Ii Simulado Galileu

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II SIMULADO GALILEU - 2015

QUESTÃO 01
“As obras literárias não são misteriosamente inspiradas, nem explicáveis simplesmente em termos da psicologia dos autores. Elas são
formas de percepção, formas específicas de se ver o mundo; e como tais, elas devem ter uma relação com a maneira dominante de ver o
mundo, a ‘mentalidade social’ ou ideologia de uma época. Essa ideologia, por sua vez, é produto das relações sociais concretas das
quais os homens participam em um tempo e espaço específicos; é o modo como essas relações de classe são esperienciadas,
legitimadas e perpetuadas.
EAGLETON, Terry. Marxismo e crítica literária. São Paulo. Unesp, 2011.

Nesse fragmento predomina a defesa de que as obras literárias devem ser consideradas como um produto
(A) das intervenções políticas
(B) da psicologia dos autores
(C) da ideologia de uma época
(D) de uma inspiração misteriosa
(E) da reprodução do tempo e do espaço

QUESTÃO 02
Leia o texto da questão anterior e analise como o autor vê a literatira. Considerando o teor das informações apresentadas nesse trecho, é
possível afirmar que seu objetivo é:
(A) explicitar como se conformam as obras literárias
(B) fazer apologia a determinadas ideologias de classe
(C) dominar as mentalidades de época que permeiam as obras
(D) criticar a falta de elementos contextuais nos textos literários
(E) exemplificar como se inserem as relações sociais nas obras

QUESTÃO 03
A questão da autonomia das artes foi defendida pelos pensadores modernos, especialmente pelos românticos, pelos poetas da poeisa
pura e pelos defensores da arte pela arte. Ao falar sobre o problema da autonomia da arte, o filósofo italiano Luigi Pareyson menciona:
“Muito frequentemente essa autonomia foi entendida como uma verdadeira e própria independência da arte relativamente às outras
atividades humanas, e até como um isolamento dela”. (PAREYSON, 1997, p. 42)

Podemos dizer que a autonomia da arte:


(A) propõe um entendimento de que a artedeve ter alguma utilidade prática na vida para que possa ser considerada arte.
(B) Contrapõe-se a concepções funcionalistas, que requerem uma necessidade prática, uma utilidade formal ou um valor moral à
arte.
(C) Prioriza produções artísticas como o artesanato e a pintura em tela, em função do seu caráter especializado nas linguagens das
artes.
(D) Influencia pensadores contemporâneos que defenderam práticas vinculadas à indústria cultural
(E) Relaciona-se a uma visão harmônica entre arte e outras atividades humanas como a política, economia e conscientização
ambiental.

QUESTÃO 04
Texto I
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
– Diga trinta e três.
– Trinta e três...trinta e três...trinta e três...
– Respire
........................................................................
– O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e
o pulmão direito infiltrado.
– Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
– Não, a única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. p. 198.

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Texto II
Autorretrato
Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. p. 394.

Os poemas valem-se de diversos elementos para criar efeitos estilísticos que atraem ou chamem a atenção do leitor. Pensando nisso,
analise a composição dos poemas anteriores e assinale a opção que apresenta os recursos utilizados pelo poeta Manuel Bandeira.
A) Em ambos os textos há o uso de termos científicos para garantir a veracidade dos fatos apontados pelo narrador, uma vez que se
aproximava da estética realista.
B) No texto I, o uso dos travessões torna a leitura mais objetiva ao mesmo tempo em que permite a materialização de certa melancolia,
associada a um sentimento de angústia.
C) Os dois textos têm como tema central a questão da iminência da morte corporificada no diagnóstico dado [texto I] e do uso da
expressão tísico profissional [texto II].
D) A colocação de uma piada ao final do texto I para conferir humor e leveza ao texto, que se contrapõe ao tema pesado, a morte.
E) No texto II, o “eu lírico” coloca-se como um observador da vida de outra pessoa, o que confere ao poema um tom paradoxal, já que o
título é “Autorretrato”

QUESTÃO 05
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza. [...]
Eu morro sufocado 
em terra estrangeira. 
Nossas flores são mais bonitas 
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia. 
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade 
e ouvir um sabiá com certidão de idade! 
MENDES, Murilo. Canção do exílio.

Muitos poetas modernistas realizaram uma aproximação crítica em relação à produção literária que os antecedeu por meio da releitura de
textos famosos das escolas anteriores. Essa atitude pode ser percebida como uma forma de rejeição ou de admiração sob uma
perspectiva paródica e humorística. Em relação ao texto de Murilo Mendes, é possível perceber que a paródia estabelecida com o texto
de Gonçalves Dias pode ser considerada
A) uma crítica à pouca quantidade de frutas em terras estrangeiras.
B) uma expressão irreverente do “eu lírico” que brinca com a saudade sentida.
C) uma negação dos valores nacionalistas que inspiraram Gonçalves Dias.
D) um julgamento em relação às terras estrangeiras que vendem os produtos brasileiros muito caros.
E) uma expressão da inadequação do poeta que desdenha o preço dos alimentos.

QUESTÃO 06

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A sequência de quadros contextualiza uma experiência artística, o momento da apresentação de balé, e o dia seguinte. Nessa
composição existe também uma reflexão sobre arte, que pode ser concluída como
A) o contraste entre o ideal e o real, entre a produção e a realização.
B) as dificuldades técnicas encontradas na execução do balé clássico.
C) a beleza dos movimentos e o prazer estético pelo público.
D) as condições da produção de arte são irrelevantes.
E) os bastidores de um espetáculo são desconhecidos pelo público

QUESTÃO 07
O FILHO ETERNO
- Hoje tem jogo, filho!
O menino sorriu, exultando:
- Tem! Atlético e Fluminense!
- Então vamos chamar o Christian!
O Christian é o vizinho atleticano – em todo jogo, monta-se na casa uma arquibancada de fanáticos. (...)
- Vamos ver se a gente ganha.
O menino faz que sim, e completa, braço erguido, risada solta:
– Eles vão ver o que é bom pra tosse!
É uma das primeiras metáforas de sua vida, copiada de seu pai, e o pai ri também. Mas, para que a imagem não reste arbitrária
demais, o menino dá três tossidinhas marotas. Bandeira rubro-negra devidamente desfraldada na janela, guerreiros de brincadeira, vão
enfim para a frente da televisão – o jogo começa mais uma vez. Nenhum dos dois tem a mínima ideia de como vai acabar, e isso é muito
bom.”
TEZZA, Cristovãos. O filho eterno. Rio de Janeiro, Record. 2013, p.222.

No romance O filho eterno, são narradas as dificuldades e superações de um pai criando um filho com Síndrome de Down. No fragmento
apresentado, ao relatar o uso de uma metáfora pelo filho, percebe-se que o garoto compreende precariamente a analogia, pois
(A) O amigo torce para o time contrário.
(B) O filho está com gripe e isso prejudica o entendimento
(C) O jogo de futebol é apenas um momento de diversão familiar.
(D) O filho dá pequenas tossidinhas para tornar a referência da analogia concreta.
(E) O pai não gosta de futebol, assiste principalmente para alegrar o filho.

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QUESTÃO 08
Neste fragmento de O filho eterno, em que se descreve uma cena familiar, o narrador:
(A) Participa das ações descritas (D) Influencia no episódio familiar
(B) Observa os acontecimentos narrados (E) Descreve sua participação na cena familiar.
(C) Torna-se um personagem com compõe o quadro.

QUESTÃO 09
Texto 1 Texto 2

Fonte 1: disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/File:MagrittePipe.jpg. Acesso em 29/1/2012.


Fonte 2: disponível em http://www.banksy.co.uk/indoors/pipe.html. Acesso em 29/1/2012.

No texto 1, reprodução da pintura surrealista de Magritte, a frase em francês significa “Isto não é um cachimbo”. No texto 2, reprodução
da intervenção do artista contemporâneo e britânico Banksy, a frase em inglês pode ser traduzida por “Isto é um cano” ou “Isto é um
cachimbo”, já que “pipe” pode significar cano ou cachimbo, conforme o contexto. A relação que esse texto estabelece com o primeiro é de
a) paródia, já que a pintura original é relembrada para trazer novas ideias sobre a arte e a realidade.
b) imitação, à medida que as formas básicas e a estrutura linguística originais são preservadas.
c) repetição da ideia de que a arte revela a realidade, mas com a alteração da forma e das palavras.
d) sátira ao ideal surrealista de fazer arte representativa, por meio da ambiguidade de sentidos do termo “pipe”.
e) afirmação da ideia de autonomia da arte, com a exploração de representações figurativas e realistas.

QUESTÃO 10
Pero Vaz Caminha Primeiro chá
A descoberta Depois de dançarem
Seguimos nosso caminho por este mar de longo Diogo Dias
Até a oitava da Páscoa Fez o salto real
Topamos aves As meninas da gare
E houvemos vista de terra Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Os selvagens Com cabelos mui pretos pelas espáduas
Mostraram-lhes uma galinha E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Quase haviam medo dela Que de nós as muito olharmos
E não queriam pôr a mão Não tínhamos nenhuma vergonha
E depois a tomaram como espantados ANDRADE, Oswald. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1978. p. 80.
O procedimento poético empregado por Oswald de Andrade no texto é
A) reconhecer e adotar a métrica parnasiana, criando estrofes simétricas e com títulos.
B) recortar e recriar em versos trechos da Carta de Caminha, dando-lhes novos títulos.
C) imitar e refazer em prosa a Carta de Caminha, criando títulos para as várias seções.
D) reconhecer e retomar a prática romântica, dando títulos nacionalistas às estrofes.
E) identificar e recusar os processos de colagem modernistas, dando-lhes títulos novos.

QUESTÃO 11

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Na década de 20, anos pioneiros do modernismo, artistas como Brecheret, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral expressaram em suas obras
a visão de mundo daquele período. Observe as reproduções a seguir, Respectivamente, de Brecheret, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral,
e assinale a alternativa que corresponde aos conteúdos expressos pelos artistas.

Vitória, 1922. Samba, 1925. A feira II, 1925.

(a) Potência e força; malícia e sensualidade; brasilidade e imaginário popular.


(b) Brasilidade e imaginário popular; religiosidade e espiritualidade; malícia e sensualidade.
(c) Malícia e sensualidade; suavidade e lirismo; dramaticidade e ansiedade.
(d) Brejeirice e volúpia; devoção e espiritualidade; potência e força.
(e) Religiosidade e espiritualidade; dramaticidade e ansiedade; malícia e sensualidade.

QUESTÃO 12
As doces cantilenas que cantavam
os semicapros deuses, amadores
das Napeias, que os montes habitavam,

cantando escreverei; que, se os amores


aos silvestres deuses maltrataram,
já ficam desculpados os pastores.

No cume do Parnaso, duro monte


de silvestre arvoredo rodeado,
nace üa cristalina e clara fonte,

donde um manso ribeiro derivado,


por cima de alvas pedras, mansamente
vai correndo, suave e sossegado.
CAMÕES, Luís Vaz. Dos faunos

O bucolismo (locus amoenus) uma das características da poesia clássica, se materializa textualmente no fragmento do poeta Camões
por meio de
(A) Da repulsa ao amor sentido pelos deuses
(B) Do reforço à importância da vida pastorial
(C) Da inexistência de habitantes nos montes
(D) Da analogia entre a vida e o riacho que segue tranquilo
(E) Da descrição do cume do Parnaso na nas últimas estrofes
QUESTÃO 13
Os Sertões
Euclides da Cunha
Nota Preliminar
A civilização avançará nos sertões impelida por essa implacável "força motriz da História" que Gumplowicz, maior do que
Hobbes, lobrigou, num lance genial, no esmagamento inevitável das raças fracas pelas raças fortes.

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A campanha de Canudos tem por isto a significação inegável de um primeiro assalto, em luta talvez longa. Nem enfraquece o
asserto o termo-la realizado nós filhos do mesmo solo, porque, etnologicamente indefinidos, sem tradições nacionais uniformes, vivendo
parasitariamente à beira do Atlântico, dos princípios civilizadores elaborados na Europa, e armados pela indústria alemã — tivemos na
ação um papel singular de mercenários inconscientes. Além disto, mal unidos àqueles extraordinários patrícios pelo solo em parte
desconhecido, deles de todo nos separa uma coordenada histórica — o tempo.
Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime.
Denunciemo-lo.
(CUNHA, Euclides da. Os sertões)

Nesse fragmento, a afirmação da crença no progresso e na ciência do século XIX, defendida no texto pelas ideias do sociólogo
Gumplowicz, é reiterada no fragmento:
(A) E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo.
(B) A civilização avançará nos sertões impelida por essa implacável "força motriz da História"
(C) A campanha de Canudos tem por isto a significação inegável de um primeiro assalto, em luta talvez longa.
(D) Nem enfraquece o asserto o termo-la realizado nós filhos do mesmo solo, porque, etnologicamente indefinidos
(E) vivendo parasitariamente à beira do Atlântico, dos princípios civilizadores elaborados na Europa, e armados pela indústria
alemã.

QUESTÃO 14
A descrição dos participantes da Guerra de Canudos como mercenários inconscientes assume uma conotação crítica que se soma, no
texto, à afirmação de que:
(A) vevemos a partir do universo sertanejo
(B) precisamos denunciar a campanha de Canudos
(C) somos esmagaos por outras raças consideradas fortes
(D) estamos separados temporalmente dos ideais europeus
(E) enfraquecemos a civilidade ao nos embrenhar no sertão

QUESTÃO 15

As esculturas acima são exemplos de arte popular, que tem como característico o fato de
(A) ser produzida por uma minoria cultural para entretenimento e apreciação de muitos;
(B) ter como maior público apreciador pessoas restritas a um universo com tecnologias específicas;
(C) instigar o público apreciador a mudar sua visão de mundo e a revisarem o sentido da existência;
(D) apresentar visão de mundo de uma coletividade, ou seja, o conteúdo da tradição cultural e folclore
(E) ser comercializada fazendo parte de um mercado consumidor globalizado.

QUESTÃO 16
E se todo mundo ficasse cego?
Para José Saramago seria o caos. Em seu livro Ensaio sobre a Cegueira, o mundo praticamente acaba enquanto a humanidade vai
perdendo a visão. Mas para a ciência as coisas poderiam tomar um caminho diferente. “Há várias tecnologias que ajudariam: bengalas
ultrassônicas que podem indicar se há objetos pela frente ou até robôs que atuariam como cães-guia”, diz o especialista em robótica
Darwin Caldwell (...). Além disso, precisaríamos de coisas como carros que andam sozinhos e máquinas capazes de substituir médicos
em cirurgias. Mas como esses carros-robôs e outros aparelhos seriam construídos sem ninguém para ver que peça apertar? Fábricas
totalmente automatizadas também não estão longe de ser realidade. “Robôs seriam capazes de se autoconstruir”, diz Ken Young,
presidente da Associação Britânica de Automação e Robótica. Ou seja: se a cegueira generalizada se espalhasse devagar, daria para a
gente remodelar o mundo – mudando tudo para que nada mude. Com algumas adaptações, claro.
CINQUEPALMI, João Vito. E se todo mundo ficasse cego? Superinteressante. São Paulo, n. 264, p. 48, abr. 2009.

Assinale a alternativa que faz uma interpretação incorreta do texto.

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a) Saramago, por meio de sua obra, mostra que a forma como a sociedade é organizada poderia mudar drasticamente se perdêssemos a
capacidade da visão.
b) O autor do texto, ao citar Saramago, especula como a ciência lidaria com o mesmo fato trabalhado pelo escritor em seu romance.
c) Ao apresentar alternativas científicas para a cegueira, o autor cita várias tecnologias e, além disso, o uso de animais como guias de
cegos.
d) Para o autor do texto, se a cegueira fosse se espalhando sem muita rapidez, a humanidade conseguiria se adaptar a ela.
e) Um dos desafios da ciência seria conseguir formas tecnológicas que se autoconstruíssem, já que a cegueira impediria os humanos de
participarem desse processo.

QUESTÃO 17
OPINIÃO
Podem me prender
Podem me bater
Podem até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião.
Aqui do morro eu não saio não
Aqui do morro eu não saio não.
Se não tem água
Eu furo um poço
Se não tem carne
Eu compro um osso e ponho na sopa
E deixa andar, deixa andar...
Falem de mim
Quem quiser falar
Aqui eu não pago aluguel
Se eu morrer amanhã seu doutor,
Estou pertinho do céu
Zé Ketti. Opinião. Disponível em: http:www.mpbnel.com.br. Acesso em: 28 abr 2010.

Essa música fez parte de um importante espetáculo teatral que estreou no ano de 1964, no Rio de Janeiro. O papel exercido pela Música
Popular Brasileira (MPB) nesse contexto, evidenciado pela letra de música citada, foi o de:
a) entretenimento para os grupos intelectuais.
b) valorização do progresso econômico do país.
c) crítica à passividade dos setores populares.
d) denúncia da situação social e política do país.
e) mobilização dos setores que apoiavam a Ditadura Militar.

QUESTÃO 18
Onde ficam os “artistas”? Onde ficam os “artesãos”? Submergidos no interior da sociedade, sem reconhecimento formal, esses grupos
passam a ser vistos de diferentes perspectivas pelos seus intérpretes, a maioria das vezes, engajados em discussões que se polarizam
entre artesanato, cultura erudita e cultura popular.
PORTO ALEGRE, M. S. Arte e ofício de artesão. São Paulo, 1985. (Adaptado.)

O texto aponta para uma discussão antiga e recorrente sobre o que é arte. Artesanato é arte ou não? De acordo com uma tendência
inclusiva sobre a relação entre arte e educação:
a) o artesanato é algo do passado e tem sua sobrevivência fadada à extinção por se tratar de trabalho estático produzido por poucos.
b) os artistas populares não têm capacidade de pensar e conceber a arte intelectual, visto que muitos deles sequer dominam a leitura.
c) o artista popular e o artesão, portadores de saber cultural, têm a capacidade de exprimir, em seus trabalhos, determinada formação
cultural.
d) os artistas populares produzem suas obras pautados em normas técnicas e educacionais rígidas, aprendidas em escolas
preparatórias.
e) o artesanato tem seu sentido limitado à região em que está inserido como uma produção particular, sem expansão de seu caráter
cultural.

QUESTÃO 19
Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta contínua importunação de senhores e de escravos, que não a deixam sossegar um só
momento! Como não devia viver aflito e atribulado aquele coração! Dentro de casa contava ela quatro inimigos, cada qual mais porfiado
em roubar-lhe a paz da alma, e torturar-lhe o coração: três amantes, Leôncio, Belchior e André, e uma êmula terrível e desapiedada,
Rosa. Fácil lhe fora repelir as importunações e insolências dos escravos e criados; mas que seria dela, quando viesse o senhor?
GUIMARÃES, Bernardo. A escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1995.

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A personagem Isaura, como afirma o título do romance, era uma escrava. No trecho apresentado, os sofrimentos porque passa a
protagonista:
a) assemelham-se aos das demais escravas do país, o que indica o estilo realista da abordagem do tema da escravidão pelo autor do
romance.
b) demonstram que, historicamente, os problemas vividos pelas escravas brasileiras, como Isaura, eram mais de ordem sentimental do
que física.
c) diferem dos que atormentavam as demais escravas do Brasil do século XIX, o que revela o caráter idealista da abordagem do tema
pelo autor do romance.
d) indicam que, quando o assunto era o amor, as escravas brasileiras, de acordo com a abordagem lírica do tema pelo autor, eram
tratadas como as demais mulheres da sociedade.
e) revelam a condição degradante das mulheres escravas no Brasil, que, como Isaura, de acordo com a denúncia feita pelo autor, eram
importunadas e torturadas fisicamente pelos seus senhores.

QUESTÃO 20

O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função social específica, seu objetivo comunicativo e seu
formato mais comum relacionam-se aos conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse
texto demonstra que o principal objetivo de seu produtor é
(A) mostrar a importância da televisão no mundo contemporâneo.
(B) advertir sobre o desinteresse dos alunos do Ensino Fundamental.
(C) apontar a natureza salutar do conflito de gerações.
(D) assinalar a incapacidade motora da professora em se adequar a um novo método de ensino.
(E) abalizar os problemas derivados do choque entre diferentes formas de aprendizagem.

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