Evolução Ou Criação Final
Evolução Ou Criação Final
Evolução Ou Criação Final
A Revista Veja no.6 de 11 de fevereiro de 2009 publica matéria com o título: “Uma
guerra de 150 anos” em Caderno Especial referindo-se às idéias revolucionárias do
naturalista inglês Charles Darwin com um “chavão” em destaque entitulado: “A Darwin o que
é de Darwin”1 em referência ao dito por Jesus Cristo: “Daí a César o que é de César.”
A matéria faz referência também sobre a teoria evolucionista darwiana tornando
público os trabalhos feitos por Darwin comemorando neste ano de 2009, 200 anos de seu
nascimento em 20 páginas especiais enaltecendo os trabalhos revolucionários de Darwin. Os
trabalhos de Darwin são apresentados nesta importante revista de circulação nacional como os
pilares da Biologia e da Genética assim como em outras ciências modernas.
Nesse Caderno Especial é apresentada uma reportagem completa sobre evolucionismo
dividindo-o em 5 pilares:
1. a evolução dos seres vivos;
2. o ancestral comum;
3. a multiplicação;
4. o gradualismo;
5. seleção natural.
O mistério, no entanto, é buscar o por que tanta gente ainda reluta em aceitar que o ser
humano é o resultado da evolução. Nesta reportagem a diretora do Colégio Presbiteriano
Mackenzie, profa. Débora Muniz, defenda a troca dos livros de ciências convencionais por
apostilas de conteúdos criacionistas até a 4a. série2. De acordo com esta proposta o
evolucionismo deveria ser apresentado “num momento certo”, isto é, a partir do ensino
fundamental em diante.
1
CARRELI, Gabriela, A Darwin o que é de Darwin, Revista VEJA, edição 2009 – ano 42 – no. 6, 11 de
fevereiro de 2009, pp. 73 a 91
2
ibid., p. 84
2
“Nas escolas evangélicas os alunos aprendem que o evolucionismo existe mas que a
razão está com a Bíblia e Darwin é apresentado apenas como mais uma teoria”.3
Em outro número da Revista Vera o jornalista vai qualificar como “assustador” a
reação criacionista de setores das escolas confessionais no Brasil:
“É assustador que, às vésperas do bicentenário do nascimento de Charles Darwin,
pai da teoria da evolução, escolas brasileiras estejam ensinando criacionismo nas aulas de
ciências. Já se sabia que as escolas adventistas fazem isso. A novidade é que o negócio está
se propagando. Em instituições tradicionais de São Paulo, como o Mackenzie, inventou-se até
um método próprio para o ensino”. 4
O jornalista e editor da Revista Adventista rebateu as críticas de que o que o relato
bíblico da Criação é “uma fábula encantadora, mas não é ciência” argumentando que:
Alguém precisa dizer para o Petry que seleção natural tem base factual e explica
relativamente bem a biodiversidade (microevolução) em nosso planeta, mas a história de que
“todos viemos de um ancestral comum” (macroevolução), essa, sim, é uma fábula, e nem um
pouco “encantadora”.5
Em 2000 o então governador do Rio de Janeiro Antony Garotinho sancionou uma lei
que determina que o ensino religioso faça parte do currículo das escolas públicas reacendendo
o debate sobre ciência e religião de modo geral, e em particular os debates sobre criacionismo
e evolucionismo.
“Segundo determinação da Secretaria de Estado da Educação do Rio de Janeiro, em
2004 as escolas públicas promoveriam "reflexões sobre a criação do mundo" por meio de
uma "abordagem superficial do criacionismo". Porém, não foi explicado que metodologia os
professores deverão utilizar para isso”.6
O presidente da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) se pronunciou
sobre o assunto nos seguintes termos:
3
ibid.,
4
André Petry, Revista Veja 04/02/2009
5
Michelson Borges, Visão "Petryficada" da Veja, in: www.asm.org.br/noticias/ASM/2009/02_04_veja.php
(acesso em 21/08/09)
6
MARTINS, Maurício Vieira, O criacionismo chega às escolas do Rio de Janeiro: uma abordagem sociológica,
in: http://www.comciencia.br/200407/reportagens/02.shtml (acesso em 21/08/09)
3
"[O ensino do criacionismo] é propaganda enganosa. É um caso que deveria ser visto
como de defesa do consumidor. Os alunos deveriam procurar o Procon", afirmou Ennio
Candotti, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência ”.7
Esta situação revela um debate presente não só no Brasil, mas em muitos outros países.
A evolução de Darwin foi excluída das provas de ciências das escolas públicas em
1999 no Estado do Kansas nos Estados Unidos. No Reino Unido a atual política educacional
inclui o evolucionismo no currículo mas permite que também se ensine o criacionismo. Na
Itália o Ministério da Educação – um país fortemente católico – apresentou um novo programa
do Ensino Médio que exclui do currículo o aprendizado da teoria da evolução.
Para o cientista Stanley Weinberg do centro Nacional para a Educação da Ciência:
“A controvérsia criação-evolução não é uma disputa intelecutal ou científica, nem é
um conflito entre ciência e religião, basicamente é uma disputa pelo controle da política
educacional”.8
Na perspectiva do professor de ciências da religião e história da ciência da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo:
O conflito presente não é primariamente entre ciência e religião, mas entre boa
ciência e religião de um lado e de outro suas respectivas corruptelas.9
O Jornal “A Folha de São Paulo” de 8 de fevereiro de 2009 traz um caderno especial
com o título: Homens de Boa Fé; neste caderno a jornalista Silvia Colombo apresenta uma
matéria intitulada “Darwin nas mãos de Deus”. Tendo como motivação o bicentenário do
nascimento de Charles Darwin, a matéria relata uma pesquisa feita na Inglaterra tendo como
resultado que mais da metade da população britânica pesquisada acredita na Teoria do Design
Inteligente em detrimento da Teoria Evolucionista. Também na matéria um instituto de
Cambridge aponta que aqueles que defendem ou simpatizam com a idéia do Criacionismo
entre os jovens somam em torno 32% e o Design Inteligente conta com a simpatia de 51%.
A interpretação dos resultados é considerada difícil pelos próprios organizadores da
pesquisa. Os pesquisadores constataram que é preocupante principalmente pela grande
quantidade de pessoas que acreditam que a terra foi criada nos últimos dez mil anos.
7
CANDOTTI, Ennio, entrevista, in: GAZIR, Augusto, Escolas do Rio vão ensinar criacionismo, in: Ciência e
Saúde, Folha de São Paulo, 13 de maio de 2004, p. 4 in:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u11748.shtml (acesso em 14/08/09)
8
COM CIÊNCIA, reportagem, Criação versus evolução: uma disputa pelo controle da política educacional, in:
www.comciencia.br/200407/reportagens/04.shtml (acesso em em 21/8/09)
9
Criacionismo lá e aqui, em: www.comciencia.br/200407/reportagens/16.shtml (acesso em 14/08/09)
4
“É desconcertante que em pleno 2009 existam pessoas que pensam que o mundo tenha
essa idade só por constar numa leitura bíblica quando toda evidência científica demonstra o
contrário”.10
De acordo com o pesquisador os números apontam para um crescimento do
Criacionismo no Reino Unido nos últimos anos tendo como causas principais:
• o aumento da população de imigrantes islâmicos;
• proliferação das igrejas pentecostais de africanos ou afrodescendentes;
• os ditos intelectuais neo-darwinistas que defendem o ateísmo.
Um dos autores mais polêmicos neste debate é Richard Dawkins. Para ele:
“A conquista de Darwin é universal e atemporal. Os processos evolutivos descritos
por ele devem acontecer em qualquer lugar do universo onde porventura exista vida. Quando
releio Darwin, sempre me surpreendo com quão moderno ele soa. Considerando que suas
concepções de genética estavam erradas, é impressionante como ele conseguiu acertar em
todo o resto”. 11
Dawkins é um famoso zoólogo, etólogo, evolucionista e escritor de divulgação
científica na Inglaterra. Sua visão evolucionista centrada no gene foi exposta em seu livro O
Gene Egoísta, publicado em 1976. A partir de seu livro Deus, um Delírio, onde afirma que a
explicação da vida não precisa do fator Deus para sua explicação, Dawkins acendeu a ira dos
criacionistas.
Este autor afirma que evolucionistas não deveriam participar de debates públicos com
partidários do criacionismo:
“Os criacionistas buscam esse debate para conquistar um verniz de respeitabilidade
intelectual. Eles não têm esperança de "vencer" a discussão: querem apenas ser reconhecidos
no mesmo palanque ocupado por um cientista de verdade. Por isso devemos evitar esses
encontros”12.
10
ALEXANDER, Denis, in COLOMBO, Silvia, Darwin nas mãos de Deus, Caderno Especial, Folha de São
Paulo, 16 de Fevereiro de 2009, p.
11
DAWKINS, Richard, A conquista de Darwin é universal e atemporal, entrevista , Jornal da Ciências, maio de
2005, http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=28483 (acesso em 14/08/09)
12
ibid.,
5
O Papa Pio XII em 1950 em sua encíclica “Omnis Generis” reconhece que a evolução
biológica é compatível com a fé cristã embora para a criação da alma seja necessária a
intervenção divina13.
João Paulo II em discurso em 1981 na Academia Pontifícia de Ciências disse que é um
erro usar a Bíblia como um tratado de astronomia, geologia e biologia: A Bíblia não pretende
ensinar como se formou o firmamento, mas sim como chegar ao céu.É, portanto espantoso e
chega a ser ridículo esta discussão que ressurge em pleno século XXI. A essência de Deus,
não pode ser comparada, a sim como a vida após a morte. Este é o grande mistério. Para
crermos nisso temos que ter fé. E este é um dom divino.Não é ciência, é religião.
A reflexão a seguir apresentará o evolucionismo e o Criacionismo a partir da história,
idéias principais e autores mais importantes. Logo depois serão apresentadas as propostas de
Hans Kung e Leonardo Boff como possibilidades de diálogo entre ciências e teologia.
13
citado em: SAMPAIO, Lenita, Criacionismo e Evolucionismo, em http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?
codArquivo=64 (acesso em em 21/08/09)
6
Capítulo 1:
Entendendo o debate: fundamentos do evolucionismo e criacionismo
1.1- o processo: A Teoria da Evolução pela Seleção Natural, apesar de ser chamada de
Darwinismo, é o resultado de um processo lento de evolução científica através de vários
autores O Evolucionismo não é resultado do pensamento de uma só pessoa, e não foi
desenvolvida unicamente por um ou poucos cientistas, mas sim é o conjunto de idéias e
resultado de um processo complexo de estudos científicos, levantamento de dados,
observação sistemática ao longo da história.
Aristóteles foi o primeiro grande biólogo. Em sua reflexão acreditava que se
podia encaixar os seres vivos em uma hierarquia que ficou conhecida Scala Naturae 14,
que quer dizer “ a escada da natureza”. As criaturas mais simples tinham um princípio
inferior; o ser humano ocupava o topo; os outros seres ocupavam um lugar apropriado
entre as extremidades desta escala. Para Aristóteles os organismos vivos sempre
existiram e não adimitia que houvesse qualquer histórica entre uma espécie e outra e
nem genealogia comum.
A biologia evoluiu muito com as conclusões que Aristóteles chegou observando a
natureza. A biologia de Aristóteles teve influencia em seu pensamento metafísico: o
filósofo afirmava que tudo é movido por uma força para se tornar algo maior, para
evoluir 15.
Durante muito tempo as idéias de Aristóteles eram aceitas entre biologistas que
adotaram a idéia da “escada da vida”.
Um dos primeiros cientistas a sugerir que as espécies podem modificar-se foi
Georges-Louis Leclerc de Buffon, um francês que viveu entre 1707 a 1788 16. Buffon
acreditava que as mudanças nas espécies ocorriam por um processo de degeneração. A
14
CURTIS, Helena, Biologia, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977, p.1
15
CONSCIÊNCIA, Aristóteles: biografia e pensamento, in: http://www.consciencia.org/aristoteles.shtml.
(acesso em 27/08/09)
16
CURTIS, op.cit., p.2
7
partir de uma idéia de forma ideal ou original, Buffon afirmava que as formas originais
da Natureza podiam ser alteradas por aperfeiçoamento e degeneração, segundo ele, a
mesma coisa, pois ambas implicam numa alteração da constituição original.
Erasmo Darwin – avô de Charles Darwin – foi médico e naturalista no período de
1731 a 1802. Estudioso de botância e zoologia Erasmo Darwin foi um dos primeiros a
questionar a fixidez das espécies afirmando que as espécies tinham ligações históricas
entre si e que a competição levava a um desenvolvimento de espécies diferentes e que os
animais eram capazes de se modificar em resposta às condições ambientais. 17
A catalogação dos seres vivos num processo de classificação organizada é chamada de
Taxonomia Binominal, classificando os seres vivos por grupos de gênero e espécie. Este
método de classificação de plantas e animais desenvolvida pelo famoso biólogo sueco Carlos
Lineu no século XVIII convivia, entretanto com a idéia da imutabilidade das espécies.
A partir destes trabalhos de classificação dos seres vivos, os naturalistas do século XIX
perceberam que haviam características que convergiam para uma mesma tendência, o que
permitia agrupar as espécies numa árvore com seções e subseções obedecendo uma ordem e
progressão evidentes.
Os naturalistas perceberam através da observação sistemática e da classificação que os
seres vivos podem ser classificados e obedecem a uma ordem que os separa em diversos
grupos parcialmente isolados, porém interligados por alguns animais que parecem fazer uma
conexão entre os grupos.
O próximo passo importante na observação dos naturalistas foi perceber que havia uma
progressão: uma série de troncos comuns surgiam de um tronco único, o que sustentava a
idéia de ancestrais em comum. É a partir destas observações que as teorias posteriores vão ser
desenvolvidas.
17
CURTIS, ibid., p.2
8
Jean-Baptiste Lamarck foi o responsável pela primeira teoria aceitável para explicar
a progressão dos seres vivos observada ao longo dos anos pelos naturalistas. Ele era um
botânico francês, pesquisador do Museu de História Natural de Paris18
Lamarck foi biólogo além de ter sido seminarista e militar. A partir de 1801 ele
publicou artigos científicos combatendo o que ele chamava de “fixismo” – entendida como a
doutrina na qual as espécies de seres vivos são imutáveis – e também combatia o
“catastrofismo” - que acreditava que as catástrofes naturais (enchentes, dilúvios, vulcões,
terremotos, etc) interferiam e determinavam o surgimento de variações das espécies e também
o desaparecimento de diversas espécies.
Lamarck fundamentava sua teoria em duas hipóteses:
• a lei do uso a desuso
• a lei dos caracteres adquiridos.
Por exemplo, no caso da girafa, a necessidade de se alimentar dos brotos superiores
das árvores altas fazia com que os animais cada vez mais esticassem o pescoço produzindo
assim o alongamento progressivo do pescoço e transmitindo para a descendência que já
nasceriam com pescoços mais longos e, de geração em geração tornando viável a vida da
espécie. De acordo com Lamarck o surgimento de novas espécies se dá por evolução, devido a
aquisição ou perda de caracteres.
“Para Lamarck, o uso repetido do órgão causaria um desenvolvimento, e seu desuso
naturalmente uma atrofia, o que explicava o desaparecimento dos órgãos que não mais
tinham utilidade para a nova espécie .19
As idéias de Lamarck foram bem aceitas entre naturalistas e na sociedade em geral
mas também despertaram um grande oposição por parte de religiosos a exemplo de Georges
Leopold Cuvier que era protestante e um naturalista que aceitava o fixismo catastrofista a
partir de uma apologia do relato bíblico.
18
LAMARCK, Portal Edcuação, in: http://www.portaleducacao.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=7935
(acesso em 14/09/2009)
19
MARCUS VALÉRIO, Criação – Evolução, Teoria da Evolução - de onde viemos? in:
http://www.evo.bio.br/Layout/Teoria_Evolucao.html (acesso em 14/09/09)
9
Gregor MENDEL
Johan Mendel era austríaco nascido no dia 20 de julho de 1822. Quando ingressou na
ordem religiosa dos Agostinianos mudou seu nome para Gregor Mendel. Estudou teologia e
filosofia e foi ordenado padre em 1847.
Vai estudar História Natural na Universidade de Viena durante 3 anos onde se
interessou definitivamente pelo estudo dos seres vivos, principalmente botânica.
O interesse pela botânica veio da observação dos conhecimentos de seu pai que era
jardineiro. Mendel vai iniciar suas pesquisas com árvores frutíferas e, mais tarde, no jardim
do mosteiro, vai se dedicar ao estudo da ervilha por ser um vegetal de reprodução rápida20 e de
fácil visualização.
Sua observação levou à identificação de que as características das plantas passavam de
uma geração a outra – hoje conhecido como elementos hereditários ou genes.
Hoje, a pesquisa de Mendel, é estudada a partir da apresentação de três leis: Lei da
Segregação, Lei da Uniformidade e Lei da Recombinação dos Genes.
Absorvido pelo trabalho administrativo no mosteiro, Mendel não pode se dedicar às
suas pesquisas de modo mais sistemático. Mendel morreu em 6 de janeiro de 1884. Entretanto,
seus escritos foram preservados e a importância de sua pesquisa reconhecida um século
depois. No século XX os pesquisadores reconheceram a importância da pesquisa de Mendel
para a genética.
Mendel é considerado, com razão, o Pai da Genética.
20
SNUSTAD, Peter; SIMMONS, Michael J., Fundamentos de Genética,, São Paulo: GuanabaraKoogan, 2001,
p.17
10
24
CURTIS, op.cit., p. 5
25
CURTIS, p.7
26
CAMINHOS DE DARWIN, op.cit
27
ibid.,
12
O que mais o excitava era a vida interiorana. Encontrou insetos nunca vistos na
Europa, observou lagartos fugindo de formigas predadoras. Darwin à família descrevendo
como passava a ver as suas novas perspectivas sobre a história natural que o fortalecerá:
“A história natural oferecerá trabalho e diversão elo resto de sua vida Os trópicos
são aparentemente o berço natural da raça humana, mas a mente, como muitos de seus
frutos, parece atingir sua maior perfeição em um clima estrangeiro”.28
Darwin deixou o Rio, e o Brasil, em 5 de julho de 1832 29, viajando para Montevidéu,
dando continuidade a sua expedição. Darwin voltará ao Brasil em agosto de 1936 fazendo
suas últimas paradas em Salvador e Recife, para conferência de cálculos, antes de retornar
definitivamente à Europa.
Seguiram para a Argentina30 onde visitaram a Bahia Blanca, Na praia de Punta Alta,
em Bahia Blanca, Darwin encontrou o fóssil de uma preguiça e um tatu gigante. No Chile,
Darwin subiu a cordilheira dos Andes onde encontrou fósseis de conchas, concluindo
posteriormente que aquela região, algum dia, já tinha sido mar; e numa fenda nas montanhas
uma floresta petrificada.
Do Chile, a expedição partiu para Galápagos31, onde passaram um mês. Nesse
arquipélago, Darwin pode observar as tartarugas, iguanas e a enorme variedade de aves. E
constatou que eram diferentes de ilha para ilha. Rumaram para o Taiti, Nova Zelândia,
Austrália, Ilhas Coco, retornaram a Brasil, aportando na Baia e em Recife. Por fim, voltaram
para a Inglaterra.
Os resultados imediatos da viagem foram o livro A Viagem do Beagle (1838), baseado
nos diários de Fitzroy, a transcrição do diário de Darwin (1839) e os artigos sobre a geologia
da América do Sul, baseados em nas observações de Darwin e no livro Princípios da
Geologia, de Charles Lyell. Mas a maior obra publicada, de fundamental importância para a
ciência, tendo como base os espécimes encontrados durante a expedição do Beagle, foi A
origem das espécies, de Darwin. Na obra, publicada em 1859, o naturalista descrevia sua
teoria a cerca da evolução dos seres vivos.32
28
ibid.,
29
COLOMBO, op.cit., 7
30
ibid.,. 7
31
ibid., 8
32
ibid., 8
13
33
ARAGUAIA, Mariana, Quem foi Charles Darwin?in: http://www.brasilescola.com/biologia/charles-
darwin.htm (acesso em 21/9/09)
34
CURTIS, op.cit. p. 7
35
COLOMBO, op.cit., p.8
36
ibid.,
37
CURTIS, op.cit. p.7
14
2- Criacionismo
2.1- Conceito
38
ENGLER1, Steven, Tipos de Criacionismos Cristãos, Revista de Estudos da Religião junho / 2007 / pp. 83-
107, in: http://www.pucsp.br/rever/rv2_2007/t_engler.pdf (acesso em em 21/09/09)
39
ibid.,
15
2.2- Tipologia
Existem três tendências40 criacionistas na atualidade: o criacionismo religioso puro, o
criacionismo intermediário e o criacionismo científico fundamentalista.
1- O criacionismo religioso puro não tem pretensão científica e poderíamos dizer que é
uma forma básica de criacionismo tendo sua origem nos mitos primitivos que estão presentes
no passado cultural de parte significativa da humanidade. O criacionismo religioso é a opinião
daqueles que estão satisfeitos com suas explicações míticas e místicas do mundo e da origem
da vida e não precisam de conhecimentos científicos ou filosóficos para fortalecimento de seu
posicionamento. Os conflitos entre ciência e religião são descartados já no nível pessoal e não
se transformam num debate ampliado. Esta postura de uma visão de mundo mítica esta na
base de todos os demais criacionismos.
40
ibid.,
16
tempo superior. Esta flexibilidade, entretanto, fica difícil no que diz respeito à Teoria da
Evolução no aspecto da iniciativa e do protagonismo divino na origem da vida e do mundo.
1. O mundo foi criado do nada por ação direta de Deus e se mantém na atualidade como em
sua origem; essa criação aconteceu por volta de dez mil anos atrás e não aconteceu nenhuma
modificação ou desenvolvimento depois disso·;
2. todas as espécies são criação divina desde o início por isso não existe uma evolução da
espécie. Podem ocorrer modificações limitadas dentro de uma espécie, mas não a suposta
“especiação” afirmada pela teoria da evolução.
17
3. os seres humanos já foram criados nesta forma atual assim como todas as espécies; estas
possíveis adaptações são climáticas ou ambientais logo não existe um “antepassado comum”
para os primatas ou qualquer outra espécie;
4. os eventos catastróficos (dilúvios, vulcões, etc.) podem explicar as características
geológicas da Terra;
5. entre estes eventos catastróficos o mais importante na história foi o Dilúvio bíblico, narrado
no livro do Gênesis, o que explicaria os fósseis e as camadas geológicas.
Os Criacionistas afirmam que não são contra a Ciência, mas sim conta a Teoria da
Evolução. Ao apresentar as principais teses Criacionistas fica claro que este pensamento se
organiza por oposição às teses evolucionistas. Para os Criacionistas a Teoria da Evolução
também é religiosa porque não pode provar de modo absoluto suas teses.
1. Para os criacionistas a teoria da evolução é uma teoria e não um fato e assim deve ser
tratada recusando qualquer forma de considerar como verdade que pode ser ensinada
nas escolas, por exemplo.
2. Os criacionistas, afirmam que a hipótese da seleção natural, que seria uma idéia central
do moderno pensamento evolucionista, é uma fraude. A afirmação sobre "a
sobrevivência dos mais capazes" é contrastada com a pergunta "quem são os mais
capazes?". Somente os que sobrevivem é que podem fazer tal afirmação por isso a
teoria da seleção natural consiste numa tautologia de que os que sobrevivem são os
que sobrevivem — nada científica afinal.
3. Os criacionistas dizem que o sustentáculo da moderna teoria evolucionista reside num
mecanismo de mutações genéticas aleatórias, mas as hipóteses de surgimento de
organismos capazes e funcionais, com todas as suas peças no devido lugar, seriam
pequenas sem a consideração de um princípio ordenador.
4. Os criacionistas apontam para as omissões e falhas na aparente continuidade evolutiva
do patrimônio fóssil. Existem grandes contradições entre as diferentes formas
18
encontradas e ainda não há uma teoria que ofereça elos de ligação. A idéia de
continuidade e de ligação não é efetivamente demonstrada pelo evolucionismo e por
isso depende necessariamente um ato criador e ordenador da vida.
5. Os criacionistas afirmam que a física moderna não sustenta a teoria da evolução:
41
RUSE, Michel, Criacionismo, Crítica: Revista de Filosofia, in:
http://criticanarede.com/rel_criacionismo2.html# (acesso em em 16/10/2009)
19
Capítulo 2:
Teologia como ponte entre criação e evolução
42
PETERS, Ted; BENNETT, Gaynon, Construindo Pontes entre Ciências e Religião, São Paulo: Unesp/Loyola,
2003
43
p. 94
20
44
KÜNG, Hans. O princípio de todas as coisas. Petrópolis: Ed Vozes, 2005, p.
45
ibid., p. 15
46
ibid., p. 17
21
47
A revolução coperniana passou a ser a “senha” para diversas mudanças
revolucionárias constituindo a Era Moderna, além de ser o exemplo mais simples e concreto
que resulta em mudança de paradigma. Mais que uma mudança de padrão de pensamento,
caracterizando a visão de mundo de uma época.
O “novo” modelo de mundo, apresentado de forma teórica por Copérnico, foi
confirmado e corrigido48 por Johannes Kepler (1571-1630). Estudante de Teologia Evangélica,
matemática e astronomia em Tübingen, afirma que as órbitas dos planetas não são circulares,
mas elípticas. Esses estudos sobre movimentos dos corpos celestes passam a ser as bases de
uma Astronomia nova. O modelo de Kepler cultiva o modelo de pensamentos filosoficamente
unificado e ecumênico49, isto de forma alguma exclui a fé em Deus, como criador ou em uma
harmonia divina.
O novo modelo começou a ameaçar a imagem bíblica, quando aparece o matemático,
físico e filósofo italiano Galileu Galilei (1564-1642). Galileu descobre as fases de Vênus, as
quatro luas de júpiter e os anéis de saturno e constata que os cúmulos estelares da via Láctea
consistem estrelas individuais.50 Galileu confirma a teoria de Copérnico, segundo a qual a
terra gira em torno do sol e com a introdução do experimento quantitativo torna-se o criador
da Moderna Ciência da natureza.
Com essa teoria, abrem-se as portas para a Ciência e para as ilimitadas pesquisas da
natureza. O próprio Galileu reconhece que essas pesquisas representam uma ameaça à imagem
bíblica do mundo.
“(Galileu) Construiu o primeiro óculo e com isso efectuou extraordinárias
descobertas de astronomia, entre as quais os satélites de Júpiter (planetas Médicis), as fases
de Vênus, os mares da Lua, as manchas do Sol. Defendeu as teorias de Copérnico pelo que
incorreu na perseguição do Santo Ofício, defensor do sistema ptolomaico”.51
A busca da ciência é prover uma teoria unificada para todas as coisas e que possa
descrever todo o universo inclusive incluiria o “conceito” de Deus. Stephen Hawking propõe
que se chame esta teoria de Theory Of Everything (Teoria para todas as coisas)52. Hans Küng
47
ibid., p.17
48
ibid., p.16
49
ibid., p.17
50
ibid., p.17
51
COSTA, A.C., Galileu Galilei, in: http://www.ifi.unicamp.br/~accosta/galileu.html (acesso em em 27/10/09)
52
DANILAS, Sérgio, O Conceito de Tempo em Agostinho: Diálogo com a Ciência de Hoje, in: SANCHES, M.
A. (Org.) Congresso de Teologia da PUCPR, 9., 2009, Curitiba. Anais eletrônicos, Curitiba: Champagnat, 2009.
22
considera a teoria de Hawking “presunçosa” por considerar que a Teoria Unificada ainda está
em estudo e não foi suficientemente formulada.53
Quando Hans Küng afirma Deus como Princípio ele desloca o debate e
questionamento sobre a existência de Deus afirmando que não é há nenhuma contradição com
a ciência, visto que Deus é religião e a física é uma ciência.54 (Pg 68/7l).
O pensamento teológico filosófico moderno, ao contrario do pensamento medieval e
dos reformadores, já não pode simplesmente começar tendo Deus como origem, mas sim, o
conhecimento está nas experiências do homem vividas empiricamente. O Ser Humano habita
a terra como ser pensante a cerca de 200 mil anos. A ciência apresenta um modelo padrão bem
fundamentado a partir da Teoria do Big-Bang, a grande explosão, mas não se pode pensar
neste acontecimento como princípio, como sendo simplesmente o começo.
O primeiro momento a que se refere a “grande explosão”, não pode ser considerado
como início da historia do mundo. Fala-se, no entanto, de um início relativo temporal e não de
um primeiro início absoluto. A ciência não tem como explicar o momento antes deste início.
As leis naturais são formuladas em linguagem matemática, o autor em suas
considerações expõe que55: os cientistas da natureza deveriam considerar que sujeito e objeto
estão intimamente interligados e que por isso é indispensável que se faça distinção entre os
fenômenos que podem ser abrangido pela ciência e a realidade como um todo. Nenhum
método por mais seguro que seja, nenhum projeto por mais adequado que seja, nenhuma
teoria por mais que seja exata, podem ser absolutizados.
Hans Küng alerta também que os cientistas, matemáticos e estudiosos, estejam
sempre conscientes de seus limites.
Não poderá existir em nosso universo grandezas e interações que não deixe marcas
no espaço físico e que, portanto se subtraem necessariamente à possibilidade de serem
conhecidas cientificamente. A ciência natural, portanto se quiser permanecer fiel no seu
método, não pode estender o seu juízo além do próprio. O horizonte de experiências não
combina nem com a arrogância dos ignorantes céticos e nem com a de quem tudo pretende
saber.56
Na visão de Hans Küng a história da humanidade no planeta Terra existe a cerca de 4,5
bilhões de anos da criação até o surgimento do ser humano. A cerca de um bilhão de anos
surge um bípede erectus (homo erectus) e o Homo sapiens. O homem moderno surge a cerca
de 6 mil anos. Observa-se que a humanidade é produto de uma evolução cósmica,surgindo a
muito pouco tempo57.
A partir do século XIX a Biologia moderna desenvolve a ciência da vida (homens,
animais e plantas). Natureza e história passam a admitir a evolução num processo histórico
natural único. Ao longo de enormes períodos de tempo, através de pequenos processos
predominantes todas as riquezas do mundo e variedades de seres vivos. Para Küng o sábio que
reuniu numa síntese possível o principio da evolução estabelecendo uma nova visão dos seres
e dos homens, chama-se Charles Darwin.
Para o autor pelo menos em um ponto a Bíblia e ciências concordam: no início da
história do nosso planeta não existia vida. A terra era deserta e vazia, pouco antes de
aparecerem os primeiros seres vivos, a cerca de 3,5 bilhões de anos, tornou-se evidente com a
sonda espacial européia “HUYGHENS” que no dia 14 de janeiro de 2005, aterrissou com
precisão na lua de Saturno – Titã – a única lua a possuir uma atmosfera. Um triunfo para a
ciência, reforçando o questionamento: se pela teoria da evolução a história de nossa terra, teve
do principio ao fim um desenvolvimento previsível, coerente e necessário, se tudo obedece a
causa e efeito – uma lei intramundana -, se cada passo resulta com naturalidade do passo
anterior, onde é que ainda existe um lugar para o intervir de Deus ?58
O começo da humanidade. Para o autor os seres humanos tiveram sua origem no
continente africano59. A África do ponto de vista geológico é a antiguíssima moradia dos seres
humanos e berço da humanidade. O Ser humano evoluiu a partir de seus ancestrais mais
antigos, tendo a África como início da humanidade.
A cerca de 6 bilhões de anos, como se pode concluir dos achados mais recentes,
ocorreu que o Gênero dos hominídeos, homens primitivos, que levou ao tipo de homem
moderno, começou a distanciar-se do gênero de onde evoluíram seus parentes mais próximos,
os Antropóides. É verdade que o Genes do homem só se diferenciam-se dos chimpanzés em
57
ibid., p.123
58
ibid., p.178
59
ibid., p. 219
24
cerca de 1 por cento dos elementos da substância genética DNA60. Na realidade essa diferença
remonta em valor de 3 milhões de genes dentre os 3 bilhões de Genes do Genoma.
A mais antiga espécie de hominídeo conhecida com segurança são os Australopitecos-
Antropóides61 meridionais Africanos que se movimentavam em duas pernas e subiam em
árvores, porém não desenvolveram nenhuma cultura de produção de utensílios. Viveram 2,5
milhões de anos, antes de toda a cultura escrita. Aparece Homo habilis62 (Homem capaz) que
iniciou a produção de utensílios, por ter habilidade com as mãos.
Na antiga e média idade da pedra, a África e os demais continentes,
desenvolveram-se deforma muito semelhante. Os utensílios e túmulos encontrados permitem
que se acompanhe com clareza o desenvolvimento que levou o Homo habili63s até o nosso
ancestral direto, o Homo sapiens. Entre 2 e l,5milhões de anos atrás surge o Homo erectus64 (o
homem de andar ereto) muito semelhante ao homem atual na forma do corpo.
Entre 200 mil e 35 mil anos atrás é encontrado um estágio intermediário conhecido
como Homem de Neandertal65 devido a diferença genética de seu DNA, encontrados em seu
Genoma, foi possível estabelecer que não foi ele um ancestral direto do Homo sapiens. Muitos
cientistas são de opinião que o Homo sapiens, o Homo erectus e Neandertal e o homem
anatomicamente moderno, o homem de hoje, desenvolveu-se quase ao a mesmo tempo em
vários lugares do mundo.
Com bases em recentes descobertas, a maioria dos pesquisadores está convencida de
que o Homo sapiens provém de um grupo provavelmente não muito grande de homens
primitivos, na tórrida África tropical e subtropical, uma área rica em caça. Provavelmente a
cerca de 200 mil anos, a leste da grande falha Siro-Africana ao norte de Zambezi66. Á 100 mil
anos este Homo sapiens provavelmente em pequenas hordas, iniciou sua ampla caminhada
pelo globo terrestre e desalojaram da Europa e de outras partes o Neandertalenses, que
desapareceu a cerca de 30 mil anos.
60
ibid., p. 222
61
ibid., p .222
62
ibid., p. 223
63
ibid., p. 222
64
ibid., p. 223
65
ibid., p. 223
66
ibid., p. 224
25
67
ibid., p. 224
68
ibid., p. 67
69
ibid. p. 67
26
2- Leonardo Boff:
70
BOFF, Leonardo, A opção Terra: a solução para a Terra não cai do céu , Rio de Janeiro/São Paulo: Record,
2009, p.12
71
ibid., p.13
72
ibid., p.20
73
ibid., p. 26
74
ibid., p. 33
75
ibid., p. 37
76
BOFF, Leonardo, Virtudes para um outro Mundo Possível, Petrópolis:Vozes, 2005, p. 49
27
termodinâmica77 Boff realça a compreensão de que a vida emerge num estágio muito elevado
de complexidade da matéria e no contexto das turbulências e das situações caóticas da própria
terra e muitos outros que contribuem para uma visão integrada do Planeta.
Boff, nesse relato tem como pano de fundo, a terra e a humanidade, que segundo ele,
estão indissoluvelmente unidas. A humanidade esta inserida num processo universal em curso
por bilhões de anos e formando um todo orgânico e complexo que se complementam.
Para o autor esta perspectiva científica não necessariamente exclui as experiências
espirituais do Oriente e do Ocidente78. O processo atual de globalização coloca em risco a vida
do Planeta o que exige uma visão crítica da ciência e da tecnologia em busca de soluções mais
integradas no que estas experiências espirituais podem contribuir.
“Livres do constrangimento de nosso tipo de civilização consumista e predatória,
podemos conviver humanamente como irmãos e irmã , capazes de articular o local e o global,
a parte e o todo, e de conjugar trabalho e poesia, eficiência com gratuidade,de religar
subjetividades, sabendo brincar e louvar como filhos e filhas em Casa”. 79
Numa visão crítica da história das ciências Boff vai apontar para a relação violenta que
muitos cientistas propõe para a relação com a natureza. Boff vai citar Francis Bacon que dizia
que se deve tratar a natureza como o inquisidor trata o inquirido usando todos os métodos
80
disponíveis para obrigar a natureza a revelar seus segredos e colocá-la a nosso serviço. A
Terra, reduzida a recuso natural e prestadora de serviços na lógica do lucro, é fruto da razão
instrumental. Nesta compreensão o ser humano se sente independente da natureza:
“Ele não se sente junto com elas (as coisas), numa pertença mútua, como membros de
um todo maior e da comunidade de vida”. 81
Esta pretensão violenta da ciência e da tecnologia levou a Terra à exaustão e hoje
sofremos as conseqüência de um Planeta degradado fruto de um processo reducionista e
equivocado movido pelo lucro e o crescimento não sustentável. Nas palavras de Boff a
questão que se coloca para a humanidade hoje é se podemos evitar a frustração do futuro e a
quebra dos sistemas ecológicos que nos levariam ao desequilíbrio e desaparecimento de
formas de vida: Podemos levar adiante esta aventura como foi conduzida até hoje?82
77
ibid., p.50
78
ibid., p.39
79
ibid., p.41
80
BOFF, Opção Terra, op.cit., p. 132
81
ibid., p. 132
82
ibid., p. 133
28
83
ibid., p.134
84
ibid., p. 138
85
ibid. p.152
86
ibid., p.152
87
ibid., p.153
29
CONCLUSÃO
30
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