Evolução Das Teorias Das Organizações Abordagem Clássica Das Teorias Das Organizações
Evolução Das Teorias Das Organizações Abordagem Clássica Das Teorias Das Organizações
Evolução Das Teorias Das Organizações Abordagem Clássica Das Teorias Das Organizações
Com a revolução industrial iniciada em Inglaterra, nos meados do século XVIII, grandes
transformações se vão operar na sociedade, ciência, tecnologias, matérias-primas,
fontes de energia utilizadas e, logicamente, no âmbito das organizações.
Partindo do princípio que existe uma identidade entre o que é produzido pelo factor de
produção «trabalho» e o que este recebe como contrapartida salarial, Taylor privilegia
a análise do contexto do trabalho assente numa racionalidade instrumental que associa
meios e fins ligados a execução de tarefas. Daí decorre a importância central que existe
no estudo do processo de trabalho que conforma o funcionamento das organizações. O
estudo sistemático e aprofundado dos movimentos, tempos, gestos e pausas do
trabalho, nos estritos limites em que este actua como função de produção na execução
de tarefas, é elucidativo. Na medida em que se optmiza o estudo dos movimentos,
tempos, gestos e pausas do operário, se mede e estandardiza o tempo padrão
necessário para a execução de cada tarefa o peso constrangedor do cronómetro vai
erradicar do processo de trabalho, todos os gestos, pausas e movimentos inúteis dos
operários. Obviamente que o tempo padrão deduzido pelo «cronómetro» de Taylor
estava também associado a um conjunto de contingências excepcionais aquando do
estudo do processo de trabalho. Em primeiro lugar existia a necessidade da escolha de
um grupo de operários que tivessem a habilidade e a identidade exigida pelo próprio
estudo. Em segundo lugar, subsistia um imperativo de padronização circunscrita a uma
racionalidade sempre reversível e sistemática, de forma a permitir que todas as
interacções e arranjos organizacionais envolvendo máquinas, materiais, instrumentos
de trabalho e o ambiente físico, no espeço-tempo em que decorria o estudo do processo
de trabalho e execução de tarefas, fossem plenamente viabilizados.
No entanto, na sua perspectiva, são princípios de caracter universal que devem informar
uma administração científica em qualquer organização:
4- Função de segurança - esta função tem por objectivo proteger as pessoas e os bens
de todas as eventualidades de roubo, incêndio ou de inundação, de evitar greves ou
atentados que possam desestabilizar a ordem social inerente ao funcionamento interno
das empresas.
Fayol tem uma percepção distinta dos conceitos de organização e administração. Esta
última tem uma maior amplitude de acção nas empresas, na medida em que abrange
as funções de planeamento, controlo, coordenação e comando que não se integram nas
funções estritas da organização. Qualquer administrador, na sua perspectiva, deverá
conhecer e aplicar de forma idónea e racional as 5 funções de administração:
Planeamento, organização, comando, coordenação e controlo.
2- Organização - Organizar uma empresa significa reunir tudo o que é útil para o seu
funcionamento: matérias-primas, meios de trabalho, capitais e pessoal. Trata-se de
organizar o corpo social da empresa nas suas 6 estruturas essenciais, por forma a
permitir a execução de todas as operações que lhe são subjacentes. No fundo a
organização consiste na construção de uma estrutura para o corpo social da empresa,
com uma unidade de comando, uma clara definição de responsabilidades, e a exigência
de uma grande formação e selecção dos gestores que dirigem a administração.
Na sua explicitação e aplicação prática não deveriam subsistir mecanismos rígidos. Para
cada empresa, cada situação e sector, haveria sempre que utilizar uma certa
maleabilidade instrumental na experimentação e adopção dos princípios gerais. Os
princípios gerais de administração serviam como modelo interpretativo e explicativo do
funcionamento racional das organizações. Por outro lado, permitiam que os
administradores extraíssem deles os ensinamentos indispensáveis para se orientarem
e aplicarem como método de governação e de gestão do corpo social da empresa.
10- Ordem - Um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar é o princípio da ordem
material.
13- Iniciativa - conceber um plano e assegurar que o seu êxito é uma das maiores
satisfações que um homem inteligente pode ter. Para todo pessoal que trabalha numa
empresa, a iniciativa dada a cada agente consiste na liberdade de propor e executar as
tarefas de forma a estimular a sua criatividade humana.
14- União do pessoal - constitui um espírito de corpo.
Princípios da burocracia:
1- As pessoas livres deverão obedecer aos deveres objectivos das suas funções....
5- ..a qualificação profissional (de forma racional): são nomeados (não eleitos) segundo
uma qualificação profissional revelada por um exame e atestado por diploma...
6- ... são pagos de acordo com vencimentos graduados segundo o nível hierárquico e
as responsabilidades assumidas... têm direito à reforma...
10- ... são submetidos a uma disciplina homogénea e restrita à sua função bem como a
um controlo.
As abordagens clássicas elaboradas por Frederick Taylor, Henri Fayol e Max Weber,
foram fundamentalmente um contributo histórico baseado em análises e estudos sobre
a racionalidade do comportamento humano nas organizações. Elas emergem num
contexto perpassado pela arbitrariedade dos métodos de gestão, do empirismo e
discricionariedade do exercício da autoridade no funcionamento das organizações,
nomeadamente no domínio da execução das tarefas e funções que eram relevantes
para as empresas da sociedade capitalista dos finais do século XIX e princípios do
século XX.
Para Weber, a acção social de tipo ideal, que estava mais enquadrada na eficiência das
organizações modernas capitalistas, é desenvolvida de forma racional relativamente a
determinados fins e valores específicos. A racionalidade dessa acção social deduzida
da identidade entre os meios e os fins das empresas capitalistas é passível de
padronizar, por forma a maximizar a sua rentabilidade e eficiência.
As teorias clássicas preconizam que existe um conjunto de normas, uma melhor forma
para as empresas se estruturarem e operarem, tendo para isso que recorrer a um poder
legitimado, através de normas pela autoridade de gestão. As organizações são
entidades racionais, colectividades que consistentemente perseguem objectivos
racionais, pelo que as pessoas são motivadas somente por factores económicos.
Uma política de relações humanas devia contribuir para: a harmonização destes dois
modos de integração; a formação das chefias quanto aos estilos de liderança; a
definição das zonas de participação nas decisões e incremento das comunicações e
informais. Para Elton Mayo, Roetilsberger, W. F. White, da Escola das Relações
Humanas, uma liderança de «estilo liberal» levaria a um melhor «clima social» e a um
acréscimo da produtividade.
BIBLIOGRAFIA
Cunha, Pina e; Rego, Arménio et al (2007), Tempos Modernos - Uma história das
Organizações e da Gestão, Edições Sílabo, 1ªEdição.