Direito Administrativo Oab 2020 1 Fase A 1603834051

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípios da Administração Pública


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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Na disciplina Direito Administrativo, trabalha-se com o Direito Público, ou seja, segue-se


a ideia de supremacia do interesse público.
Nesse sentido, é importante compreender melhor os princípios da Administração Pública.
Por exemplo: no princípio da legalidade no Direito Privado, entende-se que todo indivíduo é
livre e pode fazer qualquer coisa, a não ser que a lei o impeça; já no Direito Administrativo, o
indivíduo só pode fazer aquilo que a lei permite. É livre, por exemplo, o exercício de qualquer
profissão, atendendo aos requisitos que a lei estabelecer. Se for ser motorista de aplicativo,
o Código de Trânsito exige que a pessoa tenha carteira de motorista e, portanto, pelo
menos 18 anos. No caso de advogados, há o requisito de ser aprovado no exame da OAB,
diferentemente de outras carreiras em que, concluindo a faculdade, já é possível trabalhar.
Entre os princípios da Administração Pública, existem princípios explícitos (dispostos
em lei) e princípios implícitos (aqueles que não estão elencados explicitamente na lei, mas
parte-se do pressuposto de que fazem parte dela).

Princípios explícitos: dispostos no art. 37 da Constituição Federal (LIMPE – legalidade,


impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência); na Lei de Processos Administrativos –
Lei n. 9.784/1999 e na Lei e Licitações – Lei n. 8.666/1993.

Princípios implícitos: não estão dispostos em lei, mas entende-se que fazem parte
dela. Por exemplo: se alguém deseja ter filhos (princípio explícito), parte-se do pressuposto
(princípio implícito) de que vai cuidar deles, arcar com custos de educação etc.
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

O princípio da legalidade é o postulado basilar dos Estados de direito. A rigor, é dele


que decorre a própria qualificação de um estado como de direito; todos estão sujeitos ao
império da lei e ninguém, nem os particulares, nem os agentes públicos, pode agir de modo
a contrariar o ordenamento jurídico (ALEXANDRINO, 2017).
ANOTAÇÕES

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PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

Tal princípio é baseado no dever de conformidade aos interesses públicos.


Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade está relacionado ao princípio
da finalidade (atender ao interesse da coletividade, prestar serviços sem privilégios).
Celso Antonio Bandeira de Mello liga a impessoalidade ao princípio da isonomia, que
determina tratamento igual a todos perante a lei.
José Afonso da Silva relaciona a impessoalidade à imputação, por agirem os servidores
consoante a vontade e em nome da Administração; logo, seus atos são imputados ao Poder
Público (e não ao agente). Por exemplo: quando um estudante recém-formado chega na
secretaria da faculdade, não quer ser atendido pelo João ou pela Maria, mas quer que a
faculdade entregue o seu diploma.
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Obs.: É vedada a promoção pessoal dos agentes públicos.

PRINCÍPIO DA MORALIDADE

A Lei n. 9.784/1999 trata a moralidade em seu art. 2º, IV, descrevendo que o administrador
deve ter uma “atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”.
A improbidade administrativa está ligada à imoralidade, mas é uma imoralidade
qualificada, relacionada ao serviço público.

Instrumentos que visam combater a imoralidade administrativa

a. Ação popular: Art. 5º, LXXIII, CF – “qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.” Por exemplo: se o prefeito de determinada cidade nomeou a esposa para ser
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chefe de determinado departamento de saúde sem concurso público, tal conduta seria imoral
e é possível ajuizar ação popular para anular esse ato administrativo.
b. Lei n. 8.429/1992: é a Lei da Improbidade Administrativa, que visa a combater o
enriquecimento ilícito e atos que atentem contra os princípios da Administração Pública.
ANOTAÇÕES

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c. Súmula Vinculante n. 13: é a normativa que trata do nepotismo. Se há nomeação


para cargo político, ainda que seja familiar de determinada autoridade, não se trata de
nepotismo; já se o cargo é técnico, sim.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Se trata-se de Direito Público, ou seja, de interesse da coletividade, as pessoas têm o


direito de saber quanto custou um estádio, quanto a Administração Pública está pagando em
um contrato de licitação etc.
O art. 5º, inciso XXXIII da CF estabelece que todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei (Lei de Acesso à Informação), sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
O art. 5º, inciso LX da CF ressalta que a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. Por exemplo: se
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um repórter for a uma delegacia de polícia e o delegado informar sobre uma operação que
será feita no dia seguinte, citando, inclusive, os nomes das pessoas que serão presas, o ato
não deveria ter sido mencionado naquele momento, uma vez que as pessoas que seriam
presas poderiam fugir se fossem informadas antes da operação, sendo razão de interesse
público para restringir a publicidade do ato.

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

Esse princípio não constava no texto original da Constituição Federal de 1988. Somente
na década de 1990, com a aprovação de emenda constitucional, a eficiência foi considerada
princípio da Administração Pública na proposta do então Presidente, Fernando Henrique
Cardoso, de desestatização, diminuição do Estado e enxugamento da máquina pública.
ANOTAÇÕES

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PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS NA LEI N. 9.784/1999 (PROCESSOS


ADMINISTRATIVOS)

Na Lei n. 9.784/1999, que regulamenta os processos administrativos no âmbito da


Administração Pública Federal, estão explícitos alguns princípios da Administração Pública,
como legalidade, moralidade e eficiência que aparecem na Constituição Federal, e outros
princípios como:

• Interesse público.
• Finalidade: sempre deve haver uma finalidade pública.
• Motivação: o ato administrativo precisa ser motivado, visando a uma finalidade pública.
A Lei de Processos Administrativos possui muita relação com os atos administrativos
que serão abordados em aulas posteriores.
• Razoabilidade e proporcionalidade: para compreender esses princípios, pode-se
considerar a hipótese de um Procurador da República chegar a uma reunião com
atraso de. Considerando a falta funcional, aplica-se a ele uma demissão. Nesse
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caso, não haveria razoabilidade e proporcionalidade na decisão. Outra hipótese a ser
considerada seria a ocorrência de atrasos frequentes, perda de várias sustentações
orais em audiências no STF por conta de atrasos e faltas. Nesse caso, a autoridade
competente poderia considerar sanções mais graves, como suspensão por 30 dias ou
90 dias em caso de reincidência até chegar à possibilidade de uma demissão.
• Segurança jurídica: a decisão no processo administrativo precisa dar
segurança jurídica.
• Contraditório e ampla defesa: são direitos constitucionais.

Obs.: Se princípios como o direito ao contraditório e à ampla defesa não estivessem


dispostos na Lei n. 9.784/1999, eles continuariam existindo, pois são princípios
constitucionais. Nesse caso, apenas deixariam de ser considerados princípios
explícitos e seriam considerados princípios implícitos.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Nilton Carlos de Almeida Coutinho.
ANOTAÇÕES

A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo


ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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