Papel e Celulose - Cozimento

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REVISTA MENSAL

DE TECNOLOGIA
EM CELULOSE E PAPEL MONTHLY JOURNAL OF PULP AND PAPER TECHNOLOGIES - YEAR LXXV, Nº 5, MAY 2014
ANO LXXV Nº 5,
MAIO 2014

ÁGUA EXERCE FUNÇÃO


INDISPENSÁVEL
NA INDÚSTRIA DE
WATER HAS AN CELULOSE E PAPEL
VEJA OS INCREMENTOS
INDISPENSABLE TECNOLÓGICOS POR TRÁS DA
FUNCTION IN THE PULP REDUÇÃO DE CONSUMO DOS
AND PAPER INDUSTRY ÚLTIMOS ANOS E CONHEÇA
TAKE A LOOK AT THE TECHNOLOGICAL
OS MÉTODOS QUE PROMETEM
IMPROVEMENTS BEHIND THE MINIMIZAR AINDA MAIS A
REDUCTION IN CONSUMPTION OVER PARTICIPAÇÃO DO RECURSO
THE LAST YEARS, AND FIND OUT NO PROCESSO FABRIL
ABOUT METHODS THAT PROMISE TO
FURTHER MINIMIZE THE RESOURCE’S
PARTICIPATION IN THE PRODUCTION
PROCESS

ENTREVISTA — Evandro Curtolo da Cruz, gerente de Novas Tecnologias da


Raízen, fala sobre a construção de primeira unidade produtiva de etanol celulósico
no Brasil, com start-up previsto para o segundo semestre deste ano
INTERVIEW — Evandro Curtolo da Cruz, New Technologies manager at
Raízen, talks about construction of the first cellulosic ethanol production unit in
Brazil, projected to start up in the second semester of this year
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SETOR 2014
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durante o JANTAR de
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no dia 8 de Outubro.

Acesse o site:
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Mais informações:
[email protected] ou
11 3874-2719
EDITORIAL

SERGIO SANTORIO
POR PATRÍCIA CAPO,
COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO DA ABTCP
E EDITORA RESPONSÁVEL DE PUBLICAÇÕES
.: (11) 3874-2725
: [email protected]

ABTCP’S COMMUNICATION COORDINATOR


AND EDITOR-IN-CHIEF FOR THE PUBLICATIONS
.: (11) 3874-2725
: [email protected]

O ESSENCIAL E A FORMA ESSENCE AND THE FORM

P I
ode ser que a reflexão proposta neste editorial já tenha passado pela t is possible that the reflection proposed in this editorial has crossed the minds
imaginação de muitos leitores, mas como nós, seres humanos, preci- of many readers. However, like us, human beings, who have to remember
samos nos lembrar sempre de tudo o que aprendemos para não dei- everything in order to not erase from memory, I will address the theme of our
xarmos que se apague da memória, abordarei o tema de nossa Reportagem Cover Story – water – in this message under the prism of essential resource.
de Capa – a água – nesta mensagem sob o prisma de um recurso essencial. In our lives, many times we stick more to the form than the essence of things.
Em nossas vidas, muitas vezes nos prendemos mais à forma do que à essência In the world of images that we live in, paying more attention to visual effects is,
de tudo. No mundo das imagens no qual vivemos, prestar atenção aos efeitos by the way, the standard of how we look at the world. But the necessary would
visuais, aliás, é o padrão de nosso olhar para o mundo. Na verdade, porém, be to perceive the essence in everything around us and not exactly the form that
o necessário seria procurar enxergar a essência em tudo à nossa volta, e não involves this essence. After all, without the essential, which is invisible to the
exatamente à forma que envolve essa essência. Afinal, sem o essencial, que é eye, our lives would have no meaning.
invisível aos olhos, nossas vidas não teriam sentido. In this edition of O Papel we’ll be talking about water, an essential resource to
Nesta edição da O Papel estamos falando sobre a água, um recurso essencial the productive process of pulp and paper. And, well aware of value that water has
ao processo produtivo de celulose e papel. Por saberem muito bem do valor que for our industry, is that companies in the sector have become global references
a água tem para nossa indústria, as empresas do setor se tornaram referências in the use and in the research and technologies for reducing consumption of
mundiais no uso e nas pesquisas e tecnologias para reduzir o consumo desse this resource in their production lines. There are, for example, studies being
recurso em suas linhas de produção. Há, por exemplo, estudos sendo desenvol- developed towards producing paper with practically no water.
vidos para fabricar papel praticamente sem água. Water is, therefore, as you will see in this Cover Story, one of the essences of
A água é, portanto, como se poderá ver nesta reportagem, uma das essências paper that passes through machines in a very careful manner, and then treated
do papel a percorrer as máquinas com muito cuidado e também sendo cuidada, to return to the process or the environment, many times cleaner than when it
para retornar ao processo ou ao meio ambiente muitas vezes até mais limpa do entered the mill. Thanks to suppliers and their highly advanced technologies for
que quando adentrou as portas das fábricas. Graças aos fornecedores e suas dealing and treating water, thanks to the development of companies in the forest
mais avançadas tecnologias para lidar com a água e tratá-la, graças ao desen- based sector, which are super advanced in various aspects, any myth can be
volvimento das empresas do setor de base florestal ultra-avançado em diversos fought with facts. (Read this month’s special Cover Story)
aspectos, qualquer mito pode ser combatido com fatos. (Confira a Reportagem Besides the Cover Story, this month’s magazine presents a futuristic interview
de Capa especial nesta edição) about new business introduced as opportunities for the forest-based industry, such as
Além dessa abordagem principal, a revista deste mês traz uma entrevista fu- the production of cellulosic ethanol. This month’s interviewee of O Papel is Raízen’s
turista sobre novos negócios lançados como oportunidades à indústria de base New Technologies manager, Evandro Curtolo da Cruz, who provides details about the
florestal, como a produção de etanol celulósico. Quem falou para a O Papel so- company that’s constructing its first plant to produce this product.
bre o tema foi Evandro Curtolo da Cruz, gerente de Novas Tecnologias da Raízen, In order to understand the dimension of this new business, Raízen – Brazil’s
empresa que está construindo sua primeira planta para gerar essa produção. renewable energy leader and first integrated player in the sugarcane based energy
Para entender a dimensão desse novo negócio, a Raízen – líder em energia sector - is expected to reach a volume of 1 billion liters of clean cellulosic ethanol by
renovável no Brasil e o primeiro player integrado do setor sucroenergético – de- 2024 to supply the market with this biofuel. In the interview to O Papel, Cruz also
verá atingir até 2024 o volume de 1 bilhão de litros de etanol celulósico, a ser talks about future partnerships with Brazil’s pulp and paper industry.
colocado limpo à disposição do mercado. Nesta entrevista à O Papel, Cruz fala, O Papel magazine, which celebrated its 75th anniversary in April, also includes
inclusive, sobre futuras parcerias com a indústria de celulose e papel nacional. many other important features, such as the officialization of the Brazilian Tree
Nossa O Papel, que completou 75 anos em abril passado, traz também outros Industry (Ibá), which stems from the union between other associations like
destaques, como a oficialização da Indústria Brasileira de Árvores, a Ibá, que Bracelpa (Brazilian Pulp and Paper Association ) and others in the forest-based
surgiu da união entre outras associações, como a Associação Brasileira de Celu- segment. (Read the Ibá Column, which was the Bracelpa Column until last
lose e Papel (Bracelpa) e outras do segmento de base florestal. (Leia a Coluna month’s edition of O Papel, to understand the essence of this change, which
Ibá, que era a Coluna Bracelpa até a edição do mês passado da O Papel, e should generate major benefits for the pulp and paper industry). And talking
entenda a essência dessa mudança, que deverá gerar grandes benefícios à about actions aimed at strengthening the sector, there is also the story about
indústria de celulose e papel). Por falar em ações em prol do fortalecimento the launching of Two Sides, a global movement that focuses on explaining how
do setor, veja ainda a reportagem sobre o lançamento do Two Sides, movimento the paper industry functions and its comparative advantages in relation to the
mundial que pretende esclarecer a forma de atuação da indústria papeleira e digital media segment.
suas vantagens comparativas com o segmento das mídias digitais. This month’s O Papel also includes technical notes of high knowledge value
A O Papel deste mês contempla ainda notas técnicas de alto valor em conhe- for professionals looking to stay up-to-date about research and development
cimento aos profissionais que buscam ficar bem informados sobre os avanços advancements in the sector, and includes news about papers, careers and companies
das pesquisas e o desenvolvimento setorial, mostrando as novidades sobre pa- in our industry’s production chain, which have always responded to challenges
péis, carreiras e empresas da cadeia produtiva de nossa indústria, que sempre in a proactive manner to grow!(You can also read 2014’s editions of O Papel
respondeu aos desafios com proatividade para crescer! (Leia também as edi- magazine in digital format on your tablets and smartphones through the
ções de 2014 da revista O Papel disponíveis em formato digital em seus following link www.revistaopapeldigital.org.br or download the “Revista O
tablets e smartphones em www.revistaopapeldigital.org.br ou baixe o apli- Papel” application through AppStore or GooglePlay)
cativo “Revista O Papel” nas lojas AppStore e GooglePlay) Best regards and see you next month!
Um enorme abraço a todos e até a próxima edição!

maio/May 2014 - Revista O Papel 3


BANCO DE IMAGENS ABTCP
SUMÁRIO

03 Editorial
DIVULGAÇÃO RAÍZEN

O essencial e a forma
Por Patrícia Capo

06 Entrevista
Raízen constrói a primeira planta de
etanol celulósico e prevê produção
de 1 bilhão de litros até 2024 28 Reportagem de Capa
Com Evandro Curtolo da Cruz, gerente Água tem participação de peso na
de Novas Tecnologias da Raízen
fabricação de celulose e papel
08 Coluna ABPO Avanços tecnológicos e incrementos de gestão dos
Calendário de Cursos ABPO últimos anos ainda não dispensam uso do recurso
no processo fabril, mas trazem perspectivas de
09 Artigo ABPO redução para as próximas décadas
Descarte seletivo Por Caroline Martin – Especial para O Papel
Por Juarez Pereira
43 Nota Técnica
10 Coluna Gestão Empresarial Controle de Tratamento de Água por fosfato
Filosofia e poder na gestão empresarial congruente em caldeiras de força e de
Por Luiz Bersou recuperação baseado em conhecimento
Por Anderson José Beber
14 Coluna Radar
Por Patrícia Capo e Thais Santi 48 Série Técnica Florestal – O Papel/IPEF
Sétimo capítulo - Aumento de pragas e
22 Coluna Indicadores de Preços doenças versus registro de produtos
Por Carlos José Caetano Bacha para florestas plantadas
Por Luis Renato Junqueira
26 Coluna Ibá
Ibá buscará mais competitividade 50 Reportagem Institucional
para o setor Two Sides chega ao Brasil
Por Elizabeth de Carvalhaes Por Thais Santi

REVISTA MENSAL
DE TECNOLOGIA
EM CELULOSE E PAPEL
ANO LXXV Nº 5,
MAIO 2014
MONTHLY JOURNAL OF PULP AND PAPER TECHNOLOGIES - YEAR LXXV, Nº 5, MAY 2014 Ano LXXV Nº5 Maio/2014 - Órgão oficial de divulgação da ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel,
registrada no 4º Cartório de Registro de Títulos e Documentos, com a matrícula número 270.158/93, Livro A.
Year LXXV # 5 May/2014 - ABTCP - Brazilian Technical Association of Pulp and Paper - official divulge organ,
ÁGUA EXERCE FUNÇÃO
registered in the 4th Registry of Registration of Titles and Documents, with the registration number 270.158/93, I liberate A.
INDISPENSÁVEL

Revista mensal de tecnologia em celulose e papel, ISSN 0031-1057


NA INDÚSTRIA DE
WATER HAS AN CELULOSE E PAPEL
VEJA OS INCREMENTOS
INDISPENSABLE TECNOLÓGICOS POR TRÁS DA
FUNCTION IN THE PULP

Monthly Journal of Pulp and Paper Technology


REDUÇÃO DE CONSUMO DOS
AND PAPER INDUSTRY ÚLTIMOS ANOS E CONHEÇA
TAKE A LOOK AT THE TECHNOLOGICAL
OS MÉTODOS QUE PROMETEM
IMPROVEMENTS BEHIND THE MINIMIZAR AINDA MAIS A
REDUCTION IN CONSUMPTION OVER PARTICIPAÇÃO DO RECURSO
THE LAST YEARS, AND FIND OUT NO PROCESSO FABRIL
ABOUT METHODS THAT PROMISE TO
FURTHER MINIMIZE THE RESOURCE’S

Redação e endereço para correspondência


PARTICIPATION IN THE PRODUCTION
PROCESS

ENTREVISTA — Evandro Curtolo da Cruz, gerente de Novas Tecnologias da


Address for contact
Rua Zequinha de Abreu, 27
Raízen, fala sobre a construção de primeira unidade produtiva de etanol celulósico
no Brasil, com start-up previsto para o segundo semestre deste ano
INTERVIEW — Evandro Curtolo da Cruz, New Technologies manager at
Raízen, talks about construction of the first cellulosic ethanol production unit in

Pacaembu, São Paulo/SP – CEP 01250-050


Brazil, projected to start up in the second semester of this year

Telefone (11) 3874-2725 – email:[email protected]


Conselho Editorial Executivo:
Executive Editorial Council:
Cláudio Marques, Darcio Berni, Francisco Bosco de Souza, Gabriel José, Lairton Leonardi, Patrícia Capo e Ricardo da Quinta.
Avaliadores de artigos técnicos da Revista O Papel:
Technical Consultants:
Coordenador/Coordinator: Pedro Fardim (Åbo Akademi Univeristy, Finlândia)
Editores/Editors: Song Wong Park (Universidade de São Paulo, Brasil), Ewellyn Capanema (North Carolina State University, Estados Unidos)
Consultores / Advisory Board: Antonio Aprígio da Silva Curvelo (Brazil), Bjarne Holmbom (Finland), Carlos Pascoal Neto (Portugal), Cláudio Angeli Sansígolo
(Brazil), Cláudio Mudado Silva (Brazil), Dmitry Evtuguin (Portugal), Dominique Lachenal (France), Eduard Akim (Russian), Eugene I-Chen Wang (Taiwan), Hasan
Jameel (USA), Jaime Rodrigues (Chile), Joel Pawlack (USA), Jorge Luiz Colodette (Brazil), Jose Turrado Saucedo (Mexico), Jürgen Odermatt (Germany), Kecheng Li
(Canada), Kien Loi Nguyen (Australia), Lars Wågberg (Sweden), Li-Jun Wang (China), Maria Cristina Area (Argentina), Martin Hubbe (USA), Miguel Angel Zanuttini
(Argentina), Mohamed Mohamed El-Sakhawy (Egypt), Orlando Rojas (USA), Paulo Ferreira (Portugal), Richard Kerekes (Canada), Storker Moe (Norway), Tapani
Vuorinen (Finland), Teresa Vidal (Spain), Toshiharu Enomae (Japan and Korea), Ulf Germgård (Sweden)
Colaborador para Notas Técnicas: Jayme Nery (Brasil)

4 Revista O Papel - maio/May 2014


52 Reportagem Negócios & Mercado Publicações em Destaque
Rendimento e Resistência
Por Thais Santi
  Pinusletter    Eucalyptus Online
Leia mais em: http://www.celso-foelkel.com.br

66 Diretoria

Veja em O Papel online / See on O Papel website:


O PAPEL IN ENGLISH www.revistaopapeldigital.org.br

03 Editorial
Essence and the form
Cover Story
Water still plays an important role
53 Technical Note in pulp and paper production
Wet end optimization to boost white top Technological advancements and management
testliner productivity improvements in recent years still can’t eliminate
this resource from the production process, but offer
57 Interview reduction perspectives for the next decades
Raízen builds its first cellulosic ethanol
ÍNDICE DE ANUNCIANTES
plant and projects a production of 1 billion
liters of ethanol by 2024 ANDRITZ 42

ASHLAND 47
59 Technical Note
Manufacturing of dissolving pulp with CONTECH 21
continuous cooking and novel fiberline
PRODUQUÍMICA 27
technology - Laboratory results and a
comparison to mill results REXNORD 13

Jornalista e Editora Responsável / Journalist and Responsible *Publicação indexada/Indexed Journal: **A Revista O Papel
Editor: Patrícia Capo - MTb 26.351-SP está indexada pelo/ The O Papel Journal is indexed by:
Redação / Report: Thais Santi MTb: 49.280-SP Chemical Abstracts Service (CAS), www.cas.org; no Elsevier,
www.elsevier.com; no Scopus, www.info.scopus.com e
Revisão / Revision: Adriana Pepe e Luigi Pepe The University of Jyvaskyla JYX Repository, www.jyx.jyu.fi
Tradução para o inglês / English Translation: Diálogo Traduções e Okidokie Traduções Os artigos assinados e os conceitos emitidos por entrevistados
Projeto Gráfico / Graphic Design: Juliana Tiemi Sano Sugawara e são de responsabilidade exclusiva dos signatários ou dos emi-
Fmais Design e Comunicação | www.fmais.com.br tentes. É proibida a reprodução total ou parcial dos artigos sem
a devida autorização.
Editor de Arte / Art Editor: Fernando Emilio Lenci
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Publicidade e Assinatura / Publicity and Subscription: Tel.: (11) 3874-2733/2708


Angélica R. Carapello e Daniela Cruz
Email: [email protected]
100% da produção de celulose e papel no Brasil vem
Representante na Europa / Representatives in Europe: de florestas plantadas, que são recursos renováveis.
Nicolas Pelletier - RNP Tel.: + 33 682 25 12 06
In Brazil, 100% of pulp and paper production are
E-mail: [email protected] originated in planted forests, wich are renewable sources.

maio/May 2014 - Revista O Papel 5


ENTREVISTA

Por Caroline Martin


Especial para O Papel

DIVULGAÇÃO RAÍZEN
Raízen constrói a primeira planta de etanol
celulósico e prevê produção de 1 bilhão de
litros até 2024

A
Raízen, líder em energia renovável no Brasil e primeiro player o segundo semestre deste ano. Evandro Curtolo da Cruz, gerente de
integrado do setor sucroenergético, iniciou a construção de Novas Tecnologias, afirma que a companhia tem como principal intuito
sua primeira unidade de produção de etanol celulósico no beneficiar-se da sinergia entre a unidade de primeira geração da Raízen
País. A planta, com capacidade anual de 40 milhões de litros com a de segunda, para reduzir custos e aproveitar o sistema logístico
de etanol de segunda geração, está sendo instalada em Piracicaba (SP), já existente na região.
ao lado da unidade Costa Pinto da empresa. Na entrevista concedida à O Papel, o executivo dá mais detalhes
Com investimentos de R$ 230 milhões – divididos entre recursos sobre o projeto, que prevê produzir 1 bilhão de litros de etanol nos
próprios e aporte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômi- próximos anos. Ele fala também sobre futuras parcerias com a indústria
co e Social (BNDES) –, o start-up da nova planta está previsto para de celulose e papel.

6 Revista O Papel - maio/May 2014


O Papel – Como está o andamento do projeto da uma planta teste no Canadá, para conseguir operar Cruz: potenciais
planta de etanol de segunda geração? uma unidade no Brasil com alto padrão de excelência
Evandro Curtolo da Cruz – A planta, com capa- e pequena margem de erros. Tais pesquisas continu-
sinergias entre
cidade anual de 40 milhões de litros de etanol, está arão para dar suporte à operação da primeira plan- a tecnologia de
sendo instalada em Piracicaba (SP), ao lado da unida- ta comercial, bem como para otimizar as atividades. produção de
de Costa Pinto da Raízen. Agora em fase de constru- Uma parceria também foi feita com a dinamarquesa etanol celulósico
ção, deve começar a operar no final deste ano. Além Novozymes, a maior produtora mundial de enzimas,
da primeira unidade em Piracicaba, a companhia pre- na intenção de desenvolver enzimas específicas para
e a indústria de
vê mais sete plantas de etanol celulósico até 2024, o processo escolhido. A empresa será a fornecedo- celulose existem
todas próximas às unidades de produção de primeira ra exclusiva para a produção do etanol de segunda e poderão ser
geração já existentes. Operando com capacidade má- geração na unidade Costa Pinto. Essas enzimas são exploradas num
xima, temos expectativa de produção de 1 bilhão de responsáveis por converter o material celulósico em
futuro próximo
litros de etanol. Segundo a Raízen, o etanol celulósico açúcar, numa das etapas do processo de fabricação.
é um dos grandes caminhos para atender à crescente  
demanda por etanol no Brasil e no mundo. O Papel – A tecnologia usada para a produção do
  etanol de segunda geração é a mesma do processo fa-
O Papel – A partir da inauguração dessa primeira bril convencional? Quais são as principais diferenças no
planta, em quanto tempo a Raízen pretende atender ao processo?
mercado? Haverá um período de learning curve? Cruz – Primeiramente, é importante frisar que a
Cruz – A construção e a operação da primeira companhia investirá na segunda geração para elevar a
planta de etanol celulósico fazem parte de um plano produtividade do etanol sem aumentar a área cultiva-
estratégico da Raízen. Nesta etapa, está prevista a da, aproveitando o bagaço e a palha da cana-de-açú-
ampliação (scale-up) da tecnologia empregada para car, hoje utilizados apenas para cogerar energia elétri-
escala comercial e uma curva de aprendizado asso- ca. A sinergia da planta de segunda geração com a de
ciada de alguns meses está sendo considerada. primeira proporcionará à Raízen ganhos logísticos e de
  custo. Na prática, os resíduos do processo de produção
O Papel – Em termos operacionais e comerciais, que de etanol (bagaço, folhas e cascas da cana) passam por
estratégias estão por trás da construção da planta? A um pré-tratamento nas fibras, que são desestruturadas
quais mercados a companhia pretende atender? no blowtank e transformadas em açúcares solúveis por
Cruz – A estratégia da empresa consiste em aumen- meio de hidrólise. A fermentação converte o açúcar em
tar sua atual produção de etanol sem ampliar a área etanol, que é purificado na destilação e enviado para
cultivada por meio do processamento da palha de cana comercialização. O etanol de segunda geração tem
disponível. Tal incremento de produção poderá ser di- exatamente a mesma composição química do etanol
recionado tanto para o mercado interno como para o de primeira geração, podendo, portanto, ser utilizado
externo, de acordo com as condições de mercado. tanto para fins de combustível, como também para a
  indústria química.
O Papel – Quais são os desafios envolvidos na co-
mercialização do etanol de segunda geração? Como a O Papel – A empresa planeja algum tipo de integra-
Raízen pretende enfrentá-los? ção, intercâmbio de conhecimento ou auxílio em pes-
Cruz – Os principais desafios à comercialização quisas com a indústria de celulose? Essa parceria tem
do etanol de segunda geração estão associados basi- potencial, já pensando em biorrefinarias, a partir dos
camente à ampliação da tecnologia e à redução dos resíduos da fabricação de celulose?
custos referentes às duas principais matérias-primas: Cruz – Potenciais sinergias entre a tecnologia de
biomassa e enzimas. Para enfrentá-los, a Raízen rea- produção de etanol celulósico e a indústria de celulo-
lizou, junto com a Iogen Energy, sua parceira tecnoló- se existem. Uma vez concluída a etapa de ampliação
gica, exaustivos testes em escala piloto e demonstra- tecnológica na primeira planta da Raízen, tais oportu-
ção. Desde 2012, há testes sendo desenvolvidos em nidades com certeza poderão ser exploradas.    n

maio/May 2014 - Revista O Papel 7


COLUNA ABPO

CALENDÁRIO DE CURSOS ABPO


MÊS CURSO* LOCAL DATA

Maio Impressão de corte e vinco Sede da ABPO 8e9

Confecção e montagem
Julho/agosto Sede da ABPO 31.07 e 1º.08
de clichês

Setembro Impressão flexográfica Sede da ABPO 4e5

Outubro Tintas base d’água Sede da ABPO 2e3

*Carga horária: 14 horas, sendo que o horário de realização será das 9h às 17h.
Para inscrições, ligue para (11) 3538-2276 ou envie e-mail para [email protected].

A Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) fica na Rua Brigadeiro Gavião Peixoto, 646
Alto da Lapa – São Paulo (SP). Estacionamento no local.

Para ter mais informações, acesse


http://www.abpo.org.br/wp-content/uploads/2014/03/cursos-ABPO_Senai.pdf
e confira o conteúdo completo de cada curso.

8 Revista O Papel - maio/May 2014


ARTIGO ABPO

BANCO DE IMAGENS ABTCP


POR JUAREZ PEREIRA,
ASSESSOR TÉCNICO DA ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DO PAPELÃO ONDULADO (ABPO).
: [email protected]

DESCARTE SELETIVO

E
stá em elaboração pelo Grupo de Trabalho – ABNT NBR 16182 – Embalagem e acondicionamen-
GT-1 (Normas e Especificações da ABPO) a to – Simbologia de orientação de descarte seletivo e
Nota Técnica sob o título Descarte Seletivo. identificação de materiais.
A NT-GT-1/15 é uma recomendação para que os A partir de dezembro/2014, todas as embalagens
fabricantes de papelão ondulado imprimam, nas de papelão ondulado deverão ter impresso o sím-
embalagens por eles fabricadas, um símbolo para o bolo do Descarte Seletivo, conforme o desenho em
descarte das embalagens pós-consumo. destaque, indicando que o material da embalagem
Esse símbolo segue os critérios estabelecidos na é reciclável e deve ser descartado de forma seletiva.
Separando já no descarte os materiais de acordo
com sua categoria, o processo seletivo facilitará a
coleta e a destinação para reciclagem, de forma a
criar uma cultura para uma questão que preocupa
a todos – consumidores finais, principalmente – em
relação ao reaproveitamento de materiais reciclá-
veis. Sem essa orientação, todo e qualquer material
de embalagem acabaria nos lixões sanitários: um
desperdício inaceitável.
Além da razão econômica, de muita importância,
existe a razão ecológica, na verdade mais impor-
tante ainda. A reciclagem de papelão ondulado já é
uma realidade entre nós. Nosso índice de reciclagem
já está entre 80% e 90%. Vale registrar que se trata
de um alto índice de reaproveitamento. O descarte
seletivo vem ajudar a mantermos e até mesmo au-
mentarmos esse percentual.
A NT- GT-1/15 traz informações aos fabricantes de
papelão ondulado sobre os locais para a impressão
do símbolo. Igualmente, a ABNT NBR 16182, mais
abrangente, apresenta, também, a simbologia para
outros materiais.             n

maio/May 2014 - Revista O Papel 9


COLUNA GESTÃO EMPRESARIAL
SÉRGIO BRITO

POR LUIZ BERSOU,


DIRETOR DO INSTITUTO ÉPICO DE ADMINISTRAÇÃO
: [email protected]

FILOSOFIA E PODER NA GESTÃO EMPRESARIAL


Introdução se perdem por conta da qualidade das regras de negócio e 2) as regras
Como sempre, defendemos a tese de que as ferramentas de adminis- de análise e de negócio não são obedecidas (tudo é improvisado) e não
tração colocadas a serviço das empresas se tornaram insuficientes. Esse são escritas (ficando, portanto, no ar).
fato se torna ainda mais evidente na medida em que progressivamente No quinto bloco das entrevistas, identificamos questões vitais: 1)
transitamos de um universo em que a gestão das empresa vivia na era pratica-se administração pelo pressuposto de que a empresa tem ca-
da monotonia para outro no qual se vive a era do complexo e do caóti- pital, quando, na verdade, sofre frequentemente com a escassez de
co. Já escrevemos por diversas vezes sobre novas técnicas para se fazer recursos – ou seja, há uma gestão baseada no modelo capitalista, mas
a gestão no universo complexo – especialmente sobre a Metodologia sem capital; 2) a dimensão da empresa fica maior do que a do capital
do Ponto Flutuante. disponível e observa-se que os recursos não são reconhecidos de acor-
Queremos agora abordar fundamentos de Filosofia como recurso do com a dinâmica do negócio e 3) como decorrência final, a empresa
adicional ao aperfeiçoamento da gestão. Partimos de uma pesquisa e perde ritmo e fica menor.
seguimos a relação de base inicial “Comando Ú Controle”, de origem No sexto bloco das entrevistas, encontramos mais questões vitais: 1)
militar, estendendo-a para a base de referência “Objetivos Ú Planeja- gente demais com velocidade de trabalho muito baixa e que permane-
mento Ú Condução de Planejamento Ú Construção da Resposta ao ce no custo fixo; 2) os recursos humanos deixam a desejar, porque não
Comando Ú Controle”, dentro do tema geral “Comando e Resposta se formam em sincronia com a curva de aprendizado da empresa; 3)
ao Comando”. consequentemente, a empresa não aprende com a experiência que vive
e os erros se repetem; 4) as lideranças não conseguem comprometer
Problemas clássicos na condução de empresas em sete blo- equipes, não havendo criação de estados gerais de consciência nem
cos de análise amadurecimento das equipes e 5) como resultado, falta resposta ao
Em entrevistas realizadas com 206 empresas que tiveram dificulda- comando.
des de gestão, encontramos como declaração de base, no primeiro blo- No sétimo e último bloco das entrevistas realizadas, as respostas
co de diálogo, as seguintes respostas: 1) as coisas não acontecem; 2) apontaram: 1) os relatórios são confusos, as informações não batem e
as equipes não respondem; 3) os planejamentos não são cumpridos; 4) não se sabe bem o que acontece na empresa por falta de definição de
os recursos nunca são suficientes; 5) os objetivos não são alcançados; modelos de análise do negócio, sendo que a contabilidade mostra lucro,
6) o governo atrapalha; 7) os impostos são excessivos e 8) os juros e as mas o caixa está com problemas e 2) os sistemas de TI custam muito
garantias exigidas são excessivos. caro e informam pouco.
No segundo bloco das entrevistas, constatamos: 1) os objetivos não
estão presentes com a força e a importância necessárias; 2) o raciocínio A análise dos sete blocos de entrevistas
estratégico não está claramente estabelecido; 3) o raciocínio estratégi- A análise dos sete blocos de entrevistas nos evidencia que o primei-
co não claramente estabelecido gera comando não claro; 4) um coman- ro bloco evidencia os grandes clamores e que os seis blocos restantes
do não claro gera resposta não adequada e 5) as regras de negócio não apenas nos dão respostas e justificativas para o que não acontece. Fica
estão claramente estabelecidas e se perdem no tempo. nítida a multiplicidade dos fatores, com o agravante de que nossas
Na terceira rodada de entrevistas, encontramos as seguintes respos- empresas estão cada vez mais no mundo do complexo. Temos, então,
tas: 1) a capacitação em vendas é sempre inferior à necessária; 2) os modelos de administração que se mostram inadequados e não mais
objetivos comerciais se perdem no tempo; 3) o desempenho comercial suficientes. Algo mais, portanto, precisa ser incluído como ferramenta
é sempre inferior ao necessário; 4) as vendas não têm ritmo por falta de administração.
de planejamento e 5) o preço acaba sendo sempre o único argumento. Descobrimos ter em nossas empresas um grande problema de comu-
No quarto bloco das entrevistas, ouvimos: 1) as delegações de poder nicação interna – comunicação essa capaz de criar atitude e conver-

10 Revista O Papel - maio/May 2014


COLUNA GESTÃO EMPRESARIAL

gência para as equipes. Parte das respostas que procuramos e que não Filosofia e conhecimento na Poder e propósito na
encontramos no campo da Administração é encontrada no campo da empresa empresa
Filosofia. Dessa forma, é interessante trabalharmos a questão da cons- 1. Saber avaliar a qualidade do 1. Conseguir produzir resultados,
trução do poder na organização, para fazer as coisas acontecerem a jogo estratégico e de mercado pois está capacitado ao
partir de elementos de Filosofia e de entendimento e comunicação. Va- que a empresa pratica. exercício do poder.
mos nos lembrar aqui de que uma das buscas da Filosofia é o do pleno 2. Estabelecer a alma da 2. Conseguir converter capital
entendimento das coisas, as quais, a partir do pleno entendimento, po- empresa, a vontade e as em mais capital.
dem ser mais bem comunicadas, de modo a gerar comando e resposta. atitudes conjuntas. 3. O poder do líder é soma
As tabelas apresentadas a seguir têm por objetivo demonstrar que 3. Saber dominar e manter a virtuosa dos poderes dos
as soluções requeridas estão em nós mesmos: todos temos recursos qualidade e convergência de colaboradores que fazem o
para otimizar a administração, mas o que mais necessitamos fazer é todos os que estão no jogo. jogo e suas atitudes.
aprofundar nossos próprios questionamentos. 4. Sincronizar ações, origens e 4. O poder se conecta em cascata
aplicações de recursos. pelo grau de consciência dos
Filosofia, conhecimento e poder para fazer as coisas acon- 5. Fazer o alargamento dos que fazem o jogo.
tecerem horizontes de cada um que
Tratamos neste item dos fundamentos sobre o que é conhecimento e está na empresa.
de como esse conhecimento pode transformar-se em poder para fazer
as coisas acontecerem na organização. Prêmio Nobel de Economia 2012 – Poder e propósito na empresa
Partindo do princípio de que o que fazemos é sempre a adminis-
áâ tração da escassez de recursos, precisamos de fundamentos mais
Filosofia e Poder para fazer as coisas avançados de conscientização e convergência de ação das equipes
conhecimento acontecerem em função dos recursos disponíveis, pois cada um contribui para
1. Amor à sabedoria. 1. Capacidade de defender uma usar os recursos disponíveis da melhor maneira possível. Na prá-
2. Entendimento das coisas. teoria, uma sabedoria. tica, raramente isso acontece. Podemos ter aqui muita diferença
3. Respeito ao conhecimento. 2. Capacidade de defender um de resultados.
4. Amor ao alargamento dos raciocínio estratégico. Conhecimento na empresa Poder e propósito na
horizontes. 3. Capacidade de defender um 1. Consciência plena entre todos empresa
5. Verdade e meritocracia. raciocínio operacional. os colaboradores que fazem o 1. Visão plena dos que fazem o
6. Respeito às várias formas de 4. Habilidade de conduzir o jogo da empresa da escassez de jogo dos recursos financeiros
pensar. pensamento dos outros e recursos. disponíveis.
7. Perseverança na análise. sustentar o estado de atitude. 2. Maturidade de equipe formada 2. Garantia na aplicação de
8. Domínio da linguagem. 5. Capacidade de conduzir sem a partir da percepção do valor recurso no retorno mais
9. Respeito aos valores morais. alternativa para a agitação do dinheiro e da escassez de rápido; maturidade e visão
10. Respeito aos valores estéticos, paralisante. recursos. de conjunto dos que fazem
ao belo – que representa rigor. 6. Capacidade de fazer grupos 3. Maturidade e sincronia entre o jogo.
trabalharem coesos. origens e aplicações de recursos 3. Velocidade em todos os
7. Capacidade de fazer o que é à medida que o recurso for sendo processos por sincronia
preciso. gerado, passo a passo. entre os que fazem o jogo.
4. Domínio do capital de giro dos 4. Respeito ao valor do
Percebemos nessa tabela em destaque a correlação próxima que variáveis, das contas mutantes dinheiro e ao seu uso
existe entre Filosofia, conhecimento e poder. Trata-se, então, de temas e do fluxo de caixa em tempo parcimonioso; gastar o que
que merecem estudo e reflexão. Sendo assim, vale refletir sobre a se- real compartilhado com os tem.
guinte questão: o que podemos tirar daqui para melhorar a administra- colaboradores que fazem o jogo. 5. Qualidade na transformação
ção das empresas? de capital em mais capital.

Conhecimento, poder e propósito na empresa Poder + poder


Tratamos neste item dos fundamentos do conhecimento nas empre- Quando se trabalha com recursos, a questão do exercício do poder
sas e de como esse conhecimento se transforma em poder para ser fica sempre mais simples. Quando a empresa trabalha com recursos
aplicado nos ambientes de grupos e equipes. escassos, a visão dos recursos escassos passa a ser o grande fator de

maio/May 2014 - Revista O Papel 11


COLUNA GESTÃO EMPRESARIAL

consciência e motivação das equipes de modo geral, o que muda a Análise de risco da capacitação para o poder, conceito de entre-
ação das lideranças. ga, princípios e condição de sincronia
Pesquisas mostram que um dos principais fatores do “não acontecer”
Poder por titulação Poder por coerência natural nas organizações é a ausência da análise de risco do que está presente nos
1. Por nomeação. 1. Fruto de coerência e atitude principais fatores a estruturar os princípios na empresa. Esse problema é
2. Por condição hierárquica. natural na relação com os particularmente grave na administração pública. Não há entrega aqui.
3. Liderança de direito. subordinados. Jogo e in- Jogo e in- Jogo e Jogo e in- Jogo e in-
4. Comando e controle. 2. Fruto de liderança por teligência teligência inteligência teligência teligência
5. Taylorismo na gestão, divisão aprendizado compartilhado. estratégica comercial operacional psicoemo- de capital
do trabalho. 3. Preocupação com os estados 1. Coerência 1. Qualifi- 1. Estrutura cional 1. Sincro-
com os cação de de recur- 1. Atitude, nia de
de consciência daqueles que
objetivos. objetivos. sos para con- origens e
fazem o jogo da empresa.
2. Coerência 2. Metodo- responder fiança, aplica-
4. Valorização dos grupos com a in- logia de ao jogo ções.
relacio-
operativos. tensidade acompa- comercial. namento.
competi- nhamento 2. Estrutura 2. Capaci-
Capacitação para o poder de fazer acontecer – Sincronia tiva. de objeti- de equipe dade de
3. Coerência vos. para trabalhar
“Objetivos Ú Princípios Ú Poder”
com a exi- 3. Desenvol- responder em
O tema mais presente é sempre a questão das dificuldades das altas gência de vimento ao jogo equipe.
lideranças em obter resposta ao comando. Em ambientes complexos, inovação. em me- comercial.
a resposta ao comando não passa mais pelo taylorismo na adminis- 4. Coerência todologia
tração. Os horizontes são amplos, há visão de conjunto e relações in- com a de venda
capaci- para
ternas/externas de cliente e fornecedor. A constante revisão do jogo ao
dade de garantir
qual os colaboradores aderem passa a ser o fundamento de gestão. responder a venda
Não há poder de fazer acontecer se os fundamentos dos Princípios ao capital. fácil.
4. Funda-
não estão estabelecidos.
mentos
completos
Objetivos Princípios Poder
de gestão
1. Existem? 1. Existe a Teoria de 1. O que é
comercial.
2. Estão bem Jogo? definição e
estabelecidos? 2. Existe o modelo instituição de Modelo de análise, modelo de gestão – monotonia e complexi-
3. Cada um tem de análise que vai poder?
dade
seus próprios ordenar a qualidade 2. O que é
objetivos? da informação e o capacitação A estruturação do comando passa necessária e prioritariamente pelos ri-
4. São comuns a processo de tomada para o poder? tuais de análise da qualidade e desempenho do negócio. Modelos de análise
todos? de decisão? 3. Que poder vem necessariamente devem acontecer antes dos organogramas operacionais.
5. Existe 3. Existe o modelo de do capital? Estruturação de informação é fator prévio ao organograma operacional.
consciência gestão no qual se 4. Que poder vem
Modelo de Modelo de Regimes Regimes
individual e insere o planejamento das relações
coletiva em decorrente das estabelecidas? análise gestão monótonos complexos
relação aos respostas do modelo 5. Que poder vem 1. Trabalha a 1. Define o 1. Cortes men- 1. Fechamento
objetivos? de análise? das hierarquias forma de se organogra- sais para ve- para cada
4. Qual a principal estabelecidas? interpretar o ma a partir rificação de atividade
base de qualidade 6. Que poder vem jogo. do modelo resultados. imediata-
dos princípios? da comunhão 2. Define a de análise. 2. Controle mente ao
Atitudes e estados de de objetivos convergên- 2. Define a de gestão fim do ciclo.
consciência. e princípios cia das es- gestão a tradicional. 2. Controle
5. Quais fundamentos praticados truturas de partir do 3. Gestão por de gestão
de relacionamento pelas equipes? informação. modelo de conta- por ponto
e posicionamentos 3. Define a análise. bilidade flutuante.
cliente e fornecedores síntese de 3. Define pla- tradicional. 3. Gestão por
estão estabelecidos? informações nejamento conta-
6. As cadeias de pertinentes. e respostas bilidade
processos com seus das cadeias tradicional.
objetivos estão de processo.
estabelecidas? 4. Base dos
processos
PO-GO.

12 Revista O Papel - maio/May 2014


COLUNA GESTÃO EMPRESARIAL

Poder e resposta ao comando – FrontOffice e BackOffice pois cada vez mais saímos de um estilo de gestão em que o comando
Há no Brasil valorização excessiva das áreas de BackOffice (admi- direto sempre se fez presente e evoluímos para um estilo de gestão em
nistrativas). Essas áreas em geral recebem muito mais informação para que os princípios e os fundamentos que devem reger o funcionamento
poder trabalhar do que as de FrontOffice (atendimento/relacionamen- da empresa passam a ter uma presença muito maior. Trata-se de um
to). Com essa valorização excessiva, a gestão fica fragmentada, passan- grande problema de comunicação e formação de quadros, porque em
do a existir duas empresas, e não apenas uma. empresas complexas cada colaborador, nos seus arranjos produtivos,
O FrontOffice, onde há a produção de resultados, segue trabalhando precisa ter mais capacidade e autonomia para fazer sua parte sem pre-
muitas vezes às cegas, sem informação suficiente, prejudicando o desem- cisar do comando direto a cada instante.
penho no trabalho. Por sua vez, o BackOffice fica com informação apenas A abordagem da Filosofia passa a ser importante porque chegamos a
de controles e consegue gerar decisões de qualidade em relação ao traba- uma situação em que o comando direto não consegue mais cobrir todas
lho produtivo somente com muita dificuldade e pesquisa de informação. as variáveis de gestão que se apresentam a cada dia. Como decorrên-
cia, as extensões naturais do comando direto e os recursos de cada
A mensagem do presente texto equipe precisam entender onde estão para que todos funcionem como
O tema “Filosofia” toma seu devido lugar na gestão empresarial, se fossem os músicos de uma orquestra sinfônica.        n

maio/May 2014 - Revista O Papel 13


RADAR ABTCP
Por Patrícia Capo e Thais Santi

AÇÕES INSTITUCIONAIS
Nova Diretoria da Abemi
Resíduos sólidos A Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) ele-
Fernando Haddad, prefeito do município de São Paulo, ini- geu a nova Diretoria e o novo Conselho de Administração para
ciou a implantação do Plano Municipal de Resíduos Sólidos. o biênio 2014-2016. Antonio Ernesto Ferreira Müller,
O objetivo é reduzir, nos próximos 20 anos, de 98,2% para da Tridimensional Engenharia S.A., e Márcio Alberto Can-
20% o volume de lixo despejado nos aterros sanitários pela cellara, da Projectus Consultoria Ltda., continuam, respecti-
maior capital do País e também maior cidade da América vamente, nos cargos de diretor presidente e vice da entidade.
Fonte: Abemi
Latina. Para tanto, o governo distribuirá gratuitamente 2 mil
equipamentos para que as pessoas façam compostagem em
suas casas. Outra meta importante consiste no aumento da
AQUISIÇÕES & FUSÕES
coleta pública seletiva de secos, que passará de 1,8% para Líder de máquinas
10% até 2016, por meio da extensão do serviço para os 96
distritos do município, e na construção de quatro centrais cortadeiras
mecanizadas de triagem. A MarquipWardUnited Inc., empresa do grupo Barry-Wehmil-
Fonte: MMA ler, adquiriu as operações das empresas Körber AG’s Papersys-
tems: E.C.H. Will GmbH, Pemco Inc. e Kugler-Womako GmbH.
A negociação aguarda apenas a aprovação das respectivas
Responsabilidade social autoridades antitruste para ser definitivamente consolidada.
A Eldorado Brasil Celulose entregou 13 computadores para
A aquisição das empresas ampliará a base instalada de cortadei-
o Centro de Educação Infantil Olivalto Elias da Silva e outros
ras da MarquipWardUnited, estabelecendo a BW Papersystems. A
12 para a Escola Rural Dom Bosco Firilo Anoena da Costa,
nova empresa passará a ser o fornecedor líder mundial de siste-
além de uma impressora de exames de raios X para o hospi-
mas de corte de folhas e equipamento de embalagens de folhas,
tal da cidade de Três Lagoas (MS).
oferecendo soluções para a maior gama de aplicações voltadas às
Fonte: Eldorado Brasil
indústrias de embalagem, fabricação e conversão de papel.
A Marquip foi criada em 1969 para desenvolver equipamentos
de interface entre a produção de papel e o processo gráfico.
Certificação florestal para Na década de 1990, foi adquirida pelo grupo Barry-Wehmiller,

pequenos produtores do qual faz faz parte até hoje, juntamente com outras cerca
de 70 empresas agregadas. A formação da MarquipWardUnited
deu-se a partir da aquisição de outras duas empresas: a Ward e
a United, ambas fabricantes de impressoras e líderes mundiais
em tecnologia nesse segmento. No Brasil, a companhia tem
máquinas instaladas em grandes companhias, como a Ibema
e a Klabin, entre outras, e atualmente está expandindo seus
negócios entre empresas gráficas de pequeno e médio portes.
A Klabin tem auxiliado o Grupo de Produtores Florestais
No Brasil, a MarquipWardUnited está localizada em Cotia (SP), con-
do Médio Rio Tibagi, localizado em Telêmaco Borba (PR), a
tando agora com equipes da área operacional e de vendas muito
conquistar a certificação florestal FSC® - Forest Stewardship
mais amplas do que no início de suas operações no País. “Busca-
Council®. A companhia contribuiu para a elaboração do pa-
mos atuar de uma forma educativa entre os profissionais da área
drão nacional para florestas plantadas Slimf (Small and Low
gráfica, explicando como os nossos equipamentos podem facilitar
Intensity Managed Forests), que ajuda pequenos e médios
os processos e agregar valor aos negócios dos gráficos”, explica
produtores a obter a certificação e conquistar maior reco-
Edney Fernandes, gerente regional de Produtos da empresa. A mais
nhecimento no mercado. Hoje, esse grupo é composto por
nova tecnologia da MarquipWardUnited lançada no Brasil em
41 proprietários e 74 propriedades rurais, contemplando
janeiro passado foi a cortadeira eCon, apresentada na edição de
cerca de 6.900 hectares de área total certificada, com 3.600
abril/2014 pela revista O Papel, também na Coluna Radar.
hectares de efetivo plantio de eucaliptos e pínus. Fonte: MarquipWardUnited e informações da redação da
Fonte: Klabin O Papel

14 Revista O Papel - maio/May 2014


Envie sua sugestão de pauta para a
coluna Radar: comunicaçã[email protected]

CARREIRAS EVENTOS
Marcelino Sacchi assumiu recentemente a Gerência
Industrial da MD Papéis. Sacchi já tem mais de 25 anos
2.º Seminário de Automação
dedicados à indústria de papel e celulose, tendo atua- e Manutenção
do nas empresas Oji Papéis Especiais, Fibria e na então

DIVULGAÇÃO ABTCP
Votorantim Celulose e Papel.
DIVULGAÇÃO ABRE

Após o sucesso da primeira edição, em 2013, do Seminário de


Automação e Manutenção, o evento da ABTCP ganhou força e
atraiu novas participações e parcerias. Realizado com o apoio
da Bahia Specialty Cellulose (BSC), no Polo Industrial de Ca-
maçari, na Bahia. O evento, realizado nos dias 23 e 24 de abril,
contou com a presença de 42 profissionais, que puderam co-
nhecer novas tecnologias para a utilização de redes industriais
Gisela Schulzinger é a nova presidente da Associação Bra- tipo Fieldbus/Profibus-SP/PA em novos projetos de empresas
sileira de Embalagem (Abre). Pela primeira vez uma mulher de celulose e papel. O seminário foi aberto por Marcelo Mo-
assume a Presidência da Abre desde sua fundação, em 1967. reira Leite, diretor de Tecnologia da BSC. No segundo dia, os
Gisela, formada pela ESPM e pós-graduada em Ciências do presentes realizaram visita técnica sob a orientação de Carlos
Consumo Aplicadas na mesma instituição, atua na área de de- Alberto Grosman, também da BSC, e de Raimundo Sérgio Sa-
sign há mais de 25 anos. les Silva, da Andritz. O seminário contou com o patrocínio das
Fonte: ABRE empresas Westcon, Fire Bahia e Yokogawa.
Da Redação

COMUNICADO AO MERCADO
Mesa-redonda sobre
ALL e Rumo Sistemas de Gerenciamento
A Cosan S.A. Indústria e Comércio (BM&FBovespa: CSAN3) infor-
mou que o Conselho de Administração da América Latina Logís- de Resíduos Sólidos
tica (ALL) aceitou a proposta da Rumo, empresa controlada pela Com participação recorde de 54 profissionais do setor, o evento
Cosan, para combinar as atividades de ambas as empresas me- gratuito realizado pela ABTCP em sua sede, no dia 30 de abril
diante a incorporação das ações de emissão da ALL pela Rumo. último, deixou evidente o interesse do setor pelo tema relativo
Fonte: Cosan a sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos. As palestras
evidenciaram os modelos de gerenciamento praticados atual-
IP adquire 100% da Orsa IP mente, bem como os aspectos tecnológico, econômico e am-
biental. Uma atualização da postura setorial quanto à Política
Embalagens Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) também foi pautada. O
A International Paper (IP) informou a aquisição dos 25% res- evento foi organizado pela Comissão Técnica de Meio Ambien-
tantes das ações da Orsa International Paper Embalagens S.A., te, cujo coordenador, Nei Rubens Lima, atuou como moderador.
Da Redação
que faziam parte da joint venture com a empresa de papelão
DIVULGAÇÃO ABTCP

ondulado Jari Celulose, Embalagens e Papel S.A. As ações fo-


ram negociadas pelo valor de R$ 318 milhões, estipulado no
início das transações. Com isso, passa à IP a propriedade total
de três fábricas de papel para embalagens e quatro unidades
de produção de embalagens de papelão ondulado, que cons-
tituem os antigos ativos industriais da Jari.
Fonte: International Paper

maio/May 2014 - Revista O Papel 15


RADAR ABTCP

FATOS
Adesivos para o
Revisão da NR-13 segmento gráfico
Já está valendo o novo documento da revisão da NR-13 – Nor-
Para oferecer soluções que atendam a todas as necessidades
ma Regulamentadora para Caldeiras e Vasos de Pressão, de-
do mercado gráfico editorial, a Artecola Química desenvol-
pois de publicação no Diário Oficial do último dia 28 de abril
(Portaria n.º 594). Uma das principais mudanças refere-se ao veu um mix de produtos para o segmento. Entre as novida-
prazo de inspeção, que poderá ser estendido de 12 para 15 me- des está a cola animal, que apresenta desempenho superior
ses, mas somente após uma inspeção que considere critérios em máquinas de alta velocidade, com produção de 80 a 100
mais conservadores que os atuais. Dessa forma, a ampliação capas/minuto, gerando baixíssimo índice de sujeira.
do prazo não pode ser adotada para caldeiras que estejam em Fonte: Artecola Química
campanha neste momento sem terem passado pela avaliação.
A ABTCP informa que o Comitê de Segurança em Caldeiras de
Recuperação do Brasil (CSCRB) está elaborando um guia de re-
64% dos resíduos
comendações a partir da nova versão da NR-13 que ficará dis- reaproveitados
ponível para as empresas já nas próximas semanas. Para obter A Unidade São Leopoldo da Klabin alcançou índices que são
mais informações, basta telefonar para (11) 3874-2709 e falar referência em sustentabilidade ambiental, com a marca de
com Viviane Nunes, coordenadora técnica da Associação. 64% de reaproveitamento dos resíduos resultantes do pro-
Nota de agradecimento: a AB-
cesso produtivo e redução de 20% nos rejeitos gerados pela
ARQUIVO PESSOAL

TCP, em nome do setor, agradece es-


fábrica no período de 2009 a 2013. Para chegar a esse re-
pecialmente a Juliano Takahashi, por
sultado, a Klabin investiu fortemente na conscientização de
sua grande colaboração e empenho
como representante desta indústria seus colaboradores e firmou parcerias com outras empresas.
na Comissão Tripartite Temática Entre os materiais reaproveitados, vale citar a madeira, o
(CNTT) da NR-13, o que culminou na plástico e o lodo da Estação de Tratamento de Efluentes.
Fonte: Klabin
conquista deste resultado.
Fonte: ABTCP

Resultado a comemorar Pesquisa: qualidade e


A SKF comemora neste ano uma década do lançamento de produtividade nas empresas
seu Programa de Soluções Documentadas (DSP, na sigla em A IMAM Consultoria, pertencente ao Grupo IMAM, realizou
inglês), iniciativa da companhia que permite mensurar o re- uma pesquisa para medir os níveis de qualidade e produti-
torno financeiro de seus produtos e serviços aos clientes. De- vidade nas empresas. Dividida em quatro indicadores (pro-
pois de dez anos de análises, a companhia contabilizou R$ 10 dutividade, qualidade, logística e organizacional), a pesquisa
bilhões em economia às empresas usuárias de suas soluções.
contou com a participação de mais de mil empresas de di-
Fonte: SKF
versos segmentos.

Reciclagem crescente Para ver o resultado, acesse o link http://www.imam.com.br/


imam/revista/pesquisa-qualidade-produtividade.pdf.
Em 2013, mais de 71 mil toneladas de embalagens da Tetra
Fonte: IMAM
Pak® foram recicladas, com um incremento de 9% em com-
paração ao volume de 2012. Segundo Fernando von Zuben,
diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak®, o número deve au-
mentar com os avanços da implantação da Política Nacional
INTERNACIONAL
de Resíduos Sólidos (PNRS). “Atualmente, 30% de toda a Fisher lança e-newsletter
produção segue para reciclagem, sendo que o gargalo da A Fisher Internacional lançou o Paper Industry Commentary,
cadeia ainda está na coleta seletiva”, completou ele.
boletim informativo eletrônico mensal com análises pontu-
Também em 2013, a Tetra Pak® alcançou o marco de 8,7
ais de questões e eventos que afetam a indústria de papel
bilhões de embalagens distribuídas no Brasil com o selo do
e celulose e seus principais players. Cada segmento é anali-
FSC® (Forest Stewardship Council®). A certificação atesta
que o papel utilizado como matéria-prima na produção pro- sado por consultores seniores da Fisher Internacional com a
vém de florestas manejadas de forma responsável. ferramenta de análise FisherSolve™.
Fonte: Tetra Pak® Fonte: Nina Renker – e-mail: [email protected]

16 Revista O Papel - maio/May 2014


RADAR ABTCP

Södra expande LANÇAMENTOS

fábrica de celulose Eficiência energética


O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), em par-
A Södra Cell investirá cerca de US$ 610 milhões para expan-
ceria institucional e apoio da ABTCP, realizou um estudo e
dir sua fábrica de celulose em Värö, na Suécia. A capacidade
publicou a consolidação dos dados no livro Eficiência Ener-
de produção anual de celulose passará das atuais 425 mil gética: recomendações de ações em CT&I em segmentos da
para 700 mil toneladas, colocando a Södra entre as princi- indústria selecionados/Celulose e Papel, da série Documentos
pais fabricantes mundiais de celulose sulfato de fibra longa. Técnicos. O documento, elaborado a pedido do Ministério da
O comissionamento está previsto para o terceiro trimestre Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apresenta um panora-
de 2016. ma do setor de celulose e papel e uma visão de futuro, com
Fonte: Södra Cell a proposta de ações que fomentem a ciência, a tecnologia e
a inovação (CT&I) nessa área. Durante o desenvolvimento do
Escritório na China material, mais de 60 profissionais e especialistas colaboraram
com informações e opiniões em encontros realizados na sede
A tradicional empresa de papéis e embalagens de luxo britânica
da entidade e organizados pela equipe técnica do CGEE sob
James Cropper anunciou a abertura de um escritório em Guan- a coordenação de Ceres Cavalcanti. O livro está disponível
gzhou, na China, para disponibilizar seu portfólio de produtos para download no site http://www.cgee.org.br/publicacoes/
ao mercado asiático. A empresa também fundou a empresa de documentos_tecnicos.php#celulose_papel
exportação James Cropper (Guangzhou) Trading Co. Ltd. Da redação
Fonte: Pulp-paperworld.com
Tetra Brik® Aseptic
Crédito na UE em A Tetra Pak® lançou a embalagem Tetra Brik® Aseptic 250 Base
Crystal, que oferece novas possibilidades de design gráfico.
2014 terá ritmo baixo Com dois painéis frontais em forma de cristal, o produto tem
A concessão de crédito na Zona do Euro deve seguir em rit- um grande apelo visual, por conta do design marcante e da fun-
mo lento. Segundo estudo da EY (antes Ernst & Young), os cionalidade, destacando os produtos nas gôndolas. Além disso,
empréstimos às empresas devem aumentar 1,6% em 2014 a embalagem apresenta maior rigidez e é 100% reciclável.
Fonte: Tetra Pak®
em relação ao ano passado. A estimativa anterior, de outu-
bro de 2013, era de crescimento de 3,8%. A avaliação está
no Eurozone Financial Services Forecast, relatório trimestral
Lubrificante especial
A Klüber Lubrication lançou a graxa Klüberplex PM 91-602
sobre mercados europeus realizado pela multinacional de SAM, totalmente desenvolvida no Brasil. O produto promete
consultoria e auditoria. atender às indústrias com equipamentos de alta performance
Fonte: EY
e requisitos críticos, como altas cargas, velocidade, temperatu-
ra, produtos químicos e umidade. Nesse sentido, o lubrificante
Bas van der Poel, especialista em Flexo, é o novo gerente foi desenvolvido para ter boa adesividade, bombeabilidade,
técnico de Vendas da Apex Group of Companies, líder mun- elevada capacidade de carga, bem como resistência a corro-
dial em anilox e tecnologias de medição. Suas principais são, temperaturas de até 160ºC e óleos de base sintética.
prioridades dentro da Apex serão o serviço e o suporte de Fonte: Klüber Lubrication
contas chave e OEMs.
DIVULGAÇÃO KLÜBER LUBRIFICATION

Fonte: Apex Group of Companies

Matthias Zachert, atual CFO


da Merck KGaA em Darmstadt,
na Alemanha, passou a ocupar o
DIVULGAÇÃO LANXESS

cargo de chairman of the Board of


Management da Lanxess AG em
primeiro de abril deste ano.
Fonte: LANXESS

maio/May 2014 - Revista O Papel 17


RADAR ABTCP

DIVULGAÇÃO ABB

Alinhamento de correias
A SKF anunciou uma nova linha de ferramentas para alinha-
mento de correias. Por meio das séries TKBA 10, TKBA 20 e
TKBA 40, a companhia oferece ao mercado três opções de
ferramentas especializadas em alinhamentos precisos de cor-
reias. As ferramentas, de fácil manuseio, não requerem qual-
quer tipo de treinamento especial: a posição do laser indica
onde há desalinhamento.
Fonte: SKF

Sistema 800xA da ABB Novos laboratórios


O governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secre-
A ABB apresentou ao mercado brasileiro, no último dia 15
taria de Agricultura e Abastecimento, inaugurou laboratórios
de abril, a sexta versão do 800xA, seu Sistema de Controle
do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA) no Instituto
Distribuído (DCS, na sigla em inglês),  conhecido por pro-
porcionar produtividade consolidando processo, energia, de Tecnologia de Alimentos, em Campinas (SP). O evento de
segurança e telecomunicações. Essa sexta geração foi espe- inauguração oficial aconteceu em 11 de abril último.
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento
cialmente desenvolvida para suportar atualizações de siste-
mas DCS antigos que funcionam em sistemas operacionais
não suportados, como o Microsoft XP. O 800xA v6 oferece MERCADO
um ambiente de automação mais seguro, capaz de reduzir
o custo total de propriedade, oferecendo inúmeras oportu-
nidades para melhorar a produtividade. Entre as vantagens
está proteção contra ciber-ameaças, menor custo de proprie-
dade e maior independência na atualização.
Fonte: ABB

Espaço ECO® Tratamento de


A Fundação Espaço ECO® (FEE®) lançou seu novo site água na Eldorado
www.espacoeco.org.br A Ashland Water Technologies (AWT) assumiu o tratamento
Mais dinâmico e com muito mais conteúdo, o Centro de completo da água utilizada na planta de Três Lagoas (MS)
Excelência em Educação e Gestão para a Sustentabilidade da Eldorado Brasil. O negócio compreende o tratamento da
mede e avalia a sustentabilidade por meio de metodologias água empregada em todas as etapas da produção de celu-
científicas desenvolvidas e reconhecidas internacionalmen- lose, desde a captação para uso industrial até o tratamento
te, atendendo a empresas, governos, organizações e univer- dos efluentes, passando por diversos processos, como siste-
sidades, em sistema de parceria. Os recursos obtidos com os
mas de resfriamento e geração de vapor.
programas e projetos são reinvestidos no financiamento de Fonte: Ashland Water Technologies
estudos, pesquisas e ações de interesse social.
Fonte: Espaço ECO
Receita líquida
da Klabin cresce 13%
Pelo 11.º trimestre consecutivo, a Klabin registrou cresci-
mento de receita e vendas, encerrando o primeiro trimestre
de 2014 com receita líquida de R$ 1,203 bilhão, valor que
representa um aumento de 13% sobre o do mesmo período
do ano passado, e vendas de 443 mil toneladas, com eleva-
ção de 3%.
Fonte: Klabin

18 Revista O Papel - maio/May 2014


RADAR ABTCP

Indústria gráfica Redução do endividamento


sofre queda em 2013 A Fibria encerrou o primeiro trimestre com receita líquida
de R$ 1,64 bilhão, com alta de 13% em relação ao mesmo
A indústria gráfica brasileira encerrou 2013 com fatura-
mento de R$ 44 bilhões, conforme a Associação Brasileira período de 2013. Em um trimestre marcado pela sazonali-
da Indústria Gráfica (Abigraf), em levantamento do Insti- dade na demanda por celulose e pela valorização de 19%
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mes- do dólar médio em relação ao real, a empresa registrou um
mo tempo, o aumento da produção física em 6,7% não EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, deprecia-
neutralizou o setor, que já havia registrado crescimento ções e amortizações) de R$ 679 milhões, com aumento de
negativo (-4,3%) no ano anterior. Ao mesmo tempo, os 20% na comparação com o mesmo período do ano anterior,
investimentos das empresas do setor em equipamentos e reduziu a alavancagem para 2,4x em dólar e em reais, o
e tecnologias para manter o parque gráfico brasileiro menor patamar desde a criação da empresa.
atualizado continuaram altos: US$ 1,17 bilhão no ano. O Fonte: Fibria
segmento editorial foi a principal vítima do baixo desem-
penho, com retração de 12,1%. Para 2014, a projeção é
de nova queda, embora menos acentuada, fechando o ano MUDANÇA DE COMANDO
com declínio de 1,7% na produção física.
Fonte: Abigraf Voith Paper anuncia
plano de sucessão
BVRio: relatório Com o objetivo de dar continuidade a seu plano
de sucessão, a Voith Paper, divisão do Grupo Voith,
de atividades 2011–2013 anunciou mudanças na estrutura de comando da
A Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio), bolsa de valores
empresa na Alemanha e em outros países onde
ambientais, publicou seu relatório de atividades referente à
atua, como o Brasil. Bertram Staudenmaier, in-
primeira fase de operação, de 2011 a 2013. A bolsa tem a
tegrante da Diretoria do grupo e da Voith Paper,
missão institucional de desenvolver mecanismos de mercado
para promover a implementação de políticas públicas ambien- responsável pela Linha de Negócios Fabric & Roll
tais, desenvolvimento sustentável e economia verde. Cópias Systems e Products & Services, assumirá o cargo de
impressas (também em inglês) podem ser requisitadas pelo CEO da Voith Paper mundial em 1.º de julho, em
e-mail [email protected]. sucessão a Hans-Peter Sollinger. A Voith Paper Amé-
Para mais informação visite www.bvrio.org  e www. rica do Sul também passará por mudanças. Nestor
bvtrade.org
Fonte: BVRio de Castro, após 12 anos de trajetória bem-sucedida
como presidente regional para a América do Sul,
deixará o cargo em 30 de junho próximo, deixan-
do como sucessor Flavio Silva, atualmente diretor
Mercado de executivo de Project Orders Processing, que tam-
tubos e conexões bém assumirá a posição de diretor executivo da
Com dois anos de existência, a mais nova unida- Linha de Negócios Projetos. Além de Silva, a Direção
de da Carbinox, a Divisão de Conexões, apresen- da empresa na América do Sul permanecerá com-
ta um portfólio completo para atender ao merca- posta pelos atuais membros: Uwe Novak, diretor
do de tubos e conexões. A empresa também tem executivo comercial e financeiro; Claudio Riskalla
investido em parcerias com fabricantes de tubos Ramos, diretor executivo de Operações; Cesar
sem costura e de conexões em aço-carbono,
Schneider, diretor executivo da Linha de Negócios
aço-liga e ligas especiais. 
Fabric & Roll Systems.
Fonte: Carbinox Fonte: Voith Paper

maio/May 2014 - Revista O Papel 19


RADAR ABTCP

PRÊMIOS
Revista O Papel lança Tetra Pak® recebe prêmio
aplicativos e entra para o
de Logística Integrada
universo digital em 2014 A Tetra Pak® recebeu o Prêmio Desempenho TCP 2013, en-
tregue pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) na
categoria Logística Integrada. A solenidade de entrega acon-
teceu no dia 2 de abril último durante a Feira Internacional
de Logística, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP).
O TCP também premiou parceiros, armadores, importadores e
exportadores que se destacaram em 2013.
Fonte: Tetra Pak®

TRIBUTOS
Incentivos fiscais para P&DI
Embora impliquem considerável redução de custos, os incenti-
vos fiscais concedidos pelo governo para Pesquisa Tecnológica
e Desenvolvimento de Inovação Tecnológica (P&DI) têm sido
pouco utilizados pelas empresas. Conforme relatório divulga-
do pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
estima-se que entre 2006 e 2011, após a entrada em vigor da
A Revista O Papel apelidada “Lei do Bem”, o montante de recursos investidos
entrou para a era digital. tenha atingido R$ 38,8 bilhões, correspondendo à inexpressiva
Durante o período de taxa anual de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). A China, por
lançamento desse novo exemplo, investiu US$ 208,2 bilhões (2% do PIB), e o Japão,
formato, as novas edições cerca de US$ 146,5 bilhões (3,5% do PIB). Computa-se o de-
da revista terão seu sinteresse pelo investimento em P&DI com base não apenas
na desaceleração da economia mundial, mas também na falta
conteúdo liberado para
de conhecimento acerca dos benefícios concedidos, que, res-
que você e todos os seus
salta-se, podem gerar retorno de até 20,4% do valor investido,
amigos possam experimentar a leitura em conforme o caso. Merecem destaque, ainda, outros benefícios
novas plataformas, seja no seu computador, concedidos: 1) redução de 50% do Imposto sobre Produtos In-
tablet ou smartphone. dustrializados (IPI) na aquisição de bens destinados à pesquisa
A edição impressa continuará sendo o nosso e ao desenvolvimento tecnológico; 2) depreciação acelerada
principal meio de comunicação, mas a versão integral da base do IRPJ e da CSLL; 3) alíquota zero de IRRF na
remessa de valores para registro de marcas, patentes e culti-
digital ampliará os horizontes de leitores e
vares; e 4) exclusão da base do IRPJ/CSLL de 50% a 250% dos
leitura a partir de agora.
dispêndios com projetos executados por Institutos de Centro
de Tecnologia ou Instituições Privadas.
Para o aproveitamento dos benefícios, é necessário que a em-
presa apure o IRPJ/CSLL com base no Lucro Real e aufira Lucro
Fiscal no ano-base. Deve ainda comprovar a regularidade fiscal
– Certidão Negativa de Débitos (CND), manter escrituração con-
tábil específica do projeto e prestar informações sobre os pro-
Para visualizar essa nova versão, acesse: gramas de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação
www.revistaopapeldigital.org.br ao MCTI até o dia 31 de julho de cada ano.
Para mais informações: Fonte: Ana Paula Alves da Costa Cruz, advogada sênior da
[email protected] área tributária, e Ricardo Hiroshi Akamine, sócio respon-
Telefones 11 3874-2708/2714/2733 sável pela área tributária, ambos do Pinhão e Koiffman
Advogados

20 Revista O Papel - maio/May 2014


INFORME CONTECH

NOVO AUXILIAR DE COZIMENTO DA CONTECH


APRESENTA RESULTADOS POSITIVOS
Empresa 100% brasileira aumenta seu portfólio de soluções para celulose e papel, com inovação
e resultados reais em aplicações nos diferentes segmentos do mercado.

L
íder no mercado de soluções químicas de alta perfor- A Contech amplia seu portfólio nos seus 25 anos, solidificando-se
mance e referência em sistemas de tecnologia aplica- como referência em inovação. Torna mensurável o aumento de
da no condicionamento de vestimentas, com crescen- qualidade e produtividade para os clientes, fatores que, aliados às
te participação nos principais segmentos do mercado estratégias de expansão global e ao lançamento de novos produ-
nacional e expansão internacional, a Contech completa 25 tos, credenciam a empresa ao seu crescimento contínuo.
anos apresentando para o mercado de celulose e papel mais
uma novidade no seu portfólio de soluções: a família de
DESTAQUES
AUXILIARES DE COZIMENTO isenta de antraquinona.
AUXILIARES DE COZIMENTO CONTECH

Com uma formulação capaz de contribuir para maior eficiên- • Produtos à base de surfactante isento de antraquinona.
cia dos processos de cozimento da madeira, os produtos
• Aplicação em unidade referência gerou aumento de
baseiam-se em misturas de ativos cuidadosamente selecio-
rendimento.
nados para cada tipo de cavaco, proporcionando melhor
• Maior eficácia do processo de impregnação dos
penetração do licor e possibilidade de aplicação tanto em
cavacos, com a possibilidade de redução do número
cozimentos contínuos como em batelada. O produto atua
kappa e consumo de álcali.
como agente umectante, solubilizante e emulsificante, per-
mitindo que o licor tenha penetração mais rápida e unifor- • Capacidade de minimizar a degradação das fibras,

me, além de melhorar o inchamento da fibra. reduzindo rejeitos e ajudando na solubilização dos
extrativos lipofílicos da madeira
O Auxiliar de Cozimento da Contech foi desenvolvido e vali-
dado no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Tecnologia
(CDT), área direcionada ao desenvolvimento de projetos
para celulose e papel e meio ambiente, onde são realizados Uma empresa do
testes e estudos para a prospecção de novos produtos e
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para feltros e telas formadoras, Remoção de látex, Boil-outs, Limpeza de capotas, pisos e estrutura

maio/May 2014 - Revista O Papel 21


INDICADORES DE PREÇOS

POR CARLOS JOSÉ CAETANO BACHA


SERVIÇO DE COMUNICAÇÃO/ESALQ/USP

PROFESSOR TITULAR DA ESALQ/USP


: [email protected]

PREÇO DA TONELADA DE NBSKP


ATINGE US$ 1.030 NOS EUA
Desde o começo de 2014 têm ocorrido, de modo geral, altas dos pre-
Tabela 1 – Preços médios da tonelada de celulose na Europa - preço CIF - em dólares
ços em dólares da tonelada de celulose de fibra longa (NBSKP) e queda Table 1 – Average prices per tonne of pulp in Europe - CIF price - in dollars
dos valores da tonelada de celulose de fibra curta (BHKP) nos principais
Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14
mercados internacionais desses produtos (Gráficos 1 e 2). Esses movi- Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/14
mentos se ligam, basicamente, às condições de oferta de ambos produtos.
Celulose de fibra curta
A oferta de NBSKP foi prejudicada pelas nevascas de janeiro e fevereiro Short fiber pulp
770,61 769,67 767,39 764,67 757,44

nos Estados Unidos e no Canadá, bem como pela falta de vagões nesses
países, no mês de março, para transportar o produto lá estocado. A isso se Celulose de fibra longa
906,36 910,96 917,16 921,54 923,76
Long fiber pulp
somou a greve no Chile em fevereiro. A oferta de BHKP, por sua vez, tende
Fonte/Source: Foex
a elevar-se com o aumento da produção de novas fábricas, principalmen-
te as situadas no Brasil e no Uruguai.
Esse comportamento, no entanto, teve intensidades distintas em abril. Tabela 2 – Preços médios da tonelada de celulose na Europa - preço CIF - em euros
Table 2 – Average prices per tonne of pulp in Europe - CIF price - in euros
O preço médio vigente nos Estados Unidos para a tonelada de NBSKP
Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14
Gráfico 1 - Evolução dos preços da tonelada de celulose de fibra longa na Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/14
Europa e nos EUA / Graph 1 - Price evolution of the long fiber pulp tonne
in Europe and USA (US$ per tonne) Celulose de fibra curta
563,65 565,88 560,15 552,94 547,67
Short fiber pulp
tonelada / US$ per tonne

Celulose de fibra longa


660,90 669,76 669,47 666,38 668,25
Long fiber pulp

Fonte/Source: Foex

Tabela 3 – Evolução dos estoques internacionais de celulose (mil toneladas)


US$

Table 3 – International pulp inventories (1000 tonnes)


Nov/13 Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14
Nov/13 Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14
mês/month
UtipulpA 609,3 636,30 651,70 637,70 597,50
Fonte: dados da FOEX
Source: FOEX data
Europulp B
1.018 1022,5 1023,5 1045,4 1059,3

Gráfico 2 - Evolução dos preços da tonelada de celulose de fibra curta na Fonte/Source: Foex
Nota: A= estoques dos consumidores europeus / B= estoques nos portos europeus
Europa, China e no Brasil (US$ por tonelada) / Graph 2 - Price evolution of the ‘n.d = não disponível’
short fiber pulp tonne in Europe, China and Brazil (US$ per tonne) Note: A = inventories of European consumers / B = inventories in European ports
tonelada / US$ per tonne

Tabela 4 – Preços médios da tonelada de celulose e papel-jornal


nos EUA - preço CIF - em dólares
Table 4 – Average prices per tonne of pulp and newsprint
in USA - CIF price - in dollars
Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14
Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/14
US$

Celulose de fibra longa


989,03 1.000,04 1.008,40 1.017,59 1.029,18
mês/month
Long fiber pulp

mês / month Papel-jornal (30 lb)


585,80 585,51 584,55 583,83 583,49
Fonte / Source: FOEX e/and CEPEA.
Newsprint (30 lb.)
Observação: valores mínimos praticados no Brasil
minimum adopted values in Brazil Fonte/Source: Foex
Obs: o papel-jornal considerado tem gramatura de 48,8 g/m2 / 30 lb./3000 pés2
Observação: o preço refere-se à média da semana anterior à data indicada no eixo das abscissas.

22 Revista O Papel - maio/May 2014


foi cerca de US$ 10 maior do que em março, Tabela 5 – Preços médios da tonelada de celulose na China – Em dólares
enquanto na Europa verificou-se alta de US$ Table 5 – Average prices per tonne of pulp in China – In dollars
Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14
2 por tonelada. A China foi o único mercado a Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/14
presenciar queda do preço médio da tonelada Celulose de fibra curta
657,37 654,87 657,84 637,47 617,11
Short fiber pulp
de NBSKP em abril. Também a China foi o mer-
Celulose de fibra longa
cado que mais teve queda do preço médio da Long fiber pulp
740,39 744,47 752,61 757,92 749,91
tonelada de BHKP em abril (US$ 20 a menos Fonte/Source: Foex  
em relação a março), seguido pela Europa (re-
Tabela 6 – Preços médios da tonelada de papéis na Europa - preço delivery - em dólares
dução de US$ 7).
Table 6 – Average prices per tonne of papers in Europe - delivery price - in dollars
Os preços em dólares e em euros dos papéis Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14
na Europa (com exceção do papel jornal) tive- Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/14
Papel LWC (couchê em bobina e com pasta mecânica)
ram fortes quedas em abril em relação a suas LWC Paper (coated in reels and wood containing)
898,45 900,14 906,12 903,71

cotações vigentes em março, o que se explica Papel Ctd WF (couchê em resmas)


907,16 908,63 914,85 910,38
pela redução da demanda de papéis de impri- Ctd WF Paper (coated in reams)

mir e escrever (segundo informou a FOEX). Papel A-4(cut size) / A-4 Paper (cut size) 1.136,53 1.138,38 1.143,21 1.137,96

Em abril, no Brasil, os preços médios em Papel-jornal* / Newsprint* 647,77 656,88 668,51 668,67

dólares da tonelada de celulose de fibra curta Kraftliner / Kraftliner 776,50 769,70 767,40 763,48

também caíram em relação a suas cotações vi- Miolo / Fluting 614,60 620,33 624,38 614,10

gentes em março (redução de US$ 9 por tone- Testliner 2 / Testliner 2 652,55 657,68 662,91 655,55
Fonte/Source: Foex / Obs: *o preço do papel-jornal na Europa é CIF / Obs: *the price of newsprint in Europe is CIF
lada no preço lista e de US$ 1 no preço médio
pago pelo cliente médio). Tabela 7 – Preços médios da tonelada de papéis na Europa – preço delivery – em euros
Também no Brasil os preços em reais da Table 7 – Average prices per tonne of papers in Europe – delivery price – in euros
Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14
grande maioria dos papéis nas vendas da Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/14
indústria a grandes distribuidores e fábricas Papel LWC (couchê em bobina e com
pasta mecânica) / LWC Paper (coated in 660,55 657,02 655,23 653,72
de papéis não se alteraram em abril na com- reels and wood containing)
paração a março. As exceções deveram-se Papel Ctd WF (couchê em resmas)
666,95 663,22 661,53 658,54
Ctd WF Paper (coated in reams)
aos aumentos dos preços médios dos papéis Papel A-4 (cut size) / A-4 Paper (cut size) 835,58 830,92 826,65 823,16
cartão duplex e do testliner. No caso das co- Papel-jornal* / Newsprint 476,25 479,46 483,41 483,70
tações médias em reais nas vendas de papéis Kraftliner / Kraftliner 570,89 561,84 554,91 552,28
Miolo / Fluting 451,86 452,79 451,49 444,23
offset e cuchê das distribuidoras a pequenas
Testliner 2 / Testliner 2 479,76 480,05 479,35 474,21
gráficas e copiadoras da região de Campinas,
Fonte: FOEX / Source: FOEX ; Obs: * o preço do papel-jornal na Europa é preço CIF / Obs: * the price of newsprint in Europe is CIF
notaram-se pequenas altas.
No mercado paulista de aparas, ocorreram Tabela 8 – Preços da tonelada de aparas na Europa
Table 8 – Prices per tonne of recycled materials in Europe
pequenas altas dos preços em reais para as
Jan/14 Jan/14 Fev/14 Feb/14 Mar/14 Mar/14 Abr/14 Apr/14
marrons do tipo 2, de jornais e de cartolina do
Aparas marrons US$ 154,69 US$ 156,07 US$ 158,10 US$ 152,66
tipo 1, com as demais mantendo em abril as Brown material (corrugated) € 113,73 € 113,92 € 114,32 € 110,44

cotações em reais vigentes em março. Aparas brancas, de jornais e de revista US$ 177,17 US$ 175,57 US$ 174,61 US$ 174,08
ONP/OMP and white wastes € 130,26 € 128,16 € 126,26 € 125,92
Fonte: OMG. Source: OMG
Obs: as aparas marrons são aparas de caixas de papelão e de papelão ondulado, classificação OCC 1.04 dd da FOEX. As aparas brancas, de jornais
e revista têm classificação ONP/OMG 1.11 dd da FOEX.
MERCADO INTERNACIONAL
Tabela 9 – Preços da tonelada de celulose de fibra curta (tipo seca) posta em São Paulo - em dólares
Table 9 – Price per tonne of short fiber pulp (dried) put in São Paulo - in dollars
Europa Fev/14 Feb/14 Mar/14 Mar/14 Abr/14 Apr/14

Segundo informa a FOEX, a queda do pre- Mínimo/Minimum 769,51 767,83 758,59


Preço-lista
ço em dólares da tonelada de BHKP devido à Médio/Average 770,64 767,96 758,88
List price
Venda
maior oferta é mais de caráter psicológico do doméstica Máximo/Maximum 771,20 768,02 759,02
Domestic
que de aumento real do volume – ou seja, os sales
Mínimo/Minimum 580,30 577,00 572,06
Cliente médio
compradores europeus de celulose se baseiam Medium-size Médio/Average 653,52 660,32 659,33
client
no fato de que haverá aumento da oferta Máximo/Maximum 705,67 705,67 705,67
oriunda do Brasil e do Uruguai desse produto, Venda externa
481 480 n.d
External sales
embora ainda não haja significativa elevação
Fonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USP e MDIC, n.d. valor não disponível.
de estoques nos portos europeus (Tabela 3). Nota: Os valores para venda no mercado interno não incluem impostos.

maio/May 2014 - Revista O Papel 23


INDICADORES DE PREÇOS

Observa-se na Tabela 1 que o preço médio da Tabela 10 – Preços médios da tonelada de papel posto em São Paulo (em R$) – sem ICMS e IPI mas com PIS
tonelada de BHKP na Europa caiu quase US$ 7 e COFINS – vendas domésticas da indústria para grandes consumidores ou distribuidores
Table 10 – Average prices per tonne of paper put in São Paulo (in R$) - without ICMS and IPI but
em abril (quando valia US$ 764,67 por tone- with PIS and COFINS included – domestic sales of the industry to large consumers or dealers
lada) em relação a março (quando teve preço Produto Dez/13 Jan/14 Fev/14 Mar/14 Abr/14
Product Dec/13 Jan/14 Feb/14 Mar/14 Apr/14
médio de US$ 757,44 por tonelada)
Cut size 2.591 2.557 2.571 2571 2571
A alta de preços da tonelada de NBSKP
dúplex 3.654 3.654 3.654 3.654 3.729
ainda é resquício da dificuldade de escoar a
Cartão (resma)
tríplex 4.084 4.084 4.084 4.084 4.084
produção da América do Norte para a Europa Board (ream)
sólido/solid 4.843 4.843 4.843 4.843 4.843
e outras partes do mundo. O preço médio da
tonelada vigente em abril (US$ 923,76) é US$ dúplex 3.537 3.537 3.537 3.537 3.598
Cartão (bobina)
2 maior do que o de março (de US$ 921,54). tríplex 3.957 3.957 3.957 3.957 3.957
Board (reel)
Observa-se nas Tabelas 6 e 7 que os preços sólido/solid 4.835 4.835 4.835 4.835 4.835

em dólares e em euros dos papéis na Europa resma/ream 2.747 2.747 2.747 2.747 2.747
Cuchê/Couché
(com exceção do papel jornal) tiveram quedas bobina/reel 2.635 2.635 2.635 2.635 2.635
em abril em relação a suas cotações vigentes Papel offset/Offset paper 2.548 2.515 2.526 2.544 2.544
em março. Fonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USP

Observando a Tabela 8, constata-se queda


significativa dos preços em euros e em dólares Tabela 11 – Preços médios da tonelada de papel posto em São Paulo (em R$) – com PIS, COFINS, ICMS e IPI – vendas
domésticas da indústria para grandes consumidores ou distribuidores / Table 11 – Average prices per tonne of paper
das aparas marrons na Europa em abril, acom-
put in São Paulo (in R$) - with PIS, COFINS, ICMS and IPI - domestic sales of the industry to large consumers or dealers
panhadas de pequenas reduções nos preços Produto / Product Dez/13 Dec/13 Jan/14 Jan/14 Fev/14 Feb/14 Mar/14 Mar/14 Abr/14 Apr/14
das aparas brancas, de jornais e de revistas. Cut size 3.318 3.274 3.292 3.292 3.292

dúplex 4.679 4.679 4.679 4.679 4.775


EUA Cartão (resma)
tríplex 5.229 5.229 5.229 5.229 5.229
Board (ream)
O preço da tonelada de celulose de fibra
sólido/solid 6.201 6.201 6.201 6.201 6.201
longa (NBSKP) nos Estados Unidos passou de
dúplex 4.529 4.529 4.529 4.529 4.607
US$ 1.020 em final de março para US$ 1.030 Cartão (bobina)
tríplex 5.067 5.067 5.067 5.067 5.067
em final de abril, segundo os dados da FOEX. Board (reel)
sólido/solid 6.192 6.192 6.192 6.192 6.192
Essa alta de US$ 10 por tonelada ocorreu na
resma/ream 3.806 3.806 3.806 3.806 3.806
primeira quinzena de abril, sendo que na se- Cuchê/Couché
bobina/reel 3.662 3.662 3.662 3.662 3.662
gunda o preço estava estável em US$ 1.030.
Isso pode indicar que esse preço já tenha atin- Papel offset/Offset paper 3.262 3.220 3.234 3.258 3.258
Fonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USP
gido seu máximo.
Observa-se na Tabela 4 que o preço médio
em dólares da tonelada de papel jornal teve Tabela 12 – Preços sem desconto e sem ICMS e IPI (mas com PIS e COFINS) da tonelada dos papéis miolo,
pequeno aumento marginal em abril. Esse mo- testliner e kraftliner (preços em reais) para produto posto em São Paulo
Table 12 – Prices without discount and without ICM and IPI (but with PIS and COFINS)
vimento é importante, pois mostra interrupção per tonne of fluting, testliner and kraftliner papers (prices in reais) for product put in São Paulo
na tendência de queda do preço do produto. Jan/14 Jan/14 Fev/14 Feb/14 Mar/14 Mar/14 Abr/14 Apr/14

Miolo Mínimo/Minimum 1.188 1.188 1.188 1.188


China (R$ por tonelada)
Médio/Average 1.372 1.372 1.372 1.372
Fluting
A China é o único mercado que apresenta (R$ per tonne) Máximo/Maximum 1.492 1.492 1.492 1.492
queda do preço da tonelada de NBSKP. Ob-
Capa reciclada (R$ Mínimo/Minimum 1.517 1.517 1.517 1.517
serva-se na Tabela 5 que o preço médio desse por tonelada)
Médio/Average 1.587 1.587 1.587 1.587
produto na China foi de US$ 757,92 em março Recycled liner
(R$ per tonne) Máximo/Maximum 1.656 1.656 1.656 1.656
e passou a US$ 749,91 em abril. Tal queda de
Testliner Mínimo/Minimum 1.746 1.746 1.746 1.753
quase US$ 8 por tonelada reflete basicamente (R$ por tonelada)
Médio/Average 1.808 1.808 1.808 1.812
estratégias de reduzir as compras e trabalhar Testliner
(R$ per tonne) Máximo/Maximum 1.870 1.870 1.870 1.870
com baixos estoques. A mesma estratégia ex-
Kraftliner Mínimo/Minimum 1.762 1.762 1.762 1.762
plica, em parte, a queda no preço médio da
(R$ por tonelada)
tonelada de BHKP de março (US$ 637,47) para Médio/Average 1.880 1.880 1.880 1.880
Kraftliner
(R$ per tonne) Máximo/Maximum 2.057 2.057 2.057 2.057
abril (US$ 617,11), implicando redução de US$
Fonte: Grupo Economia Florestal - Cepea .Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USP
20 por tonelada (Tabela 5).

24 Revista O Papel - maio/May 2014


Tabela 13 – Preços de papéis offset cortados em folhas e papeis cuchê nas vendas das distribuidoras MERCADO NACIONAL
(preços em reais e em kg) – postos na região de Campinas – SP
Table 13 – Prices of offset papers cutted in sheets and coated papers as traded by dealers
[prices in reais and kg] - put in the area of Campinas -SP
Polpas
Fev/14 Feb/14 Mar/14 Mar/14 Abr/14 Apr/14
Como mencionado na introdução desta co-
Offset cortado Preço Mínimo/Minimum price 3,42 3,42 3,42
em folhas luna, no Brasil também houve, em abril, que-
Preço Médio/Average price 4,60 4,72 4,73
Offset cutted da dos preços em dólares da celulose, mas de
in sheets Preço Máximo/Maximum price 7,48 7,48 7,48
Preço Mínimo/Minimum price 4,16 4,23 4,23 forma mais pronunciada no preço lista do que
Cuchê
Preço Médio/Average price 4,21 4,39 4,44 no valor pago pelo cliente médio. Ao se com-
Coated
Preço Máximo/Maximum price 4,25 4,50 4,58 pararem as Tabelas 1 e 9, constata-se que o
Fonte:Aliceweb.Source: Aliceweb Nota: n.d. dado não disponível
preço lista mínimo vigente no Brasil em abril
Tabela 14 – Preços da tonelada de papel kraftliner em US$ FOB para o comércio exterior – sem ICMS e IPI - Brasil (US$ 758,59) esteve ligeiramente superior ao
Table 14 – Prices per tonne of kraftliner paper for export - Without ICMS and IPI taxes - Brazil - Price FOB - in dollars
valor médio vigente na Europa (US$ 757,44
Dez/13 Dec/13 Jan/14 Jan/14 Fev/14 Feb/14 Mar/14 Mar/14
por tonelada).
Exportação Mínimo/Minimum 581 610 498 524
(US$ por tonelada)
Médio/Average 627 647 564 629
Exports
(US$ per ton) Máximo/Maximum 681 718 718 787 Papéis
Importação Mínimo/Minimum 520 520 522 523 Para a maioria dos papéis vendidos da in-
(US$ por tonelada)
Médio/Average 520 520 522 523 dústria para grandes consumidores não hou-
Imports
(US$ per ton) Máximo/Maximum 520 520 522 523
ve alterações nos preços em reais (Tabelas 10
Fonte:Aliceweb, código NCM 4804.1100.Source: Aliceweb, cod. NCM 4804.1100 Nota: n.d. dado não disponível
a 12), ocorrendo apenas pequenas altas nos
Tabela 15 - Preços da tonelada de aparas posta em São Paulo - (R$ por tonelada) preços do cartão duplex e testliner. Nas ven-
Table 15 - Prices per tonne of recycled materials put in São Paulo - (R$ per tonne)
das das distribuidoras a pequenas gráficas e
Produto/Product Março 2014 / March 2014 Abril 2014 / April 2014
copiadoras da região de Campinas (Tabela 13),
Tipo mínimo médio máximo mínimo médio máximo
Grade minimum average maximum minimum average maximum houve pequenas altas nos preços médios dos
Aparas brancas 1 800 1.011 1.245 800 1.011 1.245 papéis offset e cuchê.
White recycled 2 420 594 800 420 594 800
material
4 330 462 620 330 462 620
Aparas marrons
Aparas
1 310 460 600 310 460 600
(ondulado)
2 280 423 530 280 427 535 Observa-se na Tabela 15 que em abril houve
Brown materials
(corrugated) 3 280 373 460 280 373 460 aumentos dos preços em reais das aparas mar-
Jornal / Newsprint 290 396 585 290 403 610 rons do tipo 2 (quase 1%), de jornais (1,8%) e
Cartolina 1 520 535 600 570 580 600 de cartolina 1 (8,4%) em relação às cotações
Folding Board 2 300 425 550 300 425 550
vigentes em março.         n       
Fonte: Grupo Economia Florestal - Cepea .Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USP

Tabela 16 – Importações brasileiras de aparas marrons (código NCM 4707.10.00)


Table 16 – Recycled brown waste papers [Code NCM 4707.10.00] – Brazilian import
Valor em US$ Quantidade (em kg) Preço médio (US$ / t)
Value in US$ Amount (in kg) Average price (US$/t)
Março/13 - March/13 16.501 42.112 391,84
Como utilizar as informações: (1) sempre
Abril/13 - April/13 56.161 144.099 389,74 considerar a última publicação, pois os dados
anteriores são periodicamente revistos e podem
Maio/13 - May/13 n.d. n.d. n.d. sofrer alterações; (2) as tabelas apresentam três
informações: preço mínimo (pago por grandes
Junho/13 - June/13 n.d. n.d. n.d. consumidores e informado com desconto), pre-
ço máximo (preço-tabela ou preço-lista, pago
Julho/13 - July/13 32.134 82.373 390,10 apenas por pequenos consumidores) e a média
aritmética das informações; (3) são considera-
Agosto/13 - August/13 101.000 500.000 202,00 dos como informantes tanto vendedores quanto
compradores.
Setembro/13 - September/13 68.600 300.000 228,67
Observação: as metodologias de cálculo dos
preços apresentados nas Tabelas 1 a 16 estão
Outubro/13 - October/13 341.596 1.462.385 233,59
no site http://www.cepea.esalq.usp.br/flores-
tal. Preste atenção ao fato de os preços das
Novembro/13 - November/13 150.369 734.621 204,69 Tabelas 10 e 12 serem sem ICMS e IPI (que
são impostos), mas com PIS e Cofins (que são
Dezembro/13 - December/13 447.607 2.362.645 189,45 contribuições).

Janeiro/14 - January/14 679.155 3.751.379 181,04


Confira os indicadores de produção
Fevereiro/14 - February/14 735.895 4.110.856 179,01
e vendas de celulose, papéis e
Março/14 - March/14 687.042 3.867.554 177,64 papelão ondulado no site da revista
Fonte:Aliceweb.Source: Aliceweb    Nota: n.d. dado não disponível. O Papel, www.revistaopapel.org.br.

maio/May 2014 - Revista O Papel 25


COLUNA IBÁ
BRACELPA/ CAROL CARQUEJEIRO

POR ELIZABETH DE CARVALHAES,


PRESIDENTE EXECUTIVA DA INDÚSTRIA
BRASILEIRA DE ÁRVORES (Ibá).

IBÁ BUSCARÁ MAIS


COMPETITIVIDADE PARA O SETOR
E
ste artigo marca um momento de profunda mudança no setor na- Vale ressaltar que as empresas da Ibá se destacam no mercado
cional de árvores plantadas: o lançamento da Indústria Brasileira pelos investimentos em programas sociais, pelas práticas de manejo
de Árvores (Ibá), associação que passa a representar institucio- florestal, pela certificação dos plantios, pelo consumo consciente dos
nalmente os segmentos de painéis e pisos de madeira, celulose, papel e recursos naturais e pelos programas de fomento de pequenos produ-
florestas energéticas, além de produtores independentes e investidores tores rurais, que, cada vez mais, geram valor social em regiões brasi-
de florestas plantadas. leiras distantes dos grandes centros urbanos.
Com sede em Brasília e escritório em São Paulo, a Ibá reúne 70 em-
Competitividade – A agenda da associação, pautada na com-
presas que participavam da Associação Brasileira da Indústria de Pai-
petitividade, fundamenta-se na certeza de que a árvore plantada
néis de Madeira (Abipa), da Associação Brasileira da Indústria de Piso
é o futuro das matérias-primas renováveis, recicláveis e amigáveis
Laminado de Alta Resistência (Abiplar), da Associação Brasileira dos
ao meio ambiente, à biodiversidade e à vida humana. Destacam-se,
Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) e da Associação Brasileira de
entre outros objetivos:
Celulose e Papel (Bracelpa).
- manter a desoneração da folha de pagamentos após dezembro de 2014;
Se o nome da associação reforça a base do negócio que une as empre-
- reduzir a carga fiscal dos investimentos;
sas – os 7,2 milhões de hectares de árvores plantadas do País –, sua sigla
- compensar resíduos tributários na exportação (Reintegra);
reflete a visão do presente e do futuro do setor, orientando nossa atuação.
- ampliar o debate sobre a infraestrutura nacional;
A palabra ibá, de origem tupi-guarani, significa “frutos”. Para nós, além
- combater a concorrência desleal, especialmente em relação ao desvio
dos produtos que vêm da árvore plantada, esses frutos englobam aspec-
de finalidade de papel imune e aos pisos laminados;
tos sociais, como a geração de emprego e de renda, a fixação do homem
- ampliar o debate sobre a aquisição de terras por empresas de capital
no campo e a promoção do desenvolvimento de comunidades, bem como
estrangeiro;
a criação de serviços ambientais, a absorção de carbono e a manutenção
- ampliar as negociações de crédito de carbono florestal, no Brasil e em
da biodiversidade. Diz respeito ainda às inovações da indústria, por meio
fóruns internacionais; e
da biotecnologia, da transgenia e da nanotecnologia.
- debater o plantio de árvores geneticamente modificadas.
A Ibá é resultado de um trabalho de benchmarking que mostrou a
importância de um único interlocutor para defender os pontos em co- A Ibá começa, agora, a executar seu plano estratégico aprovado
mum dos setores representados pelas quatro entidades, especialmente pelo Conselho Consultivo, presidido por Daniel Feffer, e pelo Conse-
as árvores plantadas como diferencial do negócio e referência socioam- lho Deliberativo, presidido por Carlos Augusto Lira Aguiar. No De-
biental, além do investimento das empresas em tecnologia na busca de liberativo, cada segmento da indústria está representado por uma
inovação e múltiplos usos da base florestal. vice-presidência, o que terá papel fundamental na governança da
A empresa nasce com uma sólida e relevante base para a economia entidade: Celulose, Papel, Papel para Embalagens, Papel para Produ-
nacional. O setor de árvores plantadas, com receita bruta de R$ 60 bi- tos de Higiene, Painéis de Madeira, Florestas Energéticas, Produtores
lhões em 2013, representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) Indus- Independentes, Associações Estaduais e Médias Empresas.
trial. As exportações somaram US$ 8 bilhões, o que equivale a mais de Ao dar mais relevância ao setor de árvores plantadas, a Ibá busca-
3% das vendas externas brasileiras. Além disso, é responsável por 4,5 rá tornar o Brasil a principal referência mundial em relação às árvores
milhões de empregos no País, cerca de 4% da população nacional eco- plantadas, que terão cada vez mais relevância por conta do crescimento
nomicamente ativa. Além disso, é no potencial das árvores plantadas da população mundial, que em 2050 chegará a 9 bilhões de pessoas.
que se baseiam os investimentos, em andamento e previstos, de R$ 53 Estamos muito otimistas com o lançamento da associação, pois acre-
bilhões de nossas empresas para o aumento dos plantios, a ampliação ditamos em seu papel de fortalecimento do setor, o que consequente-
das fábricas e a construção de unidades até 2020. mente trará benefícios a toda a cadeia produtiva.        n

26 Revista O Papel - maio/May 2014


REPORTAGEM DE CAPA

28 Revista O Papel - maio/May 2014


SHUTTERSTOCK/HXDYL
Água tem
participação
de peso na
fabricação de
celulose e papel
Avanços tecnológicos e incrementos
de gestão dos últimos anos ainda não
dispensam uso do recurso no processo
fabril, mas trazem perspectivas de redução
para as próximas décadas

D
ispensar a participação da água em diferentes etapas do processo
fabril de celulose e papel é uma ousada meta traçada por alguns
representantes da indústria mundial. A Confederação Europeia da
Indústria Papeleira (CEPI) está entre os interessados em poupar
esse recurso natural tão indispensável à vida.
Em novembro de 2011, a entidade lançou o Guia 2050 da Indústria de Fi-
bras Florestais, cujo intuito maior é chegar a uma economia de baixo carbono.
O Guia, que apresenta a visão para o setor nos próximos 35 anos, investiga
como atingir 80% de redução nas emissões de CO2 até 2050. Responsável
pelo projeto The Two Team, a CEPI reuniu duas equipes formadas por pes-
quisadores, cientistas, fabricantes, fornecedores e representantes de diversos
segmentos industriais que se dispuseram a competir usando um método úni-
co de inovação aberta.

Por Caroline Martin


Especial para O Papel

maio/May 2014 - Revista O Papel 29


REPORTAGEM DE CAPA

quer um aquecimento adicional em escala muito redu-


DIVULGAÇÃO IPT

DIVULGAÇÃO SUZANO
zida, pois o teor de água após a tela não chega a 30%.
No segundo trabalho apresentado, as fibras são
tratadas para ficarem protegidas de cisalhamento,
sendo, em seguida, suspensas numa solução viscosa
a uma concentração de até 40%. Depois dessa etapa,
a solução é removida por prensagem e a fina folha é
curada com uma seleção de aditivos para proporcio-
nar o produto final necessário. No atual processo de
fabricação de papel, as fibras de celulose usadas têm
de ficar suspensas em grandes volumes de água para
evitar que se agrupem.
A inovação introduz duas tecnologias que possibili-
tam a produção de papel sem água. Em vez do atual
processo com uso intensivo de água, na qual as fibras
de celulose ficam suspensas, o método de DryPulp con-
siste em uma solução altamente viscosa, com elevada
concentração de fibras. Para evitar que se desintegrem
numa solução tão viscosa, as fibras são dotadas de uma
A disponibilidade O projeto desafiou as equipes a serem tão criativas e camada superficial de proteção. Na prática, substân-
natural de água é
fator chave para imaginativas quanto possível, focando, ao mesmo tem- cias biobaseadas poderiam ser usadas para modificar a
o crescimento e a
produtividade florestal
po, em tecnologias e soluções para todos: fábricas anti- viscosidade ao redor das fibras. A segunda tecnologia
gas e novas, grandes e pequenas, situadas em diferentes proposta é a “formação por cura”, que permite a fabri-
regiões da Europa, para papéis tissue, de embalagem cação de uma folha fina. O DryPulp de alta consistência
e gráficos, bem como para produtos à base de fibras é prensado para remover a solução viscosa. Após a pren-
virgens ou recicladas. Cada equipe decidiu seu ponto de sagem, a folha, que contém até 80% de fibras, é curada
foco, tendo em mente o amplo alcance do setor. Com com a aplicação de processos adaptados ao produto
dois trabalhos específicos, os estudiosos reunidos pela final necessário.
CEPI procuraram por uma nova rota tecnológica que As tecnologias apresentam-se como novos proces-
possibilitasse a fabricação de celulose e papel pratica- sos para a fabricação de papel. Ainda que com base
mente sem participação de água. Os trabalhos se desta- em conhecimentos já existentes, os pesquisadores
cam como promissores no que se refere ao consumo de reconhecem a necessidade de pesquisas e desenvol-
água pela indústria papeleira. vimentos adicionais para desenvolver o composto
O primeiro propõe que fibras secas sejam jateadas DryPulp ideal, assim como a tecnologia de processo
para dentro de uma zona formadora com vapor agitado para misturá-lo e bombeá-lo, e ainda a tecnologia de
e condensado, de modo a formar uma folha com um formação para dar-lhe forma e curá-lo.
milésimo do volume de água atualmente utilizado. O Enquanto o futuro não chega, a água segue como um
conceito inovador deve-se à utilização de vapor combi- bem valioso à indústria de celulose e papel. O recurso é
nado com uma grande quantidade de fibras secas para empregado nos processos de fabricação, principalmente
formar papel, papelão e cartão. O método funciona pela como veículo da massa de polpa, por meio das diversas
introdução de fibras de alta consistência, materiais de etapas que compõem o processo produtivo. Muito antes
carga e produtos químicos num fluxo de vapor altamen- de ser útil dentro das fábricas, porém, a água tem parti-
te turbulento. O vapor transporta as fibras para dentro cipação fundamental nas florestas.
da zona formadora, onde a condensação e a expansão A disponibilidade natural de água é fator chave para
de vapor, combinadas, criam a folha de papel e possibi- o crescimento e a produtividade florestal. O conheci-
litam a ligação interfibra. As altas velocidades dos gases mento dos fluxos de água do ecossistema permite ava-
tornam a seção de formação muito curta. A secagem re- liar o crescimento da vegetação e o potencial de absor-

30 Revista O Papel - maio/May 2014


CÁLCULO DA PEGADA HÍDRICA ESTIMULA PRÁTICAS AMBIENTAIS MAIS AMIGÁVEIS
A grande reserva de água doce e superficial no Brasil tem sido Cinque ainda informa que o uso da metodologia internacio-
estratégica para a expansão do agronegócio. Como exportador nal (mundialmente conhecida como Water Footprint) para
de commodities agropecuárias, o País exporta água para outros calcular a pegada hídrica da Fibria tinha por objetivo mostrar
países, despontando como o quarto maior exportador mundial a sustentabilidade e a eficiência do gerenciamento hídrico
de água virtual, denominação que caracteriza os fluxos invisí- adotado tanto no plantio florestal quanto na indústria, res-
veis de água embutidos nas mercadorias que circulam. peitando as bacias hidrográficas no entorno das florestas e
das fábricas. “Concluímos que, com as práticas utilizadas na
“Todo processo de contabilização da água é relevante, seja
empresa, é possível afirmar que uma fábrica de celulose atua
qual for o segmento que a utilize. Aqueles que apresentam
como um reservatório sustentável de água, em que o recurso
um intensivo consumo de água têm mais necessidade de
é reutilizado diversas vezes até ser devolvido tratado ao rio.”
fazê-lo, no sentido de buscar formas de reduzir o volume uti-
lizado”, observa Pedro Roberto Jacobi, professor titular do A prática do cálculo da pegada hídrica, contudo, não é co-
Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Univer- mum no setor e nos demais segmentos industriais. Jacobi
sidade de São Paulo (USP). diz que ainda são poucas as empresas brasileiras a adotar o
cálculo. Outro agravante citado pelo professor diz respeito à
De acordo com ele, a precificação da água virtual é o que ficou
falta de transparência na divulgação dos dados. “Trata-se de
conhecido como “pegada hídrica”, definida como o volume to-
uma ferramenta que só amadurecerá se for experimentada.
tal de água usado durante a produção e o consumo de bens e
Na Europa, por exemplo, são inúmeras as experiências reali-
serviços, bem como o consumo direto e indireto no processo
zadas, o que permite relevantes avanços no uso mais racional
de produção. O professor esclarece, ainda, que o uso de água
e eficiente da água”, pontua.
ocorre, em sua maioria, na produção agrícola, destacando tam-
bém um significativo volume de água consumida e poluída Jacobi também aponta que ainda há pouca difusão do tema.
derivada dos setores industriais e domésticos. “Determinar a Ele comenta que existem alguns players com presença no
pegada hídrica, portanto, é tornar possível a quantificação do mercado internacional, em segmentos variados, mas poucos
consumo de água total ao longo de sua cadeia produtiva.” têm se interessado e aplicado o método. “O fato é que as
iniciativas praticamente não têm nenhuma visibilidade”, la-
Tais cálculos tendem a ser cada vez mais importantes, já que
menta. Ele elenca que os principais desafios envolvidos para
auxiliam na tomada de decisões em políticas públicas, negó-
o fortalecimento do método estão associados a capacitação,
cios e até mesmo no plano individual. “O principal aspecto é
interesse efetivo em implantá-lo e comprometimento de ato-
a necessidade de racionalizar o uso de um bem que tende a
res relevantes.
tornar-se sempre mais escasso. A água é um recurso natural
crítico, do qual dependem todas as atividades econômicas e Diante do atual cenário, o professor tem visão de futuro pou-
os ecossistemas”, lembra. Jacobi ressalta que sua gestão de- co otimista. “A tendência mundial está bem longe do que po-
pende cada vez mais de governança apropriada, e que isso deria ser uma agenda de redução efetiva de desperdício, uso
poderá estimular usos com menor desperdício, avanços tec- inadequado e despejo impróprio de água poluída ou suja. Al-
nológicos no aproveitamento do recurso e redução do volu- guns países do Hemisfério Norte têm diretivas muito bem de-
me de água de rejeito. finidas, com penalidades muito rigorosas para os que poluem
e contaminam água, mas o quadro prevalecente ainda é de
A Fibria é um exemplo de player que já coloca em prática a
pouca atenção para o problema e falta de corresponsabiliza-
medição da pegada hídrica. De acordo com Umberto Cinque,
ção. Apenas nos momentos de crise os governos se mobilizam
gerente geral de Meio Ambiente Industrial, a empresa foi
na promoção de campanhas para reduzir consumo excessivo,
pioneira nessa medição na indústria de base florestal. “A in-
tanto em nível domiciliar como empresarial.”
dústria brasileira de celulose usa as melhores tecnologias de
captação e uso de água. O que fizemos a mais foi a impressão Para reverter esse quadro, Jacobi diz que é fundamental for-
hídrica das nossas plantas industriais e florestas, para identi- talecer a ação de governos em níveis local, estadual e nacio-
ficar o que representa a água verde, a azul e a cinza”, esclare- nal, a fim de sensibilizar e promover propostas capazes de
ce, detalhando que a água azul é a captada dos rios; a verde, reforçar práticas que promovam racionalização e redução do
a usada nos plantios florestais, e a cinza, a usada na indústria uso excessivo da água na produção industrial.
que se transforma em efluente.

maio/May 2014 - Revista O Papel 31


REPORTAGEM DE CAPA

que envolve vários outros aspectos ecológicos, sociais

DIVULGAÇÃO LWARCEL
e culturais relacionados com a produção florestal, e não
apenas com a quantidade de água consumida”, pontua.
De qualquer forma, Paula Lima cita como exemplo um
estudo realizado do início ao fim do ciclo de crescimento
(período de seis anos) de uma plantação de eucalipto
(1), com os seguintes resultados, em termos de balanço
hídrico: precipitação anual média no período de 1.147
mm; evapotranspiração anual média no período de
1.092 mm, dividida em transpiração (885 mm), intercep-
tação (121 mm) e evaporação direta do solo (85 mm), e
relação ET/P de 95%.
Ainda de acordo com o professor, os resultados mos-
tram que a plantação de eucalipto estudada não consu-
miu toda a entrada de água pelas chuvas, mas sim 95%.
Stefanini: o fato de
a Lwarcel utilizar “Isso significa que, nas condições do estudo, sobraram
água de poços
semiartesianos apenas 5% de água azul (para abastecer rios e lagos
levou a empresa a e compor a parte subterrânea, por exemplo). Será que
ter uma cultura de
busca de redução de esses 5% são suficientes para atender a todas as demais
consumo de água
exigências de água, incluindo comunidades situadas a
ção de carbono assimilado por unidade de água perdida jusante, assim como a demanda ambiental de água?”,
por transpiração, designado como a eficiência de uso da pergunta ele, sugerindo uma reflexão sobre estratégias
água. Os processos de evaporação (solo) e de transpi- de manejo florestal que resultassem num aumento –
ração (planta) podem ser combinados, caracterizando o mesmo que pequeno – dessa oferta de água a jusante.
fenômeno conhecido por evapotranspiração, que reflete Para ele, tais inquietudes servem para ilustrar a
efetivamente a quantidade de água que determinado complexidade do consumo de água pelas plantações
tipo de planta utiliza. Desta forma, estudos que envol- florestais, ultrapassando a determinação de consu-
vem estas variáveis contribuem com o entendimento mo, sem considerar suas implicações ecológicas,
sobre a fixação de carbono e balanço hídrico em escalas sociais e culturais.
local, regional e global e permitem recomendar mode- Além disso, Paula Lima cita que resultados do monito-
los sustentáveis de manejo florestal, conforme explica o ramento hidrológico do manejo de plantações florestais
pesquisador de ecofisiologia florestal da Fibria, Rodolfo obtidos pelo Programa Cooperativo de Monitoramento
Araujo Loos. Ambiental em Microbacias (Promab), do Instituto de
De acordo com Walter de Paula Lima, professor sênior Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) (2), mostram que o
do Departamento de Ciências Florestais da Universida- balanço hídrico exemplificado no trabalho mencionado
de de São Paulo (USP/Esalq), o consumo de água por acima não se repete em todo o País, variando em função
plantações de eucalipto vem sendo estudado há muito do clima e do solo.
tempo em praticamente todos os países onde se planta Em regiões de clima ameno e precipitação média
a espécie. Tais informações, contudo, não contemplam anual elevada (1.500 mm ou mais), a produtividade
toda a gama de aspectos envolvidos no consumo de florestal é também elevada, mas à custa de um consu-
água pelas plantações florestais para abastecimento mo maior de água. Há maior relação entre consumo e
industrial. “O consumo de água nas plantações flores- precipitação nessas condições. Isso significa que ainda
tais deve ser considerado em sua conotação ambiental sobra bastante água azul (de 20% a 30% do excedente
decorrente da transformação de extensas áreas da pai- hídrico), quantidade suficiente para o atendimento das
sagem. Trata-se, portanto, de um estudo complexo, já demais demandas.

32 Revista O Papel - maio/May 2014


Em regiões caracterizadas por menor precipitação ao gênero do eucalipto; na verdade, o consumo de água
média anual e temperaturas mais elevadas, o balanço depende do plano de manejo adotado, ou seja, está ao
hídrico climático já não favorece naturalmente a for- alcance do manejador”, sublinha o professor do Depar-
mação de significativo excedente hídrico, devido à ele- tamento de Ciências Florestais da USP.
vada evapotranspiração potencial. “Nessas condições, A afirmação ajuda a derrubar um mito que se po-
as plantações de eucalipto, para seu crescimento, po- pularizou acerca do setor: o eucalipto seca o solo. “Os
dem fazer uso do pouco excedente, de modo a gerar inúmeros resultados experimentais de medição do con-
um balanço hídrico desfavorável, no sentido de que sumo de água por plantações de eucalipto disponíveis,
praticamente vai sobrar muito pouca ou praticamente tanto no Brasil como no exterior, mostram claramente
nenhuma água azul”, explica ele, lembrando que, entre que a alegada capacidade de secar o solo não tem fun-
os dois extremos climáticos, há regiões de precipitação damento”, comenta Paula Lima, confirmando que a opi-
média anual entre 1.100 e 1.300 mm, com condições nião pública generalizada não passa de um mito. Ele res-
favoráveis ao crescimento das plantações e também às salva, todavia, que o desrespeito às limitações naturais
relações entre a precipitação e o consumo, sobrando de do meio, no que diz respeito à disponibilidade natural de
10% a 15% de água azul. água, pode resultar num balanço hídrico desfavorável,
“Há duas lições nesses resultados – primeira: é es- eventualmente eliminando o fluxo de água azul. “Isso,
sencial levar em conta a disponibilidade natural de água como já esclarecido, decorre do manejo inadequado, e
no plano de manejo, no sentido de encontrar estratégias não do eucalipto.” O consumo de água por
plantações de eucalipto
hidrologicamente sustentáveis, visando favorecer o ba- Para Robert Cardoso Sartorio, gerente de Manejo Flo- vem sendo estudado
há muito tempo em
lanço entre os fluxos de água verde e água azul; segun- restal e Recursos Naturais do Centro de Tecnologia da
praticamente todos os
da: a questão do alto consumo de água não é inerente Fibria, o manejo adequado dos recursos hídricos depen- países onde é plantado

DIVULGAÇÃO SUZANO

maio/May 2014 - Revista O Papel 33


REPORTAGEM DE CAPA

de também da adoção de práticas conservacionistas do A fertilidade dos solos também tem merecido o má-
solo. Os questionamentos sobre o impacto do eucalipto ximo cuidado por parte dos técnicos envolvidos com
no solo são, de fato, frequentes, em especial aqueles li- plantações de eucalipto nas regiões tropicais. A baixa
gados ao esgotamento de sua fertilidade ou causas de reserva natural de nutrientes nos solos, o rápido cres-
erosão ou compactação. Contudo ele tranquiliza. “Qual- cimento das árvores, a elevada produtividade e os ci-
quer monocultura pode trazer impacto, mas, graças aos clos cada vez mais curtos são fatores importantes que
cuidados ambientais das empresas do setor, tais impac- justificam tal interesse. Com o tempo, foi necessário
tos não têm sido observados ao longo do ciclo da cultu- investir no levantamento detalhado dos solos, mape-
ra do eucalipto. O atual modelo de preparo do solo para ando suas características físicas e químicas, bem como
plantio no Brasil é definido como de mínimo impacto. É conhecer as necessidades dos diferentes clones de eu-
assim chamado porque os equipamentos utilizados nes- calipto usados na empresa.
ta operação não expõem a terra em profundidade, não Segundo outra crença popular acerca do eucalipto,
provocam inversão das camadas superficiais do solo e o a raiz tem a mesma profundidade do tronco. “Ocorre,
mantém protegido pelos resíduos vegetais da colheita porém, que as raízes do eucalipto não ultrapassam 2,5
(folhas, galhos, raízes e cascas)”, responde Sartorio. metros de profundidade e não alcançam os lençóis, qua-
Estudos da Fibria no Espírito Santo mostraram que se sempre localizados em profundidades bem maiores”,
as perdas de solo nas plantações de eucalipto variaram desmente Ricardo Quadros, gerente executivo de Meio
de 0,60 t a 1,0 t de solo/hectare/ano, valores muito Ambiente da Suzano Papel e Celulose. Ele evidencia
abaixo dos limites de tolerância estimados para os que o eucalipto possui uma raiz central e uma exten-
solos da região do estudo (entre 10 e 13 t/ha/ano) e sa rede de raízes secundárias que produzem efeitos
menores também que os relatados para algumas das benéficos sobre o solo, deixando-o mais estruturado e
principais culturas agrícolas na mesma região, como aumentando a capacidade de armazenamento de água,
cana-de-açúcar, pastagem nativa e milho, conforme drenagem e aeração. “Esse sistema radicular tende a
mostra a tabela abaixo. trazer os nutrientes mais para a superfície do solo, ca-
Outro aspecto importante refere-se à compactação racterística que, aliada às técnicas de manejo (como a
do solo, causada pela compressão por máquinas e equi- de cultivo mínimo) desenvolvidas pela Suzano, promove
pamentos usados no cultivo e na colheita do eucalipto. intensa incorporação de matéria orgânica nos terrenos,
De modo geral, o estudo mostrou que os solos da região como folhas, cascas e raízes, ajudando a recuperar sua
da empresa são muito resistentes à compactação quan- fertilidade. Os nutrientes utilizados pelo eucalipto são
do manejados corretamente. Observou-se uma reversão repostos pela decomposição dessa matéria orgânica e
natural de processos iniciais de compactação causados também pela adubação. A conservação dos solos, por
pelo corte e pelo baldeio da madeira. Assim, após o sua vez, contribui para a melhoria da qualidade dos re-
monitoramento de três ciclos consecutivos de plantio, cursos hídricos.”
não se verificaram indícios de alterações irreversíveis na O plantio de eucalipto convive também com inúme-
estrutura dos solos. ras espécies da fauna e da flora brasileiras, interagindo

PERDA DE SOLO
TIPO DE COBERTURA
(tonelada/hectare/ano)

Mata nativa 0,1

Eucalipto 0,8

Cana-de-açúcar 1,0

Pastagem nativa 3,5

Milho 4,9

Fonte: Fibria

34 Revista O Papel - maio/May 2014


amigavelmente com outras plantas em seu sub-bosque em sintonia com a preservação de sua heterogeneidade
e proporcionando o abrigo e o alimento necessário a natural, biodiversidade e proteção do solo, garantindo
diferentes espécies da fauna. A legislação ambiental as áreas hidrologicamente sensíveis, assim como atribu-
brasileira exige que pelo menos 20% das propriedades tos e processos ecológicos e hidrológicos relacionados
sejam destinadas à preservação da vegetação nativa, com a perpetuação dos serviços ambientais, dos quais a
além das áreas de mananciais. “Em suas áreas para pre- conservação da água é, sem dúvida, dos mais importan-
servação ambiental, a Suzano mantém reservas naturais tes”, ressalta Paula Lima.
de alto valor de conservação. O plantio em talhões não
muito extensos, intercalados por áreas de preservação Avanços nas formas de plantio e no Unidade Otacílio
da vegetação nativa, e a interligação dessas áreas criam consumo de água nas florestas Costa, da Klabin,
atingiu o índice
corredores ecológicos de grande extensão por onde a O Brasil, por possuir condições naturais muito favorá- de 28 m³ de água
para cada tonelada
fauna nativa pode circular livremente e se reproduzir”, veis para as plantações de eucalipto, aliadas ao avança- produzida de papel
de embalagem, com
completa Quadros sobre a experiência da empresa. do desenvolvimento tecnológico, diversidade de plantas redução de 54% em
industriais e outros fatores – como facilidade de acesso comparação a 2009

Por que os mitos acerca do eucalipto

DIVULGAÇÃO KLABIN
não se dissipam?
Diante das evidências positivas sobre as práticas
atuais, Paula Lima arrisca uma resposta: ou a ciência
não está conseguindo eliminar essa inquietude, ou o
problema não é apenas físico, biológico ou técnico, o
que aparentemente é o caso. Na opinião do professor,
enquanto a pesquisa procurar apenas demonstrar que o
consumo de água pelo eucalipto não difere do realizado
por outras espécies florestais, estará atacando apenas
parte de um problema maior. “Essa informação já se en-
contra bastante consistente na literatura. A degradação
dos recursos hídricos, por sua vez, decorre de inúmeras
atividades impensadas de uso da terra e de transforma-
ção da paisagem, mas, por alguma razão desconhecida,
o eucalipto acabou se tornando o vilão da história, o
bode expiatório de todas as nossas históricas mazelas
ambientais. Parece que este é um ponto importante a
ser considerado no plano de manejo de plantações flo-
restais de eucalipto”, conclui.
É imprescindível que a pesquisa procure determinar
não apenas a quantidade de água consumida por uma
plantação de eucalipto, mas também como se dá esse
consumo relativamente às condições naturais de dispo-
nibilidade de água. “Um plano de manejo que não leve
em conta essa condicionante ambiental pode resultar
em impactos hidrológicos facilmente percebidos. Por
outro lado, quando o plano de manejo considera todas
essas particularidades espaciais e os aspectos ecológi-
cos, sociais e culturais do consumo de água, mostra uma
mudança de paradigma das mais significativas, pois tra-
ta-se de uma estratégia de manejo preocupada em pla-
nejar a ocupação dos espaços produtivos da paisagem

maio/May 2014 - Revista O Papel 35


REPORTAGEM DE CAPA

marítimo e mão de obra qualificada –, desenvolveu um nejo de plantações florestais e o recurso natural, tanto
setor de silvicultura de produção altamente competitivo. do ponto de vista de quantidade quanto de qualidade.
Atualmente, a produtividade florestal alcançada pelos Pode-se afirmar, por exemplo, que não se deve esperar
plantios no Brasil chega a ser dez vezes superior à ob- alterações na qualidade da água apenas pelo fato de a
servada nos países líderes do mercado. A idade de corte paisagem original ter sido transformada em plantação
do eucalipto geralmente varia entre 7, 14, e 21 anos. De florestal. Podem ocorrer, todavia, alterações em alguns
acordo com a região e o tipo de solo, o ciclo de corte parâmetros de qualidade da água em consequência de
pode ser ainda menor (a cada cinco ou seis anos). “Na ações de manejo, as quais podem ser minimizadas, des-
Fibria, a idade média de corte atual gira em torno de seis de que o plano de manejo esteja alicerçado em práticas.
anos”, pontua o gerente de Manejo Florestal e Recursos Paula Lima avalia que o acúmulo dessas informações
Naturais do Centro de Tecnologia da Fibria, esclarecendo está possibilitando a elaboração e a calibração de mo-
também que podem ocorrer até dois ciclos de corte para delos hidrológicos para a simulação de estratégias de
Foelkel: “É preciso ampliar um mesmo plantio original. manejo que sejam mais amigáveis para a conservação
o uso das tecnologias
para as melhores práticas
No que diz respeito ao uso da água nos plantios, as da água, tanto em nível meso da ecologia de paisagem,
possíveis, a fim de obter informações acumuladas ao longo dos últimos 25 anos relacionado a estratégias de ocupação sustentável dos
resultados cada vez mais
vantajosos, seguindo de monitoramento hidrológico do manejo de plantações espaços produtivos da paisagem, com o objetivo de
uma cultura de melhorias
contínuas, que ultrapasse
florestais em microbacias experimentais pelo Promab preservar os serviços ambientais, quanto em nível micro
as restrições legais” permitiram entender melhor as relações entre o ma- da fazenda florestal, visando à implementação de es-
tratégias hidrologicamente sustentáveis de manejo para
ABTCP GUILHERME BALCONI

conservação de água (3).


Ainda pensando em discutir sobre a forma pela qual
as florestas plantadas geram impacto sobre a água, vale
considerar que a idade de corte das árvores está relacio-
nada mais ou menos com o período de diminuição do
ritmo de crescimento do talhão, medido pelo incremento
médio anual do crescimento das árvores.
O professor da USP detalha que, desde o plantio até
a idade de seis a sete anos, considerando a média de
nossas condições, o crescimento da plantação florestal
é rápido. Pela mesma razão, o consumo de água tam-
bém é maior, o que pode ou não causar impactos sobre
a quantidade de água. Isso quer dizer que, a partir do
plantio, o crescimento da plantação começa a demandar
cada vez mais água, sendo que o pico dessa deman-
da ocorre por volta da idade de quatro a seis anos (3).
A simulação do modelo, porém, mostra que o impacto
sobre a água tende a diminuir gradativamente a partir
dos sete anos, com previsão de retorno ao equilíbrio em
idade de 20 a 24 anos, quando a plantação adulta já
não mais apresenta alta demanda por água. “Essa infor-
mação nos mostra que a rotação praticada atualmente,
com o abate na idade de seis a sete anos, compreende
justamente o período de máxima demanda por água.
Se for economicamente viável ampliar a idade de cor-
te, também encontraremos alternativas de manejo mais
amigáveis com a água”, conclui.

36 Revista O Papel - maio/May 2014


Por outro lado, Paula Lima reconhece que as simula- mos para obter o volume necessário ao processo fabril,
ções mostram a possibilidade de se obter o mesmo efei- como é o nosso caso, o recurso fica bastante limitado.
to através de planejamento mais adequado da colheita Isso naturalmente nos levou a ter uma cultura de busca
florestal, no sentido de estabelecer cortes parciais, e não de redução de consumo de água”, conta ele, justifican-
totais, deixando a paisagem na forma de mosaicos. “É do a origem das boas práticas.
um bom começo, sem dúvida, na busca do manejo sus- Stefanini descreve que, desde o início da história da
tentável”, diz, lembrando que ainda há inúmeras opor- Lwarcel, “otimização da água” é palavra de ordem. Na
tunidades a serem mais bem exploradas. prática, a meta se concretizou por meio de pequenos
projetos que levaram a uma soma de resultados signifi-
A participação da água na indústria cativos. “Temos um circuito bem fechado entre máquina
brasileira e branqueamento. Fazemos a reutilização de algumas
De acordo com a edição 2013 do Relatório de Conjun- correntes que não são tão usuais no setor, a exemplo
tura dos Recursos Hídricos, apresentada pela Agência das purgas de manutenção de concentração iônica/sóli-
Nacional de Águas (ANA) e aprovada pelo Conselho Na- dos das torres de resfriamento. São reciclados 3 mil m³
cional de Recursos Hídricos (CNRH), o abastecimento in- de água por hora em nossas torres de resfriamento da
dustrial representa o terceiro maior uso de água no País evaporação, em um circuito quase completamente fe-
em termos de vazão de retirada e o quarto em consumo. chado”, detalha.
Entre as captações para fins industriais em rios de O gerente industrial da Lwarcel revela ainda que, para
domínio da União, os usos com maior vazão outorga- manter a qualidade dessa água equilibrada, é preciso
da estão na fabricação de celulose, papel e produtos de purgar de 20 a 30 m³ por hora. “Em vez de colocar essa
papel e metalurgia básica, representando, respectiva- água no efluente, reutilizamos o recurso em algum outro
mente, 24% e 19% do total. As porcentagens podem ponto da fábrica. Neste caso, especificamente, usamos a
ser explicadas pela necessidade de 21,67 a 216,0 m³ de água na lavagem de filtros de lodo da Estação de Trata-
água para produzir uma tonelada de celulose, papel e mento de Efluentes (ETE) e de madeira”, diz ele, comen-
produtos de papel; 26,73 m³ para uma tonelada de pro- tando sobre frações relativamente pequenas de grande
dutos da indústria metalúrgica e 6,25 m³ na extração e importância quando o recurso é mais escasso.
britamento de pedras e outros materiais para constru- Stefanini também credita parte dos méritos aos pro-
ção e beneficiamento de uma tonelada desses materiais. fissionais da empresa. “Como a equipe tem plena cons-
No que se refere ao consumo de água por parte da ciência de que a água é um recurso ainda mais valioso
indústria de celulose e papel, é possível afirmar que para nós do que para outras unidades fabris distribuídas
tem ocorrido uma busca constante por práticas mais no Brasil, jamais faremos uma limpeza com água se for
eficientes. Nos anos 1960, por exemplo, o consumo es- possível fazê-la a seco”, exemplifica. O efetivo traba-
pecífico dos processos apresentava valores em torno de lho em equipe pode ser visto pelos resultados: o atual
200 m³/tsa (tonelada seca ao ar), ao passo que, atual- consumo de água da Lwarcel é de 23 m³ por tonelada
mente, existem empreendimentos novos que apresen- de celulose, e a vazão de efluentes está em 20 m³ por
tam consumo específico de cerca de 20 m³/ tsa. “Para tonelada.
chegar a essa redução, as fábricas passaram por altera- Em busca de produção aliada a desenvolvimento sus-
ções e inovações no processo, práticas voltadas para o tentável, a Fibria destaca-se como mais um player da
fechamento de circuito de águas, mudanças de práticas indústria de celulose que visa à redução do consumo de
gerenciais e treinamento de mão de obra”, contextuali- água. Em cinco anos, a captação de água da Unidade
za Nei Lima, consultor ambiental. Três Lagoas passou de 37,6 para 28,1 m³ por tonelada
A Lwarcel Celulose está entre as boas referências de celulose, redução que se deu a partir de estudos, tec-
quando se trata de consumo de água. Pedro Stefanini, nologia e reutilização da água.
gerente industrial, conta que a empresa utiliza água de Umberto Cinque, gerente geral de Meio Ambiente In-
poços semiartesianos, fato incomum no setor. “À medida dustrial, revela que a vazão média do Rio Paraná, fonte
que se obtém água de poços e não existem rios próxi- de água da unidade, é de 6.500 m³ por segundo. A Fibria

maio/May 2014 - Revista O Papel 37


REPORTAGEM DE CAPA

faz a captação média de 1,5 m³ por segundo, o que cor- do circuito de água de refrigeração, limpeza e troca de
responde a 0,02% da vazão total do rio. Nesse contexto, enchimentos das torres de resfriamento, instalação de
frisa Cinque, é importante diferenciar captação de con- skids de produtos químicos para dosagem nas torres e
sumo. “Se fizéssemos uma comparação didática, com- montagem da linha de água filtrada para make up, para
pararíamos o Rio Paraná a uma caixa d’água, e nossa chegar ao índice de 28 m³ de água para cada tonelada
captação, a um copo. Desse copo d’água, utilizamos o produzida de papel de embalagem, indicador referência
equivalente a uma gota. Enquanto o copo representa a entre as empresas do setor.
captação, a gota reflete o consumo. Uma parte dessa A captação de água nas fábricas da Suzano Papel e
água fica dentro da celulose, enquanto outra é perdida Celulose é feita diretamente dos rios, respeitando os
na evaporação, nas torres de resfriamento, e a terceira documentos de outorga emitidos pelas agências com-
sai pelas chaminés em forma de vapor. Basicamente são petentes. “Todas as nossas fábricas contam com equi-
essas as principais águas de consumo, que ficam den- pamentos de última geração, que, aliados ao rígido con-
tro da fábrica e não são devolvidas ao rio. O restante trole do processo, funcionam 24 horas por dia, de forma
do copo volta ao meio ambiente”, diz. Do volume total ininterrupta durante o ano todo, garantindo a eficiência
consumido, parte da água é reciclada e reutilizada no do tratamento e a consequente qualidade da água que
processo de produção da celulose. A reutilização é feita abastece as linhas de produção e retorna ao leito dos
pelas torres de resfriamento, o que proporciona a rein- rios. Para garantir a significativa redução do consumo
serção de cerca de 85% da água captada. Essa recircu- de água, a empresa adota uma política sólida de reúso,
lação possibilita que a empresa evite uma captação de fechamento de circuitos e conservação desse recurso
aproximadamente 216 milhões m³/ano de água. natural”, resume Quadros.
Para a Klabin, a preservação do meio ambiente tam- Ainda de acordo com o gerente executivo de Meio
bém é uma prioridade que faz parte da gestão da com- Ambiente da Suzano Papel e Celulose, a recuperação/
panhia e do dia a dia de suas unidades fabris. A água não reutilização de água internamente é fundamental não
poderia ficar de fora das maiores ações ambientais colo- somente para manter o atual nível de consumo, mas
cadas em prática. Julio Nogueira, gerente corporativo de também para dar prosseguimento ao processo de me-
Meio Ambiente, conta que a Klabin tem diferentes formas lhoria em termos de redução. “O consumo de água é
de captação em suas 16 unidades fabris. Em 2013, foram monitorado em todas as nossas unidades, e os números
consumidos 62,3 milhões de m³ de água, dos quais 99,5% mostram que evoluímos bastante nos últimos anos. No
captados dos cursos d’água, 0,16% de fontes subterrâne- caso da fábrica de Suzano, na Grande São Paulo, o con-
as e 0,34% de sistemas públicos de abastecimento. sumo de água por tonelada de produto era de 100 m³
Cada fábrica da companhia tem metas próprias de re- na década de 1980. Hoje, está em 40 m³”, compara Qua-
dução de consumo de água, e há uma tentativa contínua dros. Além da redução do consumo de água em si, as
de reduzir os indicadores atuais. Como exemplo vale ci- práticas adotadas propiciam diversas outras reduções:
tar o trabalho realizado em Santa Catarina, que se tor- do efluente final a ser tratado, dos custos de tratamento
nou benchmarking internacional no assunto. A Unidade de água e efluentes, das perdas do processo e do valor
Otacílio Costa atingiu o índice de 28 m³ de água para da cobrança pela captação, só para citar algumas.
cada tonelada de papel de embalagem produzido – uma
redução 54% em comparação a 2009. Parques fabris ainda apresentam
Para alcançar tal resultado, foram investidos R$ 2 inúmeras possibilidades de melhorias
milhões num projeto que incluiu a aquisição de equipa- Fazendo um balanço sobre os avanços que levaram
mentos para fechar o ciclo de água, treinamentos perió- ao melhor aproveitamento da água dentro do proces-
dicos com os funcionários e implementação de torres de so fabril de celulose e papel, o consultor ambiental
resfriamento de água com capacidade de 1.500 m³/h. Nei Lima vê a prática de fechamento de circuito como
O sistema da unidade, antigamente com interrupções essencial para o uso racional dos recursos hídricos nos
não programadas e variações no sistema e consumo de processos de obtenção de celulose e papel. “Essa práti-
água de 61 m³ para cada tonelada produzida de papel ca traz como consequência a aplicação do conceito de
de embalagem, passou por um processo de fechamento eficiência, que consiste em dispor produtos e resíduos

38 Revista O Papel - maio/May 2014


DIVULGAÇÃO FIBRIA
do processo no meio ambiente de forma que possam da empresa. “O setor como um todo tem a clara consci- Na Unidade Jacareí da
Fibria, são gastos R$ 16
ser empregados novamente como fonte de recursos ência de que seu desempenho ambiental é uma questão milhões por ano para o
tratamento da água e de
para processos produtivos”, resume, sublinhando que de sobrevivência no mercado. As empresas com tecnolo- efluentes, incluindo R$ 500
empresas com tecnologias modernas e água com carac- gias mais atualizadas costumam apresentar parâmetros mil anuais pagos à ANA pela
captação da água
terísticas de boa qualidade tendem a ter mais sucesso de controle com valores muito inferiores aos estabeleci-
na obtenção de índices mais elevados de ecoeficiência. dos como limites pela legislação.”
Atualmente, os principais parâmetros para o sistema A despeito dos inúmeros avanços conquistados
de tratamento de efluentes são aqueles capazes de re- dentro dos parques fabris de celulose e papel, por
duzir substancialmente as cargas de sólidos suspensos, meio de fechamentos de circuitos, tecnologias mais
orgânica e tóxica dos efluentes industriais. O órgão fis- eficientes e maior consciência de toda a equipe, ain-
calizador do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Co- da há espaço e oportunidades para mais melhorias.
nama) controla a manutenção e a melhora dos corpos Celso Foelkel, consultor e escritor da Grau Celsius,
de água no País, juntamente com a Agência Nacional cita como exemplo as áreas de lavagem. “Ainda se
de Águas (ANA), classificando os corpos receptores. De usa uma abundante quantidade de água para la-
acordo com Nei Lima, esse controle é realizado por reso- vagem, seja das toras de madeira, seja das polpas
luções, que também controlam as emissões de efluente marrom e do branqueamento. Como a água se suja
tratado, embora, principalmente para o setor, o controle nessas lavagens, precisa ser descartada e tratada
dos efluentes tratados seja regulado por órgãos estadu- como efluente.” Ele destaca que a etapa de bran-
ais das regiões onde se localizam os empreendimentos, queamento está entre as mais demandantes do re-
com parâmetros mais restritivos do que os estabelecidos curso, consumindo de 10 a 15 m³ por tonelada de
por legislação federal. celulose, o que representa, em média, 40% de toda a
De forma geral, ele avalia o desempenho ambiental água consumida. Isso acontece porque, para chegar
do setor como muito bom, independentemente do porte às alvuras comerciais, é necessário lavar a celulose

maio/May 2014 - Revista O Papel 39


REPORTAGEM DE CAPA

O acirramento muito bem e manter o circuito mais aberto. “Caso o entre os usuários da água, a sociedade civil e o poder
circuito esteja muito fechado, pode acumular conta- público no âmbito dos Comitês de Bacia Hidrográfica
dos conflitos
minantes que sujam a celulose e o papel”, informa (CBHs), aos quais a legislação brasileira atribui a com-
pela utilização Foelkel, que conclui: “Independentemente dos enor- petência de pactuar e propor ao respectivo Conselho de
do recurso mes ganhos que tivemos pelas lavagens em contra- Recursos Hídricos os mecanismos e preços a serem ado-
hídrico – cuja corrente nas linhas de fibras, essas ainda consomem tados em sua área de atuação.
disponibilidade grande parte das águas de processo”. A cobrança em águas de domínio da União somente
Foelkel aponta que o uso intenso também se dá pelo se inicia após o Conselho Nacional de Recursos Hídricos
vem se reduzindo
fato de a água funcionar como veículo de transporte da (CNRH) ter aprovado os mecanismos e os valores pro-
substancialmente, polpa. “As fibras são diluídas para tornar a massa fluida, postos pelo CBH. Compete à ANA arrecadar e repassar
além de uma e existem várias tecnologias que se apoiam no uso da os valores arrecadados à agência de água da bacia ou
pressão natural água para fazer uma suspensão bem diluída de fibras. à entidade delegatária de funções de agência de água,
da sociedade Isso certamente leva o processo a ineficiências térmi- conforme determina a Lei n.º 10.881/2004.
cas, já que é preciso transferir calor para essa água de Diante do cenário atual, Nei Lima avalia que o impac-
– pode surgir
bombeamento, a qual acaba, posteriormente, indo para to do consumo de água nos custos operacionais das em-
como mais a área de efluente, onde precisa ser resfriada”, justifica. presas cujas águas são captadas de bacias hidrográficas
um gargalo a Outro conceito inadequado que Foelkel evidencia se que ainda não cobram pelo uso do recurso não é signi-
ser superado relaciona ao descarte das águas utilizadas nos proces- ficativo, embora os players que já arcam com esse custo
nos próximos anos sos para o tratamento de efluentes. Na visão do con- comecem a notar certo impacto no custo de produção.
sultor e escritor da Grau Celsius, o grande impasse se “Além do custo financeiro do emprego de recurso dentro
dá quando as águas usadas ao longo do processo fabril das bacias hidrográficas que cobram pelo uso, o setor
são misturadas na hora de seguirem para a área de tra- industrial precisa discutir dentro dos Comitês de Bacia
tamento de efluentes. “Águas de excelente qualidade os volumes demandados pelo processo e a qualidade
acabam misturadas com outras, muito sujas”, esclarece. dos efluentes tratados dispostos no corpo receptor, que
Ele lamenta a pouca sensibilidade das diversas tecnolo- pode representar aumento do custo de captação e de
gias que formam a base da fabricação de celulose e pa- disposição”, contextualiza.
pel ao conceito de implantação de rins purificadores ou A Fibria posiciona-se entre os players que pagam pelo
kidneys. “Pequenas estações de tratamento, dentro da uso da água em seu processo fabril. Cinque informa que
fábrica, possibilitariam o tratamento de diferentes tipos na Unidade Jacareí são gastos R$ 16 milhões por ano
de efluentes de maneiras mais simples e ecoeficientes, para o tratamento da água e de efluentes, incluindo R$
permitindo a volta desse recurso ao processo”, diz ele, 500 mil anuais pagos à ANA pela captação da água no
reforçando que tal prática resultaria em uma economia Rio Paraíba do Sul.
de água ainda maior. A Lwarcel faz parte do grupo de empresas que ainda
aguardam o amadurecimento e a expansão do processo
Impacto do consumo de água nos cus- de cobrança pelas bacias hidrográficas. “Nem todas as
tos operacionais bacias estão regulamentadas para efetuar a cobrança.
Assim como os demais insumos envolvidos na cadeia Em nossa região isso ainda não está acontecendo. Hoje,
produtiva de celulose e papel, a água exerce impacto os impactos do consumo de água nos custos operacio-
nos custos operacionais de uma empresa. Tais custos nais da empresa estão mais relacionados a custos de
ainda são bem variáveis, pois dependem não somente bombeamento, estocagem e tratamento. De qualquer
das tecnologias disponíveis nas fábricas e de sua gestão, forma, acreditamos que a cobrança deve ocorrer num
mas também da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídri- prazo relativamente curto”, diz Stefanini, preparando-se
cos, um dos instrumentos de gestão da Política Nacional para a mudança.
de Recursos Hídricos, instituída pela Lei n.º 9.433/1997. Cobrança pelo uso de recursos hídricos à parte,
Segundo a ANA, a cobrança não consiste em um im- Foelkel frisa que, ao falar nos custos relacionados à
posto, mas sim em uma remuneração pelo uso de um água, é um equívoco considerar apenas os valores gas-
bem público, cujo valor é fixado a partir de um pacto tos para captar e tratar o volume retirado do rio. “Esses

40 Revista O Papel - maio/May 2014


custos implicam uma série de outras demandas por recursos econô- lhorias, nem sempre o emprego de tecnologias de ponta é a chave
micos, incluindo investimentos em diversas etapas do processo”, lem- para reduções de consumo. “É importante olhar para um contexto
bra ele, exemplificando que, quando a água usada em excesso muda mais amplo, que inclui a gestão adequada do recurso hídrico e o
de estado, passando de líquido a gasoso, gasta-se muita energia. “O impacto que a atuação da fábrica tem nas bacias hidrográficas, o
uso da água está intimamente relacionado ao consumo energético. que implica diferenciar o conceito de captação daquele de consu-
Quanto mais água se usa no processo, menor a eficiência energéti- mo”, opina Cinque.
ca”, ressalva ele, destacando a importância de avaliar a integração de Stefanini concorda: “Não é possível reduzir consumo de água, sóli-
todas as etapas fabris. dos ou qualquer outro insumo na indústria sem uma boa gestão”. Na
Visão similar tem Ricardo Quadros, gerente executivo de Meio Am- visão do gerente industrial da Lwarcel, o setor seguirá desenvolvendo
biente da Suzano: “O consumo de água está diretamente relaciona- métodos e tecnologias para um reduzido consumo de água, mas, para
do aos custos da empresa, pois implica consumo de químicos para isso, terá de superar alguns desafios. “Certamente existem desafios
tratamento, operações de bombeamento e transferência no processo em médio e longo prazo, especialmente ligados ao fechamento ex-
industrial e tratamento de efluentes”. Ele reforça que, além da ques- cessivo de circuito, pois, quando a água é reciclada ou recirculada,
tão de custos industriais, a empresa tem compromisso com a susten- além da fração aquosa concentram-se frações salinas e coloidais no
tabilidade de seus negócios. Dessa forma, a redução do consumo de processo, o que pode gerar incrustações. Teremos de buscar soluções
água em suas atividades faz parte do direcionamento estratégico da para manter os circuitos fechados e, paralelamente, pesquisar alterna-
empresa, definindo metas específicas para cada unidade. “Essas me- tivas para evitar esse efeito residual do fechamento.”
tas são reduzidas a cada ano, de modo a garantir a melhoria contínua Nogueira, da Klabin, visualiza investimentos em projetos que redu-
dos processos.” zam o consumo de água nos parques fabris como o principal desafio
Na Klabin, a medição da performance ocorre a partir da quantidade do setor. De qualquer forma, ele garante que, como importante item
usada para fabricar um produto específico, e cada unidade tem sua para a produção de papel e celulose, o insumo faz parte das principais
própria meta. A tendência da empresa é trabalhar com ciclo fechado ações ambientais da Klabin, que tem como prioridade a preservação
de consumo de água. do meio ambiente.
O acirramento dos conflitos pela utilização do recurso hídrico
Uso conflitivo da água demanda processos – cuja disponibilidade vem se reduzindo substancialmente, além
ainda mais eficientes de uma pressão natural da sociedade – pode surgir como mais
Para o gerente executivo de Meio Ambiente da Suzano, a redu- um gargalo a ser superado nos próximos anos, conforme salienta
ção de consumo e a reutilização de água nos processos industriais o consultor ambiental Nei Lima. “O setor já tem a clara noção
continuarão sendo tendência nos próximos anos. “Processos mais efi- de que esse desafio só poderá ser enfrentado e vencido se a efi-
cientes de lavagem e alternativas para reutilização dos efluentes em ciência energética for melhorada muito acima dos níveis atuais,
outras fases do processo produtivo estarão cada vez mais presentes trazendo a reboque a drástica redução dos volumes absolutos
entre os itens prioritários de investimento”, acredita. “Hoje, fábricas captados e dispostos na natureza.”
mais modernas, como a Unidade Imperatriz, já são capazes de produ- Foelkel também elogia a atual cultura em prol da redução de con-
zir com consumo de água inferior a 25 m³ por tonelada. Esse número sumo de água e reconhece que serão necessários mais esforços nas
deve cair ainda mais no futuro, quando novas tecnologias estiverem décadas que estão por vir. Ele aposta em dois caminhos paralelos: a
disponíveis para uso em escala industrial”, completa, frisando que o trilha percorrida pelos avanços tecnológicos e a busca pela ecoefici-
uso da água é vital e estratégico, motivo pelo qual não deixa de estar ência para operar tais tecnologias. “É preciso ampliar o uso das tecno-
na ordem do dia das decisões da empresa. logias para as melhores práticas possíveis, a fim de obter resultados
O gerente geral de Meio Ambiente Industrial da Fibria também cada vez mais vantajosos, seguindo uma cultura de melhorias contínu-
aposta em mais avanços e lembra que, na busca constante por me- as, que ultrapasse as restrições legais.”          n

Referências
1. Almeida, A.; Soares, J.V.; Landsberg, J.J.; Resende, G.D., 2007. Growth and water balance of Eucalyptus grandis hybrid plantations in Brazil during a rotation for
pulp production. Forest Ecology and Management, 251: 10-21.
2. Lima, W.P.; Ferraz, S.F.B.; Rodrigues, C.B.; Voigtlaender, M., 2012. Assessing the hydrological effects of forest plantations in Brazil. In: River Conservation and
Management. Boon, P.J. & Raven, P.J. (Ed.). Wiley-Blackwell, Chichester, UK. P. 59-68.
3. Ferraz, S.F.B.; Lima, W.P.; Rodrigues, C.B., 2013. Managing forest plantation landscapes for water conservation. Forest Ecology and Management, 301: 58-66.

maio/May 2014 - Revista O Papel 41


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NOTA TÉCNICA - CONTROLE DE TRATAMENTO DE ÁGUA

CONTROLE DE TRATAMENTO DE ÁGUA POR FOSFATO


CONGRUENTE EM CALDEIRAS DE FORÇA E DE RECUPERAÇÃO
BASEADO EM CONHECIMENTO
Autor*: Anderson José Beber1

RESUMO
Controle de fosfato congruente é o tratamento interno de água de mites para o Tratamento por Fosfato Congruente em 1964. Após,
caldeira mais utilizado em diversos tipos de indústria, como celulose em 1975, Rosemer e Dale otimizaram as recomendações baseadas
e papel, planta química, petroquímica e em muitas aplicações de ge- na pressão de operação da caldeira. Rosemer e Dale, na realidade,
ração de energia elétrica. O grande benefício reside na capacidade de definiram os limites para cada grupo de pressões de caldeira, onde
absorver pequenas quantidades de contaminantes, como ácidos, álca- quanto maior a pressão menor é o limite permissível de quantidade
lis, licores e outros. O grande desafio para atingir-se sucesso no trata- de sólidos.
mento interno de água de caldeira é manter a relação Na:PO4 dentro O controlador OnGuard iController não apenas controla a quan-
dos limites estabelecidos. Se a química da caldeira é controlada dentro tidade e relação de mistura de fosfatos sendo dosado na caldeira,
destes limites, os riscos de deposição e diversas formas de corrosão mas também consegue prever variações de curto e médio prazos
são praticamente negligenciadas. Devido a contaminações e variação na química da água da caldeira e produção de vapor baseado em
de produção de vapor, sistemas manuais comuns produzem resultados um registro de dados históricos e conhecimento de muitos dias de
ruins de “tempo no box” nos gráficos de controle. As primeiras gera- operação.
ções de sistemas automatizados trouxeram excelentes resultados, com
alta percentagem de tempo no box. OnGuard iController, o controlador MÉTODOS
apresentado neste artigo, aumentou sensivelmente este controle, tra- Programa de Fosfato Congruente
zendo resultados muito mais confiáveis para o tratamento de água de Fosfato congruente é uma das opções de programas de fosfa-
caldeira. A descrição do sistema mostra os benefícios do equipamento to para caldeiras de alta pressão. Inicialmente, foi desenvolvido o
e suas capacidades. Juntamente, dois casos históricos são descritos e que é chamado de fosfato coordenado, que estabelecia apenas o
fornecem conclusões precisas para este controlador. controle de relação molar Na:PO4 abaixo de 3.0 como forma de
Palavras-chave: automação, dentro do box, fosfato congruente, se prevenir hidroxila livre e, consequentemente, reduzir a possibi-
OnGuard iController, relação Na:PO4. lidade de corrosão cáustica e outros problemas relacionados. Foi
primeiramente enunciado por Purcell e Whirl em 19431,2.
INTRODUÇÃO Ao passar dos anos, as caldeiras começaram a apresentar maiores
O controle de Fosfato Congruente Na:PO4 é o único programa de taxas de transferência térmica por área nos tubos, o que exigiu al-
tratamento em mercados como celulose e também vastamente uti- gumas mudanças nos programas à base de fosfato. Em 1964 Marcy
lizado em quaisquer outras indústrias onde o risco de contaminação e Halsted criaram o programa fosfato congruente limitando-se al-
de água é iminente. Mesmo que não seja recente, é de longe a me- gumas variáveis estabelecidas anteriormente. Mas foi apenas em
lhor opção onde a água de alimentação possa sofrer algum grau de 1975 que Rosemer e Dale aperfeiçoaram o tão conhecido diagrama
contaminação. As contaminações podem surgir dos sistemas de des- de relação pH e PO4 de acordo com a pressão de operação de uma
mineralização (ácido e soda), condensado (ferro, cobre, correntes de dada caldeira. A Figura 1 ilustra os típicos limites de operação de pH
processos) e de sistemas específicos (óleos, licores, etc.). Além disso, e fosfato em uma caldeira a depender de sua pressão de operação.
este programa pode tolerar quantidades maiores de sólidos como ferro Claro que após a criação deste programa outros surgiram: Equi-
(máximo de 10 ppb na alimentação) quando comparado ao programa líbrio, Fosfato, Fosfato Contínuo. Todavia, o programa de Fosfato
AVT All Volatile Treatment (máximo 2 ppb de ferro na alimentação). Congruente ainda é o mais adequado em sistemas onde haja possi-
Marcy e Halsted primeiramente estabeleceram os conceitos e li- bilidade de contaminação e maior necessidade de tamponamento.

*Referências do autor:
1. B. Sc. Chemical Engineer, Applications Leader, Ashland Water Technologies, Brazil
Corresponding author: Anderson José Beber, Ashland Water Technologies. Rua dos Pinheiros, 870 21o andar, São Paulo – SP - 05422-001 Brazil.
Phone: +55 1130899225 (office) +55 47 91864948 (mobile). E-mail: [email protected]

maio/May 2014 - Revista O Papel 43


NOTA TÉCNICA - CONTROLE DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Figura 1. Diagrama de controle de fosfato congruente Figura 3. Configuração de operação e controle através do OnGuard iController

OnGuard iController RESULTADOS E DISCUSSÃO


O OnGuard iController proporciona uma solução total para as ne- Caso 1 - Planta de celulose, caldeiras de recuperação e força
cessidades de dosagem e controle associadas aos programas de pH/ Esta planta é equipada com duas caldeiras com pressão de
PO4. OnGuard iController automatiza a dosagem e simplifica o contro- operação de 100 bar e produção individual de 250 t/h de vapor. A
le de quaisquer programas que relacionem o controle de pH e fosfato. condição histórica de operação da planta é a ocorrência de forte
O principal objetivo é manter as especificações da água dentro do variabilidade na produção de vapor, em especial na caldeira de força.
tratamento pH/PO4 automaticamente, maximizando a confiabilidade A caldeira de recuperação, como é de se esperar, possui estabilidade
e segurança da caldeira. superior na produção de vapor.
A Figura 2 é a visualização de uma das dezenas de telas dis- Objetivos do cliente:
poníveis no controlador. Nesta tela específica pode-se configurar o " utilizar um sistema de monitoramento e controle de última ge-
sistema de geração de vapor. ração para o programa de tratamento de água de caldeira;
" ter habilidade de monitoramente e controle remoto do progra-
Configuração utilizada ma de tratamento;
Na maioria das instalações, o controlador OnGuard iController é " ter habilidade de receber alarmes de perturbações diversas;
ajustado para realizar a dosagem automática do blend de fosfatos de " minimizar envolvimento de mão-de-obra direta no tratamento
baixo e alto pH, além de outros produtos comuns em programas quí- de água de caldeira e controle químico.
micos (dispersante, sequestrante de oxigênio e aminas neutralizan- Adicionalmente, é importante observar que os resultados anterio-
tes). A Figura 3 mostra a configuração da maioria das instalações res de tempo no box eram considerados satisfatórios para esta plan-
de um controlador deste modelo. ta, mantendo-se o tempo todo acima de 90%; A Figura 4 exibe os
resultados típicos de campanha da caldeira de recuperação antes da
instalação do equipamento controlador OnGuard iController.

Figura 2. Tela de configuração de sistema de vapor no controlador


OnGuard iController Figura 4. Resultados dentro do box antes da instalação do OnGuard iController

44 Revista O Papel - maio/May 2014


NOTA TÉCNICA - CONTROLE DE TRATAMENTO DE ÁGUA

deiras #4 e #6 são de recuperação química (mais estáveis com rela-


ção à produção de vapor) e a caldeira #13 é uma caldeira de força,
bastante suscetível a variações de produção de vapor.

Objetivos da planta:
" ter um sistema confiável para controle químico da caldeira #13
com, no mínimo, o mesmo resultado apresentado nas outras caldeiras;
" melhorar o tempo no box, mesmo conhecendo-se a variação de
produção de vapor da planta.
A caldeira #13 com seu controlador OnGuard iController entrou
em operação em Janeiro de 2013. Portanto, os resultados de compa-
ração foram considerados somente de Janeiro a Julho de 2013 para
as três caldeiras. A Figura 6 indica os resultados de controle de box
Figura 5. Resultados dentro do box após a instalação do OnGuard
iController

É importante lembrar que resultados acima de 90% são con-


siderados muito bons e desejados para a maioria das instalações
de geração de vapor. É justamente esse um dos maiores benefícios
observados após a instalação do controlador. Houve uma subs-
tancial melhora no tempo dentro do box de controle. Não apenas
conseguiu-se concentrar absolutamente todos os pontos dentro do
box (ou seja, 100% dos eventos) como, além disso, pôde-se observar
uma concentração bastante intensa dos resultados em torno de um
ponto de controle. A Figura 5 indica os resultados após a instalação
do OnGuard iController. Observa-se uma sobreposição de valores, in-
dicando baixa ou nula variabilidade do sistema, independentemente
das grandes variações de geração de vapor na planta.
Após a instalação e operação do equipamento controlador
OnGuard iController foram constatadas as seguintes melhoras:
" aumento substancial no tempo dentro do box de controle;
" baixíssima ou nula variabilidade dos resultados da química no
interior da caldeira;
" alta confiabilidade independentemente da forte variação na
produção de vapor;
" a planta pode visualizar, monitorar e controlar o sistema à distância;
" houve redução de tempo e disponibilidade de mão-de-obra
para a manutenção do equipamento.

Caso 2 - Planta de celulose, caldeiras de recuperação e


força, Brasil
Esta é uma grande planta de celulose localizada no Brasil, onde foi
instalado um equipamento OnGuard iController em conjunto a ou-
tros controladores já em uso em algumas caldeiras da mesma planta.
O sistema de geração de vapor é composto por diversas caldeiras, de
força e recuperação, com vazões de produção de vapor da ordem de
200 ton/h e pressão de operação de 90 bar.
As três maiores caldeiras desta planta (Caldeira #4, Caldeira #6 e
Caldeira #13) possuem equipamentos de monitoramente e controle.
As caldeiras #4 e #6 já possuem, cada uma, controladores de produ-
tos químicos de tratamento. Já a caldeira #13 recebeu a instalação
do equipamento OnGuard iController. Aqui, vale lembrar que as cal- Figura 6. Resultados de caldeiras sem OnGuard iController

maio/May 2014 - Revista O Papel 45


NOTA TÉCNICA - CONTROLE DE TRATAMENTO DE ÁGUA

estudo, janeiro a julho de 2013. A Figura 7 mostra os resultados de


controle da relação Na:PO4 para a caldeira #13.
O resultados apresentados pela Figura 7 são considerados exce-
lentes devido a dois fortes motivos:
" comparação com as outras caldeiras e respectivos controlado-
res da mesma planta;
" grande variabilidade de produção de vapor.

CONCLUSÕES
O controlador OnGuard iController mostra-se capaz de atingir os
seguintes resultados:
" aquisição e formação de banco de dados de leituras diversas do
sistema de geração de vapor (vazões, pH, fosfato, etc.);
" elaboração de estratégias de previsibilidade de variações de pH
e/ou produção de vapor;
" controle avançado com altos resultados de conversão de
objetivo de química de água de caldeira, não apenas para Fosfato
Congruente.
" maior capacidade de absorção de contaminações e interrupções
de qualidade;
Figura 7. Resultados de tempo dentro do box para caldeira #13 " garantia de resultados no controle de deposições e variadas
controlada pelo OnGuard iController classes de corrosão em caldeiras de alta pressão.       n

da relação Na:PO4 para as caldeiras #4 e #6 no período de Janeiro REFERÊNCIAS


a Julho 2013. 1. Frayne, Colin. Boiler Water Treatment: Principles And
Os resultados também representam fielmente os dados anteriores Practice. Chemical Publishing Co. Inc. vol I e II (2002)
ao período mencionado acima. Historicamente, o tempo de 2. Drew Principles of Industrial Water Treatment. Ashland Water
permanência dentro do box tem-se mantido próximo de 85% – 90%. Technologies (1986)
A instalação do controlador OnGuard iController na caldeira #13, 3. Amjad, Zahid . The Science and Technology of Industrial Water
unidade sujeita a bem maior variabilidade de produção de vapor, Treatment, CRC Press (2010)
resultou em excelente resultado de controle de tempo dentro do box 4. Green, D.W; Perry, R.H. Perry´s Chemical Engineers´Handbook.
quando comparado aos outros dois controladores. Houve substancial 8th Edition McGraw-Hill (2008)
aumento de conformidade da relação Na:PO4 durante o período de

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46 Revista O Papel - maio/May 2014


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SÉRIE TÉCNICA FLORESTAL — O PAPEL–IPEF

O Papel na floresta, onde tudo começa...


Sétimo capítulo desta série – Aumento de pragas e doenças
versus registro de produtos para florestas plantadas

D
esde a década de 1960 o setor de florestas planta- também levando em consideração seus efeitos ambientais e sociais.
das vem se expandindo, seja em área reflorestada, Nesse contexto surgiu o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que,
mão-de-obra empregada, investimentos na produção por definição, consiste em um sistema de decisão que utiliza méto-
de madeira e, principalmente, em representatividade na dos de controle associados harmoniosamente, considerando aspec-
balança comercial brasileira. As florestas plantadas brasileiras são tos econômicos, sociais e ecológicos. Entre os métodos utilizados,
referências mundiais, devido à sua alta produtividade e excelência encontra-se o controle químico, com a aplicação de agrotóxicos e
nos processos produtivos. defensivos, entre outras denominações.
É importante notar que nossa competitividade no mercado interna- Amplamente questionado no cenário atual, muito no que toca à sua
cional está diretamente ligada à produtividade de nossas florestas, a errônea utilização no passado, o controle químico é uma ferramenta
qual depende de uma série de fatores: controle de plantas daninhas, estratégica e importante na integração das alternativas possíveis. Le-
fertilização correta, materiais genéticos produtivos e adaptados às vando em conta os aspectos técnicos, poucos métodos garantem uma
condições regionais e, por fim – mas não menos importante – um efe- alta eficiência de controle no curto prazo como o químico.
tivo manejo de pragas e doenças. Segundo o anuário estatístico de 2013 da Associação Brasileira de
A cada ano, novas áreas vêm sendo convertidas em plantios flores- Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), o Brasil possui pouco mais
tais, o que resulta em um aumento natural da ocorrência de pragas de 7 milhões de hectares reflorestados, dos quais 5 milhões (70,8%)
e doenças nativas ou exóticas, sendo essas últimas as mais preocu- e 1,5 milhão (22%) pertencentes ao gênero Eucalyptus e Pinus, res-
pantes. Somente nos últimos dez anos registrou-se, para a cultura do pectivamente. Em consulta à página do Agrofit, banco de dados de
eucalipto, a introdução de quatro pragas originárias da Austrália. Com produtos químicos registrados no Brasil, no site do Ministério da Agri-
base em levantamentos anuais de pragas e doenças do eucalipto rea- cultura, encontram-se 57 produtos registrados para o eucalipto, entre
lizados pelo Programa Cooperativo de Proteção Florestal (Protef), do inseticidas, fungicidas e herbicidas.
IPEF, observa-se um aumento de áreas atacadas, com especial ênfase Analisando apenas os números, percebemos que entre esses pro-
às pragas exóticas. dutos figuram 43 herbicidas, 11 inseticidas e 3 fungicidas. Refinando
Diante desse cenário de alto risco fitossanitário e crescente preo- nossa busca, entre os 43 herbicidas encontramos 27 produtos (62%)
cupação com o meio ambiente, devemos adotar diversos métodos e que têm como ingrediente ativo a molécula glifosato; entre os 11 inse-
estratégias de controle para mitigar os danos causados pelas pragas, ticidas, 6 (54%) destinam-se ao controle de cupins de raiz. Verificamos,
DIVULGAÇÃO/IPEF

DIVULGAÇÃO/IPEF

Percevejo bronzeado Psilídeo de concha

Por Luis Renato Junqueira, coordenador técnico do Programa Cooperativo em Proteção Florestal (Protef), do Instituto de
Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF). E-mail: [email protected]

48 Revista O Papel - maio/May 2014


SÉRIE TÉCNICA FLORESTAL — O PAPEL–IPEF

portanto, que estamos presos a poucas escolhas e, em muitos casos, a

DIVULGAÇÃO/IPEF
produtos obsoletos que já nem existem no mercado.
Há algum tempo, através da Câmara Setorial de Florestas Planta-
das, o setor tem procurado levar ao conhecimento do Ministério da
Agricultura as preocupações em relação às poucas opções existentes
no que toca aos produtos químicos, conseguindo em certos aspectos
alguns avanços, como o registro emergencial de algumas moléculas
para o controle da vespa-de-galha do eucalipto. Ainda assim, porém,
continuamos muito aquém do necessário para o setor.
O processo para registro de produtos no Brasil é lento, em sua gran-
de parte devido à legislação para esse fim. Há de se entender que um
maior número de produtos registrados melhora a interação e a ade-
quação de produtos e estratégias para determinadas situações.
No tocante à utilização desses produtos, o setor tem agido de forma
fundamentada e correta, respeitando a legislação brasileira, as certi-
ficações florestais (FSC e Cerflor) e os critérios ecológicos e ambien-
Luis Renato Junqueira
tais, buscando eliminar qualquer efeito indesejado tanto ao ambiente
quanto ao homem em virtude da utilização de produtos químicos. Embrapa e 23 empresas sul-americanas, totalizando mais de 50
Ainda, de forma paralela à busca por novos produtos, tem se profissionais ligados às pesquisas.
trabalhado muito em outras formas de controle, como é o caso Por fim, devemos enxergar a utilização de produtos químicos como
do controle biológico e microbiano, no qual o PROTEF desenvol- uma das alternativas no MIP, que apresenta vantagens e desvanta-
ve grande parte de seu trabalho, procurando estratégias para gens, como os demais métodos de controle. Resta a nós, especialistas
regulação de populações de pragas. Como exemplo, pode-se da área, agirmos com consciência e embasamento técnico-científico
citar o processo de importação da África do Sul do parasitoi- para garantir um efetivo controle, mitigando ao máximo os impactos
de Seletrichodes neseri, inimigo natural da Leptocybe invasa, ao homem e ao ambiente.
popularmente conhecido como vespa-de-galha do eucalipto.
O percevejo bronzeado ( Thaumastocoris peregrinus) é outra im- Nota: sugestões e contribuições para esta série de artigos poderão
portante praga que vem sendo combatida com inimigos naturais, ser encaminhadas ao IPEF aos cuidados de Luiz Erivelto de Oliveira
neste caso o Cleruchoides noackae. O processo de importação Júnior, responsável por Comunicação, pelo telefone (19) 2105-8672,
desses agentes biológicos é feito pela parceria entre o IPEF, a pelo e-mail [email protected] e pelo site www.ipef.br.

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REPORTAGEM INSTITUCIONAL

Por Thais Santi


ALEXANDRE ONDIR, FOTO SÍNTESE/DIVULGAÇÃO

Da esquerda para a direita: Fabio Arruda Mortara, presidente nacional da Abigraf e Sindigraf-SP; Martyn Eustace, diretor da Two Sides
no Reino Unido; Christiano Nygaard, membro do Conselho de Administração da ANJ e Fernando Costa, primeiro vice-presidente da ANER,
durante o evento de lançamento da campanha Two Sides no Brasil

TWO SIDES CHEGA AO BRASIL


A verdade
É
preciso conhecer os dois lados da mesma De acordo com o grupo idealizador do movimen-
moeda para tirar conclusões verdadeiras sobre to Two Sides, o comportamento do consumidor que
sobre os reais
determinados casos ou coisas. Quanto maior migrou para o meio digital em detrimento da comu-
impactos a visão sobre os fatos, menor a chance de erros de nicação impressa baseia-se em preconceitos sobre
ambientais julgamento sobre cada situação. Essa lógica gerou o possíveis danos ao meio ambiente provocados pela in-
da produção surgimento, na Inglaterra, em 2008, do movimento dústria papeleira. Em resumo, a sociedade é mal infor-
de papel Two Sides (Dois Lados), para mostrar como se dá a mada sobre o modo de produção de papel, realizada a
produção de papel e comprovar a sua sustentabilida- partir de florestas plantadas, e não de desmatamento.
a partir do
de. Agora, a iniciativa está chegando ao Brasil. Compartilhando dessa visão, a indústria brasileira de
esclarecimento A campanha Two Sides, anunciada em São Paulo comunicação impressa abriu espaço em nível nacio-
sobre mitos (SP) no último dia 7 de abril, reuniu representan- nal para ampliar as vozes da campanha Two Sides,
pelos fatos da tes da cadeia de valor da indústria de comunica- idealizada por Martyn Eustace, em diversas ações no
dinâmica de ção impressa, com a participação da ABTCP e da País. “O objetivo não é apontar a comunicação digital
Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf como algo ruim, mas mostrar que o meio impresso e
atuação deste
Nacional), entre outras entidades congêneres, que digital se complementam, sendo que em alguns casos
segmento em assinaram um termo de compromisso de apoio à a comunicação impressa se mostra mais efetiva.”
nível mundial campanha. Para Eustace, “trata-se de um trabalho de conscienti-

50 Revista O Papel - maio/May 2014


REPORTAGEM INSTITUCIONAL

zação social sobre a produção de papel, feita por uma tável e veicula as informações que, segundo todas as Fabio Mortara:
indústria sustentável que trabalha com árvores plan- pesquisas, são as de maior credibilidade. Os jornais hoje
“A Two Sides
tadas e não desmata florestas para produzir papel”. A são multiplataforma, mas a impressa segue como a mais
mensagem da Two Sides será difundida entre formado- nobre”, declarou.
reforça a
res de opinião, setor público, clientes, fornecedores da É válido destacar que a campanha Two Sides, ainda percepção de
indústria gráfica e do papel, ensino e consumidores de sem apoio governamental, também pretende levar a que a mídia
informação e conteúdo, de acordo com Fábio Mortara, conscientização do uso do papel e seus benefícios às impressa é e
presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica escolas e faculdades. “A nova geração é um ponto fun-
continuará sendo
(Abigraf) e presidente do Sindicato das Indústrias Grá- damental para trazer perenidade a essa consciência, in-
ficas de São Paulo (Sindigraf-SP), entidade articuladora centivando a continuidade de seu consumo no futuro”,
atraente, prática
da campanha em nível nacional. destacou Mortara. e sustentável,
“Um dos grandes desafios pela frente será o de atu- Para dar suporte à campanha, o Sindigraf-SP também além de
ar na mudança das políticas de algumas empresas em anunciou que está contratando o Instituto de Pesquisas imbativelmente
relação ao ‘paperless’, que incentiva a substituição do Ipsos para avaliar e analisar o melhor público dessa
confiável”
papel pelos meios digitais. Essas mensagens contêm campanha, a fim de também conseguir mensurar os re-
afirmações infundadas para incentivar o uso do meio sultados conquistados ao longo da sua divulgação, que
digital e excluir a impressão”, avaliou Mortara. Outra não têm prazo para acabar.
discussão a ser fomentada refere-se à informação gra- A Two Sides no Brasil englobará várias ações. A pri-
tuita. A internet trouxe a ideia de que a informação meira delas é a publicação e divulgação do book Co-
e o acesso a conteúdos estão ao alcance de todos municação Impressa e Papel – Mitos e Fatos, conteúdo
sem custos. O que se tentará mostrar, porém, é que a de embasamento científico que prova a sustentabili-
qualidade e a profundidade dessa mesma informação, dade da cadeia (o arquivo em português em breve
quando disponibilizada mediante um custo necessário estará disponível para download, mas pode-se, por
para produzi-la, é bem diferente. enquanto, consultar o site www.twosides.info para
Essas e outras mensagens que serão veiculadas no mais informações). Já neste mês de maio, será a vez
Brasil pela Two Sides serão lançadas nos próximos me- de o site da campanha entrar no ar em português, além
ses. Para tanto, foi formado um comitê com 42 entidades de anúncios variados para diferentes públicos. A adap-
empresariais, entre as quais a ABTCP, que apoia a cam- tação das peças originais ficará a cargo da agência de
panha, tendo como protagonistas a Associação Nacio- propaganda Blue Box, e as veiculações serão feitas nas
nal de Jornais (ANJ), a Associação Nacional dos Editores publicações das empresas parceiras da campanha.
de Revistas (Aner) e a Associação Brasileira das Empre- Outra frente de ação: o combate pontual de mensa-
sas de Rotativas Offset (Abro). gens e iniciativas – tanto públicas quanto privadas –
que erroneamente associam a impressão à falta de sus-
Um olhar para o meio impresso tentabilidade. Mortara adiantou ainda que a campanha
Christiano Nygaard, membro do Conselho de Admi- já tem um estande na Expoprint deste ano, considerada
nistração da ANJ e diretor de Mercado Leitor e Ope- a principal feira do setor gráfico no País. “A Two Sides
rações do jornal O Estado de S. Paulo, afirmou que a reforça a percepção de que a mídia impressa é e con-
associação considera muito oportuna e acertada a cam- tinuará sendo atraente, prática e sustentável, além de
panha. “A mídia impressa é produzida de forma susten- imbativelmente confiável”, finalizou Mortara.     n

Nota: a campanha Two Sides, criada em 2008 na Inglaterra, tornou-se a principal campanha mundial para difundir
a sustentabilidade na comunicação impressa. Atualmente, a Two Sides está presente nos principais países europeus
(Alemanha, França e Itália, entre outros), além de Estados Unidos, Austrália e África do Sul. Confira na próxima
edição uma entrevista completa com Martin Eustace, idealizador do movimento Two Sides.

maio/May 2014 - Revista O Papel 51


NEGÓCIOS & MERCADO

Por Thais Santi

RENDIMENTO E RESISTÊNCIA
MWV Rigesa apresenta nova geração de papéis: a linha HyPerform™

S
eria possível unir resistência superior e grama- é considerada mundialmente referência em tecnologia,
tura reduzida em um único papel? Sim. Essa é inovação e capacidade produtiva.
a resposta da MWV Rigesa ao mercado, com o
lançamento da nova linha de papéis HyPerform™. Um passo à frente
Trata-se da mais recente novidade desenvolvida no Os produtos da linha HyPerform™ são considerados
segmento de papéis kraft e miolo de alta performance, premium, pela combinação entre a baixa gramatura e
com características diferenciadas, como melhor unifor- a performance superior em até 20% na fabricação de
midade em perfis de gramatura, espessura e umidade. embalagens, além da otimização da produtividade e do
A inovação se deu a partir de uma nova receita de pa- runnability das onduladeiras. Com isso, os papéis HyPer-
pel, com diferentes matérias-primas e novo mix de fibras, form™ obtiveram resultados significativos para embala-
tanto no kraft quanto no miolo. “O mix inclui a exclusiva gens em toda a cadeia de distribuição dos mais variados
tecnologia Hyerbar, uma nova maneira de produzir papel mercados, atendendo também a outros segmentos de
Carlos Arnoldo Schappo: miolo, com inovação patenteada pela MWV, reunindo o embalagens, como gráficos e laminadores, entre outros.
“Devido aos investimentos rendimento da polpa mecânica e a resistência da polpa “Com produção de mais de 430 mil toneladas/ano
feitos, além de estarmos
mais bem capacitados química”, detalhou Carlos Arnoldo Schappo, diretor de dessa nova linha de papéis, temos hoje os processos
para oferecer alto nível de Produção e Logística da MWV Rigesa. produtivos de papéis miolo e kraftliner mais inovado-
serviço no atendimento
a nossos clientes, Para o desenvolvimento do projeto inovador que cul- res da América Latina. Incorporamos o que há de mais
competiremos com um
produto sem similar nos
minou no lançamento dos papéis da linha HyPerform™, recente em tecnologias para a fabricação de papéis de
mercados em que atuamos” foram realizados rigorosos testes nos laboratórios da alta performance, a fim de operar com gramaturas que
MWV Rigesa e também em instituições especializadas variam entre 90 e 375 g/m²”, explica o diretor de Produ-
DIVULGAÇÃO MWV RIGESA

no Brasil. Para garantir os resultados da performance ção e Logística da MWV Rigesa.


dos novos produtos, outros testes foram feitos nas uni- Schappo acrescenta ainda que a MP4 opera em alta
dades da MWV Rigesa nos Estados Unidos e em instala- velocidade na produção de gramaturas leves e apre-
ções de fornecedores e parceiros do projeto na Europa. senta alta eficiência energética, pois seu consumo
A MWV Rigesa do Brasil investiu mais de R$ 1 bilhão de vapor (tonelada de vapor por tonelada de papel)
nos últimos dois anos no desenvolvimento da nova li- é extremamente baixo. Para o executivo, o sucesso
nha de papéis, incluindo a aquisição da mais avançada do desenvolvimento dessa linha inovadora de papéis
máquina de papel kraft do mundo: a MP4, que está para embalagens se deve aos fortes investimentos
instalada na unidade da Rigesa em Três Barras (SC) e em tecnologia e em novos equipamentos, mas, acima
de tudo, à equipe de especialistas em Pesquisa & De-
DIVULGAÇÃO MWV RIGESA

senvolvimento (P&D) da MWV Rigesa.


“Encontrar o mix ideal de fibras a partir de uma série
de estudos e análises profundas, passando pela escolha
da matéria-prima (madeira), tratamento aplicado aos di-
ferentes tipos de fibra, entre outros fatores, foi também
primordial para o sucesso de um projeto desse porte”,
acredita Schappo. “Temos muito orgulho em dizer que
hoje a MWV Rigesa oferece seguramente um produ-
to que está entre os melhores papéis kraft e miolos do
mundo – os principais insumos da cadeia de produção de
papelão ondulado”, definiu. O processo produtivo da li-
nha HyPerform™, certificado pelas ISO 9001, ISO 14000
e OHSAS 18001, atende aos requisitos de qualidade do
programa Boas Práticas de Fabricação (BPF), além de
A linha HyPerform™, inovadora e de alta qualidade, foi posicionada como um produto premium,
pois reduz gramatura com superior performance, além de otimizar a eficiência produtiva certificação pela Cadeia de Custódia Cerflor.    n

52 Revista O Papel - maio/May 2014


TECHNICAL NOTE - WET END OPTIMIZATION

WET END OPTIMIZATION TO BOOST WHITE TOP TESTLINER


PRODUCTIVITY

Authors*: Daniel Wätzig1


Peter Haake2
Christine Karras3
Roland Berger4

The top layer is responsible for up to 20% of the total


ABSTRACT grammage and 42% of the raw material costs. Therefore,
At Hamburger Rieger Containerboard in Trostberg, Germany, one when targeting cost reduction, it is clear that the mill would
of the most critical success factors is to decrease raw material cost consider reducing the cost of this top layer. A stable and high
without compromising product quality. This is a challenge for the ash level can help to reduce the content of the high quality
premium supplier of white top testliner as prices for waste paper recycled fiber in the top layer in relation to brightness and
raw material are increasing while, at same time, the quality of the strength. Obtaining the raw material from one source is not
recovered material decreases. However, the implementation of possible, therefore, variations in quality are common and
online measuring technology for retention and charge, eventually these variations are then introduced into the process. How the
leading to automatic control of chemical additives, accomplished process reacts and how big is the influence on the ash level in
this goal. Optimization of additive dosages in the top layer led to the final board? Those have been major questions that needed
reduced basis weight and increased sheet ash without affecting to be answered.
product quality. Actual mill data and a cost/benefit calculation will Other reasons for the mill to invest in this project were:
illustrate the outcome of the project, which was called “whiter • Optimization of ash content in the top layer.
lighter”. The savings included less usage of fixative and retention • Reduction of deposits in the pre-dryer section to improve
aid chemicals. Furthermore, expensive furnish was replaced by runnability and decrease downtime.
less expensive filler. • Maintain or improve testliner qualities, such as formation
Keywords: charge, filler, liner, retention fixative. and printability.

INTRODUCTION PROJECT IMPLEMENTATION


Hamburger Rieger Containerboard is located in the picturesque Continuous online measurement equipment from BTG for
city of Trostberg, in Bavaria, Germany. The mill’s PM2 produces charge (PCT-20) and retention (RET-5503) has been installed
140,000 t/y of white top testliner with high brightness and at the end of 2011. Figure 1 shows the measurement
excellent printing properties. With a width of 2.51 m and a speed locations required for control purposes. At the beginning of
of 1000 m/min, PM2 can produce a wide range of products with 2012, laboratory trials for chemical additives were conducted
a raw material furnish of 100% recycled fiber. The basis weight to select those that performed in the best way. The next step
range is from 125 to 230 g/m 2. The multilayer paper can be was to manually control fixatives and retention aids according
coated online according to customer requirements. Typical end- to the new online measurements. Plans for an intensive study
use products of Hamburger Rieger’s customers are white boxes of wet end interactions and closed loop control of additives
for food packaging, such as for fruits and wine boxes. Copy were prepared with the goal to reduce variability in sheet ash
paper is also produced. and basis weight.

*Authors references
1. Market Manager Paper Processes, BTG Instruments GmbH, Germany
2. Regional Manager, BTG Americas Inc., Brazil
3. Production, Hamburger Rieger GmbH & Co. KG, Germany
4. Senior Application Specialist, BTG Instruments GmbH, Germany
Corresponding author: Daniel Wätzig. Market Manager Paper Processes. Arzbergerstrasse 10. Herrsching. 82211. Germany. Phone: +49 8152 931254.
E-mail: [email protected]

maio/May 2014 - Revista O Papel 53


TECHNICAL NOTE - WET END OPTIMIZATION

Layer1 and layer 2

Charge Control in
white water and
Deflaker Refiner 1 Refiner 2
automatic fixing
Stock thickner Color, brightening agent
Filler slurry
agent control

Accepts
Cleaner stage 1
Accepts

Retention agent

Degasifying Consistency measurement


Rejects Retention agent
Cleaner stage 2

Headbox D PM2 in white water including an


Accepts
Antifoaming agent ash content measurement
Pressure screen 1 Wire conditioning
Rejects

for automatic retention aid


Degasifying

control, eventualy
Accepts

automatic ash content


Rejects White
water I D
Pressure screen 2 control

Figura 1. Online measurement locations for consistency, ash and charge controls

Additionally, a wet end survey has been conducted to


understand the impact of various additives and select the fixing
agent with the best performance. For the chemical supplier and
the mill it was necessary to install a separate pump for the
fixative added to the top layer. Before the project started, one
pump distributed the fixative to all four layers.
As the project continued, the automatic fixative control loop
was implemented to stabilize charge variability. After that, the
retention aid control loop was commissioned. When both control
loops worked, the last step was the increase of fresh filler addition.
The online charge measurement system has been installed
in the white water system to control the fixative after the Figure 2. Negative impact of charge on retention
machine chest. The retention measurement system was a single
consistency and ash measurement installed in the white water The polymer was dosed at a fixed level (black line). By increasing
to control a conventional 2-components retention system, with a the fixative dosage it was possible to compensate for retention
polyacrylamide dosing point before the screen and microparticle loss, returning to the previous level. Dosage of the retention aid
silica after screening. was between 500g/t and 800g/t.
Soon after the installation of the measuring equipment a The question that has been raised: is the current fixative
process analysis confirmed previous observations. Figure 2 suitable for charge control? Tests in the mill’s laboratory
shows that an increasing cationic demand level (yellow line), in cooperation with the chemical supplier revealed that a
typically due to changes in raw material quality, is leading to polyamine had more impact on charge, and therefore seemed
a loss in retention, thus resulting in increased white water to be more suitable for charge control. This has been confirmed
consistency (grey line) and reduced brightness in the final sheet. with trial runs on the machine.

54 Revista O Papel - maio/May 2014


TECHNICAL NOTE - WET END OPTIMIZATION

Figure 3. Selecting optimum dosage point by looking at web inspection faults

FIXATIVE PERFORMANCE EVALUATION


The web inspection system has proven to be a good tool to white water consistency in a bump test. However, shortly after
observe the performance of the fixative, as it shows the number the cationic demand decreased - because the anionic trash of
of sheet flaws such as holes and spots. Two dosing points for the the raw material was concealed by the fixative -, an improved
fixative have been tested with a conclusive outcome. By dosing retention was achieved. Disadvantage of measuring charge in the
the fixative after the machine chest, the dwell time is short white water and dosing the fixative before the machine chest is
and that results in sudden abrupt change in the furnish system. the long reaction time, which needed to be considered when the
Anionic trash agglomerates are formed resulting in stickies that parameters for the control loop were set.
cause holes (red dots) at the coating blade. On the other hand, by Figure 4 shows that charge control keeps filler and retention
dosing the fixative before the machine chest, dwell time is longer
and homogenization in the chest is better. There are no sudden
changes to the system with negative quality consequences. The
results of this evaluation are shown in Figure 3.
When the fixative was added before the machine chest,
it allowed charge control reaction time to be quicker.
Additionally, it became clear that a minimum fixative dosage
should be applied.

LOOP TUNING
After selection of the dosage point, the next step was to tune
the charge control loop. At the beginning, an increase of the
fixing agent dosage resulted in an unexpected increase in the Figure 4. Charge controller in automatic control

maio/May 2014 - Revista O Papel 55


TECHNICAL NOTE - WET END OPTIMIZATION

Table 1. Cost savings of the project

Before control After control Yearly savings in €

Fixing agent use, L/day 50 32 7,200

Retention aid use, g/t 750 650 16,500

Figure 5. Charge and retention controller at work Figure 6. Ash dosage in top layer increases

out variability in charge and white water consistency. The result


is shown in Figure 5. Charge level and white water consistency
were kept stable, whereas fixative dosage and retention aid
varied in response to changes.

ASH DOSAGE INCREASE


Once these control loops were set and properly working, the next
step of the project could be started. That was to increase ash level
and save fiber to reduce costs. Figure 6 shows the increase of ash
achieved. As a result, the mill decided to set an even higher target of
10% ash dosage. This was only possible with an increased retention,
Figure 7. Retention over four months as shown in Figure 7.

at consistent levels with fewer peaks. Adding the fixing agent CONCLUSIONS
in right amount also controlled charge deviations. When the project was closed, the mill’s set goals where compared
Tuning of the retention controller was critical as drainage with the results. The cost savings could be clearly identified as shown
and flocculation had to be watched at the same time. To in Table 1. Fixative and retention aid use was reduced considerably
avoid overdosage and keep the drainage from drifting off the and expensive fiber was replaced by less expensive filler in the sheet.
retention aid flow was kept within close limits. For white water By replacing 1% fiber with filler, 86.000 € savings could be achieved.
consistency a level was chosen where the controller can work
most of time within its given range. ACKNOWLEDGMENTS
With the control described in this article, the charge and We would like to thank Hamburger Rieger Trostberg and
retention controller worked independently and kept the control especially Ms. Karras and Mr. von Eichhorn for their openness
strategy simple. As a result, both controllers were able to even and full support in the project.           n

56 Revista O Papel - maio/May 2014


INTERVIEW

By Caroline Martin
Special for O Papel Magazine

Raízen builds its first cellulosic ethanol


plant and projects a production of 1 billion
liters of ethanol by 2024
R
aízen, the renewable energy leader in Brazil and the first integrated  O Papel – What are the challenges involved in commercializing second-
player in the sugar-energy sector, began constructing its first cellulosic generation ethanol? How does Raízen intend to overcome them?
ethanol production unit in the country. Within an installed capacity of Cruz – The main challenges in commercializing second-generation
40 million liters of second-generation ethanol, the plant is being installed in ethanol are basically associated to the scale up of technology and
the city of Piracicaba (SP), next to the company’s Costa Pinto unit. reduction of costs associated to the two main raw materials: biomass
With an investment of R$230 million (which include company funds and and enzymes. In order to overcome these challenges, Raízen carried out
from the National Bank of Economic and Social Development - BNDES), together with its technological partner Iogen Energy, extensive tests in pilot
the new plant is expected to start up in the second semester of this year. and demonstration scale. Tests are being developed since 2012 at a test
The company’s New Technologies manager, Evandro Curtolo da Cruz, says plant in Canada, in order to be able to install in Brazil a unit with a high
that the main objective of the company is to take advantage of the synergy standard of excellence and with little margin of error. This research will
between Raízen’s first generation unit and its second-generation unit, continue in order to support operations of the first commercial plant, as
in order to reduce costs and take advantage of the logistics system that well as optimize it. A partnership was also established with the biggest
already exists in the region. producer worldwide of enzymes, Denmark-based Novozymes, to develop
In an interview to O Papel, the executive provides more details about the specific enzymes for the process chosen. This company will be the exclusive
project, which aims to produce 1 billion liters of ethanol in the next years, supplier of enzymes developed to produce second-generation ethanol
and also talks about future partnerships with the pulp and paper industry. at the Costa Pinto unit. These enzymes are responsible for converting
cellulosic material into sugar, in one of the production process stages.
O Papel – What’s the status on your second-generation ethanol plant  
project? O Papel – Is the technology used to produce second-generation ethanol
Evandro Curtolo da Cruz – The 40-million liter ethanol plant is being the same as that used in the conventional production process? What are
installed in Piracicaba (SP), next to Raízen’s Costa Pinto unit. The new plant the main differences in the process?
is in its construction phase and is expected to begin operating at the end Cruz – First of all, it is important to point out that the company is
of this year. In addition to the first unit in Piracicaba, the company plans investing in second-generation to boost ethanol productivity without
on building another seven cellulosic ethanol plants by 2024, all of them increasing cultivated area, taking advantage of the sugarcane bagasse and
next to existing first-generation production units. The expectation is that, straw that today is only used for energy cogeneration. The synergy that
once operating at full capacity, the units will produce 1 billion liters of the second-generation plant will have with the first-generation plant will
ethanol. Raízen believes that cellulosic ethanol is one of the main paths for yield logistics and cost gains for Raízen. In practice, waste from the ethanol
satisfying the growing demand for ethanol in Brazil and around the world. production process (sugarcane bagasse, leaves and outer layer) undergo
  pretreatment in the fibers, which are destructured in the blowtank and
O Papel – Once this first plant is inaugurated, in how much time does transformed into soluble sugars through hydrolysis. Fermentation converts
Raízen intend to begin supplying the market? Will there be a learning curve sugar into ethanol, which is then purified in distillation and then sold.
period? Second-generation ethanol has the exact same chemical composition as
Cruz – Construction and operation of Raízen’s first cellulosic ethanol first-generation ethanol. Therefore, it can be used for fuel purposes and in
plant is part of the company’s strategic plan. In this stage, we will have the chemical industry.
the scale up of technology used to commercial scale, and an associated
learning curve of several months is being considered. O Papel – Does the company plan on any type of integration,
  knowledge exchange, research cooperation with the pulp industry? Could
O Papel – What is the operational and commercial strategy behind the this partnership have potential in the future, already thinking about
plant’s construction? What markets does the company intend to focus on? biorefineries based on pulp production waste?
Cruz – The company strategy is to increase its current ethanol production Cruz – Potential synergies between the production technology
without increasing the respective cultivated area, by processing the of cellulosic ethanol and the pulp industry exist and, once the
sugarcane straw available. This production increase can be earmarked for technological scale up stage of Raízen’s first plant is concluded, such
both the domestic and external markets, depending on market conditions. opportunities will certainly be explored.            n

maio/May 2014 - Revista O Papel 57


TECHNICAL NOTE - MANUFACTURING OF DISSOLVING PULP

MANUFACTURING OF DISSOLVING PULP WITH CONTINUOUS


COOKING AND NOVEL FIBERLINE TECHNOLOGY - LABORATORY
RESULTS AND A COMPARISON TO MILL RESULTS
Authors*: Hannu Råmark 1
Janne Vehmaa 2

ABSTRACT
Sulfite cooking has dominated the production of dissolving pulp for continuous cooking technology in DP manufacture can be
in the past. For environmental reasons, production with sulfite found in a paper from 1981 discussing a conversion project at
cooking has decreased and been replaced by prehydrolysis kraft the Ahlstrom Varkaus mill in Finland, where a two-vessel cooking
cooking. Earlier, only batch cooking technology was used, but, due system [1] was employed. This process was based on the acid
to an increasing demand of dissolving pulp, a new process solution hydrolysis of birch, which is among the highest hemicellulose
for manufacturing dissolving pulp grades with continuous cooking containing wood species and, therefore, very challenging for
systems has been developed.  This new solution has been made DP manufacture. There were also additional installations using
available through extensive laboratory trials and, subsequently, single-vessel cooking systems located in Russia and Brazil.
installed and operated in existing pulp mills originally designed When the first indications of market volatility appeared in 2008,
for bleached kraft market pulp. The new process and equipment Andritz initiated a vigorous DP process development program based
design have outweighed the negative experiences encountered on continuous cooking. Over the previous decades, several new
on previous attempts to apply the continuous cooking technology technology solutions which added to the attractiveness of such a
for dissolving pulp manufacturing.  Both new and existing pulp development program have been fully developed. Among these
mills can benefit from the new process solution which also allows are Diamondback chip steaming [2], TurboFeed chip pumping [2],
the campaign production of dissolving pulp or paper grade pulp Lo-Solids Cooking [3], new control technologies, efficient washing
in the same fiberline. technology, pressurized MC alkaline stages and ozone bleaching
Keywords: bleaching, cooking, mill results, prehydrolysis kraft. technology [6].
Laboratory investigations clearly showed that the latest
continuous cooking technology could be easily adapted to
INTRODUCTION produce DP with a reduced wood consumption and improved
overall energy efficiency. While this initial laboratory work was
Background performed on North American softwoods, similar studies were
Since 2010, the demand for dissolving pulp (DP) from cellulose has performed duplicating the results on various furnishes including
experienced extreme volatility. This is largely due to the increased other softwood, hardwood, and eucalyptus species from around
consumption of textile fiber in Asia in addition to a series of difficult the globe. After the success of the cooking process, more focus has
cotton harvests and an increasing environmental pressure on the been put on the entire fiberline process.
production of textile fibers from cotton and synthetic oil based Due to the synergy with hemicellulose-based byproducts, Andritz
derivatives. The DP prices doubled from their normal levels and focused on water prehydrolysis instead of the previous acid aided
maintained a good business potential for years. These good prices prehydrolysis process. A water or autohydrolysis process was first
instigated a global interest in the ability to convert existing market developed in the 1960’s in Germany [4]. This process relies on
pulp capacity into DP grades. the naturally forming acetic acid reaction products generated to
In recent history, dissolving pulp from cellulose has been maintain an acidic pH typically below 4. By controlling the retention
dominated by batch cooking technology. In the 1980’s and 90’s, time and temperature of the reaction, the desired hemicellulose
the perception was formed that continuous cooking presented removal rate can be achieved. In addition, acid soluble lignin and
too many difficulties during stable operation to produce a high- organic acids are extracted from the chips during the autohydrolysis
purity product like DP. Some of the best documented evidence phase of the DP process.

*Authors’ references:
1. Director of Technology, Andritz OY Finland
2. R&D manager, Andritz OY Finland
Corresponding author: Ramark Hannu - E-mail: [email protected]

maio/May 2014 - Revista O Papel 59


TECHNICAL NOTE - MANUFACTURING OF DISSOLVING PULP

Figure 1. Autohydrolysis process

Following the autohydrolysis, the chips are washed with hot water process. In viscose pulp, the alpha-cellulose content and R numbers
to recover the hemicellulose extracted and acetic acids generated. correspond to the amount of polymeric cellulose in the pulp, the
This dedicated washing step is a novel feature of the new system and pulp viscosity is lower than in paper grade pulp, and its variation
it enhances the removal of hemicelluloses from chips. It is designed must be small. The inorganic impurity levels (like ash, calcium and
to improve the recovery of the valuable byproducts while limiting iron) have strict limits in terms of the quality.
the carryover of undesirable byproducts into the digester vessel. If The viscose process principle is to dissolve the cellulose polymer
allowed to carryover, these byproducts will consume large amounts to single cellulose rings and then again polymerize them into
of alkali in a neutralization step prior to the alkaline cooking phase. polymers in the spinning process. This process is the main reason
why the quality plays such a vital role. The pulp viscosity corresponds
Dissolving pulp vs. paper grade pulp to the dissolving properties, R-numbers and alpha-cellulose define
Viscose and prehydrolysis pulp quality requirements are different the final polymer quality after spinning, and the impurities and
from the paper pulp quality parameters, and include several hemicelluloses cause difficulties in the spinning process disturbing
parameters which are not important for paper pulp, Table 1. the polymerization.
The alpha cellulose content and polymer quality is generated in
the hydrolysis and cooking, but the remaining fiberline has also
a big role in preserving and generating the properties. The main METHODS
parameters including the brightness, brightness reversion, and The lab cooking and bleaching were carried out in the Andritz
dirt count are familiar in paper pulp, but there are several other PITC laboratory in the USA. The chips were eucalyptus chips from
quality parameters that define the pulp usability for the viscose South America. They were mill chipped; the same chips are used for
paper pulp manufacturing. Some testing was also conducted with
Table 1. Quality parameter ranges of dissolving pulps eucalyptus from China. This wood was very similar to South American
Brightness, % (ISO) 88-92 eucalyptus.
Viscosity, mL/g 450-550 The SW cooking and bleaching was done in Aalto university.
The methods were same than in PITC, but due the equipment, the
Alpha-cellulose, % 93-95
volumes quantities were different.
R10, % >92
R18, % >95 Cooking
Kappa number <0.5 Cooking was carried out in forced circulation 30 liter lab digester.
3 kg of o.d. chips are used in one cook and 1-2 kg of pulp is produced
Ash content, % <0.1
in one cook.

60 Revista O Papel - maio/May 2014


TECHNICAL NOTE - MANUFACTURING OF DISSOLVING PULP

In lab testing, each cook was started with 15 min pre-steaming. Bleaching sequences for prehydrolysis kraft pulp
After pre-steaming, the digester was filled with water and heated With prehydrolysis kraft pulp, the kappa number from cooking is
to hydrolysis temperature 140-170oC and the P-factor was tuned fairly low and the oxygen delignification reduces the kappa number
according to the required hydrolysis level and alpha-cellulose content. very effectively (Table 2). With prehydrolysis pulp, an over 60% kappa
When the hydrolysis was over, the hydrolysate was taken out from reduction can easily be reached in single oxygen stage.
the digester, and the digester was filled with kraft cooking liquor. The
cooking was carried out according to the Lo-solids cooking method Bleaching sequences for dissolving pulp. If a mill is designed
and the pulp was washed and screened after cooking. ISO standards for dissolving pulp production only, the bleaching sequence can
were used for analyzing the pulp after cooking. be optimized to remove the small lignin amount and increase the
brightness. When the pulp does not include HexA, the ozone reacts more
Bleaching with the lignin than with paper pulp with HexA. The ozone stage can be
After the cooking, the pulp was screened and oxygen delignified in standalone (Z), ozone combined metal removal (ZQ) or combined with
oil bath autoclaves. The ozone stage was carried out in a Mark reactor, chlorine dioxide (Z/D). Testing has shown that the MC ozone stage has
the D-stages in polyethylene bags, and the pressurized alkaline effectively removed the difficult lignin and that the last P-stage can do
stages in oil bath autoclaves. Bleaching conditions are shown in the the high brightness with a low peroxide charge (Table 3).
result Table 3. The pulp analyses were conducted according to ISO The specified dissolving pulp sequence can be carried out in a
standards and the R-numbers according to Tappi T 212. The example two-washer system with MC ozone, and the TCF is a very attractive
bleaching sequences are one conventional paper pulp sequence but alternative. The bleach plant is simple and provides stages to control
also two short ozone based sequences. dissolving pulp quality parameters like viscosity and brightness.
Also, in case the mill is converted from the existing paper grade to
dissolving pulp, the short sequence is an attractive solution because
RESULTS AND DISCUSSION of optimized energy consumption and low chemical costs. The
The hemicellulose extracted chips are cooked in a digester to simplest sequences are ZQ-P or ZD-P.
reduce the kappa level to the desired target. With the efficiency of
the autohydrolysis process, the kappa level out from the digester Flexible bleaching sequences. The bleaching sequence can be
can be raised by several kappa units above the typical target for designed to be flexible between dissolving pulp and paper grade.
batch cooking. The higher kappa target has a positive impact on the Therefore, the number of stages and the chemistry are designed to
yield, but also on the fiberline process, such as on the pulp viscosity allow both grades to be produced economically. Typically, the ECF
(Tables 2 and 4). sequences are flexible (A)D EOP-D-(P) sequences which enable the
running of both grades.

Table 2. Single-stage oxygen delignification of prehydrolysis kraft pulp. Prehydrolysis kraft pulp and HexA
Original pulp on the left and results on the right
Due to the prehydrolysis and to the extensive hemicellulose removal
Initial pulp O Stage in cooking, the pulp has a small amount of hemicellulose and there is no
‘xylan’ reactions in cooking, dissolving brown eucalyptus pulp does not
Kappa number 7.8 Temperature, °C 105 have any HexA, and the kappa after cooking is low, 7-12. This feature
leads to major differences in the bleaching chemistry and technology
Viscosity, mL/g 1211 Time, min 75
which has been used for eucalyptus paper grade pulps over the past
ISO Brightness, % 44.4 Pressure, bar 5.5 years [7]. The main quality target for eucalyptus paper grade market
pulp has been high brightness with a low brightness reversion. The
R10, % 97.2 NaOH, % 1.2 quality has been reached by controlling the HexA through hydrolysis
and by selecting mild conditions in three or four-stage bleaching for
R18, % 98.0 Final pH 11.0
delignification and brightening. With viscose pulps, HexA plays no
Kappa number 2.8 role in the bleaching chemistry, and the reactions are mainly with
lignin. Additionally, bleaching must be capable of controlling the pulp
Viscosity, mL/g 997 viscosity differently than in the paper grade pulp bleaching sequence.
ISO Brightness, % 67.5
Prehydrolysis kraft cooking technology, traditional
R10, % 96.6 applications and modern solutions
The major drawback of the previous continuous cooking systems
R18, % 97.5 appeared as repetitive and uncontrollable scaling within the process.

maio/May 2014 - Revista O Papel 61


TECHNICAL NOTE - MANUFACTURING OF DISSOLVING PULP

Table 3. Bleaching results for prehydrolysis pulp


Z/Q-P Z/D-Eop-(D) Do-Eop-D-P
ZQ Stage: ZD Stage: Do Stage:
Temperature, °C 75 Temperature, °C 70 Temperature, °C 75
Time, min (D-stage) 15 Time, min (D-stage) 15 Time, min 20
O3, % 0.4 O 3, % 0.5 H2SO4, % 0.16
DTPA, % 0.15 ClO2, % 0.1 ClO2, % 0.25
H2SO4, % 0.23 H2SO4, % 0.2 Final pH 2.6
NaOH, % 0.27 Final pH 2.8/2.7 ISO Brightness, % 80.1
Final pH 2.7/5.6 Brightness, % ISO 89.2 Viscosity, mL/g 848
ISO Brightness, % 86.1
Viscosity, mL/g 708
P Stage: 90°C, 90 min. Eop Stage: Eop Stage:
Temperature, °C 90 Temperature, °C 100 Temperature, °C 95.0
Time, min 90 Time, min 90 Time, min 90
H2O2, consumed, % 0.7 Pressure, bar 2.4 Pressure, bar 2.4
NaOH, % 0.9 NaOH, % 0.8 NaOH, % 0.9
Final pH 10.8 H2O2, % 0.34 H2O2, % 0.4
H2O2, consumed, % 0.48 Final pH 10.0 Final pH 11.3
ISO Brightness, % 92.2 H2O2, consumed, % 0.33 Consumed H2O2, % 0.4
Viscosity, mL/g 517 Kappa number 0.3 Kappa number 0.9
R10, % 93.5 Viscosity, mL/g 493 Viscosity, mL/g 680
R18, % 97.2 ISO Brightness, % 92.1 ISO Brightness, % 86.7
R10, % 92.9
R18, % 96.1
D Stage: D Stage:
Temperature, °C 75 Temperature, °C 75
Time, min 90 Time, min 120
ClO2, % 0.2 H2SO4, % 0.02
H2SO4, % 0.03 ClO2, % 0.4
Final pH 4.2 Consumed ClO2, % 0.39
ISO Brightness, % 94 Final pH 3.5
Viscosity, mL/g 496 ISO Brightness, % 91.7
R10, % 93.0
R18, % 96.3
P Stage:
Temperature, °C 85
Time, min 90.0
NaOH, % 0.5
H2O2, % 0.1
Final pH 10.7
Consumed H2O2, % 0.097
Viscosity, mL/g 615
ISO Brightness, % 91.9
R10, % 95.7
R18, % 97.7

62 Revista O Papel - maio/May 2014


TECHNICAL NOTE - MANUFACTURING OF DISSOLVING PULP

Figure 2. Two-vessel cooking system with acid pre-hydrolysis

This scaling manifested itself primarily around the location of a drastic Single-vessel systems were also being used to produce dissolving
pH change. In the two-vessel system, Figure 2, with the traditional pulp, Figure 3. In addition to the limitations in chip feeding
chip feeding technology of the period, the metallurgies were insufficient technology, a major pH change was occurring within the cooking
for the process conditions and, therefore, extra equipment was vessel that was difficult to control. As the chip volume and digester
introduced to protect the high-pressure feeder from extremely low pH flow variations occurred, the pH interface location also moved up
environments. The Dragos separator isolated the 4 – 5 pH environment and down in the cooking vessel. This promoted scaling and it was
around the high-pressure feeder from the 1 – 2 pH environment in common for these single-vessel systems to take more frequent
the impregnation vessel. While this addressed the problems with the conversions to paper grade for several days at a time for cleaning.
materials of construction, it increased the level of complexity in an Given the experiences that DP could be manufactured using
already challenging cooking system to keep in precise control. continuous technology and the promising results with the new
Additionally, the two-vessel reference developed a scale control autohydrolysis process in the laboratory, Andritz developed and sold its
program that required the system to be converted to kraft pulp every first DP system conversion in January 2011, Figure 4. The conversion
2 - 3 weeks in order to remove scale buildup, particularly in the was made to a 2009 Andritz single-vessel installation successfully
bottom of the impregnation vessel and around the screens. This scale making market pulp from eucalyptus. With the addition of the pre-
could be removed by the switch from acidic to alkaline conditions. hydrolysis vessel (PHV) and auxiliary equipment, the system was

Figure 3. Single-vessel cooking system with pre-hydrolysis

maio/May 2014 - Revista O Papel 63


TECHNICAL NOTE - MANUFACTURING OF DISSOLVING PULP

Figure 4. Andritz´s new dissolving pulp system with autohydrolysis

successfully converted to DP production by November 2011. limit to preserve viscosity. For eucalyptus, 9 – 12 kappa is the target
The inclusion of the Diamondback (DB) chip steaming system, out of the cooking system.
where extremely effective chip steaming substantially removes all Finally, the extracted hydrolysate from the PHV and the extraction
the air, is a key to the new process. Air-free chips allow for extremely liquors from the digester can be processed separately or together to
rapid liquid penetration and reduced times for heat transfer. The recover heat energy, keeping the operational cost of the system in
volume of chips is evenly metered into the system with the DB system control while avoiding excessive hot water generation. By selecting
allowing for precise control of L/W ratios and heating in the top of a kettle type reboiler as the heat recovery unit, any steam generated
the PHV, over 60°C in only several minutes in the vapor-phase top. and used in the bin is free from the risk of alkali contamination.
After a defined retention time dependent on wood species,
the water with acetic acid is extracted from the vessel through Fiberline solutions
internal screens similar to digester vessel screens. Due to a slightly Alkaline stages are designed for high temperature and, typically,
exothermic reaction, the extraction temperature is typically 5oC at least one alkaline stage is pressurized because the temperature
higher than the top liquor phase temperature of the PHV. Hot demand is in the range of 100°C or higher. The new combination
water added to the bottom of the vessel is also extracted from the of a Solaris steam heater, an A-mix chemical mixer and Andritz MC
screens to create a counter-current washing zone similar to a Hi-Heat pumping technology is an effective solution for high-temperature
washing zone within the digester. This wash zone further removes bleaching stages (Figure 5).
those reaction products still within the chips at the time of extraction Ozone has been known as an effective bleaching chemical widely used
by displacement and diffusion.
In the transfer between reactors, white liquor can be added to
already begin the neutralization process. At the top of the digester,
the main addition of white liquor is added to neutralize any acidic
liquor that carry into the digester. This addition also ensures that the
concentration of dissolved organics does not exceed the threshold
for precipitation and can instead be removed in the first digester
extraction. As the chips are fully impregnated with water, diffusion of
the alkali into the chips is extremely fast. Very low reject levels have
been observed in the laboratory and in the mill operation using the
new autohydrolysis process.
Using Lo-Solids cooking principles, filtrate is added to further wash
dissolved organics through displacement and diffusion from the chips
while adding additional fresh white liquor for the final delignification
phase in the digester. Delignification continues to a wood specific Figure 5. The Solaris steam heater and A-mix chemical mixer

64 Revista O Papel - maio/May 2014


TECHNICAL NOTE - MANUFACTURING OF DISSOLVING PULP

Table 4. Comparison of laboratory, mill and published specifications for


eucalyptus-based dissolving pulp
Andritz  DP  Results South  American  DP  Producer  
Lab              /                Mill Eucalyptus  Specs
Species Eucalyptus Eucalyptus Standard Special High  Grade
Viscosity 400  -­‐  550 520 350  -­‐  599 250  -­‐  599 500  -­‐  599
Brightness 91+ 90.2 88  -­‐  90 89  -­‐  92 >  90.5
S18 1.4  –  2.8 3.3  –  3.8 3.0  –  4.0 2.3  –  3.0 <  2.3
S10 2.1  –  3.8 4.7  –  6.4 ~7 4.0  –  7.0 4.0  –  5.5
Ash 0.11  –  0.14 0.13 0.03  –  0.12 0.03  –  0.10 0.03  –  0.08
Extractives <  0.20 <0.10 <  0.20 <  0.15 <  0.10
Alpha 94.5  –  97.4 94.7 94.5  –  96.0 95.0  –  96.0 95.5  –  96.5
R18 97.2  –  98.6 96.2 96.5  –  97.0 96.5  –  98.0 >97.2
R10 96.2  –  97.9 93.6 ~93 93  –  95 ~95
Pentosans 3.0  –  4.0 3 3.0  –  4.0 2.5  –  3.5 1.5  –  2.5  

been sold and are in the execution phase.


Figure 6. Medium consistency ozone stage
While additional optimization work on the system remains as
especially for hardwood. In viscose pulp production, the ozone charge is with any new technological development, the future of continuous
typically high compared to the incoming kappa, but the ‘excess’ ozone cooking technology used for dissolving pulp manufacturing is again
is reacting with cellulose and control the viscosity. MC ozone has several colorful and bright.
benefits in prehydrolysis pulp bleaching (Figure 6). MC ozone can be
used in the high temperature range, the ozone is consumed effectively CONCLUSIONS
with a stable bleaching result and it is very safe to use. - The continuous prehydrolysis kraft cooking process has shown
The fiberline process water connection, bleaching sequence and excellent results for dissolving pulp production.
washing efficiency are important in order to reach low inorganic - The fiberline technology development and equipment introduced
residuals with bleached pulp [8]. Demineralized water is also used to during the past decades are very useful for dissolving pulp production.
wash the metals and ash from the pulp. A low dirt count is the result - When MC ozone bleaching technology is utilized, the dissolving
of good screening and effective bleaching. pulp bleaching can be conducted in a short, two-washer sequence.
- Ozone and pressurized alkaline stages are very suitable for the
Mill Results bleaching of dissolving pulp and for controlling the properties.
After initial startup and before complete optimization occurred, - A modern fiberline can be used for dissolving pulp production
mill dissolving pulp samples were evaluated against the laboratory with minor modifications; the line is then flexible to produce both
simulations and other mills’ dissolving pulp specifications with pulp grades.
similar eucalyptus chips. Table 4 shows this comparison on final - Efficient washing in brown stock and bleaching areas is an
bleached pulp. Optimization has further improved the pentosan essential part of a modern dissolving fiberline and important for NPE
content (<2.5%) and alpha-cellulose content (95%-96%). control.
Andritz was released from site coverage within 2 months
of startup. Among the most positive results, the mill was able ACKNOWLEDGEMENT
to produce dissolving pulp for over 3 months before their first While the first reference mill has requested to remain anonymous,
scheduled maintenance shutdown. Dissolving pulp quality has been it is important to recognize that pioneering organizations willing
extremely good; several viscose fiber producers have been giving to look beyond pre-conceived ideas are an essential part in the
positive feedback. Competing dissolving pulp suppliers have also development process. Andritz and other equipment suppliers cannot
indicated the quality to be acceptable for potential future conversion successfully develop new ideas alone as our customers play an
discussions. Several additional conversion projects have already integral role in this effort.               n

REFERÊNCIAS
1 – Arhippainen, B, Nevalainen, P, Marttala, T, Blom, U, Hanninen, E, Nikula, M – “Development of the Alva Prehydrolysis Process (parts 1 and
2)” (1981)
2 – Wiley, W.E, Stromberg, B – “The Development of an Innovative Chip Feeding System for Continuous Digesters” (2003)
3 – Marcoccia, B, Laakso, R and McClain G – “Lo-Solids pulping: principles and application” (1996)
4 – Rydholm, S – Pulping Processes (1985)
5 – Sixta, H – Handbook of Pulp (2006)
6. Vehmaa, J., Pikka, O., Bleaching of HW kraft pulps with ozone, Ippta Seminar New Delhi 2007.
7. Vuorinen, T., Teleman, A., Fagerström, P. et al. Selective hydrolysis of hexenuronic acid groups and its application in ECF and TCF bleaching of
kraft pulps. Intl. Pulp Bleaching Conference. Atlanta: Tappi Press, 1:43-51 (1996)
8. Pikka, O. and Kurkio J., A New Approach to Effluent Control in Modern Pulp Bleaching Plants, Technicelpa 2007.

maio/May 2014 - Revista O Papel 65


DIRETORIA

DIRETORIA EXECUTIVA CONSELHO EXECUTIVO Ensaios gerais para pasta celulósica


Diretor executivo: Darcio Berni PRESIDENTE: Wanderley Flosi Filho/Ashland Coord: Glaucia Elene S.de Souza (Lwarcel)
VICE-PRESIDENTE: Carlos Augusto S. A. dos Ensaios gerais para tubetes de papel
Santos/Klabin Coord: Hélio Pamponet Cunha
CONSELHO DIRETOR
TITULARES: FABRICANTES: Bignardi/Beatriz Do- Moura (Spiral Tubos)
ABB/Fernando Barreira Soares de Oliveira; Akzo No-
ckur Bignardi; Cenibra/Leonardo Mendonça Pimenta; Madeira para a fabricação
bel/Antônio Carlos Francisco; Albany/Elídio Frias;
CMPC/Walter Lídio Nunes; Eldorado Brasil/Celso Sar- de pasta celulósica
Ambitec/Lourival Cattozzi; Andritz/Luís Mário Bor- Coord: Luiz Ernesto George
tori; Fibria/Paulo Sérgio Gaia Maciel; Grupo Orsa/José
dini; Ashland/Nicolau Ferdinando Cury; Basf/Ednéia Mário Rossi; International Paper/Márcio Bertoldo; Barrichelo (Esalq)
Rodrigues; Biochamm/Meicon da Silva; Bonet/Paulo Irani/Agostinho Deon; MD Papéis/Marcelino Sacchi; Papéis e cartões dielétricos
Roberto Bonet; Brunnschweiler/Paulo Roberto Brito Melhoramentos/Jeferson Lunardi; Oji Papéis/Silney Coord:
Boechat; Buckman/José Joaquim de Medeiros C. e Szyszko; Stora Enso/Lucinei Damalio; Suzano/Edson Papéis e cartões de segurança
Silva; Cargill/Fabio de Aguiar; Cenibra/Robinson Félix; Makoto Kobayashi Coord: Maria Luiza Otero D’Almeida (IPT)
TITULARES: FORNECEDORES: Albany/Elidio Papéis e cartões para uso
Chesterton/Luciano Nardi; Clariant/Fabrício Cristofa-
Frias; Buckman/Carmen Gomez Rodrigues; Fabio odonto-médico-hospitalar
no; Contech/Luciano Viana da Silva; Copapa/Antônio
Perini/Oswaldo Cruz Junior; Kadant/Rodrigo Vizot- Coord: Roberto S. M. Pereira (Amcor)
Fernando Pinheiro da Silva; Dag/Ângelo Carlos Manri-
to; Kemira/Luiz Leonardo da Silva Filho; Nalco/Ce- Papéis para Embalagens
que; Demuth/Erik Demuth; Eldorado/Jose Carlos Kling; Coord.: Pedro Vilas Boas/Bracelpa
sar Mendes; NSK/Alexandre de Souza Froes; Pöyry/
Enfil/Marco Antônio Andrade Fernandes; Equipalcool/ Papéis para fins sanitários
Carlos Alberto Farinha e Silva
Alessandra F Bernuzzi; Fabio Perini/Oswaldo Cruz Jr.; PESSOA FÍSICA: Jose Mauro de Almeida Coord: Silvana Bove Pozzi - Manikraft
Fibria/Francisco Fernandes Valério; GL&V/Jose Pedro INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO: Papéis reciclados
Machado; H. Bremer/Marcio Braatz; Hergen/Vilmar IPEF/Luiz Ernesto George Barrichelo Coord: Valdir Premero - Valpre
Sasse; HPB/Renato Malieno Nogueira Filho; Iguaçu SUPLENTES: FABRICANTES: Veracel/Ari Medeiros; Terminologia de papel e pasta celulósica
Celulose/Elton Luís Constantin; Imetame/Étore Selva- Santher/Celso Ricardo dos Santos Coord: -

tici Cavallieri; Ingredion/Tibério Ferreira; International SUPLENTES: FORNECEDORES: Minerals Techno-


logies/Júlio Costa; Xerium/Jayme Nery Filho; Contech
Paper/Marcio Bertoldo; Jaraguá/Christiano Lopes;
Brasil/Jonathas Gonçalves da Costa; Vacon/Claudio
Kadant/Rodrigo Vizotto; Kemira/Luiz Leonardo da
Luis Baccarelli ESTRUTURA EXECUTIVA
Silva Filho; Klabin/Francisco Razzolini; Looking/José
SUPLENTES: PESSOA FÍSICA: Mauricio Costa Porto;
Édson Romancini; Lwarcel/Carlos Renato Trecenti; Administrativo-Financeiro: Carlos
Luciano Viana da Silva
MD Papéis/Alberto Mori; Melhoramentos Florestal/ Roberto do Prado e Margareth
CONSELHO FISCAL – GESTÃO 2013-2017 Camillo Dias
Joaquim Moretti; Melhoramentos Papéis; Minerals
Clouth/Sergio Abel Maziviero;
Technologies/Júlio Costa; Mobil/Sidnei Aparecido Atendimento/Financeiro: Andreia
Senai-PR/Carlos Alberto Jakovacz
Bincoletto; Nalco-Ecolab/César Mendes; NSK/Haruo Vilaça dos Santos
Furuzawa; Orsa/Aparecido Cuba Tavares; Papirus/ COMISSÕES TÉCNICAS PERMANENTES
Publicações: Patricia Tadeu Marques
Antônio Cláudio Salce; Passaúra/Dionízio Fernandes; Automação – Edison S. Muniz/Klabin
Capo e Thais Negri Santi
Celulose – Marcelo Karabolad dos Santos/Voith
Perenne/Andréa Lopes; Peróxidos/Antônio Carlos do
Manutenção – Luiz Marcelo D. Piotto/Fibria Marketing: Claudia D´Amato
Couto; Pöyry/Carlos Alberto Farinha e Silva; Rexnord/
Meio ambiente – Nei Lima/EcoÁguas Recursos Humanos: Solange Mininel
Pedro Vicente Isquierdo Gonçales; RPL - Rolamentos
Papel – Julio Costa/SMI
Paulista/Renato Martins Pereira; Schweitzer/Marcus Recuperação e energia – César Anfe/Lwarcel Relacionamento e Eventos:
Aurelius Goldoni Jr.; Senai-Cetcep/Carlos Alberto Celulose Angélica R. Carapello, Daniela L. Cruz e
Jakovacz; Siemens/Walter Gomes Jr.; SKF/Marcus C. Segurança do trabalho – Flávio Trioschi/Klabin Milena Lima.
Abbud; Spraying/Oldair Sasso; Styron/Maximilian Tecnologia da Informação: James
Yoshioka; Suzano/Ernesto P. Pousada Jr.; T.M.P./Paulo COMISSÕES DE ESTUDO – Hideki Hiratsuka
Roberto Zinsly de Mattos; TGM/Waldemar A. Manfrin NORMALIZAÇÃO
Zeladoria/Serviços Gerais: Messias
ABNT/CB29 – Comitê Brasileiro de
Jr; Trombini/Alceu Antônio Scramocin; Unipar Car-
Celulose e Papel Gomes Tolentino e Nair Antunes Ramos
bocloro/Rogério da Costa Silva; Vacon/Cláudio Luís
Superintendente: Claudio Chiari - ABTCP Área Técnica: Angelina da Silva
Baccarelli; Valmet/Celso Tacla; Voith/Nestor de Castro
Aparas de papel Martins, Mirian A. dos Santos, Patricia
Neto; Xerium/Eduardo Fracasso.
Coord: dos Santos Paulo; Renato M. Freire e
Ensaios gerais para chapas de papelão
Viviane Nunes.
Ex-Presidentes: Alberto Mori; Celso Edmundo Foelkel; ondulado
Clayrton Sanches; Lairton Oscar Goulart Leonardi; Coord: Maria Eduarda Dvorak (Regmed) Consultoria Institucional: Francisco
Marco Fabio Ramenzoni; Maurício Luiz Szacher; Ricardo Ensaios gerais para papel Bosco de Souza
Casemiro Tobera; Umberto Caldeira Cinque. Coord: Patrícia Kaji Yassumura

66 Revista O Papel - maio/May 2014


FIQUE POR DENTRO
DAS ATIVIDADES
DA ÁREA TÉCNICA

EVENTOS TÉCNICOS, MÊS ATIVIDADE LOCAL DATA

COMISSÕES TÉCNICAS, MAIO


Seminário de Tissue SENAI/SP 15
CURSOS ABERTOS Curso de Reciclagem
Contaminantes do processo tissue – tratamento máquina de papel
Santa Catarina
Via Web
27 e 28
28
E A DISTÂNCIA Mesa Redonda Energia e reunião das comissões de Manutenção e Recuperação Fibria 29

JUNHO
Curso NR 12 São Paulo 4e5
EAD Via Web 10
Reunião comissão de segurança do trabalho ABTCP/SP 10

AGOSTO
2ª Semana de Celulose e Papel Três Lagoas Três Lagoas 12,13 e 14
Curso Básico de Fabricação de Papel Tissue ABTCP/SP 27 e 28

SETEMBRO

INFORMAÇÃO Seminário de Saúde e Segurança no Trabalho São Paulo 3e4

OUTUBRO
EAD Via Web 28

NOVEMBRO
Reunião Meio ambiente Comissão Técnica de Meio Ambiente ABTCP/SP 13
11º Operadores de Caldeira de Recuperação Nordeste 25 e 26

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