Papel e Celulose - Cozimento
Papel e Celulose - Cozimento
Papel e Celulose - Cozimento
DE TECNOLOGIA
EM CELULOSE E PAPEL MONTHLY JOURNAL OF PULP AND PAPER TECHNOLOGIES - YEAR LXXV, Nº 5, MAY 2014
ANO LXXV Nº 5,
MAIO 2014
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11 3874-2719
EDITORIAL
SERGIO SANTORIO
POR PATRÍCIA CAPO,
COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO DA ABTCP
E EDITORA RESPONSÁVEL DE PUBLICAÇÕES
.: (11) 3874-2725
: [email protected]
P I
ode ser que a reflexão proposta neste editorial já tenha passado pela t is possible that the reflection proposed in this editorial has crossed the minds
imaginação de muitos leitores, mas como nós, seres humanos, preci- of many readers. However, like us, human beings, who have to remember
samos nos lembrar sempre de tudo o que aprendemos para não dei- everything in order to not erase from memory, I will address the theme of our
xarmos que se apague da memória, abordarei o tema de nossa Reportagem Cover Story – water – in this message under the prism of essential resource.
de Capa – a água – nesta mensagem sob o prisma de um recurso essencial. In our lives, many times we stick more to the form than the essence of things.
Em nossas vidas, muitas vezes nos prendemos mais à forma do que à essência In the world of images that we live in, paying more attention to visual effects is,
de tudo. No mundo das imagens no qual vivemos, prestar atenção aos efeitos by the way, the standard of how we look at the world. But the necessary would
visuais, aliás, é o padrão de nosso olhar para o mundo. Na verdade, porém, be to perceive the essence in everything around us and not exactly the form that
o necessário seria procurar enxergar a essência em tudo à nossa volta, e não involves this essence. After all, without the essential, which is invisible to the
exatamente à forma que envolve essa essência. Afinal, sem o essencial, que é eye, our lives would have no meaning.
invisível aos olhos, nossas vidas não teriam sentido. In this edition of O Papel we’ll be talking about water, an essential resource to
Nesta edição da O Papel estamos falando sobre a água, um recurso essencial the productive process of pulp and paper. And, well aware of value that water has
ao processo produtivo de celulose e papel. Por saberem muito bem do valor que for our industry, is that companies in the sector have become global references
a água tem para nossa indústria, as empresas do setor se tornaram referências in the use and in the research and technologies for reducing consumption of
mundiais no uso e nas pesquisas e tecnologias para reduzir o consumo desse this resource in their production lines. There are, for example, studies being
recurso em suas linhas de produção. Há, por exemplo, estudos sendo desenvol- developed towards producing paper with practically no water.
vidos para fabricar papel praticamente sem água. Water is, therefore, as you will see in this Cover Story, one of the essences of
A água é, portanto, como se poderá ver nesta reportagem, uma das essências paper that passes through machines in a very careful manner, and then treated
do papel a percorrer as máquinas com muito cuidado e também sendo cuidada, to return to the process or the environment, many times cleaner than when it
para retornar ao processo ou ao meio ambiente muitas vezes até mais limpa do entered the mill. Thanks to suppliers and their highly advanced technologies for
que quando adentrou as portas das fábricas. Graças aos fornecedores e suas dealing and treating water, thanks to the development of companies in the forest
mais avançadas tecnologias para lidar com a água e tratá-la, graças ao desen- based sector, which are super advanced in various aspects, any myth can be
volvimento das empresas do setor de base florestal ultra-avançado em diversos fought with facts. (Read this month’s special Cover Story)
aspectos, qualquer mito pode ser combatido com fatos. (Confira a Reportagem Besides the Cover Story, this month’s magazine presents a futuristic interview
de Capa especial nesta edição) about new business introduced as opportunities for the forest-based industry, such as
Além dessa abordagem principal, a revista deste mês traz uma entrevista fu- the production of cellulosic ethanol. This month’s interviewee of O Papel is Raízen’s
turista sobre novos negócios lançados como oportunidades à indústria de base New Technologies manager, Evandro Curtolo da Cruz, who provides details about the
florestal, como a produção de etanol celulósico. Quem falou para a O Papel so- company that’s constructing its first plant to produce this product.
bre o tema foi Evandro Curtolo da Cruz, gerente de Novas Tecnologias da Raízen, In order to understand the dimension of this new business, Raízen – Brazil’s
empresa que está construindo sua primeira planta para gerar essa produção. renewable energy leader and first integrated player in the sugarcane based energy
Para entender a dimensão desse novo negócio, a Raízen – líder em energia sector - is expected to reach a volume of 1 billion liters of clean cellulosic ethanol by
renovável no Brasil e o primeiro player integrado do setor sucroenergético – de- 2024 to supply the market with this biofuel. In the interview to O Papel, Cruz also
verá atingir até 2024 o volume de 1 bilhão de litros de etanol celulósico, a ser talks about future partnerships with Brazil’s pulp and paper industry.
colocado limpo à disposição do mercado. Nesta entrevista à O Papel, Cruz fala, O Papel magazine, which celebrated its 75th anniversary in April, also includes
inclusive, sobre futuras parcerias com a indústria de celulose e papel nacional. many other important features, such as the officialization of the Brazilian Tree
Nossa O Papel, que completou 75 anos em abril passado, traz também outros Industry (Ibá), which stems from the union between other associations like
destaques, como a oficialização da Indústria Brasileira de Árvores, a Ibá, que Bracelpa (Brazilian Pulp and Paper Association ) and others in the forest-based
surgiu da união entre outras associações, como a Associação Brasileira de Celu- segment. (Read the Ibá Column, which was the Bracelpa Column until last
lose e Papel (Bracelpa) e outras do segmento de base florestal. (Leia a Coluna month’s edition of O Papel, to understand the essence of this change, which
Ibá, que era a Coluna Bracelpa até a edição do mês passado da O Papel, e should generate major benefits for the pulp and paper industry). And talking
entenda a essência dessa mudança, que deverá gerar grandes benefícios à about actions aimed at strengthening the sector, there is also the story about
indústria de celulose e papel). Por falar em ações em prol do fortalecimento the launching of Two Sides, a global movement that focuses on explaining how
do setor, veja ainda a reportagem sobre o lançamento do Two Sides, movimento the paper industry functions and its comparative advantages in relation to the
mundial que pretende esclarecer a forma de atuação da indústria papeleira e digital media segment.
suas vantagens comparativas com o segmento das mídias digitais. This month’s O Papel also includes technical notes of high knowledge value
A O Papel deste mês contempla ainda notas técnicas de alto valor em conhe- for professionals looking to stay up-to-date about research and development
cimento aos profissionais que buscam ficar bem informados sobre os avanços advancements in the sector, and includes news about papers, careers and companies
das pesquisas e o desenvolvimento setorial, mostrando as novidades sobre pa- in our industry’s production chain, which have always responded to challenges
péis, carreiras e empresas da cadeia produtiva de nossa indústria, que sempre in a proactive manner to grow!(You can also read 2014’s editions of O Papel
respondeu aos desafios com proatividade para crescer! (Leia também as edi- magazine in digital format on your tablets and smartphones through the
ções de 2014 da revista O Papel disponíveis em formato digital em seus following link www.revistaopapeldigital.org.br or download the “Revista O
tablets e smartphones em www.revistaopapeldigital.org.br ou baixe o apli- Papel” application through AppStore or GooglePlay)
cativo “Revista O Papel” nas lojas AppStore e GooglePlay) Best regards and see you next month!
Um enorme abraço a todos e até a próxima edição!
03 Editorial
DIVULGAÇÃO RAÍZEN
O essencial e a forma
Por Patrícia Capo
06 Entrevista
Raízen constrói a primeira planta de
etanol celulósico e prevê produção
de 1 bilhão de litros até 2024 28 Reportagem de Capa
Com Evandro Curtolo da Cruz, gerente Água tem participação de peso na
de Novas Tecnologias da Raízen
fabricação de celulose e papel
08 Coluna ABPO Avanços tecnológicos e incrementos de gestão dos
Calendário de Cursos ABPO últimos anos ainda não dispensam uso do recurso
no processo fabril, mas trazem perspectivas de
09 Artigo ABPO redução para as próximas décadas
Descarte seletivo Por Caroline Martin – Especial para O Papel
Por Juarez Pereira
43 Nota Técnica
10 Coluna Gestão Empresarial Controle de Tratamento de Água por fosfato
Filosofia e poder na gestão empresarial congruente em caldeiras de força e de
Por Luiz Bersou recuperação baseado em conhecimento
Por Anderson José Beber
14 Coluna Radar
Por Patrícia Capo e Thais Santi 48 Série Técnica Florestal – O Papel/IPEF
Sétimo capítulo - Aumento de pragas e
22 Coluna Indicadores de Preços doenças versus registro de produtos
Por Carlos José Caetano Bacha para florestas plantadas
Por Luis Renato Junqueira
26 Coluna Ibá
Ibá buscará mais competitividade 50 Reportagem Institucional
para o setor Two Sides chega ao Brasil
Por Elizabeth de Carvalhaes Por Thais Santi
REVISTA MENSAL
DE TECNOLOGIA
EM CELULOSE E PAPEL
ANO LXXV Nº 5,
MAIO 2014
MONTHLY JOURNAL OF PULP AND PAPER TECHNOLOGIES - YEAR LXXV, Nº 5, MAY 2014 Ano LXXV Nº5 Maio/2014 - Órgão oficial de divulgação da ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel,
registrada no 4º Cartório de Registro de Títulos e Documentos, com a matrícula número 270.158/93, Livro A.
Year LXXV # 5 May/2014 - ABTCP - Brazilian Technical Association of Pulp and Paper - official divulge organ,
ÁGUA EXERCE FUNÇÃO
registered in the 4th Registry of Registration of Titles and Documents, with the registration number 270.158/93, I liberate A.
INDISPENSÁVEL
66 Diretoria
03 Editorial
Essence and the form
Cover Story
Water still plays an important role
53 Technical Note in pulp and paper production
Wet end optimization to boost white top Technological advancements and management
testliner productivity improvements in recent years still can’t eliminate
this resource from the production process, but offer
57 Interview reduction perspectives for the next decades
Raízen builds its first cellulosic ethanol
ÍNDICE DE ANUNCIANTES
plant and projects a production of 1 billion
liters of ethanol by 2024 ANDRITZ 42
ASHLAND 47
59 Technical Note
Manufacturing of dissolving pulp with CONTECH 21
continuous cooking and novel fiberline
PRODUQUÍMICA 27
technology - Laboratory results and a
comparison to mill results REXNORD 13
Jornalista e Editora Responsável / Journalist and Responsible *Publicação indexada/Indexed Journal: **A Revista O Papel
Editor: Patrícia Capo - MTb 26.351-SP está indexada pelo/ The O Papel Journal is indexed by:
Redação / Report: Thais Santi MTb: 49.280-SP Chemical Abstracts Service (CAS), www.cas.org; no Elsevier,
www.elsevier.com; no Scopus, www.info.scopus.com e
Revisão / Revision: Adriana Pepe e Luigi Pepe The University of Jyvaskyla JYX Repository, www.jyx.jyu.fi
Tradução para o inglês / English Translation: Diálogo Traduções e Okidokie Traduções Os artigos assinados e os conceitos emitidos por entrevistados
Projeto Gráfico / Graphic Design: Juliana Tiemi Sano Sugawara e são de responsabilidade exclusiva dos signatários ou dos emi-
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Impressão / Printing: Eskenazi Indústria Gráfica Ltda.
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Distribuição: Distribuição Nacional pela TREELOG S.A. LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO
DIVULGAÇÃO RAÍZEN
Raízen constrói a primeira planta de etanol
celulósico e prevê produção de 1 bilhão de
litros até 2024
A
Raízen, líder em energia renovável no Brasil e primeiro player o segundo semestre deste ano. Evandro Curtolo da Cruz, gerente de
integrado do setor sucroenergético, iniciou a construção de Novas Tecnologias, afirma que a companhia tem como principal intuito
sua primeira unidade de produção de etanol celulósico no beneficiar-se da sinergia entre a unidade de primeira geração da Raízen
País. A planta, com capacidade anual de 40 milhões de litros com a de segunda, para reduzir custos e aproveitar o sistema logístico
de etanol de segunda geração, está sendo instalada em Piracicaba (SP), já existente na região.
ao lado da unidade Costa Pinto da empresa. Na entrevista concedida à O Papel, o executivo dá mais detalhes
Com investimentos de R$ 230 milhões – divididos entre recursos sobre o projeto, que prevê produzir 1 bilhão de litros de etanol nos
próprios e aporte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômi- próximos anos. Ele fala também sobre futuras parcerias com a indústria
co e Social (BNDES) –, o start-up da nova planta está previsto para de celulose e papel.
Confecção e montagem
Julho/agosto Sede da ABPO 31.07 e 1º.08
de clichês
*Carga horária: 14 horas, sendo que o horário de realização será das 9h às 17h.
Para inscrições, ligue para (11) 3538-2276 ou envie e-mail para [email protected].
A Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) fica na Rua Brigadeiro Gavião Peixoto, 646
Alto da Lapa – São Paulo (SP). Estacionamento no local.
DESCARTE SELETIVO
E
stá em elaboração pelo Grupo de Trabalho – ABNT NBR 16182 – Embalagem e acondicionamen-
GT-1 (Normas e Especificações da ABPO) a to – Simbologia de orientação de descarte seletivo e
Nota Técnica sob o título Descarte Seletivo. identificação de materiais.
A NT-GT-1/15 é uma recomendação para que os A partir de dezembro/2014, todas as embalagens
fabricantes de papelão ondulado imprimam, nas de papelão ondulado deverão ter impresso o sím-
embalagens por eles fabricadas, um símbolo para o bolo do Descarte Seletivo, conforme o desenho em
descarte das embalagens pós-consumo. destaque, indicando que o material da embalagem
Esse símbolo segue os critérios estabelecidos na é reciclável e deve ser descartado de forma seletiva.
Separando já no descarte os materiais de acordo
com sua categoria, o processo seletivo facilitará a
coleta e a destinação para reciclagem, de forma a
criar uma cultura para uma questão que preocupa
a todos – consumidores finais, principalmente – em
relação ao reaproveitamento de materiais reciclá-
veis. Sem essa orientação, todo e qualquer material
de embalagem acabaria nos lixões sanitários: um
desperdício inaceitável.
Além da razão econômica, de muita importância,
existe a razão ecológica, na verdade mais impor-
tante ainda. A reciclagem de papelão ondulado já é
uma realidade entre nós. Nosso índice de reciclagem
já está entre 80% e 90%. Vale registrar que se trata
de um alto índice de reaproveitamento. O descarte
seletivo vem ajudar a mantermos e até mesmo au-
mentarmos esse percentual.
A NT- GT-1/15 traz informações aos fabricantes de
papelão ondulado sobre os locais para a impressão
do símbolo. Igualmente, a ABNT NBR 16182, mais
abrangente, apresenta, também, a simbologia para
outros materiais. n
gência para as equipes. Parte das respostas que procuramos e que não Filosofia e conhecimento na Poder e propósito na
encontramos no campo da Administração é encontrada no campo da empresa empresa
Filosofia. Dessa forma, é interessante trabalharmos a questão da cons- 1. Saber avaliar a qualidade do 1. Conseguir produzir resultados,
trução do poder na organização, para fazer as coisas acontecerem a jogo estratégico e de mercado pois está capacitado ao
partir de elementos de Filosofia e de entendimento e comunicação. Va- que a empresa pratica. exercício do poder.
mos nos lembrar aqui de que uma das buscas da Filosofia é o do pleno 2. Estabelecer a alma da 2. Conseguir converter capital
entendimento das coisas, as quais, a partir do pleno entendimento, po- empresa, a vontade e as em mais capital.
dem ser mais bem comunicadas, de modo a gerar comando e resposta. atitudes conjuntas. 3. O poder do líder é soma
As tabelas apresentadas a seguir têm por objetivo demonstrar que 3. Saber dominar e manter a virtuosa dos poderes dos
as soluções requeridas estão em nós mesmos: todos temos recursos qualidade e convergência de colaboradores que fazem o
para otimizar a administração, mas o que mais necessitamos fazer é todos os que estão no jogo. jogo e suas atitudes.
aprofundar nossos próprios questionamentos. 4. Sincronizar ações, origens e 4. O poder se conecta em cascata
aplicações de recursos. pelo grau de consciência dos
Filosofia, conhecimento e poder para fazer as coisas acon- 5. Fazer o alargamento dos que fazem o jogo.
tecerem horizontes de cada um que
Tratamos neste item dos fundamentos sobre o que é conhecimento e está na empresa.
de como esse conhecimento pode transformar-se em poder para fazer
as coisas acontecerem na organização. Prêmio Nobel de Economia 2012 – Poder e propósito na empresa
Partindo do princípio de que o que fazemos é sempre a adminis-
áâ tração da escassez de recursos, precisamos de fundamentos mais
Filosofia e Poder para fazer as coisas avançados de conscientização e convergência de ação das equipes
conhecimento acontecerem em função dos recursos disponíveis, pois cada um contribui para
1. Amor à sabedoria. 1. Capacidade de defender uma usar os recursos disponíveis da melhor maneira possível. Na prá-
2. Entendimento das coisas. teoria, uma sabedoria. tica, raramente isso acontece. Podemos ter aqui muita diferença
3. Respeito ao conhecimento. 2. Capacidade de defender um de resultados.
4. Amor ao alargamento dos raciocínio estratégico. Conhecimento na empresa Poder e propósito na
horizontes. 3. Capacidade de defender um 1. Consciência plena entre todos empresa
5. Verdade e meritocracia. raciocínio operacional. os colaboradores que fazem o 1. Visão plena dos que fazem o
6. Respeito às várias formas de 4. Habilidade de conduzir o jogo da empresa da escassez de jogo dos recursos financeiros
pensar. pensamento dos outros e recursos. disponíveis.
7. Perseverança na análise. sustentar o estado de atitude. 2. Maturidade de equipe formada 2. Garantia na aplicação de
8. Domínio da linguagem. 5. Capacidade de conduzir sem a partir da percepção do valor recurso no retorno mais
9. Respeito aos valores morais. alternativa para a agitação do dinheiro e da escassez de rápido; maturidade e visão
10. Respeito aos valores estéticos, paralisante. recursos. de conjunto dos que fazem
ao belo – que representa rigor. 6. Capacidade de fazer grupos 3. Maturidade e sincronia entre o jogo.
trabalharem coesos. origens e aplicações de recursos 3. Velocidade em todos os
7. Capacidade de fazer o que é à medida que o recurso for sendo processos por sincronia
preciso. gerado, passo a passo. entre os que fazem o jogo.
4. Domínio do capital de giro dos 4. Respeito ao valor do
Percebemos nessa tabela em destaque a correlação próxima que variáveis, das contas mutantes dinheiro e ao seu uso
existe entre Filosofia, conhecimento e poder. Trata-se, então, de temas e do fluxo de caixa em tempo parcimonioso; gastar o que
que merecem estudo e reflexão. Sendo assim, vale refletir sobre a se- real compartilhado com os tem.
guinte questão: o que podemos tirar daqui para melhorar a administra- colaboradores que fazem o jogo. 5. Qualidade na transformação
ção das empresas? de capital em mais capital.
consciência e motivação das equipes de modo geral, o que muda a Análise de risco da capacitação para o poder, conceito de entre-
ação das lideranças. ga, princípios e condição de sincronia
Pesquisas mostram que um dos principais fatores do “não acontecer”
Poder por titulação Poder por coerência natural nas organizações é a ausência da análise de risco do que está presente nos
1. Por nomeação. 1. Fruto de coerência e atitude principais fatores a estruturar os princípios na empresa. Esse problema é
2. Por condição hierárquica. natural na relação com os particularmente grave na administração pública. Não há entrega aqui.
3. Liderança de direito. subordinados. Jogo e in- Jogo e in- Jogo e Jogo e in- Jogo e in-
4. Comando e controle. 2. Fruto de liderança por teligência teligência inteligência teligência teligência
5. Taylorismo na gestão, divisão aprendizado compartilhado. estratégica comercial operacional psicoemo- de capital
do trabalho. 3. Preocupação com os estados 1. Coerência 1. Qualifi- 1. Estrutura cional 1. Sincro-
com os cação de de recur- 1. Atitude, nia de
de consciência daqueles que
objetivos. objetivos. sos para con- origens e
fazem o jogo da empresa.
2. Coerência 2. Metodo- responder fiança, aplica-
4. Valorização dos grupos com a in- logia de ao jogo ções.
relacio-
operativos. tensidade acompa- comercial. namento.
competi- nhamento 2. Estrutura 2. Capaci-
Capacitação para o poder de fazer acontecer – Sincronia tiva. de objeti- de equipe dade de
3. Coerência vos. para trabalhar
“Objetivos Ú Princípios Ú Poder”
com a exi- 3. Desenvol- responder em
O tema mais presente é sempre a questão das dificuldades das altas gência de vimento ao jogo equipe.
lideranças em obter resposta ao comando. Em ambientes complexos, inovação. em me- comercial.
a resposta ao comando não passa mais pelo taylorismo na adminis- 4. Coerência todologia
tração. Os horizontes são amplos, há visão de conjunto e relações in- com a de venda
capaci- para
ternas/externas de cliente e fornecedor. A constante revisão do jogo ao
dade de garantir
qual os colaboradores aderem passa a ser o fundamento de gestão. responder a venda
Não há poder de fazer acontecer se os fundamentos dos Princípios ao capital. fácil.
4. Funda-
não estão estabelecidos.
mentos
completos
Objetivos Princípios Poder
de gestão
1. Existem? 1. Existe a Teoria de 1. O que é
comercial.
2. Estão bem Jogo? definição e
estabelecidos? 2. Existe o modelo instituição de Modelo de análise, modelo de gestão – monotonia e complexi-
3. Cada um tem de análise que vai poder?
dade
seus próprios ordenar a qualidade 2. O que é
objetivos? da informação e o capacitação A estruturação do comando passa necessária e prioritariamente pelos ri-
4. São comuns a processo de tomada para o poder? tuais de análise da qualidade e desempenho do negócio. Modelos de análise
todos? de decisão? 3. Que poder vem necessariamente devem acontecer antes dos organogramas operacionais.
5. Existe 3. Existe o modelo de do capital? Estruturação de informação é fator prévio ao organograma operacional.
consciência gestão no qual se 4. Que poder vem
Modelo de Modelo de Regimes Regimes
individual e insere o planejamento das relações
coletiva em decorrente das estabelecidas? análise gestão monótonos complexos
relação aos respostas do modelo 5. Que poder vem 1. Trabalha a 1. Define o 1. Cortes men- 1. Fechamento
objetivos? de análise? das hierarquias forma de se organogra- sais para ve- para cada
4. Qual a principal estabelecidas? interpretar o ma a partir rificação de atividade
base de qualidade 6. Que poder vem jogo. do modelo resultados. imediata-
dos princípios? da comunhão 2. Define a de análise. 2. Controle mente ao
Atitudes e estados de de objetivos convergên- 2. Define a de gestão fim do ciclo.
consciência. e princípios cia das es- gestão a tradicional. 2. Controle
5. Quais fundamentos praticados truturas de partir do 3. Gestão por de gestão
de relacionamento pelas equipes? informação. modelo de conta- por ponto
e posicionamentos 3. Define a análise. bilidade flutuante.
cliente e fornecedores síntese de 3. Define pla- tradicional. 3. Gestão por
estão estabelecidos? informações nejamento conta-
6. As cadeias de pertinentes. e respostas bilidade
processos com seus das cadeias tradicional.
objetivos estão de processo.
estabelecidas? 4. Base dos
processos
PO-GO.
Poder e resposta ao comando – FrontOffice e BackOffice pois cada vez mais saímos de um estilo de gestão em que o comando
Há no Brasil valorização excessiva das áreas de BackOffice (admi- direto sempre se fez presente e evoluímos para um estilo de gestão em
nistrativas). Essas áreas em geral recebem muito mais informação para que os princípios e os fundamentos que devem reger o funcionamento
poder trabalhar do que as de FrontOffice (atendimento/relacionamen- da empresa passam a ter uma presença muito maior. Trata-se de um
to). Com essa valorização excessiva, a gestão fica fragmentada, passan- grande problema de comunicação e formação de quadros, porque em
do a existir duas empresas, e não apenas uma. empresas complexas cada colaborador, nos seus arranjos produtivos,
O FrontOffice, onde há a produção de resultados, segue trabalhando precisa ter mais capacidade e autonomia para fazer sua parte sem pre-
muitas vezes às cegas, sem informação suficiente, prejudicando o desem- cisar do comando direto a cada instante.
penho no trabalho. Por sua vez, o BackOffice fica com informação apenas A abordagem da Filosofia passa a ser importante porque chegamos a
de controles e consegue gerar decisões de qualidade em relação ao traba- uma situação em que o comando direto não consegue mais cobrir todas
lho produtivo somente com muita dificuldade e pesquisa de informação. as variáveis de gestão que se apresentam a cada dia. Como decorrên-
cia, as extensões naturais do comando direto e os recursos de cada
A mensagem do presente texto equipe precisam entender onde estão para que todos funcionem como
O tema “Filosofia” toma seu devido lugar na gestão empresarial, se fossem os músicos de uma orquestra sinfônica. n
AÇÕES INSTITUCIONAIS
Nova Diretoria da Abemi
Resíduos sólidos A Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) ele-
Fernando Haddad, prefeito do município de São Paulo, ini- geu a nova Diretoria e o novo Conselho de Administração para
ciou a implantação do Plano Municipal de Resíduos Sólidos. o biênio 2014-2016. Antonio Ernesto Ferreira Müller,
O objetivo é reduzir, nos próximos 20 anos, de 98,2% para da Tridimensional Engenharia S.A., e Márcio Alberto Can-
20% o volume de lixo despejado nos aterros sanitários pela cellara, da Projectus Consultoria Ltda., continuam, respecti-
maior capital do País e também maior cidade da América vamente, nos cargos de diretor presidente e vice da entidade.
Fonte: Abemi
Latina. Para tanto, o governo distribuirá gratuitamente 2 mil
equipamentos para que as pessoas façam compostagem em
suas casas. Outra meta importante consiste no aumento da
AQUISIÇÕES & FUSÕES
coleta pública seletiva de secos, que passará de 1,8% para Líder de máquinas
10% até 2016, por meio da extensão do serviço para os 96
distritos do município, e na construção de quatro centrais cortadeiras
mecanizadas de triagem. A MarquipWardUnited Inc., empresa do grupo Barry-Wehmil-
Fonte: MMA ler, adquiriu as operações das empresas Körber AG’s Papersys-
tems: E.C.H. Will GmbH, Pemco Inc. e Kugler-Womako GmbH.
A negociação aguarda apenas a aprovação das respectivas
Responsabilidade social autoridades antitruste para ser definitivamente consolidada.
A Eldorado Brasil Celulose entregou 13 computadores para
A aquisição das empresas ampliará a base instalada de cortadei-
o Centro de Educação Infantil Olivalto Elias da Silva e outros
ras da MarquipWardUnited, estabelecendo a BW Papersystems. A
12 para a Escola Rural Dom Bosco Firilo Anoena da Costa,
nova empresa passará a ser o fornecedor líder mundial de siste-
além de uma impressora de exames de raios X para o hospi-
mas de corte de folhas e equipamento de embalagens de folhas,
tal da cidade de Três Lagoas (MS).
oferecendo soluções para a maior gama de aplicações voltadas às
Fonte: Eldorado Brasil
indústrias de embalagem, fabricação e conversão de papel.
A Marquip foi criada em 1969 para desenvolver equipamentos
de interface entre a produção de papel e o processo gráfico.
Certificação florestal para Na década de 1990, foi adquirida pelo grupo Barry-Wehmiller,
pequenos produtores do qual faz faz parte até hoje, juntamente com outras cerca
de 70 empresas agregadas. A formação da MarquipWardUnited
deu-se a partir da aquisição de outras duas empresas: a Ward e
a United, ambas fabricantes de impressoras e líderes mundiais
em tecnologia nesse segmento. No Brasil, a companhia tem
máquinas instaladas em grandes companhias, como a Ibema
e a Klabin, entre outras, e atualmente está expandindo seus
negócios entre empresas gráficas de pequeno e médio portes.
A Klabin tem auxiliado o Grupo de Produtores Florestais
No Brasil, a MarquipWardUnited está localizada em Cotia (SP), con-
do Médio Rio Tibagi, localizado em Telêmaco Borba (PR), a
tando agora com equipes da área operacional e de vendas muito
conquistar a certificação florestal FSC® - Forest Stewardship
mais amplas do que no início de suas operações no País. “Busca-
Council®. A companhia contribuiu para a elaboração do pa-
mos atuar de uma forma educativa entre os profissionais da área
drão nacional para florestas plantadas Slimf (Small and Low
gráfica, explicando como os nossos equipamentos podem facilitar
Intensity Managed Forests), que ajuda pequenos e médios
os processos e agregar valor aos negócios dos gráficos”, explica
produtores a obter a certificação e conquistar maior reco-
Edney Fernandes, gerente regional de Produtos da empresa. A mais
nhecimento no mercado. Hoje, esse grupo é composto por
nova tecnologia da MarquipWardUnited lançada no Brasil em
41 proprietários e 74 propriedades rurais, contemplando
janeiro passado foi a cortadeira eCon, apresentada na edição de
cerca de 6.900 hectares de área total certificada, com 3.600
abril/2014 pela revista O Papel, também na Coluna Radar.
hectares de efetivo plantio de eucaliptos e pínus. Fonte: MarquipWardUnited e informações da redação da
Fonte: Klabin O Papel
CARREIRAS EVENTOS
Marcelino Sacchi assumiu recentemente a Gerência
Industrial da MD Papéis. Sacchi já tem mais de 25 anos
2.º Seminário de Automação
dedicados à indústria de papel e celulose, tendo atua- e Manutenção
do nas empresas Oji Papéis Especiais, Fibria e na então
DIVULGAÇÃO ABTCP
Votorantim Celulose e Papel.
DIVULGAÇÃO ABRE
COMUNICADO AO MERCADO
Mesa-redonda sobre
ALL e Rumo Sistemas de Gerenciamento
A Cosan S.A. Indústria e Comércio (BM&FBovespa: CSAN3) infor-
mou que o Conselho de Administração da América Latina Logís- de Resíduos Sólidos
tica (ALL) aceitou a proposta da Rumo, empresa controlada pela Com participação recorde de 54 profissionais do setor, o evento
Cosan, para combinar as atividades de ambas as empresas me- gratuito realizado pela ABTCP em sua sede, no dia 30 de abril
diante a incorporação das ações de emissão da ALL pela Rumo. último, deixou evidente o interesse do setor pelo tema relativo
Fonte: Cosan a sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos. As palestras
evidenciaram os modelos de gerenciamento praticados atual-
IP adquire 100% da Orsa IP mente, bem como os aspectos tecnológico, econômico e am-
biental. Uma atualização da postura setorial quanto à Política
Embalagens Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) também foi pautada. O
A International Paper (IP) informou a aquisição dos 25% res- evento foi organizado pela Comissão Técnica de Meio Ambien-
tantes das ações da Orsa International Paper Embalagens S.A., te, cujo coordenador, Nei Rubens Lima, atuou como moderador.
Da Redação
que faziam parte da joint venture com a empresa de papelão
DIVULGAÇÃO ABTCP
FATOS
Adesivos para o
Revisão da NR-13 segmento gráfico
Já está valendo o novo documento da revisão da NR-13 – Nor-
Para oferecer soluções que atendam a todas as necessidades
ma Regulamentadora para Caldeiras e Vasos de Pressão, de-
do mercado gráfico editorial, a Artecola Química desenvol-
pois de publicação no Diário Oficial do último dia 28 de abril
(Portaria n.º 594). Uma das principais mudanças refere-se ao veu um mix de produtos para o segmento. Entre as novida-
prazo de inspeção, que poderá ser estendido de 12 para 15 me- des está a cola animal, que apresenta desempenho superior
ses, mas somente após uma inspeção que considere critérios em máquinas de alta velocidade, com produção de 80 a 100
mais conservadores que os atuais. Dessa forma, a ampliação capas/minuto, gerando baixíssimo índice de sujeira.
do prazo não pode ser adotada para caldeiras que estejam em Fonte: Artecola Química
campanha neste momento sem terem passado pela avaliação.
A ABTCP informa que o Comitê de Segurança em Caldeiras de
Recuperação do Brasil (CSCRB) está elaborando um guia de re-
64% dos resíduos
comendações a partir da nova versão da NR-13 que ficará dis- reaproveitados
ponível para as empresas já nas próximas semanas. Para obter A Unidade São Leopoldo da Klabin alcançou índices que são
mais informações, basta telefonar para (11) 3874-2709 e falar referência em sustentabilidade ambiental, com a marca de
com Viviane Nunes, coordenadora técnica da Associação. 64% de reaproveitamento dos resíduos resultantes do pro-
Nota de agradecimento: a AB-
cesso produtivo e redução de 20% nos rejeitos gerados pela
ARQUIVO PESSOAL
DIVULGAÇÃO ABB
Alinhamento de correias
A SKF anunciou uma nova linha de ferramentas para alinha-
mento de correias. Por meio das séries TKBA 10, TKBA 20 e
TKBA 40, a companhia oferece ao mercado três opções de
ferramentas especializadas em alinhamentos precisos de cor-
reias. As ferramentas, de fácil manuseio, não requerem qual-
quer tipo de treinamento especial: a posição do laser indica
onde há desalinhamento.
Fonte: SKF
PRÊMIOS
Revista O Papel lança Tetra Pak® recebe prêmio
aplicativos e entra para o
de Logística Integrada
universo digital em 2014 A Tetra Pak® recebeu o Prêmio Desempenho TCP 2013, en-
tregue pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) na
categoria Logística Integrada. A solenidade de entrega acon-
teceu no dia 2 de abril último durante a Feira Internacional
de Logística, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP).
O TCP também premiou parceiros, armadores, importadores e
exportadores que se destacaram em 2013.
Fonte: Tetra Pak®
TRIBUTOS
Incentivos fiscais para P&DI
Embora impliquem considerável redução de custos, os incenti-
vos fiscais concedidos pelo governo para Pesquisa Tecnológica
e Desenvolvimento de Inovação Tecnológica (P&DI) têm sido
pouco utilizados pelas empresas. Conforme relatório divulga-
do pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
estima-se que entre 2006 e 2011, após a entrada em vigor da
A Revista O Papel apelidada “Lei do Bem”, o montante de recursos investidos
entrou para a era digital. tenha atingido R$ 38,8 bilhões, correspondendo à inexpressiva
Durante o período de taxa anual de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). A China, por
lançamento desse novo exemplo, investiu US$ 208,2 bilhões (2% do PIB), e o Japão,
formato, as novas edições cerca de US$ 146,5 bilhões (3,5% do PIB). Computa-se o de-
da revista terão seu sinteresse pelo investimento em P&DI com base não apenas
na desaceleração da economia mundial, mas também na falta
conteúdo liberado para
de conhecimento acerca dos benefícios concedidos, que, res-
que você e todos os seus
salta-se, podem gerar retorno de até 20,4% do valor investido,
amigos possam experimentar a leitura em conforme o caso. Merecem destaque, ainda, outros benefícios
novas plataformas, seja no seu computador, concedidos: 1) redução de 50% do Imposto sobre Produtos In-
tablet ou smartphone. dustrializados (IPI) na aquisição de bens destinados à pesquisa
A edição impressa continuará sendo o nosso e ao desenvolvimento tecnológico; 2) depreciação acelerada
principal meio de comunicação, mas a versão integral da base do IRPJ e da CSLL; 3) alíquota zero de IRRF na
remessa de valores para registro de marcas, patentes e culti-
digital ampliará os horizontes de leitores e
vares; e 4) exclusão da base do IRPJ/CSLL de 50% a 250% dos
leitura a partir de agora.
dispêndios com projetos executados por Institutos de Centro
de Tecnologia ou Instituições Privadas.
Para o aproveitamento dos benefícios, é necessário que a em-
presa apure o IRPJ/CSLL com base no Lucro Real e aufira Lucro
Fiscal no ano-base. Deve ainda comprovar a regularidade fiscal
– Certidão Negativa de Débitos (CND), manter escrituração con-
tábil específica do projeto e prestar informações sobre os pro-
Para visualizar essa nova versão, acesse: gramas de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação
www.revistaopapeldigital.org.br ao MCTI até o dia 31 de julho de cada ano.
Para mais informações: Fonte: Ana Paula Alves da Costa Cruz, advogada sênior da
[email protected] área tributária, e Ricardo Hiroshi Akamine, sócio respon-
Telefones 11 3874-2708/2714/2733 sável pela área tributária, ambos do Pinhão e Koiffman
Advogados
L
íder no mercado de soluções químicas de alta perfor- A Contech amplia seu portfólio nos seus 25 anos, solidificando-se
mance e referência em sistemas de tecnologia aplica- como referência em inovação. Torna mensurável o aumento de
da no condicionamento de vestimentas, com crescen- qualidade e produtividade para os clientes, fatores que, aliados às
te participação nos principais segmentos do mercado estratégias de expansão global e ao lançamento de novos produ-
nacional e expansão internacional, a Contech completa 25 tos, credenciam a empresa ao seu crescimento contínuo.
anos apresentando para o mercado de celulose e papel mais
uma novidade no seu portfólio de soluções: a família de
DESTAQUES
AUXILIARES DE COZIMENTO isenta de antraquinona.
AUXILIARES DE COZIMENTO CONTECH
Com uma formulação capaz de contribuir para maior eficiên- • Produtos à base de surfactante isento de antraquinona.
cia dos processos de cozimento da madeira, os produtos
• Aplicação em unidade referência gerou aumento de
baseiam-se em misturas de ativos cuidadosamente selecio-
rendimento.
nados para cada tipo de cavaco, proporcionando melhor
• Maior eficácia do processo de impregnação dos
penetração do licor e possibilidade de aplicação tanto em
cavacos, com a possibilidade de redução do número
cozimentos contínuos como em batelada. O produto atua
kappa e consumo de álcali.
como agente umectante, solubilizante e emulsificante, per-
mitindo que o licor tenha penetração mais rápida e unifor- • Capacidade de minimizar a degradação das fibras,
me, além de melhorar o inchamento da fibra. reduzindo rejeitos e ajudando na solubilização dos
extrativos lipofílicos da madeira
O Auxiliar de Cozimento da Contech foi desenvolvido e vali-
dado no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Tecnologia
(CDT), área direcionada ao desenvolvimento de projetos
para celulose e papel e meio ambiente, onde são realizados Uma empresa do
testes e estudos para a prospecção de novos produtos e
tecnologias, além de aumento da eficiência dos produtos
www.contechbrasil.com
já existentes, buscando benefícios específicos para cada +55 19 3881-7200
cliente ou mercado.
nos Estados Unidos e no Canadá, bem como pela falta de vagões nesses
países, no mês de março, para transportar o produto lá estocado. A isso se Celulose de fibra longa
906,36 910,96 917,16 921,54 923,76
Long fiber pulp
somou a greve no Chile em fevereiro. A oferta de BHKP, por sua vez, tende
Fonte/Source: Foex
a elevar-se com o aumento da produção de novas fábricas, principalmen-
te as situadas no Brasil e no Uruguai.
Esse comportamento, no entanto, teve intensidades distintas em abril. Tabela 2 – Preços médios da tonelada de celulose na Europa - preço CIF - em euros
Table 2 – Average prices per tonne of pulp in Europe - CIF price - in euros
O preço médio vigente nos Estados Unidos para a tonelada de NBSKP
Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14
Gráfico 1 - Evolução dos preços da tonelada de celulose de fibra longa na Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/14
Europa e nos EUA / Graph 1 - Price evolution of the long fiber pulp tonne
in Europe and USA (US$ per tonne) Celulose de fibra curta
563,65 565,88 560,15 552,94 547,67
Short fiber pulp
tonelada / US$ per tonne
Fonte/Source: Foex
Gráfico 2 - Evolução dos preços da tonelada de celulose de fibra curta na Fonte/Source: Foex
Nota: A= estoques dos consumidores europeus / B= estoques nos portos europeus
Europa, China e no Brasil (US$ por tonelada) / Graph 2 - Price evolution of the ‘n.d = não disponível’
short fiber pulp tonne in Europe, China and Brazil (US$ per tonne) Note: A = inventories of European consumers / B = inventories in European ports
tonelada / US$ per tonne
mir e escrever (segundo informou a FOEX). Papel A-4(cut size) / A-4 Paper (cut size) 1.136,53 1.138,38 1.143,21 1.137,96
Em abril, no Brasil, os preços médios em Papel-jornal* / Newsprint* 647,77 656,88 668,51 668,67
dólares da tonelada de celulose de fibra curta Kraftliner / Kraftliner 776,50 769,70 767,40 763,48
também caíram em relação a suas cotações vi- Miolo / Fluting 614,60 620,33 624,38 614,10
gentes em março (redução de US$ 9 por tone- Testliner 2 / Testliner 2 652,55 657,68 662,91 655,55
Fonte/Source: Foex / Obs: *o preço do papel-jornal na Europa é CIF / Obs: *the price of newsprint in Europe is CIF
lada no preço lista e de US$ 1 no preço médio
pago pelo cliente médio). Tabela 7 – Preços médios da tonelada de papéis na Europa – preço delivery – em euros
Também no Brasil os preços em reais da Table 7 – Average prices per tonne of papers in Europe – delivery price – in euros
Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14
grande maioria dos papéis nas vendas da Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/14
indústria a grandes distribuidores e fábricas Papel LWC (couchê em bobina e com
pasta mecânica) / LWC Paper (coated in 660,55 657,02 655,23 653,72
de papéis não se alteraram em abril na com- reels and wood containing)
paração a março. As exceções deveram-se Papel Ctd WF (couchê em resmas)
666,95 663,22 661,53 658,54
Ctd WF Paper (coated in reams)
aos aumentos dos preços médios dos papéis Papel A-4 (cut size) / A-4 Paper (cut size) 835,58 830,92 826,65 823,16
cartão duplex e do testliner. No caso das co- Papel-jornal* / Newsprint 476,25 479,46 483,41 483,70
tações médias em reais nas vendas de papéis Kraftliner / Kraftliner 570,89 561,84 554,91 552,28
Miolo / Fluting 451,86 452,79 451,49 444,23
offset e cuchê das distribuidoras a pequenas
Testliner 2 / Testliner 2 479,76 480,05 479,35 474,21
gráficas e copiadoras da região de Campinas,
Fonte: FOEX / Source: FOEX ; Obs: * o preço do papel-jornal na Europa é preço CIF / Obs: * the price of newsprint in Europe is CIF
notaram-se pequenas altas.
No mercado paulista de aparas, ocorreram Tabela 8 – Preços da tonelada de aparas na Europa
Table 8 – Prices per tonne of recycled materials in Europe
pequenas altas dos preços em reais para as
Jan/14 Jan/14 Fev/14 Feb/14 Mar/14 Mar/14 Abr/14 Apr/14
marrons do tipo 2, de jornais e de cartolina do
Aparas marrons US$ 154,69 US$ 156,07 US$ 158,10 US$ 152,66
tipo 1, com as demais mantendo em abril as Brown material (corrugated) € 113,73 € 113,92 € 114,32 € 110,44
cotações em reais vigentes em março. Aparas brancas, de jornais e de revista US$ 177,17 US$ 175,57 US$ 174,61 US$ 174,08
ONP/OMP and white wastes € 130,26 € 128,16 € 126,26 € 125,92
Fonte: OMG. Source: OMG
Obs: as aparas marrons são aparas de caixas de papelão e de papelão ondulado, classificação OCC 1.04 dd da FOEX. As aparas brancas, de jornais
e revista têm classificação ONP/OMG 1.11 dd da FOEX.
MERCADO INTERNACIONAL
Tabela 9 – Preços da tonelada de celulose de fibra curta (tipo seca) posta em São Paulo - em dólares
Table 9 – Price per tonne of short fiber pulp (dried) put in São Paulo - in dollars
Europa Fev/14 Feb/14 Mar/14 Mar/14 Abr/14 Apr/14
Observa-se na Tabela 1 que o preço médio da Tabela 10 – Preços médios da tonelada de papel posto em São Paulo (em R$) – sem ICMS e IPI mas com PIS
tonelada de BHKP na Europa caiu quase US$ 7 e COFINS – vendas domésticas da indústria para grandes consumidores ou distribuidores
Table 10 – Average prices per tonne of paper put in São Paulo (in R$) - without ICMS and IPI but
em abril (quando valia US$ 764,67 por tone- with PIS and COFINS included – domestic sales of the industry to large consumers or dealers
lada) em relação a março (quando teve preço Produto Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14
Product Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/14
médio de US$ 757,44 por tonelada)
Cut size 2.591 2.557 2.571 2571 2571
A alta de preços da tonelada de NBSKP
dúplex 3.654 3.654 3.654 3.654 3.729
ainda é resquício da dificuldade de escoar a
Cartão (resma)
tríplex 4.084 4.084 4.084 4.084 4.084
produção da América do Norte para a Europa Board (ream)
sólido/solid 4.843 4.843 4.843 4.843 4.843
e outras partes do mundo. O preço médio da
tonelada vigente em abril (US$ 923,76) é US$ dúplex 3.537 3.537 3.537 3.537 3.598
Cartão (bobina)
2 maior do que o de março (de US$ 921,54). tríplex 3.957 3.957 3.957 3.957 3.957
Board (reel)
Observa-se nas Tabelas 6 e 7 que os preços sólido/solid 4.835 4.835 4.835 4.835 4.835
em dólares e em euros dos papéis na Europa resma/ream 2.747 2.747 2.747 2.747 2.747
Cuchê/Couché
(com exceção do papel jornal) tiveram quedas bobina/reel 2.635 2.635 2.635 2.635 2.635
em abril em relação a suas cotações vigentes Papel offset/Offset paper 2.548 2.515 2.526 2.544 2.544
em março. Fonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USP
D
ispensar a participação da água em diferentes etapas do processo
fabril de celulose e papel é uma ousada meta traçada por alguns
representantes da indústria mundial. A Confederação Europeia da
Indústria Papeleira (CEPI) está entre os interessados em poupar
esse recurso natural tão indispensável à vida.
Em novembro de 2011, a entidade lançou o Guia 2050 da Indústria de Fi-
bras Florestais, cujo intuito maior é chegar a uma economia de baixo carbono.
O Guia, que apresenta a visão para o setor nos próximos 35 anos, investiga
como atingir 80% de redução nas emissões de CO2 até 2050. Responsável
pelo projeto The Two Team, a CEPI reuniu duas equipes formadas por pes-
quisadores, cientistas, fabricantes, fornecedores e representantes de diversos
segmentos industriais que se dispuseram a competir usando um método úni-
co de inovação aberta.
DIVULGAÇÃO SUZANO
zida, pois o teor de água após a tela não chega a 30%.
No segundo trabalho apresentado, as fibras são
tratadas para ficarem protegidas de cisalhamento,
sendo, em seguida, suspensas numa solução viscosa
a uma concentração de até 40%. Depois dessa etapa,
a solução é removida por prensagem e a fina folha é
curada com uma seleção de aditivos para proporcio-
nar o produto final necessário. No atual processo de
fabricação de papel, as fibras de celulose usadas têm
de ficar suspensas em grandes volumes de água para
evitar que se agrupem.
A inovação introduz duas tecnologias que possibili-
tam a produção de papel sem água. Em vez do atual
processo com uso intensivo de água, na qual as fibras
de celulose ficam suspensas, o método de DryPulp con-
siste em uma solução altamente viscosa, com elevada
concentração de fibras. Para evitar que se desintegrem
numa solução tão viscosa, as fibras são dotadas de uma
A disponibilidade O projeto desafiou as equipes a serem tão criativas e camada superficial de proteção. Na prática, substân-
natural de água é
fator chave para imaginativas quanto possível, focando, ao mesmo tem- cias biobaseadas poderiam ser usadas para modificar a
o crescimento e a
produtividade florestal
po, em tecnologias e soluções para todos: fábricas anti- viscosidade ao redor das fibras. A segunda tecnologia
gas e novas, grandes e pequenas, situadas em diferentes proposta é a “formação por cura”, que permite a fabri-
regiões da Europa, para papéis tissue, de embalagem cação de uma folha fina. O DryPulp de alta consistência
e gráficos, bem como para produtos à base de fibras é prensado para remover a solução viscosa. Após a pren-
virgens ou recicladas. Cada equipe decidiu seu ponto de sagem, a folha, que contém até 80% de fibras, é curada
foco, tendo em mente o amplo alcance do setor. Com com a aplicação de processos adaptados ao produto
dois trabalhos específicos, os estudiosos reunidos pela final necessário.
CEPI procuraram por uma nova rota tecnológica que As tecnologias apresentam-se como novos proces-
possibilitasse a fabricação de celulose e papel pratica- sos para a fabricação de papel. Ainda que com base
mente sem participação de água. Os trabalhos se desta- em conhecimentos já existentes, os pesquisadores
cam como promissores no que se refere ao consumo de reconhecem a necessidade de pesquisas e desenvol-
água pela indústria papeleira. vimentos adicionais para desenvolver o composto
O primeiro propõe que fibras secas sejam jateadas DryPulp ideal, assim como a tecnologia de processo
para dentro de uma zona formadora com vapor agitado para misturá-lo e bombeá-lo, e ainda a tecnologia de
e condensado, de modo a formar uma folha com um formação para dar-lhe forma e curá-lo.
milésimo do volume de água atualmente utilizado. O Enquanto o futuro não chega, a água segue como um
conceito inovador deve-se à utilização de vapor combi- bem valioso à indústria de celulose e papel. O recurso é
nado com uma grande quantidade de fibras secas para empregado nos processos de fabricação, principalmente
formar papel, papelão e cartão. O método funciona pela como veículo da massa de polpa, por meio das diversas
introdução de fibras de alta consistência, materiais de etapas que compõem o processo produtivo. Muito antes
carga e produtos químicos num fluxo de vapor altamen- de ser útil dentro das fábricas, porém, a água tem parti-
te turbulento. O vapor transporta as fibras para dentro cipação fundamental nas florestas.
da zona formadora, onde a condensação e a expansão A disponibilidade natural de água é fator chave para
de vapor, combinadas, criam a folha de papel e possibi- o crescimento e a produtividade florestal. O conheci-
litam a ligação interfibra. As altas velocidades dos gases mento dos fluxos de água do ecossistema permite ava-
tornam a seção de formação muito curta. A secagem re- liar o crescimento da vegetação e o potencial de absor-
DIVULGAÇÃO LWARCEL
e culturais relacionados com a produção florestal, e não
apenas com a quantidade de água consumida”, pontua.
De qualquer forma, Paula Lima cita como exemplo um
estudo realizado do início ao fim do ciclo de crescimento
(período de seis anos) de uma plantação de eucalipto
(1), com os seguintes resultados, em termos de balanço
hídrico: precipitação anual média no período de 1.147
mm; evapotranspiração anual média no período de
1.092 mm, dividida em transpiração (885 mm), intercep-
tação (121 mm) e evaporação direta do solo (85 mm), e
relação ET/P de 95%.
Ainda de acordo com o professor, os resultados mos-
tram que a plantação de eucalipto estudada não consu-
miu toda a entrada de água pelas chuvas, mas sim 95%.
Stefanini: o fato de
a Lwarcel utilizar “Isso significa que, nas condições do estudo, sobraram
água de poços
semiartesianos apenas 5% de água azul (para abastecer rios e lagos
levou a empresa a e compor a parte subterrânea, por exemplo). Será que
ter uma cultura de
busca de redução de esses 5% são suficientes para atender a todas as demais
consumo de água
exigências de água, incluindo comunidades situadas a
ção de carbono assimilado por unidade de água perdida jusante, assim como a demanda ambiental de água?”,
por transpiração, designado como a eficiência de uso da pergunta ele, sugerindo uma reflexão sobre estratégias
água. Os processos de evaporação (solo) e de transpi- de manejo florestal que resultassem num aumento –
ração (planta) podem ser combinados, caracterizando o mesmo que pequeno – dessa oferta de água a jusante.
fenômeno conhecido por evapotranspiração, que reflete Para ele, tais inquietudes servem para ilustrar a
efetivamente a quantidade de água que determinado complexidade do consumo de água pelas plantações
tipo de planta utiliza. Desta forma, estudos que envol- florestais, ultrapassando a determinação de consu-
vem estas variáveis contribuem com o entendimento mo, sem considerar suas implicações ecológicas,
sobre a fixação de carbono e balanço hídrico em escalas sociais e culturais.
local, regional e global e permitem recomendar mode- Além disso, Paula Lima cita que resultados do monito-
los sustentáveis de manejo florestal, conforme explica o ramento hidrológico do manejo de plantações florestais
pesquisador de ecofisiologia florestal da Fibria, Rodolfo obtidos pelo Programa Cooperativo de Monitoramento
Araujo Loos. Ambiental em Microbacias (Promab), do Instituto de
De acordo com Walter de Paula Lima, professor sênior Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) (2), mostram que o
do Departamento de Ciências Florestais da Universida- balanço hídrico exemplificado no trabalho mencionado
de de São Paulo (USP/Esalq), o consumo de água por acima não se repete em todo o País, variando em função
plantações de eucalipto vem sendo estudado há muito do clima e do solo.
tempo em praticamente todos os países onde se planta Em regiões de clima ameno e precipitação média
a espécie. Tais informações, contudo, não contemplam anual elevada (1.500 mm ou mais), a produtividade
toda a gama de aspectos envolvidos no consumo de florestal é também elevada, mas à custa de um consu-
água pelas plantações florestais para abastecimento mo maior de água. Há maior relação entre consumo e
industrial. “O consumo de água nas plantações flores- precipitação nessas condições. Isso significa que ainda
tais deve ser considerado em sua conotação ambiental sobra bastante água azul (de 20% a 30% do excedente
decorrente da transformação de extensas áreas da pai- hídrico), quantidade suficiente para o atendimento das
sagem. Trata-se, portanto, de um estudo complexo, já demais demandas.
DIVULGAÇÃO SUZANO
de também da adoção de práticas conservacionistas do A fertilidade dos solos também tem merecido o má-
solo. Os questionamentos sobre o impacto do eucalipto ximo cuidado por parte dos técnicos envolvidos com
no solo são, de fato, frequentes, em especial aqueles li- plantações de eucalipto nas regiões tropicais. A baixa
gados ao esgotamento de sua fertilidade ou causas de reserva natural de nutrientes nos solos, o rápido cres-
erosão ou compactação. Contudo ele tranquiliza. “Qual- cimento das árvores, a elevada produtividade e os ci-
quer monocultura pode trazer impacto, mas, graças aos clos cada vez mais curtos são fatores importantes que
cuidados ambientais das empresas do setor, tais impac- justificam tal interesse. Com o tempo, foi necessário
tos não têm sido observados ao longo do ciclo da cultu- investir no levantamento detalhado dos solos, mape-
ra do eucalipto. O atual modelo de preparo do solo para ando suas características físicas e químicas, bem como
plantio no Brasil é definido como de mínimo impacto. É conhecer as necessidades dos diferentes clones de eu-
assim chamado porque os equipamentos utilizados nes- calipto usados na empresa.
ta operação não expõem a terra em profundidade, não Segundo outra crença popular acerca do eucalipto,
provocam inversão das camadas superficiais do solo e o a raiz tem a mesma profundidade do tronco. “Ocorre,
mantém protegido pelos resíduos vegetais da colheita porém, que as raízes do eucalipto não ultrapassam 2,5
(folhas, galhos, raízes e cascas)”, responde Sartorio. metros de profundidade e não alcançam os lençóis, qua-
Estudos da Fibria no Espírito Santo mostraram que se sempre localizados em profundidades bem maiores”,
as perdas de solo nas plantações de eucalipto variaram desmente Ricardo Quadros, gerente executivo de Meio
de 0,60 t a 1,0 t de solo/hectare/ano, valores muito Ambiente da Suzano Papel e Celulose. Ele evidencia
abaixo dos limites de tolerância estimados para os que o eucalipto possui uma raiz central e uma exten-
solos da região do estudo (entre 10 e 13 t/ha/ano) e sa rede de raízes secundárias que produzem efeitos
menores também que os relatados para algumas das benéficos sobre o solo, deixando-o mais estruturado e
principais culturas agrícolas na mesma região, como aumentando a capacidade de armazenamento de água,
cana-de-açúcar, pastagem nativa e milho, conforme drenagem e aeração. “Esse sistema radicular tende a
mostra a tabela abaixo. trazer os nutrientes mais para a superfície do solo, ca-
Outro aspecto importante refere-se à compactação racterística que, aliada às técnicas de manejo (como a
do solo, causada pela compressão por máquinas e equi- de cultivo mínimo) desenvolvidas pela Suzano, promove
pamentos usados no cultivo e na colheita do eucalipto. intensa incorporação de matéria orgânica nos terrenos,
De modo geral, o estudo mostrou que os solos da região como folhas, cascas e raízes, ajudando a recuperar sua
da empresa são muito resistentes à compactação quan- fertilidade. Os nutrientes utilizados pelo eucalipto são
do manejados corretamente. Observou-se uma reversão repostos pela decomposição dessa matéria orgânica e
natural de processos iniciais de compactação causados também pela adubação. A conservação dos solos, por
pelo corte e pelo baldeio da madeira. Assim, após o sua vez, contribui para a melhoria da qualidade dos re-
monitoramento de três ciclos consecutivos de plantio, cursos hídricos.”
não se verificaram indícios de alterações irreversíveis na O plantio de eucalipto convive também com inúme-
estrutura dos solos. ras espécies da fauna e da flora brasileiras, interagindo
PERDA DE SOLO
TIPO DE COBERTURA
(tonelada/hectare/ano)
Eucalipto 0,8
Cana-de-açúcar 1,0
Milho 4,9
Fonte: Fibria
DIVULGAÇÃO KLABIN
não se dissipam?
Diante das evidências positivas sobre as práticas
atuais, Paula Lima arrisca uma resposta: ou a ciência
não está conseguindo eliminar essa inquietude, ou o
problema não é apenas físico, biológico ou técnico, o
que aparentemente é o caso. Na opinião do professor,
enquanto a pesquisa procurar apenas demonstrar que o
consumo de água pelo eucalipto não difere do realizado
por outras espécies florestais, estará atacando apenas
parte de um problema maior. “Essa informação já se en-
contra bastante consistente na literatura. A degradação
dos recursos hídricos, por sua vez, decorre de inúmeras
atividades impensadas de uso da terra e de transforma-
ção da paisagem, mas, por alguma razão desconhecida,
o eucalipto acabou se tornando o vilão da história, o
bode expiatório de todas as nossas históricas mazelas
ambientais. Parece que este é um ponto importante a
ser considerado no plano de manejo de plantações flo-
restais de eucalipto”, conclui.
É imprescindível que a pesquisa procure determinar
não apenas a quantidade de água consumida por uma
plantação de eucalipto, mas também como se dá esse
consumo relativamente às condições naturais de dispo-
nibilidade de água. “Um plano de manejo que não leve
em conta essa condicionante ambiental pode resultar
em impactos hidrológicos facilmente percebidos. Por
outro lado, quando o plano de manejo considera todas
essas particularidades espaciais e os aspectos ecológi-
cos, sociais e culturais do consumo de água, mostra uma
mudança de paradigma das mais significativas, pois tra-
ta-se de uma estratégia de manejo preocupada em pla-
nejar a ocupação dos espaços produtivos da paisagem
marítimo e mão de obra qualificada –, desenvolveu um nejo de plantações florestais e o recurso natural, tanto
setor de silvicultura de produção altamente competitivo. do ponto de vista de quantidade quanto de qualidade.
Atualmente, a produtividade florestal alcançada pelos Pode-se afirmar, por exemplo, que não se deve esperar
plantios no Brasil chega a ser dez vezes superior à ob- alterações na qualidade da água apenas pelo fato de a
servada nos países líderes do mercado. A idade de corte paisagem original ter sido transformada em plantação
do eucalipto geralmente varia entre 7, 14, e 21 anos. De florestal. Podem ocorrer, todavia, alterações em alguns
acordo com a região e o tipo de solo, o ciclo de corte parâmetros de qualidade da água em consequência de
pode ser ainda menor (a cada cinco ou seis anos). “Na ações de manejo, as quais podem ser minimizadas, des-
Fibria, a idade média de corte atual gira em torno de seis de que o plano de manejo esteja alicerçado em práticas.
anos”, pontua o gerente de Manejo Florestal e Recursos Paula Lima avalia que o acúmulo dessas informações
Naturais do Centro de Tecnologia da Fibria, esclarecendo está possibilitando a elaboração e a calibração de mo-
também que podem ocorrer até dois ciclos de corte para delos hidrológicos para a simulação de estratégias de
Foelkel: “É preciso ampliar um mesmo plantio original. manejo que sejam mais amigáveis para a conservação
o uso das tecnologias
para as melhores práticas
No que diz respeito ao uso da água nos plantios, as da água, tanto em nível meso da ecologia de paisagem,
possíveis, a fim de obter informações acumuladas ao longo dos últimos 25 anos relacionado a estratégias de ocupação sustentável dos
resultados cada vez mais
vantajosos, seguindo de monitoramento hidrológico do manejo de plantações espaços produtivos da paisagem, com o objetivo de
uma cultura de melhorias
contínuas, que ultrapasse
florestais em microbacias experimentais pelo Promab preservar os serviços ambientais, quanto em nível micro
as restrições legais” permitiram entender melhor as relações entre o ma- da fazenda florestal, visando à implementação de es-
tratégias hidrologicamente sustentáveis de manejo para
ABTCP GUILHERME BALCONI
faz a captação média de 1,5 m³ por segundo, o que cor- do circuito de água de refrigeração, limpeza e troca de
responde a 0,02% da vazão total do rio. Nesse contexto, enchimentos das torres de resfriamento, instalação de
frisa Cinque, é importante diferenciar captação de con- skids de produtos químicos para dosagem nas torres e
sumo. “Se fizéssemos uma comparação didática, com- montagem da linha de água filtrada para make up, para
pararíamos o Rio Paraná a uma caixa d’água, e nossa chegar ao índice de 28 m³ de água para cada tonelada
captação, a um copo. Desse copo d’água, utilizamos o produzida de papel de embalagem, indicador referência
equivalente a uma gota. Enquanto o copo representa a entre as empresas do setor.
captação, a gota reflete o consumo. Uma parte dessa A captação de água nas fábricas da Suzano Papel e
água fica dentro da celulose, enquanto outra é perdida Celulose é feita diretamente dos rios, respeitando os
na evaporação, nas torres de resfriamento, e a terceira documentos de outorga emitidos pelas agências com-
sai pelas chaminés em forma de vapor. Basicamente são petentes. “Todas as nossas fábricas contam com equi-
essas as principais águas de consumo, que ficam den- pamentos de última geração, que, aliados ao rígido con-
tro da fábrica e não são devolvidas ao rio. O restante trole do processo, funcionam 24 horas por dia, de forma
do copo volta ao meio ambiente”, diz. Do volume total ininterrupta durante o ano todo, garantindo a eficiência
consumido, parte da água é reciclada e reutilizada no do tratamento e a consequente qualidade da água que
processo de produção da celulose. A reutilização é feita abastece as linhas de produção e retorna ao leito dos
pelas torres de resfriamento, o que proporciona a rein- rios. Para garantir a significativa redução do consumo
serção de cerca de 85% da água captada. Essa recircu- de água, a empresa adota uma política sólida de reúso,
lação possibilita que a empresa evite uma captação de fechamento de circuitos e conservação desse recurso
aproximadamente 216 milhões m³/ano de água. natural”, resume Quadros.
Para a Klabin, a preservação do meio ambiente tam- Ainda de acordo com o gerente executivo de Meio
bém é uma prioridade que faz parte da gestão da com- Ambiente da Suzano Papel e Celulose, a recuperação/
panhia e do dia a dia de suas unidades fabris. A água não reutilização de água internamente é fundamental não
poderia ficar de fora das maiores ações ambientais colo- somente para manter o atual nível de consumo, mas
cadas em prática. Julio Nogueira, gerente corporativo de também para dar prosseguimento ao processo de me-
Meio Ambiente, conta que a Klabin tem diferentes formas lhoria em termos de redução. “O consumo de água é
de captação em suas 16 unidades fabris. Em 2013, foram monitorado em todas as nossas unidades, e os números
consumidos 62,3 milhões de m³ de água, dos quais 99,5% mostram que evoluímos bastante nos últimos anos. No
captados dos cursos d’água, 0,16% de fontes subterrâne- caso da fábrica de Suzano, na Grande São Paulo, o con-
as e 0,34% de sistemas públicos de abastecimento. sumo de água por tonelada de produto era de 100 m³
Cada fábrica da companhia tem metas próprias de re- na década de 1980. Hoje, está em 40 m³”, compara Qua-
dução de consumo de água, e há uma tentativa contínua dros. Além da redução do consumo de água em si, as
de reduzir os indicadores atuais. Como exemplo vale ci- práticas adotadas propiciam diversas outras reduções:
tar o trabalho realizado em Santa Catarina, que se tor- do efluente final a ser tratado, dos custos de tratamento
nou benchmarking internacional no assunto. A Unidade de água e efluentes, das perdas do processo e do valor
Otacílio Costa atingiu o índice de 28 m³ de água para da cobrança pela captação, só para citar algumas.
cada tonelada de papel de embalagem produzido – uma
redução 54% em comparação a 2009. Parques fabris ainda apresentam
Para alcançar tal resultado, foram investidos R$ 2 inúmeras possibilidades de melhorias
milhões num projeto que incluiu a aquisição de equipa- Fazendo um balanço sobre os avanços que levaram
mentos para fechar o ciclo de água, treinamentos perió- ao melhor aproveitamento da água dentro do proces-
dicos com os funcionários e implementação de torres de so fabril de celulose e papel, o consultor ambiental
resfriamento de água com capacidade de 1.500 m³/h. Nei Lima vê a prática de fechamento de circuito como
O sistema da unidade, antigamente com interrupções essencial para o uso racional dos recursos hídricos nos
não programadas e variações no sistema e consumo de processos de obtenção de celulose e papel. “Essa práti-
água de 61 m³ para cada tonelada produzida de papel ca traz como consequência a aplicação do conceito de
de embalagem, passou por um processo de fechamento eficiência, que consiste em dispor produtos e resíduos
O acirramento muito bem e manter o circuito mais aberto. “Caso o entre os usuários da água, a sociedade civil e o poder
circuito esteja muito fechado, pode acumular conta- público no âmbito dos Comitês de Bacia Hidrográfica
dos conflitos
minantes que sujam a celulose e o papel”, informa (CBHs), aos quais a legislação brasileira atribui a com-
pela utilização Foelkel, que conclui: “Independentemente dos enor- petência de pactuar e propor ao respectivo Conselho de
do recurso mes ganhos que tivemos pelas lavagens em contra- Recursos Hídricos os mecanismos e preços a serem ado-
hídrico – cuja corrente nas linhas de fibras, essas ainda consomem tados em sua área de atuação.
disponibilidade grande parte das águas de processo”. A cobrança em águas de domínio da União somente
Foelkel aponta que o uso intenso também se dá pelo se inicia após o Conselho Nacional de Recursos Hídricos
vem se reduzindo
fato de a água funcionar como veículo de transporte da (CNRH) ter aprovado os mecanismos e os valores pro-
substancialmente, polpa. “As fibras são diluídas para tornar a massa fluida, postos pelo CBH. Compete à ANA arrecadar e repassar
além de uma e existem várias tecnologias que se apoiam no uso da os valores arrecadados à agência de água da bacia ou
pressão natural água para fazer uma suspensão bem diluída de fibras. à entidade delegatária de funções de agência de água,
da sociedade Isso certamente leva o processo a ineficiências térmi- conforme determina a Lei n.º 10.881/2004.
cas, já que é preciso transferir calor para essa água de Diante do cenário atual, Nei Lima avalia que o impac-
– pode surgir
bombeamento, a qual acaba, posteriormente, indo para to do consumo de água nos custos operacionais das em-
como mais a área de efluente, onde precisa ser resfriada”, justifica. presas cujas águas são captadas de bacias hidrográficas
um gargalo a Outro conceito inadequado que Foelkel evidencia se que ainda não cobram pelo uso do recurso não é signi-
ser superado relaciona ao descarte das águas utilizadas nos proces- ficativo, embora os players que já arcam com esse custo
nos próximos anos sos para o tratamento de efluentes. Na visão do con- comecem a notar certo impacto no custo de produção.
sultor e escritor da Grau Celsius, o grande impasse se “Além do custo financeiro do emprego de recurso dentro
dá quando as águas usadas ao longo do processo fabril das bacias hidrográficas que cobram pelo uso, o setor
são misturadas na hora de seguirem para a área de tra- industrial precisa discutir dentro dos Comitês de Bacia
tamento de efluentes. “Águas de excelente qualidade os volumes demandados pelo processo e a qualidade
acabam misturadas com outras, muito sujas”, esclarece. dos efluentes tratados dispostos no corpo receptor, que
Ele lamenta a pouca sensibilidade das diversas tecnolo- pode representar aumento do custo de captação e de
gias que formam a base da fabricação de celulose e pa- disposição”, contextualiza.
pel ao conceito de implantação de rins purificadores ou A Fibria posiciona-se entre os players que pagam pelo
kidneys. “Pequenas estações de tratamento, dentro da uso da água em seu processo fabril. Cinque informa que
fábrica, possibilitariam o tratamento de diferentes tipos na Unidade Jacareí são gastos R$ 16 milhões por ano
de efluentes de maneiras mais simples e ecoeficientes, para o tratamento da água e de efluentes, incluindo R$
permitindo a volta desse recurso ao processo”, diz ele, 500 mil anuais pagos à ANA pela captação da água no
reforçando que tal prática resultaria em uma economia Rio Paraíba do Sul.
de água ainda maior. A Lwarcel faz parte do grupo de empresas que ainda
aguardam o amadurecimento e a expansão do processo
Impacto do consumo de água nos cus- de cobrança pelas bacias hidrográficas. “Nem todas as
tos operacionais bacias estão regulamentadas para efetuar a cobrança.
Assim como os demais insumos envolvidos na cadeia Em nossa região isso ainda não está acontecendo. Hoje,
produtiva de celulose e papel, a água exerce impacto os impactos do consumo de água nos custos operacio-
nos custos operacionais de uma empresa. Tais custos nais da empresa estão mais relacionados a custos de
ainda são bem variáveis, pois dependem não somente bombeamento, estocagem e tratamento. De qualquer
das tecnologias disponíveis nas fábricas e de sua gestão, forma, acreditamos que a cobrança deve ocorrer num
mas também da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídri- prazo relativamente curto”, diz Stefanini, preparando-se
cos, um dos instrumentos de gestão da Política Nacional para a mudança.
de Recursos Hídricos, instituída pela Lei n.º 9.433/1997. Cobrança pelo uso de recursos hídricos à parte,
Segundo a ANA, a cobrança não consiste em um im- Foelkel frisa que, ao falar nos custos relacionados à
posto, mas sim em uma remuneração pelo uso de um água, é um equívoco considerar apenas os valores gas-
bem público, cujo valor é fixado a partir de um pacto tos para captar e tratar o volume retirado do rio. “Esses
Referências
1. Almeida, A.; Soares, J.V.; Landsberg, J.J.; Resende, G.D., 2007. Growth and water balance of Eucalyptus grandis hybrid plantations in Brazil during a rotation for
pulp production. Forest Ecology and Management, 251: 10-21.
2. Lima, W.P.; Ferraz, S.F.B.; Rodrigues, C.B.; Voigtlaender, M., 2012. Assessing the hydrological effects of forest plantations in Brazil. In: River Conservation and
Management. Boon, P.J. & Raven, P.J. (Ed.). Wiley-Blackwell, Chichester, UK. P. 59-68.
3. Ferraz, S.F.B.; Lima, W.P.; Rodrigues, C.B., 2013. Managing forest plantation landscapes for water conservation. Forest Ecology and Management, 301: 58-66.
Ferramentas especializadas são im- Nós o ajudaremos a monitorar, man- equipamento e a diminuir os custos
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RESUMO
Controle de fosfato congruente é o tratamento interno de água de mites para o Tratamento por Fosfato Congruente em 1964. Após,
caldeira mais utilizado em diversos tipos de indústria, como celulose em 1975, Rosemer e Dale otimizaram as recomendações baseadas
e papel, planta química, petroquímica e em muitas aplicações de ge- na pressão de operação da caldeira. Rosemer e Dale, na realidade,
ração de energia elétrica. O grande benefício reside na capacidade de definiram os limites para cada grupo de pressões de caldeira, onde
absorver pequenas quantidades de contaminantes, como ácidos, álca- quanto maior a pressão menor é o limite permissível de quantidade
lis, licores e outros. O grande desafio para atingir-se sucesso no trata- de sólidos.
mento interno de água de caldeira é manter a relação Na:PO4 dentro O controlador OnGuard iController não apenas controla a quan-
dos limites estabelecidos. Se a química da caldeira é controlada dentro tidade e relação de mistura de fosfatos sendo dosado na caldeira,
destes limites, os riscos de deposição e diversas formas de corrosão mas também consegue prever variações de curto e médio prazos
são praticamente negligenciadas. Devido a contaminações e variação na química da água da caldeira e produção de vapor baseado em
de produção de vapor, sistemas manuais comuns produzem resultados um registro de dados históricos e conhecimento de muitos dias de
ruins de “tempo no box” nos gráficos de controle. As primeiras gera- operação.
ções de sistemas automatizados trouxeram excelentes resultados, com
alta percentagem de tempo no box. OnGuard iController, o controlador MÉTODOS
apresentado neste artigo, aumentou sensivelmente este controle, tra- Programa de Fosfato Congruente
zendo resultados muito mais confiáveis para o tratamento de água de Fosfato congruente é uma das opções de programas de fosfa-
caldeira. A descrição do sistema mostra os benefícios do equipamento to para caldeiras de alta pressão. Inicialmente, foi desenvolvido o
e suas capacidades. Juntamente, dois casos históricos são descritos e que é chamado de fosfato coordenado, que estabelecia apenas o
fornecem conclusões precisas para este controlador. controle de relação molar Na:PO4 abaixo de 3.0 como forma de
Palavras-chave: automação, dentro do box, fosfato congruente, se prevenir hidroxila livre e, consequentemente, reduzir a possibi-
OnGuard iController, relação Na:PO4. lidade de corrosão cáustica e outros problemas relacionados. Foi
primeiramente enunciado por Purcell e Whirl em 19431,2.
INTRODUÇÃO Ao passar dos anos, as caldeiras começaram a apresentar maiores
O controle de Fosfato Congruente Na:PO4 é o único programa de taxas de transferência térmica por área nos tubos, o que exigiu al-
tratamento em mercados como celulose e também vastamente uti- gumas mudanças nos programas à base de fosfato. Em 1964 Marcy
lizado em quaisquer outras indústrias onde o risco de contaminação e Halsted criaram o programa fosfato congruente limitando-se al-
de água é iminente. Mesmo que não seja recente, é de longe a me- gumas variáveis estabelecidas anteriormente. Mas foi apenas em
lhor opção onde a água de alimentação possa sofrer algum grau de 1975 que Rosemer e Dale aperfeiçoaram o tão conhecido diagrama
contaminação. As contaminações podem surgir dos sistemas de des- de relação pH e PO4 de acordo com a pressão de operação de uma
mineralização (ácido e soda), condensado (ferro, cobre, correntes de dada caldeira. A Figura 1 ilustra os típicos limites de operação de pH
processos) e de sistemas específicos (óleos, licores, etc.). Além disso, e fosfato em uma caldeira a depender de sua pressão de operação.
este programa pode tolerar quantidades maiores de sólidos como ferro Claro que após a criação deste programa outros surgiram: Equi-
(máximo de 10 ppb na alimentação) quando comparado ao programa líbrio, Fosfato, Fosfato Contínuo. Todavia, o programa de Fosfato
AVT All Volatile Treatment (máximo 2 ppb de ferro na alimentação). Congruente ainda é o mais adequado em sistemas onde haja possi-
Marcy e Halsted primeiramente estabeleceram os conceitos e li- bilidade de contaminação e maior necessidade de tamponamento.
*Referências do autor:
1. B. Sc. Chemical Engineer, Applications Leader, Ashland Water Technologies, Brazil
Corresponding author: Anderson José Beber, Ashland Water Technologies. Rua dos Pinheiros, 870 21o andar, São Paulo – SP - 05422-001 Brazil.
Phone: +55 1130899225 (office) +55 47 91864948 (mobile). E-mail: [email protected]
Figura 1. Diagrama de controle de fosfato congruente Figura 3. Configuração de operação e controle através do OnGuard iController
Objetivos da planta:
" ter um sistema confiável para controle químico da caldeira #13
com, no mínimo, o mesmo resultado apresentado nas outras caldeiras;
" melhorar o tempo no box, mesmo conhecendo-se a variação de
produção de vapor da planta.
A caldeira #13 com seu controlador OnGuard iController entrou
em operação em Janeiro de 2013. Portanto, os resultados de compa-
ração foram considerados somente de Janeiro a Julho de 2013 para
as três caldeiras. A Figura 6 indica os resultados de controle de box
Figura 5. Resultados dentro do box após a instalação do OnGuard
iController
CONCLUSÕES
O controlador OnGuard iController mostra-se capaz de atingir os
seguintes resultados:
" aquisição e formação de banco de dados de leituras diversas do
sistema de geração de vapor (vazões, pH, fosfato, etc.);
" elaboração de estratégias de previsibilidade de variações de pH
e/ou produção de vapor;
" controle avançado com altos resultados de conversão de
objetivo de química de água de caldeira, não apenas para Fosfato
Congruente.
" maior capacidade de absorção de contaminações e interrupções
de qualidade;
Figura 7. Resultados de tempo dentro do box para caldeira #13 " garantia de resultados no controle de deposições e variadas
controlada pelo OnGuard iController classes de corrosão em caldeiras de alta pressão. n
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ashland.com
D
esde a década de 1960 o setor de florestas planta- também levando em consideração seus efeitos ambientais e sociais.
das vem se expandindo, seja em área reflorestada, Nesse contexto surgiu o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que,
mão-de-obra empregada, investimentos na produção por definição, consiste em um sistema de decisão que utiliza méto-
de madeira e, principalmente, em representatividade na dos de controle associados harmoniosamente, considerando aspec-
balança comercial brasileira. As florestas plantadas brasileiras são tos econômicos, sociais e ecológicos. Entre os métodos utilizados,
referências mundiais, devido à sua alta produtividade e excelência encontra-se o controle químico, com a aplicação de agrotóxicos e
nos processos produtivos. defensivos, entre outras denominações.
É importante notar que nossa competitividade no mercado interna- Amplamente questionado no cenário atual, muito no que toca à sua
cional está diretamente ligada à produtividade de nossas florestas, a errônea utilização no passado, o controle químico é uma ferramenta
qual depende de uma série de fatores: controle de plantas daninhas, estratégica e importante na integração das alternativas possíveis. Le-
fertilização correta, materiais genéticos produtivos e adaptados às vando em conta os aspectos técnicos, poucos métodos garantem uma
condições regionais e, por fim – mas não menos importante – um efe- alta eficiência de controle no curto prazo como o químico.
tivo manejo de pragas e doenças. Segundo o anuário estatístico de 2013 da Associação Brasileira de
A cada ano, novas áreas vêm sendo convertidas em plantios flores- Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), o Brasil possui pouco mais
tais, o que resulta em um aumento natural da ocorrência de pragas de 7 milhões de hectares reflorestados, dos quais 5 milhões (70,8%)
e doenças nativas ou exóticas, sendo essas últimas as mais preocu- e 1,5 milhão (22%) pertencentes ao gênero Eucalyptus e Pinus, res-
pantes. Somente nos últimos dez anos registrou-se, para a cultura do pectivamente. Em consulta à página do Agrofit, banco de dados de
eucalipto, a introdução de quatro pragas originárias da Austrália. Com produtos químicos registrados no Brasil, no site do Ministério da Agri-
base em levantamentos anuais de pragas e doenças do eucalipto rea- cultura, encontram-se 57 produtos registrados para o eucalipto, entre
lizados pelo Programa Cooperativo de Proteção Florestal (Protef), do inseticidas, fungicidas e herbicidas.
IPEF, observa-se um aumento de áreas atacadas, com especial ênfase Analisando apenas os números, percebemos que entre esses pro-
às pragas exóticas. dutos figuram 43 herbicidas, 11 inseticidas e 3 fungicidas. Refinando
Diante desse cenário de alto risco fitossanitário e crescente preo- nossa busca, entre os 43 herbicidas encontramos 27 produtos (62%)
cupação com o meio ambiente, devemos adotar diversos métodos e que têm como ingrediente ativo a molécula glifosato; entre os 11 inse-
estratégias de controle para mitigar os danos causados pelas pragas, ticidas, 6 (54%) destinam-se ao controle de cupins de raiz. Verificamos,
DIVULGAÇÃO/IPEF
DIVULGAÇÃO/IPEF
Por Luis Renato Junqueira, coordenador técnico do Programa Cooperativo em Proteção Florestal (Protef), do Instituto de
Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF). E-mail: [email protected]
DIVULGAÇÃO/IPEF
produtos obsoletos que já nem existem no mercado.
Há algum tempo, através da Câmara Setorial de Florestas Planta-
das, o setor tem procurado levar ao conhecimento do Ministério da
Agricultura as preocupações em relação às poucas opções existentes
no que toca aos produtos químicos, conseguindo em certos aspectos
alguns avanços, como o registro emergencial de algumas moléculas
para o controle da vespa-de-galha do eucalipto. Ainda assim, porém,
continuamos muito aquém do necessário para o setor.
O processo para registro de produtos no Brasil é lento, em sua gran-
de parte devido à legislação para esse fim. Há de se entender que um
maior número de produtos registrados melhora a interação e a ade-
quação de produtos e estratégias para determinadas situações.
No tocante à utilização desses produtos, o setor tem agido de forma
fundamentada e correta, respeitando a legislação brasileira, as certi-
ficações florestais (FSC e Cerflor) e os critérios ecológicos e ambien-
Luis Renato Junqueira
tais, buscando eliminar qualquer efeito indesejado tanto ao ambiente
quanto ao homem em virtude da utilização de produtos químicos. Embrapa e 23 empresas sul-americanas, totalizando mais de 50
Ainda, de forma paralela à busca por novos produtos, tem se profissionais ligados às pesquisas.
trabalhado muito em outras formas de controle, como é o caso Por fim, devemos enxergar a utilização de produtos químicos como
do controle biológico e microbiano, no qual o PROTEF desenvol- uma das alternativas no MIP, que apresenta vantagens e desvanta-
ve grande parte de seu trabalho, procurando estratégias para gens, como os demais métodos de controle. Resta a nós, especialistas
regulação de populações de pragas. Como exemplo, pode-se da área, agirmos com consciência e embasamento técnico-científico
citar o processo de importação da África do Sul do parasitoi- para garantir um efetivo controle, mitigando ao máximo os impactos
de Seletrichodes neseri, inimigo natural da Leptocybe invasa, ao homem e ao ambiente.
popularmente conhecido como vespa-de-galha do eucalipto.
O percevejo bronzeado ( Thaumastocoris peregrinus) é outra im- Nota: sugestões e contribuições para esta série de artigos poderão
portante praga que vem sendo combatida com inimigos naturais, ser encaminhadas ao IPEF aos cuidados de Luiz Erivelto de Oliveira
neste caso o Cleruchoides noackae. O processo de importação Júnior, responsável por Comunicação, pelo telefone (19) 2105-8672,
desses agentes biológicos é feito pela parceria entre o IPEF, a pelo e-mail [email protected] e pelo site www.ipef.br.
está mais
Lista de empresas de celulose
completo
e papel - Brasil
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Da esquerda para a direita: Fabio Arruda Mortara, presidente nacional da Abigraf e Sindigraf-SP; Martyn Eustace, diretor da Two Sides
no Reino Unido; Christiano Nygaard, membro do Conselho de Administração da ANJ e Fernando Costa, primeiro vice-presidente da ANER,
durante o evento de lançamento da campanha Two Sides no Brasil
zação social sobre a produção de papel, feita por uma tável e veicula as informações que, segundo todas as Fabio Mortara:
indústria sustentável que trabalha com árvores plan- pesquisas, são as de maior credibilidade. Os jornais hoje
“A Two Sides
tadas e não desmata florestas para produzir papel”. A são multiplataforma, mas a impressa segue como a mais
mensagem da Two Sides será difundida entre formado- nobre”, declarou.
reforça a
res de opinião, setor público, clientes, fornecedores da É válido destacar que a campanha Two Sides, ainda percepção de
indústria gráfica e do papel, ensino e consumidores de sem apoio governamental, também pretende levar a que a mídia
informação e conteúdo, de acordo com Fábio Mortara, conscientização do uso do papel e seus benefícios às impressa é e
presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica escolas e faculdades. “A nova geração é um ponto fun-
continuará sendo
(Abigraf) e presidente do Sindicato das Indústrias Grá- damental para trazer perenidade a essa consciência, in-
ficas de São Paulo (Sindigraf-SP), entidade articuladora centivando a continuidade de seu consumo no futuro”,
atraente, prática
da campanha em nível nacional. destacou Mortara. e sustentável,
“Um dos grandes desafios pela frente será o de atu- Para dar suporte à campanha, o Sindigraf-SP também além de
ar na mudança das políticas de algumas empresas em anunciou que está contratando o Instituto de Pesquisas imbativelmente
relação ao ‘paperless’, que incentiva a substituição do Ipsos para avaliar e analisar o melhor público dessa
confiável”
papel pelos meios digitais. Essas mensagens contêm campanha, a fim de também conseguir mensurar os re-
afirmações infundadas para incentivar o uso do meio sultados conquistados ao longo da sua divulgação, que
digital e excluir a impressão”, avaliou Mortara. Outra não têm prazo para acabar.
discussão a ser fomentada refere-se à informação gra- A Two Sides no Brasil englobará várias ações. A pri-
tuita. A internet trouxe a ideia de que a informação meira delas é a publicação e divulgação do book Co-
e o acesso a conteúdos estão ao alcance de todos municação Impressa e Papel – Mitos e Fatos, conteúdo
sem custos. O que se tentará mostrar, porém, é que a de embasamento científico que prova a sustentabili-
qualidade e a profundidade dessa mesma informação, dade da cadeia (o arquivo em português em breve
quando disponibilizada mediante um custo necessário estará disponível para download, mas pode-se, por
para produzi-la, é bem diferente. enquanto, consultar o site www.twosides.info para
Essas e outras mensagens que serão veiculadas no mais informações). Já neste mês de maio, será a vez
Brasil pela Two Sides serão lançadas nos próximos me- de o site da campanha entrar no ar em português, além
ses. Para tanto, foi formado um comitê com 42 entidades de anúncios variados para diferentes públicos. A adap-
empresariais, entre as quais a ABTCP, que apoia a cam- tação das peças originais ficará a cargo da agência de
panha, tendo como protagonistas a Associação Nacio- propaganda Blue Box, e as veiculações serão feitas nas
nal de Jornais (ANJ), a Associação Nacional dos Editores publicações das empresas parceiras da campanha.
de Revistas (Aner) e a Associação Brasileira das Empre- Outra frente de ação: o combate pontual de mensa-
sas de Rotativas Offset (Abro). gens e iniciativas – tanto públicas quanto privadas –
que erroneamente associam a impressão à falta de sus-
Um olhar para o meio impresso tentabilidade. Mortara adiantou ainda que a campanha
Christiano Nygaard, membro do Conselho de Admi- já tem um estande na Expoprint deste ano, considerada
nistração da ANJ e diretor de Mercado Leitor e Ope- a principal feira do setor gráfico no País. “A Two Sides
rações do jornal O Estado de S. Paulo, afirmou que a reforça a percepção de que a mídia impressa é e con-
associação considera muito oportuna e acertada a cam- tinuará sendo atraente, prática e sustentável, além de
panha. “A mídia impressa é produzida de forma susten- imbativelmente confiável”, finalizou Mortara. n
Nota: a campanha Two Sides, criada em 2008 na Inglaterra, tornou-se a principal campanha mundial para difundir
a sustentabilidade na comunicação impressa. Atualmente, a Two Sides está presente nos principais países europeus
(Alemanha, França e Itália, entre outros), além de Estados Unidos, Austrália e África do Sul. Confira na próxima
edição uma entrevista completa com Martin Eustace, idealizador do movimento Two Sides.
RENDIMENTO E RESISTÊNCIA
MWV Rigesa apresenta nova geração de papéis: a linha HyPerform™
S
eria possível unir resistência superior e grama- é considerada mundialmente referência em tecnologia,
tura reduzida em um único papel? Sim. Essa é inovação e capacidade produtiva.
a resposta da MWV Rigesa ao mercado, com o
lançamento da nova linha de papéis HyPerform™. Um passo à frente
Trata-se da mais recente novidade desenvolvida no Os produtos da linha HyPerform™ são considerados
segmento de papéis kraft e miolo de alta performance, premium, pela combinação entre a baixa gramatura e
com características diferenciadas, como melhor unifor- a performance superior em até 20% na fabricação de
midade em perfis de gramatura, espessura e umidade. embalagens, além da otimização da produtividade e do
A inovação se deu a partir de uma nova receita de pa- runnability das onduladeiras. Com isso, os papéis HyPer-
pel, com diferentes matérias-primas e novo mix de fibras, form™ obtiveram resultados significativos para embala-
tanto no kraft quanto no miolo. “O mix inclui a exclusiva gens em toda a cadeia de distribuição dos mais variados
tecnologia Hyerbar, uma nova maneira de produzir papel mercados, atendendo também a outros segmentos de
Carlos Arnoldo Schappo: miolo, com inovação patenteada pela MWV, reunindo o embalagens, como gráficos e laminadores, entre outros.
“Devido aos investimentos rendimento da polpa mecânica e a resistência da polpa “Com produção de mais de 430 mil toneladas/ano
feitos, além de estarmos
mais bem capacitados química”, detalhou Carlos Arnoldo Schappo, diretor de dessa nova linha de papéis, temos hoje os processos
para oferecer alto nível de Produção e Logística da MWV Rigesa. produtivos de papéis miolo e kraftliner mais inovado-
serviço no atendimento
a nossos clientes, Para o desenvolvimento do projeto inovador que cul- res da América Latina. Incorporamos o que há de mais
competiremos com um
produto sem similar nos
minou no lançamento dos papéis da linha HyPerform™, recente em tecnologias para a fabricação de papéis de
mercados em que atuamos” foram realizados rigorosos testes nos laboratórios da alta performance, a fim de operar com gramaturas que
MWV Rigesa e também em instituições especializadas variam entre 90 e 375 g/m²”, explica o diretor de Produ-
DIVULGAÇÃO MWV RIGESA
*Authors references
1. Market Manager Paper Processes, BTG Instruments GmbH, Germany
2. Regional Manager, BTG Americas Inc., Brazil
3. Production, Hamburger Rieger GmbH & Co. KG, Germany
4. Senior Application Specialist, BTG Instruments GmbH, Germany
Corresponding author: Daniel Wätzig. Market Manager Paper Processes. Arzbergerstrasse 10. Herrsching. 82211. Germany. Phone: +49 8152 931254.
E-mail: [email protected]
Charge Control in
white water and
Deflaker Refiner 1 Refiner 2
automatic fixing
Stock thickner Color, brightening agent
Filler slurry
agent control
Accepts
Cleaner stage 1
Accepts
Retention agent
control, eventualy
Accepts
Figura 1. Online measurement locations for consistency, ash and charge controls
LOOP TUNING
After selection of the dosage point, the next step was to tune
the charge control loop. At the beginning, an increase of the
fixing agent dosage resulted in an unexpected increase in the Figure 4. Charge controller in automatic control
Figure 5. Charge and retention controller at work Figure 6. Ash dosage in top layer increases
at consistent levels with fewer peaks. Adding the fixing agent CONCLUSIONS
in right amount also controlled charge deviations. When the project was closed, the mill’s set goals where compared
Tuning of the retention controller was critical as drainage with the results. The cost savings could be clearly identified as shown
and flocculation had to be watched at the same time. To in Table 1. Fixative and retention aid use was reduced considerably
avoid overdosage and keep the drainage from drifting off the and expensive fiber was replaced by less expensive filler in the sheet.
retention aid flow was kept within close limits. For white water By replacing 1% fiber with filler, 86.000 € savings could be achieved.
consistency a level was chosen where the controller can work
most of time within its given range. ACKNOWLEDGMENTS
With the control described in this article, the charge and We would like to thank Hamburger Rieger Trostberg and
retention controller worked independently and kept the control especially Ms. Karras and Mr. von Eichhorn for their openness
strategy simple. As a result, both controllers were able to even and full support in the project. n
By Caroline Martin
Special for O Papel Magazine
ABSTRACT
Sulfite cooking has dominated the production of dissolving pulp for continuous cooking technology in DP manufacture can be
in the past. For environmental reasons, production with sulfite found in a paper from 1981 discussing a conversion project at
cooking has decreased and been replaced by prehydrolysis kraft the Ahlstrom Varkaus mill in Finland, where a two-vessel cooking
cooking. Earlier, only batch cooking technology was used, but, due system [1] was employed. This process was based on the acid
to an increasing demand of dissolving pulp, a new process solution hydrolysis of birch, which is among the highest hemicellulose
for manufacturing dissolving pulp grades with continuous cooking containing wood species and, therefore, very challenging for
systems has been developed. This new solution has been made DP manufacture. There were also additional installations using
available through extensive laboratory trials and, subsequently, single-vessel cooking systems located in Russia and Brazil.
installed and operated in existing pulp mills originally designed When the first indications of market volatility appeared in 2008,
for bleached kraft market pulp. The new process and equipment Andritz initiated a vigorous DP process development program based
design have outweighed the negative experiences encountered on continuous cooking. Over the previous decades, several new
on previous attempts to apply the continuous cooking technology technology solutions which added to the attractiveness of such a
for dissolving pulp manufacturing. Both new and existing pulp development program have been fully developed. Among these
mills can benefit from the new process solution which also allows are Diamondback chip steaming [2], TurboFeed chip pumping [2],
the campaign production of dissolving pulp or paper grade pulp Lo-Solids Cooking [3], new control technologies, efficient washing
in the same fiberline. technology, pressurized MC alkaline stages and ozone bleaching
Keywords: bleaching, cooking, mill results, prehydrolysis kraft. technology [6].
Laboratory investigations clearly showed that the latest
continuous cooking technology could be easily adapted to
INTRODUCTION produce DP with a reduced wood consumption and improved
overall energy efficiency. While this initial laboratory work was
Background performed on North American softwoods, similar studies were
Since 2010, the demand for dissolving pulp (DP) from cellulose has performed duplicating the results on various furnishes including
experienced extreme volatility. This is largely due to the increased other softwood, hardwood, and eucalyptus species from around
consumption of textile fiber in Asia in addition to a series of difficult the globe. After the success of the cooking process, more focus has
cotton harvests and an increasing environmental pressure on the been put on the entire fiberline process.
production of textile fibers from cotton and synthetic oil based Due to the synergy with hemicellulose-based byproducts, Andritz
derivatives. The DP prices doubled from their normal levels and focused on water prehydrolysis instead of the previous acid aided
maintained a good business potential for years. These good prices prehydrolysis process. A water or autohydrolysis process was first
instigated a global interest in the ability to convert existing market developed in the 1960’s in Germany [4]. This process relies on
pulp capacity into DP grades. the naturally forming acetic acid reaction products generated to
In recent history, dissolving pulp from cellulose has been maintain an acidic pH typically below 4. By controlling the retention
dominated by batch cooking technology. In the 1980’s and 90’s, time and temperature of the reaction, the desired hemicellulose
the perception was formed that continuous cooking presented removal rate can be achieved. In addition, acid soluble lignin and
too many difficulties during stable operation to produce a high- organic acids are extracted from the chips during the autohydrolysis
purity product like DP. Some of the best documented evidence phase of the DP process.
*Authors’ references:
1. Director of Technology, Andritz OY Finland
2. R&D manager, Andritz OY Finland
Corresponding author: Ramark Hannu - E-mail: [email protected]
Following the autohydrolysis, the chips are washed with hot water process. In viscose pulp, the alpha-cellulose content and R numbers
to recover the hemicellulose extracted and acetic acids generated. correspond to the amount of polymeric cellulose in the pulp, the
This dedicated washing step is a novel feature of the new system and pulp viscosity is lower than in paper grade pulp, and its variation
it enhances the removal of hemicelluloses from chips. It is designed must be small. The inorganic impurity levels (like ash, calcium and
to improve the recovery of the valuable byproducts while limiting iron) have strict limits in terms of the quality.
the carryover of undesirable byproducts into the digester vessel. If The viscose process principle is to dissolve the cellulose polymer
allowed to carryover, these byproducts will consume large amounts to single cellulose rings and then again polymerize them into
of alkali in a neutralization step prior to the alkaline cooking phase. polymers in the spinning process. This process is the main reason
why the quality plays such a vital role. The pulp viscosity corresponds
Dissolving pulp vs. paper grade pulp to the dissolving properties, R-numbers and alpha-cellulose define
Viscose and prehydrolysis pulp quality requirements are different the final polymer quality after spinning, and the impurities and
from the paper pulp quality parameters, and include several hemicelluloses cause difficulties in the spinning process disturbing
parameters which are not important for paper pulp, Table 1. the polymerization.
The alpha cellulose content and polymer quality is generated in
the hydrolysis and cooking, but the remaining fiberline has also
a big role in preserving and generating the properties. The main METHODS
parameters including the brightness, brightness reversion, and The lab cooking and bleaching were carried out in the Andritz
dirt count are familiar in paper pulp, but there are several other PITC laboratory in the USA. The chips were eucalyptus chips from
quality parameters that define the pulp usability for the viscose South America. They were mill chipped; the same chips are used for
paper pulp manufacturing. Some testing was also conducted with
Table 1. Quality parameter ranges of dissolving pulps eucalyptus from China. This wood was very similar to South American
Brightness, % (ISO) 88-92 eucalyptus.
Viscosity, mL/g 450-550 The SW cooking and bleaching was done in Aalto university.
The methods were same than in PITC, but due the equipment, the
Alpha-cellulose, % 93-95
volumes quantities were different.
R10, % >92
R18, % >95 Cooking
Kappa number <0.5 Cooking was carried out in forced circulation 30 liter lab digester.
3 kg of o.d. chips are used in one cook and 1-2 kg of pulp is produced
Ash content, % <0.1
in one cook.
In lab testing, each cook was started with 15 min pre-steaming. Bleaching sequences for prehydrolysis kraft pulp
After pre-steaming, the digester was filled with water and heated With prehydrolysis kraft pulp, the kappa number from cooking is
to hydrolysis temperature 140-170oC and the P-factor was tuned fairly low and the oxygen delignification reduces the kappa number
according to the required hydrolysis level and alpha-cellulose content. very effectively (Table 2). With prehydrolysis pulp, an over 60% kappa
When the hydrolysis was over, the hydrolysate was taken out from reduction can easily be reached in single oxygen stage.
the digester, and the digester was filled with kraft cooking liquor. The
cooking was carried out according to the Lo-solids cooking method Bleaching sequences for dissolving pulp. If a mill is designed
and the pulp was washed and screened after cooking. ISO standards for dissolving pulp production only, the bleaching sequence can
were used for analyzing the pulp after cooking. be optimized to remove the small lignin amount and increase the
brightness. When the pulp does not include HexA, the ozone reacts more
Bleaching with the lignin than with paper pulp with HexA. The ozone stage can be
After the cooking, the pulp was screened and oxygen delignified in standalone (Z), ozone combined metal removal (ZQ) or combined with
oil bath autoclaves. The ozone stage was carried out in a Mark reactor, chlorine dioxide (Z/D). Testing has shown that the MC ozone stage has
the D-stages in polyethylene bags, and the pressurized alkaline effectively removed the difficult lignin and that the last P-stage can do
stages in oil bath autoclaves. Bleaching conditions are shown in the the high brightness with a low peroxide charge (Table 3).
result Table 3. The pulp analyses were conducted according to ISO The specified dissolving pulp sequence can be carried out in a
standards and the R-numbers according to Tappi T 212. The example two-washer system with MC ozone, and the TCF is a very attractive
bleaching sequences are one conventional paper pulp sequence but alternative. The bleach plant is simple and provides stages to control
also two short ozone based sequences. dissolving pulp quality parameters like viscosity and brightness.
Also, in case the mill is converted from the existing paper grade to
dissolving pulp, the short sequence is an attractive solution because
RESULTS AND DISCUSSION of optimized energy consumption and low chemical costs. The
The hemicellulose extracted chips are cooked in a digester to simplest sequences are ZQ-P or ZD-P.
reduce the kappa level to the desired target. With the efficiency of
the autohydrolysis process, the kappa level out from the digester Flexible bleaching sequences. The bleaching sequence can be
can be raised by several kappa units above the typical target for designed to be flexible between dissolving pulp and paper grade.
batch cooking. The higher kappa target has a positive impact on the Therefore, the number of stages and the chemistry are designed to
yield, but also on the fiberline process, such as on the pulp viscosity allow both grades to be produced economically. Typically, the ECF
(Tables 2 and 4). sequences are flexible (A)D EOP-D-(P) sequences which enable the
running of both grades.
Table 2. Single-stage oxygen delignification of prehydrolysis kraft pulp. Prehydrolysis kraft pulp and HexA
Original pulp on the left and results on the right
Due to the prehydrolysis and to the extensive hemicellulose removal
Initial pulp O Stage in cooking, the pulp has a small amount of hemicellulose and there is no
‘xylan’ reactions in cooking, dissolving brown eucalyptus pulp does not
Kappa number 7.8 Temperature, °C 105 have any HexA, and the kappa after cooking is low, 7-12. This feature
leads to major differences in the bleaching chemistry and technology
Viscosity, mL/g 1211 Time, min 75
which has been used for eucalyptus paper grade pulps over the past
ISO Brightness, % 44.4 Pressure, bar 5.5 years [7]. The main quality target for eucalyptus paper grade market
pulp has been high brightness with a low brightness reversion. The
R10, % 97.2 NaOH, % 1.2 quality has been reached by controlling the HexA through hydrolysis
and by selecting mild conditions in three or four-stage bleaching for
R18, % 98.0 Final pH 11.0
delignification and brightening. With viscose pulps, HexA plays no
Kappa number 2.8 role in the bleaching chemistry, and the reactions are mainly with
lignin. Additionally, bleaching must be capable of controlling the pulp
Viscosity, mL/g 997 viscosity differently than in the paper grade pulp bleaching sequence.
ISO Brightness, % 67.5
Prehydrolysis kraft cooking technology, traditional
R10, % 96.6 applications and modern solutions
The major drawback of the previous continuous cooking systems
R18, % 97.5 appeared as repetitive and uncontrollable scaling within the process.
This scaling manifested itself primarily around the location of a drastic Single-vessel systems were also being used to produce dissolving
pH change. In the two-vessel system, Figure 2, with the traditional pulp, Figure 3. In addition to the limitations in chip feeding
chip feeding technology of the period, the metallurgies were insufficient technology, a major pH change was occurring within the cooking
for the process conditions and, therefore, extra equipment was vessel that was difficult to control. As the chip volume and digester
introduced to protect the high-pressure feeder from extremely low pH flow variations occurred, the pH interface location also moved up
environments. The Dragos separator isolated the 4 – 5 pH environment and down in the cooking vessel. This promoted scaling and it was
around the high-pressure feeder from the 1 – 2 pH environment in common for these single-vessel systems to take more frequent
the impregnation vessel. While this addressed the problems with the conversions to paper grade for several days at a time for cleaning.
materials of construction, it increased the level of complexity in an Given the experiences that DP could be manufactured using
already challenging cooking system to keep in precise control. continuous technology and the promising results with the new
Additionally, the two-vessel reference developed a scale control autohydrolysis process in the laboratory, Andritz developed and sold its
program that required the system to be converted to kraft pulp every first DP system conversion in January 2011, Figure 4. The conversion
2 - 3 weeks in order to remove scale buildup, particularly in the was made to a 2009 Andritz single-vessel installation successfully
bottom of the impregnation vessel and around the screens. This scale making market pulp from eucalyptus. With the addition of the pre-
could be removed by the switch from acidic to alkaline conditions. hydrolysis vessel (PHV) and auxiliary equipment, the system was
successfully converted to DP production by November 2011. limit to preserve viscosity. For eucalyptus, 9 – 12 kappa is the target
The inclusion of the Diamondback (DB) chip steaming system, out of the cooking system.
where extremely effective chip steaming substantially removes all Finally, the extracted hydrolysate from the PHV and the extraction
the air, is a key to the new process. Air-free chips allow for extremely liquors from the digester can be processed separately or together to
rapid liquid penetration and reduced times for heat transfer. The recover heat energy, keeping the operational cost of the system in
volume of chips is evenly metered into the system with the DB system control while avoiding excessive hot water generation. By selecting
allowing for precise control of L/W ratios and heating in the top of a kettle type reboiler as the heat recovery unit, any steam generated
the PHV, over 60°C in only several minutes in the vapor-phase top. and used in the bin is free from the risk of alkali contamination.
After a defined retention time dependent on wood species,
the water with acetic acid is extracted from the vessel through Fiberline solutions
internal screens similar to digester vessel screens. Due to a slightly Alkaline stages are designed for high temperature and, typically,
exothermic reaction, the extraction temperature is typically 5oC at least one alkaline stage is pressurized because the temperature
higher than the top liquor phase temperature of the PHV. Hot demand is in the range of 100°C or higher. The new combination
water added to the bottom of the vessel is also extracted from the of a Solaris steam heater, an A-mix chemical mixer and Andritz MC
screens to create a counter-current washing zone similar to a Hi-Heat pumping technology is an effective solution for high-temperature
washing zone within the digester. This wash zone further removes bleaching stages (Figure 5).
those reaction products still within the chips at the time of extraction Ozone has been known as an effective bleaching chemical widely used
by displacement and diffusion.
In the transfer between reactors, white liquor can be added to
already begin the neutralization process. At the top of the digester,
the main addition of white liquor is added to neutralize any acidic
liquor that carry into the digester. This addition also ensures that the
concentration of dissolved organics does not exceed the threshold
for precipitation and can instead be removed in the first digester
extraction. As the chips are fully impregnated with water, diffusion of
the alkali into the chips is extremely fast. Very low reject levels have
been observed in the laboratory and in the mill operation using the
new autohydrolysis process.
Using Lo-Solids cooking principles, filtrate is added to further wash
dissolved organics through displacement and diffusion from the chips
while adding additional fresh white liquor for the final delignification
phase in the digester. Delignification continues to a wood specific Figure 5. The Solaris steam heater and A-mix chemical mixer
REFERÊNCIAS
1 – Arhippainen, B, Nevalainen, P, Marttala, T, Blom, U, Hanninen, E, Nikula, M – “Development of the Alva Prehydrolysis Process (parts 1 and
2)” (1981)
2 – Wiley, W.E, Stromberg, B – “The Development of an Innovative Chip Feeding System for Continuous Digesters” (2003)
3 – Marcoccia, B, Laakso, R and McClain G – “Lo-Solids pulping: principles and application” (1996)
4 – Rydholm, S – Pulping Processes (1985)
5 – Sixta, H – Handbook of Pulp (2006)
6. Vehmaa, J., Pikka, O., Bleaching of HW kraft pulps with ozone, Ippta Seminar New Delhi 2007.
7. Vuorinen, T., Teleman, A., Fagerström, P. et al. Selective hydrolysis of hexenuronic acid groups and its application in ECF and TCF bleaching of
kraft pulps. Intl. Pulp Bleaching Conference. Atlanta: Tappi Press, 1:43-51 (1996)
8. Pikka, O. and Kurkio J., A New Approach to Effluent Control in Modern Pulp Bleaching Plants, Technicelpa 2007.
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