Movimento de Massas

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AULA 4

MOVIMENTO DE MASSAS
Disciplina Mecânica dos Solos II
Dinâmica superficial
 Processos (forças) que modificam e
modelam a superfície da terra,
movidos, principalmente, pela energia
gravitacional.
 Tendência de nivelamento da paisagem
(terreno)

AGENTES
 Gravidade, radiação solar, chuvas,
vento, rios, marés, gelo
 Processos antrópicos

 Ocorre deformação e modificação do


meio quando a resistência desse meio
é menor que as forças atuantes.
 As modificações do meio variam com o
tempo, espaço e a velocidade.
Dinâmica superficial
Erosão, Assoreamento e
Movimentos Gravitacionais de Massa
Erosão
 Processo de “desagregação e remoção de partículas do solo ou de
fragmentos de rocha pela ação combinada da gravidade com a água,
vento, gelo e/ou organismos” (IPT, 1986).

 Erosão natural (geológica) ou acelerada (antrópica)

 Processos erosivos causados pela ação das águas superficiais:


 Erosão laminar ou em lençol
 Erosão linear
 Boçoroca ou Voçoroca (com influência do lençol freático)
Erosão Laminar
 A água escoa uniformemente
pela superfície do terreno,
transportando as partículas de
solo, sem formar canais
definidos.

 Forma mais amena de erosão.

 Proporciona grandes perdas de


solo para as terras agrícolas e
fornecem grandes quantidades
de sedimentos que assoreiam
os rios, lagos e represas.
Erosão Linear
 Causada pela concentração do
escoamento superficial e de
fluxos de água em forma de
filetes.

 Sua evolução dá origem a três Sulcos


tipos diferentes de erosão
linear:
Sulco
Ravinas
Boçorocas ou Voçorocas

Ravinas
Erosão Linear

Sulcos: Incisões na superfície de Ravinas: Incisões maiores


até 0,5 m de profundidade, que 0,5 m.
perpendiculares às curvas de nível.
Erosão Linear

Voçorocas ou Boçorocas: Forma


mais complexa de erosão linear, ocorre o
aprofundamento da erosão até atingir o
nível do lençol freático, que aflora no
fundo do canal.
Erosão Linear
Fatores que influenciam a erosão:
Clima
Cobertura vegetal
Relevo
Tipo de solo
Atividades antrópicas

Danos provocados pela erosão:


Mobilização de grandes quantidades de sedimentos.
Destruição de áreas urbanas e obras civis.
Assoreamento dos rios, lagos e represas:
Altera as condições hidráulicas dos corpos d’água
Provoca enchentes,
Diminuição da capacidade de armazenamento de água, etc.
Movimento Gravitacional de Massa
• Transporte de volumes de solo, rochas e detritos (ou o
conjunto desses), pela ação gravitacional, vertente abaixo
(CHRISTOFOLLETTI, 1979). São processos naturais e se
caracterizam como risco apenas quando atingem ocupações
humanas e proporcionam perigo à vida e aos bens materiais.

• Definido como movimento de descida pela encosta abaixo, de


material, sob a influência direta da gravidade.
• Velocidades quase imperceptíveis ( cm/ano) – rastejamento
• Velocidades extremamente rápidas ( m/d ou km/h ) – queda
de blocos e escorregamento.
Fonte: http://pubs.usgs.gov/ La Conchita, Califórnia, USA
?
Ruptura em 1995
Ruptura em 2005

Fonte: http://pubs.usgs.gov/ La Conchita, Califórnia, USA


?
Ruptura em 1995
Ruptura em 2005

Fonte: http://pubs.usgs.gov/ La Conchita, Califórnia, USA


Califórnia - Inverno de 2005.
La Conchita
1,3 milhões 𝑚3

36 casas afetadas
10 pessoas mortas

Califórnia - Inverno de 2005.


Angra dos Reis, 2010
O município de Angra dos Reis enfrentou
uma chuva de 417 mm, este índice
representa o dobro da média histórica
registrada no mês de dezembro na região
(DEFESA CIVIL ANGRA DOS REIS-RJ).
Escorregamento translacional de terra,
raso, originado do topo do morro.
53 pessoas mortos.

Angra dos Reis – RJ em Janeiro de 2010.


REGIÃO DE BLUMENAU, GASPAR, ILHOTA

Dias 22 a 24 de novembro de 2008 - chuva torrencial 600 a 750 mm


em 2 a 3 dias após 56 dias de chuvas intermitentes. Uma série de
rupturas de encostas, taludes, cortes de estradas e estruturas de
contenção de todo o tipo. 4.000 escorregamentos de terra ocorreram
na região (sem contar os urbanos, que foram milhares). Alguns
escorregamentos com grandes volumes de solo e grande velocidade.
Destruição de residências e estruturas e causando um profundo
impacto no sistema viário.
(Fonte: http://www.inpe.br/crs/crectealc/pdf/bressani_ceos.pdf.)
Fonte: http://www.inpe.br/crs/crectealc/pdf/bressani_ceos.pdf
Quando o movimento gravitacional ocorre?
Quando a força gravitacional supera a força de resistentes do
solo ou da rocha.
Todas as encostas estão em um estado de Equilíbrio Dinâmico.
Resistência ao Cisalhamento da encosta X Força da Gravidade
Força da Gravidade atua
Verticalmente e paralelamente à encosta

Resistência ao cisalhamento é função


Da coesão entre os grãos
Atrito entre os grãos
Sustentação externa da encosta (forma/geometria)
Fatores que afetam a movimentação
gravitacional de massa:

Declividade da encosta
Intemperismo e clima
Conteúdo de água
Vegetação
Geologia e estabilidade da encosta
Mecanismos de desencadeamento
Fatores que afetam a movimentação
gravitacional de massa:
Intemperismo e clima

 Desagregam e decompõem a rocha, reduzindo a resistência ao


cisalhamento.
 Quanto mais profunda é a zona de intemperismo maior é a probabilidade
que ocorra algum tipo de movimento gravitacional.

 Conteúdo de água

 Redução das tensões efetivas → Redução da resistência.

 Vegetação

A vegetação absorve água diminuindo a saturação do solo.


O sistema de raízes auxilia na estabilização das encostas.
Fatores que afetam a
movimentação
gravitacional de massa:
 Geologia

 Os movimentos de massa
ocorre com maior
probabilidade em encostas
com camadas rochosas
subjacentes mergulhando
na mesma direção ou
quando as juntas
mergulham na mesma
direção.
 A água que infiltra ao longo
dos planos de
acamadamento pode
intensificar os movimentos.
Fatores que afetam a movimentação
gravitacional de massa:
 Mecanismos desencadeantes

 Forças que ocorrem temporariamente e que perturbam o equilíbrio da


encosta:
 Terremotos
 Quantidades excessivas de água
 Erupções vulcânicas
 Explosões
 Trovões
Chuva excedente
Classificação dos movimentos gravitacionais
Tipo de Subdivisão Características Velocidade do
Movimento Movimento
Quedas Queda de blocos Queda livre de blocos rochosos, de qualquer Extremamente
tamanho, desprendidos de rochedos íngremes. rápida.
Escorregamentos Escorregamento O movimento ocorre ao longo de uma superfície Extremamente lenta
Rotacional de ruptura curva. Envolve mais comumente a moderada.
material desagregado ou fracamente consolidado.
Escorregamento O movimento ocorre ao longo de uma superfície Rápida ou muito
translacional de ruptura plana. rápida.
Corridas de Massa Fluxo de lama Consiste em, pelo menos, 50% de partículas de Muito rápida.
silte e de partículas do tamanho argila e até 30%
de água.
Fluxo de detritos Contém partículas maiores e menos água do que o Rápida a muito
fluxo de lama. rápida.
Fluxo de terra Massa úmida de regolito espessa e viscosa, com Lenta a moderada.
formato de língua.
Quick clays Partículas de silte e argila saturadas com água, que Rápida a muito
quando perturbadas por um choque súbito, rápida.
perdem sua coesão e fluem como um líquido.
Solifluxão Sedimento de superfície saturado de água. Lenta.

Rastejamento Movimento de descida encosta abaixo de solo e Extremamente lenta.


rocha.

Fonte: Wicander et al. (2009).


Quedas de blocos
 Movimento
extremamente rápido.

 Rochas desagregadas
da encosta caem em
queda livre.

 Ocorrem ao longo de
cânions escarpados,
penhascos íngremes e
cortes de estrada.

 Geram os depósitos
de tálus.
Quedas de blocos
Quedas de blocos
Quedas de Blocos
 Causas: variação térmica
do maciço rochoso, perda de
sustentação dos blocos por
ação erosiva da água, alívio
de tensões, origem
tectônica, vibrações e
outras.
 Controle em rodovias:
revestimento com telas
aramadas.
ESCORREGAMENTOS
Escorregamento rotacional
Escorregamento translacional
Escorregamento em cunha

É o movimento gravitacional de massa do material ao longo de uma ou


mais superfícies de ruptura da encosta. O tipo de material escorregado
pode ser solo, rocha ou uma combinação dos dois.
Escorregamento Rotacional ou Circular

 Deslocamento do
material ao longo de
uma superfície curva
de ruptura.

 Ocorre em material
desagregado ou
fracamente
consolidado.

 Geralmente causado
pela erosão no sopé
da encosta que
remove o apoio do
material sobreposto.
Escorregamento Rotacional ou Circular
Escorregamento
Translacional ou Planar
Escorregamento
em cunha
 É condicionado por
estruturas planares de
maciços rochosos,
apresentando sua direção
de movimento ao longo da
linha de intersecção das
superfícies de ruptura.
CORRIDAS DE MASSA
Movimentos gravitacionais na forma de escoamento rápido,
envolvendo grandes volumes de materiais. Caracterizados pelas
dinâmicas da mecânica dos sólidos e dos fluidos, pelo volume de
material envolvido e pelo extenso raio de alcance que possuem,
chegando até alguns quilômetros, apresentando alto potencial
destrutivo.

 Fluxos de lama
 Fluxos de detritos
 Rastejamento
Fluxo de lama
 Movimentos rápidos e
fluidos, alcançam 80
km/h.
 Consistem de uma
mistura de argila e silte
(no mínimo 50%),
hidratada com até 30%
de água.
Fluxo de detritos

 Constituídos de
partículas maiores do que
os fluxos de lama e não
contém tanta água.

 Fluxos mais viscosos e


portanto, velocidades
menores.

 São fluxos muito


destrutivos pois podem
transportar objetos de
grandes dimensões.

Gaspar – SC 2009
Rastejamento

 Movimento gravitacional mais


lento e amplamente distribuído.

 Fluxos mais viscosos e


portanto, velocidades menores.

 Na base das vertentes geram


os depósitos coluvionares.

 Mais efetivo em regiões


úmidas.

 Envolve toda a encosta da


montanha.
Rastejamento

 Identificado através da manifestação dos seus efeitos:


 Postes e arvores inclinados;
 Calçadas e pavimentos rompidos;
 Muros ou fundações trincadas;
INDICADORES DE MOVIMENTOS DE MASSA

Indicam a iminência de movimentação do terreno:

• Aparecimento de fendas e depressões no terreno


rachaduras nas paredes das casas
• Inclinação de troncos de árvores, de postes e de cercas
• Surgimento de minas d’água

• Quando esses sinais são identificados na área a


Defesa Civil recomenda, através de seus manuais, a
vistoria do local.
Surgimento d água

Inclinação de postes
Inclinação de cercas e árvores
Rachaduras no terreno
Degraus de abatimento
Referências
TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M.C.M. de; FAIRCHILD, T.R.; TAIOLI, F. 2001.
Decifrando a Terra. Ed. Oficina de Textos. São Paulo. 568p.
LEPSCH, I.F. 2002. Formação e conservação dos solos. Ed. Oficina de
Textos.

Site:
http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco10.html
http://www.ige.unicamp.br
http://pubs.usgs.gov
http://www.inpe.br/crs/crectealc/pdf/bressani_ceos.pdf

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