Vestibular 2015
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DESAFIO À SOBREVIVÊNCIA
TEXTO II
PLANETA ÁGUA
Guilherme Arantes
1. No último parágrafo do texto I, o autor diz que "nossos governantes devem aprender a fórmula H 2O para entender
que na torneira a composição é outra". A que composição ele se refere?
a) Ele se refere ao fato de a água na torneira ser tratada com cloro.
b) Ele se refere ao fato de a água na torneira passar por diversos tratamentos químicos até estar apta para consumir.
c) Ele se refere ao fato de a água na torneira estar contaminada, com sua composição alterada, inadequada.
d) Ele se refere ao fato de a água na torneira estar apropriada para consumo.
2. No último parágrafo do texto I, afirma-se: "Água é vida. Qual verso do texto II que, ao tratar dessa temática,
comprova tal afirmativa.
a) "Que levam a fertilidade ao sertão"
b) "São as mesmas águas que encharcam o chão"
c) " Alegre arco-íris sobre a plantação"
d) " Água que o sol evapora pro céu vai embora"
4. As orações que se escolhe têm um importante papel na construção do sentido dos períodos que formam uma
mensagem. Partindo dessa premissa, responda: Que tipo de oração foi enfaticamente usado, no texto II, para
caracterizar a água?
a) Foi enfaticamente usada a oração subordinada adjetiva (explicativa).
b) Foi enfaticamente usada a oração subordinada adjetiva (restritiva).
c) Foi enfaticamente usada a oração subordinada adverbial (consecutiva).
d) Foi enfaticamente usada a oração subordinada substantiva (apositiva).
5. De acordo com a resposta anterior. Que importância teve tal escolha para a construção do sentido desse texto?
a) Essa estrutura sintática explica, no plano semântico, os vários sentidos da substância vital.
b) Essa estrutura sintática demonstra as consequências da ação do homem.
c) Essa estrutura sintática concretiza, no plano semântico, os vários atributos/características da substância vital para
a existência humana na Terra.
d) Essa estrutura sintática exemplifica, no plano semântico, o percurso da substância vital para a existência humana
na Terra.
6) Leia o trecho do texto 1: "Os governantes juram ser ecologistas desde a mais tenra idade, mas aprovam leis do
barulho... Qual a relação de sentido estabelecida pela conjunção MAS? Como ficaria a oração ao reescrever o
fragmento, substituindo a conjunção MAS por um conector de valor concessivo?
a) oposição/ Os governantes juram ser ecologistas, desde a mais terna idade, embora aprovem leis do barulho...
b) adição/ Os governantes juram ser ecologistas, desde a mais terna idade, pois aprovam leis do barulho...
c) consecutiva/ Os governantes juram ser ecologistas, desde a mais terna idade, entretanto aprovam leis do
barulho...
d) alternativa/ Os governantes juram ser ecologistas, desde a mais terna idade, contudo aprovam leis do barulho...
7. O emplasto
Um dia de manhã, estando a passear na chácara, 3pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro.
Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais 1arrojadas cambalhotas. Eu deixei-me estar a
contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, 4até tomar a forma de um X: decifra-me
ou devoro-te.
Essa ideia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondríaco, destinado
a aliviar a nossa melancólica humanidade.
6
Na petição de privilégio que então redigi, chamei a atenção do governo para esse resultado, verdadeiramente
cristão. Todavia, não neguei aos amigos as vantagens pecuniárias que deviam resultar da distribuição de um produto
de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora, porém, que estou cá do outro lado da vida, posso confessar 7tudo: o que
me influiu principalmente foi o gosto de 9ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas e, enfim, nas
caixinhas do remédio, 8estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do
cartaz, do foguete de lágrimas. Talvez os 11modestos me arguam esse defeito; fio, porém, que esse talento me 10hão
de reconhecer os 12hábeis. Assim, 5a minha ideia trazia duas faces, como as medalhas, uma virada para o público,
outra para mim. De um lado, filantropia e lucro; de outro, 2sede de nomeada. Digamos: — amor da glória.
Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava dizer que o amor da glória temporal era a perdição das almas,
que só devem cobiçar a glória eterna. 13Ao que retorquia outro tio, oficial de um dos antigos terços de infantaria, que o
amor da glória era a coisa mais verdadeiramente humana que há no homem e, consequentemente, a sua mais
genuína feição.
Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto ao emplasto.
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Obra completa, v. I. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992, p.
514-5 (com adaptações).
Com relação ao texto acima, à obra Memórias Póstumas de Brás Cubas e a aspectos por eles suscitados, julgue os
itens subsequentes em (V) para verdadeiro e (F) para falso:
( ) O compromisso do narrador com a verdade dos fatos, honestidade decorrente da vida além-túmulo, e o seu
interesse pela ciência e pela filosofia aproximam a narrativa de Memórias Póstumas de Brás Cubas da forma de
narrar do Naturalismo, ou seja, da descrição objetiva da realidade.
( ) As “arrojadas cambalhotas” (ref. 1) da ideia inventiva de Brás Cubas relacionam-se à forma como Machado de
Assis compôs esse romance, no qual o narrador intercala a narrativa de suas memórias com divagações acerca de
temas diversos, o que produz constante vaivém na condução do enredo.
( ) A narrativa das diferentes faces de uma mesma ideia expressa a singularidade do realismo machadiano, que
ultrapassa as convenções realistas — focadas em desvelar as razões econômicas das causas humanitárias — e
alcança dimensão mais profunda: a de desnudar o cinismo com que filantropia e lucro são reduzidos a caprichos
do defunto autor em sua “sede de nomeada” (ref. 2).
( ) A partir de Memórias Póstumas de Brás Cubas, o conjunto da obra machadiana divide-se em duas fases: a
primeira é constituída por obras em que o foco narrativo é em terceira pessoa e o tema revela interesse pela sorte
dos pobres, como em Helena, por exemplo; a segunda é formada de obras construídas a partir da perspectiva do
narrador-personagem associado à classe dominante local, a exemplo de Dom Casmurro.
( ) No trecho “pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro” (ref. 3), a combinação dos pronomes
“se” e “me” exemplifica a variante padrão da língua portuguesa à época do texto. No que se refere ao português
contemporâneo, uma estrutura equivalente que manteria a ênfase no sujeito da oração e a correção gramatical
seria a seguinte: uma ideia pendurou-se no trapézio que eu tinha em meu cérebro.
( ) Se considerada a noção de signo linguístico no trecho “até tomar a forma de um X: decifra-me ou devoro-te” (ref.
4), observa-se uma relação não arbitrária entre o significado de “X” e o seu significante, assim como acontece com
o signo “ideia” no trecho “a minha ideia trazia duas faces, como as medalhas” (ref. 5).
( ) No trecho “Na petição de privilégio que então redigi” (ref. 6), o pronome tem a função de complemento do verbo.
( ) O termo “tudo” (ref. 7) especifica e resume as ideias evocadas na estrutura após o sinal de dois-pontos.
( ) O termo “estas três palavras” (ref. 8) é complemento direto de “ver” (ref. 9) e sintetiza o termo coordenado que
antecede essa expressão.
( ) Em “hão de reconhecer” (ref. 10), o verbo auxiliar denota tempo futuro e de obrigatoriedade de ação, o que
ratifica, no nível estrutural, a oposição postulada pelo autor entre “modestos” (ref. 11) e “hábeis” (ref. 12).
( ) No texto, o vocábulo “sede” (ref. 2) significa ânsia, desejo e distingue-se de sede, local onde funciona a
representação principal de firma ou empresa. No que se refere a esses dois vocábulos, o acento tônico é o recurso
da língua com capacidade de discriminar os significados distintos.
( ) No trecho “Ao que retorquia outro tio, oficial” (ref. 13), observa-se oração adjetiva como elemento modificador do
aposto, que inicia o período.
I. Quando filiado a uma ordem religiosa, Brás contrariou sua natureza interesseira e sentiu-se verdadeiramente
recompensado ao diminuir a desgraça alheia.
II. Baseado na constatação de que, ao olhar para o próprio nariz, o indivíduo deixa de invejar o que é dos outros,
Brás teoriza sobre a utilidade da ponta do nariz para o equilíbrio das sociedades.
III. A teoria do Humanitismo de Quincas Borba foi fundamentada no episódio da borboleta negra, que morreu nas
mãos do protagonista por não ser azul e bela.
IV. A idealização das personagens é um traço significativo do romance.
V. Constata-se, na narrativa, uma ruptura com os lugares-comuns que caracterizavam a linguagem no Romantismo.
VI. No romance, destaca-se a presença de um narrador que é também o protagonista da história e que se apresenta
como defunto autor.
9. Para responder à questão, leia o fragmento do romance "O cortiço", de Aluísio Azevedo e as afirmativas que
seguem. Avalie em (V) verdadeiro ou (F) falso e assinale a alternativa correspondente:
E maldizia soluçando a hora em que saíra da sua terra; essa boa terra 1cansada, velha como que 2enferma; essa boa
terra tranquila, sem sobressaltos nem desvarios de juventude. Sim, lá os campos eram 3frios e melancólicos, de um
verde alourado e quieto, e não ardentes e esmeraldinos e afogados em tanto sol e em tanto perfume como o deste
inferno, onde em cada folha que se pisa há debaixo um réptil venenoso, como em cada flor que desabotoa e em cada
moscardo que adeja há um vírus de lascívia. Lá, nos saudosos campos da sua terra, não se ouvia em noites de lua
clara roncar a onça e o maracajá, nem pela manhã ao romper do dia, rilhava o bando truculento das queixadas, lá
não varava pelas florestas a anta feia e terrível, quebrando árvores; lá a sucuruju não chocalhava a sua campainha
fúnebre, anunciando a morte, nem a coral esperava traidora o viajante descuidado para lhe dar o bote certeiro e
decisivo; 4lá o seu homem não seria anavalhado pelo ciúme de um capoeira; 5lá Jerônimo seria ainda o mesmo
esposo casto, silencioso e meigo; seria o mesmo lavrador triste e contemplativo como o gado que à tarde levanta
para o céu de opala o seu olhar humilde, compungido e bíblico.
( ) A diferença entre a velha e a nova terra é marcada pela força da natureza que transforma a vida e o
comportamento do homem.
( ) Expressões como "cansada", "enferma", "frios e melancólicos", nas referências 1, 2 e 3 respectivamente,
assumem uma conotação positiva para a mulher de Jerônimo, ao definirem o espaço da felicidade perdida na velha
terra.
( ) As ações dos animais, pintadas com os tons fortes do Naturalismo, narram os perigos que Jerônimo e sua mulher
vivem na selva.
( ) A expressão "lá", nas referências 4 e 5, indica o espaço das virtudes do marido, da paz doméstica e de uma vida
simples e tranquila.
a) V, V, F,V.
b) F,V, F, V.
c) V,V, V, V.
d) F,F, F, V.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Fonte: http://www.progresso.com.br/caderno-a/brasil-mundo/brasil-pode-enfrentar-falta-de-agua
GUERRAS DA ÁGUA
A primeira guerra
Lagash vs Umma, Suméria, 2.500 a.C.
A primeira guerra causada pela disputa por água aconteceu às margens do Rio Eufrates, região onde fica o Iraque.
Urlama, rei da cidade-estado de Lagash, desvia o curso do rio e deixa outra cidade-estado, Umma, sem água.
Água gelada
China vs Tibet, 1950
Em 1950, a China invadiu o Tibet, em parte para garantir o controle das águas armazenadas nas geleiras do
Himalaia. Atualmente, pretende canalizar a água até o Rio Amarelo. O projeto pode alterar o fluxo de água nos rios
de vários países e aumentar a tensão na região, já bastante instável politicamente.
Guerra civil
Sudão, 1963 até os dias de hoje
A falta de água foi um dos fatores que impulsionaram o conflito que matou mais de duas milhões de pessoas. A
guerra civil no país, agora separado entre Sudão e Sudão do Sul, foi provocada por vários elementos, políticos,
sociais e econômicos, mas pesquisadores da Universidade de Columbia apontam a água como um dos principais
motivos.
Quase guerra
Turquia, 1998
Em 1998, Síria e Turquia quase entraram em guerra por causa da água. Em 2003, as tensões voltaram a surgir
quando os Estados Unidos invadiram o Iraque. Nos bastidores, houve uma dura disputa entre turcos, curdos e as
forças americanas sobre como seria feita a coleta e distribuição da água dos rios Tigres e Eufrates.
(Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/as-batalhas-da-agua>. Acesso em: 19 out. 2012)
O Brasil pede água
O país tem chuvas abundantes, os maiores rios do mundo, a maior quantidade de mananciais do
mundo, litoral extenso – e vive sob o espectro de falta de água e energia. O que fazer para sair
dessa?
A seca em São Paulo veio unir-se a problemas crônicos do Brasil. Alguns são naturais, como a falta
d’água em Estados com áreas semiáridas, como Ceará, Piauí, Paraíba, Alagoas, Bahia, Rio Grande
do Norte e parte de Minas Gerais. Outros problemas não são tão naturais, como a contaminação dos
rios usados para o abastecimento, resultado da falta de tratamento de esgoto e saneamento básico.
Na região Norte, somente 13% dos domicílios têm acesso a rede coletora de esgoto. A situação é
crítica. No Pará, a falta de saneamento multiplica, talvez por dez, a incidência de doenças”, afirma
Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil, uma organização dedicada a promover o
saneamento. Essa situação é mais crítica no Norte, mas o problema está disseminado pelo país,
incluindo as capitais mais ricas. Num ranking de saneamento calculado pelo Banco Mundial, o Brasil
fica num vergonhoso 112º lugar entre 200 nações.
Uma pesquisa da Agência Nacional de Águas (ANA) feita no ano passado encontrou água “ruim” ou
“péssima” em 44% dos pontos de coleta em cidades no país. Tratá-la e torná-la adequada ao
consumo fica mais caro e demorado, quando não inviável. Ela está contaminada principalmente com
esgoto doméstico, consequência previsível das estatísticas: quatro em cada dez moradores das
cidades brasileiras não contam com saneamento básico (fora das cidades, a situação é ainda pior –
mais da metade dos brasileiros não tem saneamento).
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/03/o-brasil-pede-baguab.html
Para realizar a proposta, você deverá construir uma DISSERTAÇÃO, demonstrar domínio da
norma culta da língua, mobilizar diversas áreas do conhecimento, ou seja, seu conhecimento de
mundo, para desenvolver o tema, respeitando a estrutura do texto dissertativo-argumentativo,
levar em consideração os textos apresentados na coletânea, levantar argumentos bem
fundamentados com base em fatos, informações, opiniões e exemplificações que levem seu texto
a ir além do senso comum e a realizar uma crítica análise da problemática imposta. "Políticas
públicas e a crise da água no Brasil"