Lei Maria Da Penha

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0

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL


CAMPUS UNIVERSITÁRIO VALE DO CAÍ
CURSO DE DIREITO

BRUNO RICARDO PHILIPPSEN

A LEI SEXISTA

São Sebastião do Caí

2019
1

BRUNO RICARDO PHILIPPSEN

A LEI SEXISTA

Projeto monográfico apresentado no


Curso de Direito da Universidade de
Caxias do Sul, como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em Direito.

Orientadora: Profª. Claudia Maria Hansel

São Sebastião do Caí

2019
2

SUMÁRIO

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO....................................................................................3

2 OBJETO.....................................................................................................................4

2.1 Tema.......................................................................................................................4

2.2 Delimitação do tema................................................................................................4

2.3 Formulação do Problema........................................................................................5

2.4 HIPÓTESES..........................................................................................................5

2.4.1 Hipótese Básica...................................................................................................5

2.4.2 Hipóteses Secundárias........................................................................................6

3 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................7

4 OBJETIVOS...............................................................................................................9

4.1 Objetivo Geral.........................................................................................................9

4.2 Objetivos Específicos..............................................................................................9

5 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................10

6 METODOLOGIA.......................................................................................................26

7 CRONOGRAMA.......................................................................................................27

8 PLANO DE DESENVOLVIMENTO PROVISÓRIO..................................................28

REFERÊNCIAS...........................................................................................................29
3

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Título do projeto: A Lei Sexista

Autor: Bruno Ricardo Philippsen

Endereço completo: Rua CARLOS CHAGAS n° 26, Bairro Loteamento Popular, Cep

95760-000, São Sebastião do Caí

Telefone: (51) 995006400

E-mail: [email protected]

Professora orientadora: Claudia Maria Hensel

Curso: Bacharelado em Direito.

Área de Concentração: Direito Penal

Instituição: Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Campos Vale do Caí


4

2 OBJETO

2.1 Tema

A presente pesquisa irá analisar detalhadamente as conquistas alcançadas


com a lei Maria da Penha, desde o seu advento até a atualidade, detectando
também os retrocessos e as mudanças que ainda se fazem necessárias no âmbito
específico em relação à presente legislação.

Dessa forma, analisa-se historicamente a questão relacionada à violência


contra a mulher, sendo que a mesma pode englobar desde o uso de palavras ou
ações que machucam o gênero feminino, assim como o uso da força, a qual resulta
em ferimentos, sofrimentos, tortura, culminando, muitas vezes na morte da vítima.

2.2 Delimitação do tema

Sabe-se que a violência contra a mulher no país tornou-se algo comum e até
mesmo banal, sendo fato corriqueiro entre as pessoas, ignorado por muitos com
grande facilidade. Diante de tais circunctâncias, a violência contra a mulher não tem
tido a devida importância social, fazendo assim, com que a vítima de maus tratos,
absorva o medo, tentando omitir cada vez mais a violência. 1

Tal ocorrência culminou na necessidade de um aumento na fiscalização feita


de forma correta e concreta, a fim de que as mulheres beneficiadas pela lei 11.340,
sejam prontamente atendidas, e obtenham todo o aparato necessário para conseguir
a tão sonhada segurança e bem estar, no meio em que vivem, uma vez que, na
maioria das vezes, as vítimas não possuem a certeza de estarem em segurança 2.

Dessa forma, os estudos sobre o fenômeno da violência doméstica têm se


tornado necessário por se tratar de um grave problema social que ganha cada vez
mais visibilidade em todos os âmbitos, sociais e acadêmicos, principalmente após as
novas leituras no âmbito jurídico, entre elas a Lei n° 11.340, conhecida como Lei

1
BRASIL. Lei Nº 11.340, De 7 De Agosto De 2006.
2
BRAGHINI, Lucélia. Cenas respectivas de violência doméstica: um impasse entre Eros e
Tanatos. 2000.
5

Maria da Penha. Com a sanção desta Lei, o Brasil atendeu a recomendação da


Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher (Convenção de Belém do Pará) e da Convenção da ONU sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) das quais o Brasil
é signatário. E além destes, respondeu a uma determinação da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos
(OEA), criando uma lei específica (Lei n° 11.340) que procura criar mecanismos para
coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

2.3 Formulação do Problema

De que forma a Lei Maria da Penha, bem como a Convenção de Belém do


Pará, contribuem na afirmação dos Direitos Humanos, diminuindo o índice da
violência contra a mulher no ordenamento jurídico brasileiro?

2.4 HIPÓTESES

2.4.1 Hipótese Básica

Em relação à violência contra a mulher, são reais os dados estipulados pelo


Ligue 180, momento onde as informações encontradas advertem que, no primeiro
semestre do ano de 2018, aumentou-se, consideravelmente, as denuncias
relacionadas a tal tipo de violência. Dentre tais acontecimentos, enumera-se a
violência chamada de física e também a considerada psicológica. A grande maioria
foi classificada como violência doméstica, dentre as quais variam crimes como
homicídio, cárcere privado, tráfico de pessoas, dentre tantos outros relacionados. 3

Sabe-se que a Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para


Punir, Prevenir e Erradicar a Violência Contra a Mulher), foi criada pela respectiva
Organização dos Estados Americanos e aceita pelo Brasil no ano de 1995,
lembrando que tal ato foi fundamental para que verdadeiros direitos começassem a

3
DISTRITO FEDERAL. Lei Maria da Penha: Ligue 180 recebe um relato de violência contra a
mulher a cada três minutos e cinquenta segundos.
6

ocorrer, contribuindo em prol do movimento da mulheres durante longo período de


tempo.

2.4.2 Hipóteses Secundárias

No que diz respeito aos tratados de Direitos Humanos, sabe-se que a


Convenção de Belém do Pará foi pioneira no reconhecimento da violência contra tal
classe de pessoas, mostrando que o problema se tornava geral em todo o âmbito
social, como afirmou o próprio preâmbulo:

A Assembleia Geral [...] Preocupada porque a violência em que vivem


muitas mulheres na América, sem distinção de raça, classe, religião, idade
ou qualquer outra condição, é uma situação generalizada; [...] Convencida
da necessidade de dotar o sistema interamericano de um instrumento
internacional que contribua para solucionar o problema da violência contra a
mulher; [...].4

Destarte, é notável a violação aos Direitos Humanos, mostrada pela lei Maria
da Penha, bem como pela Convenção de Belém do Pará, ofendendo em todos os
âmbitos, o princípio da dignidade da pessoa humana, mostrando a desigualdade de
gênero e também poder.

É evidenciado um modelo específico de violência, considerado o gênero


feminino, causando forte dano físico ou ainda moral, bem como de cunho
psicológico ou ainda sexual. Trata-se nde um problema concreto, sendo que nesse
caso,a lei necessita ser melhor observada, para ocorrer um real concretização,
devendo existir punições aos agentes que tais atos praticam, de forma eficaz e
urgente. Ocorre, que o temor pela consequência da denuncia, passou a provovar um
baixo índice das mesmas.5

4
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Mais Direitos Para Mais Pessoas.
5
VIOLA, Solon Eduardo Annes. Direitos humanos no Brasil. Porto Alegre: UNISINOS, 2014.
7

3 JUSTIFICATIVA

A Lei n. 11.340 entrou no ordenamento jurídico brasileiro em agosto de 2006,


a referida legislação ficou popularmente conhecida por “Lei Maria da Penha”, devido
a história de vida e luta de Maria da Penha Maia Fernandes, que após duas
tentativas de assassinato pelo seu marido o denunciou à justiça. Entretanto, por
inexistir uma legislação severa e voltada para a proteção dos direitos humanos das
mulheres, Maria da Penha Fernandes, se deparou com um cenário de impunidade
ante o seu agressor.

A partir de sua promulgação, a “Lei Maria da Penha”, trouxe para o


cenário jurídico, diversas inovações no que atinge a violência doméstica e familiar
contra a mulher. Em primeiro lugar, a legislação foi a primeira a conceituar a
violência doméstica no cenário brasileiro. Além disso, a lei inovou ao dispor sobre as
formas de violência e ao inserir no ordenamento medidas voltada para a proteção
imediata da vítima.

É necessário que as conquistas e também toda a decadência que ocorreu na


Convenção de Belém do Pará, bem como na lei 11.340/2006, sejam, de fato,
apresentadas, dessa forma, serão verificadas as atitudes necessárias para que uma
verdadeira mudança nesse patamar possa ocorrer.

.É fato que somente a existência de uma lei no ordenamento jurídico, não


protege a vítima contra a violência realizada em âmbito doméstico ou familiar, assim
para que ocorra um concreto acesso à justiça, a norma necessita se tornar eficaz, de
modo que tenha autonomia para mudar o caráter social e excluir essa violência tão
discutida na sociedade atual.6

Devido à tentativa frequente de se encobrir tal violência, a mesmo se torna


cada vez pior e mais grotesca, fazendo com que uma efetiva intervenção ocorra,
devido todo o passado histórico vivido por tais classes de pessoas. Dessa forma, o
poder público, busca conter tais abusos vividos pelas vítimas de tais tipos de delito.

A importância social e jurídica do projeto, se justifica, à medida que o tema se


ampliou no decorrer do passado histórico, fazendo com que toda a comunidade

6
COMPARATO, F.K. O poder Judiciário no regime democrático. Estudos Avançados. 2004
8

jurídica penal, se movimentasse acerca do mesmo. São fatos que culminaram em


extensas discussões sociais, requerendo medidas drásticas por parte das
autoridades atuantes em cada caso específico, uma vez que a demora dos atos
judiciais importariam em amiores prejuízos às vítimas.
9

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

Verificar de que forma a Lei Maria da Penha, bem como a Convenção de


Belém do Pará coloboraram para a proteção às garantias fundamentais,
estabelecidadas pelos Direitos Humanos, diminuindo a violência contra a mulher no
Brasil.

4.2 Objetivos Específicos

a) Nomear os diferentes tipos de violência voltadas para o gênero feminino.

b) Analisar a Lei 11.340/2006 e suas hipóteses voltadas para a respectiva


prevenção.

c) Causar uma reflexão acerca dos direitos fundamentais voltados para as mulheres
no Brasil

d) Analisar a Convenção de Belém do Pará.


10

5 REFERENCIAL TEÓRICO

Atualmente vive-se em uma sociedade que cultiva a simulação de um


sentimento de afeição pelo próximo como forma ideológica de camuflar a prática
histórica e cotidiana da violência, em todas as formas que ela pode assumir. A
realidade é que sempre se recorre à violência como forma privilegiada de solução de
conflitos. A violência contra as mulheres é hoje um fato desconcertante que assola a
nossa sociedade. Trata-se de assunto muito polémico e difícil de resolver, na
medida em que mexe com o padrão e a dinâmica da família, envolvendo muitas
vezes separações e até mesmo punições.7

A violência contra as mulheres pode ser classificada em vários tipos, desde


opressões até a violência física propriamente dita, permeia todas as classes sociais,
sendo uma realidade concreta e palpável. É de tamanha importância que tem sido
capaz de mobilizar todos os setores da sociedade, já sendo inclusive reconhecida
como proeminente problema de saúde pública no Brasil. 8

De acordo com o Relatório Mundial sobre Violência e Saúde (World Heath


Organization, 2002) a prática de violência sexual pode ser caracterizada com
fundamento em diversas maneiras de apresentação, como todo e qualquer tipo de
ato sexual, tentativa de atingir um ato sexual, comentários ou investidas sexuais não
desejadas, ou ações relacionadas ao tráfico sexual. 9

Este tipo de violência praticada contra a mulher é uma forma de ataque


desumano e obstinado, classificada inclusive como violência de gênero, que deixa
uma amostra poderosa sobre o poder do homem relacionado à mulher, na
dominação de seu corpo o representando como um objeto. 10

7
CAVALCANTI, Stela Valéria Soares de Farias. Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil.
2007, p. 99.
8
DIAS, Maria Berenice. A “Lei Maria da Penha” na justiça: a efetividade da Lei11.340/2006 de
combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. Revista dos Tribunais, 2013.
9
NUNES, Mykaella Cristina Antunes Nunes; LIMA, Rebeca Fernandes Ferreira. Violência Sexual
contra Mulheres: um Estudo Comparativo entre Vítimas Adolescentes e Adultas. Psicologia:
Ciência e Profissão 2017.
10
DELZIOVO, Carmem Regina; COELHO, Elza Berger Salema et al. Violência sexual contra a
mulher e o atendimento no setor saúde em Santa Catarina – Brasil. Temas Livres Free Themes,
Doi: 10.1590/1413-81232018235.20112016.
11

Em território brasileiro, o estupro estabelecido de maneira jurídica em sendo a


ação de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso” 5. O
estupro é um crime que assola homens e mulheres de diferentes idades, porém, as
mulheres são vitimas mais conhecidas dentro deste contexto.

As consequências da violência sexual contra a mulher são imensas e podem


ter efeito duradouro ou permanente, por estarem relacionados com o bem estar
físico da vitima, assim como questões emocionais, sexuais, mentais, reprodutivas e
sociais. Além desses efeitos, este ato pode levar a gravidez indesejada e doenças
sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV/Aids. 6

De acordo com Manzini e Velter a violência psicológica é definida pela Lei em


comportamentos com possibilidades de provocar a mulher dano emocional e baixa
autoestima ou que lhe afete negativamente e importune o pleno desenvolvimento ou
comportamentos que tenha o objetivo de ofender e monitorar seus atos, atitudes,
doutrina e escolhas diante de agressões verbais, intimidação, opressão, deboche,
submissão, domínio, isolação, vigilância em excesso, tormento, intolerância,
perseguição, ofensas, chantagem, exploração e contenção do direito de ir e vir ou
todas outras formas que levam à efeitos negativos para a saúde mental e
psicológica da mulher.11

A violência psicológica pode ser considerada como a mais comum e muitas


das vezes a que é menos denunciada, devido a maioria das vitimas não perceberem
a gravidade das atitudes do agressor, com agressões verbais, opressão, ironias e
manipulação.12

Apesar das dificuldades e invisibilidade dos danos causados pela violência


domestica, esta pode ocasionar em sequelas nítidas, como processo de
somatização e intermédio na estruturação da identidade e personalidade. 13

11
MANZINI, Luana; VELTER, Stela Cunha. Violência psicológica contra mulheres: uma
abordagem com os instrumentos previstos na Lei Maria da Penha. Jusbrasil, 2016.
12
MACHADO, Isadora Vier; DEZANOSKI, Mayara. Exploração Do Conceito De Violência
Psicológica Na Lei 11.340/06. Revista Gênero & Direito, 2014.
13
ECHEVERRIA, Gabriela Bothrel. A Violência Psicológica Contra a Mulher: Reconhecimento e
Visibilidade. 2018.
12

De acordo com Fonseca e Lucas14 a violência domestica adquire-se deste


nome pode acontecer no interior da casa da vítima, aonde o agressor, na maioria
das vezes, é uma pessoa em que a mulher tinha contato ou ainda tem alguma
relação intima. Este tipo de violência agrega diversas outras, como a física, a
psicológica, mesmo que de maneira sútil.

A grande parte das mulheres sofre este tipo de violência por permanecerem
em relacionamentos baseados, em diversas vezes, na dependência financeira e
emocional, acarretando em situações de agressão. Em muitos casos, a violência
acontece por parte do próprio marido ou namorado. 15

A violência doméstica é retratada principalmente no trabalho das mulheres,


onde estas, em algumas vezes precisam faltar ao trabalho por motivos de lesões
corporais aparente, o que mostra que a violência domestica atinge um fator social e
econômico dentro do cenário brasileiro.11

A violência moral, declarada pela Lei 11.340/06, mais conhecida como a Lei
Maria da Penha, é caracterizada em agressões que levam a danos contra a honra,
com atos de: calunia, injuria e difamação, ocasionando em baixa autoestima,
prejudicando o meio social da vitima e a desqualificando. 16

É importante ressaltar, que a violência moral está diretamente ligada com


a psicológica, devido às formas de danos e tipos de agressões afetarem o pleno
desenvolvimento mental e psicológico da mulher, ocasionando em sequelas
emocionais.12

A norma que institui o feminicídio no Brasil é mais um resultado da


expansão do Direito Penal como colecionador de respostas para todo problema
social existente. De forma geral, a lei 13.104/15 cria o feminicídio no ordenamento

14
FONSECA, Paula Martinez; LUCAS, Taiane Nascimento Souza. Violência Doméstica Contra A
Mulher E Suas Consequências Psicológicas. Salvador, 2006.
15
FONSECA, Denire Holanda; RIBEIRO, Cristiane Galvão; LEAL, Noêmia Soares Barbosa. Violência
Doméstica Contra A Mulher: Realidades E Representações Sociais. Psicologia & Sociedade,
2012.
16
CERQUEIRA, Ariene Bomfim et al. Violência Moral Contra A Mulher E Seus Contornos No
Município De Ilhéus. Universidade Estadual de Santa Cruz, 2014.
13

penal brasileiro assim sendo qualificadora e causas de aumento de pena no crime


de homicídio.

Com isso, passa a ser qualificado o homicídio praticado contra mulher por
razões de gênero, também podendo incorrer em causa de aumento de pena de
acordo com o caso concreto. Não obstante, a lei não deixou de constar que a novel
qualificadora deveria ser posta no rol dos crimes hediondos definidos pela Lei Nº
8.072/90. 17

Importante salientar que nem todo assassinato de mulher se caracteriza como


sendo feminicídio. O crime configura-se quando uma mulher se torna vítima de
homicídio apenas por ser do sexo feminino.

No feminicídio íntimo, o autor do crime é o atual ou ex companheiro da


vítima esse grupo está incluído todas as mulheres que mantiveram um
relacionamento ou convivência conjugal, extraconjugal, o autor do crime e a vítima
mulher não possuíam qualquer ligação familiar, de convivência ou de
relacionamentos.

Já, o feminicídio por conexão, ocorre quando o homem tem por objetivo
assassinar outra mulher, no entanto, a vítima que não era alvo, vem a ser
assassinada de modo conexo, em decorrência das circunstância que o crime
ocorreu.

No entanto, o crime de feminicídio só se qualifica se presentes as


qualificadoras elencadas no artigo 1º, § 2º- A.

Diante do destaque à violência de gênero em sua vertente social e não apenas


biológica, ressalta-se que a violência contra a mulher em sua grande parte nasce
dentro de casa e das relações familiares, pressionando o Estado a desenvolver
mecanismos a fim de coibir tais práticas.

Dentro deste contexto, a Lei 11.340/2006, denominada “Maria da Penha”,


sancionada em 07 de agosto de 2006 pelo Presidente da República Luís Inácio Lula
da Silva, entrou entrando em vigor em 22 de setembro de 2006.

17
SANTOS, Mariana Gois. A lei do feminicídio (lei 13.104/2015) e suas alterações na legislação
penal brasileira. 2016.
14

Teve como ponto de partida a pressão social, nacional e internacional, após


condenação do Brasil pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos pela
violação das obrigações referentes à prevenção da violência contra a mulher,
especialmente a violência doméstica.

Ressalta-se que a Lei Maria da Penha tinha como propósito, não apenas
proteger à mulher, vítima de violência doméstica e familiar, mas também prevenir
contra futuras agressões e punir os devidos agressores.

A Lei 11.340/206 – Maria da Penha é o principal mecanismo criado pelo


Estado com vista a garantir à mulher o direito à integridade física, psíquica, sexual,
moral e patrimonial, dando eficácia às normas constitucionais.

A Lei Maria da Penha dispõe em seu artigo 1º, coibir e prevenir a violência
doméstica e familiar contra a mulher, criando Juizados de Violência Doméstica e
Familiar e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação
de violência doméstica e familiar. A Lei Maria da Penha tipifica como crime, a
violência doméstica e familiar contra a mulher, sendo qualquer ação ou omissão
baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial. (art. 5º). Sendo este tipo de agressão
cometido no âmbito da unidade doméstica, no âmbito da família ou em qualquer
relação íntima de afeto. 1

De acordo com a AME (2011), a Lei 11.340/06 criou medidas para


proteção imediata às mulheres tanto na esfera do direito cível, como no âmbito do
direito de família, administrativo e penal. O cumprimento destas medidas, após a
concessão judicial, é de responsabilidade da justiça, devendo ser cumprida pelos
seus agentes. E objetivam acelerar a solução do problema da mulher agredida,
requeridas e concedidas em caso de situação de risco ou na ocorrência da prática
da violência propriamente dita, o que é realizado através da intervenção da
autoridade policial. Devem ser analisadas no prazo de 96 horas após o registro da
agressão na Delegacia de Polícia.18

Antes da edição da “Lei Maria da Penha”, os casos que envolviam violência


doméstica eram processados pelo rito da Lei n. 9.099/95, que instituiu os Juizados
18
AME. A história da Maria da Penha. Associação de Mulheres Empreendedoras, 2011.
15

Especiais no Brasil. Sendo que os crimes de violência doméstica eram vistos como
crimes de menor potencial ofensivo e aplicava-se, ao agressor, penas restritivas de
direito, que variavam desde limitações de finais de semana ao pagamento de cestas
básicas.

Esse cenário desestimula a vítima a denunciar o agressor, já que a Lei n.


9.099/95, não conferia uma proteção especial à vítima, que em muitos casos tinha
que conviver com o seu algoz, o que tornava sua situação ainda mais delicada. Além
disso, as mulheres não obtinham um tratamento policial adequado a sua frágil
situação. Dessa forma, a “Lei Maria da Penha”, dedicou-se também a detalhar os
procedimentos que deveriam ser realizados pela autoridade policial, ao atender as
vítimas de violência doméstica, conferindo à polícia o dever de cuidar das vítimas
que já tenham sofrido qualquer tipo de violência ou que estejam na iminência de
sofrer. A lei também conferiu ao policial funções que normalmente seriam
desenvolvidas por serventuários de justiça, ao determinar que a autoridade policial
deveria tomar a termo a solicitação das Medidas Protetivas de urgência e
encaminhá-las ao juízo.19

Sendo assim, a Lei n. 11.340/06, ao afastar a incidência da Lei n.


9.099/95 dos casos de violência doméstica e familiar, conferiu ao policial funções
que estavam além da lavratura do simples Termo Circunstanciado de Ocorrência,
além de dispor sobre o procedimento judicial, ao receber o pedido de Medidas
Protetivas da ofendida.
O Conselho Social e Econômico das Nações Unidas conceitua a violência
contra a mulher, como sendo:“ [...] qualquer ato de violência baseado na diferença
de gênero, que resulte em sofrimentos e danos físicos, sexuais, psicológicos da
mulher; inclusive ameaças de tais atos, coerção e privação de liberdade seja na vida
pública ou privada”.20
Foram duas as convenções firmadas pelo Brasil: Convenção sobre a
eliminação de todas as formas de discriminação contra à mulher (CEDAW),
conhecida como a Lei internacional dos Direitos da mulher e a Convenção
19
DIAS, Maria Berenice. A “Lei Maria da Penha” na justiça: a efetividade da Lei11.340/2006 de
combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. 4. ed. rev. atual e ampl. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2013.
20
CERQUEIRA, Amanda P. Coutinho. Reflexões sobre a abrangência da Lei nº11.340/2006 e seu
consequente potencial da efetividade em busca da constitucionalização do Direito Penal.
Âmbito Jurídico, Rio Grande, v. 12, n. 66, jul. 2009.
16

Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra à mulher,


conhecida como “Convenção de Belém do Pará”. Conforme explica Cunha 21:

O primeiro movimento adotado pela União Federal com o intuito de


combater a violência contra à mulher foi a ratificação de CEDAW, feita pelo
Congresso Nacional em 1º de fevereiro de 1984. Como nesta data ainda
não havia sido promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988, a qual prevê igualdade entre homens e mulheres, houve algumas
reservas; contudo, com o reflexo da nova Constituição, o governo brasileiro
retirou as reservas, ratificando plenamente toda a Convenção através do
Decreto Legislativo nº26/1994, que foi promulgada pelo Presidente da
República por meio do Decreto nº4.377/2002.[...] O segundo movimento
realizado no Brasil neste sentido foi a ratificação da Convenção
Interamericana para Prevenir, punir e erradicar a Violência contra à mulher –
conhecida como “Convenção de Belém do Pará”, realizada em Belém do
Pará e adotada pela Assembleia Geral da Organização dos Estados
Americanos – OEA em 6 de junho de 1994, sendo ratificada pelo Brasil em
27 de novembro de 1995 através do Decreto Legislativo nº107/1995 e
promulgado pelo Presidente da República por meio do Decreto
nº1.973/1996.

Segundo Silva (2010) , claro era o objetivo da CEDAW 22:

A Convenção visa a contribuir para conferir maior peso político e jurídico à


proteção da dignidade da mulher, cuja situação na maioria das sociedades
do mundo, no decorrer da história e na atualidade, nem sempre tem sido
marcada pelo gozo de direitos em patamar de igualdade com os homens.
Além disso, a Convenção visa a tutelar certas peculiaridades da condição
da mulher, como a maternidade. (grifo nosso)

Antes da sua promulgação, o Brasil era considerado omisso e negligente


em relação à violência cometida contra a mulher. Neste contexto, a Lei Maria da
Penha veio para criar mecanismos de forma a coibir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, além de alterar o Código Penal e a Lei de Execução Penal.

Segundo Galiza (2008)23:

a mulher durante séculos foi vítima da opressão e de teorias machistas, no


entanto, nenhum obstáculo foi capaz de ofuscar o brilho feminino e impedir
o seu desenvolvimento na sociedade. Contudo o processo de emancipação
da mulher foi uma tarefa árdua, que perdurou durante séculos até alcançar
o status que possui hoje. De sexo frágil, a mulher passou a ser responsável
pelo mais novo processo que o mundo vem sofrendo: a revolução feminina,
onde as mulheres deixaram de ser apenas donas [sic] do lar, para participar
efetivamente da construção da história. (grifo nosso)

21
CUNHA, Rogério Sanches. Lei do feminicídio: breves comentários. Jusbrasil, 2015.
22
SILVA, Dayane de Oliveira Ramos. Aplicabilidade da Lei Maria da Penha: Um olhar na vertente do
gênero feminino. Ambito Jurídico, 2010.
23
GALIZA, Danuza Ferreira De. O Feminismo através dos Tempos. 2008. 
17

Neste sentido, “Maria da Penha”, foi o nome escolhido, em homenagem à


farmacêutica que se tornou símbolo da luta contra a violência doméstica contra a
mulher. Em 1983 ela foi vítima de tentativa de homicídio por duas vezes, atingida por
um tiro de espingarda deferido por seu ex-companheiro.

24
Cunha e Pinto (2009) explicam o porquê dessa denominação:

O motivo que levou a lei ser “batizada com esse nome, pelo qual,
irreversivelmente, passou a ser conhecida, remonta ao ano de 1983. No dia
29 de Maio desse ano, na cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará, a
farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, enquanto dormia, foi atingida
por um tiro de espingarda desferido por seu então marido, o economista
M.A.H.V, colombiano de origem e naturalizado brasileiro. Em razão desse
tiro, que atingiu a vítima em sua coluna, destruindo a terceira e quarta
vértebras, suportou lesões que deixaram-na paraplégica.[...] Mas as
agressões não se limitaram ao dia 29 de maio de 1983. Passada pouco
mais de uma semana, quando já retornara para sua casa, a vítima sofreu
novo ataque do marido. Desta feita, quando se banhava, recebeu uma
descarga elétrica que, segundo o autor, não seria capaz de produzir-lhe
qualquer lesão. [...]

Como sequelas ela teve paralisia de seus membros inferiores, deixando-a


viva, mas paraplégica. E o seu agressor encontra-se em liberdade, depois de
permanecer apenas dois anos preso.

Segundo Dias (2010): 25

[...] A repercussão foi de tal ordem que o Centro pela Justiça e o Direito
Internacional - CEJIL e o Comitê Latino-Americano e do Caribe para a
Defesa dos Direitos da Mulher – CLADEM formalizaram de denúncia à
Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos
Estados Americanos. Apesar de, por quatro vezes, a Comissão ter solicitado
informações ao governo brasileiro, nunca recebeu nenhuma resposta. O
Brasil foi condenado internacionalmente, em 2001. O relatório n.54 da OEA,
além de impor o pagamento de indenização no valor de 20 mil dólares, em
favor de Maria da Penha, responsabilizou o Estado brasileiro por
negligência e omissão frente à violência doméstica, recomendando a
adoção de vários medidas, entre elas simplificar os procedimentos judiciais
penais a fim de que possa ser reduzido o tempo processual. A indenização,
no valor de 60 mil reais, foi paga a Maria da Penha, em julho de 2008, pelo
governo do Estado do Ceará, em uma solenidade pública, com pedido de
desculpas.

24
CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Violência Doméstica: Lei Maria da Penha
(Lei nº 11.340/2006 comentada artigo por artigo). 2. ed. São Paulo: Revista Dos Tribunais, 2008.
272 p.
25
DIAS, Maria Berenice. Violência doméstica e as uniões homoafetivas. 2010.  
18

Em função do caso Maria da Penha, o Brasil foi condenado pela


Organização dos Estados Americanos (OEA) por violação ao direito fundamental da
vítima mulher em função da ineficiência da persecução penal.

A Lei n. 11.340/06 é resultado da pressão direta de dois importantes


agentes. De um lado existem os organismos internacionais e de outro a organização
dos movimentos feministas. Tais movimentos se articularam e compuseram um
Consórcio de Organizações não governamentais (ONGs) a fim de debater e analisar
26
o teor dos Projetos de Lei que tramitavam acerca do tema da violência doméstica.

As reuniões desse consórcio consistiam em explicitar os objetivos das


ONGs e todos os grupos envolvidos foram taxativos ao afirmar que a Lei n. 9.099/95
não mais poderia ser aplicada aos casos de violência doméstica. Além de
apontarem a necessidade de incluir definições claras e precisas sobre violência
doméstica e reivindicar a participação do movimento de mulheres, do Poder
Executivo, de parlamentares, de membros da magistratura e operadores do direito
10
bem como a sociedade em geral.

Ao fim do ano de 2003, o Consórcio apresentou suas propostas em um


seminário realizado na Câmara dos Deputados. As propostas apresentadas pelos
deputados consistiam, dentre outras medidas, na conceituação da violência
doméstica contra a mulher tendo por base a Convenção de Belém do Pará, bem
como a inclusão da violência patrimonial e moral como manifestações dela; a
criação de uma política nacional de combate à violência a mulher; a previsão de
medidas cautelares e de proteção referentes ao autor e vítima; assistência jurídica e
criação de serviços públicos a mulher e a criação de um juízo único com
competência cível e criminal para julgar os casos de violência contra a mulher,
deixando de incidir a aplicação da Lei n. 9.099/95 nos casos de violência doméstica
contra as mulheres. 10

Sendo assim, em 2004, começa a tramitar no Congresso Nacional o


Projeto de Lei n. 4559, de relatoria da deputada Jandira Feghali, o qual, conforme

26
MATOS, Milena Calazans de; CORTES, Iaris. O processo de criação, aprovação e
implementação da Lei Maria da Penha. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2011
19

pode ser perceber pela leitura da Lei n. 11.340/06, incorporou grande parte das
27
propostas apresentadas por este Consórcio.

Dessa forma, em 07 de agosto de 2006, foi sancionada a Lei n.


11.340/06, popularmente conhecida como “Lei Maria da Penha”, pelo até então
Presidente Luís Inácio “Lula” da Silva, tornando-se um dos textos legislativos que
3
melhor protegem os direitos humanos das mulheres.

As Leis devem atender às necessidades de justiça de um determinado povo


ou da própria humanidade num determinado momento histórico, uma vez que leis
eficazes são aquelas atreladas ao ideal de justiça e capazes de melhorar a vida das
pessoas, ao passo que de nada servem aquelas que não cumprem com sua
finalidade.28

No Brasil, para enfrentar a questão da violência contra as mulheres, foram


propostas medidas governamentais, principalmente no campo do poder legislativo, e
a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), foi considerada pela ONU como uma das
29
leis mais avançadas acerca do tema desde sua publicação. Porém, muito ainda há
que ser discutido sobre o tema, pois a mera criação de uma lei não é capaz de
solucionar o problema intrínseco na sociedade.

Diante disso, é necessário um estudo minuciado quanto ao que se entende


como violência e as definições acerca do tema como as garantias e direitos
fundamentais que rechaçam este comportamento, tais como os direitos
fundamentais assegurados perante a Constituição Federal vigente.

A Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, reflete


a evolução das mudanças ao longo do tempo, proclamando a igualdade de direitos e
obrigações entre homens e mulheres e a dignidade da pessoa humana como
direitos fundamentais.

27
BECHARA, Julia Maria Seixas. Violência doméstica e natureza jurídica das medidas protetivas
de urgência. 2010.
28
KATO, Shelma Lombardi de. A Lei Maria da Penha e a proteção dos direitos humanos sob a
perspectiva de gênero. Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, 2006.
29
SILVA, R. V. et al. Análise da Violência contra as Mulheres no Brasil. Brasília: Núcleo de
Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado. 2017
20

A igualdade, com o passar do tempo, ultrapassou a noção de igualdade


formal e estática e transmudou-se para a ideia de igualdade material ou substancial
apoiada pelo Estado Social de Direito. Nas palavras de Joaquim Barbosa Gomes 30:

Assim, nessa nova postura o Estado abandona a sua tradicional posição de


neutralidade e de mero espectador dos embates que se travam no campo
da convivência entre os homens e passa a atuar ativamente na busca da
concretização da igualdade positivada nos textos constitucionais.

Ainda conforme Cármen Lúcia Antunes Rocha 31:

Em nenhum Estado Democrático até a década de 60 e em quase nenhum


até esta última década do século XX se cuidou de promover a igualação e
vencerem-se os preconceitos por comportamentos estatais e particulares
obrigatórios pelos quais se superassem todas as formas de desigualação
injusta. (ROCHA, 1996, p. 284).

Ademais, a dignidade da pessoa humana está atrelada ao contexto social e


temporal ao qual de pretende analisar. Apesar de não existir um momento histórico
específico em que possa se considerar o marco inicial do conceito de dignidade, a
percepção desta expressão vem sendo construída desde os tempos mais remotos e
transformada diante da evolução histórica da sociedade. 32

Na concepção mais moderna, a dignidade da pessoa humana é uma


expressão ampla interligada aos direitos humanos e que defende a subjetividade da
pessoa a favor das individualidades.

A Constituição Federal de 1988 pode ser considerada um reflexo da


preocupação com os direitos fundamentais, a saber, o artigo 1°, inciso III, aduz:

A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana.

Em suma, o princípio da dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos


do Estado Democrático de Direito e deve ser usado na interpretação de qualquer
norma de nosso ordenamento jurídico.

30
GOMES, Joaquim B. Barbosa. O debate constitucional sobre as ações afirmativas. Rio de
Janeiro, jun., 2005.
31
ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. Ação afirmativa: o conteúdo democrático do princípio da
igualdade jurídica. Revista de Direito Administrativo Aplicado, p. 649-664, 1996.
32
SCHMITZ, José Carlos. A Dignidade Humana, o valor social do trabalho e aplicação do princípio da
proteção no direito do trabalho no Brasil. Revista Jurídica., p. 121-138, 2012.
21

A violência contra a mulher, especificamente, foi uma pauta que começou a


ser discutida no final da década de 1970, em um contexto político de reivindicações
pelo fim da ditadura militar e pela redemocratização do país. Nesta época,
movimentos feministas estabeleceram pautas para mulheres como sexualidade,
anticoncepção e violência doméstica33. A partir daí o conceito de violência contra a
mulher foi evoluindo e é resultado de construção histórica do movimento feminista 34.

As primeiras manifestações deste movimento visavam impedir o homicídio de


mulheres cometidos por seus maridos, companheiros ou amantes sob a justificativa
de legítima defesa da honra utilizada nos julgamentos destes crimes. 35

Atualmente, desde 2015, a legislação acompanhou este movimento e alterou


o Código Penal para estabelecer o feminicídio como circunstância qualificadora de
crime hediondo (Lei 13.104/2015).

A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência


contra a mulher, também conhecida como Convenção de Belém do Pará (1994),
conceitua violência contra a mulher como “qualquer ato ou conduta baseada no
gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher,
tanto na esfera pública como na esfera privada” (Capítulo I, Artigo 1º). 36

A Lei Maria da Penha apresenta mais duas formas de violência: a moral e a


patrimonial, as quais somadas à violência física, sexual e psicológica, totalizam
cinco formas de violência doméstica e familiar, nos termos do art. 7° da Lei.

Segundo Saffioti37 as violências são classificadas e conceituadas da seguinte


maneira:

Violência familiar - aquela que envolve membros de uma mesma família


extensa ou nuclear, levando-se em conta a consanguinidade e a afinidade.
Compreendida na violência de gênero, a violência familiar pode ocorrer no

33
COSTA, Ana Alice Alcântara. O Movimento Feminista no Brasil: Dinâmicas de uma Intervenção
Política. Revista Gênero, p. 9-34, , 2005.
34
GROSSI, Miriam Pillar. Novas/Velhas Violências contra a Mulher no Brasil. Revista Estudos
Feministas. 1994, p. 473-483
35
SENADO FEDERAL. Dialogando sobre a Lei Maria da Penha. In Cadernos EaD – ILB. 2016
36
CONVENÇÃO INTERAMERICANA para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher-
Convenção de Belém do Pará, 1994
37
SAFFIOTI, Heleieth I.B. Já se mete a colher em briga de marido e mulher. São Paulo em
Perspectiva, p. 82-91, 1999
22

interior do domicílio ou fora dele, embora seja mais frequente o primeiro


caso.

A violência intrafamiliar - extrapola os limites do domicílio.

A violência doméstica apresenta pontos de sobreposição com a familiar,


podendo também atingir pessoas que, não pertencendo à família, vivem,
parcial ou integralmente, no domicílio do agressor, como é o caso de
agregados e empregadas (os) domésticas (os).

Violência de gênero é o conceito mais amplo, abrangendo vítimas como


mulheres, crianças e adolescentes de ambos os sexos. No exercício da
função patriarcal, os homens detêm o poder de determinar a conduta das
categorias sociais nomeadas, recebendo autorização ou, pelo menos,
tolerância da sociedade para punir o que se lhes apresenta como desvio.

A Convenção de Belém do Pará também exemplifica as formas de violência, a


qual abrange a violência física, sexual e psicológica (art. 2°):

a) ocorrida no âmbito da família, ou unidade doméstica, ou em qualquer


relação interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou
não a sua residência, incluindo-se, entre outras formas, o estupro, maus-
tratos e abuso sexual;

b) ocorrida na comunidade e cometida por qualquer pessoa, incluindo, entre


outras formas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres,
prostituição forçada, sequestro e assédio sexual no local de trabalho, bem
como em instituições educacionais, serviços de saúde ou qualquer outro
local; e

c) perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que


ocorra.

Este último item refere-se à violência institucional, caracterizada pela ação ou


omissão de instituições que deveriam prestar serviços públicos, mas que acabam
perpetuando o preconceito e a violência ao invés de reparar danos, como em
hospitais, delegacias e no próprio poder Judiciário. 25

A violência contra as mulheres também foi definida pela Organização Mundial


da Saúde (OMS) como “problema de saúde global de proporções epidêmicas”. 25

Outra questão a ser debatida acerca do tema é a análise de gênero. Saffioti 33,
compreende a violência contra a mulher como expressão do patriarcado e da
desigualdade de gênero. Santos e Izumino 38 identificaram três correntes teóricas
explicativas desse fenômeno de violência: a dominação masculina, a dominação
patriarcal e a relacional.
38
SANTOS, Cecilia Mackdoell; IZUMINO, Wania Pasinato. Violência Contra as Mulheres e
Violência de Gênero: Notas sobre Estudos Feministas no Brasil. 2005.
23

Sobre o patriarcalismo brasileiro:


Desde a chegada dos portugueses à costa brasileira, a instalação das
plantações de cana de açúcar e a importação de milhões de escravos
africanos para trabalhar nos engenhos que se espalharam pelo litoral, a
mulher no papel de companheira, mãe ou filha se destacou. No início não se
tratava exatamente da mulher branca. Caramuru, na Bahia, unido a
Paraguaçu, e João Ramalho, fundador de Santo André da Borda do Campo,
casado com Mbici ou Bartira, deram o exemplo.
A Soma dessa tradição portuguesa com a colonização agrária e escravista
resultou no chamado patriarcalismo brasileiro. Era ele que garantia a união
entre parentes, a obediência dos escravos e a influência política de um
grupo familiar sobre os demais. Tratava-se de uma grande família reunida
em torno de um chefe, pai e senhor, forte e destemido, que impunha sua lei
e ordem nos domínios que lhe pertenciam. Sob essa lei, a mulher tinha de
se curvar.39

Conforme Hermann40, “consolidou-se o patriarcado de forma hegemônica,


progressivamente, introjetando não só o imaginário do homem dominador, como
também – o que é ainda mais grave – no da mulher dominada.” A autora elenca
ainda outras razões que contribuíram para a consolidação da sociedade patriarcal.

Portanto, o patriarcado, se sustenta em três pilares: o controle, a força e o


poder punitivo.41 Baseado nisso que Saffioti (2004, p. 84) contextualiza a violência
doméstica como um crime de poder, tendo em vista “que o macho deve dominar a
qualquer custo”, e a mulher deve aceitar as agressões, pois seu “destino” assim
determina.

Sob esta análise, o impacto da violência é diferenciado entre homens e


mulheres. As mulheres estão sujeitas a violência no espaço doméstico e familiar, ao
passo que os homens se sujeitam mais à violência no espaço público.

Apesar da Lei Maria da Penha ser necessária e eficaz dentro do


ordenamento jurídico, existem discussões a cerca da lei, em relação a sua
aplicabilidade. Muito se questiona sobre os motivos da Lei Maria da Penha proteger
apenas as mulheres, utililizando do argumento de que “todos são iguais perante a
lei.”
39
DEL PRIORE, Mary. Histórias e Conversas de Mulher. 1ª, ed, São Paulo: Planeta, 2013, p.9-10.
40
HERMANN, Leda Maria. Maria da Penha Lei com nome de mulher: considerações à Lei nº
11.340/2006: contra a violência doméstica e familiar, incluindo comentários artigo por artigo.
Servanda Editora, 2008.
41
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. São
Paulo: Vozes, 2010.
24

Em relação aos avanços a respeito da proteção as mulheres contra a


violência domestica estabelecios pela lei, existem questionamento em relação a sua
constitucionalidade, trazendo argumentos em que a lei seria discriminatória, sexista,
no sentido de que superprotege as mulheres e criando desvantagens em relação
aos homens.

Antes de esclarecer tal questionamento, é relevante ressaltar sobre o


direito à igualdade e sobre a Constituição Federal (CF/88), que garante igualdade
entre homens e mulheres. Essa garantia é uma garantia formal, em outras palavras,
é a instituicionalização de um direito por meio da fórmula “todos são iguais perante a
lei”. 42
Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo 5º,
sobre o principicio constitucional da igualdade, frente a lei, de acordo com os
seguintes termos:

Artigo 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes. 43

Este princípio trata, em seus artigos, exemplificamente, sobre a igualdade


racial, entre sexos, credo religioso, igualdade jurisdicional, trabalhista, politica e
igualdade tributária. Assim, o principio da igualdade age em em duas direções:
perante a lei e na lei. Por igualdade perante a lei entende-se o encargo de utilizar o
direito no caso concreto; entretanto, a igualdade na lei pressupõe que as normas
jurídicas não devem prever distinções, a não ser as constitucionalmente
autorizadas.14

Nota-se que o texto constitucional, assevera o princípio da igualdade ao


utilizar as expressões “iguais” e “igualdade”, reforçando a ideia de que homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações. Deste modo, a igualdade é instituída
como um dos valores supremos da Constituição da República Federativa do Brasil
e seu art. 3º determina um dos seus objetivos principais é diminuir as

42
MAGALHÃES, Camilla. Por que a Lei Maria da Penha só protege a mulher?. Blogueiras
Feministas, 2012.
43
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ANALISTAS JUDICIÁRIOS DA UNIÃO. Princípio Constitucional
da Igualdade. Jusbrasil, 2011.
25

desigualdades sociais e regionais (inciso III), assim como promover o bem de


todos, sem nenhum tipo de preconceito seja de origem, raça, sexo, cor, idade e
outros tipos de discriminação. 44

O que deve-se levar em consideração em relação a este contexto, é que em


muitas culturas, inclusive no Brasil, a mulher sofre discriminação em diversas áreas
de sua vida, tanto no âmbito familiar até o profissional. No entanto, não e difícil
perceber, dentro deste principio, a discrimininação a mulher dentro do
ordenamento jurídico, em relação a violência doméstica, dentre outros tipos de
violência e proconceito que as mulheres sofrem constantemente.

Send assim, nota-se o atraso deste texto constitucional, uma vez declarado
igualdade de todas as pessoas, independente de sexo, raça, crença e quaisquer
outras diferenças.

Sendo assim, vale ressaltar, que é dever do Estado garantir assistência à


família e seus integrantes e conferir a ele o dever de criar mecanismos que possam
coibir a violência no âmbito das relações familiares.

Nesse sentido, a Lei Maria da Penha, apesar de sofrer criticas, sua


constitucionalidade protege a mulher da situação da violência doméstica com
objetivo de afasta-la de qualquer situação de terror causada com a violência dentro
do lar, compreendendo que o melhor ato em relação a situações como essa é
afastar o agressor dentro do ambiente familiar.

6 METODOLOGIA

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica


descritiva, que reúne material já elaborado, de diferentes metodologias que permite
44
PELICANI, Rosa Benites. A Lei Maria Da Penha E O Princípio Da Igualdade Interpretação
Conforme A Constituição. Revista Da Faculdade De Direito. [s/d].
26

ao pesquisador revisar e sintetizar resultados. A pesquisa bibliográfica tem como


objetivo assegurar e propiciar maior familiaridade com o problema, a fim de
transformar de modo visível ou de elaborar hipóteses. Esse tipo de pesquisa têm o
intuito e finalidade do aprimoramento de conceitos ou descoberta de percepções.

O desenvolvimento do estudo será obtido através de livros, artigos


científicos publicados em sites da internet, considerando-se a legislação vigente,
jurisprudências e os principais doutrinadores que tratam do assunto. Foram
utilizados artigos disponíveis nas bases nacionais de pesquisa que corresponderam
ao tema e os objetivos propostos.

A investigação levará em conta os aspectos de sua natureza básica; do


ponto de vista da forma de abordagem será quantitativo-qualitativa; em decorrência
destes aspectos será importante compreender a concepção da pesquisa sobre os
objetivos traçados no que tange a possibilidade de trabalhar de forma exploratória e
explicativa; já do ponto de vista dos procedimentos técnicos se desenvolverá
levando em conta a revisão bibliográfica, experimental, documental e de
levantamento de procedimentos.

7 CRONOGRAMA
27

Atividades 2019
Março Abril Maio Junho Julho
Desenvolvimento do 1º Capítulo X
Revisão 1º Capítulo (orientação) X
2º Capítulo X
Revisão 2º Capítulo X
3º Capítulo X
Revisão 3º Capítulo X
Revisão final X
Entrega da Monografia X
Defesa da Monografia e Entrega do | X
CD – Rom
Quadro 1: Cronograma de Atividades

8 PLANO DE DESENVOLVIMENTO PROVISÓRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................
2 A VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA ESFERA PATRIARCAL BRASILEIRA..................
28

2.1 Mulheres brasileiras e a violência de gênero............................................................


2.2 A atuação dos movimentos feministas e seu impacto no avanço legislativo para o
direito das mulheres........................................................................................................
2.3 Tratamento conferido pelo direito brasileiro à violência doméstica e familiar
contra a mulher ...............................................................................................................
2.3.1A relevância dos tratados internacionais para a elaboração da Lei 11.340/06......
2.3.2Antecedentes Normativos a Lei 11.340/06.............................................................
2.3.3Lei n. 11.340/06 – “Lei Maria da Penha”.................................................................
3 AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
E FAMILIAR E O SEU PROCEDIMENTO .....................................................................
3.1 Das medidas de proteção à mulher..........................................................................
3.2Medidas protetivas no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher.....
3.3Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida .............................................................
3.4 Do procedimento legal .............................................................................................
4 ANÁLISE DA EFETIVIDADE DA APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA NOS
CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER ........................................
4.1 Histórico da Lei Maria da Penha...............................................................................
4.2 A Constituição Federal e a Lei Maria da Penha.......................................................
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................
REFERÊNCIAS...............................................................................................................

REFERÊNCIAS

AME. A história da Maria da Penha. Associação de Mulheres Empreendedoras,


2011. Disponível em <
29

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https://anajus.jusbrasil.com.br/noticias/2803750/principio-constitucional-da-
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31

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