Dgasgasd
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Soldado PM de 2ª Classe
1. HISTÓRIA GERAL 1.1. Primeira Guerra Mundial. 1.2. O nazifascismo e a Segunda Guerra Mundial.
1.3. A Guerra Fria. 1.4. Globalização e as políticas neoliberais. .............................................................. 1
3. GEOGRAFIA GERAL 3.1. A nova ordem mundial, o espaço geopolítico e a globalização. 3.2. Os
principais problemas ambientais. ........................................................................................................... 63
4. GEOGRAFIA DO BRASIL 4.1. A natureza brasileira (relevo, hidrografia, clima e vegetação). 4.2. A
população: crescimento, distribuição, estrutura e movimentos. 4.3. As atividades econômicas:
industrialização e urbanização, fontes de energia e agropecuária. 4.4. Os impactos ambientais. ......... 90
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Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br
I - Antecedentes
A Primeira Guerra Mundial, surgiu a partir de tensões formadas na segunda metade do século XIX. O
desenvolvimento do nacionalismo e do imperialismo – prática que consistiu no domínio de nações
poderosas sobre povos mais pobres – desencadeou a formação dos Estados nacionalistas. O capitalismo,
motivou o conflito entres as grandes potências europeias. O desejo de ampliar mercados, através do
imperialismo, aumenta ainda mais a tensão entre os países da Europa.
Um dos fatores que fez aumentar a insatisfação entre os países europeus, foi a má divisão da África e
Ásia, que ocorreu no final do século XIX. Como a Itália e a Alemanha haviam se unificado tardiamente,
fato que fez com que eles ficassem fora do processo neocolonial, enquanto a França e a Inglaterra
exploravam as novas colônias, ricas em matérias-primas, gerou descontentamento, e aumentou o
sentimento de rivalidade já existente entre a Alemanha e a França, já que os franceses haviam perdido
para a Alemanha a região da Alsácia-Lorena. As tensões crescem mais ainda quando a Alemanha, de
forma diplomática, exige o domínio de regiões afro-asiáticas, pertencentes a Inglaterra.
Apesar de ter se unificado tardiamente, a Alemanha conseguiu que seus produtos industrializados
ganhassem espaço. Os alemães conseguiram formar uma grande indústria que conseguiu superar a
tradicional potência britânica.
A partir do Imperialismo, um novo sentimento surge na paisagem pré Primeira Guerra. O nacionalismo,
aparece como uma fonte legitimadora da guerra. Esse sentimento aparece sob diversas formas, por
exemplo, na França o revanchismo aparece, provocado pela sua derrota na Guerra Franco-Prussiana.
Na Rússia, surge o pan-eslavismo, que se baseava na teoria de que todos os eslavos pertencentes a
Europa Oriental, deveriam constituir-se como uma família, e a Rússia como país mais poderoso dos
estados eslavos, deveria ser o líder e o protetor. Já na Alemanha, aparece uma forma de nacionalismo
que se manifesta na forma de pangermanismo, uma corrente ideologia que lutava para que todos os
povos germânicos se unissem sob a liderança alemã.
O grande sentimento nacionalista e a disputa imperialista, fazem com que as nações formem dois
blocos. O primeiro a surgir foi a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, Austro-Hungria e a Itália no
ano de 1882. Logo depois, surge a Tríplice Entente, aliança militar formada pela Inglaterra, França e
Rússia.
Dessa forma, as seis maiores potências europeias estavam prontas para a guerra, a Europa estava
dividida politicamente em dois blocos. A única coisa que faltava para iniciar um confronto era um pretexto,
e ele surge no dia 28 de junho de 1914, com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro
do trono austríaco, na capital da Bósnia, Sarajevo, por um estudante sérvio.
II - A Guerra
Com a morte do arquiduque austríaco, a Áustria culpou a Sérvia e exigiu que providencias fossem
tomadas. Como a Sérvia não encontrou uma saída que agradece ambos, a Áustria declara guerra à
Sérvia. No dia 30 de julho a Rússia entra na guerra, mobilizando suas tropas para atacar a Áustria, em
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resposta a Alemanha declara guerra aos russos. Logo em seguida, no dia 3 de agosto, a Alemanha
declara guerra à França e invade o território Belga, um país neutro. Devido a violação da neutralidade, a
Alemanha da motivo para a Inglaterra intervir e declarar guerra à Alemanha, no dia 4 de agosto.
Em 1917, com o triunfo da revolução Russa, a Rússia assina um acordo com a Alemanha, que
oficializava a sua saída da guerra, o acordo levou o nome de Tratado de Brest-Litovsk.
No mesmo ano os Estados Unidos entram na Guerra após ter seus navios mercantes atacados em
águas internacionais, por submarinos alemães. Apesar de manterem uma política de não-intervenção nos
assuntos europeus, depois do ataque, o presidente declara guerra à Alemanha.
Neste momento o povo alemão sofria com a fome, devido a um bloqueio naval, a escassez de
alimentos levou a população a fazer uma manifestação pedindo o a saída da guerra. A população de
Berlim, em novembro de 1918, conseguiu tirar do poder o imperador Guilherme II, implantou-se então um
governo provisório, sob a liderança do Partido Social-Democrata, que assinou um acordo de paz com os
Aliados, terminando assim, a Primeira Guerra Mundial
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IV – Consequências
Com a rendição dos países que formavam a Tríplice Aliança, um acordo foi assinado, nas proximidades
de Paris, apenas os países vencedores participaram. Pelo acordo a Alsácia-Lorena, voltava a pertencer
a França, além de ter perdido território para outros países. Este tratado também impôs fortes punições, a
Alemanha foi obrigada a pagar uma indenização aos países, afim de pagar os prejuízos da guerra, outra
imposição foi a de que deveria ser entregue aos países vencedores uma parte de sua frota mercante,
suas locomotivas e suas reservas de ouro. Seu exército teve de ser reduzido, assim como sua indústria
bélica. Esse tratado, assinado em junho de 1919 levou o nome de Tratado de Versalhes, pois foi
assinado na sala dos Espelhos do palácio de Versalhes.
O conceito de guerra mudou a partir da Primeira Guerra Mundia, o modelo aristocrático que
caracterizou as guerras de Napoleão, não existia mais. O uso de novas armas, como bombas, tanques,
rifles de precisão e metralhadoras, transformou os exércitos em uma máquina mortífera. Esse motivo fez
com que a guerra durasse mais do que se esperava.
Depois de 1914 surgem as grandes indústrias e uma concentração operária. Dá seus primeiros passos
a indústria pesada e vai ocupar parcialmente um mercado que demanda uma autossuficiência, somente
alcançada no período da Segunda Guerra, em Volta Redonda. Paradoxalmente, desenvolvem-se as
indústrias subsidiarias estrangeiras de petróleo e derivados, químicos e farmacêuticos, que
conjuntamente aos trustes estrangeiros, crescem acompanhando as necessidades do país.
As classes dominantes não apoiam esta expansão, por ser formada basicamente por proprietários de
terras. A indústria só superará a atividade agrária após a Segunda Guerra. Somente no governo de Afonso
Pena que se compreendeu a necessidade de um equilíbrio entre indústria e consumidor. No Governo de
Hermes da Fonseca e de Venceslau Brás, tentava-se rever as taxas alfandegárias. A guerra precipita a
solução, onde, nota-se a necessidade de desenvolver os recursos industriais de energia e ferro próprios.
Devido à guerra, ocorrem grandes dificuldades fiscais, levando o país a uma inflação acelerada, onde
a moeda circulante ultrapassa a casa de um milhão de contos de réis de emissão do tesouro, sem contar
as emissões bancárias. O presidente Epitácio Pessoa (1919- 1922), adota uma política de baixa cambial.
Com esta situação, aumenta as reivindicações operárias e pequeno-burguesas com relação a custo de
vida e moradia. Este governo foi o último que tentou uma política antiindustrialista. Os governos
posteriores tiveram de reconhecer a necessidade da industrialização.
Diferentemente da produção industrial, exclusivamente de consumo interno, a produção industrial,
exclusivamente de consumo interno, a produção agrícola é basicamente de exportação.
Esta produção primária aumenta progressivamente, acarretando em um saldo credor para o Brasil,
onde, se permitia cobrir compromissos externos e suprir algumas necessidades internas. Com a
concorrência das plantações africanas e asiáticas, onde ocorre aplicação de grandes capitais e uso de
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BRASIL ESCOLA. As influências da Primeira Guerra Mundial no cenário brasileiro. Brasil Escola. Disponível em:
<http://brasilescola.uol.com.br/historiab/influencias-da-primeira-guerra-cenario-brasileiro.htm> Acesso em 10 de maio de 2017.
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técnica racional, com mão-de-obra mais barata e clima propício, fizeram com que certos produtos de
exportações brasileiras a partir da Primeira Guerra fossem declinando.
Por sua vez, o café, teve vários fatores a seu favor. O Brasil que possuía ¾ da produção mundial
expandia-se nas terras roxas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, principalmente. Aumenta
continuamente sua produção devido a interesses capitalistas estrangeiros, que participaram
principalmente de sua distribuição. Devido ao consumo ser menor que a produção, sente-se à
consequência da acumulação que se dá a partir da Crise de 1893.
Com estas ações protecionistas, que garantia a estabilidade, guerra, em um país como o Brasil, um
círculo vicioso entre bons preços e mais aplicações de capitais em novas lavouras, tendo como resultado
um acúmulo de estoque que tendia à crise, desenrolada e m 1929. (Esta crise de 1929 foi uma crise
mundial que assolou em especial os EUA com o Crack da bolsa de Nova York que depois da primeira
guerra viveram um fortalecimento da suas economias por tudo que produzirem ser exportado para a
Europa que ficou destruída com a Guerra neste período já estavam quase que recuperada e não
precisava mais nem dos empréstimos em dinheiro americano ou de produtos dos demais países os
excedentes de produção levaram muitos destes países à crise econômica). Em continuação aos
prósperos anos de guerra, as mercadorias agrícolas e industriais atingem um superávit, com relação às
importações. Passada a euforia econômica de 1919, segue uma paralisação e a crise de 1920, acelerada
devido à política titubeante e antiindustrialista do governo.
Questões
01. (CVM - Agente Executivo – ESAF) Atritos permanentes decorrentes de disputas imperialistas,
profundas rivalidades políticas assentadas em extremado nacionalismo e constituição de dois blocos
antagônicos de alianças entre países, a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente, configuram, entre outros
aspectos, o quadro histórico que resultou na:
(A) Segunda Guerra Mundial.
(B) Guerra Franco-Prussiana
(C) Guerra dos Boxers
(D) Guerra Civil Americana
(E) Primeira Guerra Mundial
02. (PC-MG - Escrivão de Polícia Civil – FUMARC) São conjunturas que precedem à eclosão da
Primeira Guerra Mundial, EXCETO:
(A) A presença de várias potências europeias na Ásia e na África fez com que interesses imperialistas
se antagonizassem, sobretudo, no que se refere ao controle de territórios.
(B) A política de alianças produzirá um “efeito dominó”, lançando à guerra, uma após outra as nações
signatárias dos acordos.
(C) O nacionalismo adquire grande importância na eclosão da guerra, uma vez que as alianças entre
as nações europeias, no período que precede o conflito, nortearam-se fundamentalmente, por questões
étnicas.
(D) A escalada inflacionária, o desemprego e o ódio racial favoreceram a subida ao poder de partidos
totalitários como o Partido Nacional dos Trabalhadores Alemães. Antissemitismo e expansionismo
territorial faziam parte da política desses partidos, o que acabou determinando a guerra.
03. (CONFERE – Auditor - INSTITUTO CIDADES) Vários problemas atingiam as principais nações
europeias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países
estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX.
Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e
Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado
consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das
causas da:
(A) Guerra Fria
(B) Grande Guerra
(C) Segunda Guerra Mundial
(D) Revolução Socialista Marxista
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04. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Acerca do processo histórico que desencadeou a I
Guerra Mundial, julgue (C ou E) os itens a seguir.
A expansão econômica da Alemanha levou-a a competir com a Inglaterra e com a França.
(A) Certo
(B) Errado
05. (SEE-AL - Professor – História – CESPE) No que se refere à Idade Contemporânea e ao período
que abrange as duas guerras mundiais e seus efeitos, julgue os itens a seguir.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Espanha, a Suíça e os Países Baixos mantiveram-se imparciais
e conseguiram permanecer relativamente distantes do conflito.
(A) Certo
(B) Errado
06. (Prefeitura de Betim – MG – Professor PII - História - Prefeitura de Betim – MG) É coerente
com as razões que levaram à 1ª Grande Guerra Mundial:
(A) Um dos fatos que contribuiu para o final do confronto foi a entrada da Rússia na Guerra, pois tinha
um exército grande e bem preparado, impondo aos alemães derrotas vexatórias.
(B) O processo de Imperialismo, promovido pelas grandes potências capitalistas da Europa,
principalmente França, Inglaterra e Alemanha, gerou conflitos e até confrontos pela disputa de territórios,
ao ponto de desencadear a 1ª Guerra.
(C) Temendo uma ofensiva alemã, Japão, Inglaterra e França formaram a Tríplice Aliança.
(D) O início da Guerra se deu quando as tropas alemãs invadiram a Polônia, apresentando ao mundo
a famosa Guerra Relâmpago, deixando marcas desastrosas para os poloneses.
07. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Acerca do processo histórico que desencadeou a I
Guerra Mundial, julgue (C ou E) os itens a seguir.
A ascensão econômica e política do Império Austro-Húngaro levou-o a confrontar os interesses
ingleses nos Bálcãs. O assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, em Sarajevo, permitiu que se
atribuísse ao imperialismo britânico a responsabilidade pelo clima de tensão regional, e constituiu o marco
inicial da guerra.
(A) Certo
(B) Errado
08. Os países envolvidos na I Guerra Mundial dividiram-se em duas coligações de nações que se
enfrentaram durante os anos da guerra, incialmente eram formados por seis países. Das alternativas
abaixo, qual está correta?
(A) Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão; e os Aliados, composto por França, Inglaterra e
Estados Unidos.
(B) Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão; e Tríplice Entente, formada pela França, Inglaterra e
Rússia.
(C) Tríplice Aliança, composta pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália; e a Tríplice Entente, formada
pela França, Inglaterra e Rússia
(D) Tríplice Aliança, composta pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália; e os Aliados, composto por
França, Inglaterra e Estados Unidos.
09. Após o início da guerra, os bloco antes formados por seis países, sofrem alterações, A Tríplice-
Entente, antes formada pela Inglaterra, França e Rússia, durante a guerra, mais 24 nações são
incorporadas. Nações como o Japão, Portugal e Romênia, Estados Unidos, Grécia e Brasil. Sobre a
formação da Tríplice Aliança, podemos afirmar que quais países compunham esse bloco?
(A) Alemanha, Império Turco-Otomano, Bulgária e Austro-Hungria.
(B) Alemanha, Rússia e Itália.
(C) Alemanha, Inglaterra e Rússia.
(D) Alemanha, Itália, Império Austro-húngaro
10. Qual foi o estopim para que acontece a Primeira Guerra Mundial?
(A) O não cumprimento do Tratado de Versalhes pela Alemanha.
(B) Assassinato do primeiro-ministro francês General De Gaulle.
(C) Assassinato do príncipe herdeiro do trono austríaco Francisco Ferdinando.
(D) A Revolução Socialista em 1917 na URSS.
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Respostas
01. Resposta: E.
Podemos afirmar que os antecedentes da Primeira Guerra Mundial surgiu a partir de tensões formadas
na segunda metade do século XIX, com o desenvolvimento do nacionalismo e do imperialismo nos países
europeus. A partir dessas tensões dois blocos antagônicos se formas, a Tríplice Aliança, formada pela
Alemanha, Austro-Hungria e a Itália no ano de 1882 e a Tríplice Entente, aliança militar formada pela
Inglaterra, França e Rússia.
02. Resposta: D.
A opção D é a única que não se refere ao período que antecede a Primeira Guerra Mundial, pois a
afirmativa da questão, refere-se aos motivos que antecederam a Segunda Guerra Mundial. As opções A,
B e C estão corretas a respeito dos motivos que precederam o início da Grande Guerra.
03. Resposta: B.
A unificação tardia da Alemanha e da Itália, faz com que ambas as nação ficassem fora do processo
neocolonial, gerando um grande descontentamento. As tensões crescem mais ainda quando a Alemanha,
de forma diplomática, exige o domínio de regiões afro-asiáticas, pertencentes a Inglaterra.
04. Resposta: A.
Apesar de ter se unificado tardiamente, a Alemanha conseguiu que seus produtos industrializados
ganhassem espaço. Os alemães conseguiram formar uma grande indústria que conseguiu superar a
tradicional potência britânica.
05. Resposta: A.
A afirmativa da questão está correta, Espanha, a Suíça e os Países Baixos mantiveram-se imparciais
durante a Primeira Guerra, conseguindo manter uma certa distância dos conflitos acontecidos entre os
anos de 1914 a 1918.
06. Resposta: B.
O capitalismo, motivou o conflito entres as grandes potências europeias. O desejo de ampliar
mercados, através do imperialismo, aumentou ainda mais a tensão entre os países da Europa, pois como
a Alemanha e a Itália se unificaram tardiamente, ambas ficaram fora do processo neocolonial, o que gerou
grande descontentamento.
07. Resposta: B.
A Afirmativa da questão está errada. Primeiramente a responsabilidade pelo assassinado do
arquiduque Francisco Ferdinando, em Sarajevo, foi dada a Sérvia. A Inglaterra só entra na guerra a partir
do ataque a Bélgica, pais neutro, pelo exército alemão.
08. Resposta: C
O grande sentimento nacionalista e a disputa imperialista, fazem com que as nações formem dois
blocos. O primeiro a surgir foi a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, Austro-Hungria e a Itália no ano
de 1882. Logo depois, surge a Tríplice Entente, aliança militar formada pela Inglaterra, França e Rússia.
09. Resposta:
A Tríplice Aliança, antes de iniciar a guerra, reunia a Alemanha, Austro-Hungria e Itália. Com o início
dos conflitos, O império Turco-Otomano alia-se com a Alemanha, devido a sua rivalidade com a Rússia
em 1914, a Bulgária se une a eles em 1915.
10. Resposta: C
Com a formação dos blocos formados, a única coisa que precisavam para iniciarem uma guerra era
um pretexto e ele surge no dia 28 de junho de 1914, com o assassinato do arquiduque Francisco
Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, na capital da Bósnia, Sarajevo, por um estudante sérvio.
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O Nazi-fascismo e a Segunda Guerra Mundial
O Totalitarismo
O Totalitarismo é uma forma de governo em que uma ditadura controla o estado em todas as esferas
da sociedade. O controle sobre os meios de informação é muito forte e a repressão é utilizada como meio
de conter as revoltas da população e evitar novas ações. A educação vincula-se à propaganda como
meio de controle e promoção do regime, ressaltando suas realizações, obras, projetos e principalmente
a figura do líder do governo, que em muitos casos passa a ser venerado através da imposição. O modelo
totalitário ganhou força no século XX após a Primeira Guerra Mundial. Existem duas vertentes do
Totalitarismo: Esquerda e Direita
O Totalitarismo de Esquerda caracteriza-se pela abolição da propriedade privada, adoção das ideias
do socialismo, extinção da religião na esfera política e coletivização obrigatória de meios de produção
agrícolas e industriais.
No Totalitarismo de Direita as organizações sindicais estão sob olhar atento do Estado. A cultura,
religião e etnicidade são valorizados de maneira tradicionalista e a burguesia industrial é fortemente
apoiada.
Apesar das grandes diferenças, tanto o Totalitarismo de esquerda como o de direita possuem diversas
semelhanças, como a adoção de um único partido que comanda o pais e de onde partem as decisões
sobre os rumos que ele deve tomar. Ideias de supervalorização do sentimento de orgulho do
país(patriotismo), seu enaltecimento e elogios ao potencial energético, natural e humano (Ufanismo) e a
defesa ferrenha e muitas vezes irracional do país (chauvinismo) são incentivadas e impostas à população
como forma de aumentar e garantir seu domínio. O culto à personalidade do líder do partido é também
imposto como forma de dominação carismática. Alguns dos maiores exemplos de culto à personalidade
são os ditadores Adolf Hitler na Alemanha Nazista e Joseph Stalin na União Soviética. Na atualidade a
figura de Kim Il-Sung na Coréia do Norte é um exemplo de culto à personalidade.
Entre os regimes totalitários mais significativos estão o Nazifacismo presentes em países como Itália,
Alemanha, Portugal e Espanha, e o Stalinismo na União Soviética.
O Fascismo Italiano
O fascismo italiano teve início no começo da década de 20, resultado da insatisfação com os resultados
da Primeira Guerra Mundial. Os tratados assinados após a guerra não garantiram para a Itália alguns
territórios de interesse, como o caso de algumas colônias alemãs na África e a região da Dalmácia,
atribuída à Iugoslávia. Além dos territórios desejados não serem entregues ao país, o saldo de mortos
durante a guerra foi enorme. Em torno de 650 mil pessoas morreram, além da região de Veneza ter sido
devastada.
A situação econômica do pais entrou em um momento de grande caos e crise. A Itália já possuía um
problema de superpovoamento e atrasos de desenvolvimento, que foram agravados após a I Guerra com
a alta inflação provocada pela emissão de moedas e empréstimos exteriores para financiar seu exército.
Como resultado, a Lira, que era a moeda nacional da época, ficou extremamente desvalorizada.
Com a crise econômica afetando até mesmo as grandes indústrias do país, o desemprego cresceu,
juntamente com o número de greves de operários. Revoltas e pilhagens de lojas pela população tornaram-
se constantes. Por volta de 1920, mais de 600 mil metalúrgicos das regiões piemonteses e lombardos
tomaram controle de fábricas e tentaram dirigi-las, tentativa que falhou por conta da falta de credito
bancário. Além das fábricas e cidades, no campo várias terras foram ocupadas e muitos camponeses
exigiam reforma agraria.
Com medo do avanço dos movimentos sociais, do avanço das ideias comunistas e a incapacidade do
governo em conter as revoltas, grupos burgueses acabaram aliando-se a um grupo contrário ao
comunismo e ao socialismo: os Fascistas.
Os fascistas tinham como representante Benito Mussolini. Nascido em uma família pobre e
crescendo em um meio de influencias anarquistas, ingressou no Partido Socialista e refugiou-se durante
algum tempo na Suíça para fugir do serviço militar. Mussolini possuía ideais pacifistas, tendo inclusive
trabalhado como redator do jornal Avanti. Suas opiniões mudariam após o início da I Guerra Mundial,
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quando fazia pedidos de intervenção militar da Itália em favor dos aliados em seu próprio jornal, Popolo
d’Itália.
Mussolini participou da guerra, de onde voltou gravemente ferido. Em seu jornal exigia atendimento
aos ex-combatentes que não conseguiam empregos, além de propor reformas sociais e criticar a
degradação e perda de poder do Estado, exigindo um regime de governo forte.
Os fascistas culpavam a democracia e o liberalismo. Vestiam-se de preto, daí o nome como foram
conhecidos, “camisas negras de Milão”. Formavam grupos paramilitares, os Squadres, ou “Fascio
de combatimiento” que combatiam as greves e os comunistas. Em 1922 estava marcada uma grande
greve geral em Roma, liderada pelos comunistas. Os fascistas impediram violentamente esta greve e
realizaram uma grande passeata, a “Marcha sobre Roma”. Após a marcha e a grande popularidade
alcançada pelos fascistas, o Imperador italiano indicou Mussolini para Primeiro Ministro. Mussolini foi
responsável por uma grande manobra diplomática com a Igreja Católica. Através do Tratado de Latrão
foi criado o Estado do Vaticano, que conquista o apoio e reconhecimento do Estado Italiano pela Igreja
(reconhecimento que não havia ocorrido desde a unificação Italiana em 1870)
Salazarismo e Franquismo
As consequências do fim da I Guerra Mundial e da Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque
causaram um efeito devastador na política e na economia de muitos países europeus. As crises
econômicas se alastravam, o desemprego aumentava junto com a insatisfação de operários de fabricas
que realizavam greves constantemente e muitos grupos políticos de esquerda chegavam ao poder. Com
medo de perder espaço e privilégios, os grandes empresários e a igreja católica aliaram-se e financiaram
a ascensão de grupos políticos de extrema-direita para conter as revoltas sociais e o avanço das ideias
socialistas que se espalhavam pelo continente. A década de 30 na Europa foi marcada pela ascensão do
nazifascismo. Esse modelo de governo surgido na Itália e Alemanha foi também praticado em Portugal
(Salazarismo) e Espanha (franquismo).
Em Portugal, assim como na Alemanha, a crise de 1929 colocou a extrema direita no poder, o que
possibilitou a ascensão de Antônio Oliveira Salazar que em 1930 instaurou a ditadura do “Estado Novo”
e outorgou uma constituição autoritária, nacionalista, com unipartidarismo e a proibição de greves. O
ditador permaneceu no poder até 1970, quando faleceu. O modelo ditatorial permaneceu em vigor até o
ano de 1974, quando acontece a “Revolução dos Cravos” que derruba o governo autoritário promove
novamente a democracia. A revolução também coloca fim na Guerra Colonial portuguesa, conflito entre
tropas portuguesas e grupos separatistas de Angola, Guiné e Moçambique. Os separatistas buscavam a
autonomia, ou seja a independência do domínio colonial de Portugal. Salazar foi contrário à ideia de
separação e enviou tropas para suas colônias na África a partir de 1961 para conter os rebeldes. Com a
saída de Salazar do poder, a partir de 1975 tem início uma rodada de negociações para discutir a
descolonização dos territórios conflituosos com o Tratado de Alvor.
Com a queda do governo monárquico em 1931, após a renúncia do rei Afonso XIII, é proclamada a
Segunda Republica. Nas eleições ocorridas em dezembro do mesmo ano a esquerda sai vitoriosa. Alcalá
Zamora é eleito presidente da República. Com as reformas propostas pelo governo, que não se
mostraram significativas para nenhum dos lados, a insatisfação aumenta.
Manuel Azaña ficara encarregado por Alcalá Zamora de organizar o governo, que não consegue
resolver as questões agrária e trabalhista. Na questão religiosa, a companhia de Jesus é dissolvida na
Espanha, e as demais ordens religiosas apesar de continuarem, são proibidas de dedicar-se ao ensino.
As reformas foram consideradas moderadas em relação ao espirito anticlerical presente no parlamento
espanhol, que era composto por uma maioria de esquerda. As medidas tomadas não agradaram nem a
direita e a igreja, que enxergavam de forma negativa a laicização do Estado (Separação entre Estado e
religião) e do ensino, nem a esquerda, que considerava as reformas promovidas como medidas
insignificantes.
A polarização política (como no resto da Europa) entre a extrema direita e a extrema esquerda levou
o pais à uma guerra civil em 1936. Enfrentaram-se o “Nacionalistas”, grupo formado pelo Exército, a
Igreja e os Latifundiários (grandes proprietários de terra) e os “Republicanos”, grupo formado pelos
sindicatos, partidos de esquerda e os partidários da democracia. A Guerra Civil Espanhola (1936-1939)
teve apoio das tropas portuguesas da ditadura salazarista e também o apoio da Alemanha nazista. O
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conflito serviu de laboratório para a nova nova tática de guerra nazista: a Blitzkrieg (termo alemão para
"guerra-relâmpago. A Blitzkrieg consistia em uma doutrina militar que consistia em utilizar forças móveis
em ataques rápidos e de surpresa, com o intuito de evitar que as forças inimigas tivessem tempo de
organizar a defesa.Com o desequilíbrio das forças militares os nacionalistas venceram a guerra e subiu
ao poder o General Francisco Franco, que governou até 1975, ano de sua morte. Seu governo era
fundamentado no militarismo, anticomunismo e no catolicismo.
A Guerra Civil Espanhola deixou um saldo de mais de 500 mil vítimas, além de muitos prédios
destruídos, metade do gado do país morto e uma estagnação econômica que durou pelos próximos 30
anos. A guerra causou impacto também em vários artistas, que manifestaram sua visão através de obras
e textos criticando o conflito. Entre as produções mais expressivas está a pintura de Pablo Picasso,
Guernica.
A obra, uma pintura a óleo em estilo cubista, retrata o bombardeio e a destruição da cidade basca de
Guernica, no norte da Espanha. O autor a produziu em 1937, enquanto o autor morava em Paris. Nela
estão retratados os sofrimentos e mutilações de pessoas e animais e a destruição edifícios atingidos pela
Luftwaffe (Força Aérea Alemã).
Além de Picasso, outros artistas como o pintor surrealista Salvador Dali, o poeta Federico García Lorca
e o escritor estadunidense Ernest Hemingway.
O Nazismo Alemão
O Nazismo era a sigla em alemão para “partido nacional socialista dos trabalhadores alemães”
(National Sozialistische Deutsche Arbeiterpartei ou N.S.D.A.P) fundado em 1920. Em 1923 membros do
partido tentam um golpe de Estado que ficou conhecido como Putch de Munique. O golpe foi frustrado e
os nazistas foram presos, entre eles um soldado que combatera na Primeira Guerra Mundial, chamado
Adolf Hitler. Na cadeia Hitler escreve seu livro com os princípios fundamentais do nazismo o “Mein Kampf”
(minha luta) no qual ele expressou suas ideias antissemitas, racialistas e nacional-socialistas. Após serem
anistiados (anistia = perdão de crime político) os membros do partido começaram um intenso trabalho de
divulgação de suas ideias, recebendo o apoio de grandes industriais e banqueiros alemães. Com o apoio
recebido os nazistas chegam ao poder. Após a vitória parlamentar do partido nazista, Hitler é nomeado
chanceler (primeiro ministro) da Alemanha em 1933.
Com a chegada de Hitler ao poder, tem início a implantação da ditadura totalitária nazista. O
parlamento foi incendiado e a culpa foi jogada nos grupos comunistas. As greves e os partidos comunistas
foram proibidos, e teve início a perseguição realizada aos Judeus. Hitler desobedece ao tratado de
Versalhes e inicia a militarização do país, pregando a necessidade de “espaço vital” alemão, ou seja o
espaço necessário para a expansão territorial de um povo, e a conquista de territórios ocupados pela
população Germânica. Inicia-se também a recuperação econômica com base em um programa baseado
na militarização do país e criação de empregos (principalmente na indústria militar).
A expansão Nazista
Os nazistas deram início em 1936 uma expansão militar com a participação em conflitos, a invasão e
anexação de territórios. Hitler leva a Europa à guerra (desta vez sim, a culpa é da Alemanha). O início da
expansão militar ocorre com a participação alemã na “Guerra Civil Espanhola”, em 1936, depois em
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1938 anexam a Áustria, e em 1938/39 invadem e anexam os Sudetos da Tchecoslováquia (região
montanhosa à sudoeste do país).
A Guerra civil espanhola e a Blitzkrieg: Para muitos historiadores a Guerra Civil Espanhola foi um
laboratório para os alemães testarem sua nova tática de guerra, a Blitzkrieg (Guerra relâmpago). Era um
ataque surpresa e simultâneo entre a aviação (Luftwaffe), divisão de tanques blindados (divisão Panzer)
e a infantaria de soldados.
Na década de 1930 novas tensões começam a surgir na Europa, acabando com a sensação de
otimismo dos países do continente, que começavam a se recuperar dos danos causados pela Primeira
Guerra, principalmente depois de 1925. A crise econômica de 1929 impulsionou o nacionalismo e o
sentimento de inquietação, dividindo a Europa em três blocos:
Esses grupos aproximavam-se apenas quando era conveniente por motivos econômicos ou políticos,
priorizando os interesses imediatos e deixando de lado a ideologia.
A situação tornou-se grave com o expansionismo territorial promovido por alguns Estados.
Nesse mesmo período a Alemanha reiniciou sua produção armamentista e a reorganização de suas
forças armadas, desrespeitando diretamente o Tratado de Versalhes. Além do aparato militar, a
Alemanha desrespeitou novamente o tratado ao invadir a Renânia, uma região desmilitarizada na
fronteira com a França. Assim como o Japão, a Alemanha abandonou a Liga das Nações.
Com a Alemanha novamente militarizada, sua busca por novos territórios aumentou, com o intuito de
Hitler de aumentar o território alemão. Após abandonar a Liga das Nações, em 1936 foi anunciada a
aliança oficial com Mussolini, formando o Eixo Roma-Berlim. A formação dessa aliança colocou em risco
diversos pequenos Estados da Europa Central, já que não era segredo o objetivo de Hitler de unificar
todos os povos com semelhanças físicas com os alemães.
Seu plano de expansão estava organizado de acordo com etapas bem calculadas. Em 1938 a Áustria
foi anexada à Alemanha (Anschluss). Passou então a reivindicar a integração das minorias germânicas
habitantes dos Sudetos (região montanhosa na Tchecoslováquia). A guerra parecia iminente, já que a
Tchecoslováquia não tinha intenção de ceder o território, além de começar a convocar forças para
enfrentar a ameaça alemã.
Mussolini reuniu as potências ocidentais, no caso França e Inglaterra, para resolver a questão
territorial juntamente com Itália e Alemanha. Durante os dias 29 e 30 de setembro de 1938 foi realizada
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a Conferencia de Munique. Buscando uma posição pacífica, Daladier e Chamberlain, que eram
representantes da França e Inglaterra, permitiram que a região fosse anexada pensando que com isso
acalmariam as tensões e evitariam novos conflitos.
Enquanto isso, Mussolini ameaçava interferir na Albânia. A política de apaziguamento adotada pelas
potencias mostrava suas deficiências. Depois de ocupar o restante da Tchecoslováquia, Hitler voltou-se
contra a Polônia. Ele exigia a anexação do território de Dantzig e da faixa de terra que garantia ao país
acesso ao mar.
A Alemanha havia formado com a Itália e o Japão um acordo para evitar a expansão do comunismo,
voltado diretamente contra a Rússia. Em 1939 a Alemanha assinou com o país um pacto de não-
agressão. Uma parte secreta do acordo estabelecia que a Polônia seria conquistada e dividida pelas duas
potencias, ficando a URSS livre para expandir-se no Mar Báltico (anexação da Lituânia, Letônia e
Estônia).
No dia 1 de Setembro de 1939 a Polônia foi invadida pela Alemanha. Com tecnologia e
armamentos inferiores aos alemães, os poloneses resistiram por menos de um mês ao ataque.
A Inglaterra, que era aliada da Polônia, declarou guerra à Alemanha. A França, aliada da Inglaterra,
fez o mesmo. A Itália declarou-se potência não-beligerante e manteve-se nessa posição até 1940. A
Rússia dominou a parte oriental da Polônia e invadiu a Finlândia.
Quando a Inglaterra declarou guerra à Alemanha, todos os domínios que faziam parte do Império
Britânico a imitaram, com exceção da Irlanda. Até a Itália declarar guerra aos Aliados em junho de 1940,
nenhum outro país europeu entrou na guerra, a não ser os países ocupados pela Alemanha como base
para o ataque que iria desfechar contra a França em 1940 (Noruega, Bélgica e Holanda).
Na primavera de 1940, em apenas seis semanas, os alemães dominaram quase toda a França, tendo
o governo francês abandonado Paris e se instalado no sul da França. Os exércitos ingleses que tinham
desembarcado na França foram batidos pelos alemães e obrigados a se retirar para a Inglaterra, em
completa desorganização e com enorme perda de material e homens (Retirada de Dunquerque)
Sem condições de continuar a luta, os franceses assinaram um armistício com os alemães e italianos
em 1940. Nesse momento, a Alemanha dominava toda a Europa, com poucas exceções.
A ligação entre Alemanha e URSS dependia exclusivamente dos interesses momentâneos dos dois
países. As divergências ideológicas entre eles eram profundas. Se Hitler conseguisse retirar a Inglaterra
da Luta, mediante armistício ou pela conquista, iria voltar seus esforços contra a URSS. Daí a
concentração de esforços alemães na Batalha da Inglaterra.
A Inglaterra estava praticamente sozinha na guerra. Lutava no Mediterrâneo e Atlântico para preservar
a integridade das suas comunicações marítimas, a fim de não ficar isolada. Apesar da ajuda econômica
e financeira dos EUA, sua situação era precária. Mas Hitler não conseguiu vencê-la.
Em 1941, a guerra ampliou-se. Após ter levado a efeito seus objetivos na Europa Central e Meridional,
Hitler atacou a URSS (22 de junho), sem obter vitórias mais conclusivas que a ocupação de vastos
territórios. A essa altura, os EUA inquietavam-se com a expansão do Japão na Ásia, mas somente após
a agressão japonesa a Pearl Harbor (7 de dezembro) é que eles entraram na guerra. Não conseguiram,
no entanto, impedir as numerosas conquistas japonesas no Sudeste Asiático e no Pacífico.
Dessa forma, de 1942 a 1945, a guerra tornou-se total. Igualmente, a sorte da luta começou a mudar.
A vitória soviética em Stalingrado, impedindo a continuidade da ofensiva alemã, deu vantagem aos
aliados. Os ingleses e americanos expulsaram os alemães da África do Norte e passaram a controlar o
Mediterrâneo. O avanço japonês na Índia e Austrália foi contido.
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Mesmo com perdas significativas em diversas frentes de batalha, os nazistas não se deram por
vencidos. Hitler acreditava poder implantar na Europa um Nova Ordem, explorando brutalmente os povos
dominados em proveito da “raça superior” ariana. O terror racista aumentou. Os campos de
concentração se multiplicaram. Milhares de pessoas foram mortas em câmaras de gás.
Hitler procurava guarnecer as fronteiras das regiões conquistadas. O assalto Aliado a esta Fortaleza
da Europa veio em 1943. A Itália capitulou (assinou sua rendição) no mesmo ano. Em 1944, os aliados
desembarcaram na França, libertando a Europa Ocidental. O exército soviético avançava pela Europa
Oriental, dominando os aliados nazistas.
Em 1945, a Alemanha, invadida por todos os lados, foi obrigada a render-se incondicionalmente.
Americanos e concentraram-se, então, na região do Pacífico: em agosto de 1945, o Japão finalmente
cedeu, após ter sofrido dois ataques nucleares dos Estados Unidos, que destruíram as cidades de
Hiroshima e Nagasaki, matando milhares de civis e militares e causando diversos efeitos colaterais nos
sobreviventes.
O mundo todo foi tocado pelas destruições provocadas pela guerra total, e não somente na Europa.
A destruição foi impressionante por ter sido sistemática, graças ao emprego de maquinas modernas.
Apesar da vitória dos Aliados e da destruição do nazifascismo, o mundo estava profundamente dividido.
Os países tocados pela guerra tinham graves problemas de reconstrução econômica e de reorganização
política.
A oposição existia entre os vencedores. Para evitar novos conflitos, o mundo foi dividido em zonas de
influência, o que evitava o conflito, mas aumentava o desentendimento.
Nos Estados Unidos, 8,8 milhões de pessoas passaram a trabalhar na indústria bélica, chegando a
produzir um avião a cada cinco minutos e um navio por dia. Em 1943, foram jogadas 120 mil toneladas
de bombas; em 1944, 650 mil toneladas; e em 1945, 500 mil toneladas, apenas sobre a Alemanha.
As perdas humanas também foram imensas. Estima-se que em torno de 55 milhões de pessoas,
entre civis e militares, morreram no conflito.
Entre os mais afetados, a União Soviética teve 20 milhões de mortos; na china, 6 milhões de soldados
foram mortos; a Alemanha perdeu 4 milhões de soldados; no Japão, 1,2 milhão de pessoas morreram; e
o Holocausto matou em torno de 6 milhões de judeus.
O Holocausto
O Holocausto foi uma prática de perseguição política, étnica, religiosa e sexual estabelecida durante o
governo de Adolf Hitler. Segundo as ideias do nazismo, a Alemanha deveria ser composta apenas por
indivíduos superiores. Segundo essa mesma ideia, o povo legitimamente alemão era descendente dos
arianos, um antigo povo que – segundo os etnólogos europeus do século XIX – tinham pele branca e
deram origem à civilização europeia.
Para que a supremacia racial ariana fosse conquistada pelo povo alemão, o governo de Hitler passou
a pregar o ódio contra aqueles que impediam a pureza racial dentro do território alemão. Segundo o
discurso nazista, os maiores culpados por impedirem esse processo de eugenia étnica eram os ciganos
e – principalmente – os judeus. Com isso, Hitler passou a perseguir e forçar o isolamento em guetos do
povo judeu da Alemanha.
Dado o início da Segunda Guerra, o governo nazista criou campos de concentração onde os judeus e
ciganos eram forçados a viver e trabalhar. Nos campos, os concentrados eram obrigados a trabalhar nas
indústrias vitais para a sustentação da Alemanha na Segunda Guerra Mundial. Além disso, os ocupantes
dos campos viviam em condições insalubres, tinham péssima alimentação, sofriam torturas e eram
utilizados como cobaias em experimentos científicos.
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Com o fim dos conflitos da 2ª Guerra e a derrota alemã, muitos oficiais do exército alemão decidiram
assassinar os concentrados. Tal medida seria tomada com o intuito de acobertar todas as atrocidades
praticadas nos vários campos de concentração espalhados pela Europa. Porém, as tropas francesas,
britânicas e norte-americanas conseguiram expor a carnificina promovida pelos nazistas alemães.
Depois de renderem os exércitos alemães, seus principais líderes foram julgados por um tribunal
internacional criado na cidade alemã de Nuremberg. Com o fim do julgamento, muitos deles foram
condenados à morte sob a alegação de praticarem crimes de guerra. Hoje em dia, muitas obras, museus
e instituições são mantidos com o objetivo de lutarem contra a propagação do nazismo ou ódio racial.
2
O Brasil na Segunda Guerra Mundial. Sua Pesquisa. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/segundaguerra/brasil.htm> Acesso em 03 de maio de 2017.
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A Conferência do Cairo
Em novembro de 1943 encontraram-se na capital do Egito, Winston Churchill (primeiro-ministro
inglês), Franklin Delano Roosevelt (presidente dos Estados Unidos) e Chang Kai-chek (presidente da
China).
O objetivo da reunião era discutir o mapa da Ásia após a vitória sobre o Japão. Decidiu-se que a China
receberia os territórios tomados pelo Japão durante a guerra sino-japonesa.
Os demais países conquistados pelo Japão durante o conflito retomariam sua independência.
A Conferência de Teerã
Em dezembro de 1943, na capital do Irã, Roosevelt e Churchill encontraram-se com o presidente da
União Soviética, Josef Stalin.
Com a entrada dos soviéticos no conflito, a derrota da Itália e o enfraquecimento da Alemanha, os três
líderes discutiram a abertura de uma nova frente de batalha na Europa Ocidental para derrotar de vez os
nazistas. O local escolhido foi a Normandia, no norte da França, onde desembarcaram as tropas Aliadas
no episódio que ficou conhecido como Dia D.
Foi formulada a proposta de criação de um organismo internacional para preservar a paz. Decidiu-se
a divisão da Alemanha em zonas de influência.
Estônia, Letônia e Lituânia, além do leste da Polônia, foram considerados áreas anexadas ao território
soviético pelos EUA e Inglaterra.
Conferência de Ialta
Em fevereiro de 1945, Stalin, Churchill e Roosevelt voltaram a se encontrar no balneário de Ialta, na
União Soviética.
O leste da Polônia ficou sob controle da União soviética, assim como o arquipélago das Curilas, o sul
da Ilha Sacalina e Porto Arthur.
A Coréia foi dividida em duas zonas de influência, ficando o norte controlado pela União Soviética e o
Sul pelos Estados Unidos (A separação permanece até hoje com a Coréia do Norte e Coréia do Sul)
A Iugoslávia, que já possuía influência soviética, teve o governo do marechal Tito legitimado.
Conferência de Potsdam
Após a derrota alemã, realizou-se um novo encontro em Potsdam, na Alemanha.
Clement Attlee (novo primeiro-ministro da Inglaterra), Harry Truman (presidente dos Estados Unidos
após o falecimento de Roosevelt) e Stalin reuniram-se entre 17 de julho e 2 de agosto de 1945 para
confirmar as decisões tomadas em Ialta.
Com relação à Alemanha, decidiu-se pelo fim do nazismo, a criação de um tribunal para que fossem
julgados os crimes de guerra (Tribunal de Nuremberg), a divisão do território alemão em quatro zonas
de influência, a entrega de Dantzig para a Polônia e a divisão da Prússia Oriental entre Polônia e União
Soviética.
A Alemanha ainda deveria pagar uma indenização de 20 bilhões de dólares para a União Soviética,
França, Inglaterra e Estados Unidos.
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haviam desenvolvido suas armas nucleares e as usaram pela primeira vez na cidade de Hiroshima e na
sequência na cidade de Nagasaki. Foram milhares de mortos e contaminados pela radiação das bombas.
Questões
01. O fascismo se afirmou onde estava em curso uma crise econômica (inflação, desemprego, carestia
etc.), ou onde ela não tinha sido completamente superada, assim como estava em curso uma crise do
sistema parlamentar, o que reforçava a ideia de uma falta de alternativas válidas de governo.
(Renzo De Felice. O fascismo como problema interpretativo,
In. A Itália de Mussolini e a origem do fascismo. São Paulo: Ícone Editora, 1988, p 78-79. Adaptado)
Interpretando-se o texto, pode-se afirmar que os regimes fascistas, característicos de alguns países
europeus no período entre as duas guerras mundiais, foram estabelecidos em um quadro histórico de
(A) abolição das economias nacionais devido à fusão de indústrias e de empresas capitalistas em
escala global.
(B) criação de blocos econômicos internacionais com a participação dos países de economia socialista.
(C) dificuldades econômicas conjugadas com a descrença na capacidade de sua solução pelos meios
democráticos.
(D) independência das colônias africanas devido ao desequilíbrio provocado pelas revoluções
nacionalistas.
(E) enfraquecimento do Estado na maioria das nações devido ao controle da economia pelos
trabalhadores.
Prática como essa tem como modelo o regime nazista (1933-45), que defendia
(A) o pluripartidarismo e a expansão militar.
(B) a xenofobia e o internacionalismo.
(C) a democracia e o irracionalismo.
(D) o nacionalismo e a intolerância.
(E) a guerra e a diversidade cultural.
04. (Fgvrj) O período entre as duas grandes guerras mundiais, de 1918 a 1939, caracterizou-se por
uma intensa polarização ideológica e política. Assinale a alternativa que apresenta somente elementos
vinculados a esse período:
(A) New Deal; Globalização; Guerra do Vietnã.
(B) Guerra do Vietnã; Revolução Cubana; Muro de Berlim.
(C) Guerra Civil Espanhola; Nazifascismo; Quebra da Bolsa de Nova York.
(D) Nazifascismo; New Deal; Crise dos Mísseis.
(E) Doutrina Truman; República de Weimar; Revolução Sandinista.
05. (Upe) Leia atentamente o trecho que se segue, extraído do livro de memórias do cineasta espanhol
Luis Buñuel (1900-1983):
“Em julho de 1936, Franco desembarcava à frente de tropas marroquinas, com a intenção inabalável
de acabar com a República e de restabelecer ‘a ordem’ na Espanha. Minha mulher e meu filho acabavam
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de retornar a Paris, fazia um mês. Eu estava sozinho em Madri. Em uma manhã, bem cedo, fui acordado
por uma explosão, seguida de várias outras. Um avião republicano bombardeava o quartel de La Montaña,
e ouvi também alguns disparos de canhão. [...]. Eu mal podia crer. [...]. A revolução violenta que sentíamos
germinar havia alguns anos, e que pessoalmente eu tanto almejara, passava sob a minha janela, diante
dos meus olhos. Ela me encontrava desorientado, descrente.”
(BUÑUEL, Luis. Meu último suspiro. São Paulo: Cosac & Naify, 2009, p. 215. Adaptado.)
Baseando-se no texto acima e no fato histórico por ele mencionado, analise as afirmações seguintes:
I. Madri foi um dos palcos da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), que dividiu a Espanha entre radicais
conservadores de direita e republicanos de esquerda.
II. O general Franco tinha o apoio interno da Igreja, do exército e dos latifundiários, contando, ainda,
com o apoio internacional da Alemanha hitlerista.
III. A fuga para o exterior, como fez a esposa e o filho de Buñuel, foi uma prática comum entre os
cidadãos espanhóis, durante a guerra, a qual recebia apoio dos republicanos.
IV. Apoiados pela Igreja, os republicanos não aceitaram a participação de voluntários estrangeiros em
seu exército.
V. Os republicanos de esquerda foram influenciados pelo pensamento socialista e anarquista.
Estão corretas
(A) I, III e IV.
(B) I, IV e V.
(C) II, III e IV.
(D) II, IV e V.
(E) I, II e V.
06. (Unesp) Nas primeiras sequências de O triunfo da vontade [filme alemão de 1935], Hitler chega
de avião como um esperado Messias. O bimotor plaina sobre as nuvens que se abrem à medida que ele
desce sobre a cidade. A propósito dessa cena, a cineasta escreveria: “O sol desapareceu atrás das
nuvens. Mas quando o Führer chega, os raios de sol cortam o céu, o céu hitleriano”.
(Alcir Lenharo. Nazismo, o triunfo da vontade, 1986.)
07. (TJ-PR - Titular de Serviços de Notas e de Registros – IBFC) Sobre a Segunda Guerra Mundial
(1939/1945), assinale a alternativa incorreta:
(A) Uma de suas causas foram as severas sanções pecuniárias impostas pelo Tratado de Versalhes
à Alemanha e seus aliados, comprometendo a sua economia, elevando a inflação a índices astronômicos
e gerando um arraigado sentimento de humilhação nos alemães e a exacerbação do nacionalismo,
possibilitando a ascensão de Hitler e do Partido Nazista ao poder.
(B) O evento que deflagrou o conflito foi o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, situadano
Oceano Pacífico.
(C) O conflito envolveu basicamente dois grupos: o Eixo (integrado por Alemanha, Itália e Japão) e os
Aliados (entre eles: Inglaterra, Estados Unidos, França e União Soviética).
(D) Com a vitória aliada, foi dissolvido o Terceiro Reich e dividida a Alemanha (Oriental e Ocidental),
criada a ONU-Organização das Nações Unidas e iniciada a Guerra Fria, diante do estabelecimento dos
Estados Unidos e da União Soviética como superpotências.
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membros, como a Assembleia Geral, e outros dominados por alguns poucos, como o Conselho de
Segurança.
(A) Certo
(B) Errado
09. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Na Segunda Guerra Mundial, o Japão aliou-se à
Alemanha, tal como já fizera na Primeira Guerra.
(A) Certo
(B) Errado
11. (SEE-AL - Professor – História – CESPE) Com relação à participação do Brasil na Segunda
Guerra Mundial, julgue os itens subsequentes.
A atuação da Força Expedicionária Brasileira não foi decisiva para a vitória dos Aliados na Segunda
Guerra Mundial, visto que o contingente militar brasileiro era relativamente pequeno e o envio de soldados
para o combate ocorreu tardiamente.
(A) Certo
(B) Errado
13. (MPE-SP - Auxiliar de Promotoria – VUNESP) Em relação à participação do Brasil na 2.ª Guerra
Mundial, é correto afirmar que o país
(A) manteve neutralidade política, não participando do conflito.
(B) enviou apenas um corpo médico para o conflito, e não soldados.
(C) lutou ao lado dos Aliados: Inglaterra, França, Estados Unidos e União Soviética.
(D) lutou ao lado do Eixo: Itália, Alemanha e Japão.
(E) participou do conflito, do início ao fim da guerra (1939- 1945).
16. (CONFERE - Auditor(a) VII - INSTITUTO CIDADES) No ano de 1939, em meio à atmosfera de
tensão política que desencadeou a sucessão de conflitos da Segunda Guerra Mundial, um acordo de não
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agressão foi firmado entre a Alemanha e a União Soviética, o Pacto Germano-Soviético. Esse pacto
estabelecia que, se acaso a Alemanha entrasse em conflito com a Inglaterra ou a França em razão de
uma eventual investida da Alemanha contra a Polônia, a URSS, por sua vez, ficaria afastada, sem se
manifestar militarmente. Tal pacto também pode ser chamado de:
(A) Tratado de Moscou
(B) Tratado de Versalhes
(C) Pacto de Varsóvia
(D) Pacto Ribbentrop-Molotov
Respostas
01. Resposta C.
As inúmeras crises em que entraram diversos países após o fim da Primeira Guerra Mundial levaram
ao surgimento de muitos estados de governos extremistas, que levaram até mesmo a população a
acreditar que a melhor forma de governo seria a de um estado forte que controlava a economia.
02. Resposta D.
O Nazismo deriva do nome do partido que comandou a Alemanha de 1933 a 1945, o partido Nacional-
Socialista. Entre as crenças dos defensores do partido estava a de que o povo alemão derivava de uma
raça superior e de que muitos outros povos não chegavam nem perto do desenvolvimento alemão ou
como no caso dos Judeus, foram culpados pela situação econômica instável que o pais alcançou após o
final da Primeira Guerra Mundial.
03. Resposta D.
Entre as ideias defendidas pelo nazismo estavam as que pregavam o ódio a judeus, negros, ciganos,
homossexuais e outras minorias da sociedade, enquanto o povo alemão era celebrado como raça
suprema da humanidade. O alistamento militar tornou-se obrigatório a partir de 1936, além da existência
da juventude hitlerista, grupo paramilitar que alistava crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos.
04. Resposta C.
Os elementos apresentados na resposta mostram situações em que a polarização entre grupos de
direita e de esquerda tornou-se extrema. Os eventos apresentados ocorrem durante o período
mencionado, com o movimento nazifascista surgindo e ganhando força após o fim da Primeira Guerra
Mundial. A Bolsa de Nova York enfrenta momentos de crise com sua quebra em 1929, causando efeitos
devastadores na economia dos Estados Unidos, além de outros países. A Guerra Civil Espanhola ocorreu
de 1936 a 1939, surgindo do conflito entre grupos de esquerda e de direita na Espanha. Entre os tópicos
citados nas demais alternativas, a globalização surgiu após a queda da URSS no início dos anos 1990.
O Muro de Berlim foi erguido somente em 1961, época em que ocorria a Guerra do Vietnã, que durou de
1955 a 1975. A revolução cubana ocorreu em 1959 e a Crise dos Misseis, envolvendo Cuba e Estados
Unidos aconteceu no ano de 1962.
05. Resposta E.
A Guerra Civil Espanhola teve conflitos por toda a Espanha, uma disputa entre radicais conservadores
de direita e republicanos de esquerda. O general Francisco Franco recebeu apoio de grupos
conservadores que apoiavam a ideia de uma Espanha livre do comunismo e do socialismo. Entre os
grupos que o apoiavam estavam a Igreja, o Exército e diversos latifundiários (grandes proprietários de
terras). Com a intenção de frear o avanço do comunismo na Europa, tropas nazistas auxiliaram o general
no confronto com grupos influenciados pelas ideias socialistas e anarquistas.
06. Resposta C.
O Totalitarismo que ganhou força após o fim da Primeira Guerra Mundial na Europa tinha como
característica o culto ao líder e sua figura. O trecho representa essa ideia ao relacionar a chegada do
Führer (Hitler) com a chegada de bons tempos, da calmaria. O cinema foi uma das formas de propaganda
mais utilizadas pelo regime Nazista para divulgar suas ideias para a população, seja para enaltecer e
celebrar a figura do líder, seja para culpar e hostilizar a figura do Judeu.
07. Resposta: B.
A afirmativa “B” está errada pois o fato que desencadeou a guerra foi a quebra do pacto feito entre a
Alemanha e a União Soviética, quando o exército alemão invadiu a Polônia.
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08. Resposta: A.
A criação da ONU, após a Segunda Guerra Mundial, pode ser considerada uma das principais
consequências da guerra. A Carta das Nações Unidas foi incialmente assinada por cinquenta países,
onde foram excluídos de participar os países que participaram do Eixo. A criação da ONU foi a segunda
tentativa de promover a paz.
09. Resposta: B.
A afirmativa da questão está errada, pois o Japão não se aliou a Alemanha na Primeira Guerra. O país
fez parte da Tríplice Entente.
10. Resposta: B.
O fato que serviu de estopim para a guerra foi a invasão da Polônia pela Alemanha, já que esta havia
feito um acordo com a União Soviética de não agressão e a região polonesa havia sido dividida. Após
esta invasão França e Inglaterra declararam guerra à Alemanha, iniciando assim a Segunda Guerra
Mundial.
11. Resposta: A.
Apesar da entrada do Brasil na guerra e do envio de soldados e pilotos, podemos considerar que a
sua participação do país não foi o fator decisivo para que os Aliados ganhassem a guerra. O país entrou
no conflito tardiamente, apenas em 1942
12. Resposta: A.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a URSS saíram como grandes potência
mundiais. As ideias antagônicas desses países acabaram por dividir o mundo entre o capitalismo e
socialismo, conflito que ganhou o nome de Guerra Fria.
13. Resposta: C.
Após receber ataques em suas embarcações, o presente Getúlio Vargas, resolve fazer um acordo com
o presidente norte-americano Roosevelt, onde o país entrou na guerra ao lado Aliados Inglaterra, França,
Estados Unidos e União Soviética.
14. Resposta: B.
Tanto a Primeira como a Segunda Guerra Mundial estão intimamente ligadas, uma é decorrência da
outra. As feridas abertas no primeiro conflito é que resultam no início do segundo conflito.
15. Resposta: A.
Quando em 1941 o Japão ataca a base norte-americana no Havaí, eles já estavam em guerra na Ásia,
pelo domínio da região. Após o ataque, os Estados Unidos entram na guerra, que acontecia na Europa,
e continuava a lutar com o Japão no Pacífico.
16. Resposta: D.
O Pacto de não agressão assinado pela Alemanha e União Soviética em 1939 ganhou o nome de
Pacto Ribbentrop-Molotov.
A Guerra Fria
O período conhecido como Guerra Fria teve início logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, em
1945, percorrendo praticamente todo o restante do século XX, e terminando em 1991, com o fim da União
Soviética.
Ela tem início partir da emergência de duas grandes potências econômicas no fim da Segunda Guerra
Mundial: Estados Unidos e União Soviética, defensores do Capitalismo e do Socialismo,
respectivamente.
A diferença ideológica entre os dois países era marcante, o que levou o período a ser conhecido
também como Mundo Bipolar.
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A conferência de Potsdam
Logo após o término da guerra, em 1945, as nações vencedoras do conflito reuniram-se para decidir
sobre os rumos da política e da economia mundial.
No dia 17 de julho os Estados Unidos, a União Soviética e o Reino Unido estabeleceram as definições
sobre a Alemanha no pós-guerra, dividindo-a em zonas de ocupação. Sob o controle soviético ficaram os
territórios a leste dos rios Oder e Neisse. Berlim, encravada no território que viraria Alemanha Oriental,
também foi dividida em quatro setores. Ao final da conferencia foram definidas quatro ações prioritárias a
serem exercidas na Alemanha: desnazificar, desmilitarizar, descentralizar a economia e reeducar os
alemães para a democracia. Também foi exigida a rendição imediata do Japão.
As tensões começam
Desde a Revolução Russa, em 1917, vários setores do capitalismo, especialmente nos Estados
Unidos, temiam o aumento do socialismo, conflitante com seus interesses. Após o fim da Segunda Guerra
essa preocupação aumentou ainda mais, já que a União Soviética havia saído como uma das vencedoras
do conflito.
A definição de fronteiras estabelecidas durante acordos anteriores, como a conferencia de Yalta não
agradou a todos, e focos de conflitos começaram a aflorar. Em 1947 surgiram, tanto na Grécia quanto na
Turquia, movimentos revolucionários de caráter comunista, com o objetivo de aliar esses países à União
Soviética. Pelo acordo estabelecido na Conferência de Yalta, ambos os países deveriam ficar sob o
domínio do Reino Unido, o que levou as tropas estadunidenses a intervirem na região e sufocar os
movimentos revolucionários.
Como parte da justificativa para a invasão, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, enviou
uma mensagem ao Congresso dizendo que os Estados Unidos deveriam apoiar os países livres que
estavam “resistindo a tentativas de subjugação por minorias armadas ou por pressões externas.” Com
esse discurso o presidente pretendia justificar também qualquer intervenção em países que estivessem
sob o domínio ou influência política comunista.
Essa atitude do presidente ficou conhecida como Doutrina Truman, iniciando efetivamente a Guerra
Fria. A partir de então, Estados Unidos e União Soviética passaram a buscar o fortalecimento econômico,
político, ideológico e militar, formando os dois blocos econômicos que dominaram o mundo durante
restante do conflito.
Incentivos Econômicos
Em 1947 os Estados Unidos lançaram uma política econômica de reconstrução da Europa, devastada
pela guerra. O Programa de Recuperação Europeia ficou popularmente conhecido como Plano
Marshall. Recebeu esse nome em função do Secretário de Estado dos Estados Unidos chamado
George Marshall, seu idealizador.
- Possibilitar a reconstrução material dos países capitalistas destruídos na Segunda Guerra Mundial;
- Recuperar e reorganizar a economia dos países capitalistas, aumentando o vínculo deles com os
Estados Unidos, principalmente através das relações comerciais;
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Até o início da década de 1950, os Estados Unidos destinaram cerca de 13 bilhões de dólares aos
países que aderiram ao plano. O dinheiro foi aplicado em assistência técnica e econômica e, ao fim do
período de investimento, os países participantes viram suas economias crescerem muito mais do que os
índices registrados antes da Segunda Guerra Mundial. A Europa Ocidental gozou de prosperidade e
crescimento nas duas décadas seguintes e viu nascer a integração que hoje a caracteriza. Por outro lado,
os Estados Unidos solidificavam sua hegemonia mundial e a influência sobre vários países europeus,
enquanto impunha seus princípios a vários países de outros continentes. Entre os países que mais
receberam auxílio do plano estão a França, a Inglaterra e a Alemanha.
A União Soviética também buscou recuperar a economia dos países participantes do bloco socialista,
através da COMECON (Conselho de Assistência Econômica Mútua) auxiliando a Polônia, Bulgária,
Hungria, Romênia, Mongólia, Tchecoslováquia e Alemanha Oriental. Assim como os Estados Unidos, a
União Soviética também utilizou o plano para espalhar sua influência e sua ideologia para os países
beneficiados.
Baseados nesses programas de ajuda, os dois blocos que se formavam passaram a construir alianças
político-militares com o objetivo de proteção contra ataques inimigos. Essas alianças também eram
utilizadas como demonstração de força através do desenvolvimento armamentista.
As Alianças Militares
No dia 4 de abril de 1949 foi criada em Washington a Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN), formada pelos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha Ocidental, Canadá, Islândia,
Bélgica, Holanda, Noruega, Dinamarca, Luxemburgo, Portugal, Itália, Grécia e Turquia. Ficava então
estabelecido que os países envolvidos se comprometiam na colaboração militar mútua em caso de
ataques oriundos dos países referentes ao bloco socialista.
A atuação da OTAN não ficou restrita apenas ao campo militar. Embora fosse seu preceito inicial, a
organização tomou dimensões de interferência nas relações econômicas e comerciais dos países
envolvidos.
Como resposta à criação da OTAN, em 1955 o bloco soviético também criou uma aliança militar, o
Pacto de Varsóvia, celebrado entre a União Soviética, Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia, Hungria,
Polônia, Romênia e Alemanha Oriental.
A atuação do Pacto de Varsóvia se deu no âmbito militar e no econômico, e manteve a ligação entre
os países membros. As principais ações do Pacto de Varsóvia se deram na repressão das revoltas
internas. Foi o caso no ano de 1956 quando as forças militares do grupo reprimiram ações de revoltosos
na Hungria e na Polônia e também em 1968 no evento conhecido como Primavera de Praga, ocorrido na
Tchecoslováquia.
Os Conflitos
Com a criação das alianças políticas, tanto Estados Unidos como União Soviética estiveram presentes
em diversos conflitos pelo mundo, fosse com a presença militar ou com o apoio econômico. Apesar disso,
os países nunca enfrentaram um ao outro diretamente.
Em 1947, na tentativa de unificar a Coréia, a Organização das Nações Unidas – ONU - cria um grupo
não autorizado pela URSS, para pretensamente ordenar a nação através da realização de eleições em
todo o país. Esta iniciativa não tem êxito e, no dia 9 de setembro de 1948, a zona soviética anuncia sua
independência como República Democrática Popular da Coréia, mais conhecida como Coréia do
Norte. A partir de então, a região é dividida em dois países diferentes - o norte socialista, apoiado pelos
soviéticos; e o sul, reconhecido e patrocinado pelos EUA.
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Mesmo após a divisão entre os dois países, a região da fronteira continuou gerando tensões, com
tentativas dos dois lados para garantir a soberania sobre o território vizinho, principalmente através da
propaganda, de ambos os lados.
Em 25 de junho de 1950 a Coreia do Norte alegou uma transgressão do paralelo 38º pela Coreia do
Sul. A partir de então começa uma invasão que resulta na tomada da capital sul-coreana, Seul, em 3 de
julho do mesmo ano.
A ONU não aceitou a invasão propagada pela Coreia do Norte e enviou tropas para conter o avanço,
comandadas pelo general americano Douglas MacArthur, para expulsar os socialistas, que pretendiam
unificar o país sob a bandeira do Comunismo. A união Soviética não agiu diretamente no conflito, porém,
cedeu apoio militar para a Coreia do Norte.
Em setembro de 1950, as forças das Nações Unidas tentam resgatar o litoral da região oeste, sob o
domínio dos norte-coreanos, atingindo sem muitas dificuldades Inchon, próximo a Seul, onde se
desenrola uma das principais batalhas, e depois de poucas horas elas ingressam na cidade invadida,
com cerca de cento e quarenta mil soldados, contra setenta mil soldados da Coréia do Norte. O resultado
é inevitável, vencem as forças sob o comando dos EUA. Com o domínio do Sul, as tropas multinacionais
seguem o exemplo dos norte-coreanos e também atravessam o Paralelo 38º. Seguem então na direção
da Coréia do Norte, entrando logo depois em sua capital, Pyongyang, ameaçando a fronteira chinesa ao
acuar os norte-coreanos no Rio Yalu, sede de intensa batalha.
Com medo do avanço das tropas sobre seu território, a China resolve entrar na batalha, enviando
trezentos mil soldados para auxiliar a Coreia do Norte, forçando o general MacArthur a recuar e
conquistando Seul em janeiro de 1951. Em contrapartida, as tropas americanas avançaram novamente
entre fevereiro e março, expulsando as tropas coreanas e chinesas e obrigando-as a retornar para os
limites estabelecidos pelo Paralelo 38º, deixando os conflitos equilibrados entre os dois lados. A guerra
continua até meados de 1953, quando em 27 de julho o tratado de paz é assinado, com o Armistício de
Panmunjon. Após o tratado, as fronteiras estabelecidas em 1948 foram mantidas e foi criada uma região
desmilitarizada entre as duas Coreias. Apesar do fim da guerra as tensões entre os dois países continua
até a atualidade, com a corrida armamentista e as declarações da Coreia do Norte sobre a fabricação e
armazenamento de armamento nuclear.
Foi estabelecida então a divisão do Vietnã pelo Paralelo 17º. O Vietnã do Norte manteve-se governado
pelo líder comunista Ho Chi Minh e o Vietnã do Sul, governado pelo rei Bao Dai, que nomeou Ngo Dinh
Diem como Primeiro-ministro.
Em 1955, Ngo Dinh Diem, aplicou um golpe de Estado e depôs o rei Bao Dai. Após a chegada ao
poder, Ngo Dihn Diem proclamou a República, recebendo apoio dos Estados Unidos. O governo de Ngo
Dihn Diem foi marcado pelo autoritarismo e pela impopularidade. Em 1956 o presidente suspendeu as
eleições estabelecidas pela conferência de Genebra, repetindo o ato em 1960.
Em oposição ao governo foi criada a Frente de Libertação Nacional, que tinha como objetivo depor
o presidente e unificar o Vietnã. A Frente de Libertação, possuía um exército guerrilheiro, o Vietcongue.
Após o cancelamento das eleições em 1960, o conflito teve início. O exército Vietcongue teve apoio
do Vietnã do Norte e em 1961 os Estados Unidos enviaram auxilio ao presidente do Vietnã do Sul. O
exército guerrilheiro dominou boa parte dos territórios do Sul até 1963, mesmo ano em que morreu o
presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, e o governo foi assumido por seu vice, Lyndon Johnson.
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Os bombardeios norte-americanos sobre o Norte prolongaram-se até 1968, quando foram suspensos
com o início das conversações de paz, em Paris, entre norte-americanos e norte-vietnamitas. Como nos
encontros de Paris não se chegou a uma solução, os combates prosseguiram. Em 1970, o presidente dos
EUA, Richard Nixon, autorizou a invasão do Camboja e, em 1971, tropas sul-vietnamitas e norte-
americanas invadiram o Laos. Os bombardeios sobre o Vietnã do Norte por aviões dos EUA recomeçaram
em 1972.
Desde 1968, a opinião pública norte-americana, perplexa diante dos horrores produzidos pela guerra,
colocava-se contrária à permanência dos EUA no conflito, exercendo uma forte pressão sobre o governo,
que iniciou a retirada gradual dos soldados. Em 1961, eram 184.300 soldados norte-americanos em
combate; em 1965, esse número se elevou para 536.100 soldados; e, em 1971, o número caía para
156.800 soldados. Em 27 de janeiro de 1973 era assinado o Acordo de Paris, segundo o qual as tropas
norte-americanas se retiravam do conflito; haveria a troca de prisioneiros de guerra e a realização de
eleições no Vietnã do Sul. Com a retirada das tropas norte-americanas, os norte-vietnamitas e o
Vietcongue deram início a urna fulminante ofensiva sobre o Sul, que resultou, em abril de 1975, na vitória
do Norte. Em 1976, o Vietnã reunificava-se, adotando o regime comunista, sob influência soviética. Em
1975, os movimentos de resistência no Laos e no Camboja também tomaram o poder, adotando o regime
comunista, sob influência chinesa no caso do Camboja. Os soldados cambojanos, com apoio vietnamita,
em 1979, derrubaram o governo pró-chinês do Khmer Vermelho.
A guerra do Vietnã é considerada o conflito mais violento da segunda metade do século XX, com
violações constantes dos direitos humanos e batalhas sangrentas. Durante todo o desenrolar da guerra,
os meios de comunicação do mundo inteiro divulgaram a violência e intensidade do conflito, além de
falarem sobre o mau desempenho dos americanos, que investiram bilhões de dólares e mesmo assim,
não conseguiram derrotar o Vietnã. Foi nesta guerra que os helicópteros foram usados pela primeira vez.
Entre as técnicas mais devastadoras utilizadas pelos Estados Unidos estavam o Agente Laranja e o
Napalm.
Outro agente químico utilizado na guerra, foi o Napalm, que é um conjunto de líquidos inflamáveis à
base de gasolina gelificada, tendo o nome vindo de seus componentes: sais de alumínio co-precipitados
dos ácidos nafténico e palmítico.
O napalm foi usado em lança-chamas e bombas incendiárias pelos Estados Unidos, vitimando alvos
militares e cidades e vilarejos de civis posteriormente.
Com medo de que a população do lado oriental migrasse para a zona de domínio ocidental, Stalin
bloqueou o lado ocidental de Berlim, deixando-o isolado. Para incorporar essa parte da cidade à Zona de
Ocupação Soviética, Stalin mandou interditar todas as comunicações por terra.
Vale lembrar que pela divisão de territórios em Potsdam, Berlim estava situada dentro do domínio
soviético. Porém, a cidade também foi dividida, provocando isolamento da parte Ocidental por via
terrestre.
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Isolado das zonas ocidentais e de Berlim Oriental, o oeste de Berlim ficou sem luz nem alimentos de
23 de junho de 1948 até 12 de maio de 1949. A população só sobreviveu graças a uma ponte aérea
organizada pelos Aliados, que garantiu seu abastecimento.
Em 23 de maio de 1949, os aliados criaram a República Federal da Alemanha (RFA). A URSS que
ocupava a parte leste do país decidiu também por transformá-la em um país, e em outubro do mesmo
ano foi fundada a República Democrática Alemã (RDA), com capital em Berlim Oriental. A RDA era
baseada na política comunista e de economia planificada, dando prosseguimento à socialização da
indústria e ao confisco de terras e de propriedades privadas. O Partido Socialista Unitário (SED) passou
a ser a única força política na "democracia antifascista" alemã-oriental.
Com a criação dos dois Estados alemães, a disputa entre EUA e URSS foi acirrada, manifestando de
maneira intensa a disputa da Guerra Fria.
Auxiliada pelo Plano Marshall, em alguns anos a Alemanha Ocidental alcançou um nível de
prosperidade econômica elevada, garantida também pela estabilidade interna e pela integração à
comunidade europeia que surgia no pós-guerra. A RFA também integrou a OTAN.
A Alemanha Oriental integrou o pacto de Varsóvia, e apesar das despesas com a guerra e com a
reconstrução do país, também alcançou desenvolvimento significativo entre os países socialistas.
Apesar do avanço, com o passar do tempo as diferenças foram acentuando-se, e muitos alemães
residentes na parte Oriental migravam para a parte ocidental, atraídos pela liberdade democrática e pelo
estilo de vida.
A situação ficou crítica no final dos anos 50, com as tentativas de unificação. A RFA não reconhecia a
RDA como um país, e exigia a integração. Por outro lado, os soviéticos exigiam a saída das tropas norte-
americanas de Berlim Ocidental.
Entre 1949 a 1961, quase 3 milhões de pessoas fugiram da Alemanha comunista para os setores
ocidentais de Berlim. Somente em julho de 1961, 30 mil pessoas escaparam. A ameaça de esvaziamento
da Alemanha Oriental levou a URSS a construir uma barreira física no meio da cidade. Na manhã de 13
de agosto de 1961, soldados começaram a construir o Muro de Berlim, demarcando a linha divisória
inicialmente com arame farpado, tanques e trincheiras. Nos meses seguintes, foi sendo erguido em
concreto armado o muro que marcaria a vida da cidade até 1989. Ao longo dos anos, a fronteira
transformou-se numa fortaleza. Como os soldados tivessem ordem de atirar para matar, muitos que
tentaram atravessar acabaram morrendo.
A divisão imposta pelo Muro de Berlim também separou muitas famílias, o que levou muitas pessoas
a tentar atravessá-lo durante os 28 anos em que manteve-se de pé. Ao longo do tempo o muro foi sendo
fortificado com paredes de concreto, alarmes, e torres de vigia, dificultando cada vez mais a fuga.
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Corrida Armamentista
Apesar de não terem travado batalhas diretas, os líderes dos blocos econômicos gastaram
massivamente na pesquisa, desenvolvimento e produção de armas. Assim que um novo armamento era
apresentado por um país, o outro buscava desenvolver algo semelhante e, se possível, melhor. Essa
busca pela superioridade bélica ficou conhecida como corrida armamentista, e preocupou muitos, pois
a capacidade de destruição alcançada pelos armamentos poderia até mesmo destruir o planeta, caso
usados com força total.
O ponto de partida da corrida armamentista se deu com as bombas nucleares lançadas pelos Estados
Unidos no Japão em 1945. Em 1949 a União Soviética também possuía a tecnologia para produzir tais
bomba. A possibilidade de ataque nuclear por ambos os lados criaram a ideia de uma Hecatombe
Nuclear, que aconteceria caso um dos países atacasse o outro, desencadeando uma guerra que
terminaria por extinguir os seres humanos.
Surgiu assim um jogo político-diplomático conhecido como "o equilíbrio do terror", que se transformou
num dos elementos principais do jogo de poder entre EUA e URSS. Os dois buscavam produzir cada vez
mais armamentos de destruição em massa, como forma de ameaçar o inimigo.
A corrida armamentista implicava também uma estratégia de dominação, em que as alianças regionais
e a instalação de bases militares eram de extrema importância. Os exércitos de ambos os lados possuíam
centenas de soldados, armas convencionais, armas mortais, mísseis de todos os tipos, inclusive
nucleares que estavam permanentemente apontados para o inimigo, com objetivo de atingir o alvo a partir
de longas distâncias.
Para se ter uma noção do poder destrutivo dos armamentos, em 1960 a União Soviética produziu a
maior bomba nuclear de todos os tempos, a Tsar Bomba. Com um poder de detonação de 100 megatons
a bomba era 3 mil vezes mais poderosa que a bomba lançada sobre Hiroshima em 1945, e era capaz de
destruir tudo em um raio de 35 quilômetros da explosão.
A necessidade de posicionar-se contra o inimigo deixou o mundo muito perto da Terceira Guerra
Mundial em 1962, durante o episódio conhecido como Crise dos Mísseis de Cuba.
Em 1961 os Estados Unidos haviam instalado uma base na Turquia, com capacidade de operação de
armamentos nucleares. A atitude desagradou os soviéticos, devido à proximidade geográfica da Turquia
e da URSS. Para revidar, a União Soviética decidiu instalar uma base de misseis em Cuba, sua aliada na
América, que havia passado por uma revolução socialista em 1959, e estava localizada a
aproximadamente 200 quilômetros da costa da Flórida, ao sul dos Estados Unidos.
Desde a revolução socialista, os Estados Unidos tentavam derrubar o presidente da ilha, Fidel Castro.
Em 1961, apoiados pela CIA, agência secreta americana, um grupos de 1400 refugiados cubanos tentou
invadir a ilha pela baía dos Porcos, em um episódio desastroso que acabou com a morte de 112 pessoas
e a prisão dos restantes.
No dia 14 de agosto, o presidente americano, John Kennedy, anunciou para a população de seu país
sobre o risco existente com a possibilidade de um ataque altamente destrutivo, encarando o fato como
um ato de guerra. Do outro lado do Atlântico, o Primeiro Ministro soviético Nikita Kruschev alegou que a
base com os mísseis resultavam apenas de uma ação defensiva e serviriam também para impedir um
nova invasão dos Estados Unidos à Cuba.
Durante treze dias de tensão, foram realizadas diversas negociações que acabaram por resultar na
retirada dos misseis da Turquia e de Cuba.
Corrida Espacial
A tentativa de superioridade não esteve limitada ao campo bélico. Durante a Guerra Fria a disputa
também foi travada fora do planeta.
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Durante a Segunda Guerra, os cientistas alemães desenvolveram a tecnologia de propulsão de
foguetes, que foram utilizados para equipar as bombas V-1 e V-2. Após o termino da guerra, muitos dos
cientistas que trabalharam no projeto de construção desses artefatos foram capturados por ambos os
lados, que buscavam o domínio dessa tecnologia.
Em 4 de outubro de 1957 a União Soviética lançou na órbita terrestre o satélite Sputnik I. Poucas
semanas depois, em novembro, os soviéticos inovaram novamente e lançaram o primeiro ser vivo ao
espaço, a cadela Laika, que morreu na volta.
Como reação por parte dos Estados Unidos, em 1958 foi criada a National Aeronautics & Space
Administration, NASA, que no mesmo ano lançou ao espaço o satélite Explorer 1.
Buscando superar suas conquistas, a união Soviética saiu na frente novamente, lançando o primeiro
ser humano em órbita terrestre. Em 12 de abril de 1961, durante uma hora e quarenta e oito minutos, o
cosmonauta Iuri Gagarin percorreu 40 mil quilômetros ao redor da terra, a bordo da capsula espacial
Vostok 1. Os Estados Unidos reagiram em 1962, ao enviar o astronauta John Glenn para o espaço.
Após os lançamentos de seres humanos ao espaço, o objetivo foi enviar um ser humano para a lua.
Os Estados Unidos investiram pesadamente no programa Apollo, que em 1968 enviou a primeira equipe
de astronautas para a órbita lunar e, em 1969 realizou o primeiro pouso, com os astronautas Neil
Armstrong e Edwin Aldrin.
A União Soviética não conseguiu acompanhar o passo dos Estados Unidos, e mudou seu foco para a
exploração e pesquisa do ambiente espacial e da gravidade zero com a estação espacial Salyut, lançada
em 19 de abril de 1971. Em resposta, os americanos lançaram, em maio de 1973, a Skylab. Em 1986, a
URSS lançou a Mir, que já foi destruída.
Durante a Guerra Fria, importantes projetos espaciais foram realizados. A sonda americana Voyager
1, lançada em 1977, foi a Júpiter e a Saturno e a Voyager 2, lançada no mesmo ano, visitou Júpiter,
Saturno, Urano e Netuno. As duas sondas encontram-se agora fora do sistema solar. O Telescópio
Espacial Hubble, a nave Galileu, a Estação Espacial Internacional Alpha, a exploração de Marte e o Neat
(Programas de Rastreamento de Asteroides Próximos da Terra) fazem parte dessa geração.
Em 1978, a Agência Espacial Europeia entra na corrida espacial com os foguetes lançadores Ariane.
A França passa a controlar sozinha o projeto Ariane em 1984 e, atualmente, detém cerca de 50% do
mercado mundial de lançamento de satélites.
Internamente, o país passava por crises de abastecimento e revoltas sociais. Desde a morte de Stalin,
em 1956, a URSS passou por pequenas reformas, porém manteve o perfil ditatorial, com controle sobre
os meios de comunicação e da população. Os líderes que sucederam Stalin mantiveram o mesmo
sistema, o que agravou a crise interna. Em 1985 o país colocou no poder o ultimo líder do Partido
Comunista da União Soviética: Mikhail Gorbachev. Gorbachev defendia a ideia de que a URSS deveria
passar por mudanças que a adequassem à realidade mundial.
Durante a década de 1980 a União Soviética enfrentou momentos difíceis, como a invasão ao
Afeganistão, que gerou altos gastos, e o acidente na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. Além disso,
boa parte das commodities, matérias-primas exportadas pelo país, como petróleo e gás natural sofreram
quedas nos preços. Buscando salvar o país de um colapso iminente, Gorbachev lançou dois planos: a
Perestroika e o Glasnost.
A Perestroika, Também chamada de reestruturação econômica, teve início em 1986, logo após a
instalação do governo Gorbatchev. A Perestroika consistia em um projeto de reintrodução dos
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mecanismos de mercado, renovação do direito à propriedade privada em diferentes setores e
retomada do crescimento. Ou seja, acabar com a economia planificada existente na União Soviética.
A perestroika tinha como objetivo acabar com os monopólios estatais, descentralizar as decisões
empresariais e criar setores industriais, comerciais e de serviços em mãos de proprietários privados
nacionais e estrangeiros. Apesar das mudanças, o Estado continuaria como principal proprietário, porém,
permitindo a propriedade privada em setores secundários da produção de bens de consumo, comércio
varejista e serviços não-essenciais. No setor agrícola foi permitido o arrendamento de terras estatais e
cooperativas por grupos familiares e indivíduos. A retomada do crescimento é projetada por meio da
conversão de indústrias militares em civis, voltadas para a produção de bens de consumo, e de
investimentos estrangeiros.
O Glasnost, Também chamado de transparência política, surgiu juntamente com a perestroika, e foi
considerado essencial para mudar a mentalidade social, liquidar a burocracia e criar uma vontade política
nacional de realizar as reformas.
O muro de Berlim formava uma barreira, sendo que Somente na região metropolitana de Berlim, o
Muro tinha mais de 43 quilômetros de comprimento, vigiado por torres militares para observação do
movimento nos arredores. Além disso, contava com cães policiais e cercas elétricas para manter a
população afastada. Mesmo com todos esses mecanismos, muitas pessoas tentaram atravessar essa
barreira, resultando em 80 mortes oficialmente.
A proibição existia apenas na passagem de Berlim Oriental para Berlim Ocidental. O trajeto contrário
era permitido. Durante a década de 70, havia oito pontos onde, obtidas as permissões e os documentos
necessários, as pessoas do lado ocidental podiam atravessar o muro. O mais famoso deles - conhecido
como Checkpoint Charlie - era reservado para visitantes estrangeiros, incluindo diplomatas e autoridades
militares do bloco capitalista.
Durante o tempo em que esteve de pé, o Muro de Berlim foi um ícone da Guerra Fria. Com as
mudanças políticas ocorridas na União Soviética, várias revoltas começaram a surgir nas duas partes da
Alemanha, pedindo a queda do Muro, que separava o país desde 1961. No dia 9 de novembro de 1989,
diante das pressões contra o controle de passagem do muro, o porta-voz da Alemanha Oriental, Günter
Schabowski, disse em uma entrevista que o governo iria permitir viagens da população ao lado Ocidental.
Questionado sobre quando essa mudança vigoraria, ele deu a entender que já estava valendo.
Finalmente, população revoltada resolve derrubar o muro por conta própria, utilizando marretas, martelos
e tudo o mais que estivesse disponível.
O muro só foi totalmente destruído entre julho e novembro de 1990, porém as pessoas e o próprio
governo iam abrindo passagens para facilitar o transito entre as duas partes da cidade. No dia 3 de
outubro de 1991, após uma separação que dividiu a Alemanha em duas, o país foi novamente unificado
por lei, atendendo ao desejo da população alemã que celebrou a vitória.
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Além da Alemanha, a Polônia e a Hungria abriam caminho para eleições livres, e revoltas pelo fim da
URSS aconteceram na Tchecoslováquia, Bulgária, e Romênia. As políticas adotadas por Gorbachev
causaram uma divisão dentro do Partido Comunista, com setores contra e a favor das reformas. Esta
situação repentina levou alguns conservadores da União Soviética, liderados pelo General Guenédi
Ianaiev e Boris Pugo, a tentar um golpe de estado contra Gorbachev em Agosto de 1991. O golpe, todavia,
foi frustrado por Boris Iéltsin. Mesmo assim, a liderança de Gorbachev estava em decadência e, em
Setembro, os países bálticos conseguiram a independência.
Questões
01. (VUNESP PMSP) Os dois lados viram-se comprometidos com uma insana corrida armamentista
para a mútua destruição. Os dois também se viram comprometidos com o que o presidente em fim de
mandato, Eisenhower, chamou de “complexo industrial-militar”, ou seja, o crescimento cada vez maior de
homens e recursos que viviam da preparação da guerra.
Mais do que nunca, esse era um interesse estabelecido em tempos de paz estável entre as potências.
Como era de se esperar, os dois complexos industrial-militares eram estimulados por seus governos a
usar sua capacidade excedente para atrair e armar aliados e clientes, e conquistar lucrativos mercados
de exportação, enquanto reservavam apenas para si os armamentos mais atualizados e, claro, suas
armas nucleares.
(Eric Hobsbawm. Era dos extremos – O breve século XX – 1914-1991.
São Paulo: Cia. das Letras, 1995, p. 233. Adaptado)
O historiador refere-se à situação da política internacional que resultou, em grande medida, da
Segunda Guerra Mundial, e que pode ser definida como a
(A) democratização do uso de armas nucleares, o que tornou possível o seu emprego por pequenos
grupos de guerrilheiros.
(B) existência de equilíbrio nuclear entre as maiores potências, somada à grande corrida armamentista.
(C) expansão da ideologia da paz armada, que estimulou as potências a equiparem os países pobres
com armas nucleares.
(D) predominância de uma potência nuclear em escala global, que interfere militarmente nos países
subdesenvolvidos.
(E) formação de uma associação internacional de potências nucleares, que garantiu uma paz
duradoura entre os países.
03. Sobre a queda do muro de Berlim, no dia 10 de novembro de 1989, é correto afirmar que
(A) o fato acirrou as tensões entre Oriente e Ocidente, manifestas na permanência da divisão da
Alemanha.
(B) resultou de uma longa disputa diplomática, que culminou com a entrada da Alemanha no Pacto de
Varsóvia.
(C) expressou os esforços da ONU que, por meio de acordos bilaterais, colaborou para reunificar a
cidade, dividida pelos aliados.
(D) constituiu-se num dos marcos do final da Guerra Fria, política que dominou as relações
internacionais após a Segunda Guerra Mundial.
(E) marcou a vitória dos princípios liberais e democráticos contra o absolutismo prussiano e
conservador.
04. O lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, em 6 de agosto de 1945, provocou
a rendição incondicional do Japão, na Segunda Guerra. Nesse momento, o mundo ocidental vivia a
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dualidade ideológica, capitalismo e socialismo. Nesse contexto, o lançamento da bomba está relacionado
com
(A) o descompasso entre o desenvolvimento da ciência, financiado pelos Estados beligerantes (em
guerra), e os interesses da população civil.
(B) a busca de hegemonia dos Estados Unidos, que demonstraram seu poder bélico para conter, no
futuro, a União Soviética.
(C) a persistência da luta contra o nazifascismo, pelos países aliados, objetivando a expansão da
democracia.
(D) a difusão de políticas de cunho racista associadas a pesquisas que comprovassem a superioridade
da civilização europeia.
(E) a convergência de posições entre norte-americanos e soviéticos, escolhendo o Japão como inimigo
a ser derrotado.
05. (SEDUC-PI – História – NUCEPE) O século XX foi marcado por conflitos de diferentes matizes,
principalmente após a 2ª Guerra Mundial. Sobre esse período, podemos afirmar corretamente, EXCETO
que
(A) a Guerra do Vietnã, que durou entre 1967 e 1975, teve início quando as tropas do Vietnã do Norte
invadiram Saigon, capital do Vietnã do Sul. Considerada a maior derrota militar dos Estados Unidos no
século XX, teve entre seus motores de reação a guerrilha, a militância pacifista e a cobertura crítica da
imprensa.
(B) na União Soviética, o governo de Mikhail Gorbatchev implantou a glasnost no campo político e a
perestroika na área econômica, decisões que evidenciaram a crise do “socialismo real” naquele país,
contribuindo para seu esfacelamento político.
(C) na década de 1950, os Estados Unidos implantaram a política conhecida como macarthismo, que
restringiu-se ao apoio financeiro para a reconstrução das economias europeias, devastadas após a 2ª
Guerra Mundial.
(D) a Queda do Muro de Berlim, em 1989, é considerada a metáfora do fim da Guerra Fria, e repercutiu
no mundo inteiro, com o fim de diversos regimes socialistas do Leste Europeu, tendo repercutido até nas
eleições presidenciais brasileiras, ao promover um discurso de descrédito às esquerdas brasileiras.
(E) a Revolução Cubana, na década de 1950, combateu o governo de Fulgêncio Batista e implantou
um governo dirigido pelo Partido Comunista na América Central.
Respostas
01. Resposta B.
O medo de um ataque nuclear desferido pelo inimigo fez com que as duas maiores potências do mundo
durante a Guerra Fria, EUA e URSS entrassem em uma disputa tecnológica para provar ao inimigo que
possuíam o melhor armamento. O clima de desconforto entre as duas nações criou um equilíbrio gerado
pela constante atualização de seus armamentos.
02. Resposta A.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os dois países emergem como as duas grandes
superpotências do planeta, em uma disputa indireta que possuía ideias políticas diferentes. De um lado
os EUA com a defesa do Capitalismo enquanto do outro a URSS representava a ideia de uma sociedade
Socialista.
03. Resposta D.
A queda do muro de Berlim é um dos grandes marcos do fim da Guerra Fria. Após o fim da Segunda
Guerra e a divisão da Alemanha entre os vencedores do conflito e simbolizou a divisão do mundo durante
a Guerra Fria, separando em dois a cidade de Berlim e estabelecendo contraste entre o mundo capitalista
e o mundo socialista.
04. Resposta B.
Com o lançamento de duas bombas atômicas no Japão em 1945, os estados Unidos demonstram ao
mundo o seu potencial bélico. A demonstração de poder levou a URSS a desenvolver um programa
nuclear durante a Guerra Fria, dentro da ideia do medo de ser atacado pelo inimigo sem poder devolver
o ataque em poder de fogo semelhante.
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05. Resposta: C
O Macarthismo era uma ideia de perseguição aos comunistas dentro dos EUA. A política de auxilio
econômico após a Segunda Guerra Mundial ficou conhecida como Plano Marshall.
Uma ordem mundial refere-se às hierarquias nas relações de poder entre os países do mundo 4
Uma ordem mundial diz respeito às configurações gerais das hierarquias de poder existentes entre
os países do mundo. Dessa forma, as ordens mundiais modificam-se a cada oscilação em seu contexto
histórico. Portanto, ao falar de uma nova ordem mundial, estamos nos referindo ao atual contexto das
relações políticas e econômicas internacionais de poder.
Durante a Guerra Fria, existiam duas nações principais que dominavam e polarizavam as relações de
poder no globo: Estados Unidos e União Soviética.
Essa ordem mundial era notadamente marcada pelas corridas armamentista e espacial e pelas
disputas geopolíticas no que se refere ao grau de influência de cada uma no plano internacional. Este era
o mundo bipolar.
A partir do final da década de 1980 e início dos anos 1990, mais especificamente após a queda do
Muro de Berlim e do esfacelamento da União Soviética, o mundo passou a conhecer apenas uma grande
potência econômica e, principalmente, militar: os EUA. Analistas e cientistas políticos passaram a nomear
a então ordem mundial vigente como unipolar.
Entretanto, tal nomeação não era consenso. Alguns analistas enxergavam que tal soberania pudesse
não ser tão notável assim, até porque a ordem mundial deixava de ser medida pelo poderio bélico e
espacial de uma nação e passava a ser medida pelo poderio político e econômico.
Nesse contexto, nos últimos anos, o mundo assistiu às sucessivas crescentes econômicas da União
Europeia e do Japão, apesar das crises que estas frentes de poder sofreram no final dos anos 2000.
De outro lado, também vêm sendo notáveis os índices de crescimento econômico que colocaram a
China como a segunda maior nação do mundo em tamanho do PIB (Produto Interno Bruto). Por esse
motivo, muitos cientistas políticos passaram a denominar a Nova Ordem Mundial como mundo multipolar.
Mas é preciso lembrar que não há no mundo nenhuma nação que possua o poderio bélico e nuclear
dos EUA.
Esse país possui bombas e ogivas nucleares que, juntas, seriam capazes de destruir todo o planeta
várias vezes.
3
SCALZARETTO, Reinaldo. Geografia Geral – Geopolítica. 4ª edição. São Paulo: Anglo.
4
PENA, Rodolfo F. Alves. Nova Ordem Mundial – Geopolítica. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/nova-ordem-mundial.htm.
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A Rússia, grande herdeira do império soviético, mesmo possuindo tecnologia nuclear e um elevado
número de armamentos, vem perdendo espaço no campo bélico em virtude da falta de investimentos na
manutenção de seu arsenal, em razão das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país após a Guerra
Fria.
É por esse motivo que a maior parte dos especialistas em Geopolítica e Relações Internacionais,
atualmente, nomeia a Nova Ordem Mundial como mundo unimultipolar. “Uni” no sentido militar, pois os
Estados Unidos é líder incontestável. “Multi” em razão das diversas crescentes econômicas de novos
polos de poder, sobretudo a União Europeia, o Japão e a China.
O Oeste era a representação do Capitalismo liderado pelos EUA, enquanto o Leste demarcava o
mundo Socialista representado pela URSS. Essa divisão não era necessariamente fiel aos critérios
cartográficos, pois no Oeste havia nações socialistas (a exemplo de Cuba) e no leste havia nações
capitalistas.
Contudo, esse modelo ruiu. Atualmente, o mundo é dividido entre Norte e Sul, de modo que no Norte
encontram-se as nações desenvolvidas e, ao sul, encontram-se as nações subdesenvolvidas ou
emergentes. Tal divisão também segue os ditames da Nova Ordem Mundial, em considerar
preferencialmente os critérios econômicos em detrimento do poderio bélico.
Observa-se que também nessa nova divisão do mundo não há uma total fidelidade aos critérios
cartográficos, uma vez que alguns poucos países localizados ao sul pertencem ao “Norte” (como a
Austrália) e alguns países do norte pertencem ao “Sul” (como a China).
No campo geopolítico, essa nova era configurou-se com a crise do socialismo, o fim da Guerra Fria e
a valorização dos problemas sociais e ambientais.
Na atualidade, o grupo de países desenvolvidos, formado por 23 nações (Estados Unidos, Canadá,
Japão, Austrália, Nova Zelândia, Islândia, Noruega, Suíça e os 15 membros da União Europeia), torna-
se cada vez mais rico. Em 2005, a população dessas nações somava 900 milhões de pessoas (13% do
total mundial) e produzia cerca de 32 trilhões de dólares (80% do PIB mundial), o que dava uma renda
per capita de mais de 35 mil dólares. Em 1960, os mesmos países tinham cerca de 20% da população
mundial e controlavam cerca de 60% do PIB do mundo.
Uma das características político-econômicas mais importantes da Nova Ordem Internacional foi o
crescente uso dos princípios teóricos do neoliberalismo. O jornalista Ignacio Ramonet, do jornal francês
Le Monde, acredita que os neoliberais criaram, com seu pragmatismo, um conjunto de regras econômicas
muito claro, que se resume aos seguintes aspectos:
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* O déficit público deve ser evitado e, se existir, reduzido;
Frente às crises e ao aumento da miséria nos países subdesenvolvidos, alguns neoliberais modernos
defendem que esse receituário não tem dado certo por culpa dos governos. Seria necessário apenas
conter os monopólios privados, supervisionar os bancos com mais atenção, investir em educação e
aumentar a poupança interna.
Dentro da Nova Ordem Internacional, o controle que os países desenvolvidos exerciam sobre o
comércio de exportação no mundo continuou, embora sua participação no total tenha sido um pouco
reduzida. Essa redução foi consequência do crescimento das exportações conquistado pelos países
subdesenvolvidos industrializados.
Esse aumento das exportações, por si só, não foi suficiente para elevar o padrão de riqueza dos países
subdesenvolvidos como um todo. A maior parte desse aumento foi de responsabilidade de um restrito
grupo de países subdesenvolvidos industrializados, enquanto a grande maioria dos mais de 150 países
subdesenvolvidos continuou a assistir à queda dos preços de suas mercadorias de exportação
(commodities) e a redução de sua participação no comércio mundial, exceto os exportadores de petróleo.
Esse crescimento do comércio e essa maior dependência das economias nacionais são o resultado
das políticas de liberalização alfandegária colocadas em prática desde o final da Segunda Guerra
Mundial. Desde então, as taxas alfandegárias médias dos países mais desenvolvidos do mundo caíram
de 40% para menos de 5%. Por outro lado, o crescimento do comércio internacional foi fruto da maior
integração e complementação econômica dos conjuntos de países que formaram organizações ou zonas
de livre comércio, como a União Europeia e o Nafta.
São eles:
* Investimentos em P&D;
* Os blocos econômicos;
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* Dívida externa;
*Desemprego;
* As economias em transição;
* O problema da pobreza.
* Globalização:
A Globalização não é nenhuma novidade. Há séculos ela evolui na forma de ciclos, intensificando os
fluxos de pessoas, bens, capital e hábitos culturais. Ela se originou com a primeira fase da expansão
capitalista europeia, impulsionada pelas Grandes Navegações do final do século XV. Entre 1870 e 1890,
a globalização foi novamente intensificada, graças à aceleração dos investimentos internacionais, a
ampliação do comércio e o aperfeiçoamento dos meios de transportes e comunicações. Posteriormente,
durante o período que se estende entre 1910 e 1920, houve nova aceleração desse processo, associada
ao crescente militarismo, que culminaria com a Primeira Guerra Mundial. Um terceiro pico ocorreu durante
a década de 1930, antecedendo a Segunda Guerra Mundial.
Após a Segunda Guerra Mundial, o processo de globalização foi mais lento, amarrado pelas relações
limitadas entre os países capitalistas e os socialistas e pelas políticas comerciais altamente
protecionistas. Somente na década de 1990 os investimentos internacionais retornariam ao patamar
de 1941.
Com a expansão das transnacionais, a partir da década de 1950, a globalização foi acelerada. Hoje, a
Terceira Revolução Industrial, que gerou um sistema de produção econômica com regras que se
uniformizam e se universalizam rapidamente, está criando uma nova onda de globalização. Suas
instituições passam a controlar e organizar essa economia em que as fronteiras perdem a importância e
muitos Estados disputam o direito de abrigar as sedes ou as filiais das grandes corporações, que
controlam a oferta de empregos e investimentos.
Dessa forma, o espaço geográfico mundial tem caminhado em direção a uma crescente
homogeneização, fruto da imposição de um sistema econômico e social globalizado sobre toda a
superfície da Terra. Nas últimas décadas, esse processo sofreu uma forte aceleração, especialmente
porque o polo de oposição ao capitalismo, que durante 45 anos compartia o mundo, criando a bipolaridade
da Guerra Fria, entrou em crise.
Os investimentos internacionais são realizados de forma direta, pelas empresas transnacionais que
implantam ou ampliam suas unidades produtivas, ou indireta, quando se relacionam aos fluxos de capital
que entram por meio de empréstimos, moeda trazida por estrangeiros, pagamentos de exportações,
vendas de títulos públicos no exterior e investimentos no mercado financeiro (especialmente em bolsas
de valores). Observe sua evolução recente:
Os investimentos internacionais foram acelerados na Nova Ordem. Eles saltaram de 924 bilhões de
dólares em 1991 para mais de 5,4 trilhões em 2001.
Na era da globalização, quando as informações são instantâneas, um observador pode acompanhar
a abertura e o fechamento das mais importantes bolsas de valores do mundo durante 22 horas
seguidas: se ele estiver em São Paulo, a Bolsa de Tóquio abre às 21 horas (hora de Brasília) e fecha
às 5 horas do dia seguinte. Uma hora mais tarde, abre a Bolsa de Londres e, às 11 horas, a de Nova
Iorque, que só fecha às 19 horas.
Podemos notar facilmente que a maior parte dos investimentos tem sido sempre no mercado
financeiro, ou seja, nas bolsas de valores. É o que se chama de capital volátil. Esses investimentos entram
nos países e saem muito rapidamente, circulando diariamente no mundo, de uma bolsa para outra, mais
de 3 trilhões de dólares.
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Os investimentos financeiros diretos também cresceram bastante, aumentando mais de sete vezes
nesse período, principalmente por meio da compra de empresas privatizadas, dentro da política
neoliberal. As privatizações se expandiram muito desde o início da década de 1990. Entre 1988 e 2003,
houve mais de 9 mil privatizações em cerca de 120 países, que somaram mais de 410 bilhões de dólares
de transações.
Grande parte das pessoas acredita que as privatizações, na atualidade, só ocorrem em países
subdesenvolvidos ou nos países socialistas que estão em transição para a economia de mercado. Na
verdade, a década de 1990 foi marcada pelo aumento das privatizações em diversos países
desenvolvidos.
Embora a globalização seja comandada pelos agentes financeiros e econômicos, há uma profunda
relação entre seus interesses e as ações políticas desenvolvidas pelos Estados. Na atualidade, vemos
uma espécie de privatização do Estado, que é colocado a serviço dos interesses do grande capital.
Hoje, mais do que em qualquer outra época da modernidade, a elite econômica colocou o Estado a
serviço de seus interesses. São os governos dos países mais ricos do mundo que promovem, numa ação
política bem orquestrada, a globalização, preparando encontros, ampliando o raio de ação das
organizações internacionais, realizando acordos comerciais, que favorecem a quem controla a economia.
Recentemente, por causa das transformações econômicas em direção à globalização, a redução das
taxas alfandegárias e a liberação do movimento dos capitais, muitos estudiosos passaram a acreditar que
o Estado nacional estava em fase de dissolução. Em verdade, ocorreu a sua transformação: as relações
entre o Estado e a economia se internacionalizaram, e a privatização tornou-se norma. Dessa forma, o
Estado abandonou o papel de agente econômico, desfazendo-se dos seus ativos, e passou a exercer o
papel de organizador e gestor de uma economia globalizada, no qual o conceito de soberania nacional
passou por uma revisão.
As aquisições e fusões que têm caracterizado a globalização desde o início da década de 1990 não
pretendem aumentar a produção, criar novas fábricas e ampliar os empregos. A função dessa onda de
fusões é cortar as atividades redundantes, reduzir a concorrência e aumentar a concentração de capitais.
O resultado final tem sido sempre a elevação das taxas de desemprego e o aumento da monopolização.
O volume das transações financeiras provocadas pelas fusões de grandes empresas tem ampliado
o mercado de ações e acelerado a movimentação de capitais.
Meio Ambiente – Crise ecológica mundial, que alerta para a necessidade de solucionar as agressões
ao meio ambiente, que podem afetar todo o planeta.
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Neoliberalismo
Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que
defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total
liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o
desenvolvimento social de um país.
Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman, como uma
solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no
preço do petróleo.
Críticas ao neoliberalismo
Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências
econômicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento (Brasil,
por exemplo) sofrem com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como
causas do neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência
do capital internacional.
Pontos positivos
Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o
desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais
competitiva, proporciona ao desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços
e a inflação caírem.
Exemplos de governos que adotaram políticas econômicas neoliberais nos últimos anos:
- No Brasil: Fernando Collor de Melo (1990 - 1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2003)
- No Chile: Eduardo Frei (1994 - 2000), Ricardo Lagos (2000 - 2006) e Michelle Bachelet (2006 - 2010)
- Nos Estados Unidos: Ronald Reagan (1981 - 1989), George Bush (1989 - 1993) e George W. Bush
(2001- 2009)
Questões
01. (PC/PI – Escrivão de Polícia Civil – UESPI) No início dos anos 1990, o mundo assistiu à
derrocada do chamado Bloco Socialista, comandado pela ex-União Soviética, tendo como consequência
o fim da Guerra Fria e o surgimento de uma Nova Ordem Mundial, que apresenta como características,
EXCETO,
(A) o controle do mercado mundial por grandes corporações transnacionais.
(B) aprofundamento da Globalização da economia e consolidação da tendência à formação de blocos
econômicos regionais.
(C) processos pacíficos de Fragmentação territorial sem ocorrência de conflitos étnicos, a exemplo da
ex-Iugoslávia.
(D) ampliação das desigualdades internacionais.
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(E) a existência de uma realidade mais complexa, com múltiplas oposições ou tensões econômicas,
étnicas, religiosas, ambientais etc.
04. (IF/SE – Analista – IF/SE/Adaptada) "Com a derrocada do socialismo real e da União Soviética,
entre 1989 e 1991, surgiu uma nova ordem mundial que, a princípio, parecia ser unipolar, com uma única
superpotência, os Estados Unidos. Mas essa ideia parece ser aplicável somente a um breve período
transitório, pois o poderio estadunidense vem se enfraquecendo, em termos relativos (isto é, em
comparação com o crescimento da China, da Europa unificada, da Índia etc...)." Vesentini, Wiliam - 2009.
Assinale a afirmativa correta sobre os fatos da nova ordem mundial:
(A) O ponto fraco da União Europeia é o rápido envelhecimento e o baixo poder aquisitivo de sua
população.
(B) Apesar da crise na transição do socialismo real para a economia, a herdeira da Ex União Soviética,
Rússia, voltou a ser uma superpotência, apesar da fragilidade do setor de tecnologia de ponta.
(C) Uma das dificuldades para o Japão na formação de um Megabloco na Ásia é a desconfiança de
algumas importantes nações, como China e Coréia do Sul, que o consideram um país imperialista,
sobretudo pela brutalidade e pelo racismo demonstrado pelas tropas japonesas quando da ocupação de
seus territórios.
(D) A China atualmente é o Estado nacional que poderia ameaçar a hegemonia estadunidense, em
função do crescimento econômico e do regime político democrático.
(E) A Índia é outro país que vem se modernizando, e é favorecida pela abundância de recursos
minerais e ausência de problemas étnicos, sociais e político territoriais.
Respostas
01. Resposta: C.
(...). Com a crise do bloco socialista, no final dos anos 1980, uma nova fase se abriu para a história da
Iugoslávia. Em 1991, Croácia, Eslovênia e Macedônia declararam sua independência, sendo que apenas
esta última de maneira pacífica. A separação da Croácia e da Eslovênia foi acompanhada por intensos
conflitos militares liderados pelo então presidente sérvio Slobodan Milosevic. Em 1992, a Bósnia declarou
sua independência, passando a enfrentar militarmente a Croácia, em disputa por territórios, e sobretudo
a Sérvia, contrária ao movimento separatista de mais uma região iugoslava. (...)
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(Fonte:http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/geopolitica/conflitos-na-ex-iugoslavia.htm).
02. Resposta: B.
Nova Ordem Mundial é a lógica internacional da ordem de poder entre os Estados nacionais no período
que sucede a Guerra Fria. A Nova Ordem Mundial é caracterizada pela UNIMULTIPOLARIDADE, uma
vez que temos a supremacia dos Estados Unidos no campo bélico e político, e a emergência de várias
potências no campo econômico: China, União Europeia, Japão e o próprio EUA.
04. Resposta: C.
O Japão apesar de ser o mais rico da Ásia em outrora buscou seu domínio nos países do pacífico com
ocupações territoriais, principalmente durante a 2ª guerra, desde então os asiáticos não fecham em um
bloco econômico com receio de um novo domínio japonês, através da economia sobre eles.
05. Resposta: B.
O processo de mundialização da economia capitalista monopolista teve como pressuposto básico a
necessidade de uma nova divisão internacional do trabalho. Já não bastava um mundo dividido em países
produtores de bens industrializados e países unicamente produtores de matérias-primas, quer agrícolas,
quer minerais. A mundialização da economia pressupõe uma descentralização da atividade industrial e
sua instalação e difusão por todo o mundo. Pressupõe também um outro nível de especialização dos
produtos oriundos dos diferentes países do mundo para o mercado internacional. Assim,
simultaneamente, a indústria multinacional implanta-se nos mercados existentes em todos os países
(através de filiais, fusões, associações, franquias etc.) e cria bases para a produção industrial adaptada
às necessidades desses mercados nacionais. Ao mesmo tempo, atua de forma a aprimorar a exploração
e a exportação das matérias-primas requeridas pelo mercado internacional. Esse processo de expansão
industrial sobrepôs uma divisão vertical à antiga divisão horizontal do trabalho. Agora combina-se a antiga
divisão por setores (primário: agrícola e mineiro, e secundário: industrial) em níveis de qualificação dentro
de cada ramo industrial.
(ROSS, Sanches L. Jurandyr: Geografia do Brasil. - 4ª ed. - São Paulo: Editora da Universidade de
São Paulo, 2001. - Didática; 3).
A Revolução de 1930
Em 1º de março de 1930 Júlio Prestes foi eleito presidente do Brasil conquistando 1.091.709 votos,
contra 742.794 votos recebidos por Getúlio Vargas. Ambos os lados foram acusados de cometer fraudes
contra o sistema eleitoral, seja manipulando votos, seja impondo votos forçados através de violência e
ameaça.
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A derrota Júlio Prestes nas eleições de 1930 para não significou o fim da Aliança Liberal e sua busca
pelo controle do poder executivo. Os chamados “tenentes civis” acreditavam que ainda poderiam
conquistar o poder através das armas.
As discordâncias provocadas pelo apoio de Washington Luís a Júlio Prestes não foram suficientes, até
aquele momento, para promover uma ruptura de grandes proporções na política, porém um grupo de
políticos mais jovens e em busca de ascensão política perceberam que para alcançar novos patamares,
ainda dependiam da aprovação de um grupo muito estreito.
Entre os que buscavam novos caminhos, estavam os gaúchos Getúlio Vargas, Flores da Cunha,
Osvaldo Aranha, Lindolfo Collor, João Neves, Maurício Cardoso e Paim Filho. Em Minas Gerais também
haviam Virgílio de Melo Franco e Francisco Campos, descendentes de famílias tradicionais do estado.
Até mesmo entre membros antigos da política, representantes das velhas oligarquias, haviam aqueles
que enxergavam nos políticos mais jovens a possibilidade de aumento do poder pessoal, como Artur
Bernardes, Venceslau Brás, Afrânio de Melo Franco, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e João Pessoa.
Buscando agir pelo caminho que o movimento tenentista havia tentado anos antes, os jovens políticos
buscaram fazer contato com militares rebeldes, que receberam a atitude com desconfiança. Entre os
motivos para o receio dos tenentes, estava o fato de que alguns nomes, como João Pessoa e Osvaldo
Aranha, estiveram envolvidos em perseguições, confrontos e condenações contra o grupo. Porém, depois
de conversas e desconfianças dos dois lados, os grupos chegaram a um acordo, com a adesão de nomes
de destaque dos movimentos da década de 20, como Juarez Távora, João Alberto e Miguel Costa. A
grande exceção foi o nome de Luís Carlos Prestes, que em maio de 1930 declarou-se abertamente como
socialista revolucionário, e recusou-se a apoiar a disputa oligárquica.
O crime, motivado tanto por disputas pessoais como por disputas públicas, foi utilizado como
justificativa para o movimento revolucionário, sendo explorado seu lado público, e transformado João
Pessoa em “mártir da revolução”.
Entre as razões para o assassinato, estiveram as mudanças políticas promovidas por João Pessoa ao
tornar-se governador. Em uma tentativa de modernizar a administração, o governador direcionou as
transações comerciais para os portos da capital e de Cabedelo, buscando tornar eficiente a arrecadação
de impostos e diminuir a dependência que o estado tinha do Recife. A medida adotada pelo governador
chocava-se com os interesses de produtores, principalmente de algodão, do interior do estado, que
realizavam as transações comerciais por terra, diretamente com Recife, escapando dessa forma das
cobranças de impostos. Os interesses conflitantes resultaram na Revolta de Princesa, movimento rebelde
liderado por José Pereira Lima, deflagrado no município de Princesa, atual Princesa Isabel, na fronteira
com Pernambuco, em fevereiro de 1930. Um dos principais aliados do Coronel José Pereira foi a família
Dantas.
Após a divulgação, a jovem professora, caindo em desgraça e abandonada pela família, fugiu para o
Recife. João Dantas sentiu-se com a honra manchada, e resolveu acertar as contas com o governador,
assassinando-o com dois tiros, dentro da Padaria Glória, na capital Pernambucana.
A morte de João Pessoa foi extremamente explorada por seus aliados como elemento político para
concretizar os objetivos da revolução. Apesar de ter morrido no Nordeste e ser natural da região, o corpo
do presidente da Paraíba foi enterrado no Rio de Janeiro, então capital da República, fator que reuniu
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uma enorme quantidade de pessoas para acompanhar o funeral. A morte de João Pessoa garantiu a
adesão de setores do exército que até então estavam relutantes em apoiar a causa dos revolucionários.
Feitos os preparativos, no dia 3 de outubro de 1930, nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul
e no Nordeste, estourou a revolução, comandada por Getúlio Vargas e pelo tenente-coronel Góes
Monteiro. As ações foram rápidas e não encontraram uma resistência forte. No Nordeste, as operações
ficaram a cargo de Juarez Távora, que contando com a ajuda da população, conseguiu dominar
Pernambuco sem esforços.
Em virtude do maior peso político que os gaúchos detinham no movimento e sob pressão das forças
revolucionárias, a Junta finalmente decidiu transmitir o poder a Getúlio Vargas. Num gesto simbólico que
representou a tomada do poder, os revolucionários gaúchos, chegando ao Rio, amarraram seus cavalos
no Obelisco da avenida Rio Branco. Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira República.
A crítica de direita, ou liberal, argumenta que, em longo prazo, as leis trabalhistas prejudicam os
trabalhadores porque aumentam o chamado “custo Brasil”, onerando muito as empresas e gerando a
inflação que corrói o valor real dos salários. Segundo esta versão, o Custo Brasil faz com que as empresas
brasileiras contratem menos trabalhadores, aumentem a informalidade e faz que as empresas
estrangeiras se tornem receosas de investirem no Brasil. Assim, segundo a crítica liberal, as leis
trabalhistas gerariam, além da inflação, mais desemprego e subemprego entre os trabalhadores.
O Governo Provisório
Com Washingtom Luís deposto e exilado, Getúlio Vargas foi empossado como chefe do governo
provisório. As medidas do novo governo tinham como objetivo básico promover uma centralização política
e administrativa que garantisse ao governo sediado no Rio de Janeiro o controle efetivo do país. Em
outras palavras, o federalismo da República Velha caía por terra. Para atingir esse objetivo, foram
nomeados interventores para governar os estados. Eram homens de confiança, normalmente oriundos
do Tenentismo, cuja tarefa era fazer cumprir, em cada estado, as determinações do governo provisório.
Esse fato e mais o adiamento que Getúlio Vargas foi impondo à convocação de novas eleições
desencadearam reações de hostilidade ao seu governo, especialmente no estado de São Paulo. As
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eleições dariam ao país uma nova constituição, um presidente eleito pela população e um governo com
legitimidade jurídica e política. Mas poderia também significar a volta ao poder dos derrotados na
Revolução de 30.
A Reação Paulista
A oligarquia paulista estava convencida da derrota que sofreu em 24 de outubro de 1930, mas não
admitia perder o controle do Executivo em “seu” próprio estado. A reação paulista começou com a não
aceitação do interventor indicado para São Paulo, o tenentista João Alberto. Às pressões pela indicação
de um interventor civil e paulista, começa a se somar a reivindicação de eleições para a Constituinte.
Essas teses foram ganhando rapidamente simpatia popular.
As manifestações de rua começaram a ocorrer com o apoio de todas as forças políticas do estado, até
por aquelas que tinham simpatizado com o movimento de 1930 (exemplo do Partido Democrático - PD).
Diante das pressões crescentes, Getúlio resolveu negociar com a oligarquia paulista, indicando um
interventor do próprio estado. Isso foi interpretado como um sinal de fraqueza. Acreditando que poderiam
derrubar o governo federal, os oligarcas articularam com outros estados uma ação nesse sentido.
Manifestações de rua intensificaram-se em São Paulo. Numa delas, quatro jovens, Miragaia, Martins,
Dráusio e Camargo foram mortos e se transformaram em mártires da luta paulista em nome da legalidade
constitucional. Getúlio, por seu lado, aprovou outras “concessões”: elaborou o código eleitoral (que previa
o voto secreto e o voto feminino), mandou preparar o anteprojeto para a Constituição e marcou as eleições
para 1933.
As Leis Trabalhistas
Foi aprovado também um conjunto de leis que garantiam direitos aos trabalhadores, destacando-se
entre eles: salário mínimo, jornada de oito horas, regulamentação do trabalho feminino e infantil, descanso
remunerado (férias e finais de semana), indenização por demissão, assistência médica, previdência
social. A formalização dessa legislação trabalhista teve vários significados e implicações. Representou a
primeira modificação importante na maneira de o Estado enfrentar a questão social e definiu as regras a
partir das quais o mercado de trabalho e as relações trabalhistas poderiam se organizar. Garantiu, assim,
uma certa estabilidade ao crescimento econômico. Por fim, foi muito útil para obter o apoio dos
assalariados urbanos à política getulista.
Essa legislação denota a grande habilidade política de Getúlio. Ele apenas formalizou um conjunto de
conquistas que, em boa parte, já vigoravam nas relações de trabalho nos principais centros industriais.
Com isso, construiu a sua imagem como “Pai dos Pobres” e benfeitor dos trabalhadores.
O Controle Sindical
A aprovação da legislação sindical representou um grande avanço nas relações de trabalho no Brasil,
pois pela primeira vez o trabalhador obtinha, individualmente, amparo nas leis para resistir aos excessos
da exploração capitalista. Por outro lado, paralelamente à sua implantação, o Estado definiu regras
extremamente rígidas para a organização dos sindicatos, entre as quais a que autorizava o seu
funcionamento (Carta Sindical), as que regulavam os recursos da entidade e as que davam ao governo
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direito de intervir nos sindicatos, afastando diretorias se julgasse necessário. Mantinha, assim, os
sindicatos sob um controle rigoroso.
Nacionalismo conservador
Esse movimento contava com o apoio de vários estratos das classes médias urbanas, Igreja e setores
do Exército. O projeto que seus apoiadores tinham em mente decorria de uma certa leitura que faziam da
história do país até aquele momento.
Segundo os conservadores, o aspecto que marcava mais profundamente a formação histórica do país
e do seu povo era a tradição agrícola. Desde o descobrimento, toda a vida econômica, social e política
organizou-se em torno da agricultura. Todos os nossos valores morais, regras de convivência social,
costumes e tradições, enfim, a espinha dorsal da nossa cultura, fincavam suas raízes no modo de vida
rural. Dessa forma, tudo o que ameaçava essa “tradição agrícola” (isto é, estímulos a outros setores da
economia, crescimento da indústria, expansão da urbanização e suas consequências, como a
propagação de novos valores, hábitos e costumes tipicamente urbanos, bem como novas formas de
expressão artística e culturais) representava um atentado contra a integridade e o caráter nacional, uma
corrupção da nossa identidade como povo e nação. Por ser contrário a transformações e à medida que
as tendências modernizadoras tinham origem externa (induzidas pela industrialização, vanguardas
artísticas europeias etc.) é que o movimento caracterizava-se por ser nacionalista e conservador.
Para que a coerência com a nossa identidade histórica fosse mantida, os ideólogos do nacionalismo
conservador propunham o seguinte: os latifúndios deveriam ser divididos em pequenas parcelas de terras
a ser distribuídas. Assim, as famílias retornariam ao campo, tornando o Brasil uma grande comunidade
de pequenos e prósperos proprietários. Podemos concluir, a partir desse ideário, que eram
antilatifundiários, antiindustrialistas e, no limite, anticapitalistas. Na esfera política, defendiam um regime
autoritário de partido único.
O Integralismo
Esse movimento deu origem à Ação Integralista Brasileira, cujo lema era Deus, Pátria e Família, tendo
como seu principal líder e ideólogo Plínio Salgado. Tradicionalmente, a AIB tem sido interpretada como a
manifestação do nazifascismo no Brasil, pela semelhança entre os aspectos aparentes do integralismo e
do nazifascismo. Uniformes, tipo de saudação, ultranacionalismo, feroz anticomunismo, tendências
ditatoriais e apelo à violência eram traços que aproximavam as duas ideologias. Um exame mais atento,
entretanto, mostra que eram projetos distintos. Enquanto o nazi fascismo era apoiado pelo grande capital
e buscava uma expansão econômico-industrial a qualquer custo, ao preço de uma guerra mundial se
necessário, os integralistas queriam voltar ao campo. Num certo sentido, o projeto nazifascista era mais
modernizante que o integralista. Assim, as semelhanças entre eles escondiam propostas e projetos
globais para a sociedade radicalmente distintos.
Nacionalismo Revolucionário
Frações dos setores médios urbanos, sindicatos, associações de classe, profissionais liberais,
jornalistas e o Partido Comunista prestaram apoio a outro movimento político: o nacionalismo
revolucionário. Este defendia a industrialização do país, mas sem que isso implicasse subordinação e
dependência em relação às potências estrangeiras, como a Inglaterra e os Estados Unidos.
O nacionalismo revolucionário propunha uma reforma agrária como forma de melhorar as condições
de vida do trabalhador urbano e rural e potencializar o desenvolvimento industrial. Considerava que a
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única maneira de realizar esses objetivos seria a implantação de um governo popular no Brasil. Esse
movimento deu origem à Aliança Nacional Libertadora, cujo presidente de honra era Luís Carlos Prestes,
então membro do Partido Comunista.
As Eleições de 1938
Contida a oposição de esquerda, o processo político evoluiu sem conflitos maiores até 1937. Nesse
ano, começaram a se desenhar as candidaturas para as eleições de 1938. Dentre as candidaturas,
começou a se destacar a de Armando Sales Oliveira, paulista que articulava com outros estados sua
eleição para presidente. Getúlio Vargas, as oligarquias que lhe davam apoio e os militares herdeiros da
tradição tenentista não viam com bons olhos a possibilidade de retorno da oligarquia paulista ao poder.
Mas, uma vez mantido o calendário eleitoral, isso parecia inevitável.
O Plano Cohen
Enquanto as articulações políticas visando as eleições se desenvolviam, veio à luz o famoso Plano
Cohen. Segundo as informações oficiais, forças de segurança do governo tinham descoberto um plano
de tomada do poder pelos comunistas. Muito bem elaborado, colocava em risco as instituições, caso
fosse deflagrado. O governo então, para evitar o perigo vermelho, solicitou do Congresso Nacional a
aprovação do estado de sítio, que suspendia as liberdades públicas e dava ao governo amplos poderes
para combater a subversão.
- A defesa de um Estado forte por parte dos cafeicultores, que dependiam dele para manter os preços
do café;
- Os industriais, que seguiam a mesma linha de defesa dos cafeicultores, já que o crescimento das
industrias dependia da proteção estatal;
- As oligarquias e classe média urbana, que assustavam-se com a expansão da esquerda e julgavam
que para “salvar a democracia” era necessário um governo forte.
Além disso Vargas tinha também o apoio dos militares, por alguns motivos:
- Por sua formação profissional, os militares possuíam uma visão hierarquizada do Estado, com
tendência a apoiar mais um regime autoritário do que um regime liberal;
- Os oficiais de tendência liberal haviam sido expurgados do exército por Vargas e pela dupla Góis
Monteiro-Gaspar Dutra;
Com todos esses fatores a seu favor, não houveram dificuldades para Getúlio instalar e manter por
oito anos a ditadura no país. Durante o período foi implacável o autoritarismo, a censura, a repressão
policial e política e a perseguição daqueles que fossem considerados inimigos do Estado.
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Adaptado de MOURA, José Carlos Pires. História do Brasil.
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diretamente subordinado ao Ministério da Justiça, com membros nomeados pelo presidente da república.
Cada Departamento Administrativo estudava e aprovava as leis decretadas pelo interventor e fiscalizava
seus atos, orçamentos, empréstimos, entre outros. Dessa forma os programas estaduais ficavam
subordinados ao governo federal.
Na área federal foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). Além de
centralizar a reforma administrativa, o Departamento tinha poderes para elaborar o orçamento dos órgãos
públicos e controlar a execução orçamentaria deles. Com a criação do DASP e do Conselho Nacional
de Economia, não só a atuação administrativa e econômica do governo passou a ser muito mais
eficiente, como também aumentou consideravelmente o poder do Estado e do presidente da república,
agora diretamente envolvido na solução dos principais problemas econômicos do país, inclusive com a
criação de órgãos especializados: o instituto do Açúcar e Álcool, o Instituto do Mate, Instituto do pinho,
etc.
Por meio dessas medidas, o governo conseguiu solucionar de maneira satisfatória os principais
problemas econômicos da época. A cafeicultura foi convenientemente defendida, a exportação agrícola
foi diversificada, a dívida externa foi congelada, a indústria cresceu rapidamente, a mineração de ferro e
carvão expandiu-se e a legislação trabalhista foi consolidada. Com essas medidas as elites enriqueceram,
a classe média melhorou seu padrão de vida e o operariado ganhou a proteção que lutou por anos para
conseguir. Dessa forma Vargas atingiu altos níveis de popularidade, mesmo com a repressão e
perseguição política de seu regime.
No mesmo período de 1937 a 1940, a ação econômica do Estado objetivava racionalizar e incentivar
atividades econômicas já existentes no Brasil. Já a partir de 1940, com a instalação de grandes empresas
estatais, o Estado alterou seu papel, passando a ser um dos principais investidores do setor industrial,
principalmente na indústria pesada (responsável por transformar grandes quantidades de matéria-prima).
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Desse modo, apesar da desaceleração do crescimento industrial ocasionado pela Segunda Guerra
Mundial, devido à dificuldade para importar equipamentos e matéria-prima, quando o Estado Novo se
encerrou em 1945, a indústria brasileira estava plenamente consolidada.
A nova constituição foi apelidada de “Polaca”, elaborada por Francisco Campos, o mesmo responsável
por criar o AI-1 em 1964, que deu origem à ditadura militar no Brasil. A constituição “Polaca” era
extremamente autoritária e concedia poderes praticamente ilimitados ao governo.
- Os Estados eram governados por interventores nomeados por Vargas, os quais, por sua vez,
nomeavam os prefeitos municipais;
- A Polícia Especial (PE) e as polícias estaduais adquiriram total liberdade de ação, prendendo,
torturando e assassinando qualquer pessoa suspeita de se opor ao governo;
- A propaganda pela imprensa e pelo rádio foi largamente usada pelo governo, por meio do
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).
Foram fechados os partidos políticos, até mesmo o Partido Integralista, que mudou seu nome para
Associação Brasileira de Cultura. Em 1938 os integralistas tentaram um golpe de governo que fracassou
em poucas horas, com seus principais líderes presos, inclusive Plinio Salgado, que foi exilado para
Portugal.
Nesse meio tempo, o DIP e a PE prosseguiam seu trabalho. Chefiado por Lourival Fontes, o DIP era
incansável tanto na censura quanto na propaganda, voltada para todos os setores da sociedade –
operários, estudantes, classe média, crianças, militares – e abrangendo assuntos tão diversos quanto
siderurgia, carnaval e futebol; procurava-se, assim, formar uma ideologia estadonovista que fosse aceita
pelas diversas camadas sociais e grupos profissionais e intelectuais. Cabia também ao DIP o preparo das
gigantescas manifestações operarias, particularmente no dia 1º de Maio, quando os trabalhadores, além
de comemorarem o Dia do Trabalho, prestavam uma homenagem a Vargas, apelidado de “o pai dos
pobres”.
Apesar de muitas das conquistas trabalhistas terem sido aprovadas por Vargas, elas já eram
reinvindicações antigas de diversos movimentos de trabalhadores, principalmente operários e sindicatos
urbanos, desde a Primeira República.
O relacionamento entre Getúlio e os trabalhadores era muito interessante, temperado pelos famosos
discursos do ditador os quais sempre começavam pela frase “trabalhadores do Brasil....”. Utilizando um
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modelo de política populista, Vargas, de um lado, eliminava qualquer liderança operaria que tentasse
um atuação autônoma em relação ao governo, acusando-a de “comunista”, enquanto por outro lado,
concedia frequentes benefícios trabalhistas ao operariado, incluindo a decretação do salário-mínimo e
da Consolidação das Leis do Trabalho(CLT). Desse modo, por meio de uma inteligente mistura de
propaganda, repressão e concessões, Getúlio obteve um amplo apoio das camadas populares.
A CLT entrou em vigor em 1943, durante a típica comemoração do 1º de maio. Entre seus principais
pontos estão:
Essas pessoas não foram beneficiadas com medidas trabalhistas específicas, nem com políticas que
facilitassem o acesso à terra e à propriedade.
Porém, não houve legislação que protegesse o trabalhador rural ou lhe facilitasse o acesso à terra.
Mantiveram-se as relações de arrendamento e as diárias. Os poucos trabalhadores assalariados do
campo cumpriam funções especializadas.
Para organizar os trabalhadores rurais, desde a década de 50, surgiram movimentos sociais como as
Ligas Camponesas, as Associações de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, até o mais estruturado
destes movimentos, o MST, nascido nos encontros da CPT- Comissão Pastoral da Terra, em 1985, no
Paraná.
Enquanto isso, a Polícia Especial (PE), sob o comando de Filinto Müller, continuava agindo: prendia
milhares e milhares de pessoas, sendo que a maioria jamais foi julgada, ficando apenas presas e sendo
torturadas durante anos a fio.
Após o fim do Estado Novo foi formada uma comissão para investigar as barbaridades cometidas pela
polícia durante o período de ditadura, chamada de “Comissão Parlamentar de Inquérito dos Atos
Delituosos da Ditadura”. Mas os levantamentos feitos pela comissão em 1946 e 1947, eram quase sempre
abafados, fazendo-se o possível para que caíssem no esquecimento, por duas razões:
- A maioria dos torturadores e assassinos permaneciam no polícia depois que a PE havia sido extinta,
sendo apenas transferidos para outros órgãos e funções;
- Muitos civis e militares envolvidos nas torturas e assassinatos fizeram mais tarde rápida carreira,
chegando a ocupar postos importantes na administração e na política.
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Para os torturadores não havia muita diferenciação entre homens, mulheres, crianças e velhos. Muitas
vezes os familiares próximos também eram presos e torturados para obrigar o preso a falar. Quando não
resistia aos ferimentos, o prisioneiro era desovado em um matagal ou atirado de um prédio alto para
simular suicídio.
Também era comum durante o período a espionagem, feita por militares e civis, que eram conhecidos
como “invisíveis”. Sua função poderia ser a de espiar alguém em específico ou fazer uma espionagem
generalizada em escolas, universidades, fábricas, estádios de futebol, transporte público, cinemas, locais
de lazer, unidades militares e repartições públicas. Formaram-se milhares de arquivos pessoais com
informações minuciosas sobre as pessoas, que seriam utilizadas novamente 19 anos após o fim do estado
Novo, na Ditadura Militar.
Apesar da neutralidade de Getúlio, que esperava o desenrolar do conflito para determinar apoio ao
provável vencedor, em seu governo haviam grupos divididos e definidos sobre quem apoiar: Oswaldo
Aranha, que era ministro das Relações Exteriores era favorável aos Estados Unidos, enquanto os
generais Gaspar Dutra e Góis Monteiro eram favoráveis ao nazismo. Com a entrada dos Estados Unidos
na guerra em 1941 e o torpedeamento de vários navios mercantes brasileiros, o país entra em guerra ao
lado dos aliados em agosto de 1942. A saída de Lourival Fontes (DIP) Fillinto Müller (PE) e Francisco
Campos (Ministério da Justiça) também colaboraram para a decisão.
Em 1944 foram mandados 25.000 soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália,
marcando a participação do Brasil no conflito.
Mais do que a vitória contra as forças do Eixo na Europa, a Segunda Guerra Mundial teve um efeito
na política brasileira. Muitos dos que lutavam contra o Fascismo na Europa não aceitavam voltar para
casa e viver em um regime autoritário. O sentimento de revolta cresceu na população e muitas
manifestações em prol da redemocratização foram realizadas, mesmo com forte repressão da polícia.
Pressionado pelas reivindicações, em 1945 Vargas assinou um Ato Adicional que marcava eleições para
o final daquele ano. Foram formados vários partidos: UDN (União Democrática nacional), PSD (Partido
Social Democrático), PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o PCB (Partido Comunista Brasileiro) foi
legalizado, além de outros menores. Venceu a candidatura do General Dutra, que concorreu pela aliança
entre PTB e PSD. Além dele foram candidatos o brigadeiro Eduardo Gomes da UDN e Yedo Fiúza do
PCB.
Apesar dos protestos para o fim do Estado Novo, muitas pessoas queriam que a redemocratização
ocorresse com a continuação de Getúlio no poder. Daí vem o movimento conhecido como “Queremismo”,
que vem do slogan “Queremos Getúlio”.
Questões
01. (Instituto Rio Branco - Diplomata - Bolsa-prêmio de vocação para a Diplomacia – CESPE) A
Era Vargas teve início com a vitória do político gaúcho nas eleições de 1930.
(A) Certo
(B) Errado
02. (Instituto Rio Branco - Diplomata - Bolsa-prêmio de vocação para a Diplomacia – CESPE)
Embora com tendência à centralização político-administrativa, a Era Vargas desconheceu um período
claramente ditatorial.
(A) Certo
(B) Errado
03. (EsSA - Sargento – Exército) Em 1945 chega ao fim o Estado Novo implantado pelo presidente
Getúlio Vargas. Entre as causas tivemos a(s)
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(A) Revolução de 1945 realizada pelos sindicatos e apoiado pelo Partido Trabalhista Brasileiro daquela
época
(B) atuação do movimento estudantil, liderado pela UNE, que assumiu o poder apoiando o partido da
União Democrática Nacional
(C) pressões norte-americanas obrigando Getúlio Vargas a extinguir o Estado Novo e tornar o país
uma democracia
(D) adesão de Getúlio ao Fascismo, propiciando que ele implante no Brasil um regime semelhante
após 1945.
(E) participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial ao lado das democracias, criando uma situação interna
contraditória, pois o país vivia, até aquele ano, uma ditadura.
04. (Prefeitura de Caratinga - MG - Auxiliar Administrativo) “Todo o homem que trabalha tem direito
a uma remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção
social.”
(Declaração Universal dos Direitos do Homem.)
“A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943, e sancionada pelo presidente __________________, durante o período do Estado Novo.” Assinale
a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.
(A) José Sarney
(B) Gaspar Dutra
(C) Jânio Quadros
(D) Getúlio Vargas
05. Desde que o jornal integralista A Ofensiva estampara as primeiras convocações para o evento na
praça da Sé, esquerdistas dos mais variados matizes idealizaram uma contramanifestação, combinada
propositadamente para o mesmo dia (7 de outubro de 1934), horário e local. “És amigo da liberdade?
Queres que o Brasil marche para a paz e o progresso? Repugna-te o crime e a bandalheira? És amante
da arte, da ciência e da filosofia? Pois, então, guerra ao integralismo com todas as suas energias", incitava
um panfleto da Federação Operária de São Paulo, de orientação anarquista.
NETO, Lira. [ ] Do Governo Provisório à Ditadura do Estado Novo (1930 -1945). São Paulo: Companhia
das Letras, 2013, p.193.
O embate previamente anunciado entre esquerdistas e integralistas foi fatal e ocorreu no governo do
presidente
(A) Café Filho
(B) Getúlio Vargas
(C) Jânio Quadros
(D) Washington Luís
(E) Juscelino Kubitschek
06. (Câmara de Jahu – SP – Advogado - SIGMA ASSESSORIA) Foi Presidente do Brasil por duas
vezes, e é considerado o maior representante dos trabalhadores. Criou a Justiça do Trabalho, instituiu o
Salário Mínimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, a Carteira Profissional e Férias Remuneradas.
Cometeu o suicídio em 1954 em sua residência oficial que era o Palácio do Governo:
(A) Tancredo Neves
(B) Jânio Quadros
(C) Juscelino Kubitschek
(D) Afonso Pena
(E) Getúlio Vargas
Respostas
01. Resposta: B.
Quem venceu as eleições foi Júlio Prestes, derrotando Vargas. Mas ele não chegou a assumir o cargo.
Vargas conseguiu assumir o poder através de um golpe, na Revolução de 1930.
02. Resposta: B
O período do Estado Novo foi marcado pelo governo autoritário e ditatorial de Vargas.
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03. Resposta: E.
A participação do Brasil ao lado dos Aliados na Segunda Guerra Mundial produziu uma contradição
pelo fato de o país viver uma ditadura internamente.
04. Resposta: D.
A CLT foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e sancionada pelo presidente
Getúlio Vargas, durante o período do Estado Novo. A Consolidação foi assinada pelo então presidente
no Estádio de São Januário (Club de Regatas Vasco da Gama), que estava lotado para comemorar o
feito. Dois anos antes, em 1941, Getúlio havia assinado a criação da Justiça do Trabalho, no mesmo local
e mesmo dia do ano.
05. Resposta: B.
A época retratada no enunciado faz referência ao período entendido como Era Vargas. Em 1934,
quando ocorre o fato que antecede a Intentona Comunista, Vargas já estava no poder.
06. Resposta: E.
As atribuições feitas pelo enunciado da questão faz referência a Getúlio Vargas. Uma das maiores
atribuições foi a criação a Justiça do Trabalho, o Salário Mínimo e a criação da CLT.
As Constituições Republicanas
As Constituições Brasileiras6
Ao estudarmos as constituições que o Brasil já teve, e suas principais emendas, fazemos uma
importante revisão sobre conteúdos de nossa história. Os contextos econômicos, sociais e políticos do
Brasil de cada época, desde a independência até os dias atuais, estão refletidos nas linhas mestras de
nossas cartas magnas.
Precisamos lembrar que nossas constituições são apenas textos. Se serão meras utopias ou se
servirão de indicativos para a conquista de direitos e, consequentemente, para a construção de uma
sociedade mais justa e digna vai depender de nossa participação enquanto homens e mulheres em busca
de uma verdadeira cidadania.
1824
- Nome do país – Império do Brasi.
- Fortaleceu o poder pessoal do imperador com a criação do quarto poder (moderador), que permitia
ao soberano intervir, com funções fiscalizadoras, em assuntos próprios dos poderes Legislativo e
Judiciário.
1891
6
Adaptado. Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/2771/1/CONSTITUICOES-BRASILEIRAS-DE-1824-A-1988/Paacutegina1.html
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- Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
1934
- Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
- Instituiu a obrigatoriedade do voto e tornou-o secreto; ampliou o direito de voto para mulheres e
cidadãos de no mínimo 18 anos de idade. Continuaram fora do jogo democrático os analfabetos, os
soldados e os religiosos. Para dar maior confiabilidade aos pleitos, foi criada a Justiça Eleitoral.
- Instituiu o salário mínimo, a jornada de trabalho de oito horas, o repouso semanal e as férias anuais
remunerados e a indenização por dispensa sem justa causa. Sindicatos e associações profissionais
passaram a ser reconhecidos, com o direito de funcionar autonomamente.
1937
- Mandato presidencial prorrogado até a realização de um plebiscito (que nunca foi realizado).
1946
- Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
- Promulgada no governo de Eurico Gaspar Dutra, após o período do Estado Novo, restabeleceu os
direitos individuais e extinguiu a censura e a pena de morte.
- Instituiu eleições diretas para presidente da República, com mandato de cinco anos.
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- Retomou a independência dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e a autonomia dos
estados e municípios.
- Ampliação e fortalecimento das garantias dos direitos individuais e das liberdades públicas.
- Garantia do direito de voto aos analfabetos e aos maiores de 16 anos (opcional) em eleições livres e
diretas, para todos os níveis, com voto universal, secreto e obrigatório.
Reformas Constitucionais
1961
Adoção do parlamentarismo.
Foi aprovada na Câmara dos Deputados, em primeira discussão, por 234 votos contra 59, e, em
segunda discussão, por 233 votos contra 55, a ementa constitucional que instituiu um regime parlamentar
no Brasil semelhante ao vigente na República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), cujos
dispositivos visavam impedir a queda sucessiva de gabinetes e limitar a casos muito específicos o poder
do Presidente da República de dissolver a Câmara dos Deputados.
1963
Volta ao presidencialismo.
Cerca de 80% dos eleitores votaram pelo restabelecimento do presidencialismo. O plebiscito foi
convocado pelo presidente João Goulart (Jango) para decidir sobre a manutenção ou não do sistema
parlamentarista, em vigor desde a renúncia de Jânio Quadros, em 1961. A partir da vitória no plebiscito,
João Goulart passou a governar o país com todos os poderes constitucionais.
1964-1967
Com o golpe de Estado e até 1967, são decretados quatro atos institucionais que permitem ao governo
legislar sobre qualquer assunto. É instituída, entre outras coisas, a Lei de Greve e o Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS); decretam-se o fim da estabilidade no emprego, as eleições indiretas para
presidente da República e governadores de estados. O Poder Judiciário torna-se mais dependente do
Executivo. São extintos os partidos políticos e é criado o bipartidarismo.
1967
- Nome do país – República Federativa do Brasil.
- Documento promulgado (foi aprovado por um Congresso Nacional mutilado pelas cassações).
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- Mantêm-se os atos institucionais promulgados entre 1964 e 1967.
O presidente da República pode expedir decretos-leis sobre segurança nacional e assuntos financeiros
sem submetê-los previamente à apreciação do Congresso. As eleições presidenciais permanecem
indiretas, com voto descoberto.
1968
Ato Institucional nº5
Suspensão da Constituição.
Poderes absolutos do presidente: fechar o Congresso, legislar sem impedimento, reabrir cassações,
demissões e demais punições sumárias, sem possibilidade de apreciação judicial.
1969
Nova emenda constitucional, que passou a ser chamada de Constituição de 1969. Foi promulgado
pelo general Emílio Garrastazu Médici (escolhido para presidente da República por oficiais de altas
patentes das três Armas e com ratificação pelo Congresso Nacional, convocado somente para aceitar as
decisões do Alto Comando militar).
1979
Reforma da Constituição de 1969, em que é revogado o AI-5 e outros atos que conflitavam com o texto
constitucional. Quanto às medidas de emergência, o presidente poderia determiná-las, dependendo
apenas da consulta a um conselho constitucional, composto pelo presidente da República, pelo vice-
presidente, pelos presidentes do Senado e da Câmara, pelo ministro da Justiça e por um ministro
representando as Forças Armadas. O estado de sítio só poderia ser decretado com a aprovação do
Congresso.
1988
- Nome do país – República Federativa do Brasil.
- Terra com função social (base para uma futura reforma agrária).
- Combate ao racismo (sua prática constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão).
- Novos direitos trabalhistas – redução da jornada semanal, seguro desemprego, férias remuneradas
acrescidas de 1/3 do salário, os direitos trabalhistas aplicam-se aos trabalhadores urbanos e rurais e se
estendem aos trabalhadores domésticos.
Decretada e promulgada pela Assembléia Nacional Constituinte de 1988, deu forma ao regime político
vigente. Manteve o governo presidencial, garantindo que fossem eleitos pelo povo, por voto direto e
secreto, o Presidente da República, os Governadores dos Estados, os Prefeitos Municipais e os
representantes do poder legislativo, bem como a independência e harmonia dos poderes constituídos.
Ampliou os direitos sociais e as atribuições do poder público, alterou a divisão administrativa do país que
passou a ter 26 estados federados e um distrito federal. Instituiu uma ordem econômica tendo por base
a função social da propriedade e a liberdade de iniciativa, limitada pelo intervencionismo estatal.
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Questões
01. O estudo comparativo das Constituições Brasileiras de 1824 (Carta Outorgada, Imperial) e de 1891
(Carta promulgada, Republicana) não permite afirmar:
(A) A Carta de 1891 estabeleceu a Federação como forma de Estado.
(B) A Carta Republicana teve inspiração europeia, ao passo que a lei maior imperial buscou seguir o
modelo norte-americano.
(C) A Carta de 1824 criou o Unitarismo como forma de Estado, mesmo porque as Províncias eram
destituídas de preparo político.
(D) A Carta Imperial criou 4 (quatro) poderes, mas o documento republicano estabeleceu somente 3
(três).
(E) Enquanto o estatuto Imperial recebeu uma emenda, o Ato Adicional, um progresso rumo à
federação, a Carta republicana foi emendada em 1926, com fortalecimento do Poder Central.
03. O Brasil, desde sua emancipação política até os dias de hoje, concebeu diferentes ordens jurídicas
constitucionais. Muitos pesquisadores consideram as Constituições brasileiras de 1934 e 1988 as mais
progressistas por estabelecerem, respectivamente, dentre outros, os seguintes avanços sociais:
(A) voto feminino e crime de racismo inafiançável
(B) corporativismo sindical e voto dos analfabetos
(C) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e direito de greve irrestrito
(D) voto obrigatório para maiores de 18 anos e Estatuto da Criança e do Adolescente
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Respostas
01. Resposta: B
A alternativa “b” está errada, pois a constituição imperial de 1824 não foi inspirada no modelo américa
e sim no europeu, o mesmo erro acontece na afirmação sobre a constituição republicana, ela foi inspirada
no modelo americano e não no europeu.
02. Resposta: D
A única alternativa correta é letra “d”, pois mostra as alteração esmais significativas. Em outras
alternativas, afirmativas como proibição da greve, restrição dos direitos trabalhistas então erradas.
03. Resposta: A
A constituição de 1934 trouxe Instituiu a obrigatoriedade do voto e tornou-o secreto; ampliou o direito
de voto para mulheres e cidadãos de no mínimo 18 anos de idade. A de 1988 iniciou o combate ao
racismo, sua prática passou a constituir crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.
04. Resposta: C
A constituição de 1988 trouxe, pela primeira vez a preocupação com o racismo, através dela a prática
racista se tornou crime inafiançável e imprescritível.
O Regime Militar
Em 1º de abril de 1964 foi dado o golpe militar pelo exército. Contou com apoio de vários setores
sociais como o alto clero da Igreja Católica, ruralistas e grandes empresários urbanos. Devido a este
apoio este período atualmente é chamado de Ditadura Civil-Militar.
(Ditadura militar com apoio civil). O argumento para o golpe foi afastar o “risco comunista”. Entre
1946 e 1964 o Brasil viveu um período democrático e muito rico culturalmente. Neste momento os
movimentos sociais e estudantis atuaram com bastante intensidade. Havia um movimento que lutava pela
reforma agrária (como o MST) chamado de “ligas camponesas”, a UNE (união nacional de estudantes),
teatros populares e sindicatos de várias categorias de trabalhadores. Muitas manifestações populares e
greves estavam ocorrendo naquele momento, sobretudo no início da década de 60. Nas eleições de 1959
foi eleito para presidente da república Jânio Quadros e como vice João Goulart (eram de partidos opostos
Goulart era PTB, partido de Vargas e Jânio era apoiado pela UDN. Jânio Quadros após pouco mais de
seis meses de mandato renunciou à presidência. O vice João Goulart estava em visita diplomática à
China. O congresso (deputados federais e senadores) brasileiro quis impedir a posse de João Goulart por
considerá-lo esquerdista comunista. Para tanto, enquanto ainda Jango estava no exterior o regime de
governo foi mudado de presidencialismo para parlamentarismo. Quando Jango retorna toma posse como
presidente, mas com poderes limitados.
Jango passou seu governo tentando retomar o poder conseguiu um plebiscito para 1963 para a
população optar pelo presidencialismo ou pelo parlamentarismo. O presidencialismo ganhou e Goulart
tenta a reeleição. Realizou alguns comícios em que anunciou as reformas de base: A reforma agrária
(redistribuição das terras improdutivas), tributária (reordenamento dos impostos), política (mudanças na
lei eleitoral). Essas reformas eram consideradas muito esquerdistas e radicais para a época, o que
reforçava a imagem de comunista de Jango. Além disso, como a crise econômica e uma pesada inflação
estava rolando à anos, as greves se espalharam. Espalharam-se manifestações de apoio ao presidente
e de repúdio a ele, como a “marcha por Deus, pela Família e pela Liberdade”.
Diante deste contexto de fortes agitações sociais que o exército dá o golpe sob o argumento de afastar
o risco comunista que rondava os pais.
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Quando inicia o governo militar realizam uma grande perseguição política aos líderes de esquerda,
que são presos na calada da noite. Os deputados e políticos em geral que tinham mandatos de partidos
de esquerda foram cassados (expulsos). Para tanto foi criado o SNI (serviço nacional de informação). Era
o serviço secreto do Exército e havia agente em todos os lugares como jornais, sindicatos, escolas ...
Bastava o agente do SNI apontar um suspeito para ele ser preso. Apesar das cassações de mandato o
congresso nacional foi mantido. Os militares passaram a governar através de Atos institucionais. Mesmo
após a constituição de 67, que institucionalizava o regime os militares continuaram governando através
de atos institucionais.
AI- 2: Instituiu bipartidarismo. Só podiam existir a ARENA e o MDB. Consolida as eleições indiretas.
Os voto dos congressistas para a presidência era aberto e declarado dito no microfone na assembleia.
Além disso, toda a oposição já teve seus mandatos cassados. Não havia oposição de fato. O congresso
aprovava tudo o que os presidentes militares mandavam.
AI- 3: Estabelecia eleições indiretas para governadores de estado. Votavam os deputados estaduais
por voto aberto e declarado.
AI- 5: Concede poder excepcional ao presidente que pode cassar mandatos e cargos fechar o
congresso, estabelecer estado de sítio. Eliminou as garantias individuais.
Os presidentes eram escolhidos pelos próprios militares em colégio eleitoral, assim como os
governadores de estado e prefeitos de cidades com mais de 300 mil habitantes. O voto da população em
nível federal limita-se aos deputados e senadores que eram ou da ARENA (partido do sim) ou do MDB
(partido do sim senhor). Não havia oposição real e concreta no congresso. Somente a permitida pelos
militares.
A ditadura entre 1964 e 1967 durante o governo do Marechal Castelo Brancos foi um período mais
brando dentro do contexto do regime. Os partidos foram extintos (ficou o bipartidarismo) e a censura
ocorria, mas ainda que pequeno, havia um espaço para os trabalhadores e estudantes se manifestares,
sobretudo os artistas. As manifestações proliferaram. Ocorreram grandes greves operárias em Contagem
(MG) e São Paulo. O último ato de Castelo Branco foi a imposição de LSN (lei de segurança nacional),
que estabelecia que certas ações de oposição ao regime seriam consideradas “atentatórias” à segurança
nacional e punidas com rigor. Após enfrentamentos entre os estudantes e militares em que ocorreram
mortes de jovens, contra a repressão ocorreu a passeata dos 100 mil. Em dezembro de 1968, sob o
governo do Marechal Costa e Silva foi instituído o AI-5 o mais duro e repressor dos atos institucionais
acabava com as garantias civis (de ser preso após julgamento por exemplo), enrijecia a censura e a
perseguição. Concedia uma autoridade excepcional para o poder executivo. O Presidente poderia fechar
o congresso nacional e cassar mandatos parlamentares, aposentar intelectuais, demitir juízes, suspender
garantias do judiciário e declarar estado de sítio.
Alguns grupos políticos contra a ditadura passaram à atuar na clandestinidade. Alguns deles, devido
ao AI-5 optaram por partir para a revolta armada. Surgiram focos de guerrilha urbana (principalmente são
Paulo) e guerrilha rural (na região do rio Araguaia). A guerrilha nunca representou um grande problema
de verdade pois eram pequenos e poucos grupos, mas forneceu o argumento que a ditadura precisava
para manter e aumentar a repressão, pois tínhamos inclusive um inimigo interno comunista. O risco não
havia passado (lembra-se que o pretexto do golpe era afastar o risco comunista?).
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Milagre econômico e repressão
Durante o Governo do General Médici o país viveu a maior onda de repressões e torturas da ditadura.
O AI-5 era aplicado com toda a força e a censura era plena. Ao mesmo tempo o pais vivia um período de
propaganda ufanista (nacionalismo de enaltecimento do Brasil) e experimentava um grande crescimento
econômico e urbano em razão do “milagre econômico”. Foram contraídos empréstimos e concedidos
créditos ao consumido, mas ao mesmo temo os salários foram congelados. Esta política nos primeiros
anos de aplicação gerou um enorme consumo e consequentemente gerou empregos (cada vez menos
remunerados). Ao final da década de setenta o pais amargava uma grande inflação, salários cada vez
mais defasados e um aumento da desigualdade social. O período Médici foi o qual viveu maior
propaganda ufanista crescimento econômico conciliada com a maior repressão do período.
Movimentos de resistência
O movimento estudantil
Entre os grupos que mais protestavam contra o governo de João Goulart para a implementação de
reformas sociais estavam os estudantes, mobilizados pela União Nacional dos Estudantes e União
Brasileira dos Estudantes secundaristas. Quando os militares chegaram ao poder em 1964, os estudantes
eram um dos setores mais identificados com a esquerda, comunista, subversiva e desordeira; uma das
formas de desqualificar o movimento estudantil era chamá-lo de baderna, como se seus agentes não
passassem de jovens irresponsáveis, e isso se justificava para a intensa perseguição que se estabeleceu.
Em novembro de 64, Castelo Branco aprovou uma lei, conhecida como lei "Suplicy de Lacerda", nome
do ministro da Educação, reorganizando as entidades e proibindo-as de desenvolverem atividades
políticas.
Os estudantes reagiram, boicotando as novas entidades oficiais e realizando passeatas cada vez mais
frequentes. Ao mesmo tempo, o movimento estudantil procurou assegurar a existência das suas
entidades legítimas, agora na clandestinidade.
Em 1968 o movimento estudantil cresceu em resposta, não só a repressão, mas também em virtude
da política educacional do governo, que já revelava a tendência que iria se acentuar cada vez mais, no
sentido da privatização da educação, cujos efeitos são sentidos até hoje.
A política de privatização tinha dois sentidos: um era o estabelecimento do ensino pago (principalmente
no nível superior) e outro, o direcionamento da formação educacional dos jovens para o atendimento das
necessidades econômicas das empresas capitalistas (mão-de-obra e técnicos especializados). Estas
diretrizes correspondiam à forte influência norte-americana exercida através de técnicos da Usaid
(agência americana que destinava verbas e auxílio técnico para projetos de desenvolvimento
educacional) que atuavam junto ao MEC por solicitação do governo brasileiro, gerando uma série de
acordos que deveriam orientar a política educacional brasileira.
A reação estudantil foi imediata: no dia seguinte, o enterro do jovem estudante transformou-se em um
dos maiores atos públicos contra a repressão; missas de sétimo dia foram celebradas em quase todas as
capitais do país, seguidas de passeatas que reuniram milhares de pessoas.
Em outubro do mesmo ano, a UNE (na ilegalidade) convocou um congresso para a pequena cidade
de Ibiúna, no interior de São Paulo. A polícia descobriu a reunião, invadiu o local e prendeu os estudantes.
Movimentos sindicais
As greves foram reprimidas duramente durante a ditadura. Os últimos movimentos operários ocorreram
em 1968, em Osasco e Contagem, sendo reavivadas somente no fim da década de 1970, com a greve
de 1.600 trabalhadores, no ABC paulista em 12 de maio de 1978, que marcou a volta do movimento
operário à cena política.
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Em junho do mesmo ano, o movimento espalhou-se por São Paulo, Osasco e Campinas. Até 27 de
julho registraram-se 166 acordos entre empresas e sindicatos, beneficiando cerca de 280 mil
trabalhadores. Nessas negociações, tornou-se conhecido em todo o país o presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, Luís Inácio da Silva.
Em consequência de uma greve realizada no dia 1º de Abril de 1980 pelos metalúrgicos do ABC
paulista e de mais 15 cidades do interior de São Paulo, no dia 17 de Abril, o ministro do Trabalho, Murillo
Macedo, determinou a intervenção nos sindicatos de São Bernardo do Campo e Santo André, prendendo
13 líderes sindicais dois dias depois. A organização da greve mobilizou estudantes e membros da Igreja.
Ligas Camponesas
O movimento de resistência esteve presente também no campo. Além da sindicalização, formaram-se
Ligas Camponesas que, sobretudo no Nordeste, sob a liderança do advogado Franscisco Julião, foram
importantes instrumentos de organização e de atuação dos camponeses. Em 15 de maio de 1984 cerca
de 5 mil cortadores de cana e colhedores de laranja do interior paulista entraram em greve por melhores
salários e condições de trabalho. No dia seguinte invadiram as cidades de Guariba e Bebedouro. Um
canavial foi incendiado. O movimento foi reprimido por 300 soldados. Greves de trabalhadores se
espalharam por várias regiões do país, principalmente no Nordeste.
A luta armada
Militantes da Esquerda resolveram resistir ao regime militar através da luta armada, com a intenção de
iniciar um processo revolucionário. Entre os grupos mais notórios estão:
Ação Libertadora Nacional (ALN), em que se destaca Carlos Marighella, ex-deputado e ex-membro
do Partido Comunista Brasileiro, morto numa emboscada em 1969;
Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que era comandada pelo ex-capitão do Exército Carlos
Lamarca, morto na Bahia, em 17 de setembro de 1971. Em 1969 funde-se com o Comando de
Libertação Nacional (COLINA), e muda o nome para Vanguarda Armada Revolucionária Palmares
(VAR-Palmares), que teve participação também da presidenta Dilma Rousseff;
A Ação Popular, que teve origem em 1962 a partir de grupos católicos, especialmente influentes no
movimento estudantil;
Partido Comunista do Brasil (PC do B), que surge de um conflito interno dentro do PCB.
Um dos principais feitos da ALN, em conjunto ao Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), foi
o sequestro do embaixador estadunidense Charles Ewbrick, em 1969. Em nenhum lugar do mundo um
embaixador dos EUA havia sido sequestrado. Essa façanha possibilitou aos guerrilheiros negociar a
libertação de quinze prisioneiros políticos. Outro embaixador sequestrado foi o alemão-ocidental Ehrefried
Von Hollebem, que resultou na soltura de quarenta presos.
O VPR realizou ações no Vale do Ribeira, em São Paulo, mas teve que enfrentar a perseguição militar
na região. Lamarca conseguiu fugir para o Nordeste, mas acabou morto na Bahia, em 1971.
O último foco de resistência a ser desmantelado foi a Guerrilha do Araguaia. Desde 1967, militantes
do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) dirigiram-se para região do Bico do Papagaio, entre os rios
Araguaia e Tocantins, onde passaram a travar contato com os camponeses da região, ensinando a eles
cuidados médicos e auxiliando-os na lavoura.
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As Forças Armadas passaram a perseguir os guerrilheiros do Araguaia em 1972, quando descobriu a
ação do grupo. O desmantelamento ocorreria apenas em 1975, quando uma força especial de
paraquedistas foi enviada à região, acabando com a Guerrilha do Araguaia.
No Brasil, as ações guerrilheiras não conseguiram um amplo apoio da população, levando os grupos
a se isolarem, facilitando a ação repressiva. Após 1975, as guerrilhas praticamente desapareceram, e os
corpos dos guerrilheiros do Araguaia também. À época, a ditadura civil-militar proibiu a divulgação de
informações sobre a guerrilha, e até o início da década de 2010 o exército não havia divulgado informação
sobre o paradeiro dos corpos.
O General Geisel assume em 74. Foi o militar que deu início à abertura política, assinalando o fim da
ditadura. O fim do regime foi articulado pelos próprios militares que planejarem uma abertura “lenta,
segura e gradual”. Nas eleições parlamentares de 74 os militares imaginaram que teriam a vitória da
ARENA, mas o MDB teve esmagadora vitória. Em razão deste acontecimento a ditadura lança a lei falcão
e o pacote de abril. A lei falcão acabava com a propaganda eleitoral. Todos os candidatos apareceriam
o mesmo tempo na TV, segurando seu número enquanto uma voz narrava brevemente seu currículo.
Apesar de uma oposição consentida o MDB estava incomodando e o pacote de abril serviu para
garantir supremacia da ARENA. A constituição poderia ser mudada somente por 50% dos votos
(garante a vitória da ARENA). Um terço dos senadores seria “senador biônico”, ou seja, indicado pela
assembleia (sempre senadores da ARENA) e alterou o coeficiente eleitoral de forma que a região
nordeste (que ainda ocorria claramente o voto de “cabresto” e os eleitores votavam em peso na ARENA)
tivesse um maior número de deputados. Geisel pôs fim ao AI-5 em 1978.
Em 1979 assumiu a presidência o General Figueiredo, sob uma forte crise econômica resultado da
política econômica do milagre brasileiro. Em 79 foi aprovada a lei da anistia (perdão de crimes
políticos), que de acordo com o governo militar era uma anistia “ampla, geral e irrestrita”. O que isso
queria dizer? Que todos os crimes cometidos na ditadura seriam perdoados, tanto o “crime” dos militantes
políticos, estudantes, intelectuais e artistas que se encontravam exilados (fora do pais por motivos de
perseguição política), e puderam voltar ao Brasil, como os torturadores do regime também foram.
Em 1979 são liberadas para a próxima eleição de 1982 a voto direto aos governadores. Também foi
aprovada a “lei orgânica dos partidos” que punha fim ao bipartidarismo e foram fundados novos 5
partidos:
Obs.: A lei eleitoral obrigava a votar somente em candidatos do mesmo partido, de vereador à
governador. A oposição ao regime, na eleição para governador de 1982, obteve vitória esmagadora.
Em 1984 o deputado do PMDB Dante de Oliveira propôs uma emenda constitucional que restabelecia
as eleições diretas para presidente. A partir da emenda Dante de Oliveira tem início o maior movimento
popular pela redemocratização do pais, as Diretas Já que pediam eleições diretas para presidente no
próximo ano. Infelizmente a emenda não foi aprovada. Em 1985 ocorreram eleições indiretas e formaram-
se chapas para concorrer à presidência. Através das eleições indiretas ganhou a chapa do PMDB em que
o presidente eleito foi Tancredo Neves e seu vice José Sarney. Contudo Tancredo Neves passou mal
na véspera da posse e foi internado com infecção intestinal, não resistiu e morreu. Assumiria a presidência
da República em 1985 José Sarney.
O Governo de José Sarney foi um momento de enorme crise econômica, com hiperinflação, mas um
dos momentos mais fundamentais que coroaria a redemocratização, pois foi em seu governo que foi
aprovada a nova constituição. Foi reunida em 1987 uma assembleia nacional constituinte (assembleia
reunida para escrever e promulgar uma nova constituição).
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A constituição de 1988
A nova constituição foi votada em meio a grandes debates políticos de diferentes visões políticas.
Havia muitos interesses em disputa. O voto secreto e direto para presidente foi restaurado, proibida a
censura, garantida a liberdade de expressão e igualdade de gênero, racismo tornou-se crime e o estado
estabeleceu constitucionalmente garantias sociais de acesso a saúde, educação, moradia e
aposentadoria.
Ao final de 1989 foi realizada a primeira eleição livre desde o golpe de 1964. Foi disputada em dois
turnos. O segundo foi concorrido entre o candidato Fernando Collor de Mello (PRN – partido da renovação
nacional), contra Luís Inácio Lula da Silva. Collor ganhou a eleição, com apoio dos meios de comunicação
e governou até 1992 após ser afastado por um processo de impeachment e ocorreram grandes
manifestações populares, sobretudo estudantis, conhecidas como o “movimento dos caras-pintadas”.
Questões
01. (TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História – FCC) O processo de abertura política
no Brasil, ao final do período de regime militar, foi marcado
(A) pela denominada “teoria dos dois demônios”, discurso oficial que culpava os grupos guerrilheiros
e o imperialismo soviético pelo endurecimento do autoritarismo no Brasil e nos países vizinhos.
(B) pelo chamado “entulho autoritário”, pois a Constituição outorgada em 1967 continuou vigente,
mantiveram-se os cargos “biônicos” e persistiu prática da decretação de Atos Institucionais durante a
década de 1980.
(C) pela lógica do “ajuste de contas”, pois, ainda que o governo encampasse uma abertura “lenta,
gradual e irrestrita”, os setores populares organizaram greves nacionais que culminaram na realização de
eleições diretas para presidente em 1985.
(D) pelo caráter de “transição negociada”, uma vez que prevaleceram pressões por parte dos setores
afinados com o regime e concessões dos movimentos pela democratização, em um complexo jogo
político que se estendeu pelos anos 1980.
(E) pela busca da “conciliação nacional” ao se instituírem as Comissões da Verdade que conseguiram,
com o aval do primeiro governo civil pós-ditadura, atender as demandas por “verdade, justiça e reparação”
da sociedade brasileira.
02. (TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História – FCC) A respeito dos Atos Institucionais
decretados durante o regime militar no Brasil,
(A) sucederam-se rapidamente totalizando cinco durante a ditadura, sendo o último, em 1968, o que
suspendeu a garantia do direito ao habeas corpus e instituiu a censura prévia.
(B) refletiram a intenção dos militares em preservar a institucionalidade da democracia, uma vez que
todos os atos eram votados pelo Congresso.
(C) prestaram-se a substituir a falta de uma nova Constituição, chegando a 20 decretações que se
estenderam até o governo Geisel.
(D) foram mais de dez e entre os objetivos de sua promulgação destaca-se o reforço dos poderes
discricionários da Presidência da República.
(E) concentraram-se nos dois primeiros anos de governo militar e instituíram o estado de sítio e o
bipartidarismo.
03. (TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História – FCC) O golpe de 1964, que deu início
ao regime militar no Brasil e que foi chamado pelos militares de “revolução de 64”, teve, entre seus
objetivos
(A) refrear o avanço do comunismo apoiado pelo presidente Jango que, após ver concretizado seu
programa reformista, articulava-se para adaptar o Estado aos moldes socialistas, por meio do projeto de
uma nova constituição difundido e aplaudido no histórico Comício da Central do Brasil.
(B) reinstaurar o presidencialismo, uma vez que o regime parlamentarista pelo qual João Goulart
governava favorecia alianças entre partidos pequenos e grupos de esquerda liderados pelo PTB, que
tinha representação significativa na Câmara e no Senado.
(C) destituir o governo de João Goulart, contando com o apoio do governo dos Estados Unidos e de
parcelas da sociedade brasileira que apoiaram, dias antes, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade
organizada por setores conservadores da Igreja Católica.
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(D) restaurar a ordem no país e garantir a recuperação do equilíbrio econômico, uma vez que greves
paralisavam a produção nacional e movimentos de apoio à reforma agrária se radicalizavam, caso das
Ligas Camponesas que haviam iniciado a guerrilha do Araguaia.
(E) iniciar um processo autoritário de transição política e econômica nos moldes do neoliberalismo, por
meio de uma estratégia defendida por entidades como o FMI, a ONU e a Cepal, com o aval do
empresariado brasileiro insatisfeito com o governo vigente.
04. (VUNESP) A partir dessa época, a tortura passou a ser amplamente empregada, especialmente
para obter informações de pessoas envolvidas com a luta armada. Contando com a “assessoria técnica”
de militares americanos que ensinavam a torturar, grupos policiais e militares começavam a agredir no
momento da prisão, invadindo casas ou locais de trabalho. A coisa piorava nas delegacias de polícia e
em quartéis, onde muitas vezes havia salas de interrogatório revestidas com material isolante para evitar
que os gritos dos presos fossem ouvidos.
(Roberto Navarro – http://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em 24.03.2014)
Os aspectos citados no texto permitem identificar a época a que ele se refere como sendo a da
(A) repressão à Revolução Constitucionalista de 1932.
(B) Nova República, cujo primeiro presidente foi José Sarney.
(C) Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.
(D) democracia populista, que durou de 1946 a 1964.
(E) ditadura militar, iniciada com o golpe de 1964.
05. (VUNESP) A imagem a seguir refere-se a um movimento da década de 1980 que contou com
grande participação popular em várias cidades do Brasil.
(Http://www.oabsp.org.br/portaldamemoria/historia-da-oab/ a-redemocratizacao-e-o-processo-constituinte)
Respostas
01. Resposta: D
A ideia de uma abertura “Lenta, gradual e segura” foi utilizada pelo governo militar. No final da década
de 70 e início da década de 80 ocorreram sim muitas greves, principalmente na região do ABC paulista.
A primeira eleição direta para presidente após a abertura ocorreu em 15 de novembro de 1989.
02. Resposta: D
Os Atos Institucionais foram normas elaboradas no período de 1964 a 1969, durante o regime militar.
Foram editadas pelos Comandantes-em-Chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica ou pelo
Presidente da República, com o respaldo do Conselho de Segurança Nacional. Foram 17 atos ao todo,
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sendo o mais conhecido deles o AI-5, cuja descrição é: Suspende a garantia do habeas corpus para
determinados crimes; dispõe sobre os poderes do Presidente da República de decretar: estado de sítio,
nos casos previstos na Constituição Federal de 1967; intervenção federal, sem os limites constitucionais;
suspensão de direitos políticos e restrição ao exercício de qualquer direito público ou privado; cassação
de mandatos eletivos; recesso do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de
Vereadores; exclui da apreciação judicial atos praticados de acordo com suas normas e Atos
Complementares decorrentes; e dá outras providências.
03. Resposta: C
Em 1º de abril de 1964 foi dado o golpe militar pelo exército. Contou com apoio de vários setores
sociais como o alto clero da Igreja Católica, ruralistas e grandes empresários urbanos. Devido a este
apoio este período atualmente é chamado de Ditadura Civil-Militar (Ditadura militar com apoio civil). O
argumento para o golpe foi afastar o “risco comunista”.
04. Resposta: E
Citando a própria matéria referida na questão:
Uma pesquisa coordenada pela Igreja Católica com documentos produzidos pelos próprios militares
identificou mais de cem torturas usadas nos "anos de chumbo" (1964-1985). Esse baú de crueldades,
que incluía choques elétricos, afogamentos e muita pancadaria, foi aberto de vez em 1968, o início do
período mais duro do regime militar. Durante o governo militar, mais de 280 pessoas foram mortas -
muitas sob tortura. Mais de cem desapareceram, segundo números reconhecidos oficialmente. Mas
ninguém acusado de torturar presos políticos durante a ditadura militar chegou a ser punido.
05. Resposta: A
Em 1984 o deputado do PMDB Dante de Oliveira propôs uma emenda constitucional que restabelecia
as eleições diretas para presidente. A partir da emenda Dante de Oliveira tem início o maior movimento
popular pela redemocratização do pais, as Diretas Já que pediam eleições diretas para presidente no
próximo ano. Infelizmente a emenda não foi aprovada. Em 1985 ocorreram eleições indiretas e formaram-
se chapas para concorrer à presidência. Através das eleições indiretas ganhou a chapa do PMDB em que
o presidente eleito foi Tancredo Neves e seu vice José Sarney.
Eleições Diretas
Em novembro de 1980, foram restauradas as eleições diretas para governador. Realizadas as
eleições, as previsões do estrategista do regime se confirmaram. Apesar de a oposição (PMDB, PDT e
PT) ter recebido a maioria dos votos e eleito governadores de estados importantes (Montoro, em São
Paulo; Brizola, no Rio de Janeiro; Tancredo Neves, em Minas Gerais), o PDS conseguiu obter maioria no
Congresso (Câmara e Senado) e no Colégio Eleitoral, que deveria eleger o sucessor de Figueiredo em
1984. Os militares conseguiam assim criar as condições que garantiam a continuidade da abertura nas
sequências e no ritmo que desejavam, bem como a transferência do poder aos civis de sua confiança.
O Caso Riocentro
Em abril de 1981, ocorreu uma explosão no Riocentro durante a realização de um show de música
popular. Dele participavam inúmeros artistas considerados de esquerda pelo Regime. Quando as
primeiras pessoas, inclusive fotógrafos, se aproximaram do local da explosão, depararam com uma cena
dramática e constrangedora. Um carro esporte (Puma) estava com os vidros, o teto e as portas
destroçados. Havia dois homens no seu interior, reconhecidos posteriormente como oficiais do Exército
ligados ao DOI-Codi. O sargento, sentado no banco do passageiro, estava morto, praticamente partido
ao meio. A bomba explodira na altura de sua cintura. O motorista, um capitão, estava vivo, mas
gravemente ferido e inconsciente. O Exército abriu um Inquérito Policial-Militar para apurar o caso e,
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depois de muitas averiguações, pesquisas, tomadas de depoimentos, concluiu que a bomba havia sido
colocada ali, dentro do carro e sobre as pernas do sargento do Exército, por grupos terroristas. Essa foi
a conclusão da Justiça Militar, e o caso foi encerrado.
A campanha das Diretas-já
As eleições de 1982, como dissemos, provocaram um clima de euforia na oposição, pois ela fora muito
bem votada, em especial o PMDB. Esse fortalecimento da oposição acabou motivando o deputado Dante
de Oliveira, do PMDB, a propor, em janeiro de 1983, uma emenda constitucional restaurando as eleições
para presidente da República em 1984. A iniciativa do deputado passou, a princípio, despercebida.
Entretanto, progressivamente, sua proposta foi ganhando adesões importantes. Em março, o jornal Folha
de S. Paulo resolveu, em editorial, apoiar a emenda para as diretas. Em junho, reuniram-se no Rio de
Janeiro os governadores Franco Montoro e Leonel Brizola, mais o líder do PT, Luís Inácio da Silva, para
discutir como os partidos políticos de oposição poderiam agir para aprovar a emenda das diretas. Vários
governadores do PMDB assinaram um manifesto de apoio. O PT e entidades da sociedade civil de São
Paulo convocaram uma manifestação de apoio à eleição direta. Ela reuniu cerca de 10.000 pessoas. A
campanha começava a ganhar as ruas. A seguir, ocorreram manifestações em Curitiba (40.000 pessoas),
Salvador (15.000 pessoas), Vitória (10.000 pessoas), novamente em São Paulo (200.000 a 300.000
pessoas). Em fevereiro de 1984, Ulisses Guimarães (PMDB), Lula (PT) e Doutel de Andrade (PDT) saíram
em caravana pelo Brasil, fazendo comícios nos estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Lula
começava a se firmar como liderança nacional. A campanha ganhava força. Novas manifestações
ocorreram no Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte (250.000 pessoas). No dia 10 de abril de 1984, foi
convocada uma manifestação no Rio de Janeiro, com o apoio de Brizola, que reuniu na praça da
Candelária cerca de 1 milhão de pessoas. Era a maior manifestação pública realizada em toda a história
do país até aquela data. No dia 16 realizada no Anhangabaú, em São Paulo, uma manifestação que
quebrou o recorde do Rio. Reuniu mais de 1,7 milhão de pessoas. Não havia dúvida. O povo brasileiro
queria votar para presidente. O governo era contra. Figueiredo aparecia na televisão dizendo que a
eleição seria indireta. O governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, Mário Andreazza (ministro dos
Transportes de Figueiredo), Paulo Maluf, José Sarney, todos do partido do governo, o PDS, faziam de
tudo para evitar que a campanha produzisse efeito no Congresso. Mário Andreazza, Paulo Maluf e Sarney
disputavam a indicação pelo PDS como candidatos a presidente no Colégio Eleitoral. As emissoras de
televisão, principalmente a Rede Globo, tentaram ignorar as manifestações públicas. Quem só se
informava pelo Jornal Nacional teve a impressão de que a campanha das diretas surgiu do nada. Quando
as manifestações de rua superaram 1 milhão de pessoas, até a Globo teve de dar a notícia.
Finalmente, no dia 25 de abril de 1984, ocorreu a votação da emenda Dante de Oliveira. Foi derrotada.
Faltaram 22 votos para atingir os dois terços necessários. Da bancada do PDS, 112 deputados não
compareceram ao Congresso, contrariando a vontade popular, que se manifestara de forma cristalina nas
ruas. Um profundo sentimento de frustração e impotência tomou conta do país. O Congresso Nacional,
que deveria expressar a vontade da nação, na verdade, agia de acordo com a vontade e as conveniências
políticas de uma elite minoritária, mas que dominava o país. O poder dessa elite advinha da força
econômica, do controle que mantinha sobre o PDS, sobre vários políticos oportunistas e do comando que
detinha dos meios de comunicação, especialmente das emissoras de televisão.
O Surgimento da Frente Liberal: José Sarney, Marco Maciel, Antônio Carlos Magalhães e aliados já
se sentiam derrotados do PDS. Estavam também convencidos de que teriam pouca influência em um
possível governo malufista. Criaram, então, a Frente Liberal, embrião do futuro PFL (Partido da Frente
Liberal).
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O Surgimento da Aliança Democrática
A Frente Liberal aliou-se ao PMDB, compondo uma frente política para derrotar Maluf no Colégio
Eleitoral. Surgiu a Aliança Democrática, que apoiou a chapa Tancredo Neves (presidente), pelo PMDB, e
José Sarney (vice-presidente), pela Frente Liberal. Enquanto Maluf representava uma fração de elite
econômica paulista, o leque de forças políticas que sustentavam a Aliança Democrática era muito maior.
Ela juntava o maior partido de oposição, o PMDB, lideranças de Minas Gerais e as principais expressões
políticas conservadoras dos estados nordestinos. Além disso, tais lideranças, como José Sarney e
Antônio Carlos Magalhães, eram políticos da confiança de Roberto Marinho, proprietário da Rede Globo
de Televisão. Ou seja, o apoio desses políticos à candidatura Tancredo trouxe junto o apoio da Rede
Globo. Maluf estava derrotado. Alguns militares acusaram os dissidentes do PDS, que formaram a Frente
Liberal, de traidores. Tiveram como resposta que traição era apoiar um corrupto como Maluf. Entre
xingamentos e agressões verbais, os meses finais de 1984 expiraram.
O governo Sarney
José Sarney foi o primeiro presidente após o fim da ditadura militar. Durante seu governo foi
consolidado o processo de redemocratização do Estado brasileiro, garantido liberdade sindical e
participação popular na política, além da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte,
encarregada de elaborar uma nova constituição para o Brasil.
Entre os princípios incluídos na Constituição de 1988 também chamada Carta Magna, estão:
No plano econômico, o governo adotou inúmeras medidas para conter a inflação, como congelamento
de preços e salários e a criação de um novo plano econômico, o Plano Cruzado.
No final de 1986, o plano começou a demonstrar sinais de fracasso, acentuado pela falta de
mercadorias e pressão por aumento de preços.
Além do Plano cruzado, outras tentativas de conter a inflação foram colocadas em prática durante o
governo Sarney, como o Plano Cruzado II, o Plano Bresser e o Plano de Verão. No último mês do
governo Sarney, março de 1990, a inflação alcançou o nível de 84%.
Questões
01. (IF-AL- Cefet) O Brasil, a partir do processo de redemocratização (1985), definiu-se por medidas
econômicas que foram significativamente adotadas. Podemos afirmar que entre as medidas citadas
consta:
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(A) Processo de privatização em ramos da economia, como comunicação e mineração.
(B) Prioridade na ampliação do comércio internacional com os países africanos e asiáticos.
(C) Proteção da indústria nacional, por meio do aumento de tarifas alfandegárias de importações.
(D) Retirada da prioridade para exportações dos produtos agrícolas nacionais.
(E) Um intenso programa de reforma agrária no país, inclusive sem indenizações das terras
desapropriadas.
Respostas
01. Resposta: A
Entre as medidas tomadas para garantir o funcionamento da economia brasileira estiveram os
programas de privatização de algumas empresas estatais, como a Vale do Rio Doce, por exemplo.
02. Resposta: E
Os menores de 16 anos, os conscritos (o jovem prestando serviço militar obrigatório), e os presos com
sentença transitada em julgado que estejam cumprindo suas penas privativas de liberdade não podem
votar. A razão para isso é que todos eles seriam facilmente manipuláveis pelos pais, pelo comandante do
quartel ou pelo diretor do presídio.
Uma ordem mundial refere-se às hierarquias nas relações de poder entre os países do mundo7
Uma ordem mundial diz respeito às configurações gerais das hierarquias de poder existentes entre
os países do mundo. Dessa forma, as ordens mundiais modificam-se a cada oscilação em seu contexto
histórico. Portanto, ao falar de uma nova ordem mundial, estamos nos referindo ao atual contexto das
relações políticas e econômicas internacionais de poder.
Durante a Guerra Fria, existiam duas nações principais que dominavam e polarizavam as relações de
poder no globo: Estados Unidos e União Soviética.
Essa ordem mundial era notadamente marcada pelas corridas armamentista e espacial e pelas
disputas geopolíticas no que se refere ao grau de influência de cada uma no plano internacional. Este era
o mundo bipolar.
7
PENA, Rodolfo F. Alves. Nova Ordem Mundial – Geopolítica. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/nova-ordem-mundial.htm.
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A partir do final da década de 1980 e início dos anos 1990, mais especificamente após a queda do
Muro de Berlim e do esfacelamento da União Soviética, o mundo passou a conhecer apenas uma grande
potência econômica e, principalmente, militar: os EUA. Analistas e cientistas políticos passaram a nomear
a então ordem mundial vigente como unipolar.
Entretanto, tal nomeação não era consenso. Alguns analistas enxergavam que tal soberania pudesse
não ser tão notável assim, até porque a ordem mundial deixava de ser medida pelo poderio bélico e
espacial de uma nação e passava a ser medida pelo poderio político e econômico.
Nesse contexto, nos últimos anos, o mundo assistiu às sucessivas crescentes econômicas da União
Europeia e do Japão, apesar das crises que estas frentes de poder sofreram no final dos anos 2000.
De outro lado, também vêm sendo notáveis os índices de crescimento econômico que colocaram a
China como a segunda maior nação do mundo em tamanho do PIB (Produto Interno Bruto). Por esse
motivo, muitos cientistas políticos passaram a denominar a Nova Ordem Mundial como mundo multipolar.
Mas é preciso lembrar que não há no mundo nenhuma nação que possua o poderio bélico e nuclear
dos EUA.
Esse país possui bombas e ogivas nucleares que, juntas, seriam capazes de destruir todo o planeta
várias vezes.
A Rússia, grande herdeira do império soviético, mesmo possuindo tecnologia nuclear e um elevado
número de armamentos, vem perdendo espaço no campo bélico em virtude da falta de investimentos na
manutenção de seu arsenal, em razão das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país após a Guerra
Fria.
É por esse motivo que a maior parte dos especialistas em Geopolítica e Relações Internacionais,
atualmente, nomeia a Nova Ordem Mundial como mundo unimultipolar. “Uni” no sentido militar, pois os
Estados Unidos é líder incontestável. “Multi” em razão das diversas crescentes econômicas de novos
polos de poder, sobretudo a União Europeia, o Japão e a China.
Observa-se que também nessa nova divisão do mundo não há uma total fidelidade aos critérios
cartográficos, uma vez que alguns poucos países localizados ao sul pertencem ao “Norte” (como a
Austrália) e alguns países do norte pertencem ao “Sul” (como a China).
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total mundial) e produzia cerca de 32 trilhões de dólares (80% do PIB mundial), o que dava uma renda
per capita de mais de 35 mil dólares. Em 1960, os mesmos países tinham cerca de 20% da população
mundial e controlavam cerca de 60% do PIB do mundo.
Uma das características político-econômicas mais importantes da Nova Ordem Internacional foi o
crescente uso dos princípios teóricos do neoliberalismo. O jornalista Ignacio Ramonet, do jornal francês
Le Monde, acredita que os neoliberais criaram, com seu pragmatismo, um conjunto de regras econômicas
muito claro, que se resume aos seguintes aspectos:
* O Estado deve se restringir a algumas funções públicas;
* O déficit público deve ser evitado e, se existir, reduzido;
* As empresas estatais devem ser privatizadas;
* O Banco Central de cada país deve ser independente;
* A moeda deve ser estável, com um mínimo de inflação;
* Os fluxos financeiros não devem sofrer restrições;
* Os mercados devem ser abertos, liberalizados e desregulamentados;
* A produção industrial deve ser internacionalizada, buscando-se mão-de-obra mais barata;
* As empresas devem ser modernizadas, enxutas e competitivas.
Frente às crises e ao aumento da miséria nos países subdesenvolvidos, alguns neoliberais modernos
defendem que esse receituário não tem dado certo por culpa dos governos. Seria necessário apenas
conter os monopólios privados, supervisionar os bancos com mais atenção, investir em educação e
aumentar a poupança interna.
Dentro da Nova Ordem Internacional, o controle que os países desenvolvidos exerciam sobre o
comércio de exportação no mundo continuou, embora sua participação no total tenha sido um pouco
reduzida. Essa redução foi consequência do crescimento das exportações conquistado pelos países
subdesenvolvidos industrializados.
A participação dos países subdesenvolvidos no comércio mundial de exportação vinha decrescendo
desde o início da Ordem da Guerra Fria (era de cerca de 31% do total mundial em 1950 e caiu para cerca
de 20% em 1985). Essa situação começou a se reverter no início da Nova Ordem Internacional. Nos dez
anos seguintes, os países pobres passaram a controlar maiores parcelas do comércio mundial de
exportação. Observe na tabela abaixo a evolução recente dessa situação:
Esse aumento das exportações, por si só, não foi suficiente para elevar o padrão de riqueza dos países
subdesenvolvidos como um todo. A maior parte desse aumento foi de responsabilidade de um restrito
grupo de países subdesenvolvidos industrializados, enquanto a grande maioria dos mais de 150 países
subdesenvolvidos continuou a assistir à queda dos preços de suas mercadorias de exportação
(commodities) e a redução de sua participação no comércio mundial, exceto os exportadores de petróleo.
Mesmo assim, o crescimento do comércio internacional é apontado como um dos indicadores da
aceleração do processo de globalização, que criou uma maior dependência das economias nacionais em
relação à economia internacional, pois uma grande parcela das atividades produtivas e dos trabalhadores
fica dependente do desempenho de seus países no mercado mundial.
Esse crescimento do comércio e essa maior dependência das economias nacionais são o resultado
das políticas de liberalização alfandegária colocadas em prática desde o final da Segunda Guerra
Mundial. Desde então, as taxas alfandegárias médias dos países mais desenvolvidos do mundo caíram
de 40% para menos de 5%. Por outro lado, o crescimento do comércio internacional foi fruto da maior
integração e complementação econômica dos conjuntos de países que formaram organizações ou zonas
de livre comércio, como a União Europeia e o Nafta.
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Características da Nova Ordem Internacional:
A Nova Ordem Internacional já pode ser caracterizada por um amplo conjunto de aspectos. Citaremos
todos, porém, nos atentaremos mais detalhadamente, à Globalização.
São eles:
* Investimentos em P&D;
* Os blocos econômicos;
* Dívida externa;
*Desemprego;
* As economias em transição;
* O problema da pobreza.
* Globalização:
A Globalização não é nenhuma novidade. Há séculos ela evolui na forma de ciclos, intensificando os
fluxos de pessoas, bens, capital e hábitos culturais. Ela se originou com a primeira fase da expansão
capitalista europeia, impulsionada pelas Grandes Navegações do final do século XV. Entre 1870 e 1890,
a globalização foi novamente intensificada, graças à aceleração dos investimentos internacionais, a
ampliação do comércio e o aperfeiçoamento dos meios de transportes e comunicações. Posteriormente,
durante o período que se estende entre 1910 e 1920, houve nova aceleração desse processo, associada
ao crescente militarismo, que culminaria com a Primeira Guerra Mundial. Um terceiro pico ocorreu durante
a década de 1930, antecedendo a Segunda Guerra Mundial.
Com a expansão das transnacionais, a partir da década de 1950, a globalização foi acelerada. Hoje, a
Terceira Revolução Industrial, que gerou um sistema de produção econômica com regras que se
uniformizam e se universalizam rapidamente, está criando uma nova onda de globalização. Suas
instituições passam a controlar e organizar essa economia em que as fronteiras perdem a importância e
muitos Estados disputam o direito de abrigar as sedes ou as filiais das grandes corporações, que
controlam a oferta de empregos e investimentos.
Dessa forma, o espaço geográfico mundial tem caminhado em direção a uma crescente
homogeneização, fruto da imposição de um sistema econômico e social globalizado sobre toda a
superfície da Terra. Nas últimas décadas, esse processo sofreu uma forte aceleração, especialmente
porque o polo de oposição ao capitalismo, que durante 45 anos compartia o mundo, criando a bipolaridade
da Guerra Fria, entrou em crise.
Os investimentos internacionais são realizados de forma direta, pelas empresas transnacionais que
implantam ou ampliam suas unidades produtivas, ou indireta, quando se relacionam aos fluxos de capital
que entram por meio de empréstimos, moeda trazida por estrangeiros, pagamentos de exportações,
vendas de títulos públicos no exterior e investimentos no mercado financeiro (especialmente em bolsas
de valores). Observe sua evolução recente:
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(hora de Brasília) e fecha às 5 horas do dia
seguinte. Uma hora mais tarde, abre a
Bolsa de Londres e, às 11 horas, a de
Nova Iorque, que só fecha às 19 horas.
Podemos notar facilmente que a maior parte dos investimentos tem sido sempre no mercado
financeiro, ou seja, nas bolsas de valores. É o que se chama de capital volátil. Esses investimentos entram
nos países e saem muito rapidamente, circulando diariamente no mundo, de uma bolsa para outra, mais
de 3 trilhões de dólares.
O mercado financeiro de ações comercializadas em bolsas de valores estocava um patrimônio coletivo
de 47 trilhões de dólares em 2005. Com o desenvolvimento da informática, o mercado financeiro se
acelerou como forma de investimento.
Os investimentos financeiros diretos também cresceram bastante, aumentando mais de sete vezes
nesse período, principalmente por meio da compra de empresas privatizadas, dentro da política
neoliberal. As privatizações se expandiram muito desde o início da década de 1990. Entre 1988 e 2003,
houve mais de 9 mil privatizações em cerca de 120 países, que somaram mais de 410 bilhões de dólares
de transações.
Grande parte das pessoas acredita que as privatizações, na atualidade, só ocorrem em países
subdesenvolvidos ou nos países socialistas que estão em transição para a economia de mercado. Na
verdade, a década de 1990 foi marcada pelo aumento das privatizações em diversos países
desenvolvidos.
Embora a globalização seja comandada pelos agentes financeiros e econômicos, há uma profunda
relação entre seus interesses e as ações políticas desenvolvidas pelos Estados. Na atualidade, vemos
uma espécie de privatização do Estado, que é colocado a serviço dos interesses do grande capital.
Hoje, mais do que em qualquer outra época da modernidade, a elite econômica colocou o Estado a
serviço de seus interesses. São os governos dos países mais ricos do mundo que promovem, numa ação
política bem orquestrada, a globalização, preparando encontros, ampliando o raio de ação das
organizações internacionais, realizando acordos comerciais, que favorecem a quem controla a economia.
Recentemente, por causa das transformações econômicas em direção à globalização, a redução das
taxas alfandegárias e a liberação do movimento dos capitais, muitos estudiosos passaram a acreditar que
o Estado nacional estava em fase de dissolução. Em verdade, ocorreu a sua transformação: as relações
entre o Estado e a economia se internacionalizaram, e a privatização tornou-se norma. Dessa forma, o
Estado abandonou o papel de agente econômico, desfazendo-se dos seus ativos, e passou a exercer o
papel de organizador e gestor de uma economia globalizada, no qual o conceito de soberania nacional
passou por uma revisão.
As aquisições e fusões que têm caracterizado a globalização desde o início da década de 1990 não
pretendem aumentar a produção, criar novas fábricas e ampliar os empregos. A função dessa onda de
fusões é cortar as atividades redundantes, reduzir a concorrência e aumentar a concentração de capitais.
O resultado final tem sido sempre a elevação das taxas de desemprego e o aumento da monopolização.
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concessões econômicas. O abandono dessas políticas sociais tem ampliado o quadro da desigualdade
social, até mesmo em países desenvolvidos.
Meio Ambiente – Crise ecológica mundial, que alerta para a necessidade de solucionar as agressões
ao meio ambiente, que podem afetar todo o planeta.
Referências Bibliográficas:
SCALZARETTO, Reinaldo. Geografia Geral – Geopolítica. 4ª edição. São Paulo: Anglo.
Questões
01. (PC/PI – Escrivão de Polícia Civil – UESPI) No início dos anos 1990, o mundo assistiu à
derrocada do chamado Bloco Socialista, comandado pela ex-União Soviética, tendo como consequência
o fim da Guerra Fria e o surgimento de uma Nova Ordem Mundial, que apresenta como características,
EXCETO,
(A) o controle do mercado mundial por grandes corporações transnacionais.
(B) aprofundamento da Globalização da economia e consolidação da tendência à formação de blocos
econômicos regionais.
(C) processos pacíficos de Fragmentação territorial sem ocorrência de conflitos étnicos, a exemplo da
ex-Iugoslávia.
(D) ampliação das desigualdades internacionais.
(E) a existência de uma realidade mais complexa, com múltiplas oposições ou tensões econômicas,
étnicas, religiosas, ambientais etc.
02. (Prefeitura de Martinópole/CE – Agente Administrativo – CONSULPAM/2015) A nova
economia internacional possui elementos característicos onde os que se destacam são os que se referem
ao quadro geral determinado pela Globalização. Com isso podemos AFIRMAR que o atual cenário
mundial é assinalado pela:
(A) bipolaridade
(B) unimultipolaridade
(C) velha ordem mundial
(D) Nova Guerra Fria
03. (SEDU/ES – Professor de Geografia – CESPE) Com relação à geografia política mundial, julgue
o item a seguir.
A nova ordem mundial apresenta uma faceta geopolítica e outra econômica. Na geopolítica, houve
uma mudança para um mundo multipolar, onde as potências impõem mais por seu poder econômico que
pelo poder bélico. Na economia, o que aconteceu foi o processo de globalização e a formação de blocos
econômicos supranacionais.
(....) Certo (....) Errado
04. (IF/SE – Analista – IF/SE) "Com a derrocada do socialismo real e da União Soviética, entre 1989
e 1991, surgiu uma nova ordem mundial que, a princípio, parecia ser unipolar, com uma única
superpotência, os Estados Unidos. Mas essa ideia parece ser aplicável somente a um breve período
transitório, pois o poderio estadunidense vem se enfraquecendo, em termos relativos (isto é, em
comparação com o crescimento da China, da Europa unificada, da Índia etc...)." Vesentini, Wiliam - 2009.
Assinale a afirmativa correta sobre os fatos da nova ordem mundial:
(A) O ponto fraco da União Europeia é o rápido envelhecimento e o baixo poder aquisitivo de sua
população.
(B) Apesar da crise na transição do socialismo real para a economia, a herdeira da Ex União Soviética,
Rússia, voltou a ser uma superpotência, apesar da fragilidade do setor de tecnologia de ponta.
(C) Uma das dificuldades para o Japão na formação de um Megabloco na Ásia é a desconfiança de
algumas importantes nações, como China e Coréia do Sul, que o consideram um país imperialista,
sobretudo pela brutalidade e pelo racismo demonstrado pelas tropas japonesas quando da ocupação de
seus territórios.
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(D) A China atualmente é o Estado nacional que poderia ameaçar a hegemonia estadunidense, em
função do crescimento econômico e do regime político democrático.
(E) A Índia é outro país que vem se modernizando, e é favorecida pela abundância de recursos
minerais e ausência de problemas étnicos, sociais e político territoriais.
06. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE/2016) A mundialização não diz respeito apenas às
atividades dos grupos empresariais e aos fluxos comerciais que elas provocam. Inclui também a
globalização financeira, que não pode ser abstraída da lista das forças às quais deve ser imposta a
adaptação dos mais fracos e desguarnecidos.
François Chesnais. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o fragmento de texto apresentado, julgue (C ou E) o item subsequente.
Mundialização do capital ou globalização refletem a capacidade estratégica de grandes grupos
oligopolistas, voltados para a produção industrial ou para as principais atividades de serviços, em adotar,
por conta própria, enfoque e conduta globais.
(....) Certo (....) Errado
07. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE/2016) A mundialização não diz respeito apenas às
atividades dos grupos empresariais e aos fluxos comerciais que elas provocam. Inclui também a
globalização financeira, que não pode ser abstraída da lista das forças às quais deve ser imposta a
adaptação dos mais fracos e desguarnecidos.
François Chesnais. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o fragmento de texto apresentado, julgue (C ou E) o item subsequente.
O princípio geográfico da localização, no mundo globalizado economicamente competitivo, é superado
pelos sistemas técnicos e de informação.
(....) Certo (....) Errado
08. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE/2016) A mundialização não diz respeito apenas às
atividades dos grupos empresariais e aos fluxos comerciais que elas provocam. Inclui também a
globalização financeira, que não pode ser abstraída da lista das forças às quais deve ser imposta a
adaptação dos mais fracos e desguarnecidos.
François Chesnais. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o fragmento de texto apresentado, julgue (C ou E) o item subsequente.
No mundo globalizado, observa-se uma tendência de compartimentação generalizada dos territórios,
onde se associam e se chocam o movimento geral da sociedade do trabalho e o movimento particular de
cada fração espacial: do nacional ao regional e ao local.
(....) Certo (....) Errado
Respostas
01. Resposta: C.
(...). Com a crise do bloco socialista, no final dos anos 1980, uma nova fase se abriu para a história da
Iugoslávia. Em 1991, Croácia, Eslovênia e Macedônia declararam sua independência, sendo que apenas
esta última de maneira pacífica. A separação da Croácia e da Eslovênia foi acompanhada por intensos
conflitos militares liderados pelo então presidente sérvio Slobodan Milosevic. Em 1992, a Bósnia declarou
sua independência, passando a enfrentar militarmente a Croácia, em disputa por territórios, e sobretudo
a Sérvia, contrária ao movimento separatista de mais uma região iugoslava.
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02. Resposta: B.
Nova Ordem Mundial é a lógica internacional da ordem de poder entre os Estados nacionais no período
que sucede a Guerra Fria. A Nova Ordem Mundial é caracterizada pela UNIMULTIPOLARIDADE, uma
vez que temos a supremacia dos Estados Unidos no campo bélico e político, e a emergência de várias
potências no campo econômico: China, União Europeia, Japão e o próprio EUA.
04. Resposta: C.
O Japão apesar de ser o mais rico da Ásia em outrora buscou seu domínio nos países do pacífico com
ocupações territoriais, principalmente durante a 2ª guerra, desde então os asiáticos não fecham em um
bloco econômico com receio de um novo domínio japonês, através da economia sobre eles.
05. Resposta: B.
O processo de mundialização da economia capitalista monopolista teve como pressuposto básico a
necessidade de uma nova divisão internacional do trabalho. Já não bastava um mundo dividido em países
produtores de bens industrializados e países unicamente produtores de matérias-primas, quer agrícolas,
quer minerais. A mundialização da economia pressupõe uma descentralização da atividade industrial e
sua instalação e difusão por todo o mundo. Pressupõe também um outro nível de especialização dos
produtos oriundos dos diferentes países do mundo para o mercado internacional. Assim,
simultaneamente, a indústria multinacional implanta-se nos mercados existentes em todos os países
(através de filiais, fusões, associações, franquias etc.) e cria bases para a produção industrial adaptada
às necessidades desses mercados nacionais. Ao mesmo tempo, atua de forma a aprimorar a exploração
e a exportação das matérias-primas requeridas pelo mercado internacional. Esse processo de expansão
industrial sobrepôs uma divisão vertical à antiga divisão horizontal do trabalho. Agora combina-se a antiga
divisão por setores (primário: agrícola e mineiro, e secundário: industrial) em níveis de qualificação dentro
de cada ramo industrial.
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08. Resposta: Certo.
Os territórios tendem a uma compartimentação generalizada, onde se associam e se chocam o
movimento geral da sociedade planetária e o movimento particular de cada fração, regional ou local, da
sociedade nacional. Esses movimentos são paralelos a um processo de fragmentação que rouba às
coletividades o comando do seu destino, enquanto os novos atores também não dispõem de instrumentos
de regulação que interessem à sociedade em seu conjunto.
A humanidade está diante de uma terrível crise ambiental. Os problema de hoje são resultantes de
centenas de anos de descaso com a preservação ambiental. Desde a primeira fase da Revolução
Industrial, os seres humano apropriaram-se dos recursos naturais em larga escala de maneira
desordenada.
Mudanças climáticas, efeito estufa, derretimento das geleiras, extinção de espécies vegetais e animais
e desertificação são alguns dos problemas ambientais que podem estar relacionados ao modelo de
sociedade atual, marcado principalmente pelo consumo desenfreado.
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É assim que fica cada vez mais intensa a sensação de que a humanidade tem um destino comum e
que depende de cada um de nós adotar medidas para que as gerações futuras tenham melhor qualidade
de vida.
Desde a Antiguidade, o ambiente é um tema discutido pelas sociedades. Na Grécia antiga, por
exemplo, os filósofos já debatiam sobre qual era a essência de tudo o que existe no mundo, especialmente
da água, da terra, do fogo e do ar. As poucas, mas significativas, descobertas feitas por eles levaram-nos
a acreditar que a Terra era perfeitamente harmônica, concebida por algo divino e de extrema inteligência.
Aristóteles (c. 485 a.C-420 a.C.), um dos maiores pensadores gregos, defendia que todas as coisas
na Terra, vivas e não vivas (como as rochas), tinham uma profunda ligação entre si e até mesmo uma
essência comum, sendo úteis para a sobrevivência. Pouco a pouco se desenvolveu a ideia de que a Terra
é um gigantesco ser vivo.
Na Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX), o ambiente passou a ser tratado isoladamente, como
se fosse um conjunto de elementos que não tinham nenhuma relação com a sociedade e existiam apenas
para atender às suas necessidades,
Dentro desse contexto histórico - com suas características sociais, econômicas e políticas -, os
interesses econômicos privados tomaram-se explícitos e prevaleceram sobre qualquer alerta de
problemas ambientais que poderiam surgir em longo prazo.
Em 1962, por exemplo, a cientista estadunidense Rachel Carson (1907-1964) denunciou em seu livro
Primavera silenciosa o uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras, afirmando que eles eram
prejudiciais à natureza e à saúde humana.
Imediatamente ela foi perseguida e difamada pelas indústrias químicas. Em 1963, uma equipe
científica do próprio governo dos Estados Unidos afirmou que a pesquisadora tinha razão, levando uma
parcela da opinião pública mundial a entender que os problemas com o equilíbrio da vida no planeta
poderiam ser graves.
O processo de desenvolvimento do capitalismo foi acompanhado por profundos avanços científicos,
muitas vezes patrocinados por investimentos particulares. Mas qual é a relação disso com o ambiente?
As descobertas aceleraram a busca por recursos naturais, e, naquele período, não havia espaço para
que os alertas da devastação ambiental fossem ouvidos. De meados do século XIX até os nossos dias,
ocorreu um verdadeiro saque aos recursos naturais e uma destruição de muitos elementos da natureza.
Certamente, nesses tempos de preocupações ambientais, o modo de vida indígena chama a atenção.
A forma como se relacionam com os recursos naturais e os manejam é mais branda que a nossa. Suas
vidas estão organizadas para que as alterações feitas no seu espaço geográfico não causem grandes
impactos.
Mas é muito importante que se faça uma ressalva: os meios de comunicação e até mesmo as
observações simplistas podem nos levar a pensar que os indígenas vivem isolados e que seu modo de
vida é totalmente harmônico com a natureza. Essa visão é muito diferente daquela que os índios têm a
seu próprio respeito. Nos estudos feitos por antropólogos e outros estudiosos, percebe-se que as variadas
nações indígenas têm infinitas formas de se relacionar com o meio que as cerca. Em comum, os índios
têm somente a visão de que a vida, em todos os sentidos, faz parte de uma rede de relações. Dessa
forma, os índios entendem que o ser humano está em constante ligação com a natureza. Assim, fica claro
que não existe a ideia de natureza intocada nem mesmo para essas sociedades. Para os índios,
certamente, não se pressupõe a natureza sem a intervenção humana.
A sociedade de consumo
Vivemos em uma sociedade marcada e dominada pela lógica do consumo. Todos os seus
componentes, jovens, adultos, idosos - sejam eles ricos ou pobres -, estão inseridos nesse contexto.
Grande parte dos meios de comunicação faz uma ligação entre o consumo e o prazer. São centenas de
milhares de produtos apresentados como necessários para se alcançar a felicidade. É cada vez mais
comum observarmos que o ato de consumir é colocado como uma das formas que permite ao cidadão
ou ao indivíduo sentir-se inserido na sociedade.
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A expansão acelerada do consumismo acarreta alta demanda de energia, minérios, água e tudo o que
é necessário à produção e ao funcionamento dos bens de consumo. Esse padrão vem se difundindo em
todo o globo, por uma espécie de globalização do consumo, que vem crescendo a cada ano.
Extensos estudos feitos pela ONU, por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,
alertam para a velocidade de utilização dos recursos naturais, que já é muito maior que a capacidade de
regeneração da natureza, uma vez que a reposição de alguns elementos é impossível, pois a escala de
tempo para a sua formação é milhões de vezes maior que a da vida média dos seres humanos.
Os impactos do consumismo
Em nossos dias é perceptível que, para manter-se produtivo, o sistema capitalista precisa ter cada vez
mais recursos, como água e ar, por exemplo. Essa afirmativa, além de real, é impressionante, uma vez
que até bem pouco tempo atrás água e ar eram recursos limpos.
Hoje a reciclagem e a purificação desses recursos são cada vez mais complexas e caras. Até mesmo
estudos para criação de tecnologias que permitam esse reaproveitamento têm um custo altíssimo.
A expansão desenfreada do consumo gera problemas que antes eram vistos como indiretos, mas que
hoje, em função da complexidade das relações capitalistas, estão cada vez mais ligados de forma direta
aos problemas ambientais.
Estamos diante de um impasse, pois, de fato, precisamos de desenvolvimento econômico. Mas que
tipo de desenvolvimento econômico pode ter?
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Por fim, a produção de energia de e acompanhar o crescimento de todas essas atividades
econômicas, o Que demanda também maior produção de equipamentos.
Note, portanto, que estamos praticamente em um ciclo vicioso.
O desenvolvimento sustentável
Apesar de relativamente recente, a ideia de desenvolvimento sustentável vem ~ando espaço com o
desenvolvimento das relações internacionais intensificadas pelo aumento das trocas comerciais,
principalmente nos últimos 200 anos.
Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) é que essas preocupações ganharam relevância.
Uma das razões para isso foi a tragédia das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki (1945), que
mataram centenas de milhares de pessoas. Ao deixar um rastro de radioatividade, as bombas ampliaram
muito as ocupações ambientais de uma considerável parcela da população mundial.
Com a criação da ONU, em 1945, as relações internacionais passaram por uma mudança que também
atingiu a questão ambiental. Em 1949 ocorreu a conferência das Nações Unidas para a Conservação e
Utilização dos Recursos Unscur), em Nova York. Em 1968 intelectuais, empresários e líderes políticos
criaram uma organização voltada ao debate sobre futuro da humanidade, o Clube de Roma, que financia
pesquisas para publicação de relatórios importantes. Em :972 eles lançaram o relatório Limites do
crescimento, em conjunto com cientistas do Massachusetts Institute ofTechnology (MIT).
Esse relatório gerou muita polêmica, pois basicamente afirmava que, se continuassem os ritmos de
crescimento da população, da utilização dos recursos naturais e da poluição, a humanidade correria
sérios riscos de sobrevivência no final do século XXI.
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Para atingir o desenvolvimento sustentável é necessário:
• implantar projetos econômicos baseados em tecnologias menos agressivas ao ambiente como uma
forma de ajuda ao combate das instabilidades e do subdesenvolvimento, que representam um risco para
o equilíbrio ecológico, justamente pela falta de recursos para implementar as mudanças necessárias.
• combater a pobreza humana, uma vez que populações desempregadas e desamparadas tendem a
retirar recursos da natureza de forma descontrolada para sua sobrevivência; portanto, o conceito inclui
desenvolvimento social.
• que as decisões sobre os caminhos a serem tomados tenham ampla participação da sociedade, para
que sejam revertidos em resultados positivos ao equilíbrio ambiental; portanto, desenvolvimento
sustentável inclui democracia,
Em todos os foros nos quais esse tema era discutido, chegava-se a um consenso: o padrão de
consumo dos países ricos não poderia ser reproduzido pelos países pobres, uma vez que isso levaria ao
esgotamento do planeta. Ao mesmo tempo, é fundamental que os países ricos procurem soluções
alternativas (recic1agem, uso de energias limpas) para o consumo exacerbado e assim assumam sua
responsabilidade na preservação ambiental.
Assim, algumas frases extraídas do relatório Nosso futuro comum definem o conceito de
desenvolvimento sustentável:
Desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades da geração presente sem
comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.
O desenvolvimento sustentável é mais que crescimento, Ele exige uma mudança na forma de
crescimento, a fim de consumir menos matérias primas e energia, diminuindo assim seu impacto.
Fonte: ONU. Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. Oxford: OUP, 1987.
Imagine se a Índia seguir o mesmo caminho. Existirão recursos para tudo isso? Certamente não.
Eco-92
Em junho de 1992, a ONU organizou na cidade do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento 'Cnumad), que ficou conhecida como Cúpula da Terra ou Eco-
92.
Entre os objetivos principais dessa conferência, destacaram-se:
• Examinar a situação ambiental mundial desde 1972 e suas relações com o estilo de desenvolvimento
vigente;
• Estabelecer mecanismos de transferência de tecnologias não poluentes aos países
subdesenvolvidos;
• Incorporar critérios ambientais ao processo de desenvolvimento;
• Prever ameaças ambientais e prestar socorro em casos emergenciais;
• Reavaliar os organismos da ONU, eventualmente criando novas instituições para implementar as
decisões da conferência.
Vamos conhecer algumas resoluções e documentos importantes da ECO-92.
A Convenção do Clima
A Convenção do Clima atribuiu aos países desenvolvidos a responsabilidade pelas principais emissões
poluentes, dando a eles os encargos mais importantes no combate às mudanças do clima. Aos países
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em desenvolvimento, concedeu-se a prioridade do desenvolvimento social e econômico, mantendo,
porém, a tarefa de controlar suas parcelas de emissões de poluentes na medida em que se
industrializassem. As recomendações da convenção foram:
• adotar políticas que promovessem eficiência energética e tecnologias mais limpas;
• reduzir as emissões do setor agrícola;
• desenvolver programas que protegessem os cidadãos e a economia contra
• possíveis impactos da mudança do clima;
• apoiar pesquisas sobre o sistema climático;
• prestar assistência a outros países em necessidade;
• promover a conscientização pública sobre essa questão.
Entretanto, as dificuldades para implementação do acordo são imensas. Pressionado pelo lobby das
indústrias de petróleo, carvão e de automóveis, o G-7 (grupo formado pelos sete países mais ricos do
mundo, capitaneados por Estados Unidos, Japão e Alemanha) sabotou o acordo ao exigir que os países
em desenvolvimento também fossem submetidos às mesmas limitações previstas para eles, mas o Grupo
dos 77 (grupo de países em desenvolvimento, capitaneados por China, Índia e Brasil) não concordou com
essa exigência. Os acordos da Eco-92 ficaram apenas no plano das boas intenções.
A Convenção da Biodiversidade
Nessa convenção, está prevista a transferência de parte dos recursos ou lucros obtidos com a
exploração e comercialização dos recursos naturais para o seu local de origem, que receberia esse
volume de dinheiro para aplicar em programas de preservação e de educação ambiental.
Esse tratado visava a favorecer o diálogo Norte-Sul, ou seja, as relações entre os países desenvolvidos
e as nações em desenvolvimento. Porém, muito pouco foi feito.
A evolução dos estudos genéticos levou a biotecnologia a adquirir a capacidade de alterar e reproduzir
organismos - plantas e seres vivos em geral. Esse fato dotou os países ricos da possibilidade de explorar
produtos naturais e modificá-los geneticamente, adquirindo o direito de patentear tais espécies. Isso abriu
espaço para a biopirataria.
A biopirataria não seria somente a prática de contrabandear plantas e animais exóticos ou de alto valor
comercial, mas, principalmente, de apropriar-se dos conhecimentos das populações (como os
conhecimentos dos índios brasileiros sobre as propriedades medicinais de espécies vegetais, por
exemplo) e monopolizá-los, no que se refere ao uso dos recursos naturais. O quadro é particularmente
crítico em regiões de riquíssima biodiversidade, como a Amazônia.
O conhecimento das potencialidades de certos elementos da natureza deve ser disseminado, e não
pode ser tratado como uma mercadoria comercializada como qualquer objeto.
A Agenda 21
Esse documento, assinado pela comunidade internacional durante a Eco-92, assume compromissos
para a mudança do padrão de desenvolvimento no século XXI. Ou seja, a Agenda 21 procura traduzir em
ações o conceito de desenvolvimento sustentável
O termo "agenda" tem, nesse caso, o sentido de intenções, isto é, de propostas de mudanças, visando
a criar um modelo de civilização pelo qual sejam possíveis a convivência e a simultaneidade do equilíbrio
ambiental com a justiça social entre as nações.
A Agenda 21 busca:
• geração de emprego e de renda;
• diminuição das disparidades regionais e interpessoais de renda;
• mudança nos padrões de produção e consumo;
• construção de cidades sustentáveis;
• adoção de novos modelos e instrumentos de gestão.
Para alcançar essas metas, é preciso mobilizar, além dos governos, todos os segmentos da sociedade.
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• as questões econômicas, que ainda se sobrepõem às questões ambientai.
Um agravante é o problema do desemprego, que leva muito governos a associar a preservação
ambiental à diminuição da atividade econômica;
• o fato de os países ricos não fazerem esforços reais para cumprir as legislações internacionais, por
sofrerem pressões de grupos sempre ariais prejudicados por muitos desses tratados;
• o fato de os organismos internacionais dedicados à diminuição da pobreza e às campanhas de
educação ambiental padecerem de falta de recursos financeiros;
• as tecnologias para produção de energia limpa, que, bem como os programas de reciclagem em
escala industrial, necessitam de mais pesquisas para se tornarem viáveis a ponto de levarem ao
abandono as práticas poluidoras.
Como estava previsto na Convenção do Clima, assinada durante a Eco-92, deveria ocorrer um novo
encontro internacional para discutir a redução da emissão de gases responsáveis pelo aumento da
temperatura do planeta. Tal reunião ocorreu em 1997, em Kyoto, no Japão: líderes de 160 nações
assinaram um compromisso que ficou conhecido como Protocolo de Kyoto. Esse documento previa, entre
2008 e 2012, um corte de 5,2 nas emissões dos gases causadores do efeito estufa, em relação aos níveis
de 1990.
Protocolo de Kyoto permite que os países possuidores de florestas utilizem-nas como créditos a serem
abatidos do total de emissões que deveriam reduzir. Isso, na prática, permite que eles não cumpram a
meta de redução e comercializem suas cotas de poluição com os países ricos.
Protocolo de Kyoto previa que os EUA cortassem 7 de suas emissões de carbono até 2010. No entanto,
o volume de carbono que o país lança na atmosfera ainda está acima dos níveis de 1990.
Para entrar em vigência, o Protocolo de Kyoto deveria ser ratificado por, no mínimo, 55 governos, que,
se somados, representassem no mínimo 55 das emissões de CO2 produzidas pelos países
industrializados. Essa porcentagem foi adotada para que os Estados Unidos, maiores poluidores do
planeta, não pudessem impedir, sozinhos, a adoção dessas medidas.
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Recentes pesquisas apontam um problema muito grave: países que até 1997, em Kyoto, não
representavam ameaças ao aquecimento passaram a representar.
Brasil, China e Índia, por exemplo, estão se aproximando cada vez mais dos grandes poluidores. No
caso do Brasil, a devastação das florestas e a expansão dos rebanhos fazem do país um dos principais
emissores de metano, um gás muito agressivo para a atmosfera. Já Índia e China preocupam pela
crescente industrialização, uma vez que a energia usada é basicamente oriunda do carvão e do petróleo.
O Protocolo de Kyoto não consegue forçar os participantes a mudar sua organização socioeconômica
poluente para uma que seja de menor emissão de carbono.
O insucesso de Kyoto mostra que, se novos acordos surgirem, como veremos a seguir, eles devem
incluir metas de redução a todos os países, sejam eles altamente industrializados, sejam eles
emergentes.
A Rio+10
Em 2002, mais uma vez a ONU tentou estabelecer ações globais para a melhoria da qualidade de
vida. Tal medida ficou conhecida como Rio+ 10, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável,
que se realizou em Johanesburgo '3"0, África do Sul. Os principais temas então abordados foram:
• clima e energia: foi estabelecido o uso de energias limpas, mas não foram determinadas as metas.
Por isso, os ambientalistas protestaram, afirmando que o texto permite a inclusão da energia nuclear; já
que incentiva as energias avançadas.
• subsídio agrícola: segundo muitos críticos, a superficialidade do texto fortalece a OMC, controlada
pelos países ricos, e esvazia o papel mediador da ONU.
• o Protocolo de Kyoto: desde o protocolo, pouco mudou, pois os países que não haviam assinado até
então apenas prometeram que estudariam o caso (exceto os Estados Unidos, que até mesmo
abandonaram a reunião antes de seu final).
• biodiversidade: decidiu-se reduzir o ritmo de desaparecimento de espécies em extinção e repassar
os recursos obtidos pela exploração de produtos naturais para seus locais de origem.
• água e saneamento: foi decidido que se deve aumentar o número de pessoas com acesso à água
potável. Os críticos afirmam, porém, que o texto poderia ser mais específico quanto aos procedimentos
conjuntos a serem adotados.
• transgênicos: foram objeto de polêmica, pois as organizações supranacionais recomendam que
regiões com fome crônica adotem esses alimentos. Por outro lado, o mesmo documento diz que os países
têm o direito de rejeitar os transgênicos até o surgimento de estudos mais conclusivos.
. pesca e oceano: o tema constituiu a maior conquista da reunião, já que prevê a criação de áreas de
proteção marinha e a abolição imediata de qualquer subsídio à atividade pesqueira irregular.
N o fim dos anos 1980, aumentou a percepção de que as atividades humanas (antrópicas) eram cada
vez mais prejudiciais ao clima do planeta. A ONU convocou cientistas do mundo todo para acompanhar
esse processo e, com a colaboração de 130 governos, criaram o Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (em inglês, Intergovernrnental Panel on Climate Change - IPCC).
O principal papel desse organismo foi o de criar relatórios e documentos para acompanhar a situação
ambiental do planeta e também o de fornecer essas informações para a Convenção do Quadro das
Nações Unidas sobre. Mudanças Climáticas, órgão responsável por essas discussões. Em 2007, o IPCC
recebeu, junto com o ex-vice-presidente estadunidense AI Gore, o prêmio Nobel da paz, pelo trabalho de
divulgação e-busca de conscientização sobre os riscos das mudanças climáticas.
Veja a seguir os principais alertas do IPCC:
• a temperatura da Terra deve subir entre 1,8 °C e 4°C, nas próximas décadas, o que aumentará a
intensidade de tufões e secas, ameaçará um terço das espécies do planeta e provocará epidemias e
desnutrição;
• o derretimento das camadas polares pode fazer que os oceanos elevem-se entre 18 em e 58 cm até
2100, fazendo desaparecer pequenas ilhas e, assim, obrigando centenas de milhares de pessoas a
aumentar o fluxo dos chamados "refugiados ambientais".
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A Conferência de Copenhague
O Reino Unido apresentou um projeto de longo prazo, que visa à transição para o baixo carbono (baixo
consumo de derivados de carvão e petróleo), a ser adotado por toda a sua sociedade e economia. Os
Estados Unidos apresentaram seus esforços, iniciados no governo Barack Obama, para se atingir uma
energia limpa, ou seja, menos dependente do petróleo e de seus derivados.
Estes são os resultados da reunião de Copenhague:
• Brasil, China, Índia, Estados Unidos e África do Sul foram os responsáveis pela redação do
documento final da conferência, mas que não representava a intenção ou os anseios de todos os líderes
que lá estavam;
• mais uma vez um texto genérico fala sobre a necessidade de evitar um aumento da temperatura
global;
• o acordo criou um fundo de US$ 100 bilhões para os próximo três ano com o objetivo de auxiliar os
países em desenvolvimento a criar uma economia sustentável e de diminuir suas emissões de poluentes•
• o acordo não estabeleceu novas datas de reuniões mas se comprometeu a manter as negociações
em caráter permanente.
A Rio+20
Em 2012, o Rio de Janeiro foi sede de um evento para marcar o 20 aniversário da Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento do meio Ambiente, realizada em 1992, conhecida como Rio-92.
O encontro foi popularmente chamado de Rio+20.
A meta principal foi fazer um balanço dos últimos _o ano na busca de um modelo econômico baseado
no desenvolvimento sustentável, Uma das principais resoluções foi transformar o Programa das -ações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) numa agência da ONU, como a Organização Mundial da Saúde
(OMS) ou a Organização Mundial do Comércio (OMC), o que lhe daria mais poderes e recursos.
O fato mais frustrante nessa conferência foi a posição do G-77 (grupo dos países mais pobres ou em
desenvolvimento, que e articula eventualmente em reuniões internacionais). Como eles pretendem
crescer economicamente, praticamente rejeitaram os termos específicos sobre uma economia
ambientalmente mais equilibrada e sobre investimentos em energias renováveis. Isso obviamente
aconteceria, já que não ocorreram grandes avanços nem mesmo entre os países ricos.
Apesar disso, um exemplo de avanço na Rio+20 foi o acordo que o grupo das 40 megacidades fez
para reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa.
Poluição Atmosférica
A poluição do ar consiste no lançamento e acúmulo de partículas sólidas e gases tóxicos que se
concentram na atmosfera terrestre alterando suas características físico-químicas.
De maneira geral, os poluentes atmosféricos podem ser produzidos por fontes primárias ou
secundárias. Os poluentes primários são aqueles liberados diretamente das fontes de emissão, como os
gases que provém de queimadas em florestas ou da queima de combustíveis fósseis (petróleo e carvão),
lançados do escapamento dos veículos automotores e também das chaminés das fábricas, entre eles,
monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO²), dióxido de enxofre (SO²) e metano (CH4). Os
poluentes secundários, por sua vez, são aqueles formados na atmosfera a partir de reações químicas
entre poluentes primários e componentes naturais da atmosfera, como o ácido sulfúrico (H²SO4), ácido
nítrico (HNO³) e ozônio (O³). A esses poluentes somam-se ainda materiais particulados que abrangem
um grande conjunto de poluentes formados por poeiras, fumaças, materiais sólidos e líquidos, que se
mantêm suspensos na atmosfera.
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Desde o início da Revolução Industrial, em meados do século XVIII, o nível de poluentes na atmosfera
terrestre vem aumentando exponencialmente com o avanço da industrialização, dos meios de transportes
e demais atividades econômicas que se desenvolvem apoiadas na queima de combustíveis fósseis.
Milhares de toneladas de gases poluentes são lançados todos os dias na atmosfera terrestre,
desencadeando uma série de problemas ambientais, com impactos que ocorrem tanto em escalas local
e regional (como o fenômeno das inversões térmicas e das chuvas ácidas) quanto em escala global (como
a diminuição da camada de ozônio e a ocorrência do efeito estufa).
A alta concentração de poluentes no ar forma uma camada de partículas em suspensão, parecida com
uma neblina, conhecida como smog, fazendo com que a visibilidade diminua. Também causa muitos
problemas de saúde, principalmente relacionados ao sistema respiratório e cardiovascular. Em grandes
centros urbanos dos países industrializados, é frequente os níveis de poluição do ar ultrapassarem os
limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esses gases poluentes são
provenientes da queima de florestas e, em especial, de combustíveis fósseis (petróleo e carvão). Os
principais agentes poluidores são os veículos automotores e as indústrias, sobretudo as termelétricas,
siderúrgicas, metalúrgicas, químicas e refinarias de petróleo.
Um exemplo disso é a população chinesa, que é aconselhada constantemente a usar máscara para
sair às ruas, evitar exercícios ao ar livre e, em dias críticos, é alertada a permanecer no interior de suas
casas, devido aos altos níveis de poluição do ar encontrados em diversas províncias do país. Foram
registradas milhares de mortes, principalmente na última década, decorrentes de problemas respiratórios
e cardiovasculares agravados pela poluição do ar.
Inversão térmica
Em condições normais, o ar presente na Troposfera costuma circular em movimentos ascendentes, o
que ocorre em razão das diferenças de temperatura entre o ar mais aquecido e, portanto, mais leve, nas
camadas mais baixas, e o ar mais frio e mais denso, nas camadas mais elevadas.
Em regiões afetadas por intensa poluição atmosférica, como os grandes centros urbanos, a fuligem e
os gases poluentes lançados pelas chaminés da fábricas e pelo escapamento dos veículos automotores
tendem a se dispersar por meio dessas correntes ascendentes. Em dias mais frios, com baixas
temperaturas e pouco vento, típicos do outono e do inverno, a ausência de corrente de ar dificulta a
dispersão dos poluentes atmosféricos. Nessa situação, o ar em contato com a superfície mais fria também
se resfria, ficando aprisionado pela camada de ar mais quente acima, o que impede a dispersão dos
poluentes atmosféricos. Tem-se, assim, uma inversão da temperatura do ar atmosférico, a chamada
inversão térmica, fenômeno que pode ser observado na forma de uma faixa cinza-alaranjada no horizonte
dos grandes centros urbanos.
Com a ausência dos ventos ascendentes, os poluentes atmosféricos deixam de dispersar e
concentram-se próximos à superfície, o que compromete a qualidade do ar e gera problemas de saúde
aos habitantes das grandes cidades. Quando expostas aos altos índices de poluição, muitas pessoas
apresentam sintomas como dores de cabeça, coceira na garganta e irritação nos olhos, crises alérgicas
e pulmonares, problemas que afetam principalmente crianças e idosos, mais sensíveis à poluição.
As mudanças climáticas
A humanidade já passou por períodos mais quentes que o atual e por períodos muito frios, como
podemos observar no gráfico a seguir.
Dessa forma, muitos podem afirmar que as preocupações com o aquecimento são exageradas e que
a Terra vai passar por períodos de resfriamento tal qual já ocorreu.
Isso não é verdade. ° problema está no fato de que se ampliou muito a emissão de CO2 na atmosfera
desde o início da Revolução Industrial As fábricas e as indústrias usavam e ainda usam carvão mineral
e, posteriormente e, petróleo para gerar energia. Com o avanço das tecnologias, o petróleo passou a ser
usado também como matéria-prima e fonte de combustíveis para muitos sistemas de transporte.
Apesar de a emissão de poluentes não ser igual em todos os países e de os mais industrializados
terem responsabilidade maior nesse processo hoje já é possível afirmar que se trata de um problema
global. Grandes quantidades de poluição produzidas em um lugar podem atingir outras localidades do
planeta em função da circulação das massas de ar que transportam esses rejeitos.
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As temperaturas médias no mundo subiram muito nos últimos 150 anos, e a explicação está no
acúmulo de gases causadores do efeito estufa.
O metano é outro gás muito agressivo. Sua capacidade de reter calor na atmosfera é 23 vezes maior
que a do gás carbônico. Cerca de 30 das emissões mundiais de metano estão ligadas à pecuária,
principalmente pela ruminação e pelo esterco.
Pesquisas realizadas pela Organização para Alimentação e Agricultura (em inglês, Food and
Agriculture Organization - FAO), órgão vinculado à ONU responsável pelo setor de alimentação, e pela
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) afirmam que algumas árvores são suficientes
para reter o metano liberado pelo processo de ruminação. Além disso, o crescimento das pastagens
absorve o carbono.
O metano é liberado também por outras fontes: pela queima de gás natural, de carvão e de material
vegetal e também por campos de arroz inundados, esgotos, aterros e lixões.
O meta no ainda é preocupante em função da devastação das florestas. Um exemplo é o caso das
matas brasileiras, em especial da Floresta Amazônica. Historicamente, o fogo é um dos principais aliados
dos pequenos camponeses para derrubar a floresta. As queimadas na Amazônia são utilizadas há muito
tempo como forma de criar áreas para a agricultura de subsistência, fato que já faz parte cultura do povo
essa região. A expansão das atividades econômicas, especialmente a agricultura comercial, a pecuária
e a exploração madeireira, vem levando a região a entrar na lista dos maiores emissores de poluição do
planta em função da destruição de sua biomassa.
No final do século XVIII e início do século XIX, o cientista holandês lartinus van Marum descobriu um
gás com cheiro muito forte durante algumas experiências com reações químicas. Anos depois, o cientista
alemão Friedrich Schõnbein chamou esse gás de ozônio quando percebeu que ele era liberado nos
processos químicos de purificação da água. Schõnbein também notou que esse gás subia pelo ar
rapidamente e adquiria uma cor azul bem pálida. Ele acreditava então que o ozônio existia em grande
quantidade nas altas camadas da atmosfera, fato que veio a ser comprovado por Gordon Dobson por
volta dos anos 1920.
Por meio dessas pesquisas foi possível perceber que a camada de ozônio é um filtro natural para a
Terra. A constituição química do gás detém os raios solares nocivos à saúde humana; portanto, a camada
de ozônio é um dos elementos mais importantes para a manutenção da vida.
A destruição dessa camada tem relação direta com o modo de vida e o modelo produtivo adotado pela
economia mundial nos últimos tempos. Para refrigerar os alimentos usavam-se, no início do século XX,
gases extremamente perigosos, como a amônia e o enxofre.
No final dos anos 1920, Thomas Midgley Jr. descobriu um gás proveniente da combinação do carbono
com o flúor e o cloro: trata-se do clorofluorcarboneto (CFC), depois registra o pela empresa dona a patente
como gás fréon.
Com inúmeras vantagens em relação aos outros gases, o fréon passou a ser usado largamente e
permitiu a popularização das geladeiras domésticas, que eram impensáveis quando se usavam os outros
gases. As pesquisas permitiram a fabricação de espumas, produtos de limpeza, sprays e uma quantidade
infinita de derivados desse gás.
Em meados dos anos 1980, descobriu-se a existência de uma falha nessa camada protetora da Terra.
Cientistas britânicos e estadunidenses anunciaram que havia um buraco de milhões de quilômetros
quadrados na atmosfera sobre a Antártida.
As pesquisas apontavam que esse buraco era causado pela emissão de gases Réon, que, quando
sobem às altas camadas, destroem o ozônio e permitem a passagem dos raios solares nocivos à vida. O
problema reside no fato de que esses gases duram na atmosfera entre 20 e 90 anos.
O buraco está principalmente sobre a Antártica, mas já se notam pequenas falhas também no
Hemisfério Norte. Sabe-se que existe um sistema mundial de circulação de ar que acumula os gases
fréon sobre a Antártica em quantidade máxima justamente nos meses mais frios, quando o ar fica mais
denso e circula somente nas proximidades dessa área. Quando os raios solares mais fortes chegam a
essa região no verão, as reações químicas quebram o ozônio e permitem a passagem dos raios nocivos.
A solução para esse problema está ligada à redução da emissão de gás CFC, fato que já foi registrado
muitas vezes por cientistas credenciados pela ONU. Para se chegar a esse pequeno avanço, foi assinado
em 1987 o Protocolo de Montreal (Canadá), que previa a erradicação gradual da produção de CFC. Entre
1988 e 1995, o consumo do gás diminuiu quase 80 em escala mundial. Mesmo assim, especialistas
acreditam existir um mercado paralelo e ilegal de CFÇ que movimenta milhares de toneladas de gás por
ano.
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Esse quadro influencia diretamente a saúde humana. Especialistas na área de medicina afirmam que
os casos de catarata e câncer de pele vêm se avolumando em grande escala no planeta. Em algumas
cidades do extremo sul da América do Sul, principalmente, como Punta Arenas, no Chile, as pessoas
usam roupas de mangas compridas, óculos escuros, protetor solar e chapéus entre 11 e 15 horas, quando
os raios solares são mais fortes. Essas precauções já fazem parte do cotidiano de muitas pessoas no
planeta.
A devastação das florestas
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Esse certificado garante ao consumidor final de madeira e de seus derivados que aquele produto é
fruto de um reflorestamento não agressivo ou mesmo de uma exploração sustentável, que preserva e
respeita o ritmo de regeneração da natureza. Já existem milhares de itens e produtos que contam com
essa certificação. Portas, pisos, móveis e até mesmo papel higiênico são certificados para comprovar que
não vieram de uma matéria-prima fruto da devastação.
Os hotspots
A enorme diversidade natural das florestas chamou a atenção de muitos pesquisadores. Um deles foi
o cientista inglês Norma Myers. Ao perceber que existiam algumas regiões com maior variedade de
espécies vegetais e animais que outras, ele deu um novo significado para o conceito de biodiversidade,
antes visto genericamente como o incrível número de espécies diferentes do planeta.
Após as pesquisas de Myers, a biodiversidade pôde ser medida. Existem lugares mais biodiversos e
outros menos. Ele procurou identificar as regiões que concentravam os mais altos níveis de
biodiversidade para direcionar as ações de conservação. Essas regiões, que foram por ele chamadas de
hotspots, são localidades prioritárias para a conservação, pois sua destruição comprometeria um número
maior de vegetais e animais. Myers definiu hotspot da seguinte forma: área com pelo menos 1500
espécies endêmicas de plantas e que tenha perdido mais de três quartos de sua vegetação original.
Depois de inúmeras pesquisas, percebeu-se que todos os hotspots juntos somam apenas 2,3 da
superfície terrestre. Nessa superfície estão 50 das plantas e 42 de todos os animais vertebrados do
planeta; ou seja, cuidando como se deve e com comprometimento, podemos preservar quase metade de
toda a vida.
O modelo econômico que vigora em nossos dias é marcado por um consumo crescente de
mercadorias das mais variadas: de alimentos a automóveis, de geladeiras a roupas. Para produzir tanto,
estamos assistindo a um desenfreado consumo de água. Veja de maneira geral como foi a evolução do
consumo de água :10 Brasil e no mundo no século XX.
Em função desse modelo econômico, o processo de industrialização e de urbanização dá origem a um
volume cada vez maior de esgotos domiciliares, lixo e outros resíduos, que são lançados nos rios e mares
cotidianamente. Isso afeta qualidade das águas, tanto as superficiais quanto as dos aquíferos, em vários
pontos do planeta.
No final dos anos 1990, veio à tona um problema exemplarmente grave no norte do Golfo do México,
litoral sudeste dos Estados Unidos. Produtos químicos como fertilizantes foram levados para o mar pelo
Rio Mississipi, destruindo oxigênio nessas águas. Consequentemente, a vida marinha foi dizimada,
gerando o que os especialistas passaram a chamar de "zona morta", com aproximadamente mil
quilômetros quadrados.
Escassez de água: uma crise anunciada
Os rios e os lagos, que formam os ecossistemas de água doce, são considerados o meio de vida
natural mais ameaçado do planeta.
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Embora ocupem apenas 1 da superfície terrestre, os ecossistemas de água doce abrigam cerca de 40
das espécies de peixes e 12 dos demais animais. Para ter uma ideia da diversidade desses ecossistemas,
o Rio Amazonas, sozinho, possuiu mais de 3 mil espécies de peixe. Todos os estudos feitos recentemente
apontam que 34 das espécies de peixes de água doce encontradas em todo o mundo correm o risco de
extinção, ameaçadas, principalmente, pela construção de represas, canalização dos rios e poluição.
Entre 1950 e os nossos dias, o número de grandes barragens no mundo passou de 5750 para mais
de 41 mil, fato que alterou radicalmente a dinâmica da vida aquática.
Esse cenário alarmante é agravado pela pequena disponibilidade de água para o consumo humano.
Embora 75 da superfície terrestre seja recoberta por água, os seres humanos só podem usar uma
pequena porção desse volume, porque nem sempre ela é adequada ao consumo. É o caso da água
salgada dos mares e oceanos, que representa cerca de 97 da quantidade total disponível na Terra.
Dos cerca de 3 restantes, apenas um terço é acessível, em rios, lagos, lençóis freáticos superficiais e
na atmosfera. Os outros dois terços são encontrados nas geleiras, calotas polares e lençóis freáticos
muito profundos.
Além de ser um recurso finito, a água é cada vez mais consumida no mundo todo. Ao longo do século
XX, por exemplo, a população mundial cresceu três vezes, enquanto as superfícies irrigadas cresceram
seis vezes e o consumo global, sete vezes.
Esse aumento exponencial do consumo mundial de água está gerando um fenômeno conhecido como
estresse hídrico, isto é, carência de água. Segundo o Banco Mundial, essa situação ocorre quando a
disponibilidade de água não chega a 1000 metros cúbicos anuais por habitante.
A intensificação do comércio internacional nas últimas décadas tem deixado marcas negativas nos
oceanos.
Nos mares de quase todas as regiões do planeta existem gigantescas manchas de petróleo. Em parte,
essas manchas ocorrem por descaso e pelo uso de equipamentos obsoletos que causam vazamentos.
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Além disso, muitos navios petroleiros chegam a lavar seus reservatórios nas costas de países pobres,
especialmente africanos, que não têm sistemas de vigilância eficientes para evitar esse crime.
Outro grave problema é a pesca predatória, que também contribui para o esgotamento dos estoques
de pescados oceânicos. Cerca de 90 das espécies comerciais, ou seja, pescadas, processadas e
vendidas, correm risco iminente de destruição em razão da pesca predatória.
Grandes grupos econômicos ligados direta e indiretamente ao setor alimentício são os responsáveis
por essa destruição. Eles permitem a prática da pesca predatória, que, na busca do lucro imediato, não
respeita, em muitos casos, o período de reprodução das espécies, fato que minimamente garantiria a
reposição dos estoques.
O mar também sofre a partir das terras costeiras. Grupos imobiliários promovem a ocupação irregular
de áreas litorâneas pela construção de casas, condomínios e hotéis em áreas de manguezal, alterando
o equilíbrio ambiental.
É importante lembrar que os oceanos são fundamentais para o equilíbrio ecológico de todo o planeta.
Eles concentram 97% das águas e produzem cerca de -:1\6 do oxigênio da atmosfera, além de serem os
principais responsáveis pela recomposição dos estoques de água doce, graças à umidade que geram.
Por todos - es fatores, os oceanos são fundamentais para a manutenção das características climáticas
do planeta.
A degradação do solo geralmente é causada pela associação de situações climáticas extremas, como
a seca ou o excesso de chuvas, com práticas predatórias, como o desmatamento de áreas florestais, a
expansão das pastagens, a utilização intensiva de agrotóxicos e a mineração descontrolada.
Essas atividades alteram e destroem a cobertura vegetal natural do solo, deixando-o exposto à ação
das intempéries como o vento e a chuva, que gradualmente desgastam o solo desnudo de vegetação.
Esse processo erosivo pode evoluir, e a rocha bruta, base do solo, chegar a ficar exposta. Quando
isso ocorre, está se iniciando o processo de desertificação.
O manejo agrícola inadequado é um dos grandes responsáveis pela degradação dos solos. Quase
metade das áreas agrícolas do planeta tem algum problema que afeta a sua produção de alimentos.
Esse problema está longe de ser somente ambiental. Ele tem profunda relação com a sociedade e a
economia, uma vez que a perda de grãos com a desertificação chega a mais de 20 milhões de toneladas,
cifra suficientemente grande para atenuar o problema da fome no mundo.
As consequências nefastas da degradação do solo afligem também grandes contingentes
populacionais. Calcula-se que 30 milhões de pessoas morreram, nas últimas décadas, de fome
ocasionada pelo esgotamento de suas áreas naturais, e mais de 120 milhões realizaram o êxodo rural
nos últimos 50 anos.
As soluções para esse problema passam sempre pela alteração do modelo produtivo ou pela aplicação
de enormes recursos financeiros na recuperação de áreas.
Em 1994 foi assinada a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação. A principal
decisão foi a aplicação de vastos recursos financeiros para promover a educação ambiental,
principalmente em sociedades agrárias, para que estas sejam reprodutoras das práticas e dos
conhecimentos voltados à conservação dos solos.
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sensivelmente a poluição da água, do ar e do solo. Mesmo assim, a quantidade de lixo reciclada é muito
pequena perante a total.
Uma das soluções que podem ajudar a solucionar esse problema é a coleta seletiva de lixo, ou seja,
o processo pelo qual se separam os materiais encontrados no lixo. Essa separação é fundamental para
o reaproveitamento dos resíduos, pois a coleta potencializa o reaproveitamento dos materiais. A
reciclagem passou a ser uma obrigação em função do enorme volume de. Do que a sociedade produz.
Um cidadão estadunidense produz quase 800 quilos de resíduos sólidos por ano. O surgimento de
novas mercadorias, o desperdício de matérias por falta de urna efetiva educação ambienta1 e o uso de
produtos descartáveis industrializados são os principais responsáveis pela contínua tendência de
expansão desse índice. Segundo os estudos mais recentes, cada tonelada reciclada resulta em uma
economia de 500 dólares. A fabricação de papel reciclado, por exemplo, consome 74% menos energia
que a produção de um papel novo.
O Japão reutiliza 50 de seu resíduo sólido e desenvolveu processos de reutilização das águas do
chuveiro no vaso sanitário. Nos Estados Unidos e na Europa, as autoridades estão eliminando os aterros
sanitários - em que o lixo acumulado acaba contaminando o solo e a água subterrânea - ao mesmo tempo
que estimulam a instalação de usinas de reciclagem. Desde 2006, a União Europeia exige dos fabricantes
de automóveis e motocicletas que se responsabilizem pelo destino final de 85 do material dos veículos.
A chuva ácida
A atmosfera, como vimos, vem sendo contaminada por compostos químicos como o enxofre e o
nitrogênio, que vão se concentrando no vapor de água e, consequentemente, nas nuvens. Estas, quando
muito carregadas, despejam uma chuva extremamente ácida.
Até a década de 1990, a chuva ácida era comum apenas nos países de industrialização mais antiga,
mas depois, com a expansão mundial do processo industrial, ela passou a ocorrer em grande quantidade
também na Ásia, em países como China, Índia, Tailândia e Coreia do Sul, que hoje são os grandes
responsáveis pela emissão de óxido nitroso (NO) e dióxido de enxofre (S02). Grande parte desse
problema foi surgindo conforme a produção industrial se expandia. Isso significou maior uso de
termelétricas que geram energia por meio do carvão e do petróleo (combustíveis altamente poluentes),
maior circulação de carros e outros meios de transportes.
Nos últimos anos há incidência de chuva ácida praticamente em todo o mundo. Em alguns lugares
onde não existem atividades industriais poluentes, ela ocorre em razão do deslocamento das massas de
ar vindas de países emissores de poluição.
Entre as consequências da chuva ácida, destacam-se:
• alteração da composição do solo e das águas, tanto dos rios quanto dos lençóis freáticos;
• destruição da cobertura florestal. No Brasil, isso é visível em trechos das encostas da Serra do Mar
nas proximidades de Cubatão, no litoral de São Paulo, importante polo industrial petroquímico que já foi
conhecido mundialmente pela péssima qualidade do ar;
• contaminação das lavouras;
• corrosão de edifícios, estátuas e monumentos históricos.
As razões do aumento da temperatura do planeta ainda geram muitos debates entre os cientistas.
Causas naturais e provocadas pelos seres humanos têm sido propostas para explicar o fenômeno. A
principal evidência do aquecimento vem das medidas de temperatura de estações meteorológicas em
todo o globo desde 1860. Os dados mostram que houve um aumento médio da temperatura durante o
século XX. Para explicar essas mudanças, os cientistas usam ainda evidências secundárias, como a
variação da cobertura de gelo e neve em certas áreas, o aumento do nível dos mares e das quantidades
de chuvas, entre outras.
Diversas montanhas já perderam enormes áreas geladas e nevadas, e a cobertura de gelo no
Hemisfério Norte na primavera e no verão também diminuiu drasticamente.
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O aumento da temperatura global pode levar um ecossistema a graves mudanças, forçando algumas
espécies a sair de seus hábitats, invadindo outros ecossistemas, ou potencializando a extinção.
Outra situação que causa grande preocupação é o aumento do nível do mar, de 20 a 30 em por década.
Algumas ilhas no Oceano Pacífico já sofrem com esse problema.
Deve-se lembrar que a subida dos mares ocorre principalmente por causa da expansão térmica da
água dos oceanos, ou seja, as águas dilatam; no entanto, as preocupações com o futuro incluem também
o derretimento das calotas polares e dos glaciares, que guardam enormes quantidades de água na forma
de gelo. Alguns cientistas afirmam que as mudanças podem ocorrer de forma sutil e mesmo imperceptível.
Tudo isso leva a uma situação preocupante. Previsões feitas pela ONU alertam que entre 50 e 100
milhões de pessoas podem abandonar suas casas temporária ou definitivamente por problemas
relacionados a questões ambientais nas próximas décadas, tornando-se refugiados ambientais. Nesses
números estão incluídos grupos humanos, comunidades inteiras que serão levadas a migrar em razão da
poluição das águas, de enchentes, do desgaste dos solos, do fim da disponibilidade de peixes e da subida
do nível dos oceanos. É certo que essa situação exigirá~ uma legislação internacional, uma vez que
países e regiões inteiras vão ser evacuados, e os refugiados poderão ser levados em circunstâncias
emergenciais a outros países.
Segundo o geógrafo Milton Santos, o território nacional é o espaço de todos os habitantes de um dado
Estado. Uma vez usufruído pelos indivíduos, esse território constitui, em última análise, o próprio e paço
geográfico.
Entretanto, a construção do território se dá pela mediação entre o mundo e o lugar onde, afinal,
vivemos cotidianamente. Por exemplo, a formação do território brasileiro, que hoje abriga uma enorme
quantidade de lugares, foi iniciada pela colonização imposta pela metrópole portuguesa, no século XVI.
A partir daí, diversas atividades econômicas passaram a moldar o espaço geográfico brasileiro.
Com base nessas premissas, o espaço geográfico brasileiro tem sido construído e reconstruído a todo
instante, muitas vezes em detrimento das reais necessidades de sua população.
Referências Bibliográficas:
TAMDJIAN, James Onning. Geografia: estudos para compreensão do espaço. 2ª edição. São Paulo: FTD.
Questões
01. (FGV-RJ) A partir da segunda metade do século passado, a mobilização em torno do ambiente foi
divulgada e se consolidou por meio de estudos e das cúpulas, ou das conferências internacionais.
Sobre essas conferências, pode-se afirmar:
I. A primeira grande conferência internacional convocada especificamente para a discussão da
problemática ambiental ocorreu em Estocolmo, em 1972.
II. Na Rio-92, foram divulgadas as convenções sobre Mudanças Climáticas e sobre Diversidade
Biológica, que figuram na agenda ambiental internacional.
III. Na Rio+20, que ocorreu no Rio de Janeiro, em 2012, todos os países participantes ratificaram o
novo Protocolo de Kyoto, aderindo à nova ordem ambiental internacional.
Está correto o que se afirmar em
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e II, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
02. (UFPR) O Brasil sediou, no mês de junho de 2012, a Conferência Rio+20, voltada às preocupações
da relação entre sociedade e natureza, entre desenvolvimento e meio ambiente. Considerando as
questões ambientais contemporâneas e os fóruns internacionais de debates e decisões acerca da relação
entre meio ambiente e desenvolvimento das últimas décadas, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) A realização das grandes conferências mundiais sobre meio ambiente e desenvolvimento evidencia
que a resolução dos problemas ambientais do planeta passa, essencialmente, pela esfera política.
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(B) As grandes conferências mundiais sobre meio ambiente e desenvolvimento datam dos últimos
quarenta anos, aproximadamente, período no qual a degradação ambiental passou a ameaçar o
desenvolvimento econômico mundial.
(C) Na conferência Rio+20, a principal divergência de posições colocou em evidência o antagonismo
entre os defensores da economia verde e os defensores do desenvolvimento ecologicamente sustentável.
(D) As convenções da Biodiversidade e das Mudanças Climáticas Globais, associadas às convenções
da Amazônia e da Mata Atlântica (brasileiras), foram ratificadas pelos países-membros da ONU na última
década.
(E) O desenvolvimento sustentável, proposto pela Comissão Brutland nos anos oitenta, constitui-se
numa perspectiva de reorientação da produção econômica moderna considerando as bases ecológicas
do planeta.
03. (FGV-RJ)
A próxima conferência internacional do clima, em Durban, na África do Sul, centrará seu foco no destino
do Protocolo de Kyoto. [ ... ] Se não for renovado, expira em 2012. Durban é a última oportunidade de
salvar Kyoto. Sem ele, desaparece o único acordo climático internacional que existe.
A decisão tem dia marcado: 9 de dezembro. É quando termina a Cop-17, o encontro anual que reúne
negociadores do mundo todo para discutir um acordo climático internacional, desta vez, na África do Sul.
<http://clippingmp.planejamento. gov. br/cadastroslnoticiasl2011 18/1 01 futuro-do-protocolo-de-
kyoto-sera-prioridade-nacupula-do- clima/?searchterm=Clima20Kyoto>.
Sobre o Protocolo de Kyoto, mencionado na reportagem, assinale a alternativa correta:
(A) Afirma o princípio da responsabilidade comum, estabelecendo metas de redução obrigatória das
emissões de gases de efeito estufa para todos os países signatários.
(B) Não foi ratificado pelos Estados Unidos, um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do
mundo.
(C) Criou um sistema de comércio de créditos de carbono válido apenas entre os países
industrializados: o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
(D) Entrou em vigor em 2008, quando ocorreu a adesão de dois países que figuram entre os maiores
emissores de poluentes: a índia e a China.
(E) Considera apenas os níveis atuais de emissão, eximindo os países industrializados da
responsabilidade sobre o estoque de gases estufa presente na atmosfera.
5. (UespiPl) Um dos desastres ambientais mais destacados, existentes na superfície terrestre, ocorreu
no mar de Aral, localizado entre o Uzbequistão e o Cazaquistão. Esse corpo líquido ocupava uma área
de aproximadamente 68.000 km2• Atualmente possui, segundo cálculos divulgados internacionalmente,
apenas 10 do volume de água que continha.
O que explica esse fato?
a) O aquecimento global, que provocou o aumento considerável da evaporação na região.
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b) O desvio dos rios Amu e Syr para irrigar lavouras da ex-URSS.
c) A transposição das águas do rio Volga para as áreas secas da Europa Oriental.
d) A utilização maciça das águas para o consumo humano, mediante a dessalinização intensa.
e) A alteração climática verificada na ex-URSS, durante as décadas de 1950 e 1960, que acarretou
mudança nos regimes fluviais.
6. (UERJ) O acesso das populações a água potável é um dos indicativos do nível de desenvolvimento
e das condições de vida das sociedades no mundo contemporâneo.
A associação adequada entre o espaço geográfico e dois fatores que influenciam o percentual de
acesso de sua população a água potável está indicada em:
a) Austrália - alta renda per capita/regularidade do regime de chuvas.
b) África Central - elevada mortalidade/insuficiência da bacia hidrográfica.
c) América do Norte - política de inclusão social/erradicação de agentes poluentes.
d) Europa Ocidental - estabilidade demográfica/qualidade dos sistemas de saneamento.
07. (PRODAM/AM – Engenharia Elétrica – FUNCAB) Usinas de geração hidroelétrica podem causar
problemas ambientais como:
(A) emissão de CO2.
(B) permitir o controle de inundações.
(C) permitir que os rios se tornem navegáveis.
(D) perda de um sistema natural de drenagem.
(E) dependência de fatores climáticos.
Para além do aquecimento global, o Secretário chama a atenção para os atuais problemas ambientais
relativos à
(A) cultura de massa.
(B) produção flexível.
(C) economia de mercado.
(D) ideologia ecológica.
(E) diversidade biológica.
Respostas
07. Resposta: D.
As usinas hidrelétricas costumam provocar um outro tipo de impacto ambiental: as represas artificiais
formadas pelas barragens dos rios ocasionam a expulsão de algumas cidades, povoados e florestas, e
até a perda de solos cultiváveis e de material arqueológico, de riquezas pré-históricas que podem existir
no subsolo da área alagada.
08. Resposta: E.
A diversidade biológica ou biodiversidade é o grau de variação da vida. Definida em termos de genes,
espécies e ecossistemas. No seu uso comum, o termo é usado para descrever o número e a variedade
dos organismos vivos.
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4. GEOGRAFIA DO BRASIL 4.1. A natureza brasileira (relevo,
hidrografia, clima e vegetação). 4.2. A população: crescimento,
distribuição, estrutura e movimentos. 4.3. As atividades econômicas:
industrialização e urbanização, fontes de energia e agropecuária. 4.4.
Os impactos ambientais
Clima:
Situação geográfica:
A maior parte do território brasileiro (92%) localiza-se na zona intertropical, sendo cortado, ao sul (SP,
MS, PR), pelo Trópico de Capricórnio. Nesta zona climática estão as maiores médias térmicas do planeta.
No entanto, deve-se lembrar que o Brasil também é atravessado pelo Equador (AP, AM, RR, PA),
apresentando 93% de sua superfície no Hemisfério Sul, que se caracteriza por um relativo equilíbrio entre
massas continentais e massas oceânicas, justificando temperaturas mais amenas e maior umidade.
Classificação climática:
Segundo Lísia Bernardes, existem no Brasil cinco tipos climáticos principais:
Equatorial:
Abrange a maior parte da Amazônia Brasileira. Apresenta temperaturas elevadas o ano todo, pequena
amplitude térmica anual, chuvas abundantes e bem distribuídas durante o ano todo (2.000 – 3.000
mm/ano);
Tropical:
Tipo climático predominante no Brasil (Centro-Oeste, Meio-Norte, maior parte da Bahia e Agreste).
Apresenta temperaturas elevadas (verão 25ºC, inverno 21ºC), com duas estações bem definidas: verão
chuvoso e inverno seco;
Tropical de altitude:
Abrange o domínio de mares de morros no Sudeste (maior parte de Minas Gerais e trechos do Espírito
Santo, Rio de Janeiro e São Paulo). É um clima mesotérmico, com temperaturas amenas (verão 25ºC,
inverno 18ºC) e com chuvas concentradas no verão;
Semiárido:
Característico do Sertão Nordestino, abrangendo o Vale Médio do São Francisco e norte de Minas
Gerais, apresenta temperaturas elevadas (superiores a 25ºC), chuvas escassas e irregulares.
Caracterizado pelas estiagens bem pronunciadas;
Subtropical:
Predominante na porção meridional do Brasil (parte de São Paulo, Paraná, além de Santa Catarina e
Rio Grande do Sul). Mesotérmico, com temperaturas amenas, apresenta grande amplitude térmica (verão
25ºC, inverno 15ºC) e chuvas distribuídas regularmente durante o ano todo, sem estação seca, com
índices pluviométricos entre 1.700/1.900 mm/ano.
Paisagens Vegetais:
A distribuição dos vegetais na superfície terrestre está intimamente relacionada com as caraterísticas
climáticas de cada lugar, havendo até quem afirme que a vegetação é o reflexo do clima.
Assim, para analisar a distribuição das principais formações vegetais brasileiras, é preciso considerar
também os diversos domínios climáticos existentes no país.
A vegetação brasileira:
Entre outras classificações de nossa vegetação, uma das mais didáticas (proposta pela geógrafa Dora
Amarante Romariz) é a que identifica no Brasil quatro grandes formações vegetais: florestais, complexas,
campestres e litorâneas).
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Formações Florestais:
Segundo suas características, as formações florestais classificam-se em dois tipos: latifoliadas e
aciculifoliadas.
As latifoliadas caracterizam-se pela presença de árvores que têm folhas largas e que se agrupam
densamente. Quase todas atingem grande altura e abrigam sob suas copas árvores menores, arbustos
e herbáceas. Distribuem-se amplamente no Brasil, graças ao predomínio de climas quentes e úmidos.
As aciculifoliadas compõem-se de espécies com folhas pontiagudas, adaptadas às baixas
temperaturas. No Brasil, ocorrem especialmente nas áreas mais elevadas da bacia do Paraná, onde se
verifica o clima subtropical, com verões brandos.
Formações Complexas:
As formações complexas correspondem aos domínios do cerrado, da caatinga e do Pantanal, onde
extratos arbóreos, arbustivos e herbáceos convivem na paisagem:
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O Cerrado:
Também denominado savana-do-brasil, o cerrado é a segunda formação vegetal mais extensa do país.
Ocupava originariamente quase 25% do nosso território, mas vem se reduzindo cada vez mais.
Típico de áreas de clima tropical com duas estações bem marcadas – verão chuvoso e inverno seco -
, aparece em quase todo o Brasil Central, isto é, na Região Centro-Oeste e arredores, como o sul do Pará
e do Maranhão, o interior de Tocantins, o oeste da Bahia e de Minas Gerais e o norte de São Paulo.
Caracteriza-se pelo domínio de pequenas árvores e arbustos bastante retorcidos, com casca grossa,
geralmente caducifólios (cujas folhas caem, impedindo o vegetal de perder água) e com raízes profundas.
Sua origem é uma incógnita: alguns a atribuem ao clima com alternância entre as estações úmida e
seca durante o ano; outros, ao solo extremamente ácido e pobre; outros, ainda, à ação conjunta desses
dois fatores. Além disso, deve-se levar em conta a ação humana: certos tipos de cerrado resultam da
realização de queimadas sucessivas num mesmo local. Em escala mais ampla, o aproveitamento
econômico dos domínios do cerrado vem destruindo a vegetação natural para a prática da pecuária e da
agricultura comercial mecanizada (cultivo de soja).
A Caatinga:
A caatinga, formação típica do clima semiárido do sertão nordestino, ocupa cerca de 11% do território
brasileiro. É composta por plantas xerófilas (como as cactáceas, com folhas em espinhos), caducifólias e
pela carnaubeira, cujas folhas se recobrem de uma cera que evita a transpiração.
O principal uso econômico dos domínios da caatinga é a agropecuária, que apresenta baixos
rendimentos e afeta negativamente o equilíbrio ecológico. Seria preciso adotar técnicas de uso do solo
mais racionais do que as empregadas hoje e expandir a construção de açudes e de canais de irrigação,
para impedir uma provável desertificação, a médio ou longo prazo, do já muito seco sertão nordestino.
O Pantanal:
O Pantanal, uma grande depressão localizada no interior de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul,
com altitude média de 100m acima do nível do mar, tem uma porção inundável em que apenas nas
estiagens de inverno se desenvolve vegetação – uma formação rasteira apropriada à prática da pecuária.
Na sua porção de alagamento eventual, à vegetação rasteira misturam-se arbustos. Nas áreas altas,
encontramos espécies típicas dos cerrados, que, em alguns pontos mais úmidos, misturam-se as
espécies arbóreas da floresta tropical.
A economia tradicional do Pantanal sempre foi a pecuária, praticada em harmonia com o ambiente,
sem destruí-lo. Mais recentemente, porém, a região tornou-se objeto de novas formas de ocupação:
envolvendo o investimento de grandes capitais, a implantação da agricultura comercial, a utilização de
agrotóxicos e a construção de estradas, com a barragem das águas realizada por pontes, têm ocasionado
sérios desequilíbrios ecológicos. Além desses problemas, surgiram outros, como a caça ilegal de jacarés
e a pesca predatória, especialmente na piracema.
Formações Herbáceas:
As formações herbáceas – também denominadas campestres -, compostas de vegetação rasteira, com
gramíneas e pequenos arbustos, são encontradas em todas as regiões brasileiras e diferenciam-se de
acordo com as características climáticas e pedológicas (do solo) das áreas de ocorrência, que são:
* os campos meridionais, destacando-se a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul – onde se
encontra a área de gramíneas mais extensa e homogênea (denominada “campos limpos”) – e os Campos
de Vacaria, em Mato Grosso do Sul. A pecuária é a atividade econômica mais comum nessas regiões;
* os campos da Hileia, que correspondem às áreas inundáveis da Amazônia oriental, como o litoral
do Amapá, a ilha de Marajó e o Golfão Maranhense;
* os campos de altitude, na serra da Mantiqueira (no Sudeste) e na região serrana dos Planaltos
Residuais Norte-Amazônicos, chamados Campos de Roraima (na Amazônia).
Formações Litorâneas:
As formações litorâneas estendem-se por toda a costa brasileira e apresentam constituições variadas,
condicionadas ao tipo de solo e ao nível de umidade:
* nos mangues, há vegetais adaptados à intensa salinidade e à falta de oxigenação do solo, em áreas
alagadas periodicamente pelas águas do mar. São arbustos misturados a espécies arbóreas, quase
sempre de tronco muito fino e raízes aéreas. É nos mangues que se pratica a extração de caranguejos
como atividade econômica;
* nas restingas, misturam-se espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, como a aroeira-de-praia e
o cajueiro, favorecendo a formação de dunas;
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* nas dunas, são comuns vegetais rasteiros, com raízes profundas e grande extensão horizontal,
formando verdadeiros cordões vegetais;
* nas praias, são comuns as espécies halófilas, que proliferam em lugares ricos em sal, como a salsa-
de-praia e o jundu, vegetação arbóreo-arbustiva do litoral paulista.
Problemas Ambientais:
Como todos os países do mundo, o Brasil também registrou uma intensa destruição do meio ambiente
ao longo de sua história. E as causas de tal destruição estão vinculadas intimamente ao modelo de
desenvolvimento econômico adotado desde o início da colonização. Aqui, da mesma forma que nos
países mais desenvolvidos, a busca do lucro foi sempre prioritária, em detrimento da natureza.
A expansão da agricultura demonstra, mais claramente do que qualquer outro processo, esse perverso
mecanismo de destruição. Em geral, o caminho para a implantação da imensa maioria dos cultivos é
aberto por um desmatamento descontrolado. Assim aconteceu com o cultivo da cana-de-açúcar na Zona
da Mata nordestina, durante o século XVI, quando foi devastada grande parte da Mata Atlântica; com o
cultivo do café em São Paulo, no século XIX, que repetiu essa mesma destruição no Sudeste; com o
cultivo da soja no Centro-Oeste, que em pouco mais de três décadas alterou radicalmente o ecossistema
do cerrado.
Os campeões da Biodiversidade
Apenas 17 das 200 nações existentes no mundo conseguem reunir 70% da diversidade biológica
do planeta. Países como o Brasil, Colômbia, Peru, Venezuela, Indonésia e Malásia, por possuir
grandes porções de florestas tropicais em seus territórios, concentram a maior parte da biodiversidade
terrestre.
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Formas de Poluição:
Legislação Ambiental
Preservação:
Impede qualquer interferência humana em um dado ambiente para evitar dano, degradação ou
destruição dos ecossistemas, áreas geográficas definidas ou espécies animais e vegetais.
Conservação:
Prevê o manejo sustentável, isto é, a exploração econômica de recursos de uma região, desde que
seja baseada em pesquisas e levantamentos e feita de acordo com certas normas e treinamento
específico, além de respeitar a legislação em vigor.
Poluição Sonora – principalmente nos grandes centros urbanos, dores de cabeça, mal-estar e
redução auditiva;
Poluição Visual – causada pelo excesso de placas, propagandas, outdoors, que tiram a atenção
principalmente dos motoristas, pode ser um dos motivos de acidentes de trânsito.
Extinção de Espécies e Desmatamento:
São estimados no mundo cerca de 5 milhões e 15 milhões, respectivamente, de exemplares de flora
e de fauna incluídos os microrganismos. Desse total, de 4 a 8 milhões seriam insetos, 300 mil plantas e
50 mil animais vertebrados, 10 mil aves, 5 mil anfíbios e 4 mil mamíferos.
O desmatamento, a caça e a pesca predatórias colocam em risco essas espécies.
O crescimento econômico e demográfico ampliam a demanda de espécies e pressionam a extinção.
* Mamíferos:
Ariranha, jaguatirica, lobo-guará, mico-leão-dourado, muriqui, onça-pintada, tamanduá-bandeira, tatu-
canastra, uacari-vermelho, veado-campeiro.
* Répteis:
Lagartixa-de-areia, tartaruga-de-couro, tartaruga-de-pente, tartaruga-verde.
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derrubadas, restando pequenas amostras, geralmente em áreas de preservação ambiental, nos Estados
do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.
Essa árvore faz parte de uma complexa formação florestal, a Mata Atlântica, que foi o primeiro
elemento do ambiente brasileiro agredido pela ocupação humana.
A Mata Atlântica estende-se sobre um relevo de morros baixos, formação conhecida como “mares de
morros”. Dada a sucessiva ondulação do terreno, as árvores constituiriam uma proteção contra
deslizamentos de terra provocados por chuvas fortes. Posteriormente, esses morros não dispunham mais
dessa capa protetora de vegetação.
As últimas áreas de Mata Atlântica do interior de São Paulo foram destruídas pela expansão acelerada
da cafeicultura, na segunda metade do século XIX e no início do século XX.
Para fortalecer a fiscalização, surgiram diversas ONGs (organizações não-governamentais) que lutam
para implantar formas de manejo adequadas a essa região. Uma das mais conhecidas é a SOS Mata
Atlântica, que se transformou em uma entidade muito forte e organizada.
A questão Amazônica
Durante séculos, essa imensa parcela do espaço brasileiro representou uma fronteira preservada e
praticamente desabitada, a ser conquistada pela “civilização” que se ergueu no Centro-Sul do país.
Seus primeiros habitantes já haviam estabelecido uma forma equilibrada de relacionamento com a
gigantesca floresta. Se compararmos a sua forma de ocupação com aquela que viria a ser imposta por
nossa sociedade ocidentalizada, podemos observar que os índios viviam em harmonia com seu espaço.
As primeiras incursões de grande porte ocorreram no final do século XIX e início do século XX,
motivadas pela exploração da Hevea brasiliensis (seringueira). A região recebeu nessa época um grande
contingente de pessoas, mas as picadas (nome popular de uma trilha em ambiente florestal) e as poucas
estradas não resultaram em grande devastação. Podemos afirmar que até meados da década de 1970 a
Amazônia permaneceu preservada.
Nessa década, os governos militares brasileiros, segundo a doutrina de Segurança Nacional elaborada
por eles, acreditavam que era necessário ocupar a fronteira norte do país, pois temiam que, se
continuasse desabitada (os indígenas, numerosos na região, não eram levados em conta), a região
amazônica constituiria um grave risco estratégico.
Por isso foi implementado um plano de ocupação e aproveitamento da região. Em linhas gerais,
destacam-se os seguinte pontos:
* Criação da zona franca de Manaus;
* Promoção de uma reforma agrária;
* Construção da Transamazônica;
* Implantação de grandiosos projetos de exploração agrícola mineral.
Esse conjunto de iniciativas promoveu o “descobrimento” dessa importante parcela do território
nacional. Em meados da década de 1970 muitos agricultores do Sul dispuseram-se a emigrar para as
terras mais baratas do Centro-Oeste e para as bordas da Floresta Amazônica propriamente dita, fato que,
infelizmente, contribuiu de forma decisiva para agravar a devastação da área.
Na década de 1980 muitos grupos econômicos, especialmente empresas multinacionais e
especuladores, desencadearam o loteamento e a exploração desse importante conjunto de terras
florestadas. Vários desses grupos são madeireiras, que continuam devastando gigantescas áreas em
pouco tempo e criando imensas clareiras na floresta.
Na década de 1990, esse processo de degradação se acelerou devido à chegada de grandes
madeireiras da Malásia e da Indonésia. Sentindo o esgotamento dos recursos na Ásia, essas empresas
passaram a atuar na Amazônia, associando-se a grupos brasileiros e japoneses.
Já no século XXI grandes empresas de mineração ainda destruíam a cobertura vegetal para explorar
o subsolo. Nem sempre seus dirigentes consideravam a necessidade de recompor a área.
O caráter predatório da agricultura e da pecuária itinerante também agride a floresta por meio das
queimadas, técnica antiquada para abrir espaços de forma rápida para o plantio e a criação.
Em muitos lugares a devastação está ligada à obtenção de carvão vegetal. Além disso, segundo muitas
denúncias e vários flagrantes policiais, essa atividade ainda utiliza trabalho escravo e trabalho infantil.
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De qualquer modo, a floresta continua correndo grave risco. Até 1970, somente 2% da mesma havia
desaparecido. Passados pouco mais de trinta anos, aproximadamente 20% já estavam devastados.
Esse rico ambiente bio diverso, posteriormente passou a gerar a cobiça de novos grupos econômicos.
O desenvolvimento da biotecnologia desviou para a Amazônia a atenção de inúmeros laboratórios e
órgãos de pesquisa de países ricos. Tais instituições têm o conhecimento de que o ambiente amazônico
contém plantas ainda pouco estudadas, om imenso potencial para a produção de medicamentos.
Apesar das dificuldades, tem-se desenvolvido uma consciência em relação a essa questão no Brasil.
Desde os anos de 1980, o líder seringueiro Chico Mendes, assassinado em 1988, fazia seguidas
denúncias sobre a atuação de fazendeiros e especuladores na região. Segundo Chico Mendes, os
mesmos eram a ponta-de-lança do grande capital, que vinha em busca de madeira, minérios e produtos
medicinais.
Assim, a partir de suas denúncias, surgiu a ideia de criar as chamadas reservas extrativistas, que
visavam alcançar o que atualmente chama-se desenvolvimento autossustentado ou desenvolvimento
sustentável.
Trata-se de garantir a exploração de recursos florestais para as populações locais, que tem
conhecimento e respeito do ritmo de regeneração das plantas e, portanto, são capazes de explorar
tais recursos sem devasta-los.
A questão da Água
Em nível mundial, é provável que a água tenha se tornado a questão mais debatida em todos os fóruns
de discussão sobre o meio ambiente. No Brasil, dois problemas têm gerado uma crescente preocupação
da sociedade: a deterioração sistemática dos recursos hídricos e sua crescente escassez.
A deterioração da qualidade dos recursos hídricos, especialmente nos rios e represas, é causada
principalmente pela poluição. Esta, por sua vez, tem como origem principal os esgotos urbanos e os
rejeitos agrícolas.
Os esgotos urbanos são produzidos tanto pelas residências quanto pelas empresas, principalmente
pelas indústrias.
A escassez da água tem como causa principal o mau uso desse recurso, especialmente o desperdício.
Outras causas são a ocupação das áreas de mananciais por loteamentos irregulares e a destruição das
matas que protegem as nascentes dos rios. Além disso, a expansão acelerada da agricultura tem
promovido a devastação da mata ciliar, a floresta nativa que acompanha o curso dos rios. Sem essa
vegetação, as margens dos rios ficam expostas à erosão pelas enxurradas, são destruídas e acarretam
o assoreamento dos leitos, que constitui a principal causa de diminuição do volume de água nos rios.
Os portos de areia, áreas de extração muito comuns nas várzeas dos rios que drenam terrenos
sedimentares, também causam assoreamento. Nessas várzeas de onde se extrai areia o rio forma
meandros e, portanto, fica mais lento, reduzindo sensivelmente o volume de água a jusante.
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Poluição litorânea
A pior agressão à biomassa litorânea tem sido a ocupação humana do litoral. O crescimento das
cidades na faixa costeira foi uma das marcas do processo de ocupação do território no Brasil, onde
concentrava-se a maior parte da população.
Os grandes e pequenos aglomerados que lá se instalaram quase sempre comprometem a diversidade
da vida e o equilíbrio do ambiente. Em muitos pontos da costa, as cidades litorâneas se desenvolveram
sem nenhum planejamento, e a rede de água e esgoto não foi suficientemente organizada para apresentar
um modelo satisfatório de qualidade d vida.
Uma das situações mais graves envolve a sobrevivência dos manguezais, formações vegetais que se
erguem nas áreas de encontro entre as águas dos rios e do mar, um ambiente muito rico para a
reprodução de inúmeras espécies. Os solos extremamente permeáveis, constituídos por uma profunda
camada de lama, permitem o desenvolvimento de plantas de médio porte, criando um bioma único, cujos
ecossistemas têm equilíbrio muito frágil.
Aterros sanitários:
Têm resíduos compactados e cobertos com terra, sã ode baixo custo, mas se não forem bem
administrados, podem se transformar em depósitos de ratos e insetos;
Incineração:
Transforma o lixo em cinzas, diminui o volume, mas tem um alto custo e a fumaça polui o ar;
Compostagem:
Consiste em transformar restos de comida, esterco de animais e podes de árvores em adubo;
também reduz o volume e pode ser usada como cobertura para aterros sanitários, mas o processo é
lento, e os gases que produz exalam mal cheiro;
Reciclagem:
Considerada a solução ideal pelo governo e por ecologistas, consiste no processamento e
reaproveitamento de determinados produtos. Mas, para tanto, algumas providências terão de ser
tomadas, como a coleta seletiva, reutilização de vasilhames, latas, sacolas, doação do que não se
usa, não atirar as coisas aleatoriamente, entre outras medidas.
Desertificação
É o empobrecimento dos ecossistemas áridos ou sub úmidos em virtude do efeito combinado das
atividades humanas e da seca (Nairóbi, 1077).
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É a degradação das terras áridas e semiáridas e sub úmidas resultante de vários fatores, incluindo
variações climáticas e atividades humanas (Rio/92).
Bibliografia:
ANTUNES, Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: Quadro Natural e Humano. Coleção Objetivo. Editora Sol.
GARCIA, Hélio Carlos; e GARAVELLO, Tito Márcio. Geografia do Brasil. 4ª edição: Anglo.
TAMDJIAN, James Onnig. Geografia geral e do Brasil: estudos para compreensão do espaço. São Paulo: FTD.
Questões
01. (MPOG – Geógrafo – CESPE/2015) O clima do Brasil, fortemente influenciado pela intensidade
de interferência das massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em: equatorial úmido,
tropical seco e úmido, tropical seco, litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados brasileiros
apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção da Bahia que apresenta três tipos.
Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o item que se segue.
No estado do Mato Grosso, predominam os climas equatorial úmido e tropical seco e úmido.
(....) Certo (....) Errado
02. (MPOG – Geógrafo – CESPE/2015) O clima do Brasil, fortemente influenciado pela intensidade
de interferência das massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em: equatorial úmido,
tropical seco e úmido, tropical seco, litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados brasileiros
apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção da Bahia que apresenta três tipos.
Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o item que se segue.
O clima predominante no bioma Pantanal é o equatorial úmido.
(....) Certo (....) Errado
03. (MPOG – Geógrafo – CESPE/2015) O clima do Brasil, fortemente influenciado pela intensidade
de interferência das massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em: equatorial úmido,
tropical seco e úmido, tropical seco, litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados brasileiros
apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção da Bahia que apresenta três tipos.
Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o item que se segue.
Na região litorânea brasileira, que se estende do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, predomina
o clima litorâneo úmido, com chuvas denominadas orográficas, cujo volume atinge médias anuais em
torno de 1.500 mm.
(....) Certo (....) Errado
04. (TJ/PR – Titular de Serviços de Notas e de Registros – IBFC) Acerca dos tipos climáticos do
Brasil, assinale a opção incorreta:
(A) São eles: clima equatorial, tropical, tropical litorâneo, tropical de altitude, tropical semiárido e
subtropical.
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(B) O clima equatorial é encontrado em altas latitudes, nas proximidades da linha do Equador, na
região amazônica e se caracteriza pelas elevadas temperaturas e alta amplitude térmica.
(C) Friagem é a diminuição atípica da temperatura, oriunda de Massa Polar Atlântica, fria e úmida, que
se desloca pela depressão do Chaco, entre a Cordilheira dos Andes e o Planalto Central do Brasil,
alcançando a região Norte do Brasil.
(D) O clima subtropical ou temperado ocorre ao sul do Trópico de Capricórnio e sofre influência da
massa Polar Atlântica, com as quatro estações do ano bem definidas.
06. (Adaptada) Segundo uma organização mundial de estudos ambientais, em 2025, “duas de cada
três pessoas viverão situações de carência de água, caso não haja mudanças no padrão atual de
consumo do produto”.
Uma alternativa adequada e viável para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global,
seria:
(A) Desenvolver processos de reutilização de água.
(B) Explorar leitos de água subterrânea.
(C) Ampliar a oferta de água, captando-a em outros rios.
(D) Captar águas pluviais.
(E) Importar água doce de outros estados.
Respostas
04. Resposta: B.
O clima equatorial é aquele que ocorre a baixas latitudes (ou seja, na região próxima a Linha do
Equador) com a Amazônia.
As principais características das regiões de clima equatorial são a alta temperatura e umidade durante
o ano todo, esta última, resultado dos altos índices de evaporação provocados pela temperatura que fica
em torno de 26°C o ano todo, com muito pouca variação.
05. Resposta:
As características do clima subtropical são:
* Temperatura média anual baixa, oscilando entre 16ºC e 20ºC;
* Amplitude térmica relativamente acentuada;
* Chuvas regularmente distribuídas nas quatro estações;
* índices pluviométricos entre 1.700-1.900mm/anuais.
A existência deste clima no Sul do País está ligada à posição geográfica (região situada ao sul do
Trópico de Capricórnio) e à maior penetração da massa de ar Polar atlântica (mPa).
06. Resposta: A.
Com a tendência do crescimento do consumo per capita e do aumento da população absoluta, a
escassez de água é, nas próximas décadas, algo iminente. A questão não se restringe apenas em ampliar
o volume de água disponível nem remanejar os depósitos conhecidos à disposição, com captação de
água subterrânea ou de lugares distantes. É imperativo utilizar racionalmente os recursos hídricos, e a
reutilização da água é a forma mais viável.
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População Brasileira
Diversos intelectuais buscam definir o que seria o povo brasileiro. Obviamente, essa tarefa não parece
ser uma das mais fáceis, levando em conta a diversidade étnica e cultural da nossa população, além do
processo histórico de povoamento das diversas regiões do país.
Se adotarmos como critério o tempo de ocupação, os indígenas foram os primeiros habitantes do que
hoje é o território brasileiro. Porém, os indígenas dividem-se em diversos grupos étnicos, logo é impossível
afirmar que eles representam uma única nação, pois não possuem os mesmos vínculos históricos e
culturais.
Atualmente representam a menor parcela da população do Brasil e vivem em áreas menores e
diferentes daquelas que ocupavam em 1500. Observe o mapa abaixo.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mapa-dos-Povos-Indigenas-na-Epoca-do-Descobrimento.jpg.
O território do Brasil atual era ocupado exclusivamente por povos indígenas até o início do Século XVI.
Mesmo após a chegada da primeira embarcação portuguesa na região no ano de 1500, comandada por
Pedro Álvares Cabral, a Coroa portuguesa não promoveu nenhuma política concreta de colonização do
local até 1530.
Estima-se que, no final do século XVI, a população branca na Colônia era de cerca de 30 mil
habitantes, concentrada no litoral, especialmente na região correspondente ao atual Nordeste brasileiro,
na época o centro econômico do país. Entre os imigrantes portugueses, estavam: nobres e pessoas ricas
ligadas à produção de açúcar ou à administração da Colônia; membros do clero; aventureiros; e pessoas
condenadas por crimes em Portugal.
Nesse mesmo século, parte da Colônia portuguesa foi ocupada por franceses que se estabeleceram
na região do Rio de Janeiro. Mais tarde, a França também ocupou a região do Maranhão, entre os anos
de 1594 e 1615 – enviando colonos para lá.
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No período colonial, o número de mulheres brancas que imigravam para a Colônia não era muito
significativo – uma vez que as terras na América eram vistas como selvagens e perigosas pelos europeus.
Dessa forma, a Coroa portuguesa enviava garotas órfãs para se casarem com os brancos que aqui viviam.
O pequeno número de mulheres brancas solteiras na Colônia foi um dos motivos que levaram à
miscigenação dos colonos europeus com mulheres indígenas ou negras – que, por serem escravas,
muitas vezes eram forçadas a tal pelos homens brancos. Com isso, ao longo do período colonial, ocorreu
a formação de uma população mestiça na Colônia.
Durante o século XVII, deu-se continuidade ao processo de colonização portuguesa no Brasil, de modo
que a ocupação de territórios no continente avançou para as regiões do Pará e do Maranhão (onde
também ocorreu um intenso processo de miscigenação).
Porém, entre 1630 e 1654, a região de Pernambuco foi ocupada por holandeses e também por judeus,
que imigraram para lá por conta da liberdade religiosa que o governo local lhes propiciava (algo que na
época não costumava acontecer em territórios católicos).
Após a expulsão dos holandeses de Pernambuco, a Coroa portuguesa buscou retomar as políticas de
povoamento, de modo a proteger a Colônia de novas invasões estrangeiras. Estima-se que no final do
século XVI a população branca na Colônia era de cerca de 100 mil pessoas, o que representava cerca
de 30% da população local. O restante era composto por negros, indígenas e mestiços.
Porém, com a descoberta de ouro em Minas Gerais e também nas atuais regiões de Goiás e Mato
Grosso, houve um grande aumento do fluxo migratório de europeus ao longo do século XVIII. Esses
imigrantes mudaram-se para o território brasileiro e povoaram as regiões das minas em busca de metais
preciosos e enriquecimento. Nesse período verificou-se um aumento significativo da população da
Colônia. As estimativas da tabela a seguir indicam que a população local passou a ser de 3,2 milhões de
habitantes no final daquele século.
Com a independência brasileira em 1822, o recém-criado Estado brasileiro tinha como difícil tarefa
manter a sua unidade territorial, combatendo movimentos separatistas. Para isso, era de fundamental
importância a criação de um sentimento nacional – inexistente até então. Em outras palavras, era
necessário que os habitantes das diversas regiões do Brasil se sentissem pertencentes a uma mesma
nação, com os mesmos vínculos históricos e culturais.
Não devemos esquecer que, até a independência brasileira, o sentimento de ser brasileiro não existia.
O único vínculo histórico que os habitantes possuíam era a relação com a Coroa portuguesa. Além disso,
em cada região do território, o processo de povoamento, miscigenação e desenvolvimento econômico e
cultural ocorreu de modo diferente. Ao longo do século XIX, portanto, a preocupação era promover a
construção da identidade brasileira e do entendimento sobre quem era o povo com o qual contávamos
para construir o país.
Até 1888, a sociedade brasileira esteve estruturada com base em relações escravocratas, nas quais
os negros eram considerados socialmente inferiores. Dessa forma, o fato de a população brasileira ser,
em sua maioria, afrodescendentes representava um incômodo para a elite local: branca e culturalmente
vinculada com a Europa.
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Assim como em outros países vizinhos, o debate sobre a construção da identidade nacional no Brasil
envolveu um embate ideológico: valorizar a cultura dos povos originários ou adotar como referência a
cultura europeia. No caso brasileiro, devido aos vínculos culturais da elite local, o modelo cultural europeu
foi adotado como ideal de civilização. Com isso, no século XIX, o Estado brasileiro passou a promover
gradualmente a imigração de colonos europeus, visando “embranquecer” a sua população.
Um dos primeiros fluxos migratórios foi o de colonos alemães para o Sul do país, nos estados do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Em seguida, deu-se início a um intenso processo de imigração
de italianos nessas regiões e, principalmente, no estado de São Paulo.
Devido ao seu grande desenvolvimento econômico a partir da segunda metade do século XIX, São
Paulo passou a receber a maior parte do fluxo de imigrantes estrangeiros nesse período.
Em um primeiro momento, a região recebeu um intenso fluxo de italianos, que foram trabalhar nas
plantações de café no interior do estado. Posteriormente, os imigrantes italianos passaram a se dirigir
para as zonas urbanas em busca de emprego. O principal destino foi a cidade de São Paulo que, devido
ao seu crescimento econômico, possuía maior oferta de trabalho.
A partir do final do século XIX e no início do século XX, São Paulo recebeu diversos fluxos de
imigrantes europeus (entre eles espanhóis, portugueses e judeus), como também de sírios, libaneses e
japoneses. Mais tarde, ocorreria a migração de nordestinos para a região. Essa população tinha como
objetivo trabalhar em diversas atividades econômicas, como agricultura, comércio, indústria e construção
civil.
Atualmente, a população estimada do Brasil é de um pouco mais de 200 milhões de habitantes, número
que o classifica como o quinto país mais populoso do mundo.
Segundo dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes
ao ano de 2014, 51,3% da população brasileira à época, era feminina. Já os homens representavam
48,7% do total de habitantes.
Em relação à distribuição dos habitantes no território brasileiro, pode-se dizer que é um reflexo do
processo histórico de povoamento durante o período colonial, uma vez que há maior concentração nas
regiões onde historicamente houve maior desenvolvimento econômico. O mapa a seguir retrata esse
fenômeno.
Fonte: http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias.html?view=noticia&id=1&idnoticia=2501&busca=1&t=ibge-lanca-mapa-densidade-demografica-2010.
Como é possível notar, a maior parte dos habitantes ainda se concentra nas áreas próximas ao litoral,
principalmente nas regiões Sul e Sudeste, onde se localizam os maiores centros urbanos. O interior do
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país, que envolve grande parte da região Centro-Oeste e, sobretudo, Norte, continua sendo menos
povoado.
Segundo o mapa, é possível verificar que as capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Bahia
e Fortaleza, são áreas de grande concentração populacional. Desde a década de 1960, a maior parte da
população brasileira vive em zonas urbanas.
Dados de 2014 divulgados pelo IBGE indicam que cerca de 85,43% dos habitantes à época, moravam
em zonas urbanas – principalmente nas capitais de estados. Os 14,7% restantes estavam distribuídos
nas zonas rurais. As cidades são as regiões mais povoadas devido à sua maior oferta de emprego.
O crescimento da população brasileira também está vinculado aos variados fluxos migratórios
ocorridos em direção ao território brasileiro – os quais resultaram em diferentes tipos de migração.
Entre o final do século XIX e o início do XX, a região Sudeste do país, sobretudo a cidade de São
Paulo, foi a que recebeu o maior número de imigrantes. Esse fenômeno ocorreu graças ao
desenvolvimento econômico local, que possibilitou a criação de mais ofertas de trabalho. As cidades de
São Paulo e do Rio de Janeiro receberiam, mais tarde, uma grande leva de nordestinos, igualmente
atraídos pelo mercado de trabalho da região.
Devido ao seu processo histórico de povoamento da região e à miscigenação, a população brasileira
possui uma grande diversidade étnica e cultural.
Composição da população brasileira por cor de pele (2013)
Segundo os dados do IBGE apresentados na tabela anterior, a maioria da população brasileira declara
ser ou ter origem predominantemente branca; logo em seguida, há aqueles que afirmam ser pardos, ou
seja, frutos de qualquer mistura envolvendo brancos, indígenas ou negros. Em contrapartida, apenas
8,1% dos entrevistados consideram-se negros, e 0,8%, amarelos (de origem asiática) ou indígenas.
Em relação à distribuição populacional, pode-se dizer que o perfil étnico-cultural dos habitantes varia
consideravelmente de região para região no país. Essas diferenças estão diretamente relacionadas com
os processos de imigração e miscigenação que ocorreram nas diferentes regiões brasileiras a partir do
século XVI.
Na região Sul, por exemplo, a maior parte da população (76,8%) afirma ser de cor branca, o que se
deve em grande parte à imigração europeia na região: portugueses e espanhóis, durante o período
colonial; e alemães e italianos, no século XIX. Devido aos intensos fluxos migratórios que recebeu ao
longo da história, a região Sudeste é a que apresenta maior diversidade em termos raciais. Desde o
século XVIII, com a descoberta do ouro em Minas Gerais, e sobretudo no século XX, o Sudeste recebeu
tantos estrangeiros (europeus e asiáticos) como brasileiros de outras regiões (principalmente
nordestinos).
As regiões Norte e Nordeste são as que apresentam as maiores taxas da população parda (70,2% e
62,5%, respectivamente). No caso do Nordeste, a população parda se destaca. No Norte, a maior parte
da miscigenação ocorreu entre brancos e indígenas, devido às características históricas do povoamento
na região.
O número de indígenas no Brasil é maior nas regiões Norte e Centro-Oeste. Nesta última, a população
é predominantemente branca, parda também em função da miscigenação entre brancos e indígenas, e,
em menor escala, indígena.
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décadas de 1940 e 1950, a população brasileira passou a apresentar uma diminuição de suas taxas de
natalidade e de fecundidade, o que reduziu a sua taxa de crescimento vegetativo.
A diminuição das taxas de natalidade observadas no Brasil indica que a nossa população vem
reduzindo o número de filhos. Esse fenômeno, associado ao aumento da expectativa de vida, tem
provocado um envelhecimento da população brasileira – uma vez que o número de jovens diminui e o
número de idosos aumenta.
A queda das taxas de natalidade no Brasil está relacionada a uma série de transformações culturais e
econômicas. Entre elas, pode-se destacar a inserção das mulheres no mercado de trabalho, o que fez
que muitas delas optassem por ter filhos mais tarde ou não tê-los. Da mesma forma, o elevado custo de
vida nas cidades, onde vive a maioria dos brasileiros, também levou à queda na média de filhos por
família.
Observe os gráficos abaixo, conhecidos como pirâmides etárias. Elas indicam a quantidade de
habitantes, homens e mulheres, em um país, por faixas etárias. As diferentes faixas etárias estão
mostradas no canto esquerdo da imagem. Já o número absoluto de homens e mulheres correspondentes
a cada faixa etária está indicado na parte inferior dos gráficos.
A base dos gráficos representa a quantidade de pessoas jovens no país. Já as partes superiores
mostram a proporção de pessoas mais velhas. Quanto maior (ou mais larga) a base desse gráfico, maior
é a proporção de jovens na população local. A mesma lógica aplica-se às regiões intermediárias e
superiores do gráfico, que representam as populações adulta e idosa, respectivamente.
Os gráficos indicam o perfil da população brasileira em 2013 e quais são as mudanças previstas para
2040 e 2060, com base em estudos feitos pelo IBGE. É possível verificar que o crescimento vegetativo
brasileiro continuará diminuindo progressivamente até a década de 2040. Dessa forma, a população do
país crescerá cada vez menos até esse período. A partir de 2040, espera-se que o número de habitantes
do país diminua, por causa das taxas de natalidade que serão menores do que as de mortalidade,
resultando em um crescimento vegetativo negativo.
Fonte: https://fernandonogueiracosta.files.wordpress.com/2010/12/pirc3a2mides-etc3a1rias-absolutas.png.
A dinâmica demográfica do Brasil torna-se mais compreensível a partir da análise de dois processos
que a compõem:
* Crescimento vertical, mais conhecido como crescimento vegetativo;
* Crescimento horizontal, resultante dos fluxos migratórios internacionais.
O comportamento das populações muda ao longo do tempo, bem como o ritmo de sua dinâmica. Por
isso, o estudo da população sempre acompanha as mudanças históricas.
Geralmente, toma-se como ponto de partida o período posterior à Segunda Guerra Mundial, quando
profundas transformações socioeconômicas afetaram o Brasil, provocando grandes variações na
dinâmica demográfica.
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O Crescimento horizontal de um país resulta da diferença entre o total de imigrantes e o de
emigrantes registrada num dado período. Pode ser, também, positivo ou negativo.
No Brasil, o déficit da previdência aumenta a cada ano, pois, se por um lado há um aumento da
expectativa de vida da população, por outro, há uma grande quantidade de trabalhadores que não são
contribuintes do sistema previdenciário – em 2001, os não – contribuintes perfaziam 50% da população
ocupada em alguma atividade econômica.
Mas a mudança na dinâmica demográfica, por si só, não explica os problemas da previdência social.
O sistema permite alguns milhares de aposentadorias extremamente elevadas ao lado de milhões de
aposentadorias miseráveis.
Além disso, a previdência foi fraudada durante décadas e não são raros os casos de quadrilhas
formadas no Brasil para roubar o sistema previdenciário.
Referências Bibliográficas:
FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São Paulo: Editora AJS, 2015.
Questões
01. (Colégio Pedro II – Segmento do Ensino Fundamental – Colégio Pedro II/2016) A pirâmide
etária representa a estrutura de uma população por gênero e por idade. Observe as pirâmides etárias do
Estado do Rio de Janeiro em dois momentos distintos.
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(D) a queda da TMI em duas décadas possibilitou ao Brasil tornar-se o país com menores TMI em toda
a América Latina.
(E) a diminuição da TMI produz inúmeras consequências, dentre as quais o aumento da base da
pirâmide etária do Brasil.
03. (IBGE – Recenseador – CESGRANRIO) Com relação à expectativa de vida dos brasileiros, os
recenseamentos do IBGE comprovam que, nos últimos anos, verificou-se
(A) retrocesso significativo.
(B) estagnação relativa.
(C) desaceleração abrupta.
(D) aumento progressivo.
05. (IF/SE – Analista – IF/SE) O Brasil já ultrapassou a etapa de elevado crescimento vegetativo e,
sob o impacto da urbanização, apresenta redução contínua das taxas de natalidade. Essa dinâmica da
sociedade brasileira tem repercussões na estrutura etária e exerce influência sobre as políticas públicas.
A partir da reflexão sobre o texto e de seus conhecimentos sobre a sociedade brasileira, aponte a
afirmativa correta:
(A) Atualmente, verifica-se na população brasileira um gradual aumento das taxas de natalidade.
(B) A população brasileira é, hoje, predominantemente urbana e a força de trabalho concentra-se no
setor secundário da economia.
(C) As habitações e o intenso favelamento das cidades diminuíram em face das medidas
governamentais preventivas e das políticas públicas que favorecem a população mais precária.
(D) Com relação às tendências do mercado de trabalho, no Brasil, há uma redução expressiva do
número de pessoas ocupadas no mercado informal do trabalho.
(E) Umas das razões da mobilidade populacional brasileira está na diferença de desenvolvimento
econômico existente entre as várias regiões do país.
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06. (ABIN – Agente de Inteligência – CESPE)
Com auxílio dos dados apresentados no gráfico, que mostra a pirâmide etária brasileira no ano de
2000 e a sua projeção para 2020, julgue o seguinte item.
Observa-se uma previsão de diminuição da população brasileira até 2020.
(....) Certo (....) Errado
07. (ANTT – Especialista em Regulação – CESPE) Julgue o seguinte item, relativo ao perfil da
população brasileira, incluindo suas desigualdades.
Um novo padrão de ocupação do território revela acelerado processo de urbanização e de
concentração da pobreza em áreas urbanas. A atual dinâmica demográfica acentua a concentração
populacional nas grandes cidades e em cidades de porte médio que compõem a rede urbana brasileira,
com o consequente esvaziamento do campo e mudanças na natureza e na concentração da pobreza.
(....) Certo (....) Errado
Respostas
01. Resposta: B.
A expectativa de vida da população brasileira aumentou bastante nos últimos anos. De acordo com o
IBGE, atualmente, a média de vida de um cidadão brasileiro é de 75,5 anos. Vários são os fatores que
propiciaram isso: o crescimento econômico do país, melhor distribuição da renda, melhor acesso aos
sistemas de saúde (tanto público quanto privado), desenvolvimento de novos medicamentos, acesso à
água tratada e esgoto, etc.
02. Resposta: A.
O Brasil alcançou com antecedência mais dois Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)
fixados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para 2015: reduzir pela metade a população sem
acesso a saneamento e em dois terços a mortalidade até cinco anos de idade.
Segundo o relatório nacional, conseguiu atingir a meta em 2011, reduzindo os óbitos de 53,7 para 17,7
em mil.
03. Resposta: D.
A esperança de vida dos brasileiros aumentou, isso segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística). Vários foram os fatores que propiciaram essa ascensão, dentre muitos, o crescimento
econômico do país, acesso à água tratada e esgoto, aumento do consumo, entre outros.
04. Resposta: B.
A partir daquela década, as taxas de crescimento começaram a declinar até atingir 1,6%, conforme
resultados do Censo de 2000 – e continuam em queda.
Esse declínio, deve-se à maior inserção da mulher no mercado de trabalho, à disseminação do uso de
pílulas anticoncepcionais, ao aumento do número de abortos provocados e à esterilização de mulheres,
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entre outros fatores, relacionados ao rápido processo de urbanização que caracterizou o Brasil na
segunda metade do século passado.
05. Resposta: E.
(A) Atualmente, verifica-se na população brasileira uma gradual diminuição das taxas de natalidade.
(B) A população brasileira é, hoje, predominantemente urbana e a força de trabalho concentra-se no
setor terciário da economia.
(C) As habitações e o intenso favelamento das cidades aumentaram em face das medidas
governamentais preventivas e das políticas públicas que favorecem a população mais precária.
(D) Com relação às tendências do mercado de trabalho, no Brasil, há um aumento expressivo do
número de pessoas ocupadas no mercado informal do trabalho.
Atividades Econômicas
Nos primeiros 30 anos depois da chegada dos portugueses ao território brasileiro, Portugal não deu
grande atenção a essas terras.
Na época era prioritário o comércio com o Oriente, cujas especiarias propiciavam lucros muito
elevados. Mesmo assim, nesse período, foram enviadas ao Brasil algumas expedições de
reconhecimento e de defesa: era preciso garantir as novas terras ante a cobiça de outras nações
europeias.
A exploração do pau-brasil
Como os portugueses não encontraram nos primórdios da colonização os tão desejados metais
preciosos, pois as reservas de ouro e de prata estavam longe do mar e dos olhos dos conquistadores –
ao contrário do que ocorreu nas possessões espanholas -, estes decidiram explorar de imediato o que
fosse mais fácil. Começaram, então, a extrair pau-brasil – árvore abundante no litoral, cujo extrato era
usado, na forma de pó, como corante para tecidos.
No entanto, o processo de exploração do pau-brasil mostrou-se extremamente nocivo, uma vez que,
além de não estimular a ocupação efetiva do território, acarretou rápida devastação da Mata Atlântica.
A produção de cana-de-açúcar
Ainda no século XVI, o comércio com o Oriente deixou de oferecer os lucros desejados. Isso estimulou
os governantes portugueses a explorar economicamente as terras do Brasil, cultivando algum produto
que alcançasse grande valor no mercado europeu.
O primeiro produto escolhido para a produção foi o açúcar. Portanto, foi iniciado o plantio de cana-de-
açúcar, produto bastante conhecido dos portugueses, uma vez que já era cultivada por Portugal em
algumas ilhas do Atlântico.
Para viabilizar essa atividade econômica, a partir de 1532, a monarquia portuguesa começou a
procurar investidores que se comprometessem a ocupar as terras brasileiras e torná-las produtivas.
Observe, no mapa a seguir, a distribuição das atividades econômicas no Brasil do século XVI e
compare com o mapa das capitanias hereditárias.
As capitanias, entre 1534 e 1536, foram doadas em sua maior parte para fidalgos e comerciantes
portugueses, que deviam arcar com a maior parte dos gastos da ocupação.
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Brasil: economia (século XVI)
Fonte: https://fichasmarra.files.wordpress.com/2010/03/1.jpg.
As capitanias hereditárias estendiam-se do litoral até a linha limítrofe do Tratado de Tordesilhas. Cabia
aos donatários povoá-las, atraindo outros colonizadores.
Capitanias Hereditárias
Fonte: https://2.bp.blogspot.com/-7vjyDBxKj7s/V8ygfZs3uKI/AAAAAAAA12I/XIrdbYZq
6tIRUsjwAXfjaW6woZH4REKxwCLcB/s1600/mapa%2Bcapitanias.gif.
No entanto, o comércio do açúcar promoveu o progresso de poucas capitanias. Muitas delas não
conseguiram resolver os problemas com nações indígenas, que lutavam por suas terras e sua cultura, o
que afastava possíveis colonizadores.
Outras não tinham solos nem climas apropriados ao plantio da cana-de-açúcar, e algumas não
chegaram sequer a despertar o interesse de seus próprios donatários.
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As únicas capitanias que tiveram grande desenvolvimento em razão da produção do açúcar foram as
de São Vicente e Pernambuco. A de São Vicente já contava com uma vila (fundada em 1532) e pôde
desenvolver a criação de gado e o plantio de cana. Na capitania de Pernambuco, o plantio de cana-de-
açúcar foi mais rentável por causa de dois fatores: a maior proximidade com a Europa, o que agilizava e
barateava o transporte, e a existência, na Zona da Mata, de largas extensões de terra com solo massapé,
extremamente fértil.
Foi nessa época que começou a imigração forçada e violenta de trabalhadores negros africanos,
escravizados, que serviam no cultivo da terra e no trabalho dos engenhos, e, assim, propiciavam os
lucros exigidos pela economia europeia.
Pode-se afirmar que as capitanias hereditárias tiveram um resultado abaixo da expectativa de Portugal,
pois continuaram a existir imensas áreas do território brasileiro sem a presença de um único colonizador
europeu. Dessa maneira, para atender aos interesses de Portugal, era necessário providenciar outra
forma de ocupação humana e econômica do território.
O predomínio da economia açucareira no Brasil só chegaria ao fim por volta de 1680. Nessa época, o
preço do açúcar caiu muito na Europa, afetando diretamente todo o processo colonial brasileiro.
Fonte: https://santarosadeviterbo.files.wordpress.com/2013/03/entradas-e-bandeiras.jpg.
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Foram também os bandeirantes, no fim do século XVII, que descobriram as riquezas minerais –
especialmente o ouro, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso -, que seriam responsáveis pelo novo rumo
da economia colonial no século XVIII.
A pecuária no Nordeste
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Brasil: atividades econômicas (século XVIII)
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_q1UTQKTEGpo/S7kV1n0m0kI/AAAAAAAAAO0/uoBf4FRgFLM/s1600/Imagem2.jpg.
No fim do século XVII, difundiu-se a notícia da descoberta de ouro em Minas Gerais (mapa abaixo),
que passou, então, a atrair muitos aventureiros. Os bandeirantes conheceram, por meio dos indígenas,
histórias que confirmavam a existência de pedras preciosas no leito dos rios.
Isso alarmou a monarquia portuguesa, que resolveu militarizar a área, temendo perder as riquezas lá
encontradas.
Em pouco tempo, milhares de pessoas já estavam explorando a região. Houve conflitos entre os
indígenas e os primeiros exploradores, que resultaram em mortes. Foi usada cada vez mais a violência
para expulsar os indígenas de suas terras, que guardavam enormes riquezas minerais.
No início, ouro e esmeralda eram encontrados em abundância nos leitos dos rios. Quando essas
riquezas se esgotaram nos leitos dos rios, os exploradores passaram a cavar a base das montanhas,
onde também encontraram muito ouro.
Esse tipo de exploração fez surgir minas profundas em inúmeros lugares que, em consequência,
passaram a concentrar importantes contingentes populacionais. Surgiram, assim, as primeiras vilas.
Esses pequenos povoados tinham uma grande variedade de prestadores de serviços e de comerciantes,
como ferreiros, marceneiros, pedreiros, trabalhadores braçais em geral.
Ao mesmo tempo, foram abertas estradas para permitir o escoamento dessas riquezas até os portos
de embarque do Rio de Janeiro e de Parati (RJ).
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Brasil colônia: rotas de abastecimento para as minas
Fonte: http://www.klepsidra.net/klepsidra4/tr-mapa.jpg.
A Pecuária no Sul
As grandes oportunidades de enriquecimento no Brasil colônia atraíram um número cada vez maior
de portugueses, fato que estimulava novas expansões territoriais.
No século XVII, por exemplo, os bandeirantes fizeram violentas incursões pelo sul do Brasil,
expulsando jesuítas e soldados espanhóis, aprisionando e matando milhares de indígenas.
Os jesuítas estavam na região para catequizar os indígenas. Para conseguir isso, os jesuítas
organizaram as missões. Também conhecidas como reduções, essas missões consistiam em
agrupamentos de moradias indígenas em torno de igrejas. Nelas, os indígenas cultivavam produtos
agrícolas e desempenhavam outras atividades econômicas. Além disso, obtinham formação religiosa.
Depois da expulsão dos jesuítas, em meados do século XVIII, a Coroa portuguesa acelerou o
povoamento da região. O primeiro passo foi estabelecer uma colônia de portugueses, sobretudo
açorianos, nos litorais dos atuais estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Posteriormente, foram trazidas outras levas de imigrantes para ocupar gradualmente regiões mais
interioranas do território. A criação de gado, inicialmente despretensiosa, prosperou rapidamente no
extremo sul, região dominada pelos Pampas gaúchos, ricas pastagens naturais que recobrem um relevo
suavemente ondulado (pequenas colinas denominadas coxilhas).
Desse modo, nos Pampas gaúchos, principalmente, prosperaram fazendas de criação de gado, as
estâncias, que mais tarde passaram a abastecer as cidades que se desenvolveram em Minas Gerais em
função da mineração do ouro.
Incursões territoriais como essas foram recorrentes durante o período colonial, fato que levou ao
rompimento definitivo do Tratado de Tordesilhas.
O café no Sudeste
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O café contribuiu também para o incremento das relações assalariadas de produção e possibilitou a
acumulação de capital, que foi aplicado em sua própria expansão e em alguns setores urbanos, como a
indústria, por exemplo.
O cultivo e o comércio do café foram também responsáveis pela inversão na balança comercial
brasileira. Depois de uma história de constantes déficits, a balança comercial passou a apresentar
resultados positivos (superávits) entre 1861 e 1885.
O superávit desse período facilitou a obtenção de novos empréstimos, até então usados quase
exclusivamente para cobrir despesas do governo. A partir de 1861, os empréstimos passaram a ser
utilizados também no desenvolvimento interno do país, na construção de estradas e em outas obras
públicas.
A borracha na Amazônia
Na virada do século XIX para o XX, o Brasil já se encontrava inserido na economia internacional como
grande fornecedor de matérias-primas.
Desenrolava-se a Segunda Revolução Industrial, quando os inúmeros avanços técnicos ocorridos no
âmbito das grandes potências europeias demandavam enormes quantidades de matérias-primas.
Uma dessas mercadorias era a borracha, utilizada para abastecer a nascente indústria automobilística,
que necessitava de pneus, entre outras aplicações.
Sabe-se que o látex – matéria-prima para a fabricação da borracha – é extraído da seringueira, espécie
vegetal abundante na região amazônica. À medida que crescia a procura internacional por esse recurso,
mais e mais trabalhadores braçais eram atraídos para a Floresta.
Chegavam de toda parte, aos milhares, mas a maioria vinha do Nordeste, em busca de trabalho no
processo de extração do látex.
Seguindo o mesmo caminho dos primeiros exploradores, que buscavam as Drogas do Sertão, esses
trabalhadores – os seringueiros – avançaram para o oeste, sempre em busca de grandes seringueiras.
Assim, em 1877, chegaram ao território boliviano em grande número. Aproximadamente duas décadas
mais tarde, em 1899, os trabalhadores brasileiros foram violentamente repelidos pelas forças armadas
bolivianas.
Seguiram-se quatro anos de conflitos, que resultaram em muitas mortes dos seringueiros brasileiros e
de soldados bolivianos.
As hostilidades somente terminaram em 17 de novembro de 1903, com a assinatura do Tratado de
Petrópolis, pelo qual o Brasil adquiriu o estado do Acre.
O Acre foi uma das últimas grandes aquisições territoriais do nosso país. No início do século XX, o
Brasil já possuía as dimensões que tem hoje.
Espaço geográfico é todo meio, natural ou não, modificado pela ação humana pelo uso de técnicas.
Ao longo do tempo, as técnicas de modificação da natureza foram desenvolvidas e difundidas pelas
diversas sociedades humanas. Em consequência, praticamente toda a superfície terrestre transformou-
se em um único espaço geográfico.
Em geral, o espaço geográfico é construído com base nas atividades econômicas exercidas pela
sociedade. Assim, o espaço do Brasil pré-colonial estava adequado à organização indígena.
A aldeia era uma das representações dessa sociedade e o extrativismo era a principal atividade
econômica.
Com o passar do tempo, os europeus, especialmente os portugueses, desenvolveram novas formas
de ocupação do espaço, afetando a antiga organização socioeconômica dos indígenas.
A partir da segunda metade do século XVI, surgiram, na Zona da Mata, as pequenas vilas, que eram
aglomerações urbanas iniciais, os canaviais e os engenhos, fábricas de açúcar que funcionavam graças
à mão-de-obra dos escravizados.
Quanto mais a economia e a sociedade se desenvolviam, mais formas variadas de ocupação surgiam.
É o caso das fazendas de gado (chamadas genericamente de currais), que acompanhavam o curso do
Rio São Francisco, e, no século XVII, das missões ou reduções, que agrupavam os indígenas para
catequese no Sul.
No Sul, as estâncias de criação de gado garantiram a posse do território para os portugueses e foram
importantes para firmar os contornos atuais das fronteiras brasileiras.
No Norte, a construção dos fortes no Pará e no Maranhão, por sua vez, serviu de base para os
exploradores da Amazônia.
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Essas diferentes formas de ocupação e suas dinâmicas socioeconômicas determinaram as dimensões
territoriais do Brasil, servindo de apoio à interiorização do povoamento.
É importante preservar construções históricas como fortes, missões e casarões seculares, pois, além
de serem traços marcantes da identidade cultural brasileira, elas ajudam a manter viva a memória da
formação de nosso espaço geográfico.
Referências Bibliográficas:
TAMDJIAN, James Onnig. Geografia: estudos para compreensão do espaço. James Onnig Tamdjian; Ivan Lazzari Mendes. 2ª edição. São Paulo: FTD, 2013.
Questões
01. (EsSA – Sargento – Exército) No tocante as primeiras atividades econômicas desenvolvidas pelos
portugueses na colônia do Brasil, entre os anos 1501 a 1530, é correto afirmar que se destacaram como
atividade (s) principal (is)
(A) a exploração de ouro e pedras preciosas.
(B) a escravização do indígena.
(C) a extração das chamadas drogas do sertão e criação de gado.
(D) a extração e comercialização do pau-brasil.
(E) o cultivo de fumo e do café.
02. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Escravidão negra, latifúndio e monocultura. No
início da década de 60 do século XX, afirmava-se ser esse o conjunto de fatores em que se assentara a
economia brasileira do século XVI ao XIX, como resultado da sua forma de integração ao mercado
mundial na qualidade de área subsidiária da Europa, como produtora de artigos tropicais e,
posteriormente, de metais preciosos. Essa visão, excessivamente reducionista, com frequência,
associava-se à atualmente criticada concepção dos ciclos econômicos. Não se negava, mas
minimizavam-se, em forma decisiva, a presença e a importância de outras relações de produção que não
a escravidão de africanos e de seus descendentes. Era uma historiografia que não vislumbrava a
considerável complexidade econômico-social brasileira.
Se considerarmos somente as partes do Brasil que, em cada época, concentram principalmente a
população e as produções coloniais, tornar-se-á possível perceber quatro fases no que concerne à
história do trabalho:
1) 1500-1532: período chamado pré-colonial, caracterizado poruma economia extrativista baseada no
escambo com os índios;
2) 1532-1600: época de predomínio da escravidão indígena;
3) 1600-1700: fase de instalação do escravismo colonial de plantation em sua forma clássica;
4) 1700-1822: anos de diversificação das atividades, em razão da mineração, do surgimento de uma
rede urbana, e de posterior importância da manufatura — embora sempre sob o signo da escravidão
dominante.
(Ciro Flamarion Santana Cardoso. O Trabalho na colônia. In: Maria Yedda Linhares (org.).
História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1996, p. 78-9 (com adaptações)).
Considerando o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes, relativos ao contexto
colonial brasileiro.
A leitura atenta do texto permite concluir que a mineração do século XVIII, embora tenha estimulado o
processo de interiorização da colônia, não foi capaz de promover o aparecimento de outras atividades
econômicas e nem mesmo o de uma sociedade menos ruralizada do que a existente no Nordeste
açucareiro.
(....) Certo (....) Errado
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(A) assemelhava-se à sociedade formada em torno da produção do açúcar, ambas marcadas pela
diversidade das atividades econômicas e intensa mobilidade social.
(B) caracterizou-se pela ausência de dinamismo e poucos conflitos entre os colonos e o governo
português, desinteressado por esse tipo de atividade econômica.
(C) provocou intenso deslocamento populacional, motivado pelo ouro de aluvião e atividades
econômicas paralelas à mineração, como a agricultura e o comércio.
(D) contou com uma produção artística precária, desprovida de religiosidade e marcada por valores e
princípios tradicionais da cultura portuguesa
Respostas
01. Resposta: D.
A extração e comercialização de pau-brasil, pelo sistema de “estanco”, foi a primeira atividade
econômica desenvolvida pelos portugueses na colônia do Brasil entre os anos 1504-1530.
03. Resposta: C.
A mineração fez surgir minas profundas em inúmeros lugares que, em consequência, passaram a
concentrar importantes contingentes populacionais. Surgiram, assim, as primeiras vilas.
Industrialização no Brasil
Os tipos de indústria
A indústria moderna caracteriza-se pelo uso intensivo de diversos tipos de máquinas, o que possibilita
a produção de mercadorias em grande escala, e pode ser classificada em:
→ Indústria de extração: refere-se àquelas indústrias que retiram da natureza os bens que usamos
em várias atividades econômicas, sem que haja significativa mudança em suas propriedades. Podem ser
indústrias de extração vegetal, pesca e mineração.
Observe, a seguir, uma linha do tempo. Nela, você poderá ver como tardou para que o Brasil se
integrasse ao desenvolvimento industrial dos países capitalistas centrais.
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Início da Revolução Industrial A Segunda Revolução Terceira Revolução Industrial.
na Inglaterra, que iria se irradiar Industrial atinge a maior parte da Desenvolvimento da robótica, da
para a França e Bélgica. Europa, incluindo Itália e biotecnologia e dos meios de
Destaque para o setor têxtil e o Alemanha, chegando também comunicação revoluciona a
uso do carvão e máquinas a aos EUA e Japão. Na segunda produção industrial por todo o
vapor. metade do século XX, o Terceiro globo.
Mundo também se industrializa.
A industrialização brasileira
Até o século XIX não houve um desenvolvimento autônomo do Brasil, pois o país estava atrelado aos
interesses de Portugal. Dessa forma, a industrialização brasileira, assim como a urbanização, chegou
tardiamente por aqui em comparação à Europa.
Embora no começo do século (mais precisamente em 1808, quando a família real portuguesa instalou-
se no Rio de Janeiro – fugindo das Guerras Napoleônicas e tornando o Brasil a sede do Império) D. João
tenha começado a incentivar a incipiente indústria brasileira, a concorrência com os produtos ingleses e
as barreiras impostas pelos proprietários de terras imobilizaram esse setor por mais um tempo.
Por isso, até o começo do século XX, o país caracterizou-se como um exportador de produtos
primários. O café, além de criar as condições econômicas necessárias para a indústria, também forneceu
as bases materiais para tal. Para exportar o café, criou-se uma rede ferroviária importante, sobretudo nos
estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Essa rede contribuiu também para a expansão urbana. O café
dominava o cenário econômico, e as elites até então não tinham interesse ou não possuíam condições
econômicas suficientes para investir no setor industrial.
→ Mudanças nas relações de trabalho: em 1888 o trabalho escravo finalmente tornou-se ilegal no
Brasil, um dos últimos países no mundo a promover o fim da escravidão. A partir desse momento a
migração foi incentivada para suprir a demanda de trabalhadores no estado de São Paulo;
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→ Aumento da capacidade de consumo interno: uma vez assalariados, os trabalhadores passaram
a ter a capacidade de consumir os produtos que começaram a ser industrializados no Brasil.
A crise mundial de abastecimento na primeira metade do século XX, causada pelas Guerras Mundiais
(a primeira entre 1914 e 1918, e a segunda entre 1939 e 1945), também corroborou para que finalmente
entrássemos na era industrial. Como os países industriais estavam envolvidos no conflito, coube ao Brasil
começar a produzir produtos próprios. Foi dessa forma, para substituir as importações, que o Brasil
diminuiu paulatinamente a vinda de produtos de fora para começar a produção industrial em nosso
território.
O primeiro setor que se desenvolveu foi o de bens de consumo não duráveis, produzidos em um tipo
de indústria que não necessita de uma tecnologia muito complexa, tampouco de grandes investimentos.
Mas sua produção era muito dependente de tecnologia e maquinaria produzidas externamente.
O presidente Getúlio Vargas, que adotou uma política nacionalista em seus governos (1930-1945 e
1951-1954), criou as primeiras leis trabalhistas e buscou incentivar a indústria brasileira, desistindo da
busca de mão de obra imigrante a fim de incentivar a contratação de brasileiros para trabalhar nas
indústrias do Brasil. Vargas criou indústrias de base, como a Companhia Siderúrgica Nacional (1941),
responsável pela produção de aço, a então chamada Companhia Vale do Rio Doce (1942), de exploração
de minérios, e a Petrobras (1953), que extrai petróleo e seus derivados.
Posteriormente, no governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), foi criado o Plano de
Metas, que priorizou a indústria e o transporte em nível nacional, criando uma malha rodoviária no país.
Foi durante esse período que São Paulo se confirmou como a região industrial por excelência do país.
Kubitschek orientou a maior parte dos projetos de desenvolvimento industrial em São Paulo e também no
Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Naquele momento, estes eram os estados com as melhores condições
nos setores elétrico e de transportes e também que possuíam um mercado consumidor promissor.
Por causa da própria experiência na economia cafeeira, que criou condições materiais para o processo
de industrialização, a Região Sudeste, sobretudo o estado de São Paulo, concentrou desde o começo as
atividades industriais e acabou polarizando economicamente o setor industrial e o de serviços. Além
disso, o Brasil não possuía até então uma unidade territorial tão marcada, parecia mais uma espécie de
arquipélago, pois as regiões pouco se relacionavam economicamente entre si.
Ao longo do século XX, a indústria tornou-se o carro-chefe de nossa economia em nível nacional, tendo
a cidade como seu par espacial. A partir dos anos 1950, por causa da emergente indústria automobilística,
a rodovia substituiu a ferrovia como meio preponderante de circulação de mercadorias e pessoas. Devido
ao interesse das grandes empresas, e com o auxílio do Estado, expandiu-se a lógica do automóvel.
As rodovias foram direcionadas sobretudo para o interior, mesma concepção de construção de Brasília,
que era a de acabar com o cenário de “Brasil arquipélago”. As rodovias tiveram um papel importante
nesse movimento junto à indústria, a qual, embora concentrada no Sudeste, possuía o mercado
consumidor em todo território.
Na metrópole de São Paulo, principalmente na região do “ABCD paulista” (Santo André, São Bernardo,
São Caetano e Diadema), encontramos o paradigma dessa concentração industrial naquele estado do
Sudeste. Ali estavam as maiores indústrias automobilísticas de todo o país. Ao redor dessas indústrias,
gravitam outras que se concentraram também ali para abastece-las: borracha, plásticos, vidros, peças,
etc.
O Sudeste, ao longo do século XX, exerceu uma posição de dominância econômica pela capacidade
de polarizar a indústria e os serviços em torno dela. Por isso, passou a abastecer o mercado das outras
regiões brasileiras, que também fornecem matéria-prima e mão-de-obra. Nos anos 1970, durante a
ditadura militar (1964-1958), foram criados diversos órgãos de desenvolvimento econômico regional –
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam); Superintendência do Desenvolvimento do
Nordeste (Sudene); Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco); e
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que tinham a intenção de diversificar a produção
espacial industrial do país.
Contudo, desde a década de 1990 vem ocorrendo um processo chamado de “desconcentração
industrial”, que se refere ao deslocamento de empresas em direção a outros estados do país, motivadas
pelo aumento dos preços do terreno, congestionamento, impostos e outras características que encarecem
e dificultam a produção nas tradicionais cidades industriais brasileiras. As cidades e os estados que
recebem essas indústrias, por sua vez, oferecem vantagens para atraí-las, que vão desde isenções de
pagamento de impostos até a construção de obras de infraestrutura.
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Porém, mesmo com esse movimento de desconcentração industrial, o Sudeste continua despontando
como a região que polariza esse setor, como mostra o mapa a seguir.
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo/distribuicao-industria-brasil.jpg.
Esses elementos determinaram, durante muito tempo, a localização espacial das indústrias. Desse
modo, a presença desses elementos na região Sudeste, especialmente em São Paulo, favoreceu um
processo de concentração espacial das atividades industriais no Brasil.
Apesar de as indústrias brasileiras se concentrarem na Região Sudeste, especialmente no estado de
São Paulo, deve-se considerar que existem diversas regiões industriais no Brasil.
Áreas industriais tradicionais são aquelas caracterizadas por um processo mais antigo de
industrialização, assentando no padrão fordista-taylorista de produção.
Esse modelo de produção na indústria pode ser caracterizado, de modo geral, por:
* economia de escala;
* produção estandardizada;
* competição via preços;
* existência de um mercado de consumo de massas;
* combinação entre a utilização de equipamentos automatizados e trabalhadores não qualificados;
* divisão e especialização do trabalho;
* separação entre a concepção e a execução das tarefas.
A partir das mudanças e novas demandas do processo produtivo, as áreas industriais baseadas nesse
modelo sofreram profundos impactos econômicos e sociais. Esse processo, denominado genericamente
desindustrialização, caracterizou-se pelo fechamento e/ou deslocamento das indústrias para outras
áreas, atraídas por maiores possibilidades de realização de lucros. Um exemplo mundialmente conhecido
desse processo é a cidade de Detroit, nos Estados Unidos, que, a partir da década de 1980, assistiu ao
fechamento de inúmeras empresas e ao aumento do desemprego em massa.
A região Sudeste representa uma das regiões do Brasil de mais antiga e intensa industrialização.
Suas principais regiões industriais são centros polindustriais, na medida em que nessas cidade
encontramos praticamente todos os ramos da indústria.
A principal área industrial concentra-se no estado de São Paulo, inicialmente na cidade de São Paulo
e no ABCD, região composta pelas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do
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Sul e Diadema. A partir das décadas de 1980-90, as indústrias localizadas na região metropolitana de
São Paulo assistiram a um crescente deslocamento rumo ao interior do Estado, utilizando os principais
eixos viários como os sistemas Anchieta-Imigrantes, Anhanguera-Bandeirantes e a Rodovia Dutra.
Historicamente, o estado de São Paulo também concentrou a indústria automobilística instalada no
Brasil até a década de 1970. A partir de então, essa indústria passou a se deslocar para outros estados.
São exemplos dessas transferências da indústria automobilística:
* a implantação da fábrica da Fiat, em Minas Gerais, na década de 1970;
* a implantação dos parques industriais da Renault e da Audi/VW, na década de 1990, no Paraná;
* a implantação da Ford em Camaçari, na Bahia, em 2001.
Região Sul
Região Nordeste
Região Norte
Região Centro-Oeste
. 120
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Desconcentração industrial
A partir do final da década de 1980, com progressiva abertura da economia brasileira e profundas
transformações nos processos produtivos nas empresas, genericamente denominados “toyotismo”, as
indústrias procuraram reordenar os padrões de localização espacial, tendo por pressupostos:
* a proximidade ou facilidade do escoamento da produção, em detrimento da localização dos recursos;
* a crescente utilização de tecnologia, exigindo mão de obra cada vez mais qualificada, o que levou as
empresas a buscarem proximidades com centros produtores de ciência em detrimento do excedente de
mão de obra pouco qualificada;
* o deslocamento de empresas intensivas em mão de obra para áreas cada vez mais periféricas e com
legislações trabalhista e ambiental cada vez mais flexíveis.
Reconcentração espacial
Desse modo, configura-se uma nova espacialização da indústria brasileira dentro de um polígono que
envolve as cidades de Belo Horizonte (MG), Uberlândia (MG), Maringá (PR), Porto Alegre (RS),
Florianópolis (SC) e Curitiba (PR), fechando-se novamente em Belo Horizonte (MG). Os processos de
concentração e desconcentração espacial (e industrial) demonstram o caráter seletivo dos investimentos
industriais, que privilegiam alguns espaços específicos nas regiões brasileiras.
Atualmente, a tendência é de que os investimentos mais dinâmicos se concentrem nas regiões onde
se iniciou e se consolidou a atividade industrial brasileira (Sudeste e Sul).
As metrópoles globais (São Paulo e Rio de Janeiro) também têm suas principais funções modificadas:
de centros industriais, especializam-se cada vez mais em atividades do setor terciário (serviços), na área
financeira e no desenvolvimento de novas tecnologias. Desse modo, as indústrias estratégicas atuais
continuam a concentrar-se nessas metrópoles, assim como a sede das empresas, o mercado financeiro
e o setor de serviços.
Aquelas indústrias mais leves, que exigem menores investimentos e utilizam muita mão de obra (em
vez de muita tecnologia), e que, portanto, apresentam um custo menor, tendem, por sua vez, a se
concentrar em regiões de menor nível de desenvolvimento e custo de mão de obra (como o Nordeste, o
Norte e o Centro-Oeste).
Outra diferença desse processo em relação à concentração anterior (das décadas de 1950 a 70)
refere-se à atração locacional exercida por cidades de porte médio (em torno de 100 mil habitantes),
especialmente por aquelas cidades localizadas próximas a eixos de transportes (portanto, com boas
condições de acesso), em vez da concentração industrial nas metrópoles.
Além dessa reconcentração espacial da indústria, observa-se, no Brasil, uma tendência à constituição
de clusters (ou aglomerados industriais).
Portanto, a formação de clusters parece ser uma outra tendência da economia brasileira. Exemplos de
clusters em alguns estados brasileiros:
* a indústria do mobiliário em Votuporanga, São Paulo;
* a indústria de joias em Limeira, São Paulo;
* a produção de artefatos de couros e calçados em Franca, São Paulo;
. 121
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* produção de móveis em Uberlândia, Minas Gerais;
* indústrias de software em Campina Grande, Paraíba;
* indústrias de software em Juiz de Fora, Minas Gerais, cuja especialização está nos aplicativos para
o setor de agronegócios;
* indústrias de software em Fortaleza, Ceará;
* indústrias de software em Petrópolis, Rio de Janeiro;
* indústrias de software em Pato Branco, Paraná, em que se destacam os produtos para apoio,
avaliação e terapia de fala e linguagem; gestão e avaliação de escolas de idiomas; software educacionais
multimídia;
* empresas de informática em Ilhéus, na Bahia.
As cidades estão cada vez mais cheias de pessoas, e o fenômeno urbano expande-se em direção ao
mundo rural de maneira massiva. Todos nós estamos cercados desses produtos criados por indústrias,
e muitas vezes não temos dimensão de todo o processo que ocorreu até eles chegarem em nossas mãos.
A seguir veremos alguns desses impactos ambientais em decorrência do modelo urbano-industrial
brasileiro.
Poluição atmosférica
As fumaças liberadas pelos carros e pelas indústrias afetam em nível local a saúde das pessoas,
dificultando a respiração e causando doenças respiratórias. Além disso, há indícios de que esse tipo de
poluição afeta o efeito estufa. Nas cidades, também há formação de ilhas de calor. A retirada de
vegetação, somada à concentração de concreto, asfalto, vidros, metais e poluentes, faz que a
temperatura média das cidades seja maior em comparação ao meio rural, porque os componentes dos
poluentes atmosféricos possuem a capacidade de reter o calor.
As chuvas em geral são ácidas, mas a concentração de poluentes na atmosfera das cidades, quando
combinada com o oxigênio, produz uma chuva capaz de danificar construções pela corrosão, além de
oferecer perigo à saúde e contaminar rios e lagos.
O direito à cidade
Assim como gera impactos ambientais, o modelo discutido acima também possui uma dimensão social,
baseada na economia. A forma como são estruturadas as cidades tem como objetivo tornar o modelo
produtivo economicamente vantajoso, capaz de gerar cada vez mais lucros, a fim de que as pessoas
continuem consumindo cada vez mais.
Porém, esse modelo está se mostrando ecológica e socialmente insustentável. As cidades são os
lugares onde se concentra a maior parte da população, formando moradias precárias e favelas, que não
possuem um adequado sistema de esgoto e água e são construídas em lugares pouco seguros.
Contudo, o poder público não dá conta de oferecer satisfatoriamente os serviços básicos para toda a
população: hospitais, educação, lazer, cultura, saneamento básico, moradia, transporte, lixo,
pavimentação, segurança, entre outros.
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Referências Bibliográficas:
FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São Paulo: Editora AJS, 2015.
MARTINI, Alice de. Geografia. Alice de Martini, Rogata Soares Del Gaudio. 3ª edição. São Paulo: IBEP, 2013.
Questões
01. (TJ/SC – Analista Jurídico – TJ/SC) Sobre o espaço econômico brasileiro, suas características e
o processo industrial do Brasil, todas as alternativas abaixo estão corretas, EXCETO:
(A) Dentre os fatores responsáveis pela concentração industrial na região Sudeste, podemos afirmar
que a região foi se organizando como área de atração da população e de capital, tornando-se região
concentradora de riquezas. O mercado consumidor que aí se formou, o desenvolvimento do sistema
rodoviário, os recursos naturais favoráveis e a imigração contribuíram para a concentração industrial
nesta região.
(B) São Paulo concentra a maior parte da produção industrial do país, cujas raízes encontram-se nas
etapas iniciais do processo da industrialização do Brasil. Mas, nos últimos anos, a participação relativa
do Estado começa a diminuir, o que reflete o início do processo de dispersão industrial espacial, no país.
(C) O processo industrial brasileiro se firmou nos anos 70, os anos do “milagre brasileiro”, baseado em
um tripé, representado pela forte participação do capital estatal, pelos grandes conglomerados
transnacionais e um mercado consumidor em ascensão.
(D) Uma das características do processo industrial atual do Brasil, corresponde à forte dispersão
financeira das empresas e à grande concentração espacial.
(E) Uma das influências diretas da inserção do Brasil nos mercados globais é a disseminação no
território brasileiro dos polos tecnológicos próximos de centros universitários e de pesquisas.
03. (UFRN) O sistema capitalista teve suas origens com a expansão comercial europeia e consolidou-
se com a denominada “Revolução Industrial”. No Brasil, as atividades capitalistas industriais
desenvolveram-se no período compreendido entre as últimas décadas do século XIX e a “Era Vargas”,
provocando significativas mudanças socioeconômicas.
Mencione e explique três mudanças socioeconômicas vinculadas ao processo de industrialização que
se estruturou no País, do final do século XIX até a “Era Vargas”.
05. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) A partir de meados da década de 90 do século
passado, a denominada guerra fiscal entre os estados brasileiros intensificou-se. A abertura econômica
atraía, então, novos fluxos externos de investimentos industriais para o país e estimulava a guerra dos
lugares.
A respeito desse assunto, julgue (C ou E) o item que se segue.
O processo de desconcentração regional da indústria brasileira favorece o prolongamento da disputa
entre as unidades federativas com base na renúncia fiscal.
(....) Certo (....) Errado
06. (UNICAMP) Nos anos 1990, foi retomado o incentivo específico à indústria automotiva, tendo como
foco a descentralização geográfica. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores), em 2012 havia 53 fábricas em 9 Estados. Estas fábricas pertencem a 26
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empresas que fabricam automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus (9 produzem carros
de passeio). Com 3,3 milhões de unidades produzidas, o Brasil é o sexto maior produtor do mundo.
(Adaptado de Fatia da indústria automobilística no PIB cresce 45,6% em 11 anos, em
http://economia.estadao.com.br /noticias/economia-geral. Acessado em 05/05/2013.)
a) A partir dos anos 1990, a distribuição geográfica da indústria automotiva no Brasil desencadeou
uma forte tensão nas relações entre Estado, mercado, sociedade e território, que ficou conhecida como
“guerra fiscal” ou “guerra dos lugares”. Explique o que é a guerra fiscal ou dos lugares.
b) Além de São Paulo, berço tradicional da indústria automobilística brasileira, indique outros três
Estados que possuem esse tipo de indústria.
07. (UERJ) Acompanhando uma tendência mundial, a partir dos anos 1970, houve uma série de
mudanças na localização das atividades industriais brasileiras, como representado, por exemplo, no mapa
do estado de São Paulo.
Indique duas causas para a desconcentração industrial nesse estado e duas consequências desse
processo para a região metropolitana paulista.
08. (Petrobras – Profissional Júnior – CESGRANRIO/2015) Como tantos outros países periféricos,
o Brasil era exportador de matérias-primas e importador de produtos manufaturados. Há um momento
em que o minério de ferro do Brasil impressiona os técnicos das indústrias siderúrgicas da Europa e dos
Estados Unidos, mas o Brasil importa até as grades de ferro que cercarão as árvores da recém-aberta
Avenida Central, no Rio.
Nessas poucas palavras, sobre a coação da história a estrangular o futuro dos países como o Brasil,
encerra-se toda a política econômica da Revolução de 30, do presidente que a levou ao poder e de toda
a Era Vargas: fazer do Brasil um país que transforme em aço o ferro de seu subsolo, que explore seu
petróleo e suas fontes de energia elétrica, que produza tratores, caminhões, automóveis e até aviões, um
país não mais vítima, mas protagonista e criador de seu futuro.
RIBEIRO, José Augusto. A Era Vargas, o suicídio e o petróleo. Revista Caros Amigos, São Paulo,
n.209, p.41, ago. 2014.
Com base no texto, é possível associar a realidade socioeconômica e a política brasileira da Era
Vargas
(A) à expansão da agroindústria
(B) à opção pelo neoliberalismo
(C) ao modelo de substituição de importações
(D) ao processo produtivo de acumulação flexível
(E) às privatizações no setor de produção de energia
09. (FUVEST)
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a) identifique o tipo de indústria predominante na região Nordeste, considerando sua capacidade
geradora de emprego.
b) caracterize o parque industrial da região Sudeste.
Respostas
01. Resposta: D.
Com a evolução das tecnologias e infraestruturas de transportes e comunicações houve a redução nos
custos de transferência de bens, de modo que o espaço se tornou mais fluido, abrindo novas localizações
adequadas para a indústria.
O que ocorre é um processo de desconcentração espacial das indústrias. Tal fato deve-se a maior
abertura econômica e pelo desenvolvimento técnico-científico, associado a informática e comunicação.
02. Resposta: A.
Com os avanços tecnológicos nos meios de transporte e comunicações, não eram mais necessárias
uma aglomeração industrial e, tampouco, a proximidade entre indústria e mercado consumidor. Por isso,
muitas empresas resolveram migrar para regiões interioranas e cidades médias, longe dos problemas
relacionados às grandes cidades.
03. Resolução:
- Ampliação da indústria de base – no contexto da 2ª Guerra Mundial, os acordos entre os governos
brasileiro e norte-americano resultaram na implantação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), fator
decisivo para o desenvolvimento da indústria de base no País.
- Política de substituição das importações – em razão das dificuldades de importação de produtos
devido ao envolvimento dos países na Guerra (Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos), várias
indústrias se desenvolveram no Brasil, visando a produzir o que não se poderia obter mais com o comércio
de importação.
- Processo de urbanização – o paulatino desenvolvimento capitalista no Brasil promoveu acentuado
processo de urbanização. Em busca de empregos na indústria, milhares de pessoas se deslocaram para
os principais centros urbanos do País.
- Ampliação das desigualdades regionais – o processo de industrialização concentrou-se nas regiões
Sul e Sudeste, gerando expressivo desequilíbrio entre as regiões brasileiras.
04. Resolução:
a) O processo de industrialização brasileira de 1930 desenvolveu-se apoiado em medidas
protecionistas, apoiado na substituição das importações com capital nacional e voltada para a produção
de bens não duráveis ao mercado interno.
O processo de industrialização brasileira de 1950 desenvolveu-se no contexto de expansão do capital
multinacional. Ocorre no Brasil uma grande entrada de empresas estrangeiras voltadas para a produção
de diferentes mercadorias, especialmente, aos produtos de bens de consumo duráveis.
06. Resolução:
a) A guerra fiscal ou dos lugares é uma competição de municípios entre si de Estados entre si para
atrair investimentos, utilizando-se de isenções fiscais, doações de terrenos, oferta de infraestruturas,
alterações de leis (inclusive trabalhistas), entre outras facilidades negociadas entre os poderes públicos
e as empresas.
b) Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará, Amazonas.
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07. Resolução:
Causas:
• guerra fiscal
• aumento dos custos ambientais
• ampliação de impostos nas grandes cidades
• aumento do preço da terra nas áreas centrais
• problemas de tráfego na região metropolitana
• busca de áreas com fraca organização sindical
• aumento dos custos dos serviços públicos urbanos
Consequências:
• incremento do setor terciário
• extinção de postos de trabalho
• aumento da taxa de desemprego
• processo de desmetropolização, ou seja, crescimento lento em relação às cidades de porte médio do
interior
• mudança do destino das correntes migratórias, voltadas agora para o interior do estado e para o
retorno de nordestinos a seu estado de origem.
08. Resposta: C.
A política nacionalista dos governos de Getúlio Vargas era caracterizada pela decisiva intervenção do
Estado na economia. Transformado em agente fomentador da industrialização, o Estado brasileiro
realizou pesados investimentos, graças os quais foram implantadas uma moderna infraestrutura e
inúmeras indústrias de base. Foram construídos muitos portos, além de sistemas de transporte terrestre
e de geração de energia. Foram fundadas grandes companhias de capital estatal. A disponibilidade das
matérias-primas produzidas por essas indústria de base estatais estimulou a criação de diversas
indústrias privadas de capital nacional. Equipadas com uma tecnologia menos sofisticada que as
indústrias de bens de consumo duráveis, a instalação de indústrias de bens de consumo não-duráveis
necessita de menos investimentos. Por isso foi registrado um aumento maior do número de indústrias
privadas de bens de consumo não-duráveis, como tecelagens, fábricas de produtos alimentícios e de
bebidas, fábricas de calçados, estabelecimentos de torrefação de café, etc.
09. Resolução:
a) A região Nordeste passou por um processo de industrialização mais recente comparativamente ao
Sudeste. Devido a suas condições locacionais, infra estruturais, dos investimentos e da qualificação de
sua mão de obra, a região Nordeste desenvolveu mais o setor de bens de consumo não duráveis como
os setores alimentício, calçadista, têxtil e construção civil. São setores relativamente mais simples e suas
cadeias produtivas tem maior capacidade de contratar mão de obra, com vantagens comparativas para
uma região carente de atividades.
b) A concentração histórica de capital na região Sudeste, foi geradora de novas necessidades de
consumo e diversificação. Isso acaba transformando a região na maior concentração industrial do Brasil,
caracterizado por setores os mais variados, com unidades de produção que vão desde as mais simples,
bens de consumo não duráveis, como alimentícia e construção civil, até as mais complexas e
desenvolvidas como informática e aviação, passando pela indústria pesada como siderúrgicas. A
evolução tecnológica e comercial criou novas demandas e mudanças locacionais, favorecendo a
descentralização da produção e o surgimento de tecnopolos que concentram áreas de formação de mão
de obra, pesquisa e produção e com níveis cada vez maiores de automação que modificam a estrutura
funcional, demandando cada vez menos trabalhadores. São fatos que exigem novas política públicas de
qualificação e localização da mão de obra com ênfase a novas possibilidades como serviços e terceiro
setor.
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A urbanização brasileira
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-KRaKbTocB78/Tbs2sUdL80I/AAAAAAAACg0/5Hg-IQAv2nI/s1600/grau-de-urbanizac3a7c3a3o-2010.png.
De maneira geral, podemos afirmar que a cidade é um aglomerado de construções e pessoas, a sede
do município e o lugar onde se localizam as casas do poder político. A urbanização, por outro lado, refere-
se ao surgimento de novas cidades e à expansão física e em números demográficos das cidades
existentes.
No Brasil, a migração, a industrialização e o crescimento populacional relacionam-se direta ou
indiretamente com o crescimento urbano, que, por sua vez, multiplica o fluxo de mercadorias, de pessoas
e de informações.
A origem das primeiras cidades está ligada às atividades relacionadas à exploração dos produtos das
terras brasileiras e ao envio destes para a metrópole europeia, Portugal. Localizavam-se na faixa litorânea
e tiveram, portanto, a função de posto comercial e de defesa militar.
Além disso, as características naturais também foram um ponto de extrema importância para escolher
onde ficaria o sítio urbano a ser desenvolvido. O acesso à água, por exemplo, funcionou como um fator
de decisão de onde se instalaria a cidade.
São Vicente (SP), foi a primeira vila a ser formada, na costa do que hoje é o Estado de São Paulo. Foi
criada por Martim Afonso de Souza em 1532, que lá construiu um pelourinho, uma câmara e uma igreja,
e em 22 de agosto do mesmo ano, realizou as primeiras eleições de toda América Latina.
A primeira capital brasileira foi Salvador, escolhida para ser a sede da Colônia. A baía de seu litoral,
Baía de Todos os Santos, facilitava a exportação de cana-de-açúcar e pau-brasil, que eram os principais
produtos de interesse português naquele momento. A baía servia também como ponto de apoio para
navegações rumo à África e à Ásia, pois era estrategicamente um porto seguro para as embarcações
portuguesas.
O modelo agroexportador foi predominante em todo o período colonial e influenciou a configuração
territorial, a urbanização e a mentalidade da sociedade daquela época. A lógica da plantation era tão
forte que a burguesia brasileira naquela época era rural e morava junto a suas plantações. Embora tivesse
negócios e propriedades nas cidades, seu poder político e econômico era baseado nesse modelo.
Os poderes políticos eram dominados pela oligarquia agrária, que morava em suas fazendas (as casas
grandes, os engenhos e as senzalas conformavam esses espaços), e as cidades eram habitadas,
majoritariamente, por servidores públicos, artesãos, mercadores, etc.
As cidades coloniais, de maneira geral, não foram planejadas, seus traçados não obedeciam a lógica
alguma e seu crescimento deu-se de maneira desordenada, ao ritmo da própria pulsação populacional,
subindo os morros e descendo as vertentes.
Embora já existisse uma relativa ocupação no interior do país, somente com a crise do modelo
agroexportador – por causa da concorrência com a produção de cana-de-açúcar nas Antilhas (na América
Central) – que a exploração de metais preciosos ganhou força para suprir a demanda financeira exigida
pela metrópole. Dessa forma, a exploração de ouro e prata tornou-se a principal fonte econômica lusitana
na Colônia a partir do final do século XVII, o que motivou também a ocupação do interior. A ocupação,
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que era mais efetiva na Zona da Mata e no Agreste baiano, onde ocorria a maior parte da produção de
cana-de-açúcar, foi reorientada em direção ao interior, onde havia as maiores jazidas de pedras
preciosas: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
As cidades criadas na época da mineração esbanjavam riqueza em sua arquitetura. No século XVIII
foram o epicentro da vida social do país, motivando muitas migrações de gente vinda de Portugal e de
diversas localidades da atual região Nordeste. A predominância de morros em seu relevo dificultava a
produção agrícola. O abastecimento de alimentos era realizado por tropeiros que viajavam levando
mercadorias de uma cidade a outra. Esse comércio também foi motivador para a criação de cidades e
vilas em torno dos corredores de passagem das tropas que vinham do Sul.
O esgotamento das jazidas levou à decadência das cidades que viviam dessa economia. De maneira
geral, a ocupação territorial na Colônia possuiu essa característica de desenvolvimento econômico
baseado na exploração até o limite. Assim, quando os recursos naturais se esgotavam ou quando o
mercado entrava em crise, tais regiões entravam em decadência.
As cidades que tiveram maior continuidade econômica, portanto, foram aquelas cuja função estava
ligada ao porto, como Salvador e Rio de Janeiro. A última foi elevada à capital do Império em 1763,
permanecendo até 1960, quando a capital da República foi transferida para Brasília.
Com o esgotamento da economia mineradora, o café despontou como a base da economia brasileira
até o século XX, quando a indústria começou a deslanchar. Nesse período, concomitante ao ciclo do café,
a exploração da borracha destacou-se economicamente, incentivando a relativa ocupação e urbanização
das maiores cidades amazônicas: Belém do Pará (PA) e Manaus (AM).
A predominância da população nas áreas rurais até durante o século XIX no Brasil pode ser explicada
pela economia baseada nas produções agrícolas, que fixava os trabalhadores (escravos até 1888 e
imigrantes livres) no campo, junto à área produtiva. A economia cafeeira do início do século XX propiciou
o suficiente acúmulo econômico para gerar a industrialização em nosso país. Essa nova economia, por
concentrar-se na cidade, foi responsável por uma virada populacional. Dessa forma, a urbanização
brasileira é recente, tendo sido mais incentivada e desenvolvida ao longo do século XX.
Foi somente no século XX que o crescimento urbano se intensificou no Brasil. Motivada pela crescente
indústria no começo do século, sobretudo no eixo Rio-São Paulo, a população urbana superou a rural na
década de 1970. A cidade que mais representou esse processo no país é São Paulo, pois foi a que mais
migrantes recebeu e a que mais cresceu, sendo hoje a maior do país.
Esse aumento da população urbana deve-se muito às migrações de pessoas que viviam no campo em
direção à cidade, em busca de oportunidades. Por conta do histórico agroexportador brasileiro, da
concentração fundiária e da mecanização, a vida no campo se tornou difícil para os trabalhadores que
não tiveram acesso à propriedade privada da terra, que se generalizou sobretudo com a Lei de Terras de
1850.
O crescimento das cidades no século XX não foi acompanhado por um planejamento eficiente por
parte do Estado, o que resultou em diversos problemas de organização urbana nas grandes cidades
brasileiras.
As metrópoles brasileiras
O que caracteriza as metrópoles brasileiras é, antes de mais nada, seu processo histórico de formação.
Desde o período da colonização até hoje, as principais cidades cresceram em regiões próximas ao litoral,
locais por onde as mercadorias produzidas eram exportadas e as mercadorias estrangeiras chegavam ao
Brasil. Nestas cidades de concentravam as funções administrativas e políticas.
O desenvolvimento econômico e político do país reforçou essa configuração territorial, ainda que a
ocupação tenha se expandido para o interior. A maioria das metrópoles brasileiras se localiza na faixa a
menos de 200 quilômetros do litoral, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Porto Alegre, etc.
O conceito que utilizaremos para definir o que é uma metrópole refere-se a cidades que são centros
de decisão política e econômica, em constante relação e interdependência com as regiões em seu
entorno. As metrópoles garantem uma articulação desde a escala regional até a global e, de acordo com
sua área de influência e redes urbanas estabelecidas, essas cidades podem apresentar diferentes
funções no cenário nacional.
Vejamos a cidade de Goiânia. Ela é considerada uma metrópole regional que interfere na organização
socioespacial do Centro-Oeste brasileiro por ser polo de decisões administrativas e econômicas regionais
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e por atrair pessoas em busca tanto de melhores salários e qualidade de vida quanto de serviços
especializados.
Enquanto isso, Porto Alegre, além de abarcas as características de uma metrópole regional, oferece
uma estrutura mais complexa de equipamentos públicos, serviços e universidades, o que permite
caracteriza-la como metrópole nacional.
Já São Paulo e Rio de Janeiro são metrópoles globais que possuem uma dinâmica socioespacial capaz
de concentrar grande número de sedes de empresas multinacionais e de grandes bancos, além de
universidades e os principais polos tecnológicos industriais do país. Assim, não só possuem significativa
importância política e econômica nacional como também global, pois garantem boa parte das relações
internacionais e alianças de cooperação.
Problemas urbano-ambientais
Sustentabilidade urbana
Os problemas urbano-ambientais não tem origem apenas na emissão de gases poluentes ou no0
descarte de resíduos líquidos poluentes nos rios. A causa também está em nossa relação com o espaço
que nos rodeia. Ou seja, como nos relacionamos, por exemplo, com o lixo que produzimos, com aquilo
que comemos, com os produtos que consumimos, com o meio ambiente e com o mundo em que vivemos.
Em suma, a origem desses problemas também está na organização de nosso cotidiano na cidade.
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A sustentabilidade não tem a ver apenas com questões ambientais, mas culturais, econômicas,
políticas e sociais em equilíbrio. Repensar a organização do cotidiano é importante para que o estilo de
vida das pessoas seja reestruturado, tornando-se sustentável. As condições de moradia, transporte
público, saneamento básico, saúde, educação e meio ambiente revelam se há sustentabilidade urbana
ou não.
A própria população evidencia isso quando a comunidade luta por mais áreas verdes, parques públicos
e hortas comunitárias. A organização independente é uma ação importantíssima para que o governo
perceba as necessidades do povo.
O movimento organizado por ciclistas de cidades grandes do Brasil demonstra uma iniciativa que se
preocupa com o meio ambiente, evitando a emissão de gases poluentes.
Está relacionada à saúde e ao bem-estar, e também se trata de uma luta em prol de outra relação com
a cidade que não seja apenas a do estresse e trabalho.
As feiras de troca caracterizam uma prática que demonstra a tentativa de tornar a vida mais sustentável
e solidária as cidades, sem a necessidade de maior produção de mercadorias, reduzindo assim o
consumo e o lixo.
O debate urgente acerca da sustentabilidade urbana vem à tona quando a população, mesmo inserida
em um cenário desigual da sociedade, percebe que, em pouco tempo, se nenhuma atitude for tomada, o
espaço que ocupamos logo irá se tornar inviável para viver.
Referências Bibliográficas:
FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São Paulo: Editora AJS, 2015. (Coleção geografia cidadã).
Questões
01. (SEDF – Estudantes Universitários – CESPE) Com relação à geografia urbana no Brasil, julgue
o item que se seguem.
Os fatores que propiciam o crescimento populacional no interior do Brasil incluem a atração de
indústrias para as cidades de médio porte.
(....) Certo (....) Errado
02. (SEDF – Estudantes Universitários – CESPE) Com relação à geografia urbana no Brasil, julgue
o item que se seguem.
O processo de industrialização foi o fator responsável pelo desenvolvimento das cidades brasileiras,
cujos territórios se transformaram devido ao aumento da atividade produtiva no campo.
(....) Certo (....) Errado
. 130
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mais de 20 mil habitantes, e em seguida, uma urbanização concentrada, com a multiplicação de cidades
de tamanho intermédio [...].”
Fonte: SANTOS, M. e SILVEIRA, M. Brasil: Território e Sociedade no início do século XXI. Rio de
Janeiro: Record, 2001: 202.
Respostas
03. Resposta: A.
Os movimentos pendulares são cada vez mais importantes para o entendimento da dinâmica urbana.
São utilizados para estudar a organização funcional dos espaços regionais e delimitar regiões
metropolitanas; dimensionar e caracterizar os fluxos gerados para o estudo e para o trabalho; para o
planejamento urbano, em especial o de transportes, entre outros.
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04. Resposta: C.
Metropolização é o processo de crescimento urbano de uma cidade e sua constituição como
centralidade de uma região metropolitana, isto é, de uma área composta por vários municípios que
congregam a mesma dinâmica espaço-territorial. A metrópole passa a ser vista como a zona na qual as
demais cidades tornam-se dependentes e interligadas economicamente. Entre os exemplos de
metrópoles no Brasil, temos as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Goiânia,
Porto Alegre e muitas outras.
Para entender a lógica da metropolização (e, posteriormente, da desmetropolização), é preciso
considerar a seguinte premissa básica: a industrialização tende a induzir à urbanização, ou seja, quando
uma cidade ou uma região se industrializam, a tendência é de que, com o tempo, a sua população se
eleve, bem como o número de residências e o crescimento horizontal de seu espaço geográfico urbano.8
“Falar de recursos naturais é falar de recurso que, por sua própria natureza, existem
independentemente da ação humana e, assim, não estão disponíveis de acordo com o livre-arbítrio de
quem quer que seja”. (PORTO GONÇALVES, Carlos Walter. O desafio ambiental. Rio de Janeiro: Record,
2004, p.66).
A exploração dos recursos naturais promovida pelas atividades humanas começou a se tornar mais
intensa nos últimos 250 anos, a partir da Revolução Industrial. A expansão da produção econômica,
apoiada principalmente no desenvolvimento das atividades industriais, promoveu o aumento da produção
em larga escala, exigindo, como consequência, a utilização cada vez maior de matérias primas e de fontes
energéticas cuja exploração alcançou níveis sem precedentes em toda a história.
Com o advento da sociedade industrial e o desenvolvimento científico e tecnológico voltado para o
aumento crescente da produção, arraigou-se na sociedade capitalista a ideia da natureza como
fornecedora de recursos econômicos, vistos como bens que podem ser explorados a fim de gerar riquezas
e lucros. Com essa mentalidade estritamente econômica, a natureza passou a ser tratada como um
simples estoque de matérias-primas, fonte inesgotável de recursos necessários para sustentar e garantir
a própria reprodução do modo de produção.
Dessa forma, a lógica que sustenta o industrialismo econômico em expansão ao longo dos últimos
séculos está centrada na concepção de natureza como recurso infinito e inesgotável. Isso significa,
portanto, que o sistema econômico moderno está organizado e orientado para a utilização cada vez mais
8
PENA, Rodolfo F. Alves. "Metropolização"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/metropolizacao.htm>.
. 132
1358909 E-book gerado especialmente para ARLEM SANTOS
eficaz da natureza e de seus recursos. Assim, pode-se dizer que as raízes do intenso processo de
degradação da natureza e o agravamento dos problemas ambientais que presenciamos em nossa época
ligam-se diretamente a esse modelo econômico predatório do ponto de vista ambiental.
De maneira geral, os recursos naturais podem ser classificados ou agrupados e duas categorias:
Recursos Naturais Renováveis: aqueles que podem ser repostos ou recriados (renovados) pela
natureza em um período de tempo relativamente curto, desde que utilizados de maneira racional. Entre
esses recursos estão florestas, solos e fontes hídricas (rios, lagos, oceanos);
Recursos Naturais Não Renováveis: aqueles que não podem ser repostos pela sociedade e que
levam milhões de anos para serem repostos pela natureza. Os minerais, como bauxita, ferro, ouro, etc.;
e os combustíveis fósseis, como o petróleo, são exemplos de recursos que vão se esgotando à medida
que são extraídos da natureza.
De modo simples, podemos entender por indústria “o ato de transformar, com ajuda de um certo
trabalho, a matéria-prima em bens de produção e consumo”.
a) Extrativas: Aquelas que extraem certos produtos da natureza, sem, contudo, alterar suas
características. Compreendem dois tipos principais: a indústria extrativa vegetal e a indústria extrativa
mineral.
Sobre a superfície da Terra, vamos encontrar basicamente dois tipos de minerais: os fósseis e os não-
fósseis. Os minerais fósseis são aqueles originários da decomposição de restos de animais e vegetais
que ficaram depositados em camadas de rochas sedimentares como o carvão, o petróleo e o xisto. Já os
minerais não-fósseis são os compostos químicos metálicos e não-metálicos que se consolidaram no
interior das rochas, geralmente cristalinas, como, por exemplo, o ouro, o manganês, o ferro, o silício, o
caulim.
Isso significa que os diversos elementos vão surgir em uma determinada região, de acordo com o tipo
de formação geológica do local. É evidente que, quanto maior for a área de um país, maior será a
possibilidade desse país contar com todos os tipos de rochas e assim possuir todos os tipos de minerais.
Entretanto, mesmo para um país de enormes dimensões como o Brasil, que contém todos os tipos de
rochas, os minerais não surgirão na quantidade que a nossa economia exige. Assim, poderíamos
classificar os minerais quanto à disponibilidade em três tipos:
a) abundantes: aqueles que surgem em enormes quantidades, sendo usados tanto internamente
quanto exportados, como por exemplo, o ferro, o manganês, o alumínio, o nióbio.
b) suficientes: os que existem em quantidade suficiente apenas para o abastecimento interno, não
podendo ser exportados.
c) carentes: aqueles cuja quantidade seja insuficiente para atender às necessidades internas como,
por exemplo, o carvão mineral.
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Combustíveis fósseis
Carvão, petróleo, gás natural e folhelho (xisto)
betuminoso.
Água
Lagos, rios e água subterrânea.
Os recursos minerais são vitais para o desenvolvimento de um país, por sua importância como matéria-
prima para a indústria – em particular para os setores industriais de base, como a metalurgia e a química
pesadas (assim qualificadas por utilizarem muita matéria-prima. Na primeira, destacam-se as unidades
produtivas voltadas para a fabricação de metais como aço, alumínio, cobre, chumbo e estanho. Na
segunda, aquelas voltadas para a fabricação de ácidos como o sulfúrico, o nítrico e o clorídrico.
A produção siderúrgica é uma das mais importantes no processo industrial brasileiro. Sua implantação,
porém, é de custo muito elevado, o que fez com que o Estado assumisse essa incumbência nas décadas
de 1940 a 1970.
O minério de ferro é a base da produção do aço, o que explica a implantação das siderúrgicas bastante
próximas das grandes jazidas desse minério.
Como as produções minerais têm caráter estratégico no processo industrial, historicamente os países
desenvolvidos buscaram controlar reservas minerais dentro e também fora dos seus limites territoriais. A
ação das suas empresas mineradoras é bastante sensível nos países subdesenvolvidos, que dispõem de
grandes reservas minerais mas de recursos escassos para explorá-las.
O Brasil, enquadrado nessa descrição, teve de acolher muitas empresas estrangeiras do setor mineral.
O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em quantidade e diversidade de recursos minerais,
dentre os quais se destacam os minérios de ferro, de estanho, de manganês e de alumínio.
Um aspecto revelador da importância dessa atividade na economia brasileira é a participação relativa
da sua produção e da produção dos metais no total exportado pelo país, destacando-se dentre as
exportações os minérios de ferro, de alumínio e de manganês e, entre os metais, o aço e o alumínio.
A dependência externa do setor mineral é relativamente pequena (ao contrário do que ocorre com os
recursos energéticos, como o petróleo e o carvão), porque o Brasil importa apenas alguns produtos cuja
produção nacional ainda não basta para atender as exigências do mercado interno, como cobre, enxofre
e mercúrio.
Ferro:
O ferro é obtido pela redução dos seus óxidos. Seus principais minérios são:
Magnetita, com 72,4% de teor de ferro;
Hematita, com 70,0% de teor de ferro;
Limonita, com 59,9% de teor de ferro;
Siderita, com 48,0% de teor de ferro.
A ocorrência de minério de ferro no Brasil foi revelada no final do século XVIII e o seu aproveitamento
teve início na segunda década do século XIX, em Minas Gerais.
Em 1996, o Brasil possuía 8,6% das reservas mundiais, classificando-se em 5º lugar entre os países
detentores do maior volume de minério. Porém, devido ao alto teor de ferro contido em seus minérios, do
tipo hematita e itabirito (60%), o Brasil ocupa posição privilegiada em relação ao ferro produzido
mundialmente. Entre os produtores e exportadores, o Brasil coloca-se entre os maiores.
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As grandes jazidas do Brasil encontram-se em Minas Gerais (Quadrilátero do ferro), Pará (Serra dos
Carajás) e Mato Grosso do Sul (Morro do Urucum).
Manganês:
O manganês é um metal encontrado na crosta terrestre em formas combinadas (óxidos, silicatos,
carbonatos, etc.). A quantidade de minerais de manganês é muito grande (mais de 100), sendo o principal
a pirolusita.
A principal utilidade do manganês (95%) é na indústria siderúrgica, na qual se utilizam 30 Kg de minério
de manganês para cada 1 tonelada de aço. Devido ao seu grande emprego, é um minério considerado
estratégico, sendo que os maiores consumidores (EUA, França, Alemanha, Inglaterra e Japão) não
possuem grandes reservas, exceto a Rússia.
As reservas brasileiras são cerca de 53.790 mil toneladas (cerca de 1,07% das reservas mundiais). As
principais jazidas estão: na Serra dos Carajás (PA), e no Quadrilátero do Ferro (MG).
O Brasil possui a 6ª reserva do mundo, atrás da África do Sul (a maior do mundo), Ucrânia, Gabão,
China e Austrália.
Outros Minérios
Alumínio
O alumínio é um metal branco, leve e que não se deixa tocar pela corrosão. É utilizado pela indústria
elétrica, material de transporte, construção civil, utensílios domésticos, etc.
O principal minério é a bauxita. De um total de reservas mundiais de 28,8 bilhões de toneladas, o Brasil
possui depósitos de bauxita de boa qualidade avaliados em 3,8 bilhões de toneladas, ou seja, 13,5% do
total, sendo o terceiro país em reservas de alumínio. Os depósitos encontram-se principalmente nas áreas
do rio Trombetas, de Paragominas, Juriti e Almerim, todas na região Amazônica, e em Poços de Caldas
e Muriaé (MG), Amapá, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Em 1996 houve um acréscimo de
20,5% na produção brasileira (aproximadamente 2 milhões de toneladas), principalmente em razão do
incremento na produção da Mineração do Rio do Norte S.A. (MRN), uma das mais importantes empresas
produtoras, respondendo por 78,6% do total produzido pelo país naquele ano. Outra grande empresa é a
Companhia Brasileira de Alumínio S.A. (CBA), com 10,1% do total de 1996.
No que se refere ao metal propriamente dito, o alumínio (metal primário), a produção brasileira
apresentou uma variação não muito significativa, passando de 1,18 pra 1,19 milhão de toneladas, mas
que nos situou em quinto lugar (5,8%) na produção mundial.
Cobre
É um metal conhecido desde os primórdios dos tempos da metalurgia, em razão da facilidade de sua
obtenção e pelo seu poder de combinação com outros metais, resultando em famílias de bronzes, latões
e alpacas.
Tem por características principais a dificuldade de corrosão, alto grau de condutibilidade térmica e
elétrica, maleabilidade tanto a quente quanto a frio e é facilmente soldável. Tornou-se o terceiro metal de
maior consumo, sendo superado apenas pelo ferro e pelo alumínio.
Os principais minerais do cobre são sulfetos contendo de 0,5% a 2,0% de cobre (a calcopirita ou cuprita
é um dos mais importantes).
As principais reservas de cobre do mundo estão situadas no Chile, com 27,3%, e Estados Unidos, com
15,1%, perfazendo quase metade das reservas mundiais (42,4%). Entretanto, uma razoável quantidade
desses minérios encontra-se nos países do terceiro mundo, fazendo destes os maiores fornecedores para
os países do primeiro mundo (maiores consumidores).
O Brasil, com 1,9% dessas reservas e uma produção de 46.000 t, que representa, aproximadamente,
0,4% da produção mundial, tem nesse metal uma de suas principais carências, sendo um importante
comprador no mercado mundial.
As maiores jazidas de minério de cobre no Brasil são a de Camaquã (RS), a de Caraíba (BA) e a de
Carajás (Pará).
Os maiores fornecedores de cobre ao Brasil são: o Chile, o Canadá, o Peru e o México.
Estanho
Metal brilhante de aparência semelhante à prata. Extremamente maleável, facilmente amoldável e
fusível (dos metais é o que tem um dos mais baixos pontos de fusão). O estanho é conhecido desde a
Grécia Antiga e era ali considerado precioso juntamente com o ouro e a prata. Geralmente é utilizado na
indústria elétrica, na fabricação de ligas metálicas, empregado com o revestimento em outros metais a
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fim de evitar a corrosão (principalmente nas folhas-de-flandres). Até meados dos anos 60, o Sudeste
Asiático reunia os maiores produtores do metal, com Malásia, Indonésia, Tailândia e China entre os mais
importantes. Nessa época, a maior exploração brasileira era realizada por garimpagem no Estado de
Rondônia. Em 1971, a garimpagem foi proibida e uma modificação na estrutura produtiva resultou num
aumento significativo da produção brasileira, tendo-se o estanho tornado o principal metal não-ferroso a
suprir a demanda interna (consumo local), passando a ser exportável.
Os maiores produtores do minério de estanho no Brasil, a cassiterita, são os Estados do Amazonas,
responsável por 60%, e Rondônia, com 40% (estanho contido). Em relação à produção do estanho
metálico, São Paulo é o principal responsável, com a empresa Mamoré e Metalurgia S.A. respondendo
por 83% dessa produção e a ERSA de Ariquemes – RO com 14%.
Chumbo
O chumbo é um metal conhecido desde a Roma Antiga e possui certos caracteres marcantes que o
diferencia de outros metais: baixo ponto de fusão, muito pouco duro (chega a ser facilmente riscado pela
unha) e possui uma alta capacidade de combinação com outros metais, originado ligas com as mais
diversas aplicações. É utilizado na indústria de baterias, cabos e isolantes para instalações nucleares. Ao
contrário de outros metais, tem tido o seu uso reduzido (como aditivo na gasolina).
O minério de onde mais se extrai o chumbo é a galena (sulfeto de chumbo – PbS).
As reservas brasileiras desse metal são pouquíssimas e pouco significativas, somando, em metal
contido, algo em torno de 350 mil toneladas.
Ouro:
Foi um dos primeiros metais a ser conhecido e trabalhado pelo homem em razão de suas propriedades
como dureza, maleabilidade, ductilidade e um dos metais de mais antiga exploração na América e
também no Brasil. Utilizado na indústria de ferramentas médicas, ourivesaria e na indústria eletrônica de
precisão.
A exploração de ouro no País de faz principalmente por garimpagem (ouro de aluvião, o mais
frequente) principalmente nos rios da Amazônia, o que tem trazido sérios problemas de destruição
ambiental em função do excesso de mercúrio lançado aos rios.
Os maiores produtores mundiais de ouro são: África do Sul, Estados Unidos, Austrália e Rússia. O
Brasil, no ano de 1996, apresentou uma redução de 6% em relação ao ano anterior, tendo produzido 60
toneladas, com 41 toneladas de participação de empresas de mineração (41 no total, entre elas a CVRD,
Grupo Morro Velho, Rio Paracatu Mineração, Mineração Serra Grande) e 19 toneladas dos garimpos.
Nossas principais áreas produtoras estão em Minas Gerais, na Serra de Paracatu e Quadrilátero
Ferrífero, Goiás e no Estado da Bahia. O Pará, após a grande produção na mina a céu aberto de Serra
Pelada, viu suas reservas acabar rapidamente.
Sal Marinho
Ocupa uma posição de destaque no setor da indústria extrativa mineral; é utilizado na pecuária, na
alimentação humana e na indústria química.
As principais áreas produtoras são Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Fontes de Energia
A maior parte da energia produzida no mundo (mais de 80%) é obtida de fontes não-renováveis, isto
é, que não podem ser repostas –como os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural) e
os minérios radioativos (urânio, tório). Dentre as fontes renováveis, ainda pouco aproveitadas, destacam-
se a energia elétrica de origem hidráulica e a biomassa (que abrange, entre outras matérias orgânicas, a
lenha, o carvão vegetal, o álcool e o bagaço de cana).
O Brasil é relativamente pobre em recursos energéticos não-renováveis: as suas reservas de minerais
radioativos são expressivas, mas as de combustíveis fósseis são relativamente pequenas. Entretanto o
país é muito rico em recursos energéticos renováveis, principalmente de origem hidráulica, pois é bem
servido de rios planálticos, com muitas quedas-d’água, e assim as bacias hidrográficas em geral têm
levada potência hidrelétrica.
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Petróleo: Origem e Importância
Como fonte de energia e matéria-prima, trata-se de um produto estratégico, por ser indispensável para
os transportes e as indústrias em todo o mundo. Em razão disso, em praticamente todos os países, sua
exploração só pode ser realizada, mesmo por empresas privadas, com autorização governamental – ou
melhor, ela é regulamentada pelo Estado. Não-renovável e distribuído de forma desigual pela natureza,
o petróleo ganhou tal importância no contexto econômico mundial ao longo do século XX, que já motivou
diversos conflitos internacionais.
O Petróleo no Brasil
A história do petróleo no Brasil confunde-se com a da Petrobras, criada pelo governo Getúlio Vargas
em 1953, numa conjuntura política marcada pelo nacionalismo. Em defesa da soberania nacional na
exploração do petróleo presente no sobsolo brasileiro, estabeleceu-se que a empresa responsável pelo
setor seria uma companhia mista, devendo pertencer à União, por lei, no mínimo 51% das suas ações.
Nos artigos da Constituição de 1988 referentes às atividades petrolíferas sob monopólio estatal,
observa-se que os contratos de risco (autorizados na década de 1970) foram eliminados, o que impediria
a participação de empresas particulares, nacionais ou estrangeiras, no processo de prospecção e lavra
do petróleo, em território nacional.
Com as transformações de cunho neoliberal que marcaram os anos de 1990 no país, o monopólio
estatal do petróleo passou a ser questionado por poderosas forças políticas e econômicas nacionais.
Assim, por uma emenda constitucional de 1995, aprovada no Congresso Nacional em dois turnos
(primeiro na Câmara Federal e depois no Senado), a União agora pode contratar empresas privadas ou
estatais, nacionais ou estrangeiras, para atuar no setor petrolífero, que a Petrobrás dominou com
exclusividade por 42 anos.
Entretanto, a importância dessa empresa, que é a maior da América Latina, não deve diminuir. Além
de não haver concorrente nacional ou internacional capaz de lhe fazer frente na exploração do petróleo
brasileiro, ela atua, por meio de subsidiárias, também nos setores de distribuição de derivados (Petrobrás
Distribuidora), produção petroquímica (Petroquisa), prospecção e exploração de petróleo no exterior
(Braspetro), entre outros.
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Programa Nacional do Álcool – Proálcool
O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi definido em 1975 e teve sua implantação acelerada em
1979, com o segundo choque do petróleo, cujos efeitos desastrosos se pretendia minimizar usando álcool
como fonte energética alternativa – seja misturado à gasolina em substituição ao chumbo tetraetila,
altamente poluente, à proporção de 23% (álcool anidro, isto é, sem água), seja substituindo a própria
gasolina (álcool hidratado ou etanol), como combustível de veículos especialmente fabricados para esse
fim.
Para expandir a produção, era preciso ampliar a cultura da cana-de-açúcar, e o governo canalizou
esforços para as tradicionais áreas de concentração das usinas, como o planalto Ocidental Paulista e a
Zona da Mata nordestina.
O setor usineiro, interessado em ampliar a produção e o mercado, aderiu à proposta governamental,
incluindo-se entre os beneficiários dos investimentos destinados aos setores ligados à produção do álcool
no país, na forma de créditos ou subsídios, num montante que se acredita ter superado 10 bilhões de
dólares.
Todas as metas estabelecidas foram cumpridas e até extrapoladas. Para se ter uma ideia, em 1985,
no auge do programa, cerca de 91% dos veículos produzidos no país eram movidos a álcool. Mas, a partir
de 1986, com o declínio dos preços internacionais do petróleo, o resultado de tanto esforço começou a
cair por terra, e vários aspectos do Proálcool foram questionados, especialmente os seguintes:
* Em muitos casos, a expansão da cultura da cana ocupou espaços agrícolas antes usados para o
cultivo de gêneros alimentícios;
* O álcool substitui a gasolina, mas não o petróleo, e sua produção depende de derivados petrolíferos,
pois os caminhões que transportam a cana e distribuem o álcool são movidos a diesel;
* O uso do álcool gerou excedentes de gasolina de difícil comercialização, uma vez que os baixos
preços desse derivado no mercado internacional eram incompatíveis com os altos custos da Petrobrás.
Nesse contexto, a manutenção do Proálcool passou a depender de subsídios governamentais e da
vontade política da Petrobrás de arcar com pesados prejuízos na sua revenda.
No início dos anos de 1990, entre outras medidas drásticas, o governo orientou as montadoras de
automóveis a priorizar a produção de carros a gasolina – e em 1996(quando o barril de álcool custava 34
dólares, contra 19 dólares do barril de gasolina) apenas 4,6% dos veículos produzidos no Brasil eram a
álcool.
A situação agravou-se em 1997 com a resolução do governo de suspender os subsídios direcionados
ao setor produtor de álcool, ameaçando a sobrevivência de muitas usinas em funcionamento no país.
Nos anos 2000, a produção de álcool combustível cresceu de forma bastante rápida, tanto no Brasil
como no resto do mundo, o que resultou em uma produção da ordem de 46 bilhões de litros. Entre os
fatores responsáveis por tal crescimento está a elevação acelerada nos preços mundiais do petróleo, o
que levou a uma maior procura por fontes alternativas e, no Brasil, a criação de carros bicombustíveis
(flex), expandido o mercado consumidor interno de álcool.
Carvão Mineral
O carvão mineral é um combustível fóssil originado do soterramento de antigas florestas, em ambiente
com pouco oxigênio, particularmente no período Paleozoico (permocarbonífero). Dependendo das
condições ambientais e da época da sua formação, ele pode ser encontrado em diferentes estágios, como
a turfa, o linhito, a hulha e o antracito.
As reservas brasileiras são relativamente pequenas e de baixa qualidade, pois apresentam, como
regra, baixo poder calorífico e alto teor de cinzas, o que dificulta seu aproveitamento como fonte
energética ou como matéria-prima no setor siderúrgico.
Em razão dessas deficiências, o país importa 50% do carvão mineral que consome.
As maiores reservas de carvão mineral do Brasil ocorrem nos terrenos permocarboníferos do Sul.
O carvão brasileiro tem baixa qualidade, é altamente poluente, e seu aproveitamento envolve elevados
custos de transporte. Por isso, só foi cogitado seriamente como fonte energética em épocas de crise.
Foi o que se viu na década de 1970, quando os choques do petróleo fizeram que se atentasse para as
reservas sulinas, particularmente as de carvão vapor, antes tratadas como entulho, por falta de consumo.
Para incrementar a produção e o consumo, foram então adotadas diversas medidas, como: oferta de
financiamentos e facilidades às companhias carboníferas que elevassem o nível técnico da extração;
instalação de termoelétricas, sobretudo próximo às áreas produtoras de carvão ( o que explica a
concentração de tais usinas no sul do país); incentivos à vários setores industriais para substituírem o
óleo diesel por carvão vapor no processo de aquecimento das caldeiras (caso das indústrias de cimento);
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desenvolvimento no setor carboquímico, para aproveitamento dos subprodutos derivados no processo de
extração do carvão (caso da pirita carbonosa, composta de ferro e enxofre).
O Gás Natural
As reservas de gás natural do Brasil, em 2005, eram relativamente pequenas, da ordem de 326 bilhões
de metros cúbicos, o que correspondia a cerca de 40% das reservas de hidrocarbonetos no país. O
consumo também era relativamente pequeno: a participação do gás natural na matriz energética brasileira
era próxima de 4,8%, apenas, sobretudo porque ele foi historicamente tratado no país como fonte
energética de importância secundária.
Por volta de 2007, graças ao avanço tecnológico dos equipamentos que possibilitavam o uso do gás
natural, o Brasil, acompanhando uma tendência mundial, procurou estimular o aumento da produção e
do consumo interno desse produto, visto ser o menos poluente dos combustíveis fósseis.
Em 1993, foi assinado com a Bolívia um acordo de fornecimento com a intenção de provocar
expressiva elevação da participação dessa fonte na matriz energética nacional.
Segundo o Anuário 2005, a Agência Nacional de Petróleo (ANP), O Brasil importou em 2004 cerca de
8 bilhões de m³ de gás natural, o que representou 46% do consumo total do país.
Desde o início do processo de ocupação colonial, as florestas brasileiras vêm sendo destruídas
para ser utilizadas como fonte de energia, na forma de lenha ou carvão vegetal. O absurdo é que,
depois de cinco séculos, ainda exista esse tipo de utilização da vegetação que resta no país.
A formação das jazidas minerais resulta de processos geológicos que ocorreram ao longo de milhões
de anos. Elas constituem recursos esgotáveis e, se forem mantidos os atuais níveis de exploração
mineral, em pouco tempo poderão faltar matérias-primas essenciais à transformação industrial.
Em várias regiões do mundo já são encontradas gigantescas áreas nas quais havia exploração
mineral. Essas jazidas esgotadas ficam, muitas vezes, abandonadas, deixando um rastro de imensas
crateras, nas quais o processo de erosão tende a intensificar os danos ambientais. Em diversos países,
as mineradoras que encerram suas atividades em determinada área de extração são obrigadas, por lei,
a reflorestá-la. Contudo, esse reflorestamento não garante a recuperação do hábitat natural.
No Brasil, as mineradoras simplesmente abandonam as jazidas que se tornaram economicamente
inviáveis, o que agrava os danos ambientais. O esgotamento de jazidas também aumenta as tensões
sociais, pois deixa um grande número de trabalhadores sem emprego e, portanto, sem condições de
sobrevivência.
Durante o processo de exploração, os problemas ambientais são imensos. Para dar início à exploração
é necessária a devastação da vegetação local, comprometendo a sobrevivência da fauna que faz parte
do seu ecossistema. Outro problema são os rejeitos – aquilo que não tem utilidade econômica numa
jazida – depositados em qualquer local e transportados pelo ventou ou pela água das chuvas para outros
lugares, atingindo os rios e provocando o assoreamento dos seus leitos.
Assoreamento é a deposição de sedimentos no leito de um rio, os quais podem impedir a livre
circulação das águas, provocar cheias em determinados trechos e vazantes em outros. Os trechos
assoreados acumulam dejetos dos mais diversos tipos, cuja decomposição contribui para a poluição das
águas.
No Brasil, boa parte do garimpo de ouro ocorre em rios da Amazônia e do Pantanal. Os garimpeiros
utilizam o mercúrio para agregar as pepitas menores, espalhadas na água. Depois de agregadas, o
material é aquecido, o que permite separar o ouro do mercúrio.
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O mercúrio é um metal líquido, altamente tóxico e, dependendo da quantidade ingerida pelo organismo
humano, pode comprometer o sistema nervoso, provocar cegueira, debilidade mental e levar a pessoa à
morte. Atinge, em primeiro lugar, o próprio garimpeiro; e, seguida, os peixes e a fauna do rio em que o
garimpo é feito; e, por fim, as populações ribeirinhas e todos os que consomem o produto da pesca do rio
contaminado.
Entre os diversos minerais explorados, o petróleo é, sem dúvida, o grande vilão do ambiente. Além da
poluição causada pelo consumo de seus múltiplos derivados, são cada vez mais frequentes as tragédias
ambientais decorrentes tanto do processo de extração como de distribuição. O derrame de óleo por navios
petroleiros, que forma as chamadas “marés negras”, e o rompimento de oleodutos têm causado impactos
ambientais de difícil reparação.
Entre o final do século XX e o início deste século, já ocorreram no Brasil diversos acidentes
relacionados à extração e ao transporte de petróleo, como o naufrágio da plataforma P-36, na bacia de
Campos (RJ) – principal região de produção petrolífera do país; e o rompimento do oleoduto da refinaria
de Araucária (PR), que provocou o vazamento de cerca de um bilhão de litros de óleo para os rios Birigui
e Iguaçu.
Um desses acidentes – o rompimento de um duto da refinaria de Duque de Caxias (RJ), que, em
janeiro de 2000, poluiu a baía de Guanabara – é considerado o maior desastre ambiental marítimo do
país; grande quantidade de óleo atingiu os manguezais, provocando a morte de muitos animais e
vegetais. Esse acidente afetou a atividade pesqueira na região e a vida de milhares de pescadores.
Os sucessivos governos brasileiros ainda não adotaram uma ampla política para a exploração racional
dos recursos minerais, a qual priorizasse o desenvolvimento econômico sustentável, a preservação da
natureza e a conservação dessas jazidas.
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Desigualdade e consumo no mundo
Ainda que o nível de consumo da sociedade contemporânea continue se expandindo, ele ocorre de
maneira bastante desigual entre os países do mundo. Como o consumo de uma população é determinado
em grande parte pelo nível de sua renda, pode-se concluir que existem grandes diferenças de consumo
entre os países ricos e desenvolvidos e os países subdesenvolvidos. Nos países ricos, a renda per capita
anual da população está, em média, em 40 mil dólares, como ocorre nos Estados Unidos, Canadá,
Alemanha, França, Bélgica, Japão e Austrália. Já em países mais pobres, essa mesma renda não chega
a 800 dólares ao ano, caso do Haiti, Bangladesh, Afeganistão, Serra Leoa, Níger e Ruanda.
Faz-se hoje uma grande comparação entre o crescimento econômico de um país e suas implicações
sobre a oferta de recursos naturais. Não é difícil notar que um país desenvolvido consome muito mais
produtos, inclusive descartáveis, aumentando a pressão sobre os recursos naturais. Vejamos um exemplo
simplificado de um estudo publicado nos Estados Unidos.
Os países desenvolvidos, tendo um maior poder aquisitivo, são os responsáveis pelo maior consumo
no planeta, muitas vezes de maneira impulsiva e desnecessária.
Esse estilo de vida baseado no “consumo como forma de obter felicidade” foi mais uma estratégia
capitalista de ampliação de negócios que, nos Estados Unidos, recebeu o nome de American Way of Life.
Basta mensurar tal comportamento pelo lixo produzido:
. Produção de lixo mundial por dia: 2 milhões de toneladas;
. Média mundial/dia por habitante de áreas urbanas: 700 g;
. Média de produção de lixo por habitante/dia na cidade de Nova York (EUA): 3 KG.
Os países industrializados apresentam menos de 25% da população mundial, mas consomem 75% da
energia global, 80% dos combustíveis comercializados e cerca de 85% dos produtos madeireiros.
Em contrapartida, nos países subdesenvolvidos, a renda média equivale a apenas 5% da obtida em
países industrializados, indicando que o consumo nesses países se restringe ao necessário ou a menos
que isso. Mesmo assim, a pobreza também exerce pressão negativa sobre o meio ambiente, uma vez
que, em muitos casos, o comportamento de quem vive na miséria e na pobreza é predatório. Poderíamos
citar como exemplos de comportamentos predatórios contra o meio ambiente:
. a coivara – queimada -, técnica primitiva de agricultura;
. o garimpo ilegal e a contaminação de rios com mercúrio;
. a ocupação irregular das margens de mananciais pelas favelas em expansão, nos países pobres.
Mananciais são fontes de água doce, superficiais ou subterrâneas, que podem ser utilizadas para
consumo humano ou desenvolvimento de atividades econômicas.
(Fonte: Ministério do Meio Ambiente).
A preocupação com o agravamento dos problemas ambientais levou, a partir das décadas de 1960 e
1970, ao surgimento de movimentos ambientalistas organizados pela sociedade civil como forma de
protestar, alarmar e cobrar mudanças para reverter o preocupante cenário de degradação da natureza
promovido pela sociedade.
A emergência dos movimentos ambientalistas eclodiu juntamente com um conjunto de outras
manifestações de caráter social, das quais fazem parte o movimento das mulheres, dos negros e dos
pacifistas, por meio de determinados segmentos sociais engajados na luta por melhores condições de
existência e de vida no planeta. Uma característica singular dos movimentos ambientalistas ecológicos,
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em comparação com outros movimentos sociais, reside no fato de que, na prática, nenhum outro
movimento passou a questionar, de maneira tão ampla, temas tão distintos quanto aqueles que
perpassam pela questão ambiental.
Os movimentos ambientalistas começaram a se fortalecer primeiro na Europa e nos Estados Unidos a
partir de alguns grandes desastres ambientais ocorridos antes d década de 1970, tais como: a
contaminação do ar nas cidades de Nova York e Londres, entre 1952 e 1960; a intoxicação por mercúrio
nas baías de Minamata e Niigata, entre 1953 e 1965, no Japão; o acidente com o navio superpetroleiro
Torrey Canyon, ocorrido no canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França, em 1967; a redução da vida
aquática em alguns dos Grandes Lagos, nos Estados Unidos; a morte de aves causada pelos efeitos de
pesticidas, como o DDT. Nos países subdesenvolvidos, como o Brasil, esses movimentos chegaram um
pouco mais tarde, já no final da década de 1970 e início dos anos 1980.
Paralelamente a acontecimentos como esses que despertaram a opinião pública, a questão ambiental
também se tornou alvo de maior preocupação da comunidade científica, sobretudo com os avanços da
ecologia e ciências correlatas, como a biologia, por exemplo. Uma nova literatura começou, então, a
questionar os imites da degradação ambiental no planeta, que, no plano político internacional, também
se tornaram alvo de maior preocupação.
Em 1968, especialistas de diversos países se reuniram em Roma, Itália, a fim de formularem projeções
sobre o futuro do planeta, alertando para os riscos ambientais promovidos pelo modelo econômico
vigente, baseado na exploração dos recursos naturais. Esse acontecimento assinalou a fundação do
Clube de Roma que, em 1972, publicou o estudo intitulado Os limites do crescimento. Ao apontar os
limites da exploração do planeta, algo até então inquestionável, esse estudo estimulou a consciência da
sociedade e da tomada de atitude de governos de diferentes países a respeito da problemática ambiental.
Foi nesse contexto que a temática ambiental adquiriu projeção e ganhou espaço nas grandes
discussões internacionais. Ainda em 1972, a ONU realizou em Estocolmo, Suécia, a I Conferência das
Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente. Contando com representantes de mais de 100 países
e outras centenas de instituições governamentais e não governamentais, foram discutidas questões como
o controle da poluição do ar, a proteção dos recursos marinhos, a preservação e o uso dos recursos
naturais, entre outras.
Na década de 1980, a ONU deu continuidade ao debate da questão ambiental com a Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada para estudar a problemática ambiental. Em
1987, esses estudos foram concluídos com a elaboração do documento Our Common Future (Nosso
futuro comum), conhecido como Relatório Brundtland. Como forma de conciliar o crescimento
econômico com a preservação do meio ambiente, o documento trouxe à tona a necessidade de se
promover um novo modelo de crescimento, o chamado “desenvolvimento sustentável”, como sendo
aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem as suas necessidades.
Em 1992, vinte anos após o encontro em Estocolmo, a cidade do Rio de Janeiro sediou a Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como Eco-92 ou Rio-92.
Além de reafirmar a importância do desenvolvimento sustentável, como meta para conciliar o crescimento
econômico, com justiça social e conservação ambiental, o encontro contribuiu para ampliar a
conscientização sobre os problemas ambientais, fortalecendo ainda maios os movimentos ambientalistas
e ecológicos.
Em 1997, na cidade japonesa de Kyoto, foi formalizado um protocolo que instituiu metas para a redução
progressiva na emissão de gases poluentes, sobretudo daqueles que agravam o efeito estufa, como o
dióxido de carbono (CO²). De acordo com esse documento, os países mais ricos e industrializados
deveriam se comprometer a reduzir a emissão desses gases. Embora aceito pela grande maioria dos
países, o protocolo foi recusado pelos Estados Unidos (que respondem por cerca de 25% da emissão
total de CO² na atmosfera) enquanto outros países se opõem a ratificar o tratado que prevê cortes ainda
maiores nas emissões desses gases.
Em 2002, foi realizada em Johanesburgo, na África do Sul, a Conferência da Cúpula Mundial para o
Desenvolvimento Sustentável, a Rio +10, com o objetivo de fazer um balanço das ações realizadas e dos
resultados obtidos com base nos acordos firmados entre os países que participaram da Rio-92. Além das
questões relacionadas à conservação ambienta, também foram discutidas temáticas em âmbito social,
como a meta de redução do número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. Nesse encontro,
entretanto, houve pouco comprometimento das nações envolvidas em assumir realmente ações que
tivessem como resultado a melhoria socioambiental, como o cancelamento da dívida externa de países
subdesenvolvidos, a substituição de parte da energia provinda de combustível fóssil por fontes
energéticas renováveis (como a eólica, a solar, etc.).
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Em junho de 2012, objetivando um encontro entre representantes do governo, ONGs, empresas
provadas e setores da sociedade civil em geral de grande parte dos países do mundo, foi realizada, no
Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Nesse
encontro, fez-se um balanço do que foi efetivamente realizado nos últimos vinte anos sobre as questões
ambientais, em especial, as estratégias mais eficientes para se promover a sustentabilidade ambiental e
também para se combater e eliminar a pobreza extrema no mundo.
Referências Bibliográficas:
ANGLO: GARCIA, Hélio Carlos; GARAVELLO, Tito Márcio. Geografia do Brasil. São Paulo, 4ª edição: Anglo.
COLEÇÃO OBJETIVO – Sistema de Métodos de Aprendizagem – ANTUNES, Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: Quadro Natural e Humano.
LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo Lazaro Branco; Cláudio Mendonça. 3ª ed. São Paulo: Saraiva.
MARTINEZ, Rogério. Novo olhar: Geografia. Rogério Martinez, Wanessa Pires Garcia Vidal. 1ª edição. São Paulo: FTD, 2013.
MARTINI, Alice de. Geografia. Alice de Martini, Rogata Soares Del Gaudio. 3ª edição. São Paulo: IBEP, 2013.
Questões
01. (FAAP) As águas superficiais do Atlântico, que banham a costa nordestina, possuem temperaturas
médias em torno de 25ºC e salinidade em torno de 37 gramas/litro, fatores que, entre outros,
possibilitaram o aparecimento de salinas no litoral. Aponte três razões que explicam a elevada salinidade
desse litoral.
02. (FUVEST) O ferro e o manganês são elementos fundamentais para implantação da siderurgia.
Como se apresenta a situação brasileira quanto a esses minérios, principalmente no que diz respeito à
distribuição de suas jazidas pelo território nacional e seu aproveitamento para o consumo interno ou para
a exportação?
Conhecida como “costa do sal”, ocorre no litoral do Nordeste, trecho Norte, extensa área salineira,
responsável pela maior parte da produção do sal nordestino.
03. (FAAP) Diga o nome de dois municípios produtores de sal ali localizados.
04. (FAAP) Aponte duas razões, além do teor salino das águas oceânicas, que possibilitam a extração
do sal, nessa região.
05. (MAUÁ) Cite dois minerais que o Brasil deve importar com grande sacrifício de sua balança
comercial.
06. (MAUÁ) Cite dois minérios básicos para a produção do aço, cujas jazidas são tão ricas que
permitem sua exportação.
07. (UNICAMP) O artigo 231 da Constituição Brasileira reconhece aos índios “...os direitos originários
sobre as terras que tradicionalmente ocupam”. Os índios, porém, não são proprietários da terra, são
usufrutuários. As terras indígenas são patrimônio da União, a quem compete demarcá-las e protegê-las.
Alguns setores da sociedade alegam que “é muita terra para pouco índio”. Tais terras são constantemente
invadidas e índios são exterminados.
Considerando as informações, responda:
a) Quais os principais setores da sociedade que ficaram contra a demarcação da reserva Ianomâmi?
b) Quais os argumentos utilizados por esses setores?
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(C) Muitos recursos naturais são finitos e danos ambientais causados pelo homem podem ser
irreversíveis.
(D) Os recursos naturais são suficientes para muitas gerações e todos os danos ambientais causados
pelo homem são reversíveis.
(E) Os recursos naturais já estão praticamente esgotados e qualquer dano ambiental causado pelo
homem é reversível.
Respostas
01. Resolução:
a) Altas temperaturas e ventos alísios (forte evaporação).
b) Baixo Índice pluviométrico.
c) Ausência de desembocaduras de grandes rios.
02. Resolução:
A siderurgia utiliza, como minério básico para a fabricação do aço, o ferro e o manganês como minério
de liga, que são os minerais mas abundantes do subsolo brasileiro, colocando o Brasil como grande
produtor e exportador mundial. O minério de ferro é encontrado no Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais),
a maior área produtora e exportadora do país; no Maciço do Urucum (Mato Grosso do Sul), que atende
ao mercado consumidor interno e na Serra dos Carajás (Pará), maior reserva brasileira.
Quanto ao minério de manganês, a maior produtora foi, até 1995, a Serra do Navio (AP), sendo
totalmente exportado por meio do Porto de Santana (AP). Para consumo interno, é utilizado o manganês
do Quadrilátero Ferrífero e do Maciço de Urucum.
03. Resolução:
Areia Branca, Macau e o Mossoró.
04. Resolução:
Altas temperaturas, ventos constantes, altas marés.
05. Resolução:
Petróleo e carvão mineral.
06. Resolução:
Ferro e manganês.
07. Resolução:
a) Os setores da sociedade que ficaram contra a demarcação da área da reserva Ianomâmi são:
companhias de mineração (nacionais e multinacionais); garimpeiros, interessados nas riquezas da região;
grandes proprietários de terra; exército, por problemas de segurança, e até governos estaduais, que
alegam que as reservas são um empecilho aos investimentos externos.
b) O primeiro argumento contra a demarcação é que a área destinada à reserva é exclusivamente
extensa em relação às necessidades do índio, pois os setores acima citados afirmam que o
aproveitamento dos recursos naturais da reserva indígena fica aquém das potencialidades da área. Outro
argumento afirma que os índios, com sua forma de ocupação, tornam as áreas de reserva vulneráveis a
ações externas, já que tais áreas se encontram próximas à fronteira.
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08. Resposta: C.
Gestão da Sustentabilidade: O termo sustentabilidade está cada vez mais presente no ambiente
empresarial. A definição de sustentabilidade mais difundida é a da Comissão Brundtland (WCED, 1987),
a qual considera que o desenvolvimento sustentável deve satisfazer às necessidades da geração
presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Essa definição deixa claro um dos
princípios básicos de sustentabilidade, a visão de longo prazo, uma vez que os interesses das futuras
gerações devem ser analisados.
Para toda e qualquer empresa que lute pelo símbolo da sustentabilidade, ser reconhecida por práticas
na área de responsabilidade socioambiental é apenas o resultado do seu esforço.
Na atual competição de lançamentos, cada vez mais completos no quesito sustentável, as práticas
conhecidas se unem com uma série de inovações de estímulo ao consumo consciente.
As empresas lutam cada vez mais por ambientes diferenciados para apresentar seus produtos e
serviços preocupados com o meio ambiente.
Hoje, evidências e práticas destas empresas já são analisadas pelo consumidor final, que as escolhem
por possuir bons programas de comprometimento ambiental.
Elas, por sua vez, para se destacar e crescer no mercado sustentável, se preocupam em compor um
quadro de parcerias com seus fornecedores no uso de energia, redução de resíduos, relatórios de
emissões de gases do efeito estufa, além de esforços ao envasar seus produtos em embalagens
recicláveis e/ou retornáveis e fabricá-los com matéria prima renovável, 100% biodegradável e
compostável.
Todos estes comprometimentos com a responsabilidade socioambiental resultam numa parceria que
alia a sustentabilidade da empresa com as vendas de seus produtos. E esta parceria destaca o sucesso
e reconhecimento das ações por quem mais interessa no resultado final de qualquer atividade industrial
ou comercial: o cliente.
09. Resposta: D.
Podemos definir êxodo rural como sendo o deslocamento de pessoas da zona rural (campo) para a
zona urbana (cidades). Ele ocorre quando os habitantes do campo visam obter condições de vida melhor.
Causas: Os principais motivos que fazem com que grandes quantidades de habitantes saiam da zona
rural para as grandes cidades são: busca de empregos com boa remuneração, mecanização da produção
rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc.), qualidade de ensino e necessidade de
infraestrutura e serviços (hospitais, transportes, educação, etc.).
O êxodo rural provoca, na maioria das vezes, problemas sociais. Cidades que recebem grande
quantidade de migrantes, muitas vezes, não estão preparadas para tal fenômeno. Os empregos não são
suficientes e muitos migrantes partem para o mercado de trabalho informal e passam a residir em
habitações sem boas condições (favelas, cortiços, etc.).
Além do desemprego, o êxodo rural descontrolado causa outros problemas nas grandes cidades. Ele
aumenta em grandes proporções a população nos bairros de periferia das grandes cidades. Como são
bairros carentes em hospitais e escolas, a população destes locais acabam sofrendo com o atendimento
destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados são as
consequências deste fato.
Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a diminuição da
população local, diminui a arrecadação de impostos, a produção agrícola decresce e muitos municípios
acabam entrando em crise. Há casos de municípios que deixam de existir quando todos os habitantes
deixam a região.
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Agribusiness – o que é isso?
Fornecedores de Produção Processamento e Distribuição e
insumos e bens de agropecuária transformação Consumo
produção
Sementes Produção animal Alimentos CONSUMIDORES
Calcário Lavouras Têxteis
Fertilizantes permanentes Vestuário Restaurantes
Rações Lavouras Madeira Hotéis
Defensivos temporárias Bebidas Bares
vegetais Horticultura Álcool Padarias
Prod. Veterinários Silvicultura Papel Fast-food
Tratores Extração vegetal Fumo Self-service
Colheitadeiras Indústria rural Óleos, essências Supermercados
Implementos Com. Atacadista
Equipamentos Exportação
Máquinas
Motores
Serviços de apoio: veterinários, agronômicos, P&D, bancários, marketing, vendas, transporte, armazenagem, portuários, assistência técnica, informação de
marcados, bolsas, seguros, outros.
(Fonte: Complexo agroindustrial – o agrobusiness brasileiro. Em: Revista Rumos, ano 23, nº 163, agosto de 1999, p.26).
A safra brasileira de grãos e as exportações de carne bovina, suína e de frango tem registrado
sucessivos recordes nas três últimas décadas.
Em 2004, o setor agropecuário respondeu por 42% da exportações do país e por 34% do PIB (Produto
Interno Bruto).
O Brasil tem um dos maiores rebanhos bovinos do mundo e várias medidas foram tomadas para
melhorar a qualidade do gado e erradicar doenças que impediam a colocação do produto n o mercado
internacional, diviso às barreiras sanitárias. Foi efetivo, por exemplo, o combate à febre aftosa, inclusive
com destruição de rebanhos contaminados.
Entre os produtos agrícolas, destacam-se no Brasil: soja, laranja, cana-de-açúcar, café, algodão e
arroz. Em 2004, a produção de grãos atingiu 130 milhões de toneladas; o principal produto foi a soja, que
expandiu a sua área de cultivo da região Sul para o cerrado, principalmente no Mato Grosso. Já a
produção de trigo, ao contrário, apresentou problemas. Apesar de ser básico para a alimentação e,
portanto, estratégico, é um dos principais produtos de importação. O governo vem dando apoio restrito a
sua produção e as áreas de cultivo acabam sendo substituídas por culturas mais rentáveis
comercialmente, como a soja.
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Agribusiness – Brasil (2003)
Os produtos do Agribusiness e que o país é líder mundial
Açúcar Carne Soja em Suco Tabaco Café Carne
de Frango Grão de Laranja Bovina
Vende É o Detém Vende Vende Vende Assumiu
29% de primeiro em 38,4% do 81,9% do 23,1% do 28,5% do a liderança
todo o vendas, mercado suco tabaco café em em 2003,
açúcar com mundial. distribuído consumido grão com 19%
consumido exportações no planeta. no mundo. consumido de
no mundo. de 1,9 no planeta participação
bilhão de e 43,6% do no mercado
dólares. café mundial.
solúvel.
(Fonte: Ícone e Abef. Em Veja, 14/01/2004).
O Brasil está entre os países com pior distribuição de terras da América e essa distribuição é uma das
mais desiguais do mundo, apesar de ser um país de dimensões territoriais gigantescas, com elevado
potencial de terras disponíveis e não-trabalhadas. A situação fundiária é uma questão pendente, apesar
dos frequentes conflitos pela posse de terras, da maior organização dos trabalhadores em luta pela terra
e da repercussão internacional negativa dessa realidade social do campo.
De acordo com dados oficiais de 2003, a distribuição de terras apresentou um contraste alarmante,
embora tenha havido aumento de assentamentos agrícolas na década passada.
A elevada concentração de terras é resultante de ocupação ilegal, grilagem, conflitos violentes e,
principalmente, de leis que regulamentam a posse e a propriedade da terra no Brasil.
A grilagem, praticada no Brasil dede o século XIX, foi um dos principais responsáveis pela
concentração de terras no meio rural. A prática de grilagem resume-se à criação de documentos falsos,
em nome de determinadas famílias, para concessão ilegal de terras públicas a particulares, em conluio
com órgãos oficiais, como cartórios de registro de imóveis e outros órgãos públicos.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em 2002 existiam 100 milhões de hectares
suspeitos de serem terras griladas, área equivalente a todos os países da América Central.
A questão fundiária é um dos assuntos mais importantes e polêmicos do Brasil. Causam apreensão
as invasões de terras que têm levado milhares de famílias a ocupar áreas de propriedades, supostamente
improdutivas, como instrumento de pressão para forçar o governo a acelerar o processo de assentamento
e reforma agrária.
A questão fundiária no Brasil oferece o seguinte histórico:
* Década de 1940 – Com o fim da ditadura Vargas e a promulgação de uma nova Constituição, foram
iniciadas as discussões sobre a questão agrária, não se verificando na época grandes progressos;
* Década de 1950 – Na segunda metade, conheceu-se a organização das “Ligas Camponesas”, em
Pernambuco, lideradas entre outros por Francisco Julião, radicalizando a luta pela terra;
* Década de 1960 – Durante o governo de João Goulart, ocorreram invasões de terras no Nordeste e
o populismo de Jango criou a SUPRA (Superintendência para a Reforma Agrária), tornando-se um dos
fatores que desencadearam o movimento militar de 1964;
* Outubro de 1964 – Alguns meses após sua ascensão ao poder, o governo militar decretou o Estatuto
da Terra e criou o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária);
* Década de 1980 – Após 20 anos de atuação do INCRA, o governo José Sarney (1985) criou o
Ministério da Reforma Agrária em substituição àquele Instituto. Foi criado o PNRA (Plano Nacional de
Reforma Agrária), sem resultados práticos;
* 1988 – Durante os trabalhos da Assembleia Constituinte, discutiu-se a reforma agrária, que acabou
incorporada ao texto da nova Constituição, cabendo ao governo promove-la;
* Década de 1990 – Evidencia-se a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST),
organizando sucessivas invasões que abrangeram inúmeras áreas em diferentes regiões do País.
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Os critérios da Reforma Agrária
O valor de uma propriedade rural não depende necessariamente do seu tamanho. Uma fazenda com
metade da área de outra pode até valer mais do que ela, em razão de um conjunto de fatoras, tais como:
a localização numa região mais favorável à comercialização, a qualidade natural dos elementos da
paisagem (em particular a do solo), a existência de infraestrutura de energia e transporte em torno da
propriedade, as benfeitorias nela realizadas, a disponibilidade de capitais para investimentos na
produção.
É nesse aspecto do preço da terra, ligado à localização e à fertilidade natural, que reside uma das mais
discutidas soluções propostas para a questão agrária no Brasil: na visão de alguns grandes proprietários
rurais do Centro-Sul – que são donos das melhores terras do país e não querem perder lucratividade – o
Estado poderia resolver logo o problema dos sem-terra, distribuindo entre eles áreas vazias do extremo
ocidental da Amazônia ou trechos paupérrimos do Semiárido nordestino.
Outro aspecto controvertido da questão, que contribuiu para atrasar a concretização de soluções, foi
o estabelecimento de uma definição legal para propriedade produtiva. Embora a Constituição de 1988
tenha aprovado o artigo referente à realização da reforma agrária nas terras não produtivas, somente em
1993 o Congresso Nacional oficializou um primeiro critério de produtividade: para ser considerada
produtiva, uma propriedade rural deve apresentar, no mínimo, um índice de utilização de 80% da área
aproveitável (já descontadas as áreas de reserva vegetal, de mananciais, etc.).
Desde então, as propriedades com aproveitamento abaixo desse índice podem ser desapropriadas
para realizar-se a reforma agrária.
O MST congrega os “sem-terra” tanto do campo quanto das cidades, lutando pela moradia. Segundo
o MST, o “sem-terra” é:
* O assalariado rural que deseja mais do que benefícios trabalhistas; é aquele que quer terra;
* O parceiro, o meeiro e o arrendatário (pessoas que produzem em terras de terceiros, pagando pelo
uso da terra com parcela da produção);
* O “boia-fria” (empregado contratado por tarefa);
* O proprietário rural com área de até 5 hectares;
* O filho de proprietário rural cuja família tenha até 30 hectares, sem condições de dividir a propriedade
com os filhos.
As características sociais e econômicas dos sem-terra indicam que eles são os habitantes do campo
que vivem nas piores condições, o que, sem dúvida, favorece os movimentos de ocupação e, ao mesmo
tempo, exige dos governantes medidas urgentes para minimizar os problemas dessa massa de
trabalhadores.
Um problema histórico
A questão dos sem-terra sempre foi uma das mais sérias que o país enfrentou e tem de enfrentar: sua
origem remonta às primeiras décadas do século XVI, quando foram implantados os grandes latifúndios
monocultores de cana, no período da ocupação colonial do Brasil.
O meio rural praticamente se manteve nas mesmas condições com a instauração do Império e da
República. Sua integração ao processo de modernização do país só se iniciou de fato nos anos de 1930,
com a crise do café – em parte pela derrocada econômica de antigos proprietários rurais, em parte pelas
novas ideias trazidas pelos imigrantes, especialmente europeus.
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Na década de 1950, houve uma das primeiras iniciativas de organizar os trabalhadores rurais, no
interior da região Nordeste, com a criação das Ligas Camponesas.
Desde aquela época, com a expansão industrial do país, as transformações ocorridas no campo
acentuaram os problemas sociais, intensificando o êxodo rural e a luta pela posse da terra. Criaram-se,
assim, as condições para o surgimento dos Movimentos Estaduais dos Sem-Terra (o primeiros deles no
rio Grande do Sul), no final da década de 1970.
Em 1984, as principais lideranças dessas entidades reuniram-se e constituíram o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com o objetivo de organizar em âmbito nacional a luta dos
trabalhadores rurais por uma reforma agrária ampla e imediata.
Erosão e Esgotamento dos Solos: são provocados sobretudo pelas características climáticas
predominantes no país, isto é, maior concentração das chuvas durante o verão, e também pelo
predomínio de técnicas rudimentares de cultivo, as quais provocam esgotamento precoce do solo.
Laterização: processo característico das regiões intertropicais de clima úmido e estações chuvosas e
secas alternadas. Consiste na remoção da sílica e no enriquecimentos dos solos em óxidos de ferro e
alumínio, originando a formação de uma “crosta ferruginosa” capaz de impedir ou dificultar a prática
agrícola. Esta crosta é conhecida também como “canga” e aparece em grandes extensões dos chapadões
do Centro-Oeste na Amazônia.
Lixiviação: é a “lavagem” que ocorre nos solos das regiões tropicais úmidas, quando as chuvas
intensas atravessam os solos de cima para baixo, carregando os elementos nutritivos superficiais.
Desertificação: Um sério problema ambiental, típico das áreas de climas áridos e semiáridos, é o
processo de modificação da paisagem denominado desertificação, que se caracteriza pela rápida redução
(e até eliminação) da vegetação, com consequente empobrecimento (e até esterilização) do solo.
Embora seja acentuado pelo clima, esse fenômeno na verdade resulta da ação humana – de
desmatamento acelerado, queimadas, plantio em áreas de declive (que acelera a erosão), entre outras
práticas inadequadas, ligadas à agricultura itinerante, à expansão das áreas de pecuária extensiva ou a
métodos de garimpagem primitivos.
No Brasil existe uma área no interior do “polígono da seca” (no sertão do Nordeste) que apresenta
diversas características da desertificação. Somadas aos problemas climáticos (chuvas escassas e
distribuídas irregularmente durante o ano), as precárias condições econômicas da população local
refletem-se no comprometimento do solo, que é prejudicado pelas queimadas, pela pecuária extensiva
de bovinos (que o pisoteiam) e caprinos (que arrancam os pastos com as raízes), bem como pelo
desmatamento indiscriminado para obtenção de lenha (empregada como fonte de energia doméstica).
Quando a ação humana inadequada em relação ao uso do solo se associa a um clima árido (ou
semiárido), o resultado pode ser catastrófico para o ambiente.
A degradação do solo é um dos mais graves problemas ambientais sendo consequência da erosão,
poluição por agrotóxicos, redução da atividade biológica subterrânea, queda da fertilidade, compactação,
salinização, encharcamento e outros.
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A intensidade da erosão e degradação do solo em áreas agrícolas varia bastante em razão de fatores
como: tipo de cultura, regime da cultura (perene ou anual), técnicas de cultivo, uso de agroquímicos,
espaçamento entre plantas, nível de cobertura do solo e outras características das plantas cultivadas.
A queimada é outra prática agrícola que provoca degradação biológica. É praticada com a finalidade
de retirar a vegetação nativa para implantar campos de cultivo, eliminar restos de culturas ou renovar
pastagens.
A atenção dos cientistas tem se dirigido ao crescente processo de desertificação que ocorre, com
diferentes intensidades, nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas.
No Brasil, o fenômeno da desertificação é observado na Região Nordeste, onde são identificados mais
de 660.000 km² de área em que o processo atinge níveis preocupantes, afetando diretamente mais de 3
milhões de habitantes.
Recursos Hídricos
Ao modificar as espécies e as quantidades de vegetais predominantes numa dada área, a agricultura
provoca um grande desiquilíbrio no meio ambiente local. Os sistemas agrícolas modernos interferem em
vários processos ecológicos e reduziram a reciclagem de nutrientes. Quando ocorrem perturbações
climáticas, ecológicas ou práticas agrícolas inadequadas teremos um processo de degradação que atinge
o solo e as águas.
A carência de água inibe a atividade agrícola em vastas regiões do planeta. Estudos da FAO indicam
que a água é um fator restritivo para quase 600 milhões de hectares potencialmente agricultáveis no
mundo.
Grande parte dos problemas com os recursos hídricos tem como causas:
* Uso excessivo e inadequado de agroquímicos;
* A destruição da cobertura vegetal dos solos para plantio;
* A não-preservação de matas ciliares e das vegetações protetoras de nascentes;
* O descaso com a conservação dos solos;
* Grandes obras de irrigação, desvios e represamentos de água.
As maiores consequências dessas práticas agrícolas em relação aos recursos hídricos são:
* A poluição dos cursos de água e lençóis freáticos;
* As alterações nos ciclos hidrológicos;
* Redução do volume de água disponível.
A irrigação é uma prática muito importante para a humanidade, pois apesar de ser aplicada em apenas
15% das terras agricultáveis, ela gera, nessas áreas, cerce de 36% da produção agrícola mundial.
Questões
01. (IBGE – Agente de Pesquisas e Mapeamento – CESGRANRIO) Segundo dados do IBGE, cerca
de 28% da PEA (população economicamente ativa) brasileira trabalha no setor primário, sendo a
agropecuária responsável por apenas 9,1% do nosso produto interno bruto (PIB). Levando em conta que
ainda grande parte dos trabalhadores agrícolas mora na periferia das cidades e que eles se deslocam
diariamente ao campo para trabalhar como boias-frias em modernas agroindústrias, percebemos que,
apesar da modernização verificada nas técnicas agrícolas, ainda persistem o subemprego, a baixa
produtividade e a pobreza no campo.
(SENE, E. e MOREIRA, J. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2000. p. 276. Adaptado).
Essa modernização técnica do campo provoca a seguinte consequência sócio espacial:
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(A) reforma agrária
(B) assentamento fundiário
(C) redução das exportações
(D) emigração estrangeira
(E) êxodo rural
Respostas
01. Resposta: E.
Êxodo Rural
O crescimento vegetativo das cidades tem sido menor ou, no máximo igual ao das áreas rurais; então,
a intensa urbanização tem outras explicações, das quais a principal é o êxodo rural – a transferência de
população do campo para as cidades.
Nos países desenvolvidos, os acontecimentos que ocasionaram essa dinâmica marcaram a história
do século XIX e as primeiras décadas do século XX – ou seja, houve uma urbanização relativamente
progressiva, gradual.
Já nos países subdesenvolvidos e de industrialização recente o ritmo do êxodo rural foi muito mais
acelerado: no Brasil, por exemplo, a maioria da população deslocou-se para o meio urbano em poucas
décadas, pois o processo industrial iniciou-se em 1930 e acelerou-se na década de 1950 (com o governo
de Juscelino Kubitschek e a penetração maciça de investimentos internacionais), logo formando um
mercado nacional centralizado no Sudeste, particularmente em São Paulo.
A rápida transição de uma economia agrário – exportadora para um modelo econômico urbano e
industrial instituiu ou acirrou, no campo, uma série de fatores de expulsão dos trabalhadores para as
cidades. Dentre eles, destacam-se:
* a mecanização agrícola – típica das áreas do Centro-Sul do país, onde há capitalização da
agricultura. Nas décadas de 1970 e 1980, esse processo expandiu-se para áreas de cerrado de Mato
Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Bahia, geralmente associado ao aumento da produção de soja para
exportação, e também para as regiões Norte e Nordeste.
* a concentração fundiária – fenômeno geralmente paralelo ao crescimento da mecanização das
atividades agrícolas. No Brasil, ocorreram ondas sucessivas de concentração de latifúndios em áreas
antes ocupadas por pequenas propriedades. É o que se observou no norte do Paraná, no Mato Grosso
do Sul e no sul de Goiás, poucas décadas após o movimento de ocupação dessas regiões por pequenos
proprietários. O mesmo ocorreu em prazo ainda menor em Rondônia, área de atração de minifundistas,
e em outras áreas de fronteira agrícola da Amazônia. Nesse processo de ocupação dos espaços
pioneiros, os pequenos proprietários são desalojados pela grande propriedade e empurrados para
fronteiras mais distantes ou para os centros urbanos.
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* a alteração das relações de trabalho na agricultura – introdução de formas capitalistas de
produção agrícola. Parceiros e meeiros, pequenos rendeiros, colonos e moradores das fazendas são
rapidamente substituídos por assalariados temporários (volantes e boias-frias), que residem nos centros
urbanos e trabalham sazonalmente, nas épocas de colheita ou plantio. Essa categoria cresceu muito, não
só com a modernização agrícola do país, como também com a promulgação do Estatuto do Trabalhador
Rural (em 1964): estendendo aos trabalhadores do campo os direitos garantidos para os trabalhadores
urbanos, esse documento legal, destinado a beneficiar os moradores das fazendas, acabou por acelerar
sua expulsão, por fazer deles uma mão-de-obra mais cara.
Também áreas em que predominam o mini latifúndio e a produção para subsistência costumam repelir
populações, à medida que as propriedades vão sendo sucessivamente subdivididas, até atingirem um
parcelamento extremado. Exemplo significativo de área desse tipo é o vale do rio Jequitinhonha, no norte
semiárido de Minas Gerais, de onde saíam migrantes sazonais que se empregavam como boias-frias nas
safras de cana-de-açúcar, amendoim, laranja e soja de São Paulo e do Paraná. A população excedente
dessas áreas dirigiu-se para outros centros urbanos.
02. Resposta: E.
Plantation é um tipo de sistema agrícola (uma plantação) baseado em uma monocultura de exportação
mediante a utilização de latifúndios e mão de obra escrava. Foi bastante utilizado na colonização da
América — sendo mais tarde levada para a África e Ásia —, principalmente no cultivo de gêneros tropicais
e é atualmente comum a países subdesenvolvidos, com as mesmas características, exceto, obviamente,
por não mais empregar mão de obra escrava.
O sistema plantation foi introduzido no Brasil na época colonial, com o cultivo da cana-de-açúcar.
As grandes plantations no Brasil atual são: laranjas, cana de açúcar, soja e o pioneiro café.
Plantation:
* Domínio Geográfico: áreas tropicais;
* monocultura;
* grandes estabelecimentos;
* capitais abundantes;
* mão-de-obra numerosa e barata;
* alto nível tecnológico;
* trabalho assalariado;
* aproveitamento agroindustrial da produção;
* cultivos destinados à exportação;
* grande rendimento.
Política
9
19/03/2017 – Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-39317738
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"Não é problema usar esses ingredientes (em alimentos processados e embutidos), o problema é não
respeitar os níveis permitidos na lei", disse à BBC Brasil.
De acordo com a Polícia Federal, esse seria um dos delitos cometidos pelas empresas, que utilizavam
ingredientes no processamento de carnes em quantidades acima do que determina a regulamentação.
"Eles usam ácidos, outros ingredientes químicos, em quantidades muito superior à permitida por lei
pra poder maquiar o aspecto físico do alimento estragado ou com mau cheiro", explicou o delegado da
PF responsável pela investigação, Maurício Moscardi Grillo, em entrevista coletiva na sexta-feira.
A operação deflagrada pela PF foi a maior de sua história e revelou que empresas do setor, incluindo
as as gigantes JBS e a BRF, adulteravam a carne que vendiam no mercado interno e externo.
A investigação também revelou um esquema de propinas e presentes dados pelos frigoríficos a fiscais
do Ministério da Agricultura, que supostamente recebiam para afrouxar a fiscalização e liberar a
comercialização de carne vencida e adulterada.
Sobre as acusações, a JBS se manifestou dizendo que "é a maior interessada no fortalecimento da
inspeção sanitária no Brasil", ressaltando que "no despacho da Justiça Federal que deflagrou a operação,
não há qualquer menção a irregularidades sanitárias ou à qualidade dos produtos da JBS e de suas
marcas."
A BRF disse que "apóia a fiscalização do setor e o direito de informação da sociedade com base em
fatos, sem generalizações que podem prejudicar a reputação de empresas idôneas e gerar alarme
desnecessário na população."
Exagero?
O delegado Grillo explicou os problemas encontrados na carne das empresas investigadas pela
operação - que iam desde mudar a data de vencimento e a embalagem de carnes estragadas, que eram
usadas como matéria-prima para embutidos, até injetar água em frangos para alterar seu peso e mascarar
a deterioração de carnes com o uso de ácido ascórbico.
"São dois anos de análise de fatos, desde utilização de papelão por essas empresas - até essas que
já citei de grande porte (JBS e BRF) - para colocar esse tipo de situação em comidas, pra fazer enlatados,
e outras coisas que podem prejudicar a saúde humana. (...) Tudo isso mostra que o que interessa para
esse grupo é o capitalismo, é o mercado, independente da saúde pública", disse.
"Determinados produtos, cancerígenos até, em alguns casos, eram usados pra poder maquiar as
características de um produto estragado ou com cheiro."
Mas alguns especialistas ouvidos pela BBC Brasil avaliam o modo como as informações foram
divulgadas como "sensacionalista".
"A divulgação da operação foi muito sensacionalista. Essa é uma questão pontual. Estou nesse
mercado, estudando e trabalhando, há 30 anos. Uma das empresas que dirijo importava carne do Uruguai
e da Argentinos até 2012. Hoje, 100% da carne que usamos é produzida no Brasil porque melhorou muito
a qualidade", afirma Sylvio Lazzarini, dono do restaurante Varanda Grill, em São Paulo.
Já Felício ressaltou a importância da investigação e disse que a operação revela um problema no
setor, que "precisa de uma renovação no sistema de fiscalização". Ele destaca, porém, que é preciso
esclarecer melhor as informações divulgadas sobre ingredientes comuns na indústria de carnes, como o
ácido ascórbico, "que é utilizado no mundo todo".
Tanto Felício quanto Lazzarini apontaram o fato de que, ao anunciar a operação, a PF não explicitou
quais infrações foram cometidas por quais empresas, o que facilitaria uma "generalização" do problema.
A BBC Brasil procurou a Polícia Federal, mas não obteve resposta até o fechamento dessa
reportagem.
Papelão
Ao anunciar a operação, a PF mencionou que empresas envolvidas no esquema de corrupção
"usavam papelão para fazer enlatados (embutidos)".
Em uma das ligações telefônicas citadas no relatório da Polícia, funcionários da BRF falam sobre o
uso de papelão na área onde produzem CMS (carne mecanicamente separada, comumente usada na
produção de salsichas).
No áudio, é possível ouvir:
Funcionário: o problema é colocar papelão lá dentro do cms também né. Tem mais essa ainda. Eu vou
ver se eu consigo colocar em papelão. Agora se eu não consegui em papelão, daí infelizmente eu vou ter
que condenar.
Luiz Fossati (gerente de produção da BRF): ai tu pesa tudo que nós vamos dar perda. Não vamos
pagar rendimentos isso.
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Pedro Felício acredita que a referência ao papelão não foi feita como ingrediente para o processamento
da carne. "Acho muito difícil isso ter acontecido. O que acontece é que tem áreas dentro das indústrias
que são chamadas de áreas limpas, onde não podem entrar embalagens secundárias, como caixas de
papelão", diz.
"Na gravação que ouvi, duas pessoas falavam em entrar com uma embalagem de papelão na área
limpa. Evitar papelão nessas áreas faz parte das boas práticas de manufatura, mas não fazer isso não é
o mesmo que usar papelão dentro da salsicha."
Em nota, a empresa BRF afirmou que "houve um grande mal entendido na interpretação do áudio
capturado pela Polícia Federal".
A empresa afirma que um de seus funcionários falava que tentaria embalar a carne em papelão. O
produto é embalado normalmente em plásticos.
"Na frase seguinte, ele deixa claro que, caso não obtenha a aprovação para a mudança de embalagem,
terá de condenar o produto, ou seja, descartá-lo", afirma a empresa.
Ácido ascórbico
O ácido ascórbico - a popular vitamina C - também foi citado pelo delegado da PF como algo utilizado
para "maquiar" o aspecto da carne.
"Eles usam ácido ascórbico e outras substâncias na carne pra maquiar essa imagem ruim que ficaria
se ela fosse expostas dessa forma. Inclusive cancerígenas. Então se usa esses produtos multiplicados
cinco, seis vezes pela quantia permitida pela lei para que não dê cheiro, e o aspecto de cor fique bom
também", disse Grillo.
A partir daí, muitas pessoas entenderam que o ácido ascórbico é uma substância potencialmente
cancerígena.
De acordo com a OMS, ela pode contribuir com distúrbios gastrointestinais, cálculos renais e outros
problemas de saúde se for consumida em excesso e por longos períodos de tempo, mas não há
evidências de relação direta com o câncer.
Falta saber que substâncias cancerígenas estariam sendo usadas e por quais empresas, de acordo
com a investigação da Polícia Federal.
Os especialistas alertam que o uso de ácido ascórbico na carne não é problema.
"O uso dele tem benefícios e não é para mascarar carne adulterada. Ele tem uma função nas carnes
processadas como antioxidante, ajuda a melhorar a estabilidade do sabor e reduzir o teor de nitrito
residual. O nitrito é um aditivo para realizar a cura, que é uma etapa importante no processamento da
maior parte dos produtos processados. Todo ingrediente não cárneo tem função a cumprir no
processamento de alimentos", afirmou Carmen Castillo.
Pedro Eduardo de Felício pontua que o ácido ascórbico "evita que a carne fique com uma coloração
marrom" e que "isso é feito no mundo todo".
A substância, segundo Felício, conseguiria mascarar a deterioração da carne no princípio, quando ela
só tem algumas manchas, mas não quando o estado é mais avançado.
De qualquer forma, ela só deve ser usada somente em produtos embutidos como parte de seu
processamento, e não nas carnes que são vendidas como matéria-prima para estes produtos - nem nas
carnes compradas no supermercado.
"A carne usada como matéria-prima não deve ter qualquer aditivo, nem o ácido ascórbico. Se a Polícia
achou isso, não deveria acontecer", diz.
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Injeção de água no frango
Segundo a PF, fiscais teriam descoberto que frangos da empresa BRF, a maior exportadora de frango
do mundo, teriam "absorção de água superior ao índice permitido".
"Injetar água no frango é um problemão com o qual o Brasil vive e luta contra há muito tempo. Há oito
anos que o Ministério da Agricultura é cobrado pelo Ministério Público que o frango não pode ter mais de
8% de água", afirma Felício.
"É uma luta difícil. Eu não duvido que isso aconteça muito por aí, mas existe um esforço para
combater."
A prática não chega a ser prejudicial à saúde, mas altera o peso da carne. "É uma fraude econômica",
diz o engenheiro.
Cabeça de porco
O uso da carne de cabeça de porco ou de boi em linguiças é discutido em uma das ligações
interceptadas entre os sócios do frigorífico Peccin e é proibido no Brasil. "Usavam cabeça de porco, animal
morto, tudo para fazer esse tipo de produtos, principalmente esses derivados, salsicha, linguiça, e outros
produtos", afirmou Grillo.
A utilização de cabeça de porco é admitida em outros países, segundo Felício. "Não será a melhor
linguiça do mundo, mas não é prejudicial à saúde. Será um produto comestível, mas de categoria inferior."
"No Brasil, essa carne é considerada como matéria-prima nas formulações de embutidos cozidos,
como mortadela, mas não em linguiças, que são cruas."
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Seis perguntas para entender a operação Carne Fraca10
A Polícia Federal deflagrou, na manhã da última sexta-feira (17/03) a operação Carne Fraca, destinada
a combater a venda ilegal de carnes no país. A operação, a maior já realizada pela PF, contou com o
trabalho de mais de mil agentes, em sete Estados. Revelou uma extensa rede de corrupção - da qual
participavam empresários e dezenas de inspetores do governo - criada para garantir a comercialização
de carnes adulteradas e com data de validade vencida. A investigação implicou mais de 30 empresas,
entre elas as gigantes JBS e BRF - donas de marcas como Friboi, Sadia e Perdigão. As duas figuram
entre as maiores exportadoras mundiais de carne. Negam ter cometidos essas irregularidades.
O que houve?
De acordo com a Polícia Federal, ao menos 30 empresas produtoras de carne no Brasil adulteravam
a data de validade dos produtos comercializados. Para mascarar a aparência e o cheiro ruim da carne
vencida, eram usados produtos químicos - o ácido ascórbico e o ácido sórbico. As empresas também
injetavam água nas peças, para aumentar o peso dos produtos, e acrescentavam papelão no preparo de
embutidos. As carnes chegavam aos supermercados graças ao pagamento de propina a fiscais do
Ministério da Agricultura, que afrouxavam a vigilância. Nem sempre a propina envolvia dinheiro - até
mesmo caixas de carnes, frango e botas foram dadas como forma de pagamento pela vista grossa das
autoridades.
Haverá punições?
Por ora, a Justiça Federal do Paraná já decretou o bloqueio de R$1 bi em bens das investigadas. A
Polícia Federal também cumpriu 38 mandados de prisão - 34 deles para funcionários públicos. Foram
detidos, também, quatro executivos das empresas envolvidas. Entre eles, o gerente de Relações
Institucionais e Governamentais da BRF Brasil, Roney Nogueira dos Santos, e o diretor da BRF André
Luiz Baldissera.
10
18/03/2017 – Fonte: http://epoca.globo.com/brasil/noticia/2017/03/seis-perguntas-para-entender-operacao-carne-fraca.html
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Conheça Marcelo Odebrecht, o homem que comprou o Brasil: propinas chegaram a R$ 10
bilhões11
Como o executivo se tornou um dos homens mais poderosos do Brasil ao negociar nos bastidores
pagamentos bilionários a políticos e partidos até ser preso e condenado por Moro
“Lá em casa, quando as minhas meninas tinham uma briga, eu perguntava: ‘Quem fez isso?' Talvez
eu brigasse mais com quem dedurasse do que com aquele que fez o fato”. A resposta de Marcelo Bahia
Odebrecht, de 48 anos, quando questionado em 2015, na CPI da Petrobras, se tinha intenção de fazer
acordo de delação premiada, deixa clara a mudança de postura do hoje ex-presidente da maior
construtora da América Latina após um ano e oito meses atrás das grades.
A conduta arrogante e inconformada do empresário, que já esteve entre os 10 mais ricos do Brasil, se
transformou após sucessivas derrotas na Justiça (com habeas corpus negados sucessivamente) e da
condenação a 19 anos e quatro meses por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa na
Operação Lava-jato. Em dezembro, Marcelo resolveu contar em detalhes tudo que sabia sobre
pagamentos ilegais que chegaram em nove anos a US$ 3,37 bilhões (mais de R$ 10 bilhões) para
políticos de quase todos os partidos, empresários, lobistas, sindicalistas e até lideranças indígenas.
Ao atender o pedido do promotor para falar olhando diretamente para a câmera, Marcelo revela, com
um certo ar de banalidade e distanciamento, os detalhes sobre negociações que ocorreram em gabinetes
e salas de reuniões e de estar dos principais nomes da política nacional. “Não conheço nenhum político
que consiga se eleger sem caixa 2. Isso não existe. O político pode até dizer que não sabia, mas o que
disser que não recebeu caixa 2 está mentindo”, afirmou.
Ao longo das várias horas de depoimentos aos promotores e ao juiz Sérgio Moro, o empresário, que
se permite até a divagar até sobre a institucionalização do caixa 2 nas campanhas eleitorais e cita a
distribuição de dinheiro para partidos como forma de servir ao sistema político, admite que “ser um grande
doador é sempre melhor” para manter as relações com os grupos influentes. “Pagar caixa 2 virou coisa
tão comum que não era mais tratado como crime, era tratado como algo necessário. Fazia parte, já que
o caixa 1 era uma parte muito pequena de nossa contribuição”, justificou Marcelo.
ASCENSÃO E QUEDA
Herdeiro de uma dinastia de empreiteiros, o engenheiro civil baiano Marcelo Odebrecht entrou na
empresa da família logo ao se formar na Universidade Federal da Bahia, em 1992, e teve como primeiro
trabalho a construção de um edifício em Salvador. Ambicioso e metódico, rapidamente tomou conta de
outros projetos, como a construção de uma hidrelétrica em Goiás. Depois partiu para o exterior, trabalhou
na montagem de plataformas de petróleo na Inglaterra e fez um MBA nos EUA.
Voltou ao Brasil no fim dos anos 1990 como uma das maiores referências do setor de petroquímica.
Poucos anos depois, em 2002, assumiu a presidência da construtora Odebrecht. Aos 40 anos, em
dezembro 2008, ele chegou ao topo do conglomerado da família, o Odebrecht S.A., com 15 empresas.
Arrojado, avançou no setor de petroquímica com a consolidação da Braskem e abriu mais canteiros de
obras para a empresa em 21 países.
Sob a gestão de Marcelo, a Odebrecht saltou de uma receita de R$ 38 bilhões, em 2009, para R$ 107
bilhões em 2014. O crescimento representou também uma participação cada vez maior no jogo político.
Em seus depoimentos ele afirmou que doações e negociações com políticos são comuns na empresa há
décadas, mas com o aumento da importância da construtora na economia aumentaram também as
demandas de políticos por doações para campanhas.
“Até a década de 1980, os pagamentos não contabilizados eram feitas nas próprias obras. As
empresas que queriam fazer os pagamentos não contabilizados faziam. A partir da década de 1990, se
adotou o modelo que existe até hoje: gerar recursos não contabilizados e distribuir em off shores no
exterior. O modelo então foi evoluindo para gerar eficiência fiscal e não ter riscos fiscais”, explicou Marcelo
aos investigadores.
Em 2015, Marcelo apareceu na Revista Forbes como um dos mais ricos do Brasil, com fortuna
estimada em R$ 13,1 bilhões. Desde sua prisão, em 19 de junho de 2015, quando os agentes invadiram
o condomínio de luxo no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, Marcelo passou por uma transformação. As
ordens dadas aos outros diretores que dividiam cela na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, foram
aos poucos dando lugar a uma postura mais humilde, sempre com cabeça baixa (segundo agentes
policiais).
O empresário que afirmou que os delatores eram “dedos-duros” acabou obrigado a fazer o mesmo
para evitar passar mais de 10 anos na prisão, longe da família e do conforto no qual estava acostumado.
11
. FONSECA, Marcelo. Conheça Marcelo Odebrecht, o homem que comprou o Brasil: propinas chegaram a R$10 bilhões. Disponível em:<
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/04/16/interna_politica,862501/conheca-marcelo-odebrecht-o-homem-que-comprou-o-brasil-propinas-cheg.shtml>
Acesso em 18 de abril de 2017.
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No acordo fechado com o Ministério Público Federal, os advogados de Marcelo conseguiram reduzir sua
pena e ele deve ficar preso em regime fechado até dezembro deste ano.
12
SCHUCH, MATHEUS. SORDI, JAQUELINE. Delação da JBS aponta que Temer pedia propina desde 2010. Gaúcha. Disponível em:
<http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/delacao-da-jbs-aponta-que-temer-pedia-propina-desde-2010-195975.html> Acesso em 19 de maio de 2017.
. 158
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Rocha Loures é afastado do mandato de deputado13
Câmara foi notificada da decisão do Supremo Tribunal Federal. Deputado do PMDB aparece na
delação dos donos da JBS e foi filmado recebendo mala de dinheiro.
O deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi afastado do cargo após decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF). O afastamento foi determinado em despacho do presidente Rodrigo Maia (DEM-
RJ) nos termos da decisão da Corte.
A Câmara foi notificada da decisão do STF na noite desta quinta-feira (18) e, no mesmo dia, determinou
a providência. Quando o conteúdo da delação começou a ser divulgado, Loures estava nos Estados
Unidos. Ele retornou ao Brasil nesta manhã.
Loures aparece na delação premiada dos donos do frigorífico JBS, Joeslye e Wesley Batista, como
intermediário do presidente Michel Temer para assuntos da empresa com o governo. Ele atuou para
resolver uma disputa relativa ao preço do gás fornecido pela Petrobras à termelétrica do grupo JBS.
Quando o conteúdo da delação começou a ser divulgado, Loures estava nos Estados Unidos. Ele
retornou ao Brasil nesta manhã.
Mala de dinheiro
Reportagem do jornal "O Globo" relata que o dono da JBS marcou um encontro com Rocha Loures
em Brasília e contou sobre sua demanda no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Pelo
serviço, segundo "O Globo", Joesley ofereceu propina de 5%, e o deputado deu o aval.
De acordo com documentos da investigação obtidos pela TV Globo, o deputado afastado foi filmado
pela PF recebendo uma bolsa com R$ 500 mil enviados por Joesley, após combinar pagamento semanal
no mesmo valor pelo período de 20 anos.
A entrega de R$ 500 mil para Rocha Loures, feita por Ricardo Saud, diretor da JBS, ocorreu em São
Paulo. Depois de passar por três endereços em um mesmo encontro (um café em um shopping, um
restaurante e uma pizzaria), Loures deixa a pizzaria levando uma mala preta com o dinheiro.
Conforme o relatório, o valor semanal poderia chegar a R$ 1 milhão se o Preço de Liquidação das
Diferenças (PLD), valor fixado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em R$/MWh,
para a comercialização da energia, ultrapassasse R$ 400.
De acordo com "O Globo", Loures teria telefonado para o presidente interino do Cade, Gilvandro
Araújo, para interceder pelo grupo. O Cade informou, em nota, que a área técnica da Superintendência
Geral recomendou a instauração, inicialmente, de Procedimento Preparatório e, posteriormente, de
Inquérito Administrativo, procedimentos padrão para apurar denúncias anticoncorrenciais.
Retorno ao Brasil
Quando o conteúdo da delação dos donos da JBS foi divulgada, Loures estava em Nova York, nos
Estados Unidos, acompanhando o evento Person of The Year (personalidade do ano), no qual o prefeito
de São Paulo João Doria foi premiado. O deputado retornou ao Brasil nesta manhã.
Ele desembarcou no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, às 7h35, uma hora depois de o avião
pousar, às 6h25.
No saguão do aeroporto, Loures foi chamado de "ladrão", "bandido" e algumas pessoas pediram
"cadeia". Ele não quis gravar entrevista, entrou em um táxi branco e não respondeu para qual cidade vai.
13
G1. Rocha Loures é afastado do mandato de deputado. G1, Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/deputado-rocha-loures-e-afastado-
do-mandato-de-deputado.ghtml> Acesso em 19 de maio de 2017.
14
AGUIAR, GUSTAVO. Temer revoga decreto que autorizou Forças Armadas na Esplanada. G1, Política. Disponível em: <
http://g1.globo.com/politica/noticia/governo-revoga-decreto-que-autorizou-atuacao-do-exercito-na-esplanada-dos-ministerios.ghtml> Acesso em 25 de maio de 2017.
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Art. 1º Fica revogado o Decreto de 24 de maio de 2017, que autoriza o emprego das Forças Armadas
para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal;
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 25 de maio de 2017; 196º da
Independência e 129º da República.
A decisão se deu menos de 24 horas após a assinatura do decreto que determinou o envio de tropas
das Forças Armadas para o Distrito Federal. Na manhã desta quinta, Temer se reuniu, no Palácio do
Planalto, com ministros de seu núcleo político e de defesa para avaliar a eventual saída dos militares da
Esplanada.
Participaram da reunião com o presidente da República os ministros Raul Jungmann (Defesa), Eliseu
Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) e
Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional).
Ações judiciais
Após a publicação da edição extra do "Diário Oficial", os ministros da Defesa e do GSI concederam
uma coletiva no Planalto para explicar a decisão de retirar as tropas do centro de Brasília.
Raul Jungmann afirmou aos jornalistas que, ao avaliar que a ordem havia sido "restaurada" na capital
federal, Michel Temer determinou a suspensão da operação de garantia da lei e da ordem.
O ministro da Defesa também comunicou que o presidente da República ordenou que a Advocacia-
Geral da União acione perícias em todos os imóveis federais da Esplanada dos Ministérios nos quais
foram registrados atos de vandalismo para que sejam ajuizadas ações judiciais – cíveis e criminais –
contra os autores dos atos de violência.
"A desordem não será tolerada. Não serão toleradas essas manifestações que descambem para o
vandalismo e para a violência", enfatizou.
Segundo Jungmann, de 2010 a 2017, foram realizadas no país 29 ações de garantia da lei e da ordem,
nas quais as Forças Armadas são enviadas às ruas.
Presidente da Câmara
Em meio à entrevista, o titular da Defesa foi indagado sobre o fato de ele ter atribuído ao presidente
da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o pedido para que os militares fossem enviados à
Esplanada. Na véspera, foi o próprio Jungmann quem informou que havia sido determinado o uso das
tropas para atender a uma solicitação do parlamentar do DEM.
A presença de tropas do Exército nas ruas da capital federal gerou polêmica, especialmente, no
Congresso Nacional. Assim que foi anunciado o envio dos militares para a área central de Brasília,
deputados da oposição questionaram duramente o presidente da Câmara no plenário da Casa.
O notícia causou discussões e tumulto durante a sessão da Câmara. Maia, porém, disse que havia
pedido a Temer o emprego da Força Nacional, e não das Forças Armadas.
Aos jornalistas, Jungmann disse nesta quinta-feira que houve um "mal-entendido".
"Houve um mal-entendido da comunicação. A decisão foi do presidente da República, ouvindo Defesa
e GSI. Era absolutamente necessário que ocorresse, e o senhor Rodrigo Maia não tem responsabilidade
sobre a decisão", justificou o ministro.
"Esse conflito [de versões] está devidamente esclarecido. A responsabilidade foi nossa", acrescentou.
Oposição
Inconformados com a autorização para as Forças Armadas policiarem o centro de Brasília,
parlamentares da oposição chegaram a apresentar projetos na Câmara e no Senado com o objetivo de
derrubar o decreto editado nesta quarta pelo presidente da República.
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Além disso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF)
mandado de segurança contra o ato da Presidência da República.
Na ação, o parlamentar pedi que a Suprema Corte derrubasse o decreto, argumentando que a medida
só cabia “quando esgotados todos os meios normais para o reestabelecimento da lei e da ordem”.
O mandado de segurança, que perdeu o objeto com a revogação do ato anterior do presidente da
República, será analisado pelo ministro Dias Toffoli.
Rollemberg
No mesmo dia em que Michel Temer deu aval para os militares ocuparem a Esplanada dos Ministérios,
o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), divulgou uma nota na qual classificou de
"medida extrema" o decreto presidencial. Rollemberg ressaltou no comunicado que a decisão do Planalto
não teve "anuência" do governo do DF.
Responsável pela segurança institucional do Palácio do Planalto, o general Sérgio Etchegoyen
contradisse o governador. Na versão do ministro do GSI, a conversa com o governo do Distrito Federal
foi "absolutamente harmônica" quanto ao uso do Exército para reforçar a segurança na região central de
Brasília.
"Não vou criar uma querela com o senhor governador do Distrito Federal. A conversa conosco foi
absolutamente harmônica. Não vamos imaginar que há uma briga com a polícia do DF", destacou.
Ex-ministro citado
O ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) foi citado na 1ª etapa da Carne Fraca. Na época,
ele ainda era ministro.
Em uma ligação grampeada, Osmar Serraglio chamou de "grande chefe" um dos líderes do suposto
esquema, o ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa)
Daniel Gonçalves Filho.
15
G1 PR, RPC CURITIBA. Polícia Federal deflagra a 2ª fase da Operação Carne Fraca. G1, Paraná, RPC. Disponível em:
<http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/policia-federal-deflagra-a-2-fase-da-operacao-carne-fraca.ghtml> Acesso em 31 de maio de 2017.
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No domingo (28), o presidente Michel Temer (PMDB) decidiu transferir o ministro Torquato Jardim do
Ministério da Transparência para o comando do Ministério da Justiça, substituindo Osmar Serraglio, que
estava no cargo desde março.
TSE absolve a chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico e político nas Eleições 201416
Coube ao presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, desempatar o placar do julgamento
Por 4 votos a 3, os ministros que compõem o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) absolveram nesta sexta-
feira (9) a chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico e político nas Eleições 2014. Votaram pela
absolvição os ministros Gilmar Mendes, que foi o voto de desempate, Napoleão Maia Nunes e os recém
indicados por Temer Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira. Votaram pela condenação os ministros Rosa
Weber, Luiz Fux e o relator Herman Benjamin.
Coube ao presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, desempatar o placar do julgamento. Por recair
sobre ele o peso da absolvição, o ministro fez um voto extenso. Justificou o motivo de ter votado pelo
prosseguimento da ação contra a chapa que agora absolve em 2015. Voto que foi citado pelo relator
Herman Benjamin várias vezes ao longo do julgamento.
— Havia sinais de que havia abusos, como na questão das gráficas. Mas aqui é como se fosse, no
máximo, o recebimento de uma denúncia. Quantas vezes recebemos denúncia que são depois excluídas.
Primeiro é preciso julgar para depois condenar. E é assim que se faz. O objeto dessa questão é sensível
e não se compara a qualquer outro porque trata da soberania popular.
O relator, ainda na quinta (8), ao finalizar o seu voto, já com a sinalização de que seria derrotado pelo
plenário, defendeu o uso das provas coletadas e das delações da Odebrecht, alvo de grande discussão
ao longo de todo o julgamento.
— Recuso papel de coveiro de prova viva. Posso participar do velório, mas não carrego caixão.
Dilma e Temer eram acusados de usar recursos de propina de contratos superfaturados da Petrobras
na campanha eleitoral que saiu vitoriosa por uma margem pequena da chapa de Aécio Neves, autor da
ação. O PSDB e o Ministério Público Eleitoral podem recorrer ao próprio TSE por meio de embargos de
declaração, assim como aconteceu no julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), mas
ainda não declararam se irão recorrer da decisão. Os embargos só podem ser apresentados após a
publicação do acórdão do julgamento, que deve demorar cerca de dez dias.
As sessões começaram na noite de terça-feira (6) e se estenderam até esta sexta (9). Somado, o
julgamento durou cerca de 30 horas, descontados os intervalos. A maior parte do tempo foi gasta na
discussão das preliminares (questões colocadas pela defesa sobre o processo, e não sobre o mérito) e
no voto do relator.
A única das sete preliminares apresentadas pela defesa aceita pela maioria dos ministros foi a de
descartar as delações da Odebrecht da ação de cassação, por terem sido reveladas depois do início da
ação (inicial).
Apesar da maioria dos ministros entenderem que as delações da Odebrecht deveriam ser descartadas,
o relator Herman Benjamin centrou o seu voto pela condenação nas informações prestadas pelos
marqueteiros João Santana e Mônica Moura.
Para o relator, as investigações da Lava Jato revelaram o esquema de distribuição de propina e os
políticos tinham conhecimento de que recebiam dinheiro ilícito nas campanhas. Benjamin usou os
depoimentos dos marqueteiros para comprovar o uso de caixa 2.
Ele chegou a dividir a propina em caixa 2, propina-gordura, ou propina-poupança (dinheiro reservado
para ser usado depois) e caixa 3 (operações de empresas que serviram como "barriga de aluguel" para
que outras doassem mais dinheiro e seus nomes não aparecessem nas contabilidades das campanhas).
— A Odebrecht está na petição inicial, queria dizer que temos Petrobras, temos uma contratante da
Petrobras, temos pagamento tirado de um crédito rotativo de uma conta poupança para o partido do
governo e esses recursos foram utilizados para os marqueteiros dessa campanha de 2014. E que sejam
relacionados a débitos de 2010, 2012 é irrelevante, pois sem esses pagamentos, eles disseram em
depoimentos, não fariam a campanha. Por isso reconheço o abuso de poder político com altos impactos
nas eleições.
Em abril, quando o julgamento começou, o tribunal aceitou pedido da defesa de incluir novas
testemunhas no processo, o ex-ministro Guido Mantega e os delatores João Santana, Mônica Moura e
André Santana, estes três últimos presos na Operação Acarajé após a descoberta do departamento de
operações estruturadas (propina) da Odebrecht.
16
LONDRES, MARIANA. TSE absolve a chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2014. R7, Brasil. Disponível em: <
http://noticias.r7.com/brasil/tse-absolve-a-chapa-dilma-temer-por-abuso-de-poder-economico-e-politico-nas-eleicoes-2014-10062017> Acesso em 12 de junho de
2017.
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— A Odebrecht até merecia uma fase própria. Não é um capítulo, é um título inteiro. Uma empresa
que liderou o ataque à Petrobras e que está desde o início. A Odebrecht era a matriarca da manada de
elefantes que transformou a Petrobras numa savana africana para a reprodução da rapinagem.
O julgamento foi marcado pelo embate entre os ministros Herman Benjamin, relator, e Gilmar Mendes,
presidente da Corte, que tinham visões divergentes. Apesar das discussões dentro do plenário, Benjamin
e Mendes são amigos há mais de trinta anos.
Para tentar convencer os seus colegas tanto na preliminar quanto no mérito, Benjamin chegou a usar
um voto anterior de Gilmar Mendes no próprio processo, quando ele defendeu dar seguimento a ação.
Mendes acusou Benjamin de distorcer a sua visão e chegou a chamar o relator de 'falacioso' em
um de seus argumentos.
O relator focou o seu voto quanto ao mérito no uso de caixa 2 nas eleições. Também foi discutida a
importância da reforma eleitoral para acabar com arrecadações ilegais em eleições no Brasil, como disse
o relator.
— No Brasil ninguém fazia doações por questões ideológicas. Aqui era sempre na expectativa de
cooptação e favorecimento futuro ou já ocorrido.
Para Gilmar Mendes, houve "alargamento" do pedido inicial da ação. Para ele, a Odebrecht não tem
relação com o possível pagamento de propina da Petrobras a chapa. Ele ressaltou, contudo, que não
está negando a corrupção, mas se atendo aos fatos sobre a chapa eleitoral.
— Estamos discutindo abuso de poder econômico nas eleições.
Durante o julgamento das preliminares também foi discutido se recursos eram caixa 2 ou caixa 1
(doações legais de empresas para as campanhas). Um dos ministros, Admar Gonzaga disse que só caixa
1 deveria ser considerado. O argumento foi rechaçado pelo relator, e lembrado sempre no seu voto.
— Se foi montado um sofisticado esquema de arrecadação de dinheiro público, como não é caixa 2?
questionou o relator.
Admar Gozaga chegou a dizer que Benjamin estava tentando constranger os demais ministros.
Nos quatro dias de julgamento, apenas o assessor de Temer Gastão Toledo esteve no TSE para
acompanhar de perto das discussões. O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, que era presidente da
corte durante o julgamento do mensalão, também esteve no plenário em uma das sessões de discussão.
17
O GLOBO. Aprovação de Temer é de 7%, a menor marca em 28 anos, diz Datafolha. O Globo, Brasil. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/aprovacao-
de-temer-de-7-menor-marca-em-28-anos-diz-datafolha-21515257> Acesso em 26 de junho de 2017.
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A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O Datafolha ainda informou
que a nota do presidente caiu de 3 para 2,7 na nova pesquisa. Não souberam responder 2% dos
entrevistados.
A avaliação de Temer é pior que a de Dilma Rousseff às vésperas da conclusão do processo de
impeachment, quando a petista seria destituída pelo Congresso. Na época, ela tinha 13% de aprovação
e 63% de reprovação. A impopularidade do peemedebista é semelhante à da ex-presidente de agosto de
2015, quando Dilma amealhou 71% de avaliações de um governo ruim ou péssimo.
Além de Temer, Dilma e Sarney, apenas Fernando Collor atingiu índices tão negativos frente à
população. Ele somava 68% de ruim e péssimo, em setembro de 1992, ao sofrer impeachment.
18
G1. Ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, é preso na Bahia. G1, Jornal Nacional. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/07/ex-
ministro-geddel-vieira-lima-do-pmdb-e-preso-na-bahia.html Acesso em 04 de julho de 2017.
19
FONSECA, A. GIMENES, E. KANIAK, T. DIONÍSIO, B. Lula é condenado na Lava Jato a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do tríplex. G1, Paraná. Disponível
em: <http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/lula-e-condenado-na-lava-jato-no-caso-do-triplex.ghtml> Acesso em 13 de julho de 2017.
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Na sentença, de 218 páginas, o juiz Moro resume as acusações que pesam contra Lula, relata os
argumentos da defesa e analisa as provas documentais, periciais e testemunhais. O magistrado afirma
que houve condutas inapropriadas por parte da defesa de Lula que revelam tentativa de intimidação da
Justiça e, por isso, até caberia decretar a prisão preventiva do ex-presidente. Porém, decidiu não mandar
prendê-lo por "prudência".
"[...] Considerando que a prisão cautelar de um ex-Presidente da República não deixa de envolver
certos traumas, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de
se extrair as consequências próprias da condenação. Assim, poderá o ex-Presidente apresentar a sua
apelação em liberdade", diz a decisão.
Por "falta de prova suficiente da materialidade", o juiz absolveu Lula das acusações de corrupção e
lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo presidencial numa transportadora, que teria
sido pago pela empresa OAS.
Moro determinou ainda que Lula não pode exercer cargo ou função pública pelo dobro do tempo da
pena, ou seja, a 19 anos. A decisão, no entanto, só passa a valer após ser referendada por colegiado --
no caso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
A defesa de Lula diz que o ex-presidente é "inocente". Os advogados declararam que a condenação
foi "politicamente motivada", que o julgamento "ataca o Estado de Direito no Brasil" e que Moro deveria
"se afastar de todas as suas funções". Durante o decorrer do processo, os advogados negaram que Lula
fosse dono do triplex.
Moro diz "que a presente condenação não traz a este julgador qualquer satisfação pessoal, pelo
contrário". "É de todo lamentável que um ex-Presidente da República seja condenado criminalmente, mas
a causa disso são os crimes por ele praticados e a culpa não é da regular aplicação da lei. Prevalece,
enfim, o ditado 'não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você' (uma adaptação livre
de 'be you never so high the law is above you')", escreveu Moro na sentença.
Apartamento
Sobre o apartamento, Moro afirmou que, segundo o MPF, não teria havido o pagamento do preço pelo
ex-presidente, nem do apartamento nem das reformas feitas no imóvel.
Moro também lembrou que, segundo a defesa de Lula, o triplex 164-A jamais pertenceu ao ex-
presidente, e, embora tivesse sido oferecido a ele em 2014, não houve interesse na aquisição e, portanto,
não houve a compra.
Para o juiz, essa é a questão crucial do processo, pois se determinado que foi de fato concedida a Lula
pelo grupo OAS, sem o pagamento correspondente, haverá prova da concessão a Lula de um benefício
patrimonial considerável, estimado em R$ 2,424 milhões, e para o qual não haveria uma causa ou
explicação lícita.
Para o juiz, na resolução desta questão, não é suficiente um exame meramente formal da titularidade
ou da transferência da propriedade do triplex. Isso porque, segundo a acusação, a concessão do
apartamento ao ex-presidente Lula teria ocorrido de maneira "subreptícia", com a manutenção da
titularidade do bem com o grupo OAS, também com o objetivo de ocular e dissimular o ilícito.
Para Moro, apesar de não haver escritura em nome do ex-presidente, é preciso examinar as provas
documentais. O juiz afirmou que, embora não haja dúvida de que o registro da matrícula do imóvel aponte
que ele permanece em nome da OAS, isso não é suficiente para a solução do caso.
De acordo com Moro, nem a configuração do crime de corrupção, nem do crime de lavagem, que
pressupõe estratagemas de ocultação e dissimulação, exigiriam, para a sua consumação, a transferência
formal da propriedade do imóvel do grupo OAS para o nome do ex-presidente Lula.
Inicialmente, o condomínio onde está localizado o triplex era um empreendimento da Cooperativa dos
Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop). A Bancoop passou por problemas financeiros, quebrou e
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transferiu o empreendimento para o grupo OAS. Segundo o juiz, o ex-presidente teria pago, quando o
imóvel ainda pertencia à Bancoop, cerca de R$ 209 mil por um apartamento simples, de preço muito
inferior ao triplex.
Moro também aplicou a Lula uma multa. "Considerando a dimensão dos crimes e especialmente renda
declarada de Luiz Inácio Lula da Silva (cerca de R$ 952.814,00 em lucros e dividendos recebidos da LILS
Palestras só no ano de 2016), fixo o dia multa em cinco salários mínimos vigentes ao tempo do último ato
criminoso que fixo em 12/2014".
Provas
Os principais pontos da sentença que condenou o ex-presidente Lula
No decorrer da sentença, o juiz afirmou que há provas documentais contra o ex-presidente e que Lula
não apresentou resposta concreta. Disse que as reformas feitas no apartamento têm caráter de
personalização.
Uma das provas, segundo Moro, são rasuras em documentos de adesão da cota habitacional no
edifício do Guarujá. Os documentos foram encontrados no apartamento de Lula em São Bernardo do
Campo. O número 141, de um apartamento mais simples, foi escrito em cima de 174, que seria a primeira
numeração do triplex, que, depois, passou a 164-A.
Outra rasura foi identificada do lado esquerdo do documento, na palavra "triplex". Para Moro, essa
constatação revela que havia a pretensão de adquirir o apartamento.
Ainda de acordo com Moro, há registros documentais de que todos os cooperados com direito a
unidades da Bancoop tiveram que optar, em 30 dias, por celebrar novos contratos de compra e venda
com a OAS ou por desistir e solicitar a restituição do dinheiro.
Moro também afirma que a OAS informou sobre os empreendimentos que recebeu da Bancoop.
Consta no relatório que haveria 112 unidades no condomínio Solaris e que "foram vendidas para ex-
cooperados da Bancoop, bem como uma unidade do empreendimento para novo adquirente".
Apesar dessas informações, de que todas as unidades teriam sido vendidas, de que os antigos
cooperados tinham prazo de 30 dias para adquirir as novas unidades ou pedir o dinheiro de volta, e que
não consta que o ex-presidente Lula ou sua esposa, Marisa Letícia, teriam tomado qualquer uma das
providências.
Então, para Moro, o que se tem presente até o momento é que Lula e a esposa, diferentemente dos
demais cooperados do antigo empreendimento, não atenderam prazo de 30 dias contadas da assembleia
para celebrar novo contrato com a OAS ou para requerer a devolução do dinheiro.
Moro também sustenta que não há qualquer registro de que Lula e a família foram cobrados, pela
Bancoop ou pela OAS, para realizar formalmente qualquer uma das opções.
Neste ponto da sentença, o juiz evidencia que o triplex era do ex-presidente. Ele citou as declarações
de renda de Lula e de dona Mariza de que não houve alteração formal da contratação junto à Bancoop
ou à OAS antes do início das investigações --e afirmou que documentos apreendidos na sede da Bancoop
mostram que a unidade estava reservada a Lula. Ressalta ainda que o triplex jamais foi colocado à venda,
ao contrário do apartamento mais simples, o 141, vendido em agosto de 2014.
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E-mails e mensagens de telefone
Entre outras provas de que as reformas eram para Lula, Moro citou e-mails e mensagens de telefone.
Entre essas provas estão as que fazem referência ao projeto do "Guarujá" e ao da "Praia", e que foram
submetidos à aprovação da "Madame" ou "Dama". Sérgio Moro diz que "é inequívoco de que se trata de
projetos submetidos à esposa de Luiz Inácio Lula da Silva, como, aliás, confirmado pelos interlocutores.
Na sentença, Moro ressalta ainda as contradições nos depoimentos prestados pelo ex-presidente Lula.
Primeiro à Polícia Federal, em São Paulo, em março do ano passado, quando foi alvo da 24ª fase da
Lava Jato, e, depois, ao próprio Moro, em Curitiba. O juiz disse que o depoimento prestado em juízo e,
mesmo antes, o prestado ante a autoridade policial pelo ex-presidente, são absolutamente inconsistentes
com os fatos provados documentalmente".
Moro ressaltou que Lula, ao longo de seu depoimento, foi confrontado com todas essas contradições
entre as suas declarações, e o constante nos documentos, e não apresentou esclarecimentos concretos.
E que "a única explicação disponível para as inconsistências e a ausência de esclarecimentos
concretos é que, infelizmente, o ex-presidente faltou com a verdade dos fatos em seus depoimentos
acerca do apartamento triplex".
O juiz ainda menciona moro que testemunhas ligadas à OAS e ao condomínio também comprovam
que o apartamento era de Lula.
Na sentença, o juiz Sergio Moro também cita o depoimento do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro,
que confirmou que o triplex foi reservado à família de Lula em 2009, que a OAS não poderia vender o
imóvel e que a diferença de preço do imóvel e o custo das reformas seriam abatidos das dívidas de
propinas do Grupo OAS com o PT, ligado ao esquema da Petrobras.
A PT emitiu uma nota sobre a sentença na qual afirma que a condenação de Lula é "ataque à
democracia" e "conduzida por um juiz parcial".
Réus no processo
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente: condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 9
anos e 6 meses de prisão no caso do triplex. Absolvido dos mesmos crimes no caso do armazenamento
de bens.
Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS: condenado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro a 10 anos
de 8 meses de prisão no caso do triplex. Absolvido dos mesmo crimes no caso do armazenamento de
bens.
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, ex-executivo da OAS: condenado por corrupção ativa a 6 anos
de prisão.
Paulo Gordilho, arquiteto e ex-executivo da OAS: absolvido da acusação de lavagem de dinheiro.
Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula: absolvido da acusação de lavagem de dinheiro.
Fábio Hori Yonamine, ex-presidente da OAS Investimentos: absolvido da acusação de lavagem de
dinheiro.
Roberto Moreira Ferreira, ligado à OAS: absolvido da acusação de lavagem de dinheiro.
Paulo Okamotto
"A absolvição do ex-presidente Lula e do ex-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto quanto à
acusação de lavagem de dinheiro pela manutenção do acervo presidencial demonstra que a Operação
Lava Jato está preenchida por ilegalidades e acusações que não constituem crime. A expectativa é que,
em razão do parecer da Procuradoria Geral da República perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ)
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pelo trancamento da ação, o procurador Deltan Dallagnol não recorra da decisão preferida pelo juiz Sergio
Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba", afirma nota da defesa.
Roberto Ferreira
A defesa afirmou que seu cliente foi absolvido, "como o esperado".
'Suposta crise'
Em meio ao discurso sobre a reforma trabalhista, Temer afirmou que o país vive uma ‘suposta crise’,
mas que há um “entusiasmo extraordinário” em relação às políticas públicas.
20
LIS, LAÍS. Temer sanciona texto da reforma trabalhista em cerimônia no Planalto. G1 Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-
sanciona-texto-da-reforma-trabalhista-em-solenidade-no-planalto.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de julho de
2017.
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“Eu faço um registro curioso: nessas últimas semanas, certa e precisamente, em função de uma
suposta crise, o que tem acontecido é um entusiasmo extraordinário”, enfatizou.
O presidente também fez um balanço das medidas aprovadas, citando, além da reforma trabalhista,
as mudanças no ensino médio e a PEC do teto de gastos.
“Poderia elencar tudo que nós fizemos ao longo desses 14 meses e olhe: não são 4 anos, não são oito
anos, são 14 meses. E, toda a modéstia de lado, estamos revolucionando o país. Fizemos a reforma
trabalhista, a do ensino médio”, destacou.
Medida provisória
Diante da polêmica gerada em torno das modificações prometidas pelo Palácio do Planalto na
legislação aprovada nesta semana, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), voltou a
afirmar nesta quinta que o Executivo federal vai editar uma medida provisória para alterar os pontos
negociados com os congressistas.
O peemedebista afiançou durante a tramitação do projeto no Senado as mudanças exigidas, inclusive
por integrantes da base aliada, como o dispositivo que permite que gestantes trabalhem em ambientes
insalubres.
O acordo foi costurado com os senadores governistas para que o texto que chegou da Câmara não
fosse alterado no Senado. Se o texto retornasse para nova análise dos deputados, iria atrasar a sanção
das novas regras.
Segundo Jucá, o governo tem 119 dias para editar a MP que modificará a recém-aprovada reforma
trabalhista.
Antes da solenidade de sanção da reforma, o líder do governo no Senado divulgou o texto-prévio da
medida provisória que Michel Temer deve enviar ao Congresso com mudanças em nove pontos da
proposta.
Justiça do Trabalho
Convidado a participar da cerimônia de sanção da reforma trabalhista, o presidente do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, cumprimentou Michel Temer, em meio ao seu
discurso, pelo que classificou de “coragem, perseverança e visão de futuro" do chefe do Executivo federal
ao "abraçar" as mudanças na legislação trabalhista, o ajuste fiscal e a reforma previdenciária.
Gandra Filho afirmou ainda que a negociação coletiva, que é a espinha dorsal da reforma, é importante
porque, na avaliação dele, quem trabalha em cada segmento é que sabe as reais necessidades daqueles
trabalhadores.
“Aquilo que é próprio de cada categoria você estabelece por negociação coletiva, quem melhor
conhece as necessidades de cada ramo é quem trabalha naquele ramo”, disse.
Veja abaixo alguns pontos que a MP deve modificar:
Gestantes e lactantes
Um dos pontos que a proposta de MP deve alterar é a possibilidade de que gestantes trabalhem em
locais insalubres. O texto original previa que gestantes deveriam apresentar atestado para que fossem
afastadas de atividades insalubres de grau médio ou mínimo.
A proposta de MP divulgada por Jucá determina que “o exercício de atividades insalubres em grau
médio ou mínimo, pela gestante, somente será permitido quando ela, voluntariamente, apresentar
atestado de saúde”.
Jornada 12x36
Outra ponto que o texto-prévio da MP pretende alterar é o que permitia que acordo individual entre
patrão e empregado pudesse estabelecer jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas ininterruptas de
descanso. A minuta divulgada por Jucá quer viabilizar essa jornada após acordo coletivo, ou convenção
coletiva.
Trabalhador autônomo
O texto aprovado prevê que as empresas poderão contratar autônomos e, ainda que haja relação de
exclusividade e continuidade, o projeto prevê que isso não será considerado vínculo empregatício.
A proposta de medida provisória quer alterar esse trecho para vedar a celebração de cláusula de
exclusividade no contrato com trabalhadores autônomos. Além disso, prevê que não será admitida a
restrição da prestação de serviço pelo autônomo a uma única empresa, sob pena de caracterização de
vínculo empregatício.
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Prorrogação de jornada e insalubridade
O texto-prévio da MP também tem a intenção de modificar a lei sancionada no trecho que sobre a
negociação coletiva para estabelecimento de enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de
jornada em ambientes insalubres.
Pela minuta, isso será permitido por negociação coletiva, mas desde que sejam respeitadas normas
de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério
do Trabalho.
Outros pontos
A minuta também promete alterar outros pontos da proposta relativos à contribuição previdenciária e
ao pagamento de indenizações por danos morais no ambiente do trabalho.
Além disso, o texto-prévio da MP que deverá ser enviada ao Congresso prevê mudanças para
salvaguardar a participação de sindicatos em negociações de trabalho.
Pela proposta, comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de
defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas, sendo obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas.
Contribuição sindical
Durante a tramitação da proposta no Senado, chegou-se a postular, por senadores governistas, uma
sugestão de que a Casa Civil elaborasse uma proposta de eliminação gradual da obrigatoriedade da
contribuição sindical.
O objetivo era conquistar apoio de parlamentares ligados a sindicatos de trabalhadores.
A proposta aprovada pelo Congresso retira a obrigatoriedade dessa contribuição, o que foi alvo de
críticas de movimentos sindicais.
A proposta de medida provisória apresentada nesta quinta, no entanto, não trata do assunto.
JBS reúne documentos sobre R$1,1 bi em propinas e cita Temer e ministros, diz revista Época21
(Reuters) - O grupo de alimentos JBS movimentou 1,1 bilhão de reais em propinas entre 2006 e 2017,
incluindo pagamentos ao presidente Michel Temer e seus interlocutores, com repasses de recursos
também a diversos ministros de governo e políticos, afirma a revista Época em reportagem neste sábado.
As acusações vêm em um momento em que o presidente busca apoio de deputados para uma votação
em sessão extraordinária na Câmara em que os congressistas analisarão se autorizam o Supremo
Tribunal Federal (STF) a analisar denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer pelo
crime de corrupção prevista. A votação está prevista para quarta-feira.
De acordo com a Época, a JBS tem se preparado para entregar uma série de documentos e evidências
sobre as irregularidades à PGR como prova de crimes descritos em delação premiada por executivos da
companhia.
A revista afirma que esses documentos mostram que a JBS teria distribuído 21,7 milhões de reais "a
pedido de Michel Temer para aliados políticos e amigos em campanhas eleitorais ou fora delas", sendo
que Temer teria recebido 2,2 milhões de reais com notas frias e 9 milhões de reais na forma de doação
oficial.
De acordo com a reportagem, o coronel João Baptista Lima, amigo do presidente, também teria
recebido um repasse de 1 milhão de reais em espécie em setembro de 2014, em dinheiro que segundo
a JBS deveria ir para Temer.
A matéria cita ainda cinco ministros do governo Temer que teriam recebido um total de 46,7 milhões
de reais em propinas da JBS: os titulares das pastas de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD),
Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB), das Cidades, Bruno Araújo (PSB), da Integração
Nacional, Helder Barbalho (PMDB) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira (PRB).
A lista dos beneficiados com dinheiro da JBS ainda incluiria governadores, senadores e deputados,
incluindo o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), de acordo com a época.
Procurados pela reportagem, os políticos negaram as acusações. Temer disse em nota à revista que
"jamais ordenou...pagamento a quem quer que seja" e afirmou que as acusações contra ele na delação
de executivos da JBS são "uma peça de ficção".
21
REUTERS. JBS reúne documentos sobre R$1,1 bi em propinas e cita Temer e ministros, diz revista Época. Reuters. Disponível em: <
http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRKBN1AE0MI-OBRDN?feedType=RSS&feedName=domesticNews&utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter>
Acesso em 31 de julho de 2017.
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Emendas, promessas de cargos e pacote de bondades: veja as estratégias de Temer para barrar
denúncia na Câmara22
Denúncia por corrupção passiva contra presidente foi rejeitada nesta quarta-feira (2) em votação no
plenário e não será analisada pelo STF enquanto Temer estiver no cargo.
Bilhões liberados em emendas parlamentares, promessa de cargos a partidos, pacote de bondade
para a bancada ruralista e ministros em ação no plenário foram algumas das estratégias usadas pelo
governo Michel Temer para conseguir barrar na Câmara denúncia contra ele apresentada pela
Procuradoria Geral da República (PGR).
Era necessário o aval da Câmara para que a denúncia por corrupção passiva continuasse o trâmite no
Supremo Tribunal Federal (STF), e foi rejeitada nesta quarta-feira (2) por 263 votos, contra 227 pela
continuidade do processo.
No pronunciamento que fez após o resultado, Temer afirmou que a rejeição não foi uma vitória pessoal.
"A decisão soberana do parlamento não é uma vitória pessoal de quem quer que seja, mas é uma
conquista do estado democrático, da força das instituições e da própria Constituição", disse.
Emendas parlamentares
Nas três primeiras semanas de julho, mês que antecedeu à votação da denúncia contra Temer no
plenário da Câmara, o governo liberou R$ 2,11 bilhões em emendas parlamentares – valor equivalente
ao total de todo o primeiro semestre.
De janeiro a junho deste ano, o Planalto destinou R$ 2,12 bilhões para emendas, sendo R$ 2,02 bilhões
só no mês de junho, quando foi apresentada a denúncia contra Temer pela PGR e começou o processo
de análise na Câmara. Para efeito de comparação, nos cinco primeiros meses do ano, o governo liberou
R$ 102 milhões ao todo, mostra levantamento da ONG Contas Abertas.
O Planalto afirma que a liberação de emendas são uma imposição legal e que só está cumprindo a lei.
Emendas são recursos previstos no Orçamento com aplicação indicada pelo parlamentar. Esse
dinheiro tem de ser obrigatoriamente empregado em projetos e obras nos estados e municípios. A
liberação dos recursos é obrigatória, e o governo tem todo o ano para fazer os repasses.
A primeira etapa da análise da denúncia na Câmara foi a votação de parecer na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ). Dos 40 deputados que votaram a favor de Temer, 36 receberam R$ 134
milhões em emendas em junho. A votação na comissão ocorreu em 13 de julho e rejeitou o parecer pela
continuidade da denúncia. Os deputados que votaram contra Temer receberam, no mesmo período,
metade do valor em emendas: R$ 66 milhões.
22
G1. Emendas, promessas de cargo e pacote de bondades: veja as estratégias de Temer para barrar a denúncia na Câmara. G1 Política. Disponível em:
<http://g1.globo.com/politica/noticia/emendas-promessas-de-cargos-e-pacote-de-bondades-veja-as-estrategias-de-temer-para-barrar-denuncia-na-camara.ghtml>
Acesso em 03 de agosto de 2017.
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A CCJ aprovou por 41 a 24 o relatório alternativo do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) pela
rejeição da denúncia. Entre os parlamentares favoráveis a Temer, Abi-Ackel foi o que recebeu o maior
valor em emendas: R$ 5,1 milhões.
A oposição acusa Temer de comprar votos. A Rede e o PSOL pediram à PGR que investigue a
liberação de emendas pelo governo durante a tramitação da denúncia na Câmara.
Promessas de cargos
Na véspera da votação no plenário, Temer autorizou interlocutores a sinalizar a deputados com cargos
de 2º e 3º escalões para que eles votassem contra a denúncia da PGR, informou a colunista
do G1 Andréia Sadi.
Com a vitória na Câmara, Temer se prepara para enfrentar a demanda dos deputados do centrão por
mais espaço ministerial. Eles cobram do Planalto os cargos ocupados pelo PSDB no governo, informa
Sadi. O partido liberou a bancada, mas o líder tucano, Ricardo Trípoli, orientou voto contra Temer.
Segundo a colunista Cristiana Lôbo, partidos que fecharam questão a favor de Temer, em particular o
PP, PR e o próprio PMDB, cobraram do presidente mais espaço no governo em troca de apoio.
O Podemos e uma ala mais insatisfeita do PMDB pediram vagas no Incra, Funasa e Caixa Econômica
Federal.
Ministros em ação
Além da atuação dos aliados na Câmara, Temer mobilizou sua tropa de choque no primeiro escalão
para garantir votos que barrassem a denúncia. Nos dias que antecederam à votação em plenário, os
ministros foram convocados a ficar em Brasília de "plantão" para atender às demandas dos deputados,
informou o colunista do G1 Gerson Camarotti.
Os ministros também atuaram diretamente no plenário – dez deles reassumiram os mandatos de
deputado para votar a favor de Temer e também articular apoios durante a votação.
Trocas na CCJ
Para derrotar na CCJ o parecer de Jorge Zveiter que recomendava a continuidade da denúncia, o
governo promoveu uma dança das cadeiras entre os membros da comissão. Os partidos aliados
fizeram 26 remanejamentos entre os integrantes do colegiado, substituindo deputados que haviam
indicado voto contra Temer.
O troca-troca causou protestos e críticas por parte da oposição e de parlamentares dissidentes da
base, que chegaram a recorrer ao STF na tentativa de anular as mudanças de membros da CCJ.
Municípios e estados
Na véspera da votação do parecer sobre a denúncia na CCJ, Temer anunciou um programa de apoio
a concessões nos municípios e estados, que prevê a destinação de R$ 5,7 bilhões para investimentos de
mobilidade urbana e saneamento, e um crédito de R$ 2 bilhões via Banco do Brasil para financiamento
de projetos de saúde, educação, eficiência energética, modernização da gestão e infraestrutura viária
Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto23
23
CARAM, B. CALGARO, F. Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto. G1 Política. Disponível em:
<http://g1.globo.com/politica/noticia/comissao-da-camara-aprova-texto-base-da-reforma-politica-saiba-o-que-esta-previsto.ghtml> Acesso em 11 de agosto de 2017.
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Parecer de Vicente Cândido foi aprovado após 9 horas de sessão. Entre outros pontos, ele propôs
sistema distrital misto, fundo para financiar campanhas e extinção do vice-presidente.
A comissão da Câmara destinada à análise de uma das propostas que estabelecem a reforma política
aprovou nesta quarta-feira (9), por 25 votos a 8, o texto-base do relatório apresentado pelo deputado
Vicente Cândido (PT-SP) – saiba mais abaixo o que está previsto.
O parecer de Vicente Cândido sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovado após
9 horas de sessão. Os deputados, contudo, não haviam concluído a análise do projeto até a última
atualização desta reportagem, isso porque, após o texto-base, eles passaram a analisar os destaques,
ou seja, sugestões que podem mudar a redação.
Após passar na comissão, a PEC seguirá para o plenário da Câmara, onde deverá ser aprovada em
dois turnos antes de seguir para o Senado. A proposta precisa do apoio mínimo de 308 deputados.
Como a sessão se estendia sem previsão de encerramento, a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ)
distribuiu sanduíches a alguns parlamentares.
Entre outros pontos, o projeto cria um fundo para financiar campanhas eleitorais com recursos públicos
e faz mudanças no sistema eleitoral.
Durante a sessão desta quarta, o relator esclareceu que o parecer dele não prevê o chamado
"distritão", modelo que ganhou força entre parlamentares e lideranças partidárias nos últimos dias,
embora o modelo possa ser incluído por meio de uma emenda apresentada por outro parlamentar.
No "distritão", acaba o quociente eleitoral e os mais votados são eleitos, ou seja, seria uma eleição
majoritária, como para presidente. Cada estado vira um distrito eleitoral. No caso de vereador, seria o
município. O eleitor vota em um nome no distrito. Os mais votados são eleitos.
Sistema eleitoral
A proposta aprovada pela comissão estabelece o sistema distrital misto a partir de 2022 nas eleições
para deputado federal, deputado estadual e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O
modelo é uma mistura dos sistemas proporcional e majoritário.
Pelo texto, para escolher deputados federais, por exemplo, o eleitor votará duas vezes. Uma nos
candidatos do distrito e outra nas listas fechadas pelos partidos. A metade das vagas, portanto, iria para
os candidatos eleitos por maioria simples. A outra metade, preenchida conforme o quociente eleitoral
pelos candidatos da lista partidária.
No caso de municípios de até 200 mil eleitores, será adotado o sistema eleitoral de lista preordenada
nas eleições para vereador.
Fundo de campanha
Ao apresentar o parecer, o relator Vicente Cândido (PT-SP) dobrou o valor previsto de recursos
públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais.
O projeto institui o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que será mantido com recursos
públicos, previstos no orçamento. Na versão anterior do relatório, Cândido havia estabelecido que 0,25%
da receita corrente líquida do governo em 12 meses seria destinada a financiar campanhas.
Havia uma exceção somente para as eleições de 2018, com o valor do fundo em 0,5% da Receita
Corrente Líquida, o que corresponderá a cerca de R$ 3,6 bilhões.
No novo parecer, Vicente Cândido tornou a exceção uma regra. Pelo texto reformulado, o valor do
fundo será de 0,5% da receita corrente líquida em 12 meses, de maneira permanente.
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Vacância da presidência
No caso de vacância do cargo de presidente da República, será feita eleição 90 dias após a vaga
aberta. Se a vacância ocorrer no último ano do mandato presidencial, será feita eleição indireta, pelo
Congresso, até 30 dias após a abertura da vaga.
A regra também valerá para governadores e prefeitos.
Posse
As datas das posses dos eleitos passarão a ser as seguintes:
6 de janeiro: governadores e prefeitos;
7 de janeiro: presidente da República;
1º de fevereiro: deputados e vereadores.
Suplente de senador
A proposta reduz o número de suplentes de senadores, de dois suplentes para um. Em caso de morte
ou renúncia do titular, será feita nova eleição para o cargo, na eleição subsequente. Esse substituto terá
mandato somente até o término do mandato do antecessor.
O texto define, ainda, que o suplente de senador será o candidato a deputado federal que ocupar o
primeiro lugar na lista preordenada do partido do titular do mandato.
Tentativa de adiamento
O PSOL tentou adiar a votação do parecer, sob a justificativa de que seria preciso ouvir antes a
sociedade sobre o texto final, mas não conseguiu.
"Não querer ouvir a sociedade é novamente virar de costas para a opinião popular. Há uma sofreguição
de preservação de mandatos para o sistema continuar o mesmo", afirmou o deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ).
24
BOMFIM, CAMILA. Ex-ministro Geddel Vieira Lima é preso após apreensão de R$ 51 milhões. G1 Bahia. Disponível em: <
http://g1.globo.com/bahia/noticia/mpf-pede-prisao-preventiva-de-geddel-vieira-lima.ghtml> Acesso em 08 de setembro de 2017.
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Sete agentes e dois carros da PF entraram no condomínio de Geddel às 6h. Segundo a TV Bahia
(afiliada da Rede Globo), um vendedor ambulante, que estava na região, foi levado para dentro do
condomínio, possivelmente para servir de testemunha.
Segundo o MPF, a nova fase da operação busca apreender provas de crimes como corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e organização criminosa, e que as medidas são necessárias para evitar a destruição
de provas.
O G1 tentou contato com a defesa de Geddel, mas não obteve resposta até a última atualização desta
reportagem.
25
MATOSO, F. NETTO, V. PARREIRA, M. Acordos de delação de Joesley e Saud foram rescindidos, informa PGR. G1, Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/acordos-de-delacao-de-joesley-e-saud-foram-rescindidos-informa-
pgr.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 15 de setembro de 2017.
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De acordo com a assessoria da PGR, a rescisão do acordo de colaboração ainda precisa ser
confirmada pelo ministro Edson Fachin.
Na semana passada, o procurador-geral, Rodrigo Janot, já havia anunciado a revisão dos acordos dos
delatores por suspeitas de que os dois executivos haviam omitido informações.
Em razão disso, o Supremo Tribunal Federal suspendeu, no último fim de semana, os
benefícios concedidos a Joesley e a Saud.
A decisão de Janot
Rodrigo Janot entendeu que os dois delatores mentiram sobre fatos de que tinham conhecimento, se
recusaram a prestar informações e que ficou provado que, após a assinatura do acordo, eles sonegaram,
adulteraram, destruíram ou suprimiram provas.
Por enquanto, o procurador-geral manteve o acordo do diretor jurídico da J&F, Francisco de Assis,
enquanto aguarda informações sobre uma investigação de uso de informação privilegiada que envolve a
delação premiada.
A informação sobre a rescisão do acordo foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal.
'Confiança'
Ao decidir pela rescisão dos acordos, Janot escreveu que confiança é uma "via de mão dupla",
devendo o investigado assimilar e assumir a condição de colaborador da Justiça, "falando tudo o que
sabe e não omitindo qualquer fato relevante, ainda mais quando este fato pode configurar crime".
O procurador-geral acrescenta, então, que não cabe ao colaborador fazer juízo de valor ou escolher
os fatos que pretende entregar, fazendo, assim, com que a manutenção do acordo dependa da boa-fé e
do fiel cumprimento das cláusulas estabelecidas.
O que ocorreu nas delações de Joesley e de Saud, diz Janot, foi o descumprimento de cláusulas que
proíbem a "omissão deliberada, a má-fé, o dever de transparência" entre as partes contraentes.
"Como se vê, a consequência jurídica da rescisão do acordo por culpa exclusiva do colaborador é a
perda da premiação e a validade de todas as provas produzidas, que poderão ser usadas nos processos
em curso e futuros."
Janot acusa Temer de chefiar organização criminosa: 10 perguntas para entender a denúncia26
Mesmo ferido por graves acusações contra a atuação do Ministério Público Federal na condução da
delação da JBS, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, lançou sua segunda "flechada" contra
Michel Temer e denunciou o presidente nesta quinta-feira sob as acusações de obstrução de Justiça e
de integrar organização criminosa.
O disparo foi dado a três dias de Janot passar o cargo para a próxima procuradora-geral, Raquel
Dodge.
Agora, o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá avaliar se encaminha a denúncia diretamente para
a análise da Câmara dos Deputados ou se vai suspender seu andamento até que se concluam as
investigações sobre a legalidade do acordo firmado com Joesley Batista e outros executivos do grupo.
Em nota, a Presidência da República, afirmou que Janot "continua sua marcha irresponsável para
encobrir suas próprias falhas", ignorando "deliberadamente as graves suspeitas que fragilizam as
delações sobre as quais se baseou para formular a segunda denúncia contra o presidente da República".
"A segunda denúncia é recheada de absurdos. Fala de pagamentos em contas no exterior ao
presidente sem demonstrar a existência de conta do presidente em outro país. Transforma contribuição
lícita de campanha em ilícita, mistura fatos e confunde para tentar ganhar ares de verdade. É realismo
fantástico em estado puro", diz o texto.
Já o PMDB informou lamentar "mais um ato de irresponsabilidade realizado pelo procurador-geral" e
afirmou que "a Justiça e sociedade saberão identificar as reais motivações" de Janot.
Entenda, em dez perguntas, as acusações contra Temer e o que deve acontecer agora:
26
SCHREIBER, MARIANA. Janot acusa Temer de chefiar organização criminosa: 10 perguntas para entender a denúncia. BBC Brasil. Disponível em: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41261952?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 15 de setembro de 2017.
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concessões de aeroportos e ações dos ministérios da Agricultura e da Integração Nacional, além da
inclusão de emendas em medidas provisórias no Congresso.
Janot diz que o grupo começou a se articular a partir de 2006, quando o PMDB passou a ocupar cargos
no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que precisou ampliar sua base de apoio após o
escândalo do mensalão.
Temer e Henrique Eduardo Alves, na época deputados, teriam negociado "cargos-chaves" para o
grupo criminoso, "tais como a presidência de Furnas, a vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias
na Caixa Econômica, o Ministério da Integração Nacional, a Diretoria Internacional da Petrobras, entre
outros", diz a denúncia.
O procurador-geral frisa também que a organização criminosa continuou praticando crimes nos anos
de 2015, 2016 e 2017, e que Temer teria se tornado o "líder" do grupo em maio do ano passado, quando
assumiu a Presidência da República.
Temer, especificamente, teria obtido "vantagem" de R$ 31,5 milhões, sendo R$ 500 mil da JBS por
meio de Rodrigo Rocha Loures, R$ 10 milhões em doações da Odebrecht, R$ 20 milhões referentes ao
contrato PAC SMS da Diretoria Internacional da Petrobras com a Odebrecht e R$ 1 milhão entregue ao
coronel João Batista Lima Filho, amigo do peemedebista.
Além disso, Janot também acusa o presidente de tentar obstruir a Justiça ao dar aval para suposta
compra de silêncio do ex-presidente da Câmara, o peemedebista Eduardo Cunha, e do operador Lúcio
Funaro.
Para embasar essa acusação, o procurador-geral usa, por exemplo, a gravação da conversa entre o
presidente e Joesley Batista, dono da JBS. Ele sustenta que Temer instigou Batista a pagar, por meio de
Ricardo Saud, vantagens a Roberta Funaro, irmã de Lúcio Funaro.
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"Não é tipicamente uma função digamos para estatura de um chefe do Ministério Público", completou
o presidente.
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Nesta semana, o ministro do STF Luís Roberto Barroso autorizou novo inquérito contra o presidente
para apurar supostas ilegalidades na edição de um decreto sobre o setor de Portos, em maio deste ano.
"Os elementos colhidos revelam que Rodrigo Rocha Loures, homem sabidamente da confiança do
presidente da República, menciona pessoas que poderiam ser intermediárias de repasses ilícitos para o
próprio presidente da República, em troca da edição de ato normativo de específico interesse de
determinada empresa, no caso, a Rodrimar S/A", assinalou Barroso na decisão de abertura do inquérito.
Em nota, a empresa negou qualquer ilegalidade. A assessoria de Temer disse em comunicado que o
decreto foi debatido entre o governo e empresas e que o presidente "não teve interferência no debate e
acatou as deliberações e aconselhamentos técnicos, sem que houvesse qualquer tipo de pressão política
que turvasse todo esse processo".
27
AGÊNCIA ESTADO. Temer tem a pior aprovação pessoal e de governo da série histórica. O Tempo Política. Disponível em:
<http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/temer-tem-a-pior-aprova%C3%A7%C3%A3o-pessoal-e-de-governo-da-s%C3%A9rie-hist%C3%B3rica-
1.1521968> Acesso em 20 de setembro de 2017.
28
JORNAL HOJE. Governo Temer é considerado ruim ou péssimo para 77%, diz Ibope. G1 jornal Hoje. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
hoje/noticia/2017/09/governo-temer-e-considerado-ruim-ou-pessimo-para-77-diz-ibope.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=jh> Acesso
em 29 de setembro de 2017.
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Economia
'Péssimo momento'
Mas existe um consenso: a operação da PF veio em um "péssimo momento" para o agronegócio, um
dos pilares da economia brasileira, que vinha esboçando sinais de recuperação.
"O Brasil custou para abrir novos mercados e agora a imagem do país está abalada lá fora. É difícil
prever o que vai acontecer, mas não resta dúvida de que esse escândalo será prejudicial para a economia
brasileira", diz à BBC Brasil José Carlos Hausknecht, sócio diretor da MB Agro, braço agrícola da
consultoria MB Associados.
Em outras palavras: isso pode acarretar um prolongamento da recessão, afetando a vida de todos os
brasileiros.
Já segundo estimativa da consultoria LCA consultores, no pior dos cenários - se todos os países
fecharem as portas às importações de carne brasileira - o impacto no PIB pode ser de até 1 ponto
porcentual. A previsão oficial do governo, que deve ser revisada para baixo nos próximos dias, é de
crescimento de 1%.
Desemprego e inflação
A revelação do esquema de carne adulterada terá consequências para a economia brasileira, explicam
os especialistas, pela "importância do setor de carnes".
Atualmente, de toda a carne produzida no Brasil, 80% é consumida pelo mercado interno. O restante
vai para fora.
No ano passado, as exportações brasileiras do produto somaram mais de US$ 14 bilhões (R$ 43
bilhões), ou 7,5% do total exportado, atrás apenas do minério de ferro e da soja.
Além disso, o setor de carnes possui uma cadeia produtiva "muito extensa", com "efeitos indiretos",
lembra Gesner Oliveira, sócio da consultoria GO Associados.
Oliveira estima que uma redução de 10% nas exportações brasileiras de carne pode custar 420 mil
postos de trabalho e R$ 1,1 bilhão a menos em impostos - notícia nada positiva em um momento de crise
fiscal.
Já a inflação também deve subir por causa do escândalo, "devido a algum tipo de recall das carnes já
distribuídas ao comércio", diz à BBC Brasil André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
Apesar disso, ressalva ele, o impacto na subida dos preços deve ser residual, já que o peso total das
carnes no índice oficial (IPCA) é de apenas 3,69%.
"Nesse sentido, uma alta adicional de 2% nesses produtos iria criar um impacto de 7 pontos base (ou
0,07%) na inflação plena: neste caso, se o IPCA fosse de 4,50%, ele ficaria em 4,57%", afirma.
"Mas será preciso saber mais detalhes sobre como isso vai ocorrer, pois não há notícias de
desabastecimento e não se trata da totalidade de toda a cadeia da carne", acrescenta.
Concorrência e protecionismo
Os especialistas também apontaram que, por causa do escândalo, o Brasil poderia perder espaço para
outros competidores no mercado global de carnes.
29
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/qual-e-o-impacto-do-escandalo-das-carnes-na-economia-brasileira.ghtml
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Nesse sentido, segundo eles, seria um "grande retrocesso" para um setor que se tornou prioridade
durante os mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016).
Nesse período, recursos públicos foram direcionados (via BNDES, a agência nacional de fomento)
para a criação dos chamados "campeões nacionais" - com o apoio irrestrito do governo, empresas como
a JBS e a BRF formaram monopólios e se projetaram internacionalmente.
"Hoje em dia, o mercado é altamente competitivo. Qualquer deslize pode ser fatal", diz Oliveira, da GO
Associados.
Hausknecht, da MB Agro, concorda que o escândalo acaba gerando uma oportunidade para potenciais
concorrentes, mas avalia que, atualmente, pelas condições do mercado, não há competidores à altura do
Brasil.
"A Austrália, por exemplo, que poderia ser uma alternativa ao Brasil para a oferta de carnes à China,
ainda estão recompondo o rebanho", diz, em alusão à forte seca que forçou produtores australianos a
elevarem o escoamento de animais para o abate.
"Já os Estados Unidos, o segundo maior produtor mundial de carne bovina, tampouco tem muita
entrada no mercado chinês por causa da escalada da tensão entre Washington e Pequim."
"Por fim, a Índia também é outro grande exportador de carne bovina, mas ela é de pior qualidade",
completa.
Para Campos, da LCA Consultores, a maior consequência do escândalo é dar munição a governos
para impor mais tarifas alfandegárias ao Brasil, em um contexto de maior protecionismo no mundo.
"Trump (Donald Trump, presidente dos Estados Unidos) já deu sinais de que pretende lançar mão de
medidas protecionistas. Nesse caso, isso (escândalo das carnes adulteradas) pode ser usado como
desculpa", conclui.
30
SILVEIRA, Daniel. CAVALLINI, Marta. Desemprego fica em 13,7% no 1° trimestre de 2017 e atinge 14,2 milhões. G1 Economia. Disponível em: <
http://g1.globo.com/economia/noticia/desemprego-fica-em-137-no-1-trimestre-de-2017.ghtml> Acesso em 28 de abril de 2017.
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Taxa de desocupação, segundo a Pnad do IBGE (Foto: Editoria de arte/G1)
Em relação à taxa, as altas são de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre de outubro a dezembro de
2016 (12%) e de 2,8 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2016 (10,9%).
Já em relação ao número de desocupados, o contingente cresceu 14,9% (mais 1,8 milhão de pessoas)
frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2016 e 27,8% (mais 3,1 milhões em busca de trabalho) em
relação ao mesmo trimestre de 2016, segundo o IBGE.
Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, desde o 1º trimestre de
2014, o país perdeu cerca de 3 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. De acordo com o
IBGE, a menor desocupação foi registrada no trimestre encerrado em fevereiro de 2014, quando havia
6,6 milhões de desempregados, ou seja, esse número mais que dobrou em três anos.
“O mercado de trabalho continua a apresentar deterioração. Perdemos mais de 1,8 milhão de postos
de trabalho, sendo que cerca de 70% dessa perda foi de empregos com carteira de trabalho assinada”,
diz Azeredo.
Já a população ocupada também bateu recorde - é o menor contingente desde o trimestre fevereiro-
abril de 2012. No trimestre encerrado em março, eram 88,9 milhões de pessoas no mercado de trabalho.
O recuo se deu tanto em relação ao trimestre anterior (-1,5%, ou menos 1,3 milhão de pessoas) como
em relação ao mesmo trimestre de 2016 (-1,9%, ou menos 1,7 milhão de pessoas).
“Na passagem do 4º trimestre para o 1º trimestre percebe-se uma redução da população ocupada e
consequentemente aumento da desocupação em função da dispensa das contratações temporárias do
final do ano. Mas, o que está em questão, é o fato de o Brasil manter esse ritmo da crise no mercado de
trabalho”, analisa Azeredo.
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Número de pessoas desocupadas, segundo a Pnad do IBGE (Foto: Editoria de arte/G1)
“Não tem absolutamente nada na Pnad Contínua que mostre uma melhoria no mercado de trabalho,
na geração de empregos, ou qualquer tipo de recuperação em qualquer tipo de inserção ou grupamento
de atividade”, completa o pesquisador.
Carteira assinada
Desse total, 33,4 milhões de pessoas que estavam empregadas no setor privado tinham carteira
assinada. Esse número também recuou em ambos os períodos de comparação: frente ao trimestre
outubro/dezembro de 2016 (-1,8% ou menos 599 mil pessoas) e ao trimestre janeiro/março de 2016 (-
3,5% ou menos 1,2 milhão de pessoas). Segundo o IBGE, foi o menor contingente de trabalhadores com
carteira assinada já observado na série histórica da pesquisa.
O pico de trabalhadores com carteira assinada foi registrado no trimestre encerrado em junho de 2014
- 33,9 milhões de trabalhadores.
Segundo Azeredo, a notícia mais impactante da pesquisa é a perda expressiva de empregos com
carteira assinada. “Perder postos de trabalho com carteira significa perda de arrecadação da Previdência,
perda de acesso ao seguro-desemprego, perda de garantias trabalhistas. Além disso, a carteira de
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1358909 E-book gerado especialmente para ARLEM SANTOS
trabalho serve como garantia de acesso ao crédito. A grande notícia que a Pnad Contínua traz neste
primeiro semestre do ano é que o mercado continua destruindo postos de trabalho”, disse Azeredo.
De acordo com o pesquisador, a queda do número de carteiras assinadas tem relação direta com a
conjuntura política e econômica do país. “Um cenário econômico conturbado, um cenário político instável,
isso traz desestabilização para o mercado de trabalho e seus efeitos são quase imediatos. Reestruturar
postos de trabalho, recompor carteira, isso demora”, afirma.
O número de empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada (10,2 milhões)
apresentou queda em relação ao trimestre anterior (-3,2%), mas cresceu 4,7% (ou mais 461 mil pessoas)
em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
O número de trabalhadores por conta própria (22,1 milhões de pessoas) registrou estabilidade em
relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2016). Em relação ao mesmo período do ano
passado, houve queda de 4,6%, ou seja 1,1 milhão de pessoas a menos. “O trabalhador por conta própria,
que no início da crise segurou um pouco a população desocupada, mostra uma redução", diz Azeredo.
Já a categoria dos trabalhadores domésticos, estimada em 6,1 milhões de pessoas, se manteve
estável em ambos os trimestres comparativos, segundo o IBGE.
Nível de ocupação
O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi
estimado em 53,1% no trimestre de janeiro a março, apresentando queda de 0,9 ponto percentual frente
ao trimestre de outubro a dezembro de 2016, (54%).
Em relação a igual trimestre do ano anterior, houve retração de 1,7 ponto percentual, quando recuou
de 54,7% para 53,1%. Foi o menor nível da ocupação observado desde o início da série da pesquisa.
Rendimento
O rendimento médio foi estimado em R$ 2.110 no 1º trimestre de 2017, estável tanto ante o trimestre
de outubro a dezembro de 2016 (R$ 2.064) como mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.059).
Em relação ao trimestre anterior, houve alta para os empregados no setor público (1,9%) e para os
trabalhadores domésticos (1,7%). Em relação ao mesmo trimestre de 2016, apenas os empregados no
setor público apresentaram variação positiva (4,3%). Nas demais posições, foi estável.
“Há um crescimento do rendimento nominal do trabalhador. Isso mostra que você tem um aumento do
poder de compra da população, mas o efeito inflacionário sobre ele fez com que a massa de rendimento
se mantivesse estável”, explicou o pesquisador.
Caged
De acordo com os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em
março as demissões superaram as contratações em 63.624 vagas, resultado de 1.261.332 admissões e
de 1.324.956 demissões em março. No acumulado do primeiro trimestre de 2017, o país registrou o
fechamento de 64.378 postos de trabalho.
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feitos em impostos e isenções, além da obtenção de receitas extraordinárias como o Refis [parcelamento
de débitos tributários]. Reflete também a inflação, que, apesar de ter caído, segue em patamar alto”,
analisa. Para Burti, “no segundo semestre, espera-se elevação da arrecadação em função da melhora da
atividade econômica”.
Arrecadação federal
O presidente da ACSP esclarece que, embora a arrecadação federal tenha caído em termos reais, é
o número nominal (sem descontar a inflação), o mesmo medido pelo Impostômetro, que deve ser
analisado. “Nosso painel não mede apenas tributos federais. Também entram na conta os estaduais e
municipais. O que temos que observar são os valores nominais, porque os gastos são todos nominais”.
32
VENTURA, M. SORIMA, N. J. Estados Unidos suspendem importação de carne fresca do Brasil. O Globo, Economia. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/economia/estados-unidos-suspendem-importacao-de-carne-fresca-do-brasil-
21508582?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 23 de junho de 2017.
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1358909 E-book gerado especialmente para ARLEM SANTOS
O consultor Cesar de Castro Alves, da MB Agro, observa que o volume exportado de carne fresca para
os EUA não é significativo. Mesmo assim, a preocupação é com a sinalização que os EUA dão a outros
mercados importantes que o Brasil almejava entrar com esses produtos.
— O volume exportado de carne fresca aos EUA não é significativo. Mas a sinalização é ruim. O Brasil
começou a exportar carne fresca para os americanos no ano passado, depois de cerca de dez anos de
negociações. Com essa abertura, almejava entrar em mercados importantes como Japão e Coréia do Sul
— afirmou Alves.
O especialista ressalta que os EUA são muito cuidados com as exigências sanitárias estabelecidas
para carnes in natura.
— Carnes cujo rebanho não foi vacinado contra a febre aftosa, por exemplo, podem ser rejeitadas.
Isso não está relacionado a má qualidade do produto, mas à falta de cuidado com as exigências impostas
pelos EUA — diz o especialista.
Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a
notícia não poderia ter sido pior. Ainda mais agora, que os EUA decidiram facilitar as importações de
carnes da China.
— A notícia é lamentável. Foram longos anos de negociações para abrir o mercado americano. É uma
péssima notícia para nós — afirmou Castro.
Entre os produtores, a notícia é "péssima" e afeta ainda mais a credibilidade da carne brasileira.
— Para o Brasil em geral é uma questão de credibilidade. Infelizmente as instituições do Brasil estão
fragilizadas. Das mais altas e inclusive a segurança sanitária — disse o vice-presidente da Sociedade
Rural Brasileira, Pedro de Camargo Neto.
MINISTÉRIO JÁ HAVIA ANUNCIADO SUSPENSÃO DE EXPORTAÇÕES
Na quarta-feira, porém, o Ministério da Agricultura anunciou que já havia suspendido as exportações
de carne de cinco frigoríficos para os Estados Unidos, desde a semana passada. Segundo a pasta, o
mecanismo de "autossuspensão" permite que as exportações sejam retomadas de forma mais rápida,
após os problemas serem resolvidos.
Em nota, o ministério afirmou que trabalha para "prestar todos os esclarecimentos e correções no
sentido de normalizar a situação. A proibição está valendo desde a última sexta-feira e continuará em
vigor até que sejam adotadas 'medidas corretivas'".
Temer assina decreto que aumenta imposto sobre combustíveis. Veja quanto vai ficar33
Governo espera arrecadar R$ 10,4 bilhões com reajuste da PIS/Cofins sobre gasolina, etanol e diesel.
Preço do litro de gasolina pode ficar até R$ 0,41 mais caro nas refinarias.
O presidente Michel Temer (PMDB) assinou decreto nesta quinta-feira (20) aumentando tributos que
incidem sobre a gasolina, o diesel e o etanol. A alíquota do PIS/Cofins para a gasolina mais que dobrará,
passando dos atuais R$ 0,3816 por litro para R$ 0,7925 por litro. Ou seja, o litro do combustível poderá
ficar até R$ 0,41 mais caro nas refinarias. A estimativa de arrecadação com o aumento é de R$ 5,191
bilhões até o fim do ano.
Já a alíquota tributária para o diesel subirá de R$ 0,2480 por litro para R$ 0,4615 por litro do
combustível, com reforço de receitas de R$ 3,962 bilhões ao Tesouro até o fim do ano. Com isso, o litro
do diesel poderá ficar R$ 0,22 mais caro.
O aumento do PIS/Cofins para os produtores de etanol será menor, passando de R$ 0,1200 por litro
para R$ 0,1309 por litro, com impacto de apenas R$ 114,90 milhões na arrecadação. Na distribuição do
etanol, o PIS/Cofins estava zerado, mas voltará a ser cobrado em R$ 0,1964 por litro, com uma receita
esperada de R$ 1,152 bilhão ainda este ano.
No total, o governo espera arrecadar R$ 10,4 bilhões com a medida, que já passa a valer a partir de
amanhã, com a publicação do decreto no Diário Oficial. O Ministério da Fazenda informou que o preço
final dos combustíveis na bomba dependerá do valor que os postos repassarem do aumento de tributação
ao preço de venda ao consumidor final. Portanto, dependerá das condições de mercado.
Contingenciamento
O governo também anunciou um contingenciamento no Orçamento de R$ 5,9 bilhões como parte do
esforço para fechar as contas de 2017 em um cenário de queda na arrecadação federal. A decisão de
aumentar o tributo sobre os combustíveis também. Este ano o governo central tem como meta alcançar
um déficit primário de R$ 139 bilhões. Alterar essa previsão seria negativo perante os investidores e a
opção foi pela elevação de tributos. Neste ano até junho, a arrecadação total da Receita Federal registra
33
PIERRY, FLÁVIA. Temer assina decreto que aumenta imposto sobre combustíveis. Veja quanto vai ficar. Gazeta do Povo. Disponível em: <
http://www.gazetadopovo.com.br/politica/republica/temer-assina-decreto-que-aumenta-imposto-sobre-combustiveis-veja-quanto-vai-ficar-
5d3uue5tg8vr4kgytqr835mf4>
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queda real (descontando a inflação) de 0,20% ante mesmo período do ano passado, com quedas
verificadas mês a mês.
Como o preço da gasolina vem caindo e a inflação está sob controle, a equipe econômica optou por
elevar o tributo sobre os combustíveis. Pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) aponta que em maio o preço médio do litro da gasolina vendida ao consumidor
final nos postos do país era de R$ 3,617, com preço mínimo de R$ 2,96. Em julho, o preço médio da
gasolina caiu para R$ 3,487, sendo encontrado até a R$ 2,79.
Validade imediata
A elevação da alíquota do PIS e da Cofins foi a escolhida pois isso pode ser feito por decreto, com
validade imediata. Outros aumentos de tributos dependeriam de envio de projeto ao Congresso, o que
demoraria a valer e ainda dependeria da votação dos deputados e senadores em um momento político
conturbado para Temer. Neste ano, de janeiro a junho, a arrecadação da PIS/Cofins sobre combustíveis
soma R$ 10,5 bilhões, com uma queda de 13,2% ante mesmo período do ano passado, também
ocasionada pela redução no valor do litro dos combustíveis.
O espaço para cortes de gastos não obrigatórios está muito limitado e vai ficar ainda mais restrito nos
próximos anos. Em 2020, estima-se que os gastos obrigatórios do governo (que incluem a folha de
pagamento do funcionalismo público e o custeio da saúde, educação e Previdência) irão tomar todo o
Orçamento da União, sem restar espaço para investimentos, por exemplo.
Segundo levantamento da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, este ano o governo federal
conta com apenas R$ 39 bilhões em recursos que podem ser cortados ou contingenciados, e que incluem
o valor de investimentos públicos. Porém, com a vigência do limite de gastos públicos definido pela PEC
do Teto de Gastos (aprovada em 2016), em 2019 estarão disponíveis apenas R$ 12 bilhões no Orçamento
para gastos não obrigatórios e a partir de 2020 todo o Orçamento será tomado pelas despesas
obrigatórias.
PAC perde R$ 7,48 bilhões; governo remaneja recursos para áreas essenciais34
Planejamento confirma corte adicional de R$ 5,9 bilhões e anuncia remanejamento de R$ 2,2 bilhões
para atender a áreas essenciais. Ministro diz que obras do PAC não serão suspensas.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou nesta quinta-feira (27) que o governo vai
bloquear e remanejar recursos em um valor total de R$ 8,1 bilhões com o objetivo de cumprir a meta fiscal
do governo, que é fechar o ano com um déficit de R$ 139 bilhões.
Oliveira confirmou o bloqueio de R$ 5,9 bilhões em gastos, anunciado na semana passada, e informou
que serão remanejados para outras áreas R$ 2,2 bilhões, o que totaliza os R$ 8,1 bilhões, dos quais R$
7,48 bilhões serão retirados do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O ministro do Planejamento afirmou que o bloqueio de recursos do PAC não deve resultar, de imediato,
na suspensão de obras públicas.
"A expectativa é de recomposição dos limites ao longo do ano. Pode haver atraso nos empenhos, mas
isso poderá ser recuperado se conseguirmos reaver receitas", declarou o ministro.
Na lei orçamentária deste ano, aprovada pelo Congresso Nacional, os recursos para o PAC somavam
R$ 36,07 bilhões. Com os cortes realizados até agora, o valor caiu quase pela metade: para R$ 19,68
bilhões.
Além do PAC, o governo também vai remanejar recursos de emendas parlamentares.
Segundo Oliveira, o governo procura reaver R$ 2,1 bilhões em precatórios não sacados por seus
beneficiários; R$ 2,5 bilhões com a outorga de aeroportos; e R$ 1 bilhão com a privatização da Lotex.
Áreas essenciais
Entre as áreas consideradas essenciais pelo ministro do Planejamento e que serão contempladas pelo
remanejamento de R$ 2,2 bilhões, estão:
34
MARTELLO, ALEXANDRO. PAC perde R$7,48 bilhões; governo remaneja recursos para áreas essenciais. G1 Economia. Disponível em: <
http://g1.globo.com/economia/noticia/pac-perde-r-748-bilhoes-e-governo-remaneja-recursos-para-areas-essenciais.ghtml> Acesso em 28 de julho de 2017.
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Levantamento realizado pelo G1 mostra que o corte de verba restringiu a atuação de vários órgãos e
setores dependentes do governo federal.
Além do bloqueio adicional de R$ 5,9 bilhões em gastos no orçamento federal anunciado na semana
passada, o governo também subiu a tributação sobre os combustíveis.
O objetivo do governo, ao elevar tributos e bloquear gastos no orçamento, é tentar cumprir a meta
fiscal de 2017, fixada em um déficit (despesas maiores que receitas) de R$ 139 bilhões. A conta não inclui
as despesas com pagamento de juros da dívida pública.
A arrecadação neste ano tem ficado abaixo da esperada pelo governo. No ano passado, quando
estimou as receitas com impostos e tributos em 2017, o governo previa que a economia brasileira estaria
crescendo em um ritmo mais acelerado, o que não ocorreu.
Com o orçamento apertado e os gastos limitados pela regra do teto, que começou a valer neste ano,
o governo já reduziu investimentos e sofre para manter alguns serviços. Para analistas, as restrições
devem continuar nos próximos meses.
Apesar dos esforços da equipe econômica, economistas das instituições financeiras estimam que
o rombo das contas do governo ficará em 145,26 bilhões. O valor está acima da meta fiscal fixada para
2017, que é de um resultado negativo de até R$ 139 bilhões.
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foram liberados. Mas, como efeito, sua dívida pública fica maior em relação ao tamanho da economia,
assim como os juros a serem pagos.
"Estamos falando de um acréscimo que não é nada desprezível, R$ 20 bilhões que o governo vai ter
que tirar de algum lugar. Vai ter um aumento da dívida pública, então o ano que vem deve ter taxas de
juros mais altas. O investimento se torna mais caro, então deve ser menor em 2018", diz Inhasz.
36
MARTELLO, A. MAZUI, G. Governo anuncia privatização da Casa da Moeda; leilão de aeroportos será no 2º semestre de 2018. G1, Economia. Disponível
em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/em-meio-a-crise-governo-fortalece-programa-de-parcerias-e-quer-privatizar-casa-da-moeda.ghtml> Acesso em 24 de
agosto de 2017.
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Moreira Franco disse que o objetivo é "enfrentar a questão do emprego e da renda." O governo não
estimou quanto pretende arrecadar com os novos leilões, mas informou que eles representarão R$ 44
bilhões em investimentos ao longo da vigência dos contratos.
Nesta semana, o Ministério de Minas e Energia já havia anunciado a proposta de privatizar a
Eletrobras, através da venda de parte das ações da estatal que pertencem hoje à União. A proposta foi
aprovada nesta quarta pelo conselho do PPI.
Veja abaixo as propostas do governo para concessões e privatizações:
(Foto: Arte/G1)
Rodovias
O governo anunciou que quer leiloar um trecho de 806 quilômetros da BR-364, entre Porto Velho, em
Rondônia, e Comodoro, no Mato Grosso, e relicitar o trecho de 634 km da BR-153, entre Anápolis, em
Goiás, e Aliança do Tocantins.
A BR-153 foi leiloada durante o governo Dilma Rousseff, em 2014, porém a concessionária Galvão
não cumpriu os investimentos previstos e teve o contrato encerrado.
A previsão oficial é realizar os leilões dos dois trechos no último trimestre de 2018.
Terminais portuários
O Ministério dos Transportes propôs ainda a concessão de 15 terminais portuários, que são áreas
dedicadas a movimentação de carga nos portos.
Os terminais que irão a leilão ficam nos portos de Belém (GLP e granéis líquidos), Vila do Conde
(granéis líquidos), Paranaguá (grãos) e Vitória (granéis líquidos).
A proposta do governo também inclui a prorrogação antecipada do terminal de fertilizantes do porto de
Itaqui e a autorização para ampliação de capacidade do Terminal Agrovia do Nordeste, no porto de Suape.
Os leilões estão previstos para 2018.
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Bloco Centro-Oeste: Cuiabá, Sinop, Alta Floresta, Barra do Garças e Rondonópolis.
Além disso, segundo o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, o governo ainda vai estudar o
leilão dos aeroportos de Congonhas (SP), Vitória (ES) e Macaé (RJ). Na semana passada, o Ministério
do Planejamento deu como certo o leilão de Congonhas.
O documento confirma ainda a intenção do governo de vender a participação acionária da Infraero nos
aeroportos de Guarulhos, Confins, Brasília e Galeão, que foram leiloados durante o governo da ex-
presidente Dilma Rousseff.
Além disso, o Ministério da Defesa incluiu na relação de projetos do PPI a proposta de uma Parceria-
Público Privada (PPP), na modalidade concessão administrativa, voltada ao serviço de transporte de
sinais de telecomunicações para o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e organizações
militares no país.
O projeto trata do controle do espaço aéreo, com previsão de investimento de R$ 1,1 bilhão ao longo
de 25 anos de concessão.
Energia elétrica
Consta ainda da lista o leilão de 11 lotes de linhas de transmissão de energia, além de subestações.
São novas estruturas, que serão construídas pelas empresas vencedoras dos leilões e que vão ampliar
a rede de transmissão de energia do país.
Os lotes estão distribuídos em dez estados: Bahia, Ceará, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Tocantins.
Eletrobras
Sobre a Eletrobras, o governo informou que a redução da participação do governo na empresa será
feita por meio de emissão de papéis pela estatal, sem subscrição da União, que, com isso, perderá o
controle acionário.
"No entanto, a União manterá o poder de veto para garantir a preservação de decisões estratégicas
para o país. Esse modelo já tem sido usado com sucesso em países como Portugal, França e Itália",
informou.
De acordo com o governo, a venda injetará "expressivos recursos" no Tesouro Nacional, mas também
proporcionará a "modernização de processos, o aumento da eficiência e melhoria da governança, sem
que as tarifas sejam afetadas."
Na reunião desta quarta, o conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) aprovou a
proposta do Ministério de Minas e Energia de privatizar a Eletrobras.
37
ESTADÃO CONTEÚDO. Temer: chineses reclamam da burocracia, mas querem investir mais no Brasil. Istoé, Economia. Disponível em: <
http://istoe.com.br/temer-chineses-reclamam-da-burocracia-mas-querem-investir-mais-no-brasil/> Acesso em 01 de setembro de 2017.
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brasileira. Como todas as passagens de ocupantes do governo do Brasil pela China, esta deverá
contemplar a venda de aviões da Embraer.
A expectativa do lado brasileiro é o anúncio de contrato de 20 unidades com a Fuzhou Airlines, cujo
valor de tabela se aproxima de US$ 1,5 bilhão. Também repetindo o padrão de outras viagens, deverá
haver o anúncio de que a China dará autorização para a Embraer finalizar vendas divulgadas em outras
visitas presidenciais, mas não concretizadas.
O presidente brasileiro será recebido por Xi numa visita de Estado, a mais elevada e elaborada na lista
das interações diplomáticas entre líderes de diferentes países. Além do presidente da China, Temer
também se reunirá com o primeiro-ministro Li Keqiang. Todos os eventos ocorrerão no Grande Palácio
do Povo, na Praça da Paz Celestial, sede dos congressos do Partido Comunista da China (PCC) que
definem a composição da liderança do país a cada cinco anos. O próximo ocorrerá em outubro.
Os primeiros compromissos do brasileiro depois da chegada à capital chinesa, nesta quinta-feira, 31,
foram reuniões sucessivas com representantes de quatro grandes empresas chinesas com negócios no
Brasil: State Grid, Huawei, Three Gorges Corporation e HNA.
De acordo com Temer, as companhias reclamaram da lentidão burocrática, mas manifestaram a
intenção de ampliar os investimentos no País. Compradora da fatia da Odebrecht no Aeroporto
Internacional Tom Jobim (RioGaleão), a HNA afirmou que pretende transformar o local num hub de
ligação entre a América Latina e a Ásia, segundo relato de uma fonte que acompanhou o encontro.
Neste sábado, 2, o presidente brasileiro voltará a falar ao setor privado, num seminário empresarial
que reunirá 300 participantes e no qual serão anunciados acordos entre empresas dos dois países. A
administração brasileira se valerá da reunião de Temer com Xi para destacar a concessão de licença
ambiental que permitirá o início das obras da linha de transmissão que a chinesa State Grid construirá
entre a Usina Belo Monte, no Pará, e a Região Sudeste.
Com 2.518 quilômetros de extensão, será a maior do País. A empresa havia obtido a licença prévia
em fevereiro, que permitia a realização de estudos de viabilidade, mas não o início da construção. A nova
licença foi concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) no dia 18 e divulgada num curto comunicado.
Com capital de sobra, as empresas chinesas têm demonstrado interesse crescente por projetos de
infraestrutura no Brasil, principalmente nas áreas de energia, transportes e telecomunicações. Conforme
assessores do chefe do Executivo brasileiro, ele pretende realçar que o Brasil é um “porto seguro” para
investimentos de longo prazo, depois da reformulação de agências e marcos regulatórios, entre os quais
o de petróleo e gás. Também, na análise do Poder Executivo brasileiro, abordará as reformas que
reduziram custos e melhoraram o ambiente de negócios no País, como a trabalhista.
O Brasil deverá ainda se apresentar como um fornecedor seguro de produtos que alimentam o
crescimento chinês e a população de 1,4 bilhão de habitantes. De janeiro a julho, as exportações
brasileiras ao país asiático cresceram 33%, para US$ 30,8 bilhões. Num sinal da debilidade da economia
nacional, as importações tiveram expansão bem inferior, de 12%, e somaram US$ 14,5 bilhões.
O resultado gerou um saldo favorável ao Brasil de US$ 16,3 bilhões. Apesar de sucessivos governos
defenderem a necessidade de diversificação da pauta de exportações à China, pois continua concentrada
em poucas commodities: soja, minério de ferro e petróleo representam 80% dos embarques.
Resultado
38
LAPORTA, T. MELO, L. Governo arrecada R$ 12,13 bilhões com leilão de 4 usinas hidrelétricas. G1 Economia. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/governo-arrecada-r-1213-bilhoes-com-leilao-de-4-usinas-hidreletricas.ghtml> Acesso em 27 de setembro de 2017.
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O maior negócio ficou com investidores chineses, que levaram a concessão da usina de São Simão,
por R$ 7,18 bilhões, um ágio de 6,51% sobre o lance inicial. O grupo foi o único a fazer proposta pela
usina.
A Engie, que é a antiga GDF Suez, arrematou a usina de Jaguara por R$ 2,171 bilhões, um ágio de
13,59%, e a de Miranda por R$ 1,36 bilhão, ágio de 22,42%.
Já a Enel ficou com a usina de Volta Grande, por R$ 1,42 bilhão, ágio de 9,84%.
Além das vencedoras, também participou do leilão a Aliança Energia, que é uma joint venture
(sociedade) da Cemig com a Vale. Apesar de estar inscrito e presente no leilão, o grupo não apresentou
qualquer proposta pelas usinas hidrelétricas.
Até a noite de terça-feira (27), a empresa mineira tentou evitar que suas usinas fossem relicitadas. As
quatro usinas vendidas pertence atualmente à Cemig, mas as concessões estão vencidas.
Segurança jurídica
Para o diretor-geral da Aneel, Romeo Rufino, o leilão tem segurança jurídica, apesar da possibilidade
de a Cemig ainda recorrer das decisões judiciais que negaram o cancelamento do leilão.
O secretaria de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, disse que o ágio em todos os processos demonstra
que a percepção de risco jurídico do leilão "não é significativa".
"A resposta está dada pela presença dos investidores que fizeram propostas de valores significativos",
afirmou Pedrosa.
O diretor de negócios do grupo Engie, Gustavo Labanca, disse acreditar que o resultado do leilão foi
um "sucesso" e "irreversível".
No Twitter, o presidente Michel Temer disse que o Brasil resgatou a confiança do mundo. "Nós
resgatamos definitivamente a confiança do mundo no Brasil. Leilão das usinas da Cemig rendeu R$ 12,13
bi, acima da expectativa", disse.
Sociedade
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A ONU divide os países entre os que têm o desenvolvimento humano "muito alto", "alto", "médio" e
"baixo".
Veja na imagem abaixo quais países ocupam os primeiros lugares no ranking mundial de IDH; os que
estão próximos à faixa do Brasil; e os que ocupam os últimos lugares no ranking:
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América Latina
Na América do Sul, alguns países vizinhos ao Brasil apresentaram índices de desenvolvimento
humano melhores.
O Chile, por exemplo, ficou em 38º lugar, com IDH 0,847; a Argentina, em 45º lugar (IDH 0,827); o
Uruguai, em 54º lugar (IDH 0,795); e a Venezuela, em 71º lugar (IDH 0,767).
No Mercosul, o único abaixo do Brasil no ranking é o Paraguai, no 110º lugar (IDH 0,693). O país se
enquadra naqueles com desenvolvimento humano "médio", segundo a ONU. Outros países vizinhos,
como Equador (IDH 0,739) e Colômbia (IDH 0,727), ficaram nas posições 89 e 95, respectivamente.
Na América Central, também há países melhores classificados do que o Brasil. Cuba, por exemplo,
está no 68º lugar (IDH 0,775); Trinidad e Tobago, no 65º lugar (IDH 0,780); e Barbados, na 54ª posição
(IDH 0,795).
Brics
Entre os Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o país está atrás somente
da Rússia, no 49º lugar (IDH 0,804).
Na sequência, entre os países do grupo, aparecem China, no 90º lugar (IDH 0,738, excluída Hong
Kong); África do Sul, na 119ª posição (IDH 0,666); e Índia, no 131º lugar (IDH 0,624).
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Desigualdade
Ao elaborar o Relatório de Desenvolvimento Humano, o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento também divulga o "IDH ajustado à desiguldade".
Nem todos os países têm esse índice medido pela ONU. No caso do Brasil, o Pnud afirma que, se for
levado em conta o "IDH ajustado à desigualdade", o índice de desenvolvimento humano do país cairia de
0,754 para 0,561 e o Brasil cairia 19 posições no ranking mundial. Países vizinhos como Argentina e
Uruguai também perderiam posições, 6 e 7, respectivamente.
Entre os 20 primeiros países do ranking, classificados entre as nações com desenvolvimento humano
"muito alto", somente Países Baixos, Islândia, Suécia e Luxemburgo ganhariam posições, se levada em
conta a desigualdade social. Estados Unidos, Dinamarca e Israel, por exemplo, cairiam.
Metodologia
De acordo com a ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano leva em consideração três fatores:
Saúde (expectativa de vida);
Conhecimento (média de anos de estudo e os anos esperados de escolaridade);
Padrão de vida (renda nacional bruta per capita).
Para formular o IDH, o Pnud informou que não coleta dados com os países analisados, mas, sim,
checa bases de dados internacionais, como da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
De acordo com as Nações Unidas, é comum, após a divulgação do IDH, países reivindicarem melhores
avaliações conforme dados próprios, contrariando o "princípio de independência" que o Pnud defende
para o ranking mundial.
O IDH divulgado nesta terça foi elaborado em 2016 com base nos dados de 2015. O relatório do Pnud
abrange 188 posições (no caso da China, o IDH de Hong Kong é divulgado em separado).
Segundo a ONU, o índice foi criado como uma forma de se contrapor ao critério de desenvolvimento
de um país tendo como base somente o resultado de crescimento econômico, medido pelo Produto
Interno Bruto (PIB).
O organismo internacional diz que outros critérios, como acesso à educação e expectativa de vida,
também devem ser usados para medir o desenvolvimento de um país.
Brasil tem 2,6 milhões de crianças em situação de trabalho infantil, diz estudo39
O Brasil tem 2,6 milhões de crianças e adolescentes (entre 5 e 17 anos) em situação de trabalho
infantil, segundo levantamento feito pela Fundação Abrinq. O panorama nacional da infância e
adolescência é lançado nesta terça-feira (21/03) pela organização sem fins lucrativos que promove a
defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
A pesquisa ainda aponta um aumento de 8,5 mil crianças de 5 a 9 anos em situação de trabalho infantil,
e redução de 659 mil crianças e adolescentes na faixa de 10 a 17 anos na comparação entre os anos de
2014 e 2015 – segundo dados da Pnad 2015.
A maior parte delas encontra-se nas regiões Nordeste e Sudeste, sendo que, proporcionalmente, a
Região Sul lidera a concentração desse público nessa condição.
A compilação reúne os dados mais recentes no tema, disponibilizados em órgãos como IBGE,
Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Disque Denúncia, entre outros.
39
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/brasil-tem-26-milhoes-de-criancas-em-situacao-de-trabalho-infantil-diz-estudo.ghtml
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Pobreza
O “Cenário da Infância e Adolescência – 2017” também revela que 17,3 milhões de crianças de 0 a 14
anos, equivalente a 40,2% da população brasileira nessa faixa etária, vivem em domicílios de baixa renda,
segundo dados do IBGE (2015).
Entre as regiões que apresentam a maior concentração de pobreza (pessoas que vivem com renda
domiciliar per capita mensal igual ou inferior a meio salário mínimo), o Nordeste e o Norte do País
continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo
nessa condição.
O guia também traz números sobre o que é considerado como “extrema pobreza”, isto é, crianças cuja
família tem renda per capita é inferior a ¼ de salário mínimo: 5,8 milhões de habitantes (13,5% da
população) de 0 a 14 anos de idade.
A publicação chama a atenção sobre o fato de as regiões que mais concentram crianças e
adolescentes no Brasil apresentarem, justamente, os piores indicadores sociais. No Norte do país, 25,5%
dos bebês dos nascidos são de mães com menos de 19 anos.
Violência
De acordo com o estudo, quase 18,4% dos homicídios no país são praticados contra crianças e
adolescentes. Pouco mais de 80% deles com armas de fogo.
A região Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo
e supera a proporção nacional em 5,4 pontos percentuais.
Brasília
Rodoviários, metroviários, bancários, professores da rede pública e privada, servidores administrativos
do governo do DF e do Departamento de Trânsito (Detran), além de técnicos e professores da
Universidade de Brasília (UnB) prometeram parar suas atividades por 24 horas, informa a Central Única
dos Trabalhadores (CUT).
Também devem aderir vigilantes, trabalhadores do setor de hotéis, bares e restaurantes, servidores
da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e
do Ministério Público da União, além dos trabalhadores do ramo financeiro, como os de transporte de
valores.
São Paulo
Pelo menos 15 categorias afirmaram que participarão da greve. Entre elas, estão professores da rede
pública estadual, municipal e particular, bancários, servidores municipais, trabalhadores da Saúde e
Previdência do estado e metalúrgicos do ABC.
Metroviários (com exceção da Linha Amarela), ferroviários (Linhas 7, 10, 11 e 12 da CPTM não
funcionarão) e rodoviários também cruzarão os braços por um dia, Já os funcionários dos Correios
decretaram greve nacional por tempo indeterminado.
Rio de Janeiro
A greve geral tem a adesão de funcionários do metrô, motoristas e cobradores de ônibus, policiais
civis, militares, federais; servidores da Justiça Federal e da Trabalhista; radialistas; petroleiros; carteiros
e aeroviários.
A Secretaria Estadual de Transportes, contudo, informou que os sistemas de metrô, trens, barcas e
ônibus intermunicipais funcionarão normalmente, ainda que com planos de contingência.
40
DW. Brasil tem greve e protestos em 25 estados contra as reformas de Temer. DW Brasil. Disponível em: < http://www.dw.com/pt-br/brasil-tem-greve-e-
protestos-em-25-estados-contra-as-reformas-de-temer/a-38630159> Acesso em 28 de abril de 2017.
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Professores das escolas públicas e particulares também prometeram aderir, mas as secretarias
estadual e municipal de Educação avisaram que as escolas abrirão normalmente e que os profissionais
que faltarem terão o ponto cortado.
Belo Horizonte
Rodoviários, metroviários, professores das redes pública e privada, servidores públicos, profissionais
da saúde, trabalhadores dos Correios, eletricitários, bancários, psicólogos, economistas, jornalistas,
radialistas, petroleiros e aeroportuários, entre outros, prometeram aderir à greve.
No caso dos professores das escolas municipais, foi aprovada uma greve de dois dias, que teve início
já na véspera. Professores e servidores da Universidade Federal de Minas Gerais também decidiram
parar. Algumas unidades do setor de saúde devem funcionar com escala reduzida, a exemplo do Hospital
de Pronto-Socorro João XXIII e dos hospitais Júlia Kubistchek e Odete Valadares.
O TRT-MG declarou feriado no órgão, suspendendo as audiências e os prazos que venceriam na data.
A BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Confins, afirmou que os serviços serão
oferecidos normalmente, mas pede que os passageiros se informem diretamente com as companhias
aéreas sobre a situação de seus voos.
Salvador
Rodoviários, bancários, professores das redes estadual e municipal, petroleiros, além de servidores
municipais, da Justiça e do Ministério Público Estadual afirmaram que irão parar as atividades. Os
médicos estaduais também informaram que vão suspender os atendimentos eletivos (como consultas),
mas que os serviços de urgência e de emergência serão mantidos.
No Aeroporto Internacional de Salvador, aeronautas anunciaram adesão ao movimento, e voos
poderão ser cancelados ou remarcados. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas orienta os
passageiros com viagem marcada para que entrem em contato com a empresa aérea e se informem
sobre possíveis cancelamentos e remarcações.
Recife
Policiais civis, federais, rodoviários federais, agentes penitenciários e guardas municipais do Recife
devem aderir à greve geral. Também prometeram parar servidores da Assembleia Legislativa e do
Ministério Público de Pernambuco, professores e servidores das redes estadual, municipal e privada de
educação e auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do estado. Houve adesão ainda de metalúrgicos,
petroleiros, químicos, indústria naval, construção pesada, bancários e comerciários.
Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT) determinou que os serviços de
ônibus e metrô funcionem com 50% da frota nos horários de pico e 30% nos demais períodos e
estabeleceu uma multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento. O Sindicato dos Rodoviários de
Pernambuco, porém, informou que a paralisação está mantida.
Porto Alegre
Rodoviários, metroviários, aeroviários e bancários prometeram aderir à greve. Professores das redes
municipal, estadual, tanto do setor público quanto privado, também aprovaram a adesão.
Curitiba
Motoristas e cobradores de ônibus, professores e servidores das escolas municipais e estaduais,
servidores estaduais da saúde, aeroviários e trabalhadores da limpeza urbana decidiram paralisar nesta
sexta-feira.
41
G1, BRASÍLIA. 34% dizem ter vergonha de ser brasileiros, segundo Datafolha. G1, Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/34-dizem-ter-
vergonha-de-ser-brasileiros-segundo-datafolha.ghtml> Acesso em 02 de maio de 2017.
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A atual pesquisa ouviu 2.781 pessoas em 172 municípios na semana passada. A margem de erro de
2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O Datafolha também ouviu as pessoas sobre a avaliação do Brasil como lugar para viver. Para 54%,
o Brasil é um país ótimo ou bom para morar, uma queda de sete pontos percentuais desde o final do ano
passado. Para 26% é regular e para 20% é ruim ou péssimo.
Segundo o instituto, as duas avaliações, apesar de estar em queda, ainda mostram otimismo com o
país, já que a maioria sente orgulho de ser brasileiro e considera o Brasil um bom lugar para morar.
Manifestação
Após a saída de Doria e Alckmin da coletiva nesta quarta, moradores e comerciantes da região
continuaram protestando pelo Centro. Renata Soares, que tem uma loja na Alameda Dino Bueno
reclamou das ações dos últimos dias na região. "Fecharam meu comércio sem eu ter direito de tirar nada
de dentro", disse Renata, que seguia na frente do ato acompanhada de 3 filhos pequenos.
O grupo pedia moradia e é contra a internação compulsória de usuários de drogas. Parte dos
manifestantes entrou na Duque de Caxias e chegou até a General Couto Magalhães, no Comando Geral
da Guarda Civil Metropolitana. O grupo que chegou ao local após a saída de Doria e Alckmin gritou em
coro "Doria, seu fujão, tem medo do povão".
42
BRANDT, M. PAULO, P. P. SANTIAGO, T. Alckmin e Doria deixam entrevista coletiva após protesto na região da Cracolândia. G1, São Paulo. Disponível em:
<http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/alckmin-e-doria-abandonam-entrevista-coletiva-apos-protesto-na-regiao-cracolandia.ghtml> Acesso em 24 de maio de 2017.
43
NASSIF, LUIS. Governo Temer empurra Brasil de volta ao mapa mundial da fome. GGN. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/noticia/governo-temer-
empurra-brasil-de-volta-ao-mapa-mundial-da-fome> Acesso em 11 de julho de 2017.
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Segundo o veículo, "três anos depois de o Brasil sair do mapa mundial da fome da ONU — o que
significa ter menos de 5% da população sem se alimentar o suficiente —, o velho fantasma volta a
assombrar famílias" no Brasil.
O alerta conta em relatório que será apresentado às Nações Unidas na próxima semana, sobre o
"cumprimento de um plano de ação com objetivos de desenvolvimento sustentável acordado entre os
Estados-membros da ONU, a chamada Agenda 2030".
O Globo ouviu de Francisco Menezes, coordenador do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Soicias
e Econômicas) e consultor do ActionAid, que "o país atingiu um índice de pleno emprego, na primeira
metade desta década, mesmo os que estavam em situação de pobreza passaram a dispor de empregos
formais ou informais, o que melhorou a capacidade de acesso aos alimentos".
Mas a mudança na base de dados do Bolsa Família com o intuito de esvaziar o programa, realizada
no final do ano passado, além da "redução do valor investido no Programa de Aquisição de Alimentos da
Agricultura Familiar (PAA), que compra do pequeno agricultor e distribui a hospitais, escolas públicas e
presídios, são uma vergonha para um país que trilhava avanços que o colocava como referência em todo
o mundo".
O jornal lembrou que, ano passado, Temer promoveu um "pente-fino" no Bolsa Família com a desculpa
de que o programa estava cheio de beneficiários que adulteravam os dados para continuar recebendo a
ajuda de custo do governo sem ter necessidade. Com esse valor "economizado", Temer pretendia fazer
um reajuste no programa.
Porém, segundo O Globo, o pente-fino do governo só mostrou que a pobreza no Brasil avança a
passos largos, em meio à crise econômica.
"O resultado [do pente-fino], porém, foi a confirmação de um fenômeno de empobrecimento. Ao cruzar
bases de dados, a fiscalização encontrou mais de 1,5 milhão de famílias que tinham renda menor que a
declarada — haviam perdido o emprego, mas não atualizaram o cadastro — e, por isso, teriam direito a
benefícios maiores do que recebiam. Isso corresponde a 46% dos 2,2 milhões de famílias que caíram na
malha fina por inconsistência nos dados. E o prometido reajuste no benefício, que seria de 4,6%, foi
suspenso no fim do mês passado pelo governo, por falta de recursos."
No Facebook, a assessoria de Lula comentou a reportagem. "O Brasil estava no caminho da inclusão
social e da redução da fome e da miséria, com programas sociais que são referência em todo mundo.
Com a sabotagem promovida pelos golpistas e o golpe, o Brasil saiu desse caminho."
44
VIANA GABRIELA. Refugiado Sírio é atacado em Copacabana: ‘Saia do meu país!’. O Globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/refugiado-sirio-
atacado-em-copacabana-saia-do-meu-pais-21665327?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=OGlobo> Acesso em 04 de agosto de 2017.
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No Facebook, diversos internautas pediram desculpas a Mohamed em nome dos brasileiros pelo
ocorrido:
"Olá, Mohamed Ali, boa noite. Em nome de todos os brasileiros e trabalhadores, peço desculpas pelo
que você passou enquanto trabalhava", escreveu uma internauta.
"Você é bem-vindo no Brasil. Perdoe este sujeito que te atacou, ele não sabe o que faz", disse outro.
Apesar do ocorrido e de ter medo de encontrar o homem que o ofendeu, Mohamed não tem intenção
de sair do Rio ou deixar de trabalhar em Copacabana.
– Passei a trabalhar em outro ponto para não encontrá-lo novamente, mas não vou sair daqui. Mudar,
trocar de casa, é difícil. Espero apenas que não aconteça novamente. Foi muito triste. Não quero outra
briga. Fico com medo. Trabalho sozinho – falou.
O titular da 12ª DP (Copacabana), Gabriel Ferrando, disse ter conhecimento das imagens, mas em
casos como o de Mohamed, a atuação da polícia depende de uma manifestação da vítima.
– O ofendido não compareceu para registrar e denunciar o feito. Ameaça e injúria dependem de
manifestação de vontade da vítima. Independente disso estamos analisando as imagens para tentar
localizar os envolvidos. Estamos diligenciando – disse.
Em nota, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI)
afirma que acompanha o caso do refugiado agredido. O órgão repudia o ataque de xenofobia, e afirma
que já está em contato com a família do sírio, que participou do curso de português oferecido pela
secretaria no ano passado, para prestar a assistência necessária.
"É inaceitável casos de xenofobia e intolerância religiosa ainda aconteçam no Rio de Janeiro. Essas
pessoas saíram dos seus países por serem vítimas de algum tipo de perseguição e viram no Brasil uma
oportunidade de recomeço. Eles trazem uma grande contribuição para a economia do estado, além da
rica troca cultural com os fluminenses.", afirma, em nota, o secretário Átila A. Nunes.
45
NUNES, MARCOS. Suspeitos de ataques contra terreiros na Baixada Fluminense são identificados. O Globo. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/rio/suspeitos-de-ataques-contra-terreiros-na-baixada-fluminense-sao-identificados-
21818540?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar> Acesso em 14 de setembro de 2017.
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Também está nos planos a criação de registros on line para denúncias de intolerância religiosa ou de
homofobia LGBT.
Já o delegado Geraldo Assed, da 37ª DP (Ilha do Governador) investiga imagens exibidas em um outro
vídeo que está circulando nas redes sociais. Elas mostram traficantes obrigando um homem a depredar
um centro espírita. A polícia investiga se o fato ocorreu no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, na
Zona Norte do Rio.
Ação popular
Uma das autoras da ação popular que questionava a resolução é a psicóloga Rozângela Alves Justino,
que oferecia terapia para que gays e lésbicas deixassem de ser homossexuais. Ela foi punida em 2009
pela prática.
Na época, Rozângela disse ao G1 que considera a homossexualidade um distúrbio, provocado
principalmente por abusos e traumas sofridos durante a infância. Ela afirmou ter "aliviado o sofrimento"
de vários homossexuais.
“Estou me sentindo amordaçada e impedida de ajudar as pessoas que, voluntariamente, desejam
largar a atração por pessoas do mesmo sexo", disse Rozângela na ocasião.
Poema-sentença
O mesmo juiz decidiu, no ano passado, abandonar as formalidades e usou a poesia para afastar a
multa aplicada pelo Ibama a uma moradora de Brasília por manter uma arara-canindé em cativeiro sem
autorização ambiental. Nos 77 versos, o magistrado descreve a história do processo, fundamenta a
decisão, extingue a cobrança e ainda dá um "puxão de orelha" na Justiça.
Segundo a decisão, Elisabete Ramos dos Santos deveria pagar R$ 5 mil. Em depoimento, a acusada
informou à Justiça que o pássaro pertencia ao irmão desde 1993 e foi herdado por ela após a morte do
familiar.
46
MORAIS, RAQUEL. Juiz Federal do DF libera tratamento de homossexualidade como doença. G1 Distrito Federal. Disponível em:
<https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/juiz-federal-do-df-libera-tratamento-de-homossexualidade-como-doenca.ghtml> Acesso em 19 de setembro de 2017.
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Na sentença, o juiz da 14ª Vara Federal Waldemar Cláudio de Carvalho diz que a idosa tentou entregar
a ave ao Zoológico de Brasília, após ouvir reclamações de vizinhos, mas não teve sucesso. A arara foi
entregue à polícia. Meses depois, Elisabete recebeu a multa e recorreu à Justiça para anular a cobrança.
"Quanto recurso despendido: / salário, tempo, papel e atos demandados, / para movimentar o
Judiciário / com mais essa demanda desnecessária", diz um trecho da sentença. Carvalho diz que a ave
vivia solta na varanda e, por isso, não estava propriamente "em cativeiro".
Com a decisão, a multa foi extinta e o processo foi enviado para arquivamento.
1) As mortes ocorrem principalmente em regiões tomadas pelo tráfico, que é o que gera a
violência que existe hoje no Brasil?
Não existe uma associação direta entre tráfico e violência. São Paulo, por exemplo, estado com a
menor taxa de homicídios do Brasil, é também o principal mercado de drogas do país.
Estudos apontam uma relação entre competição e violência. Quando grupos rivais disputam mercados,
têm acesso a armas de fogo e lidam com governos politicamente fracos, a violência é maior. É o que
ocorre em estados das regiões Norte e Nordeste. Em São Paulo, o mercado é regulamentado por um
único grande grupo criminoso.
3) A maior parte das vítimas da violência é negra e pobre, resultado da desigualdade social?
De cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. A chance de um negro ser vítima de
homicídio é 23,5% maior que a de pessoas de outras raças/cores. Em estados no Norte e Nordeste, o
abismo é ainda mais profundo. Em Sergipe, por exemplo, a taxa de homicídios entre negros é de 73 por
100 mil habitantes, enquanto que a de brancos é de 13 por 100 mil.
A desigualdade social é importante para compreender a concentração, já que os homicídios se
concentram em bairros com desvantagens sociais concentradas – com boa parte de moradores negros.
O preconceito e o estigma social e racial acabam direcionando contra estes grupos controles excessivos
por parte das instituições de segurança e Justiça do estado, resultando muitas vezes em violência policial
e aprisionamentos arbitrários.
Além disso, diversos estudos sugerem que o sistema de justiça criminal opera de forma seletiva,
priorizando casos que atraem atenção da mídia e cujas vítimas são brancas ou de classe média.
4) Grande parte das mortes é resultado de brigas entre gangues ou facções, principalmente nas
regiões mais periféricas?
Parte das disputas e dos ciclos de vinganças ocorrem muitas vezes entre grupos de jovens armados
nos bairros mais violentos do Brasil – como indica a grande quantidade de homicídios com características
de execução.
As disputas entre grupos organizados foram importantes para entender fenômenos como no Rio de
Janeiro, nos anos 80 e 90. Em São Paulo, contudo, havia formatos distintos, como os justiceiros, vigilantes
bancados por comerciantes nos anos 80, que foram importantes no crescimento das mortes na década.
As gangues e as facções vão se fortalecer principalmente depois dos anos 2000, dentro dos presídios.
Atualmente, nos estados do Norte e Nordeste, as disputas transcenderam os muros das prisões e são
importantes para explicar o crescimento das mortes nos bairros mais violentos.
47
G1, SÃO PAULO. Mortes violentas no Brasil: perguntas e respostas. G1, Monitor da violência. Disponível em: <https://g1.globo.com/monitor-da-
violencia/noticia/mortes-violentas-no-brasil-perguntas-e-respostas.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 26 de setembro
de 2017.
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A lei do Feminicídio (13.104/2015) foi sancionada em 2015 e passou a incluir o feminicídio no rol de
qualificadoras dos homicídios dolosos justamente como reconhecimento ao fato de que parcela
significativa dos homicídios de mulheres é motivada pela condição de gênero. A lei prevê que estas razões
se configuram nos casos de violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de
ser mulher.
Apesar de ainda não haver estatísticas exatas sobre o fenômeno no país, dados do Mapa da Violência
indicam que 50% das mulheres vítimas de homicídio foram mortas por um familiar, companheiro ou ex-
companheiro.
6) Grande parte das mortes ocorre por ação da própria polícia, por despreparo ou excesso, e
podem ser evitadas?
No Brasil, foram registradas 3.320 mortes em decorrência de intervenção policial (no serviço ou fora
de serviço) em 2015, o que torna a polícia brasileira a mais violenta do mundo. Considerando mortes por
100 mil habitantes, as mais violentas nesse ano foram as polícias do Amapá (5), Rio de Janeiro (3,9) e
Alagoas. São Paulo, que registra 2,2 mortos por 100 mil, foi proporcionalmente onde a polícia mais matou
em relação aos homicídios em geral, quase 20% do total de mortes violentas.
Apesar da péssima qualidade na investigação sobre esses casos, a elevada taxa de letalidade é um
indicador da baixa capacidade de planejamento e de inteligência policial.
8) A superlotação das prisões brasileiras causa grande parte das mortes, porque os presídios
estão lotados com membros do crime organizado?
O Brasil registrou 379 mortes violentas em 2016 dentro dos presídios, o que significa uma pequena
parte do total de mortes no Brasil. Neste ano, considerando só os massacres no Amazonas (56), Rio
Grande do Norte (26) e Roraima (33), foram 115 mortos. Apesar de elevados, são uma pequena parte do
total de homicídios no Brasil. Os dados sobre mortes em prisões são difíceis de obter e às vezes são
mascarados – o que parece um suicídio pode ser um homicídio. A superlotação dos presídios, no entanto,
tem contribuído para o fortalecimento das gangues prisionais e para a organização do crime.
9) Os linchamentos podem ser considerados entre as situações que mais acarretam mortes no
país?
É difícil quantificar os casos de linchamentos no Brasil. Mesmo assim, pode-se afirmar que o número
é bem menor que o total de homicídios. Pesquisa feita por Ariadne Natal, do NEV-USP, sobre os registros
de linchamentos em 30 anos (1980-2009) publicados na imprensa brasileira aponta que, na década de
1980, os casos de linchamento resultavam em mortes na maioria das vezes. Porém, a partir da década
de 1990, a polícia passou a atender mais rapidamente casos de linchamento, diminuindo a letalidade.
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11) Há mais mortes nas capitais que nas cidades do interior?
Desde a década de 1970, o crescimento dos homicídios no Brasil era um fenômeno observado
tipicamente nas grandes cidades, relacionado aos processos de urbanização e industrialização. As
regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo, viram suas taxas atingirem o pico
no final da década de 1990, mas depois iniciaram uma curva consistente de queda considerável, mesmo
com algumas oscilações entre um ano e outro. Comparando-se todas as capitais do país, entre 2005 e
2015, as taxas de homicídio caíram em 11 delas, mas aumentaram em 16.
Em outro sentido, verifica-se mais recentemente um aumento das taxas de homicídios em muitas
cidades menores e cidades do interior, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. Esse aumento aconteceu
de forma concomitante ao crescimento econômico, e uma explicação possível é que a maior circulação
de dinheiro, em especial em pequenas cidades do Norte e Nordeste, tornou viável a expansão dos
mercados locais de drogas ilícitas, o que pode motivar disputas violentas. Outra modalidade de aumento
de violência letal pode ser observada em cidades como Altamira, no Pará, que observou uma explosão
populacional repentina com a construção da usina de Belo Monte, sem que houvesse qualquer preparo
da capacidade administrativa local para atender às novas demandas por infraestrutura e serviços.
12) O desarmamento contribui para as mortes porque as pessoas não possuem armas para se
defender?
Estudo produzido pelo Ipea apresenta evidências de que a política de desarmamento praticada no
estado de São Paulo foi um dos fatores determinantes para a diminuição nos crimes violentos, em
particular nos homicídios. O mesmo estudo mostra que, a cada 1% na proliferação de armas de fogo, há
um aumento de 2% dos homicídios.
No ano de 2016, mais de 50 pesquisadores brasileiros assinaram um manifesto contra a revogação
do Estatuto do Desarmamento, apresentando uma série de evidências científicas nacionais e
internacionais que indicam que uma maior quantidade de armas de fogo está associada a uma maior
incidência de homicídios com arma de fogo.
13) A entrada de armas e drogas pelas fronteiras brasileiras contribuem para o aumento da
violência, gerando mais mortes violentas?
Segundo estudo do Ipea, quanto mais armas em circulação, maior o número de crimes, especialmente
homicídios. Contudo, estudos sobre as armas de fogo apreendidas no Brasil revelam em sua maior parte
que estas armas são de fabricação nacional.
Estudos também apontam para a relação entre competição e violência. Quando grupos rivais disputam
mercados e têm acesso a armas de fogo, a violência é maior.
15) Quando uma pessoa é ferida em um assalto e vai para o hospital com vida, morrendo dias
depois, essa morte é contabilizada como morte a esclarecer e não entra na estatística de
homicídios?
No Código Penal brasileiro, roubo seguido de morte é um “latrocínio” e, como tal, não é contabilizado
entre os homicídios. É por isso que muitas organizações que publicam estatísticas utilizam, além dos
homicídios, categorias que agregam ambos os fenômenos como Crimes Violentos Letais Intencionais ou
Mortes Violentas Intencionais (como é utilizado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública).
De qualquer modo, quando uma morte ocorre depois da confecção do boletim de ocorrência,
geralmente quando a vítima está no hospital, é necessário realizar procedimentos de atualização dos
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boletins. Além de atualizar os boletins, é preciso atualizar as estatísticas já publicadas. Essa é uma
questão bastante sensível para a contabilidade de homicídios no país, e o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, em uma pesquisa publicada em 2015, encontrou que pouco mais de 50% dos órgãos
responsáveis pelas estatísticas nas unidades da federação realizavam esse procedimento.
16) A maioria das mortes ocorre em locais sem iluminação pública ou presença da Polícia
Militar?
Não há estudos que verifiquem empiricamente a relação entre iluminação pública e ocorrência de
homicídios. Os estudos sugerem, no entanto, que a falta de iluminação em locais públicos está associada
à sensação de insegurança e à percepção de abandono por parte das autoridades, podendo contribuir
com a prática de alguns tipos de delitos como roubos e estupros.
Um estudo sobre a cidade de São Paulo indicou que distritos com menores relações de efetivo policial
por habitante apresentam maior proporção de crimes de autoria desconhecida. Contudo, outro estudo
aponta que o aumento do efetivo policial pode estar relacionado à redução de crimes de oportunidade e
crimes contra o patrimônio, sem, todavia, identificar qualquer relação com a redução de crimes contra a
vida.
17) A violência no Brasil mata muito menos pessoas que doenças causadas pela falta de
saneamento básico e estrutura hospitalar?
Segundo o estudo Global Acceleration Action for the Health of Adolescents (2017), da OMS, o Brasil
encontra-se no grupo de países no qual as principais causas de mortes entre adolescentes de 10 a 15
anos são, nesta ordem: violência interpessoal, acidentes de trânsito, afogamento, leucemia e infecções
respiratórias. Já jovens na faixa de 15 a 19 anos morrem em decorrência de violência interpessoal,
acidentes de trânsito, suicídio, afogamento e infecções respiratórias.
18) Muito mais pessoas morrem em acidentes de trânsito que em ocorrências de roubo?
O percentual de mortes provocadas em assaltos é baixo em comparação com os acidentes de trânsito.
Em 2015, foram 2.314 casos de roubos seguidos de morte (latrocínios). Já as mortes por acidentes de
trânsito somaram 39.543 no mesmo ano.
20) No Brasil, há uma subnotificação das estatísticas de homicídios, ou seja, há muito mais
mortes que o contabilizado?
Há duas principais fontes oficiais de contabilização de homicídios no Brasil: o Sistema de Informação
de Mortalidade, SIM/DATASUS, e a contabilização dos boletins de ocorrências produzidos pela Polícia
Civil de cada UF. O SIM/DATASUS utiliza a Classificação Internacional de Doenças CID-10. Há uma
categoria chamada “Mortes por causa indeterminada”, que é utilizada quando o exame pericial é
inconclusivo. No Brasil, em 2009, esse indicador alcançou um patamar de 9,6%, contra um máximo de
1% em países desenvolvidos. O mais provável é que uma parte dessas mortes assim classificadas sejam
na verdade homicídios (embora seja improvável que todas o sejam). Esse indicador tem melhorado no
país ao longo dos anos, mas ainda não atingiu um patamar satisfatório.
. 206
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Na área da segurança pública, “morte a esclarecer” e “morte por causa indeterminada" são
terminologias utilizadas nos boletins de ocorrência, feitos pela Polícia Civil, quando não é possível saber,
de imediato, se foi uma morte natural (quando não há sinais externos de violência, por exemplo) ou se foi
um suicídio (quando há violência, mas não é possível saber se foi auto infligida). Cada unidade da
federação tem um procedimento diferente de contabilizar ou não essas mortes nas estatísticas de
homicídio, bem como têm procedimentos diferentes de atualização dos boletins quando o andamento do
inquérito esclarece se a ocorrência foi ou não homicídio. A classificação de uma proporção muito grande
de ocorrências em categorias como “encontro de cadáver”, “encontro de ossada”, “morte a esclarecer” e
assim por diante é um indicador de subnotificação. Além disso, é preciso estar atento para quando o
Estado publica o número de ocorrências, mas não o número de vítimas.
Cultura
A cultura no Brasil é um reflexo da formação do país, já no período colonial, quando começam a surgir
as primeiras relações entre portugueses e indígenas, no primeiros anos do contato. Ao longo de mais de
cinco séculos de transformação, ela incorpora elementos de todos aqueles que ajudaram a criar o país
ou que vieram para o Brasil em buscas de vida nova. Do churrasco ao acarajé, catolicismo a umbanda,
norte ao sul, o Brasil é um país de contrastes, definidos por seus habitantes que convergem seus
costumes, crenças e práticas em território nacional.
Mesmo admitindo a existência de diversos estudos e discussões antropológicas sobre o conceito de
cultura, podemos considerá-la, grosso modo, da seguinte forma: a cultura diz respeito a um conjunto de
hábitos, comportamentos, valores morais, crenças e símbolos, dentre outros aspectos mais gerais, como
forma de organização social, política e econômica que caracterizam uma sociedade. Dessa forma,
podemos pensar na seguinte questão: o que caracteriza a cultura brasileira? Certamente, ela possui suas
particularidades quando comparada ao restante do mundo, principalmente quando nos debruçamos sobre
um passado marcado pela miscigenação racial entre índios, europeus e africanos e que sofreu ainda a
influência de povos do Oriente Médio e da Ásia. Além de celebrar seus escritores, como Nelson
Rodrigues, dramaturgo, jornalista e escritor, que deixou um legado que ressurge cada vez mais forte
através de suas obras sempre atuais, inexoráveis ao tempo, o cenário cultural brasileiro é marcado pelo
retomada da produção cinematográfica que tem levado alguns cineastas do Brasil a dirigir filmes na
Europa e nos Estado Unidos. José Padilha é o exemplo mais recente deste fenômeno. Depois do sucesso
com “Tropa de Elite”, ele dirigiu o remake de Robocop. No embalo da Copa do Mundo e das Olimpíadas
do Rio de Janeiro, que acontecem em 2016, ritmos musicais de diversas regiões do Brasil têm feito muito
sucesso no exterior. A culinária brasileira, conhecida pela forte influência europeia, africana e indígena
também ganha lugar de destaque.
Ministério da Cultura cria teto para Lei Rouanet e promete maior controle48
O ministério da Cultura anunciou nesta terça-feira (21/03) a criação de um teto para liberação de
recursos pela Lei Rouanet. A legislação permite a captação de verbas para projetos culturais por meio de
incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas. Pelas novas regras, o limite será de R$ 700 mil para
pessoas físicas e microempreendedores. Grandes empresas podem captar até R$ 40 milhões para até
10 projetos, sendo que um único projeto não pode receber mais de R$ 10 milhões.
Os cachês individuais também não poderão ultrapassar R$ 30 mil por artista. Todas as despesas dos
produtores serão pagas a partir de uma conta única do Banco do Brasil, e o ministério receberá os dados
48
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/ministerio-da-cultura-cria-teto-para-lei-rouanet-e-promete-maior-controle.ghtml
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sobre cada transferência em até 24 horas. Em 30 dias, o governo promete divulgar essas informações no
Portal da Transparência.
Os produtos gerados a partir da Lei Rouanet também vão sofrer mudança. Livros e ingressos deverão
ter valor médio de R$ 150. Antes o valor limite era de R$ 200. Na prática, uma peça de teatro pode custar
bem mais caro do que R$ 150, mas se o valor médio (considerando também o número de meias em
relação ao total de ingressos comprados) ficar até este limite, está autorizado.
Por exemplo, uma peça de teatro pode custar R$ 300, mas fazendo a média com número de cadeiras
de estudantes, o valor médio abaixa para R$ 150.
As regras ainda estabelecem que o valor total da receita bruta da produtora não pode ser superior ao
valor previsto no projeto. Estão isentos dos limites de captação projetos que trabalhem com área de
patrimônio e museologia.
Segundo o Ministério da Cultura, o objetivo é trazer maior controle sobre a gestão e aproveitamento
dos recursos destinados para incentivar a cultura.
De acordo com a nova resolução, que substitui as regras aprovadas em 2013, o ministério vai priorizar
projetos que já tenham captado 10% dos recursos do orçamento aprovado. Na opinião do governo, essas
são propostas com maior chance de serem executadas. Atualmente, um a cada quatro projetos consegue
patrocínio suficiente para começar a fase preparatória e ser considerado executável pelos pareceristas
do ministério.
Os repasses da pasta foram alvos de uma operação da Polícia Federal deflagrada em junho de 2016,
a Operação Boca Livre, que segue investigando a liberação de R$ 180 milhões em projetos fraudulentos
com recursos da lei. Em 2016, a Lei Rouanet aprovou projetos no valor total de R$ 1,142 bilhão.
Descentralizar
Outro ponto da resolução desta terça (21/03) é o incentivo para projetos que forem realizados nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Em 2016, o ministério informou que 91,1% das
liberações de recursos pela Lei Rouanet foram para projetos no Sul e Sudeste. A mesma concentração
foi registrada nos dois anos anteriores.
Para reduzir esse índice de desigualdade, o limite de orçamento poderá ser 50% maior caso o produtor
cultural apresente algum projeto a ser realizado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.
Atualmente, os números do ministério mostram que enquanto 62% dos projetos beneficiados se
concentram na região Sudeste; o Nordeste conta com 8,13% dos favorecidos e Centro-Oeste e Norte
com 3,5% e 1,2% respectivamente.
49
AGÊNCIA BRASIL. Nomeação de Sérgio Sá Leitão para cultura é publicada. O Tempo. Política. Disponível em:
<http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/nomea%C3%A7%C3%A3o-de-s%C3%A9rgio-s%C3%A1-leit%C3%A3o-para-cultura-%C3%A9-publicada-
1.1501297> Acesso em 26 de julho de 2017.
50
VIVER/DIARIO. Estado quer receber exposição cancelada por protestos. Diário de Pernambuco. Disponível em:
<http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2017/09/12/internas_viver,722192/estado-quer-receber-exposicao-cancelada-por-protestos.shtml>
Acesso em 13 de setembro de 2017.
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"O curador sinalizou que gostaria de vir para BH pelo clima de liberdade e aceitação que estamos
vivendo aqui. Um amigo me ligou e disse que havia essa possibilidade, e eu disse que a via com bons
olhos, mas ainda não podemos confirmar nada", afirmou o secretário. Ainda de acordo com Ferreira, é
preciso avaliar as possibilidades para a vinda da mostra. "Custa dinheiro trazer uma mostra desse porte
para a cidade. Precisamos de um investidor, de patrocínio e de estudar um espaço cultural viável para
abrigar a exposição".
Em seu perfil no Facebook, o sociólogo e ex-ministro da Cultura dos governos Lula (2008-2011) e
Dilma Rousseff (2015-2016) levantou a bandeira a favor da exposição e afirmou que "diante de qualquer
tentativa de censura à arte, a única coisa a não fazer é ceder". Ele disse ainda que é lamentável a decisão
do Santander Cultural de fechar a mostra e afirmou ser "inadmissível que, no Brasil, ainda sejam
praticados atos autoritários de interdição a obras de arte e a outras formas de expressão baseados na
opinião de grupos moralistas, sectários, fundamentalistas religiosos".
A assessoria de imprensa do Santander Cultural descartou a hipótese de a mostra Queermuseu vir
para Belo Horizonte com o patrocínio do banco. De acordo com a assessoria, a exposição foi fechada por
conta dos protestos e não há nenhuma possibilidade de reabertura, a não ser que o curador encontre
outro patrocinador. A mostra contava com mais de 270 obras, que exploram a diversidade dos gêneros,
e estava prevista para ir até 8 de outubro no Santander Cultural, mas foi fechada no domingo (10). Na
segunda-feira (11), o Banco Santander comunicou que irá devolver à Receita Federal os R$ 800 mil
captados via Lei Rouanet para a realização da exposição.
Ação do regime?
Para a oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad, e para a União Europeia, o regime sírio é
responsável pelo bombardeio. O governo da Síria nega.
A Rússia nega ter atacado a região, mas afirma que a aviação de Damasco bombardeou um "depósito
terrorista" onde eram armazenadas "substâncias tóxicas" destinadas a combatentes no Iraque. Os russos
têm poder de veto no Conselho de Segurança e apoiam o presidente sírio Bashar al-Assad contra os
rebeldes.
Alguns minutos antes, o ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, havia dito que
"todas as provas" apontam para o regime de Bashar al-Assad como responsável pelo suposto ataque.
"Todas as provas que vi sugerem que foi o regime de Al-Assad... usando armas ilegais contra seu
próprio povo", disse Johnson.
"É a confirmação de que se trata de um regime bárbaro que torna impossível aos nossos olhos que
imaginar que possa ter a menor autoridade na Síria após o fim do conflito", completou o ministro britânico.
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, pediu um grande esforço a favor das negociações
de paz sobre a Síria em Genebra, que tem a mediação da ONU. "Temos que unir a comunidade
internacional nas negociações", declarou Mogherini.
Estados Unidos, França e Reino Unido apresentaram na terça-feira (04/04) um projeto de resolução
ao Conselho de Segurança que condena o ataque químico na Síria e exige uma investigação completa e
rápida.
51
05/04/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/ataque-quimico-mata-dezenas-na-siria-o-que-se-sabe-ate-agora.ghtml e
http://g1.globo.com/mundo/noticia/vai-a-72-o-numero-de-mortos-apos-ataque-quimico-na-siria-diz-ong.ghtml
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O que aconteceu?
Os aviões teriam atacado Khan Sheikhoun, que fica cerca de 50 km ao sul da cidade de Idlib, no início
da manhã desta terça-feira (04/04).
Hussein Kayal, um fotógrafo do grupo de jornalistas pró-oposição Edlib Media Center (EMC), disse à
agência de notícias Associated Press que ele foi acordado pelo som de uma explosão às 6h30 no horário
local.
Quando ele chegou ao local do ataque, disse não ter sentido cheiro de nada, mas viu pessoas no chão,
sem conseguirem se mover e com as pupilas contraídas.
Mohammed Rasoul, o chefe de um serviço caritativo de ambulâncias em Idlib, disse à BBC que os
médicos que ele transportava encontraram pessoas, muitas delas crianças, sufocando nas ruas.
O grupo Observatório Sírio também citou relatos de médicos dizendo que estavam tratando pessoas
com sintomas que incluíam desmaios, vômito e espuma na boca.
Um jornalista da agência de notícias AFP afirmou ter visto uma garota, uma mulher e dois idosos
mortos em um hospital, todos com espuma ainda visível ao redor da boca.
O jornalista também afirmou que o hospital foi atingido por um foguete na tarde de terça, e que médicos
que cuidavam dos doentes foram atingidos por pedras e destroços.
A procedência dos foguetes não está clara, mas o EMC e os Comitês de Coordenação Local, da
oposição ao governo, dizem que aviões alvejaram diversas clínicas.
Jornalistas pró-governo citaram fontes militares dizendo que houve uma explosão em uma fábrica de
armas químicas em Khan Sheikhoun - que teria sido causada por um ataque aéreo ou por acidente.
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E na semana passada, dois ataques supostamente químicos foram registrados na província de Hama,
uma área controlada pelos rebeldes próxima a Khan Sheikhoun.
Sem volta
Logo após a entrega da carta, Theresa May fez um pronunciamento no Parlamento britânico. “O Reino
Unido está deixando a União Europeia. Este é um momento histórico do qual não pode haver volta".
May também indicou a intenção de buscar um acordo comercial "audaz e ambicioso" ao mesmo que
tempo que negocia o Brexit.
A premiê fez um apelo pela união do Reino Unido no Parlamento britânico. "Agora é a hora de nos unir
nesta casa [do Parlamento] e em todo o país para garantir que trabalhamos para o melhor acordo possível
para o Reino Unido e para o melhor futuro possível para todos nós", declarou May. Na terça-feira, a
Escócia aprovou a realização de um novo referendo sobre a independência.
Obrigado e adeus
Tusk afirmou que a União Europeia está descontente com a saída da Grã-Bretanha. Para ele, não há
razão para dizer que esta quarta-feira é um dia feliz nem para o Reino Unido nem para a União Europeia.
O bloco tem o objetivo de minimizar o custo para os cidadãos europeus, os negócios e para os países
membros do bloco. "Já sentimos a sua falta, obrigado e adeus", declarou ao concluir uma breve coletiva
de imprensa, segundo a Reuters.
O presidente do Conselho Europeu já tinha prometido informar na sexta-feira (31/03) as primeiras
diretrizes do processo de negociação, mas uma resposta formal do bloco dificilmente será divulgada antes
do primeiro encontro oficial dos países membros, já sem a presença do Reino Unido, em 29 de abril.
Esta é a primeira vez que o artigo, criado em 2009, é invocado por um país que decide deixar o bloco,
O prazo de dois anos de negociações só pode ser prorrogado com uma aprovação unânime de todos os
países da União Europeia. A negociação é muito complexa pois exige rescisão de vários tratados
internacionais, acordos comerciais e uma nova política migratória.
52
29/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/brexit-reino-unido-entrega-carta-e-da-inicio-a-saida-da-uniao-europeia.ghtml
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Divórcio difícil
O processo para encerrar 40 anos de união não é automático e se anuncia um divórcio difícil, porque
tem de ser discutido com os outros 27 membros do bloco. O afastamento de um país-membro é inédito
no bloco.
A negociação é muito complexa, já que exige rescisão de vários tratados internacionais. Só com a
União Europeia, há pelo menos 80 mil páginas de acordos. Por isso, é provável que, após a negociação,
exista uma fase de transição.
Principais dúvidas
1. Imigração
Em seu pronunciamento nesta manhã, May afirmou que a situação dos europeus no Reino Unido será
uma das prioridades da negociação.
Atualmente, cerca de 3 milhões de cidadãos europeus vivem no Reino Unido, vindos principalmente
da Polônia (850 mil), da República da Irlanda (330 mil) e de diversos países do antigo bloco soviético.
Esses podem pedir a residência permanente no Reino Unido quando completarem cinco anos vivendo no
país. Com a Brexit, o Certificado de Residência Permanente para Cidadão da UE, no entanto, deve deixar
de valer.
Ao longo das negociações, é preciso estabelecer uma nova política migratória, uma das principais
reinvindicações dos partidários da Brexit, que exigiam medidas mais restritivas. Analistas e políticos
ouvidos pela BBC disseram na época que a mudança será gradual e que ninguém terá de deixar o país
da noite para o dia.
2. Comércio
A participação na União Europeia permite que os países comprem e vendam produtos e serviços entre
si sem a aplicação de taxas e impostos dentro da área comum. O Reino Unido então passará a ter taxas
diferentes no comércio exterior com os países europeus em relação às praticadas agora, podendo
inclusive trocar de parceiros.
Segundo a União Europeia, o Reino Unido exporta principalmente para os EUA, a Alemanha e os
Países Baixos. Por sua vez, as suas importações vêm sobretudo da Alemanha, da China e dos EUA.
3. Compromissos europeus
Os defensores do Brexit alegavam que a contribuição do Reino Unido para União Europeia era muito
elevada. Nesse processo é preciso discutir quais são as dívidas britânicas com relação ao bloco, a
chamada, “conta do divórcio”, que poderá custar por volta de 50 bilhões de libras (mais de R$ 191 bilhões).
Outras questões que deverão ser discutidas são, por exemplo, regras de segurança para o cruzamento
de fronteiras; o "Mandado Europeu de Prisão", que é um mandado de prisão válido em todos os países
membros do bloco; a mudança de agências europeias que têm suas bases no Reino Unido.
Sem acordo?
May, no entanto, declarou em janeiro deste ano que o Reino Unido deixará o bloco mesmo que não
haja um pleno acordo nesse período. Segundo a primeira-ministra, ela está pronta a abandonar as
discussões se suas exigências não forem atendidas, e chegou a afirmar que “nenhum acordo para o
Reino Unido é melhor do que um acordo ruim para o Reino Unido”.
A decisão de sair da União Europeia, conhecida como Brexit, foi tomada em um referendo, realizado
em 23 de junho de 2016. Na ocasião, 51,9% dos britânicos optaram por deixar o bloco, o que provocou a
queda do então primeiro-ministro, David Cameron.
Após o referendo, o Brexit foi aprovado também pelo Parlamento britânico e no dia 16 de março deste
ano suas negociações receberam autorização formal da rainha Elizabeth 2ª.
Oposição escocesa
A decisão de deixar a União Europeia desapontou especialmente a população da Escócia, onde 66%
votaram contra o Brexit. Líderes políticos a favor da independência usaram o resultado como argumento
para justificar o pedido para um novo referendo sobre a independência do país.
O Reino Unido tenta barrar ou ao menos adiar a realização da nova consulta para o fim de 2018 ou
em 2019, que foi aprovada pelo parlamento escocês na terça-feira (28). A chefe de governo britânica já
chamou o novo referendo de "inaceitável", porém não há um artigo na Constituição que proíba a sua
realização.
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Em 2014, a decisão de permanecer no Reino Unido foi aprovada com 55% dos votos em um plebiscito,
mas os nacionalistas escoceses acreditam que o temor de deixar a União Europeia será decisiva para
aprovação da independência do país.
53
O GLOBO com Agências Internacionais. Sobe para três número de mortos em protestos na Venezuela. Disponível em: <
http://oglobo.globo.com/mundo/sobe-para-tres-numero-de-mortos-em-protestos-na-venezuela-
21232749?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 20 de abril de 2017.
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— Mais cedo ou mais tarde, um setor militar não acompanhará mais esta aventura repressiva, mas
pode levar meses.
Nicolás Maduro
Eleito em abril de 2013 para suceder Hugo Chávez, o presidente enfrenta forte pressão por conta da
escassez de alimentos e remédios, agravada pela queda dos preços do petróleo. Trava uma guerra
política contra o Parlamento, controlado pela oposição, que o chama de ditador.
Maduro acusou o presidente da Assembleia Nacional, deputado Julio Borges, de ter violando a
Constituição ao pedir à Fanb que “esteja ao lado do povo”. Em Caracas, há a sensação de que Borges
pode ser um dos próximos perseguidos.
— Borges, mais uma vez, cometeu um delito contra a Constituição e deverá ser processado. Ele está
pedindo, abertamente, um golpe de Estado e a divisão dentro da Fanb — disse, prometendo eleições “em
breve”, mas sem falar em datas.
Já o presidente da AN assegurou que seu único objetivo é “pedir que a Constituição seja respeitada”.
E pela segunda vez em menos de um mês, a procuradora-geral da República, a chavista Luisa Ortega,
questionou publicamente o governo ao exigir a garantia ao direito de manifestações pacíficas.
54
G1. Estados Unidos adiam construção do muro na fronteira com México. G1, Jornal Nacional. Disponível em: < http://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2017/04/estados-unidos-adiam-construcao-do-muro-na-fronteira-com-mexico.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_content=jn>
Acesso em 26 de abril de 2017.
55
O GLOBO. Estado Islâmico reivindica autoria de atentado em Manchester. O Globo, Mundo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/mundo/estado-
islamico-reivindica-autoria-de-atentado-em-manchester-21379175> Acesso em 23 de maio de 2017.
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Manchester Arena, Inglaterra
Em maio de 2017, 22 pessoas foram mortas em um atentado suicida no final do show da cantora pop
Ariana Grande, no Manchester Arena. Outras dezenas de pessoas ficaram feridas, incluindo adolescentes
e crianças que faziam parte do público. O ataque foi o mais grave no país desde 2005, quando vários
atentados suicidas deixaram 52 mortos.
Algumas mensagens descreveram o ataque como um ato de vingança em resposta a ataques aéreos
no Iraque e na Síria.
"Parece que bombas da Força Aérea britânica sobre crianças em Mossul e Raqqa acabaram de voltar
para #Manchester", escreveu um usuário chamado Abdul Haqq no Twitter, em referência às cidades
iraquianas e sírias controladas por militantes onde uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, da qual
o Reino Unido faz parte, está conduzindo ataques aéreos.
Falando em frente à sua residência oficial na Downing Street, a premier Theresa May disse que as
autoridades ainda não estão prontas para revelar informações sobre o suposto terrorista. Ela confirmou
que o autor do ataque tinha realizado a ação sozinho, mas ainda não estava claro se outras pessoas
tinham ajudado na preparação do atentado.
— Sabemos que um único terrorista detonou um dispositivo caseiro perto de uma das saídas da arena,
deliberadamente escolhendo a hora e o local para provocar uma carnificina máxima — declarou a
primeira-ministra. — À noite experimentamos o pior da Humanidade em Manchester
A polícia recebeu um alerta de explosão na Manchester Arena, com capacidade para 20 mil pessoas,
às 22h35 (18h35 de Brasília). A área foi isolada e viaturas policiais e ambulâncias foram enviadas ao
local.
O homem-bomba detonou a carga explosiva na saída do show. Entre as vítimas estão crianças e
adolescentes.
O atentado provocou a suspensão dos atos da campanha para as eleições de 8 de junho no Reino
Unido e aconteceu exatamente dois meses depois do ataque perto do Parlamento de Londres que deixou
cinco mortos, quando um homem avançou com seu carro contra uma multidão e esfaqueou um policial.
O nível de ameaça de atentados no Reino Unido é severo, o segundo mais elevado na escala do
governo, e significa que é altamente provável que aconteçam atentados. O nível mais elevado na escala
é o crítico, ativado em caso de ameaça iminente.
O ataque de Manchester é o mais grave no Reino Unido desde julho de 2005, quando vários atentados
suicidas deixaram 52 mortos, incluindo quatro terroristas, e 700 feridos no metrô e em um ônibus de dois
andares de Londres. Esta ação foi reivindicada por um grupo que dizia pertencer à al-Qaeda.
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extremamente tóxica. Sem informação sobre o perigo e sobre a grandeza do incidente, alguns moradores
tentaram fugir das chamas que poderiam chegar às suas casas e se dirigiram à principal estrada da região
– que agora ficou conhecida como “Estrada da Morte”, pois as pessoas que ali estavam acabaram
intoxicadas pela fumaça antes de serem carbonizadas pelas chamas.
Um dos maiores canais da televisão portuguesa sobrevoou a estrada com um drone. O cenário é
devastador. Os carros foram consumidos pelas chamas e, provavelmente, as pessoas desesperadas com
o avançar do fogo não sabiam para onde fugir. A maioria morreu dentro dos automóveis. Alguns foram
encontrados nas laterais da estrada e, presume-se, tenham morrido intoxicados antes de terem os corpos
queimados – pois quando uma pessoa morre queimada, coloca os membros em posição de defesa, o
que não se observou nas vítimas que estavam com os braços estendidos ao lado do corpo.
O governo português decretou luto oficial de três dias e promete investigar as causas do incêndio.
Alguns donativos já começam a chegar para ajudar as famílias das vítimas fatais e os sobreviventes a
reconstruírem suas vidas – se bem que talvez isso não seja possível, após o trauma de ver o fogo avançar
e nada ser feito. Muitos moradores locais criticam a lentidão das autoridades em apagar o incêndio:
“Deixaram-nos aqui para morrer”, disse um residente de Pedrógrão Grande a um site de notícias
português. As festas juninas foram suspensas por três dias em todo o país – junho é um mês festivo em
Portugal. O clima está pesado nas ruas e “toda a gente”, como dizem os portugueses, lamenta a tragédia.
57
IG SÃO PAULO. Número de refugiados no mundo é o maior já registrado, diz relatório da ONU. Último Segundo. Mundo. Disponível em: <
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2017-06-19/refugiados.html> Acesso em 19 de junho de 2017.
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Decreto que barra entrada nos EUA de cidadãos de 6 países já vigora58
Os países vetados são Irã, Síria, Iêmen, Somália, Sudão e Líbia.
Mas quem tem ligação autêntica com os EUA não pode ser barrado.
Entrou em vigor nesta quinta-feira (29), às 21h pelo horário de Brasília, o decreto do presidente
americano Donald Trump que barra a entrada de cidadãos de seis países de maioria muçulmana nos
Estados Unidos.
Quem é a sua família? O governo americano teve que responder a essa pergunta nesta quinta-feira
(29) e é claro que isso causou controvérsia. É porque a Suprema Corte liberou na segunda-feira (26) o
decreto de Donald Trump que barra gente de seis países: Irã, Síria, Iêmen, Somália, Sudão e Líbia. Só
que fez uma ressalva: gente que tivesse ligação autêntica com os Estados Unidos não poderia ser
barrada. Familiares de quem mora no país, por exemplo.
Na ocasião, dois juízes até levantaram a bola: como definir o que é uma ligação autêntica com os
Estados Unidos? Então, na noite de quarta-feira (28), o Departamento de Estado apresentou uma lista
mais detalhada das pessoas desses países que vão poder entrar nos Estados Unidos. E começou tendo
que definir quem é família.
Segundo o decreto, são familiares próximos pais, sogros, filhos, genros, noras e irmãos. Agora, avós,
não e nem netos, nem tios ou sobrinhos, primos, cunhados ou noivos. Ativista diz que o decreto fere a
estrutura familiar e que o governo não é responsável por definir o que é família. Podem entrar também
estudantes que já tenham sido aceitos por uma universidade, trabalhadores contratados por uma empresa
e também jornalistas e palestrantes. Isso vai valer por 90 dias.
Uma vitória para Donald Trump. Ele já tentava barrar esses imigrantes desde janeiro, mas juízes de
instâncias inferiores consideraram que o decreto vai contra a liberdade religiosa porque todos os países
vetados são muçulmanos.
58
G1. Decreto que barra entrada nos EUA de cidadãos de 6 países já vigora. G1 Jornal Nacional. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2017/06/decreto-que-barra-entrada-nos-eua-de-cidadaos-de-6-paises-ja-vigora.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=jn>
Acesso em 30 de junho de 2017.
59
G1. Iraque declara vitória contra Estado Islâmico em Mossul. G1 Mundo. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/primeiro-ministro-iraquiano-
proclama-vitoria-contra-estado-islamico-em-mossul.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 10 de julho de 2017.
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"Se não houver reconstruções, e as pessoas não voltarem para suas casas e recuperarem seus
pertences, qual o significado da libertação?", disse à Reuters Mohammed Haji Ahmed, 43 anos, um
vendedor de roupas, no acampamento de Hassan Sham, ao leste de Mossul.
Relatos de sobreviventes
Em Mossul, os mais fracos pagam a sua sobrevivência a preços elevados. Os civis encurralados na
cidade viveram ao longo dos últimos meses em condições "terríveis", sofrendo com a falta de alimentos
e água, os bombardeios e intensos combates, além de serem usados como "escudos humanos" pelos
extremistas.
Centenas de mulheres e crianças libertadas do EI estão inconsoláveis. Nos arredores da Cidade
Antiga, onde o ressoar dos tiros das armas automáticas e explosões de morteiros continuava, quinze
mulheres e cerca de cinquenta crianças esperavam em fila em uma calçada na sombra para se proteger
de um sol escaldante.
Os militares acabavam de trazê-las de Maidan, último bairro onde os extremistas do EI resistiam às
forças iraquianas, que acabaram de anunciar sua vitória após oito meses de combates.
Fátima explodiu em lágrimas ao contar sobre os quatro meses passados com sua família sem "quase
nenhuma comida ou água" em um porão, monitorado pelo EI, rezando para não ser bombardeado.
Naquela mesma manhã, quando a rua parecia ter sido libertada pelo Exército, voltaram a ver o céu e
caminharam para a liberdade. Uma bala atingiu Ahmad, o irmão de Fátima. Ele foi levado em uma
ambulância.
Outra mulher soluçava, prostrada, olhando para o céu. Ao deixar a Cidade Antiga de Mossul, Liqaa
deixou para trás o corpo de seu irmão Ibrahim, também atingido por um franco-atirador jihadista.
Ela começa a cantar o nome de Ibrahim e procura consolo em sua vizinha, que não pode lhe dar:
Fátima, já cheia de lágrimas.
Algumas mulheres esperam o retorno de seus maridos, alguns dos quais são controlados pelos
militares encarregados de rastrear os jihadistas que tentam fugir. As outras, já viúvas, não esperam por
mais ninguém.
Na calçada, uma menina de cerca de 3 anos vagueava perdida. Cabelo castanho desgrenhado, túnica
azul-turquesa e atadura branca no pescoço, ela apertava contra o seu coração uma pequena garrafa de
água meio vazia. "Quem é essa criança?", gritava um soldado. Ao redor, as mulheres choravam demais
para responder.
Patrimônio destruído
A partir de julho de 2014, o EI atacou mausoléus xiitas e santuários, que eram ricamente decorados.
O grupo explodiu a mesquita onde ficava a tumba do profeta Jonas (Nabi Yunés). Em 19 de junho de
2017, destruiu a emblemática mesquita Al Nuri, onde Baghdadi tinha sido filmado, e seu minarete
inclinado do século XII.
No museu de Mossul, o mais importante do Iraque depois do de Bagdá, os radicais queimaram livros
e manuscritos antigos, destruíram tesouros pré-islâmicos, como os famosos touros alados assírios com
rosto humano, datados de vários séculos antes do cristianismo.
Guerra contra o EI
Foi de Mossul que, há quase três anos, o líder do grupo extremista Abu Bakr al-Baghdadi declarou um
"califado", juntando partes do Iraque e da Síria.
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Apesar da vitória importante, a retomada de Mossul não marcará o fim da guerra contra o EI, que ainda
controla várias zonas no Iraque, incluindo as cidades de Tal Afar (50 km a oeste de Mossul) e Hawija
(cerca de 300 km ao norte de Bagdá) e zonas desérticas da província de Al-Anbar (oeste), bem como a
região de Al-Qaïm, na fronteira com a Síria.
O grupo extremista ainda controla igualmente territórios no leste e no centro da Síria, apesar de ter
perdido terreno desde 2015, e seu reduto de Raqa (norte) é cercado pelas forças apoiadas pelos Estados
Unidos.
Uma coalizão liderada pelos Estados Unidos fornece apoio aéreo e terrestre na campanha de oito
meses para recuperar Mossul, de longe a maior cidade tomada pelo Estado Islâmico, em 2014.
Mais da metade da população mundial não tem acesso a saneamento básico, diz ONU60
Cerca de 4,5 bilhões de pessoas no mundo – bem mais da metade da população global atual de 7,6
bilhões de habitantes - não têm acesso a saneamento básico seguro, segundo relatório recente divulgado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Já
a quantidade de moradores do planeta com algum saneamento básico é de 2,3 bilhões. A informação é
da ONU News.
O documento das Nações Unidas indica ainda que o número de pessoas sem acesso à água potável
em casa é de 2,1 bilhões em todo o mundo. Esta é a primeira vez que a OMS e o Unicef fazem um
levantamento global sobre água, saneamento básico e higiene.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus afirmou que água potável encanada, saneamento e
higiene não deveriam ser privilégios apenas daqueles que vivem em centros urbanos e em áreas ricas.
Para ele, os governos são responsáveis por assegurar que todos tenham acesso a esses serviços.
Esgoto tratado
Desde 2000, quando foi lançada a agenda dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, bilhões de
pessoas ganharam acesso à água potável e saneamento, mas esses serviços não garantem
necessariamente o saneamento seguro, aquele que é ligado a uma rede de esgoto tratado.
Esse quadro gera doenças que podem ser mortais para crianças com menos de cinco anos de idade.
Todos os anos, mais de 360 mil menores morrem de diarreia, uma doença evitável. Já o saneamento
mal feito pode causar cólera, disenteria, hepatite A e febre tifóide, entre outros problemas.
O diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, disse que ao melhorar esses serviços para todos, o
mundo dará às crianças a chance de um futuro melhor.
Em 90 países, o avanço na área de saneamento básico é muito lento, o que leva a crer que a cobertura
universal não será alcançada até 2030, quando se encerra o prazo para cumprimento da Agenda 2030,
que estabelece os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que devem
ser implementados por todos os países até aquele ano.
Latrinas compartilhadas
Dos 4,5 bilhões de pessoas sem acesso a esgoto tratado, 600 milhões têm que compartilhar um toalete
ou uma latrina com moradores de outros lares. Já o número de pessoas que defecam a céu aberto é de
892 milhões. Devido ao aumento da população, essa situação tem crescido na África Subsaariana e na
Oceania.
O relatório indica ainda que, em países que passam por conflitos, as crianças têm quatro vezes menos
chance de usar serviços de abastecimento de água e duas vezes menos de ter o saneamento básico que
crianças em outros países.
Os serviços de água potável, saneamento básico e higiene são essenciais para que o mundo alcance
o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 3: assegurar uma vida saudável e promover o bem-
estar de todos, em todas as faixas etárias.
60
ONU NEWS. Mais da metade da população mundial não tem acesso a saneamento básico, diz ONU. EBC Agência Brasil. Disponível em: <
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-07/mais-da-metade-da-populacao-mundial-nao-tem-acesso-saneamento-basico> Acesso em 13 de julho
de 2017.
61
ESTADO DE MINAS. Mercosul submete Venezuela a ‘suspensão política’ do bloco. Em.com.br. Disponível em:
<http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2017/08/05/internas_economia,889588/mercosul-submete-venezuela-a-suspensao-politica-do-bloco.shtml> Acesso
em 07 de agosto de 2017.
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reestabelecido a democracia, seguirá suspensa", explicou o ministro das relações exteriores, Aloysio
Nunes.
Os chanceleres do Mercosul tomaram a decisão com base no Protocolo de Ushuaia. O compromisso
assinado em 1998 inclui uma cláusula democrática que levou à suspensão política do país no bloco.
Atualmente, o Brasil ocupa a presidência temporária do bloco. O encontro foi realizado na prefeitura de
São Paulo, no centro da cidade.
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes chegou a antecipar, por meio de sua conta no
Twitter, que o Brasil pediria a suspensão da Venezuela do Mercosul. "É intolerável que nós tenhamos no
continente sul-americano uma ditadura. Houve uma ruptura da ordem democrática na Venezuela", disse.
"E, por consequência, o Brasil vai propor que ela seja suspensa do Mercosul até que a democracia volte.",
completou.
Desde abril, a Venezuela vive uma onda de manifestações a favor e contra o governo, muitas delas
violentas e que já deixaram cerca de 100 mortos e mais de mil feridos. O governo Maduro deu posse
nesta sexta-feira (4) a uma nova Assembleia Nacional Constituinte, que a oposição não aceita. A iniciativa
foi criticada pelo Mercosul, bloco do qual a Venezuela também faz parte, mas está suspensa por causa
dos conflitos políticos.
Eleita presidente da Assembleia Nacional Constituinte venezuelana, a governista Delcy Rodríguez
convocou para hoje (5) a primeira sessão do poder "plenipotenciário" para iniciar o processo que
reformará a Constituição e reordenará o Estado. Delcy também acusou a oposição de espalhar ideias
falsas sobre o que acontece no país e garantiu que "na Venezuela não há fome, na Venezuela há vontade
aqui não há crise humanitária, aqui há amor".
'Sou nazista, sim': o protesto da extrema-direita dos EUA contra negros, imigrantes, gays e
judeus62
Centenas de homens e mulheres carregando tochas, fazendo saudações nazistas e gritando palavras
de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus.
Foi a cena - surreal, para muitos observadores - que desfilou aos olhos da pacata cidade universitária
de Charlottesville, no Estado americano de Virgínia.
O protesto, na noite da sexta-feira, foi descrito pelos participantes como um aquecimento para o evento
"Unir a Direita", que acontece na tarde deste sábado na cidade e promete reunir mais de mil pessoas,
incluindo os principais líderes de grupos associados à extrema direita no país.
A cidade, de pouco mais de 50 mil habitantes e a apenas duas horas de Washington, foi escolhida
como palco dos protestos após anunciar que pretende retirar uma estátua do general confederado Robert
E. Lee de um parque municipal.
Durante a Guerra Civil do país (1861-1865), os chamados Estados Confederados, do sul americano,
buscaram independência para impedir a abolição da escravatura. Atualmente, várias cidades americanas
vêm retirando homenagens a militares confederados - o que tem gerado alívio, de um lado, e fúria, de
outro.
Os participantes do protesto desta sexta-feira carregavam bandeiras dos Confederados e gritavam
palavras de ordem como: "Vocês não vão nos substituir", em referência a imigrantes; "Vidas Brancas
Importam", em contraposição ao movimento negro Black Lives Matter; e "Morte aos Antifas", abreviação
de "antifascistas", como são conhecidos grupos que se opõem a protestos neonazistas.
Estudantes negros do campus da universidade da Virginia, onde ocorreu a marcha, e jovens que se
apresentavam como antifascistas tentaram fazer uma "parede-humana" para impedir a chegada dos
manifestantes à parada final do marcha, uma estátua do terceiro presidente americano, Thomas
Jefferson.
"Fogo! Fogo! Fogo!", gritavam os manifestantes, enquanto se aproximavam do grupo de estudantes.
Em número bem menor, o grupo que fazia oposição à marcha foi expulso da estátua em poucos
minutos. A reportagem flagrou homens lançando tochas sobre os estudantes, enquanto estes, por sua
vez, dispararam spray de pimenta nos olhos dos oponentes.
A polícia, que acompanhou todo o protesto de longe, interviu e separou os dois grupos, enquanto
ambulâncias se deslocavam ao local para socorrer feridos pelo confronto.
"Esta manifestação é ilegal", afirmou um dos oficiais aos manifestantes, que se afastaram. A polícia
não confirmou se houve presos.
Nazis
"Sim, eu sou nazista, eu sou nazista, sim", afirmou um homem, em frente à reportagem, durante uma
discussão com um dos membros do grupo opositor.
62
SENRA, RICARDO. ‘Sou nazista, sim’: o protesto da extrema direita dos EUA contra negros, imigrantes, gays e judeus. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40910927?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 14 de agosto de 2017.
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Ao contrário das especulações anteriores, a marcha incluiu muitas mulheres, que também seguravam
tochas.
A BBC Brasil conversou com um pai e uma mãe que levaram a filha de 14 anos ao protesto. "Eu
aprendi com meu pai que precisamos defender a raça branca e hoje estou passando este ensinamento
para a minha filha", afirmou o pai.
"Se não fizermos algo, seremos expulsos do nosso próprio país", disse a mãe. A conversa foi
interrompida por um homem forte e careca. "Vocês estão falando com um estrangeiro. Olha o sotaque
dele!", afirmou, rindo, em referência ao repórter.
A família se afastou e se juntou ao coro, que cantava "Judeus não vão nos substituir". Os três
seguravam tochas.
Outro homem afirmou que estava ali porque "têm o direito de se expressar".
"Gays, negros, imigrantes imundos, todos eles se manifestam e recebem apoio por isso. Porque
quando homens brancos decidem gritar por seus direitos e sua sobrevivência vocês fazem esse
escândalo?", questionou o homem a um grupo de jornalistas.
Perto dali, sozinho, um rapaz jovem estendia a mão e fazia uma saudação nazista, enquanto era
fotografado por fotojornalistas e gritava: "Vocês não vão nos substituir".
As tochas são uma marca da Ku Klux Klan, grupo fundado pouco depois da guerra por ex-soldados
confederados - derrotados no conflito. Originalmente concebida como um clube recreativo, a KKK
rapidamente começou a promover a violência contra populações negras do sul dos EUA.
Por muitas décadas, grupos supremacistas brancos promoveram linchamentos, enforcamentos e
assassinatos de negros.
Não houve referências ao presidente americano Donald Trump durante todo o ato. Mas as críticas à
imprensa eram constantes e faziam coro com o slogan de Trump: "Não temos medo de 'fake news', seus
mentirosos".
Chorando muito, uma estudante era amparada por amigos. "É pior do que a gente pensava. É muito
pior. Isso vai virar um inferno."
"A negra está assustada!", gritou uma mulher, rindo junto a um grupo de homens portando tochas.
Alt-right
O prefeito de Charlottesville divulgou uma nota após a marcha, classificando o ato como "uma parada
covarde de ódio, fanatismo, racismo e intolerância".
"A Constituição permite que todo mundo tenha o direito de expressar sua opinião de forma pacífica,
então aqui está a minha: não só como prefeito de Charlottesville, mas como membro e ex-aluno da
universidade de Virginia, fico mais do que incomodado com essa demonstração não-autorizada e
desprezível de intimidação visual em um campus universitário".
Para o protesto deste sábado, são esperadas figuras como Richard Spencer, criador do termo alt-right,
uma abreviação de "alternative right", ou "direita alternativa", em português. O grupo é acusado de
racismo e antissemitismo e têm representantes no governo de Donald Trump.
Esta é a segunda vez que a cidade se torna sede de protestos de grupos supremacistas. Em 8 de
julho, aproximadamente 40 membros da sede local da Ku Klux Klan também acenderam tochas em
Charlottesville.
Presidente de uma organização que define como "dedicada à herança, identidade e ao futuro de
pessoas de ascendência europeia nos EUA", Spencer ganhou visibilidade internacional por fazer a
saudação "Hail Trump, hail nosso povo, hail vitória", logo após a eleição do republicano.
Formado em filosofia política na Universidade de Chicago, Spencer já declarou que o ativista negro
Martin Luther King Jr. era uma "fraude" e um símbolo da "desconstrução da Civilização Ocidental".
Também disse que imigrantes latinos nos EUA estavam "se assimilando ao longo das gerações rumo
à cultura e ao comportamento dos afro-americanos" e lamentou que o país estivesse se tornando diferente
da "América Branca que veio antes".
Corpos foram levados pela lama em deslizamento em Serra Leoa; mais de 400 mortes estão
confirmadas63
No continente africano, o deslizamento é um dos mais devastadores em décadas. Mulheres e crianças
foram os mais atingidos
No local em que ocorreu um deslizamento, na cidade de Freetown, capital de Serra Leoa, a
coordenadora de emergência dos Serviços Católicos, Idalia Amaya, afirma ter ficado horrorizada ao ver
casas arrastadas, vilarejos soterrados e corpos flutuando por ruas alagadas pela lama que se espalhou
63
O POVO ONLINE. Corpos foram levados pela lama em deslizamento em Serra Leoa; mais de 400 mortes estão confirmadas. O Povo online. Disponível em:
<http://www.opovo.com.br/noticias/mundo/2017/08/agente-em-serra-leoa-diz-que-corpos-foram-levados-pela-lama.html> Acesso em 17 de agosto de 2017.
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e já matou centenas de pessoas - mais de 400 mortes estão confirmadas e organizações humanitárias
estimam entre 600 e 1.500 desaparecidos. Em alguns bairros, há mais gente morta do que viva.
Amaya relata que viu corpos descendo pelos córregos, enquanto muitas pessoas choravam e gemiam.
Em entrevista à Thomson Reuters Foundation, a assistente humanitária disse ter tido um visão horrível.
A encosta de uma montanha desmoronou na manhã da última segunda-feira, no subúrbio de Freetown,
o que soterrou dezenas de residências.
No continente africano, o deslizamento é um dos mais devastadores em décadas. Mulheres e crianças
foram os mais atingidos, já que os homens haviam saído cedo para trabalhar. Pelo menos 3 mil pessoas
estão desabrigadas e precisam de alimentos. Para Amaya, a chance de encontrar sobreviventes é
improvável.
MUITO SANGUE
"Estava ao lado, no Corte Inglés [loja de departamentos] e ouvi um barulho forte. Tentamos sair, mas
não pudemos. Vi quatro, cinco corpos no chão e pessoas tentado reanimá-los, e muito sangue", contou
Lily Sution, uma turista holandesa.
"Quando tudo aconteceu, saí correndo e vi destroços, quatro corpos no chão, pessoas socorrendo,
gente chorando e também havia muitos estrangeiros que perderam os seus familiares", contou à AFP
Xavi Pérez, de 26 anos e balconista.
Dois suspeitos foram detidos. O primeiro foi identificado pela Polícia como Driss Oukabir, disse à AFP
um porta-voz do sindicato policial SUP. Depois, o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont,
informou um segundo detido, sem dar maiores detalhes.
Este ataque remete a outros atentados terroristas na Europa com veículos, como o de Nice em 14 de
julho de 2016, quando um caminhão conduzido por um tunisiano foi lançado contra a multidão, matando
86 pessoas e deixando mais de 400 feridos.
O atentado provocou uma dura condenação da Casa Real espanhola.
"São uns assassinos, simplesmente uns criminosos que não vão nos aterrorizar. Toda a Espanha é
Barcelona. Las Ramblas voltarão a ser de todos", reagiu o Palácio real no Twitter.
"Os terroristas nunca derrotarão um povo unido que ama a liberdade diante da barbárie", assinalou o
chefe de Governo, Mariano Rajoy, que se deslocava até Barcelona junto com a sua vice-presidente e o
ministro do Interior, confirmou um porta-voz do governo à AFP.
CENAS DE PÂNICO
Enquanto a área de Las Ramblas na segunda cidade espanhola se mantinha cercada por um cordão
de segurança, a Polícia pediu à população que evitasse se deslocar. Inúmeros veículos de emergência e
policiais estavam no local, constatou um jornalista da AFP.
Em meio a cenas de pânico, alguns feridos foram levados ao Corte Inglés, aparentemente para receber
os primeiros socorros, indicou um jornalista da AFP. Os policiais pediam às lojas próximas ao local que
deixassem os pedestres entrar e fechassem as portas.
Outros agentes evacuaram a Praça Catalunha, enquanto diziam por alto-falantes: "ataque terrorista".
As autoridades ordenaram o fechamento das estações de metrô e de trem próximas à zona, enquanto
cancelavam todas as "atividades lúdicas" do dia na cidade.
64
AGENCE PRESSE-FRANCE. Atentado com van em Barcelona deixa 13 mortos e mais de 100 feridos. Em.com.br Internacional. Disponível em:
<http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2017/08/17/interna_internacional,892860/atentado-com-van-em-barcelona-deixa-13-mortos-e-mais-de-100-
feridos.shtml> Acesso em 18 de agosto de 2017.
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Condenação internacional
O ataque também foi condenado internacionalmente.
"Estamos consternados com o ataque em Barcelona. O Brasil se solidariza com o povo espanhol.
Nossos sentimentos à família das vítimas", escreveu o presidente Michel Temer em sua conta no Twitter.
"Os Estados Unidos condenam o ataque terrorista em Barcelona, na Espanha, e farão todo o
necessário para ajudar", tuitou o presidente Donald Trump.
O presidente francês, Emmanuel Macron, transmitiu "a solidariedade da França às vítimas", enquanto
a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que seu país "apoia a Espanha contra o terrorismo".
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu que o mundo se una "em uma batalha intransigente contra
as forças do terror", após o violento ataque em Barcelona, informou o Kremlin.
"Nós pensamos com profunda tristeza nas vítimas do ataque revoltante de Barcelona - com
solidariedade e amizade nos espanhóis", escreveu Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã, Angela
Merkel, em sua conta no Twitter.
A Espanha, terceiro destino turístico mundial, permaneceu até agora à margem da onda dos atentados
do grupo Estado Islâmico em grandes cidade europeias como Paris, Bruxelas, Londres, Nice e Berlim.
Mas em 11 de março de 2004 sofreu os atentados extremistas mais sangrentos cometidos na Europa,
quando cerca de 10 bombas explodiram em vários trens de Madri deixando quase 200 mortos. Os ataques
foram reivindicados em nome da Al-Qaeda por uma célula islamita radical.
65
O GLOBO. Tempestade tropical Harvey chega à Louisiania, já em estado de emergência. O Globo, Mundo. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/mundo/2017/08/30/2273-tempestade-tropical-harvey-chega-louisiana-ja-em-estado-de-
emergencia?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 31 de agosto de 2017.
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que devem castigar a área com "enchentes prolongadas, perigosas e potencialmente catastróficas na
próxima semana", de acordo com o NWS.
66
AGÊNCIA BRASIL E EFE. Coreia do Norte anuncia teste com bomba de hidrogênio. Época Negócios. Disponível em:
<http://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2017/09/coreia-do-norte-anuncia-teste-com-bomba-de-
hidrogenio.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=post> Acesso em 04 de setembro de 2017.
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De acordo com a Casa Branca, o presidente norte-americano, Donald Trump, telefonou para o
primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para conversar sobre uma possível medida para "maximizar a
pressão sobre a Coreia do Norte".
Na conversa, os dois líderes reafirmaram a importância de uma estreita cooperação entre os Estados
Unidos, a Coreia do Sul e o Japão diante da "crescente ameaça dos norte-coreanos" e ainda destacaram
que medidas serão discutidas na Assembleia Geral da ONU.
No Twitter, Trump disse que as palavras e ações da Coreia do Norte continuam sendo muito hostis e
perigosas para os Estados Unidos. O republicano ainda disse que o país se tornou uma grande ameaça
e um constrangimento para a China. Além disso, Trump convocou uma reunião de emergência do
Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca para tratar o teste da Coreia do Norte.
Por sua vez, o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, anunciou que irá "preparar
uma série de sanções, que apresentarei ao presidente" para punir os norte-coreanos.
"Aqueles que fazem negócios com eles (Coreia do Norte) não poderão fazer negócios conosco.
Trabalharemos com nossos aliados. Trabalharemos com a China", indicou ele.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que "a Coreia do Norte ignorou a
oposição da comunidade internacional efetuando um novo teste nuclear. O governo chinês expressa forte
oposição e forte condenação".
"Nós recomendamos que a Coreia do Norte olhe para o forte desejo expressado pela comunidade
internacional sobre a questão da desnuclearização, apoiada seriamente pelo Conselho de Segurança da
Onu, para evitar tomar as ações erradas que pioram a situação", acrescentou.
Já o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que o novo teste nuclear foi "uma ameaça de
segurança séria e imediata" que "aumenta ainda mais o perigo do regime" e "compromete seriamente a
paz e a segurança no país".
Por sua vez, a Otan se disse preocupada com as ações "desestabilizadoras de Pyongyang", porque
representam uma "ameaça para a segurança nacional e internacional". "A Coreia do Norte cessa
imediatamente todas as atividades nucleares, balísticas, totalmente verificáveis e irreversíveis existentes
e retoma o diálogo com a comunidade internacional", ressaltou Jens Stoltenberg, secretário-geral da
Otan. A União Europeia definiu o teste como uma "grave provocação" e acrescentou que se trata de uma
nova violação "direta e inaceitável" das obrigações internacionais de Pyongyang.
"A mensagem da União Europeia é clara: a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) deve
abandonar os seus programas nucleares, de armas de destruição em massa e de mísseis balísticos de
forma completa, verificável e irreversível e pôr fim imediatamente a todas as atividades relacionadas",
afirmou em comunicado a representante da União para Assuntos Exteriores, Federica Mogherini. O
Ministério das Relações Exteriores da Rússia pediu calma e que todos os envolvidos mantenham o
diálogo. Por sua vez, o presidente sul-coreano Moon Jae-in, disse que Seul "nunca permitirá que a Coreia
do Norte continue avançando com suas tecnologias nucleares e de mísseis", segundo a agência local
"Yonhap".
67
AFP. Confiscadas possíveis cédulas censitárias para referendo na Catalunha. Jornal de Santa Catarina. Disponível em: <
http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/mundo/noticia/2017/09/confiscadas-possiveis-cedulas-censitarias-para-referendo-na-catalunha-9906409.html> Acesso
em 21 de setembro de 2017.
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Estes manifestantes foram retirados por agentes da Polícia catalã, segundo constatou um jornalista da
AFP.
O material será levado a dependências judiciais para determinar se efetivamente tratam-se de cédulas
censitárias, o que poderia acarretar em sanções ao responsável da empresa transportadora como
"cooperador necessário de um crime de malversação de bens públicos".
As instituições espanholas aumentaram as ações para impedir a realização do referendo: incursões
em locais de impressão e que possam fornecer material eleitoral, e citações da Procuradoria a prefeitos
dispostos a permitir a votação, entre outras medidas.
A Guarda Civil confiscou no domingo, próximo a Barcelona, 1,3 milhão de panfletos, folhetos e cartazes
para o referendo.
Os separatistas são maioria no Parlamento catalão desde 2015, mas a sociedade catalã se mostra
muito dividida diante da independência desta região de 7,5 milhões de habitantes, segundo as pesquisas.
Nas eleições regionais de 2015, os separatistas obtiveram 47,6% dos votos, e os defensores de
permanecer na Espanha, 51,28%. Mas 70% dos catalães são a favor de acabar com a questão por meio
de um referendo legal, segundo as pesquisas.
EUA substituem veto migratório por restrição a 8 países, incluindo Venezuela e Coreia do
Norte68
A medida entrará em vigor no dia 18 de outubro. Sudão foi retirado da lista original e Chade, Coreia
do Norte e Venezuela foram incluídos no novo veto.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, substituiu neste domingo o polêmico veto imigratório
a seis países de maioria muçulmana, que expirou hoje, por um decreto que impõe restrições a oito nações,
entre eles a Venezuela e a Coreia do Norte.
Os países afetados pela nova medida são: Irã, Líbia, Síria, Iêmen, Somália, Chade, Coreia do Norte e
Venezuela. A medida entrará em vigor no dia 18 de outubro.
O veto de Trump, emitido em março, entrou em vigor parcialmente no final de junho e impedia durante
120 dias a entrada nos EUA de refugiados e, durante 90 dias, o de cidadãos de seis países de maioria
muçulmana (Irã, Somália, Sudão, Síria, Iêmen e Líbia).
O Tribunal Supremo dos EUA permitiu sua entrada em vigor e deu liberdade ao Executivo para definir
suas próprias normas de aplicação, ainda que em uma audiência programada para o dia 10 de outubro
estudará sua legalidade a fundo.
"As novas restrições se baseiam em uma revisão mundial em função da informação de que as nações
afetadas compartilham com os EUA, e não em critérios de religião ou raça", explicaram funcionários de
alto escalão do Governo em coletiva de imprensa.
"As restrições são vitais para a segurança nacional", destacou um desses funcionários.
"Portanto, se somam à lista Chade, Coreia do Norte e Venezuela, saindo dela o Sudão devido a seu
"melhor nível de cooperação" com as autoridades americanas", explicaram os representantes do Governo
na coletiva.
"A Venezuela foi incluída porque seu Governo não coopera em verificar se os seus cidadãos
representam ameaça para a segurança nacional ou para a segurança pública", segundo a ordem emitida
por Trump.
"Logo, as restrições se centram em funcionários do Governo da Venezuela que são responsáveis pelas
deficiências identificadas", acrescentaram na coletiva os representantes do Executivo americano.
Trump emitiu uma primeira versão do veto migratório no dia 27 de janeiro, mas teve que assinar outro
decreto em março para substituí-lo e restringi-lo, por causa dos contínuos revezes judiciais.
O segundo decreto, diferente do anterior, deixou de fora os cidadãos do Iraque e modificou a provisão
sobre os refugiados sírios, ao proibir sua entrada no país durante 120 dias e não de maneira indefinida,
como estabelecia o veto original.
Maduro pede que militares 'lubrifiquem' fuzis diante de ameaça dos EUA69
Em agosto, Trump não descartou a possibilidade do uso da força para pressionar Caracas a
restabelecer a democracia
CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apelou nesta terça-feira, 26, às Forças
Armadas para que "lubrifiquem" os fuzis diante das ameaças do presidente americano, Donald Trump.
68
AGENCIA EFE. EUA substituem veto migratório por restrição a 8 países, incluindo Venezuela e Coreia do Norte. G1, Mundo. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/eua-substituem-veto-migratorio-por-restricao-a-8-paises-incluindo-venezuela-e-coreia-do-norte.ghtml> Acesso em 25 de
setembro de 2017.
69
O ESTADO DE S.PAULO. Maduro pede que militares ‘lubrifiquem’ fuzis diante de ameaça dos EUA. Estadão, Internacional. Disponível em:
<http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,maduro-pede-que-militares-lubrifiquem-fuzis-diante-de-ameaca-dos-eua,70002017182> Acesso em 27 de
setembro de 2017.
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"Estamos sendo ameaçados descaradamente pelo império mais criminoso que já existiu e temos a
obrigação de nos preparar para garantir a paz", disse Maduro durante uma cerimônia na base aérea
Libertador, na cidade de Maracay (norte).
Dois dias após Trump incluir a Venezuela na lista de países com restrições para viagens aos Estados
Unidos, Maduro destacou que para obter a "prosperidade" é necessário "ter os fuzis, os mísseis e os
tanques bem lubrificados, preparados (...) para defender cada palmo do território" venezuelano.
Em agosto, Trump não descartou a possibilidade do uso da força para pressionar Caracas a
restabelecer a democracia. "O futuro da humanidade não pode ser o mundo das sanções ilegais, da
perseguição econômica", assinalou Maduro, vestido com uma camisa verde oliva e uma boina militar.
O líder venezuelano pediu às Forças Armadas "máxima lealdade", enquanto centenas de soldados
realizavam manobras terrestres e aéreas, incluindo um desembarque de tropas e combates corpo a
corpo.
Aviões de fabricação russa sobrevoaram a base durante a cerimônia, na qual também desfilaram
tanques, veículos blindados e mísseis.
"A Venezuela conta hoje com o sistema de mísseis mais moderno que as Forças Armadas já
possuíram em sua história", destacou Maduro, em claro desafio a Trump, que considera o líder chavista
de "ditador".
Sanções. "Tenho esperança de que nossos amigos na União Europeia seguirão em breve os Estados
Unidos, o Canadá e muitas outras nações latino-americanas na sanção ao regime de (o presidente
Nicolás) Maduro", disse hoje Trump em uma entrevista coletiva com o chefe de governo espanhol,
Mariano Rajoy.
O presidente americano afirmou que na Venezuela a população "tem suportado uma fome imensa,
sofrimentos e perigos, além de instabilidade política" sob o que denominou de "um opressivo regime
socialista".
Rajoy, por sua vez, disse que em uma reunião e um almoço de trabalho que manteve com Trump
compartilharam impressões sobre a "orientação totalitária" na Venezuela, assim como seu "consequente
empobrecimento".
"Constatamos a necessidade de manter a pressão internacional sobre o governo venezuelano", leu
Rajoy. "Estamos liderando na UE a proposta para sancionar a Venezuela."
Na visão de Rajoy, o país sul-americano "está em uma orientação que o leva inevitavelmente a uma
ditadura" e por isso está convencido de que "as sanções são importantes", assim como uma "coalizão
internacional que pressione" o governo de Caracas.
Até o momento somente os Estados Unidos e o Canadá adotaram sanções financeiras ou contra
funcionários do governo venezuelano.
Washington adotou as primeiras sanções contra a Venezuela durante o governo de Barack Obama,
embora Trump tenha endurecido notavelmente as medidas.
No domingo, a Casa Branca vetou a entrada em território americano de certos funcionários
venezuelanos, ao incluir o país em uma lista integrada por Coreia do Norte, Irã, Chade, Líbia, Síria,
Somália e Iêmen.
Na sexta-feira, o governo canadense anunciou a adoção de sanções contra o presidente venezuelano,
Nicolás Maduro, e outros 39 funcionários aos quais responsabilizou pela "deterioração da democracia".
As medidas tomadas pelo governo de Justin Trudeau se referem "ao congelamento de ativos e à
proibição de transações dirigidas a indivíduos específicos", assim como à proibição para os canadenses
de "prestar seus serviços financeiros ou serviços conexos".
O governo venezuelano acusou a Casa Branca de usar o "terrorismo psicológico" com suas sanções
e denunciou o governo canadense por se submeter a uma "subordinação aberrante" a Trump.
Na segunda-feira, o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro,
emitiu um novo relatório sobre a Venezuela, no qual pediu à comunidade internacional que aplique mais
sanções contra o governo de Caracas. / AFP
Questões
01. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP) Com Trump eleito, medo toma conta da
comunidade muçulmana nos EUA
O país elegeu o republicano, querido pela maioria dos movimentos extremistas. Vivem nos EUA 3,3
milhões de muçulmanos, 1% da população. Na comunidade, é forte a fobia de uma Casa Branca sob a
guarda do empresário. (Folha, 12.11.2016. Disponível em: <https://goo.gl/EzXE46>. Adaptado)
Tal fobia deve-se à proposta de campanha de Trump de
(A) vetar a entrada de muçulmanos nos EUA, especialmente de países com histórico terrorista.
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(B) proibir a construção de novas mesquitas no país, impedindo a disseminação da religião.
(C) criminalizar o culto islâmico em espaços públicos, restringindo-o à prática doméstica.
(D) expulsar a população muçulmana estrangeira residente nos EUA, cassando os seus vistos.
(E) censurar a utilização de roupas muçulmanas, tais como o véu utilizado por mulheres.
05. (Câmara de Maria Helena – Advogado – FAUL) Votada recentemente pelo Senado Federal, a
chamada PEC 55 gerou uma série de protestos por todo o país. Assinale a alternativa que melhor define
essa PEC:
a) Medida provisória que promove alterações na estrutura do Ensino Médio, última etapa da educação
básica nacional.
b) Processo instaurado com base em denúncia de crime de responsabilidade contra alta autoridade
do poder executivo.
c) Proposta que altera a Constituição Federal e institui um novo regime fiscal no país, estabelecendo
um limite para os gastos do governo.
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d) Trata-se da maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já conheceu,
centralizada em recursos desviados da Petrobras.
06. (Prefeitura de Cipotânea – MG – Enfermeiro - REIS & REIS/) “Apontada como um mecanismo
importante de financiamento cultural no Brasil, a ________________ é constantemente alvo de críticas e
voltou ao debate nacional por causa da extinção – agora revertida – do Ministério da Cultura na gestão
interina de Michel Temer. Esta Lei foi criada em 1991, durante o governo Collor, e permite que produtores
e instituições captem, junto a pessoas físicas e jurídicas, recursos para financiar projetos culturais. O valor
destinado a esses projetos pode ser deduzido integralmente do Imposto de Renda a pagar.”
Marque a alternativa que completa corretamente o enunciado acima:
(A) Lei Collor.
(B) Lei Rouanet.
(C) Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
(D) Lei Echer.
07. (TJ-SP – Assistente Social Jurídico – Vunesp) O presidente Michel Temer sancionou na noite
desta sexta-feira o projeto de lei que regulamenta a terceirização no país.
A iniciativa foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” e inclui vetos parciais a três pontos
da proposta.
(Folha de S.Paulo, 31.03.2017)
O projeto de lei sancionado
(A) Isenta as empresas contratantes e contratadas dos serviços terceirizados de qualquer ação no
âmbito da Justiça do Trabalho e determina que todos os trabalhadores terceirizados devem se constituir
em microempresários, dessa forma responsáveis pelos tributos relacionados ao trabalho.
(B) Determina que todas as empresas privadas podem terceirizar qualquer atividade profissional,
desde que todos os direitos trabalhistas sejam respeitados, e veta a utilização de trabalho terceirizado
para as empresas de economia mista e a administração pública, com exceção para a área de saúde.
(C) Limita a terceirização do trabalhador à denominada atividade-meio e, em caso de litígio trabalhista,
as empresas contratadas e contratantes devem ser acionadas conjuntamente na Justiça do Trabalho e
dividirão os custos das indenizações relacionadas a tais processos.
(D) Impede que a empresa de terceirização subcontrate outras empresas, prática denominada de
quarteirização, e amplia os direitos trabalhistas dos funcionários das empresas de terceirização, por
exemplo o aumento da multa sobre o valor dos depósitos do FGTS em caso de demissão sem justa
causa.
(E) Permite a terceirização de todas as atividades e autoriza a empresa de terceirização a subcontratar
outras empresas para realizar serviços de contratação, remuneração e direção do trabalho e atribui à
empresa terceirizada, em casos de ações trabalhistas, o pagamento dos direitos questionados na Justiça,
se houver condenação.
08. (CRBio-1ª Região – Auxiliar Administrativo – Vunesp ) O ministro (...) foi escolhido para ser o
novo relator dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), em sorteio
realizado nesta quinta-feira (02.02) por determinação da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
O ministro vai herdar os processos ligados à operação que estavam com o ministro Teori Zavaski,
morto num acidente aéreo em janeiro. Estavam sob a relatoria de Teori 16 denúncias e outros 58
inquéritos relacionados à Lava Jato.
(Uol, https://goo.gl/NANZYF, 02.02.2017. Adaptado)
O novo relator escolhido por sorteio é o ministro
09. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp) A crise atual entre os EUA e a Coreia do
Norte se intensificou em 8 de abril, quando, após um teste de míssil frustrado pela Coreia do Norte,
Trump disse ter enviado uma “armada muito poderosa” para a península coreana, uma referência ao
porta-aviões USS Carl Vinson e a um grupo tático.
(G1, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/20hQJx>. Adaptado)
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Entre as reações da Coreia do Norte a essa ação norte-americana, é correto identificar
(A) a decisão de interromper o programa nuclear, o convite público a agentes de inspeção da ONU e
a aproximação com os países vizinhos.
(B) a ruptura com a moderada e conciliatória China, a ameaça de invasão da Coreia do Sul e a
hostilização do Japão.
(C) o seu desligamento da ONU, a expulsão dos diplomatas dos países ocidentais e a aliança com
outros países comunistas.
(D) o pedido de intermediação da China, o recurso à ONU para negociação e o aceno aos EUA com
uma proposta de acordo.
(E) a exibição pública do seu arsenal militar, a realização de novos testes de mísseis e a ameaça de
um ataque nuclear preventivo.
10. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp) Os chanceleres dos países fundadores do
Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) farão uma reunião de emergência neste sábado [1
de abril] em Buenos Aires para discutir sua reação à situação da Venezuela. O tema central deverá
ser a suspensão do país do bloco econômico. É possível que se discuta uma medida ainda mais dura:
a expulsão.
(Estadão, 31.03.17. Disponível em: <https://goo.gl/w9Pv4N> . Adaptado)
Essa possível suspensão ou expulsão deve-se
(A) à aplicação da cláusula democrática, que determina alguma sanção nos casos de interrupção da
ordem democrática, como estaria ocorrendo na Venezuela.
(B) à realização de práticas irregulares de protecionismo e renúncia fiscal na Venezuela, contrariando
as políticas de livre comércio do bloco.
(C) à recusa da Venezuela em aceitar as propostas que visam à construção de uma moeda única para
o bloco, o que atrasa o processo de integração.
(D) aos obstáculos impostos pela Venezuela às negociações dos tratados de comércio com os EUA,
destoando das decisões dos outros países do bloco.
(E) à iminência de guerra civil por conta da profunda crise social que atinge a Venezuela, retirando o
país da situação de paz interna exigida pelo bloco.
11. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp ) O governo endureceu as negociações com
os parlamentares e deu um basta a novas concessões na reforma da Previdência, rejeitando assim
o lobby pesado de algumas categorias do serviço público, sobretudo com altos salários.
(O Globo, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/E79kQQ> . Adaptado)
(A) a aplicação do fator previdenciário para servidores públicos e o direito à aposentadoria com menos
anos de contribuição do que os trabalhadores privados.
(B) a integralidade, que garante a aposentadoria com o último salário da carreira, e a paridade, que
garante ao servidor aposentado reajustes salarias iguais ao do pessoal da ativa.
(C) o período mínimo de 25 anos de contribuição, que passaria para 35 com a reforma, e o mínimo de
50 anos de idade para aposentar-se, que poderia aumentar para 60 anos.
(D) a estabilidade após dez anos de serviço e o pagamento, aos filhos, de pensão integral vitalícia no
caso de servidores públicos que venham a falecer.
(E) a não contribuição dos servidores com o INSS, destinado apenas à aposentadoria na iniciativa
privada, e o direito ao aumento real anual no valor da aposentadoria.
Respostas
01. Resposta: A.
"Vivem nos EUA 3,3 milhões de islâmicos, 1% da população. Na comunidade, é forte a fobia de uma
Casa Branca sob a guarda do empresário que prometeu dar um pontapé no “politicamente correto” e vetar
a entrada de islâmicos no país.
Trump enviou a ideia na esteira de atentados como o de San Bernardino e Orlando, cometidos por
adeptos dessa fé que, contudo, já eram naturalizados ou nascidos no país.
Ainda não se sabe como e se ele vai fazer tudo o que prometeu durante a campanha. O republicano
já havia recuado da proposta em parte, declarando que só baniria islâmicos de países com histórico
terrorista, como refugiados sírios."
(http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/11/1831788-com-trump-eleito-medo-toma-conta-da-
comunidade-muculmana-nos-eua.shtml)
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02. Resposta: A.
Segundo Calero, Geddel o procurou, em ao menos cinco ocasiões, em busca de conseguir, junto ao
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a liberação de um projeto imobiliário em área
tombada de Salvador, na Bahia. Vieira Lima afirmou para Calero ser dono de um apartamento no prédio,
que dependia de aprovação federal, após ter sido liberado pelo Iphan da Bahia, comandado por seus
aliados.
03. Resposta: D.
I. Errado - Sérgio Moro é juiz federal, e não promotor público.
II. Correto.
III. Errado - A operação tem esse nome porque, em seus primórdios, os grupos faziam uso de uma
rede de lavanderias em Brasília e postos de combustíveis para movimentar os valores oriundos de suas
práticas criminosas.
04. Resposta: C.
A Comissão Especial do Impeachment aprovou em sessão nesta quinta-feira (4), por 14 favoráveis e
5 contrários, o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) que diz que a presidente afastada
Dilma Rousseff cometeu ilegalidades e recomenda que o caso seja levado a julgamento final.
Com a decisão, se encerraram os trabalhos da Comissão de Impeachment. A sessão durou quase três
horas, e 22 senadores discursaram. O parecer do relator Anastasia será agora votado pelo plenário
principal do Senado em sessão prevista para a próxima terça-feira (9). Se a maioria simples dos
senadores também aprovar o relatório de Anastasia, Dilma será levada a julgamento final, com início
previsto para o final deste mês.
Dos 21 integrantes da comissão, 20 tinham direito a voto, porque Raimundo Lira, presidente do
colegiado, só votaria em caso de empate. No entanto, foram registrados somente 19 votos porque o
senador Wellington Fagundes (PR-MT) não compareceu à votação por motivos pessoais e suplente dele,
Eduardo Amorim (PSC-SE), também não estava presente.
(http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/08/por-14-votos-5-comissao-especial-recomenda-que-dilma-
seja-julgada.html)
05. Resposta: C
A PEC 55 “institui o Novo Regime Fiscal no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da
União, que vigorará por 20 exercícios financeiros, existindo limites individualizados para as despesas
primárias de cada um dos três Poderes, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União”
(fonte: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/127337)
06. Resposta: B
Segue na íntegra a notícia onde ainda há debates a respeito da lei Rouanet (Referência: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36364789> Acesso em 21 de junho de 2017.).
07. Resposta: E
Seria algo como uma “quarteirização”. As novas regras permitem que uma empresa terceirizada
terceirize o serviço para o qual ela foi contratada ou para que essas empresas encontrem outras para
executar esse serviço. Segue o link explicativo < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-com-
3-vetos-projeto-da-camara-sobre-terceirizacao.ghtml>
08. Resposta: C
Como tem sido recorrente em notícias que envolvem política, é sabido que o ministro Edson Fachin foi
sorteado para a função de relator da Operação Lava Jato no lugar do ministro Teori Zavaski. Segue o link
com uma notícia do dia do sorteio <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,edson-fachin-sera-o-
relator-da-lava-jato-no-stf,70001650453>
09. Resposta: E
Cerca de uma semana após esse episódio, Pyongyang dá uma resposta indireta ao presidente dos
Estados Unidos através de desfile organizado em comemoração à data de aniversário de seu avô. Segue
o link com a notícia na íntegra e imagens do arsenal exibido pelo líder exército norte-coreano.
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10. Resposta: A
A data da questão remete a uma situação anterior. No dia seguinte os países que compõem o Mercosul
usaram a clausula democrática e infligiram nova suspensão à Venezuela (ela já havia sido suspensa em
dezembro de 2016). A nova suspensão é um grande passo em direção à expulsão do país do bloco.
11. Resposta: B
Próximo a data da notícia, Temer já havia feito reuniões para manter a reforma sem alteração, mesmo
com as reivindicações de vários setores. <https://oglobo.globo.com/economia/temer-reune-lideres-
determina-que-texto-da-reforma-da-previdencia-sera-votado-como-esta-21246160> . Após suas
recentes vitórias é provável que a base governista tenha força para aprovar a reforma da maneira que
está.
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