Custos e Taxas Do Sistema de Estocagem

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CUSTOS E TAXAS DO SISTEMA DE ESTOCAGEM

Toda empresa paga os custos do sistema de estocagem, estejam eles nas taxas cobradas
por uma terceirizada que proporciona esses serviços, ou nos custos internos gerados
pelo sistema privado de manuseio de materais no armazém particular da firma. A fim de
proporcionar uma visão geral dos diversos sistemas de custos de estocagem, é preciso
observar em especial quatro sistemas diferentes: armazenagem pública; armazenagem
arrendada, manuseio manual; armazenagem privada, manuseio de paletes e
empilhadeiras automáticas; e armazenagem privada, manuseio automatizado. Cada um
deles representa um nível diferenciado de custos fixos e variáveis, como se moss tra na
Figura 11-10. E necessário deixar claro que não se trata de uma lista que esgote todas as
combinações possíveis de alternativas de espaço e métodos de manuseio. Armazenagem
Pública Com a exceção de poucos estados (por exemplo, Washington e Minnesota) em
que as taxas dos armazéns públicos são de livre acesso, as taxas de armazenagem são,
nos EUA, confidenciais e resultam sempre da negociação entre o responsável pelo
armazém e o cliente. Essa taxa é determinada a partir de fatores como o volume dos
produtos manuseados e estocados; o tempo de utilização do espaço de armazenagem; o
número de itens separados no mix de produtos; quaisquer necessidades ou restrições
especiais para a estocagem; o tamanho médio do pedido a ser expedido; e o montante do
trabalho burocrático realizado.
Esses fatores de custos são geralmente agrupados em três categorias básicas: custos de
estocagem, de manuseio e custos acessórios. Cada um deles apresenta características
diferentes e é norma geral a cobrança de taxas separadas nas três áreas.
Especificamente, as taxas de estocagem são normalmente estabelecidas em base mensal
por cwt. A taxa mensal reflete a dimensão temporal da estocagem. Em contraste, as
taxas de manuseio são normalmente fixadas por cwt. Nos custos de manuseio, é o
número de vezes que os produtos precisam ser assim tratados o fator mais importante.
Já os custos burocráticos são cobrados diretamente do cliente. Por exemplo, os custos de
preparação dos conhecimentos de embarque são cobrados pelo número de
conhecimentos emitidos. Os responsáveis pelos armazéns públicos podem fazer uso de
outros métodos para o estabelecimento das taxas: 1. Por número de caixas armazenadas
e um adicional de entrada e saída pelo manuseio. 2. Pelo espaço real que a mercadoria
ocupa, calculado normalmente por pé quadrado ou pé cúbico. 3. Por um acordo de
arrendamento de espaço e um contrato relativo à função de manuseio pelos funcionários
do armazém. Em todos esses casos, exceto no último método, o cliente é cobrado
mensalmente, a menos que as partes estabeleçam modalidade diferente de pagamento. A
armazenagem pública é, para o cliente, um sistema de estocagem de custos altamente
variáveis. Para a empresa que tenha um volume substancial de negócios e de volume
permanente, a armazenagem pública torna-se mais cara que a armazenagem privada. A
flexibilidade e o melhor serviço ao cliente podem constituir motivos para a escolha de
armazenagem pública, mesmo sendo esta a alternativa com maiores custos.
Armazenagem Arrendada, Manuseio Manual Outro tipo de sistema de estocagem é a
combinação de espaço arrendado de armazenagem com manuseio manual de materiais.
Embora o arrendamento seja um compromisso de longo prazo em comparação com a
armazenagem pública, as taxas pelo espaço são cobradas a prazos regulares, e desta
forma o espaço arrendado pode ser tratado como um custo variável para um
determinado rendimento da armazenagem. O equipamento de manuseio requer
investimento apenas modesto, e, sendo o equipamento propriedade da empresa, esse
investimento acaba sendo amortizado com o passar do tempo. Os custos do trabalho
tendem a ser substanciais neste sistema, que concede uma forte componente de custo
variável à curva total de custos do sistema de estocagem (Figura 1 1-10).
Estocagem Privada, Manuseio com Paletes e Empilhadeira Mecânica Trata-se de uma
das alternativas à armazenagem pública mais utilizadas. Todos os custos desse sistema
são custos internos da empresa, desde que o equipamento de manuseio não seja
arrendado ou alugado. A propriedade simultânea do armazém e do equipamento
introduz um substancial nível de custo fixo na curva total de custos (Figura 11-10).
Altos índices de mecanização no manuseio e baixos custos diretos na operação de um
armazém privado significam menores custos variáveis. No entanto, é preciso ter um
volume considerável para que esta alternativa se torne economicamente viável em
comparação com aquelas anteriormente descritas. ü padrão do processamento de um
armazém privado (ou arrendado) é importante para que se estabeleçam os custos do
sistema de estocagem. Variações sazonais no uso do armazém acabam provocando sub
ou superutilização da capacidade. Em períodos de baixa utilização, surgem uma
capacidade ociosa e indivisibilidades de algumas unidades de trabalho que criam altos
custos variáveis. Por outro lado, a utilização a pleno dos limites de capacidade pode
igualmente provocar altos custos variáveis à medida que isso intensifica a ineficiência
do manuseio dos materiais e aumenta os danos aos produtos estocados. (A curva típica
de custo por unidade em armazém privado é mostrada na Figura 11-11.) Em
conseqüência, o nível de custo relacionado com esta alternativa depende da extensão da
utilização da estocagem e das deseconomias provocadas pelo caráter flutuante do
processamento em armazenagem. Armazém Privado, Manuseio Automatizado Em
termos de custos, o sistema de armazém privado e manuseio automatizado é um caso
limite das outras alternativas mencionadas. Representa alto nível de investimento fixo
no armazém e no equipamento automatizado de manuseio - por exemplo, correias de
transmissão e guindastes controlados por computador - e baixo nível de custos
variáveis, por se tratar de sistema que pouco requer em termos de trabalho, iluminação,
aquecimento e semelhantes. Como mostra a Figura 1 1-10, em situações de níveis
elevados de processamento de armazenagem, a armazenagem privada com manuseio
automatizado tem o potencial para se tornar o sistema de estocagem de menor custo por
unidade de processamento. Além de simplesmente comparar vantagens e desvantagens
de um sistema de estocagem em relação a outro, é muito útil, em termos de melhor
análise e controle, desdobrar os custos totais em três componentes básicos em um
sistema de estocagem: estocagem, manuseio e custos burocráticos. No armazém
público, esses custos proporcionam a base para estabelecer as taxas e colocar à
disposição dos eventuais usuários todos os dados sobre as vantagens oferecidas por esse
sistema. Na armazenagem privada, os mesmos custos são valiosos em termos de
estabelecer controle sobre as várias despesas.
A alocação dos diversos custos exigidos pela operação de armazenagem exige uma alta
dose de bom discernimento. Uma dessas alocações é ilustrada na Tabela 1 I2. Uma vez
identificado o total dos custos de estocagem, manuseio e burocráticos, passa a ser viável
expressá-los por cwt. por pé quadrado ou em qualquer outra dimensão útil.
ARMAZENAGEM VIRTUAL
A armazenagem virtual é uma extensão do conceito do estoque virtual. Enquanto os
estoques virtuais atendem às solicitações dos clientes a partir de estoques situados no
sistema logístico da empresa, o armazém virtual é aquele em que nem todos os itens à
venda encontram-se estocados em um armazém da empresa. Em lugar disso, itens
selecionados são remetidos aos clientes diretamente dos estoques de fornecedores, sem
que a empresa vendedora necessite ou pretenda formar estoques próprios. Alguns itens
esgotados no armazém podem ser manuseados de uma maneira similar. E só lembrar
uma empresa como a Amazon, que estoca altos volumes de títulos de livros em
armazém próprio mas não consegue fazer o mesmo, de maneira prática, com títulos de
baixo volume de vendas ou que já sejam considerados raridades. Como alternativa, o
manuseio é terceirizado ou as remessas feitas diretamente das empresas vendedoras. O
resultado é uma necessidade menor de investimento na infra-estrutura logística e a
possibilidade de manter altos níveis de serviços aos clientes. Como a política é de não
estocar todos os produtos que estão à venda, o manuseio dos pedidos dos clientes pode
ser feito desta forma. Imaginemos um pedido que compreenda sete itens. O sistema de
gerenciamento de pedidos (SGP) da empresa localiza dois desses itens no armazém e os
encaminha ao sistema de gerenciamento de armazém (SGA) para separação, embalagem
e remessa a partir de um armazém próprio e operado pela empresa. Os itens restantes
são solicitados a fornecedores que mantenham estoques físicos desses artigos, ü SGP de
cada fornecedor encaminha a solicitação ao seu próprio SGA para ser processada.
Fundamental para a utilização eficaz do conceito de armazém virtual é o
compartilhamento de informações com os fornecedores. O vendedor compartilha com
seus fornecedores informações sobre o que está em trânsito, o que existe no armazém, o
que figura no pedido, ü fornecedor, por sua vez, compartilha os programas de produção
e dados da situação de seus estoques. Essa visibilidade instantânea da disponibilidade
do produto, muitas vezes com comunicação através de um site na Web, permite um
atendimento rápido das inclinações de demanda dos clientes e minimiza o investimento
de capital em estoques e armazéns.

Exemplo A empresa L and’s End, do ramo de vendas por catálogo, mantém armazéns
próprios com fartos estoques, mas ainda assim depende de fornecedores que fazem
remessas diretamente aos clientes. Sendo igualmene varejista pela Internet, a L and’s
End utiliza um processo de gerenciamento de demanda para distribuir previsões
periódicas aos seus fornecedores. Os fornecedores compartilham informações sobre seu
processo de produção com a L and’s End, que, em troca, redistribui essa informação até
o nível das datas de disponibilização do produto para os clientes. A L and’s End chama
este processo de controle de estoque de gerenciamento de posição líquida.6
O sistema de armazenagem é um dos componentes da Política Agrícola e

Pecuária instituída pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cuja

finalidade principal é garantir o fluxo de abastecimento constante, proporcionando maior

estabilidade de preços e de mercado.

Os programas institucionais da Conab, realizados por meio da formação de estoques de

produtos agrícolas, necessitam de suporte logístico fornecido pela rede armazenadora do

país, sendo que os estoques públicos, atualmente, podem ser armazenados tanto em

armazéns próprios, quanto em armazéns de terceiros.

A armazenagem é uma área estratégica na logística do abastecimento e, no âmbito da

Conab, a atividade vai além da guarda e conservação de produtos agrícolas estocados.

São ações e articulações que envolvem estudo, planejamento e administração, incluindo,

por exemplo, a gestão do Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras, que mostra a

localização geográfica dos armazéns brasileiros, informando a razão social, o tipo da

estrutura, endereço, quantidade e sua capacidade estática de estocagem.

Le gislação de Armazenagem
Para a consecução de seus objetivos, de acordo com o Art. 6° do seu Estatuto, a Conab

poderá, entre outras ações: “I – comprar, vender, permutar, promover a estocagem e o

transporte de produtos de origem agropecuária, atuando, se necessário, como companhia

de Armazéns Gerais”. Para isso, a Conab segue as regras estabelecidas pelas seguintes

legislações:

Decreto Lei n° 1.102/1903 - institui regras para o estabelecimento de empresas de

armazéns gerais, determinando os direitos e obrigações dessas empresas;

Lei n° 9.973/2000 - regulamenta as atividades de armazenagem de produtos

agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico;

Decreto n° 3.855/2001 - regulamenta a Lei n° 9.973/2000 e dá outras providências, como a

definição do Contrato de Depósito como meio para celebrar a relação comercial entre

depositante e depositário;

Lei n° 11.076/2004 – dispõe sobre o Certificado de Depósito Agropecuário (CDA) e

Warrant Agropecuário (WA), que são títulos de crédito cambiáveis emitidos pelos

depositários a pedido dos depositantes.

Lei n° 8.171/1991 – dispõe sobre a Política Agrícola e estabelece, em caráter obrigatório, o

cadastro nacional de unidades armazenadoras de produtos agrícolas.

Por exercer atividade remunerada de armazenagem de produtos agropecuários e

armazenar estoques públicos, a Conab segue, ainda, as regras para a Certificação de

Unidades Armazenadoras estabelecidas pelo Sistema Nacional de Certificação de

Unidades Armazenadoras (SNCUA), por meio das Instruções Normativas (INs) do Mapa.

Para a realização da Certificação de Unidades Armazenadoras, os armazéns, públicos e

privados, deverão ainda estar cadastrados na Conab.

Sistema de Cadastro Nacional de Unidades


Armazenadoras - Sicarm
Uma das atribuições da Conab é a administração e o controle dos registros relativos ao

Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras. As operações de cadastro estão

amparadas pela Lei 9.973/2000 e pelo Decreto nº 3.855/2001.

O Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (Sicarm), desenvolvido pela

Conab, permite consultar as empresas e os armazéns cadastrados por razão social, CNPJ
ou CPF do agente armazenador ou do proprietário e pelo número do Código do Armazém

(CDA). A Unidade Armazenadora também pode ser consultada por sua localização

geográfica acessando o município de seu endereço. O Sistema também permite visualizar

a Unidade, com base em suas coordenadas geográficas.

O Sicarm permite, ainda, consultar a situação cadastral da Unidade Armazenadora quanto

ao credenciamento junto à Conab, de forma simples e rápida, contemplando todo o seu

ciclo: cadastro, impedimento, credenciamento e descredenciamento de armazéns,

cadastro de contrato, termo aditivo, termo de rescisão, impedimentos, descredenciamentos

e recredenciamentos de agentes, registro de perdas de estoque e informações relativas às

ofertas de armazenagem existentes nas diversas regiões do país.

Destaca-se também que o Sicarm é integrado aos sistemas estruturantes do governo

federal como o Sistema de Cadastro de Fornecedores (Sicaf) e o Sistema de Cadastro de

Inadimplentes da Conab (Sircoi).

Caso o armazém não esteja cadastrado ou necessite atualizar os seus dados, o sistema

permite que o agente armazenador ou proprietário realize o registro de solicitações para

inclusão ou alteração de informações sobre o armazém de maneira simples e eficiente.

O registro da solicitação de inclusão ou alteração não significa a inclusão automática do

armazém no Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras, mas sim, a necessidade de

realização de vistorias para identificação, coleta e registro dos novos armazéns e

atualização dos existentes.

Também é possível ao interessado acompanhar sua solicitação de inclusão ou alterações

no seu cadastro junto ao Sistema. Para isso, registra-se o número do protocolo gerado

pelo Sistema, quando da solicitação, usando-o para acessar o Sicarm para fins de

acompanhamentos de seu interesse.

Além disso, a consulta traz informações do Sistema Nacional de Certificação de Unidades

Armazenadoras coordenado pelo Mapa.

Rede Armazenadora da Conab


As Unidades Armazenadoras da Conab estão distribuídas em 24 Estados da Federação e

no Distrito Federal. A capacidade estática total da empresa é de pouco mais de 1,7

milhões de toneladas, o que representa cerca de 1% do total do país. Essa capacidade

está distribuída em 65 Unidades Armazenadoras com 127 armazéns. Da capacidade de

armazenagem total da empresa, 60% é na modalidade granel e 40% na modalidade

convencional.

Para depositar mercadorias/produtos agrícolas na rede armazenadora da Conab é

necessário a celebração de Contrato de Depósito.

A Conab, por meio de sua rede armazenadora, presta serviços de pesagem, limpeza,

secagem e armazenamento de produtos agrícolas. A contratação destes serviços deverá

ser realizada após observar o Regulamento de Armazenagem, as Tarifas de

Armazenagem e as Sobretaxas cobradas, bem como a necessidade de braçagem. Todas

as tratativas dos interessados em serviços de armazenagem deverão ser acordadas em

contato direto com as Unidades Armazenadoras da Companhia.

Os serviços de braçagem, que utilizam mão de obra específica para a movimentação

interna ou para expedição, são realizados por empresa ou entidades especializadas,

contratadas mediante a deflagração de processo licitatório ou contratação de Sindicato, de

acordo com a Lei nº 12.023/2009 , que sob a administração da Companhia, incorrerá em

cobrança especificada na tabela de Tarifas de Armazenagem.


O depositário poderá utilizar serviços de braçagem própria, desde que obedecendo os
critérios estabelecidos no Regulamento de Armazenagem, o que não incidirá em taxa de
administração.

Rede Armazenadora Privada Credenciada


Para a execução da Política Agrícola e Pecuária, os programas institucionais da Conab e

do Governo Federal podem ser realizados em armazéns de terceiros. Para isso, os

interessados em armazenar produtos dos estoques públicos devem assinar um Contrato

de Depósito com a Companhia e atender aos requisitos estabelecidos no Manual de

Operações da Conab - MOC, Título 08, Documento 4.

No Contrato de Depósito da Conab estão acordados os deveres e obrigações das partes,

contendo, inclusive, os critérios para o armazenamento de estoques públicos, bem como


as especificações para a remuneração do agente armazenador, realizada conforme as

tabelas de Tarifas de Armazenagem e Sobretaxa.

A Sobretaxa é uma remuneração paga para a restituição dos estoques públicos nas

mesmas condições de quantidade e qualidade constantes do Certificado de Classificação.

Os estoques públicos serão, ainda, fiscalizados periodicamente para verificação da

qualidade e da quantidade destes produtos e na constatação de alguma ocorrência

operacional que resulte em perdas quantitativas ou qualitativas nos estoques públicos, o

depositário será notificado e deverá indenizar a Conab.

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