmos e os velhos ídolos, perseguido, teve de fugir da sua cidade, Meca em
622; é a data da Hégira (= fuga), que marca o inicio da era Muçulmana. Como chefe
de um grupo, Maomé reconquista Meca pela „Guerra Santa‟, ao mesmo tempo que
organiza a comunidade religiosa do Islão.
15
GILISSEN, John, Introdução histórica ao estudo do direito, fundação Calouste gulbenkian, Lisboa,
1979. Pg. 117 a 118.
11
O islamismo não possui diversas obrigações rituais, ou seja, há poucas obrigações
rituais:
Graças aos sucessores de Maomé, o islão conheceu uma extensão muito rápida, os
califas (vigários), conquistaram a síria, Egipto, o maghreb, a Espanha e a Gália, a
pérsia, o turquestão, e a lastrando-se a índia e a indonésia. Os grandes impérios
muçulmanos dominaram no século VIII e IX da nossa eram; os Abássidas mantêm o
poder em Bagdade ate ao século VIII. Dos séculos VIII a XIX, o império turco
domina uma grande parte do mundo muçulmano.
O direito muçulmano não é uma ciência autónoma, mais uma das faces de religião.
Esta compreende a teologia (que fixa os dogmas, aquilo em que o muçulmano deve
acreditar) e a Char‟ia , que prescreve aos crentes o que devem ou não fazer.
12
Os muçulmanos concebem a ciência do direito coma árvore: as 4 fontes são as
raízes, a lei revelada e o tronco, os ramos constituem as soluções especiais deduzidas
da lei revelada.
O alcorão não se deve confundir como um livro de direito porque não é, mas é
uma mistura de história sagrada e profana, de máxima filosóficas, de regras
respeitante aos rituais. Apenas um décimo dos versículos pode ser utilizado pelos
doutores das leis Wigh. Abordam concretamente de decisões que dizem respeito a
casos especiais, nomeadamente em matérias de sucedem-na maior parte dos casos
as sanções são penas sobrenaturais, com tudo, o inferno.
13
não podem conhecer senão o idjma. Esta obra doutrinal escrita nos séculos
VIII e IX da nossa era, é considerado pelos muçulmanos como a data na qual
terminou a possibilidade da interpretação da fonte lei revelada, desde então, a
doutrina é imutável, que pesou e continua apesar duramente sobre o direito
muçulmano.
4) O raciocínio por analogia é considerado também como uma fonte da lei
revelada, constitui tudo aquilo que pode ser deduzido do alcorão e da sunna
através do raciocínio. O qiyas serve para colmatar as lacunas das três outras
fontes.
a) O costume (Orf) é admitido tanto sob a forma de adaptação dos ritos, como,
muito simplesmente, por necessidade social. Existe na realidade uma
imensidade de costumes locais no vasto mundo islâmico.
b) A lei, no sentido ocidental do termo, existiu em todos os Estados muçulmanos;
são os qanoun, regulamentos promulgados pelos soberanos ou, nos Estados
modernos, adoptaram instituições Europeia as leis votadas pelo parlamento.
Estas leis são validas e obrigatórias desde que não contradigam a Char‟ia,
foram instituídos tribunais seculares para julgar as infracções aos qanoun em
certos países.
16
ANDERSON, N. lei da reforma do mundo muçulmano, universidade de londres, londres, 1976.
14
a) O direito muçulmano conte poucas disposições obrigatórias, que deixa uma
grande liberdade aos homens, pelo menos aos chefes de família. Existem por
consequências grandes possibilidades de adaptação no dominó dos contratos,
permitindo a introdução de numerosos princípios do direito comercial
moderno num mundo muçulmano desde que estes não sejam contrário á
char`ia.
b) As disposições regulamentares dos governantes, permite criar um direito laico
á margem do direito religioso. Os soberanos fizeram um uso moderado deste
direito durante séculos, mas, na maior parte dos Estados, recorreu-se a ele
intensamente no século XX. Contudo, foi assim, que numerosos Estados
muçulmanos promulgaram códigos expirados pelo direito Europeu, como a
Turquia Europeizou largamente o sistema jurídico, adoptando o código civil
Suíço em 1926.
c) A jurisdição tradicional do qadi, perdeu uma grande parte da sua importância
quando os juízes religiosos (qadi), gozavam da plenitude da jurisdição
possuindo muitas outras atribuições judiciais.
Os qadi tem sido progressivamente substituídos por juízes laicos, formados na
Europa, podiam julgar quer segundo o Figh quer segundo os qanous.
Apesar da ocidentalização, o direito muçulmano tradicional, esta longe da sua
extinção. A descolonização das ultimas décadas e o despertar politico e
económico do islão impedem actualmente a influencia dos sistemas jurídicos
ocidentais, mais duque Europeizar as suas instituições os muçulmanos
islamizam as instituições Europeias que lhes são úteis.
15
Conclusão
Porém, o direito japonês na sua primeira fase encontrasse o confronto entre o li e o fa,
no segundo a desagregação do direito estatal e o fortalecimento dos senhorios, na
terceira fase observa-se uma rápida ascensão dos conceitos ocidentais do direito,
culminando com uma notória codificação sob influência alemã e francesa, além da
influência democrática americana.
16
Referências bibliográficas
1. Doutrina
17