Sobre Resumo+Resenha+Fichamento SaL 1-2020

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SOBRE RESUMO, RESENHA E FICHAMENTO1

Texto 1: Resumo

Escrevendo o resumo ou “abstract” para um artigo

Artigo publicado em setembro 18, 2011 por Eduardo Yukihara. Disponível em:
cienciapratica.wordpress.com/author/eyukihara/

O que buscamos ao ler o resumo de um artigo? Tentando responder a essa questão,


podemos ter uma ideia melhor do objetivo e do conteúdo do resumo. O objetivo do resumo é
fornecer as informações necessárias para o leitor decidir se o artigo é do interesse dele e se
vale a pena ser lido. Em minha opinião, o resumo deve conter:

1. O objetivo do estudo;
2. O “approach” ou enfoque;
3. Os principais resultados;
4. A relevância dos resultados (Como os resultados avançam o conhecimento na área ou
ajudam a resolver o problema proposto?).

Eu não vejo problema em repetir no resumo frases contidas em outras seções do artigo.
Afinal, os dois primeiros pontos devem ser discutidos na introdução e na metodologia do
artigo, enquanto os dois últimos pontos devem ser apresentados nas seções de resultados,
discussões e conclusões. A diferença é que no resumo essas frases podem ser formuladas de
forma mais resumida, enquanto na parte principal do artigo esses pontos podem ser
apresentados de forma detalhada. Inclusive, eu acho que o resumo deve repetir pontos que
podem ser encontrados no corpo do artigo. Talvez seja útil discutir também o que o
resumo não é: Resumo não é introdução. Se eu quiser saber sobre o contexto do trabalho, eu
leio a introdução. O resumo deve ir direto ao ponto e apresentar os itens acima de forma
sucinta. Resumo não é metodologia. Apenas os detalhes experimentais que ajudam a entender
o “approach” do trabalho devem ser mencionados. Resumo não é discussão. As afirmações
não necessitam ser elaboradas ou justificadas exaustivamente – isso é feito na seção de
resultados ou de discussão.

1Coletânea de textos para uso didático pelos estudantes matriculados na disciplina Saber Local,
Comunidade e Arquitetura (PRO-FAU/UnB).

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Texto 2 – Resumo

Artigo publicado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.
Texto disponível em: www.pucrs.br/manualred/resumos.php (Com alterações)

Como elaborar resumos:

O resumo tem por objetivo apresentar com fidelidade ideias ou fatos essenciais contidos
num texto. Sua elaboração é bastante complexa, já que envolve habilidades como leitura
competente, análise detalhada das ideias do autor, discriminação e hierarquização dessas
ideias e redação clara e objetiva do texto final.

Em contrapartida, dominar a técnica de fazer resumos é de grande utilidade para


qualquer atividade intelectual que envolva seleção e apresentação de fatos, processos,
argumentos, ideias, entre outros.

O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que se destina. No


sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do autor do texto original, a ordem como
essas são apresentadas e as articulações lógicas do texto, sem emitir comentários ou juízos de
valor.

Dito de outro modo trata-se de reduzir o texto a uma fração da extensão original,
mantendo a estrutura e os pontos essenciais do texto escrito ou revisado.

Quando não há a exigência de um resumo formal, o texto pode igualmente ser


sintetizado de forma mais livre, com variantes na estrutura. Uma maneira é iniciar com uma
frase do tipo: "No texto...., de ......, publicado em......., o autor apresenta/ discute/ analisa/
critica/ questiona ....... tal tema, posicionando-se .....". Esta forma tem a vantagem de dar ao
leitor uma visão prévia e geral, orientando, assim, a compreensão de que segue.

Este tipo de síntese pode, se for pertinente, vir acompanhada de comentários e


julgamentos sobre a posição do autor do texto e até sobre o tema.

Em qualquer tipo de resumo, entretanto, dois cuidados são indispensáveis: buscar a


essência do texto e manter-se fiel às ideias do autor. Copiar partes do texto e fazer uma
"colagem", sob a alegação de buscar fidelidade às ideias do autor não é permitido, pois o
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resumo deve ser o resultado de um processo de "filtragem", uma (re) elaboração de quem
resume. Se for conveniente utilizar excertos do original (para reforçar algum ponto de vista,
por exemplo), esses devem ser breves e estar identificados (citação de autor e página).

Uma sequência de passos eficiente para fazer um bom resumo é a seguinte:

a. Ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as ideias que forem
parecendo significativas à primeira leitura;
b. Identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma
receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc.);
c. Identificar a ideia principal (às vezes, essa identificação demanda seleções sucessivas,
como nos concursos de beleza...);
d. Identificar a organização – articulações e movimento – do texto (o modo como as
ideias secundárias se ligam logicamente à principal);
e. Identificar as ideias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo: segundo
sua ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de importância; segundo pontos
em comum, quando se perceberem subtemas);
f. Identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras vozes
que ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no resumo formal, apenas no livre,
quando necessário);
g. Esquematizar o resultado desse processamento;
h. Redigir o texto (resumo).

Evidentemente, alguns resumos são mais fáceis de fazer do que outros, dependendo
especialmente da organização e da extensão do texto original. Assim, um texto não muito
longo e cuja estrutura seja perceptível à primeira leitura, apresentará poucas dificuldades a
quem resume. De todo modo, quem domina a técnica – e esse domínio só se adquire na
prática – não encontrará obstáculos na tarefa de resumir, qualquer que seja o tipo de texto.

Resumos são, igualmente, ferramentas úteis ao estudo e à memorização de textos


escritos. Além disso, textos falados também são passíveis de resumir. Anotações de ideias
significativas ouvidas no decorrer de uma palestra, por exemplo, podem vir a constituir uma
versão resumida de um texto oral.

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Texto 3 - Resumo

Texto publicado no 2º semestre de 2010 na disciplina Leitura e Produção de Texto I do


Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
– Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Texto disponível em:
www.cchla.ufpb.br/dlcv/.../bancodetextos/resenharesumofichamento.doc (Com alterações)

Conceito, finalidade e caráter

O resumo é a apresentação concisa e frequentemente seletiva do texto, destacando-se


os elementos de maior interesse e importância, isto é, as principais ideias do autor da obra.

A finalidade do resumo consiste na difusão das informações contidas em livros,


artigos, teses etc., permitindo a quem o ler resolver sobre a conveniência ou não de consultar
o texto completo. O caráter de um resumo depende de seus objetivos: apresentar um sumário
narrativo das partes mais significativas, não dispensando a leitura do texto; condensação do
conteúdo, expondo ao mesmo tempo as finalidades e metodologia quanto os resultados
obtidos e as conclusões da autoria, permitindo a utilização em trabalhos científicos e
dispensando, portanto, a leitura posterior do texto original; análise interpretativa de um
documento, criticando os diferentes aspectos inerentes ao texto.

O resumo abrevia o tempo dos pesquisadores; difunde informações de tal modo que
pode influenciar e estimular a consulta do texto completo. Em sua elaboração, devem-se
destacar quanto ao conteúdo:

a) O assunto do texto;
b) O objetivo do texto;
c) A articulação das ideias;
d) As conclusões do autor do texto objeto do resumo.

Formalmente, o redator do resumo deve atentar para alguns procedimentos:

a) Ser redigido em linguagem objetiva, concisa, evitando-se a mera enumeração de


tópicos;
b) Evitar a repetição de frases inteiras do original;
c) Respeitar a ordem em que as ideias ou fatos são apresentados;
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d) Preferencialmente, serão escritos os resumos em 3ª pessoa do singular e com verbos na
voz ativa.

Finalmente, o resumo:

a) Não deve apresentar juízo valorativo ou crítico (que pertencem a outro tipo de texto, a
resenha);
b) Deve ser compreensível por si mesmo, isto é, dispensar a consulta ao original.

Como resumir

Os procedimentos para realizar um resumo incluem, em primeiro lugar, descobrir o


plano da obra a ser resumida. Em segundo lugar, a pessoa que o está realizando deve
responder, no resumo, a duas perguntas: o que o autor pretende demonstrar? De que trata o
texto? Em terceiro lugar, deve-se ater às idéias principais do texto e a sua articulação. Muito
importante nesta fase é distinguir as diferentes partes do texto. A fase seguinte é a da
identificação de palavras-chave. Finalmente, passa-se à elaboração do resumo.

Tipos de resumo

A ABNT classifica os resumos em indicativo ou descritivo, informativo ou analítico e


crítico ou recensão.

a) Resumo indicativo ou descritivo: caracterizado como um sumário narrativo, nesse tipo


de resumo descrevem-se os principais tópicos do texto original, e indicam-se sucintamente
seus conteúdos. Portanto, dispensa a leitura do texto original para a compreensão do assunto.
Quanto à extensão, não deve ultrapassar quinze ou vinte linhas; utilizam-se frases curtas que,
geralmente, correspondem a cada elemento fundamental do texto; porém, o resumo descritivo
não deve limitar-se à enumeração pura e simples das partes do trabalho.

b) Resumo informativo ou analítico: é o tipo de resumo que reduz o texto a 1/3 ou 1/4
do original, abolindo-se gráficos, citações, exemplificações abundantes, mantendo-se, porém,
as ideias principais. Não são permitidas as opiniões pessoais do autor do resumo. O resumo
informativo, que é o mais solicitado nos cursos de graduação, deve dispensar a leitura do
texto original para o conhecimento do assunto.

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c) Resumo crítico ou recensão: consiste na condensação do texto original a 1/3 ou 1/4
de sua extensão, mantendo as ideias fundamentais, mas permite opiniões e comentários do
autor do resumo. Tal como o resumo informativo, dispensa a leitura do original para a
compreensão do assunto.

A resenha é um tipo de resumo crítico; contudo, mais abrangente. Além de reduzir o


texto, permite opiniões e comentários, inclui julgamentos de valor, tais como comparações
com outras obras da mesma área do conhecimento, a relevância da obra em relação às outras
do mesmo gênero etc..

A técnica do resumo quanto à extensão do texto:

a) de parágrafos e capítulos

A técnica de resumir difere, no modo de redigir, quando se trata de um texto curto ou


de uma obra inteira. Por texto curto compreende-se o que consta de um parágrafo a um
capítulo, embora esta não seja uma classificação rígida.

Parágrafos e capítulos podem ser resumidos aplicando-se a técnica de sublinhar e


redigindo-se o resumo pela organização de frases, baseadas nas palavras sublinhadas. Este
sistema não constitui regra absoluta, mas tem a vantagem de manter a ordem das ideias e fatos
e propiciar a indispensável fidelidade ao texto.

Usar vocabulário próprio ou do autor não é questão relevante, desde que o resumo
apresente as principais ideias do texto, de forma condensada.

Um texto mais complexo resume-se com mais facilidade se preliminarmente for


elaborado um esquema com as palavras sublinhadas.

Não se admitem acréscimos ou comentários ao texto, mas as opiniões e pontos de vista


do autor (do original) devem ser respeitados.

Nos textos bem estruturados, cada parágrafo corresponde a uma só idéia principal.
Todavia, alguns autores são repetitivos e usam palavras diferentes, que contêm as mesmas
ideias, em mais de um parágrafo, por questões didáticas ou de estilo. Neste caso, os
parágrafos reiterativos devem ser reduzidos a um apenas.
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b) redação de resumos de livros

O resumo de textos mais longos ou de livros inteiros, evidentemente, não poderá ser
feito parágrafo por parágrafo, ou mesmo capítulo por capítulo, a partir do que foi sublinhado.
Neste caso, devem-se adotar os seguintes procedimentos:

a) Leitura integral do texto, para conhecimento do assunto;


b) Aplicar a técnica de sublinhar, para ressaltar as ideias importantes e os detalhes
relevantes, em cada capítulo;
c) Reestruturar o plano de redação do autor, valendo-se, para isto, do índice ou sumário,
isto é, identificar, pelo sumário, as principais PARTES do livro; em cada parte, os
CAPÍTULOS, os títulos e subtítulos. De posse desses elementos, elaborar um plano ou
esquema de redação do resumo;
d) Tomar por base o esquema ou plano de redação, para fazer um rascunho, resumindo
por capítulos ou por partes;
e) Concluído o rascunho, fazer uma leitura, para verificar se há possibilidade de resumir
mais, ou se não houve omissão de algum elemento importante. Refazer a redação, com as
alterações necessárias, e transcrever em fichas, segundo as normas de fichamentos.

A norma da ABNT recomenda que o resumo tenha até 100 palavras se for de notas e
comunicações breves. Se se tratar de resumo de monografias e artigos, sua extensão será de
até 250 palavras. Resumo de relatórios e teses podem ter até 500 palavras.

É indispensável considerar o resumo como uma recriação do texto, uma nova


elaboração, isto é, uma nova forma de redação que utiliza as ideias do original.

Segundo Andrade (2003), o resumo bem elaborado deve obedecer aos seguintes itens:

1. Apresentar, de maneira sucinta, o assunto da obra;


2. Não apresentar juízos críticos ou comentários pessoais;
3. Respeitar a ordem das ideias e fatos apresentados;
4. Empregar linguagem clara e objetiva;
5. Evitar a transcrição de frases do original;
6. Apontar as conclusões do autor;
7. Dispensar a consulta ao original para a compreensão do assunto.
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Texto 4 - Resenha

Texto publicado no 2º semestre de 2010 na disciplina Leitura e Produção de Texto I


do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas. Centro de Ciências Humanas,
Letras e Artes – Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Texto disponível em:
www.cchla.ufpb.br/dlcv/.../bancodetextos/resenharesumofichamento.doc] (Com
alterações)

Resenhar significa fazer uma relação das propriedades de um objeto, enumerar


cuidadosamente seus aspectos relevantes, descrever as circunstâncias que o envolvem.

O objeto resenhado pode ser um acontecimento qualquer da realidade (um jogo de


futebol, uma comemoração solene, uma feira de livros) ou textos e obras culturais (um
romance, uma peça de teatro, um filme).

A resenha, como qualquer modalidade de discurso descritivo, nunca pode ser completa
e exaustiva, já que são infinitas as propriedades e as circunstâncias que envolvem o objeto
descrito. O resenhador deve proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos pertinentes
do objeto, isto é, apenas aquilo que é funcional em vista de uma intenção previamente
definida.

Imaginemos duas resenhas distintas sobre um mesmo objeto, o treinamento dos atletas
para uma copa mundial de futebol: uma resenha destina-se aos leitores de uma coluna
esportiva de um jornal; outra, ao departamento médico que integra a comissão de treinamento.
O jornalista, na sua resenha, vai relatar que um certo atleta marcou, durante o treino, um gol
olímpico, fez duas coloridas jogadas de calcanhar, encantou a plateia presente e deu vários
autógrafos. Esses dados, na resenha destinada ao departamento médico, são simplesmente
desprezíveis.

Com efeito, a importância do que se vai relatar numa resenha depende da finalidade a
que ela se presta. Numa resenha de livros para o grande público leitor de jornal, não tem o
menor sentido descrever com pormenores os custos de cada etapa de produção do livro, o
percentual de direito autoral que caberá ao escritor e coisas desse tipo.

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A resenha pode ser puramente descritiva, isto é, sem nenhum julgamento ou apreciação
do resenhador, ou crítica, pontuada de apreciações, notas e correlações estabelecidas pelo
juízo crítico de quem a elaborou.

A resenha descritiva consta de:

A) Uma parte descritiva em que se dão informações sobre o texto:

a) Nome do autor (ou dos autores);


b) Título completo e exato da obra (ou do artigo);
c) Nome da editora e, se for o caso, da coleção de que faz parte a obra;
d) Lugar e data da publicação;
e) Número de volumes e páginas.

Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão em
capítulos, assunto dos capítulos, índices, etc.). No caso de uma obra estrangeira, é útil
informar também a língua da versão original e o nome do tradutor (se se tratar de tradução).

B) Uma parte com o resumo do conteúdo da obra:

a) Indicação sucinta do assunto global da obra (assunto tratado) e do ponto de vista


adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom, etc.);
b) Apresentação dos pontos essenciais do texto e seu plano geral.

Na resenha crítica, além dos elementos já mencionados, entram também comentários e


julgamentos do resenhador sobre as ideias do autor, o valor da obra, etc. Ela consiste na
leitura, no resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor da obra pelo resenhista.

A finalidade de uma resenha crítica é informar o leitor, de maneira clara e objetiva,


sobre o assunto tratado na obra, evidenciando a contribuição do autor: novas abordagens,
novos conhecimentos, novas teorias. Em geral, ela é apresentada por um especialista, que
além do conhecimento sobre o assunto, tem capacidade de juízo crítico.

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Os requisitos básicos para elaboração de uma resenha crítica são:

a) Conhecimento completo da obra;


b) Competência na matéria;
c) Capacidade de juízo de valor;
d) Independência de juízo; e,
e) Fidelidade ao pensamento do autor.

No campo da comunicação técnica e científica, a resenha é de grande utilidade, porque


facilita o trabalho do profissional ao trazer um breve comentário sobre a obra e uma avaliação
da mesma. A informação dada ajuda na decisão da leitura ou não da obra.

Sua estrutura apresenta, normalmente, os seguintes elementos:

a) Referência bibliográfica;
b) Credenciais do (a) autor (a);
c) Resumo;
d) Conclusões da autoria;
e) Quadro de referências do autor;

6) apreciação, que inclui fatores como julgamento da obra, mérito da obra, estilo, forma e
indicação da obra.

Texto 5 – Fichamento

Texto publicado no 2º semestre de 2010 na disciplina Leitura e Produção de


Texto I do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas. Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes – Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Texto
disponível:
[www.cchla.ufpb.br/dlcv/.../bancodetextos/resenharesumofichamento.doc]

Considerações Preliminares

O fichamento constitui um instrumento valioso de estudo de que se valem os


pesquisadores para a realização de um trabalho acadêmico, de uma obra didática, científica e

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outras. Ele permite o armazenamento de informações reunidas durante a fase da pesquisa
bibliográfica. Ele permite:

a) Identificar as obras;
b) Conhecer seu conteúdo;
c) Fazer citações;
d) Analisar o material;
e) Elaborar críticas.

Todo o trabalho de fichamento é precedido por uma leitura atenta do texto. Leitura que se
afasta da categoria do emocional (subjetiva) e alcança o nível de racionalidade, e compreende:
capacidade de analisar o texto, separar suas partes e examinar como se inter-relacionam e
como o texto se inter-relaciona com outros, e competência para resumir as ideias do texto.
Esse processo compreende quatro níveis ou etapas [significado colocado entre parêntesis,
inserção da disciplina]:

a) Primeiro nível: leitura denotativa, paráfrase [conservar ideias originais];


b) Segundo nível: polissêmica [com vários significados];
c) Terceiro nível: leitura crítica [julgamento, apreciação];
d) Quarto nível: problematização [colocar em dúvida].

Aspecto Físico

Armazenamento das informações pode ser realizado num arquivo de fichas ou pelo
computador. No caso de fichas, são mais comuns os seguintes tamanhos:

a) Tipo grande: 12,5 cm x 20,5 cm


b) Tipo médio: 10,5 cm x 15,5 cm
c) Tipo pequeno (internacional): 7,5 cm x 12,5 cm

O fichamento informatizado: apresenta a vantagem de que não há limite de linhas, como


no fichamento em papel. Outra grande vantagem é que é possível copiar textos, transferir
informações de um local para outro, pedir ao computador que localize expressões-chaves,
dentre outros recursos.

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Composição das Fichas

A estrutura das fichas, de qualquer tipo, compreende três partes principais: cabeçalho,
referência bibliográfica, corpo ou texto e local onde se encontra a obra.

Fichas de Leitura

São assim designadas as fichas em que se registram informações bibliográficas


completas, anotações sobre tópicos da obra, citações diretas, juízos valorativos a respeito da
obra, resumo do texto, comentários.

Modalidades de Fichamento

O conteúdo que constitui o corpo ou o texto das fichas varia segundo suas finalidades.

a) Bibliográfica;
b) Citações;
c) Resumo ou de conteúdo;
d) Esboço;
e) Comentário ou analítica.

a) Ficha Bibliográfica

Reúne dados referentes necessários à localização da fonte a ser pesquisada.

b) Ficha de Citações

Consiste na reprodução fiel de frases ou sentenças consideradas relevantes ao estudo em


pauta. A transcrição direta exige a colocação de aspas no início e no final do texto, bem com
indicação do número da página de onde foi transcrito. Se houver erros gramaticais, copia-se
como está no original e escreve-se entre parênteses (sic). Ex.: “Os autores deve (sic)
conhecer...”

A supressão de palavras é indicada com três pontos entre parênteses (...). A supressão de
um ou mais parágrafos também deve ser assinalada, utilizando-se uma linha completa de
pontos. Supressões iniciais e finais não precisam ser indicadas.

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c) Ficha de Resumo ou de Conteúdo

Apresenta uma síntese bem clara e concisa das ideias principais do autor ou um resumo
dos aspectos essenciais da obra. Características:

Primeiro: não é um sumário ou índice das partes componentes da obra, mas exposição
abreviada das ideias do autor;

Segundo: não é transcrição, como na ficha de citações, mas é elaborada pelo leitor, com
suas próprias palavras, sendo mais uma interpretação do autor;

Terceiro: não é longa: apresentam-se mais informações do que a ficha bibliográfica, que,
por sua vez, é menos extensa do que a do esboço;

Quarto: não precisa obedecer estritamente à estrutura da obra: lendo a obra, o estudioso
vai fazendo anotações dos pontos principais. Ao final, redige um resumo, contendo a
essência do texto.

d) Ficha de Esboço

Tem certa semelhança com a ficha de resumo ou conteúdo, pois se refere à apresentação
das principais ideias expressas pelo autor, ao longo da sua obra ou parte dela, porém de forma
mais detalhada. Aspectos principais:

Primeiro: é a mais extensa das fichas, apesar de requerer, também, capacidade de síntese,
pois o conteúdo de uma obra, parte dela ou de um artigo mais extenso é expresso em uma
ou algumas fichas;

Segundo: é a mais detalhada, em virtude de a síntese das ideias ser realizada quase que de
página a página;

Terceiro: é exigida a indicação das páginas, em espaço apropriado, à esquerda da ficha, à


medida que se vai sintetizando o material.

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e) Ficha de Comentário ou Analítica

Consiste na explicitação ou interpretação crítica pessoal das ideias expressas pelo autor,
ao longo de seu trabalho ou parte dele. Pode apresentar:

Primeiro: comentário sobre a forma pela qual o autor desenvolve seu trabalho, no que se
refere aos aspectos metodológicos;

Segundo: análise crítica do conteúdo, tomando como referencial a própria obra;

Terceiro: interpretação de um texto obscuro para torná-lo mais claro;

Quarto: comparação da obra com outros trabalhos sobre o mesmo tema;

Quinto: explicitação da importância da obra para o estudo em pauta.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico:


elaboração de trabalhos na graduação. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2003.

LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade (2001). Metodologia do trabalho


científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e
trabalhos científicos. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas.

MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamento, resumo e resenhas.


São Paulo: Atlas, 2000.

(Apostila compilada pelo Prof. Pedro Francelino, para fins didáticos)

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