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1) O documento descreve uma prova escrita de avaliação de Português para o 10o ano. A prova contém dois grupos com poemas e perguntas sobre os poemas. 2) O primeiro poema expressa a tristeza do sujeito poético pela ausência do seu amigo. O segundo poema fala sobre o sofrimento causado pelo amor não correspondido. 3) As perguntas pedem uma análise do estado de espírito no primeiro poema, do uso da anáfora, e do significado de certos versos. As perguntas sobre o segundo

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1) O documento descreve uma prova escrita de avaliação de Português para o 10o ano. A prova contém dois grupos com poemas e perguntas sobre os poemas. 2) O primeiro poema expressa a tristeza do sujeito poético pela ausência do seu amigo. O segundo poema fala sobre o sofrimento causado pelo amor não correspondido. 3) As perguntas pedem uma análise do estado de espírito no primeiro poema, do uso da anáfora, e do significado de certos versos. As perguntas sobre o segundo

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PROVA ESCRITA DE AVALIAÇÃO Versão 1

Prova Escrita de Avaliação


Português, 10.º Ano

VERSÃO 1

Indique de forma legível a versão da prova.

Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta

azul ou preta. Não é permitida a consulta de

dicionário.

Não é permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que não

seja classificado. Para cada resposta, identifique o grupo e o item.

Apresente as suas respostas de forma legível.

Ao responder, diferencie corretamente as maiúsculas das

minúsculas. Apresente apenas uma resposta para cada

item.

As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.

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PROVA ESCRITA DE AVALIAÇÃO Versão 1

GRUPO I
Leia o texto a seguir transcrito. Em caso de necessidade, consulte o vocabulário apresentado.

Par Deus, coitada vivo

Par Deus, coitada


vivo pois nom vem
meu amigo; pois nom
vem, que farei? Meus
cabelos, com sirgo1
5 eu nom vos liarei2.

Vocabulário:
Pois nom vem de 1. sirgo: fio de seda.
2. liarei: ligarei; atarei.
Castela, nom é viv’, ai 3. ai mesela: ai, desgraçada!
4. Estela: povoação de Navarra (aqui indicará
mesela3,
um tecido aí fabricado).
ou mi detem el-rei. 5. tragerei: trarei, usarei (na cabeça).
6. Pero m’eu leda semelho, / nom me sei dar conselho:
Mias toucas da Embora pareça alegre, não sei como devo agir.
7. dõas: presentes, dádivas.
Estela4, 8. cintas: faixas, cintos.
10 eu nom vos tragerei5. 9. cingerei: apertarei (ou seja, não vou usar).

Pero m’eu leda semelho,


nom me sei dar
conselho6; amigas,
que farei?
Em vós, ai meu espelho,
15 eu nom me veerei.

Estas dõas7 mui belas


el mi as deu, ai
donzelas, nom vo-las
negarei.
Mias cintas8 das fivelas,
20 eu nom vos cingerei9.

Pero Gonçalves

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PROVA ESCRITA DE AVALIAÇÃO Versão 1

Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Caracterize o estado de espírito do sujeito poético, indicando o(s) motivo(s) que conduz(em) a tal
situação, e exemplifique a sua resposta com elementos textuais.
2. Comente o valor expressivo da anáfora ao longo da composição poética.
3. Explicite o significado dos versos 16 a 18, focando o valor simbólico que as «dõas» adquirem nesta
composição poética.

B
Leia o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulte o vocabulário apresentado.

Quantos an1 gran coita d’amor


eno mundo, qual oj’ eu ei2,
querrian morrer, eu o sei,
e haverian en sabor3
5 Mais4 mentr’ eu5 vos vir, mia
senhor,
sempre m’eu querria viver,
e atender6 e atender! Vocabulário:
1. an: têm.
2. ei: tenho.
Pero7 já non posso 3. e haverian en sabor: teriam nisso prazer.
4. Mais: mas.
guarir8, ca já cegam os 5. mentr’eu: enquanto eu.
olhos meus 6. atender: esperar.
7. Pero: mas.
10 por vós, e non me val’i9 8. guarir: curar-me
9. i: nisso.
Deus nem vós; mais por 10. E tenho que fazem mal sem: entendo que
vos non mentir, enquant’ eu ajuízam mal.
11. com’eu faço: como me acontece a mim.
vos, mia senhor, vir, 12. por en: por isso.
sempre m’eu querria viver,
e atender e atender!

15 E tenho que fazem mal


sem10 quantos d’amor
coitados son de querer sa
morte, se non houveron
nunca d’amor bem,
com’ eu faço11. E, senhor, por
en12
20 sempre m’eu querria viver,
e atender e atender!

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PROVA ESCRITA DE AVALIAÇÃO Versão 1

4. Identifique o género e o tema da cantiga trovadoresca, justificando a sua resposta.


5. Explicite a relação existente entre o sujeito poético e os outros na mesma situação.

GRUPO II
Leia atentamente o texto que se segue.

A cidade de Santiago de Compostela é um dos muitos locais de peregrinação apropriados pela


religião cristã. Escavações arqueológicas revelaram a existência de uma vila romana sob a cidade, e de um
cemitério pré-cristão e um mausoléu pagão sob a catedral de Santiago. A prática de apropriação de locais
sagrados e a importação de lendas cristianizantes eram muito comuns. O catolicismo aprendeu cedo que é
mais difícil acabar com um foco de peregrinação, ou com um local de devoção do que criar uma
lenda que o integre no catolicismo.
Mais tarde, com os focos de peregrinação ligados a relíquias que começam a surgir na Idade Média,
as práticas que lhes estão associadas assemelham-se bastante às práticas dos cultos pagãos e surge então
a necessidade de uma nova apropriação destes locais de peregrinação através da imposição de práticas
sacramentais na peregrinação. […]
Não há dúvida nenhuma que o Caminho se desenvolveu e se transformou na “autoestrada da Europa” por causa do
catolicismo e das instituições ligadas à Igreja Católica, mas o passado mais distante, comprovado pelas
escavações arqueológicas, está bem vivo para os peregrinos New Age ou místicos. É para o antigo templo
pagão que eles caminham, seguindo a rota dos antigos druidas que iam ver o Sol apagar-se no mar em
Finisterra (Charpentier, 1973).
O argumento de que a Igreja se apropriou de locais de culto anteriores ao cristianismo é usado
como estandarte pelo movimento New Age, que assim justifica a sua presença no seio de uma
peregrinação tradicionalmente católica; a herança de uma
peregrinação druídica, ou mesmo celta, transformam o caminho num percurso iniciático, místico, esotérico.
Ao aproveitar alguns argumentos sobre a sacralidade e simbolismo do caminho, veiculados pela própria
Igreja, e rejeitar outros, manipula um mecanismo socialmente reconhecido em favor dos seus interesses.
[…]
Ana Catarina Mendes. Peregrinos a Santiago de Compostela: uma Etnografia do Caminho Português. 2009.
in http://repositorio.ul.pt/ [consultado em 10 de outubro de 2015]

1. Para responder a cada um dos itens, selecione a única opção que permite obter uma afirmação
correta. Escreva, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção
escolhida.

1.1. A finalidade do texto é a demonstração de que a cidade de Santiago de Compostela é um local


de peregrinação
(A) tradicionalmente católico, apesar das suas origens pagãs.
(B) conhecido do mundo europeu católico e, por isso, denominado a “a autoestrada da Europa”.
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PROVA ESCRITA DE AVALIAÇÃO Versão 1

(C) druídico ou mesmo celta, mas com raízes católicas.


(D) indevidamente apropriado pela Igreja Católica como o afirma o movimento New Age.

1.2. A demonstração e fundamentação das ideias sobre a cidade de Santiago de Compostela como
local de peregrinação permitem inserir o texto acabado de ler no género
(A) do relato de viagem.
(B) da exposição sobre um tema.
(C) da notícia.
(D) do documentário.

1.3. Relativamente ao argumento apresentado pelo movimento New Age acerca da cidade de
Santiago de Compostela como local de peregrinação, a autora
(A) não emite qualquer opinião.
(B) exprime a sua concordância.
(C) considera-o pertinente, atendendo às origens do local.
(D) considera-o manipulador.

1.4. A conjunção “ou” empregada na frase «[…] ou com um local de devoção […].» (l. 4) tem um valor de
(A) adição.
(B) explicação.
(C) alternância.
(D) oposição.

1.5. Os fenómenos fonológicos que estiveram na base da evolução de SACRATU- > SAGRADO são
(A) palatalização.
(B) sonorização e síncope.
(C) síncope.
(D) sonorização.

1.6. A oração subordinada «[…] que começam a surgir na Idade Média […]» (l. 6) é
(A) adjetiva relativa explicativa.
(B) substantiva completiva.
(C) adjetiva relativa restritiva.
(D) adverbial consecutiva.

1.7. O constituinte «comprovado pelas escavações arqueológicas» da frase «[…] mas o passado
mais distante, comprovado pelas escavações arqueológicas, está bem vivo para os peregrinos
New Age ou místicos.» (ll.10 e 11) desempenha a função sintática de
(A) modificador do nome apositivo.
(B) modificador do grupo verbal.
(C) complemento oblíquo.
(D) modificador do nome restritivo.

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PROVA ESCRITA DE AVALIAÇÃO Versão 1

2. Responda de forma correta aos itens apresentados.


2.1. Indique a classe a que pertence o vocábulo sublinhado na expressão «[…] e de um cemitério
pré-cristão e um mausoléu pagão sob a catedral de Santiago.» (ll. 2 e 3).
2.2. Refira a função sintática desempenhada por «muito comuns» em «A prática de apropriação de
locais sagrados e a importação de lendas cristianizantes eram muito comuns.» (l. 3).
2.3. As palavras «sagrados» (l. 3) e «sacramentais» (l.8) provêm do étimo SACRA-. Indique duas
palavras provenientes do mesmo étimo e formadas por via erudita.

GRUPO III
Com base na sua experiência de leitura, desenvolva uma exposição sobre as cantigas de amigo e as
cantigas de amor, contrapondo estes dois géneros da poesia trovadoresca.

O seu texto deve ter entre 150 e 200 palavras.

Observações relativas ao Grupo III:


1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta
integre elementos ligados por hífen (ex.: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos
algarismos que o constituam (ex.: /2015/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras –, há que atender ao
seguinte:
– a um texto com extensão inferior a 80 palavras é atribuída a classificação de 0 (zero) pontos;
– nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto
produzido.

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