LAVANDERIA
LAVANDERIA
LAVANDERIA
- controle de infecções;
- recuperação, conforto e segurança do paciente;
- facilidade, segurança e conforto da equipe de trabalho;
- racionalização de tempo, material e energia e
- redução de custos operacionais.
2. Como funciona
A principal diferença entre lavanderias comerciais e hospitalares está no fato de que
nessa última é dividida em dois espaços distintos:
Não há comunicação direta entre as duas áreas. A separação tem que ser hermética
para manter a pressão positiva da área limpa e negativa na área suja, impedindo
assim que impede que a roupa limpa seja contaminada por microorganismos e
resíduos da roupa suja. Os profissionais de cada área devem se comunicar através
visores e interfones. Estas exigências valem tanto para a lavanderia hospitalar quanto
para as terceirizadas que prestam serviços ao hospital.
As lavadoras têm portas duplas e são instaladas na barreira que separa as duas áreas
limpa e suja. A roupa suja é colocada por uma porta, do lado da sala de separação e
classificação, e depois de lavada é retirada por outra porta, e por outro funcionário,
que ficam na área limpa.
A área suja é um ambiente extremamente contaminado, onde são manipuladas as
roupas vindas de todas as áreas do hospital. Devem ser tomadas precauções estritas
para os trabalhadores com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como
máscaras, luvas, aventais, botas etc. Banheiro e vestiários devem ter saídas separas,
uma para a área suja e outra para a área externa. Ao deixar o turno, os profissionais
tomam banho o e trocam de roupa e não circulam mais pela área suja.
A área suja deve contar com um sistema de ventilação por exaustão, que mantém a
pressão interna negativa (cerca de -0,5 mmHg). Isso é suficiente para evitar que o ar
contaminado atinja áreas limpas do hospital. O ar exaurido deve ser lançado na
atmosfera, suficientemente longe para que não possa ser captado novamente pelo
sistema de ar condicionamento. É necessária uma torneira, de preferência de alta
pressão, para lavagem de toda a área suja. Todos os pisos e paredes devem ser
revestidos com material lavável.
A roupa suja é recolhida em todas as áreas do hospital, em horários pré-determinados.
É acondicionada em sacos fechados e transportada em carrinhos também fechados. O
acesso da roupa à lavanderia pode ser feito por tubulações, dependendo da
particularidades arquitetônicas do EAS.
O roteiro dos carrinhos deve ser único e nunca incluir áreas de grande circulação de
pessoas, elevadores de serviço que também transportem limpa, medicamentos ou
alimentos. Deve haver carrinhos exclusivos para ambos os tipos de roupas, e os que
levam roupa suja precisam ser lavads depois de cada transporte.
A roupa suja úmida deve ser acondicionada em sacos plásticos descartáveis, fechados
no local da coleta. Quando seca, pode ser transportada em sacos de pano, que devem
receber os mesmos tratamentos da roupa suja.
Roupas de diversos áreas do hospital geralmente são marcadas para retornarem à
origem sem extravios. Quando chegam à área suja da lavanderia, podem ser pesadas
para fins de controle da demanda por serviço, e em seguida são separadas e
classificadas para a lavagem.
Esta classificação se dá de acordo com os seguintes critérios: grau e tipo de sujidade,
coloração do tecido e tipos de roupa e tecido. Durante a separação deve se inspecioná-
la cuidadosamente para detectar a presença de objetos pérfurocortantes, como
seringas com agulhas, ampolas de medicamentos, agulhas de suturas e outros
instrumentos cirúrgicos.
Em seguida a roupa classificada é pesada para preparar o programa de carga das
lavadoras. Deve-se sempre buscar o programa mais eficiente na lavagem, o que inclui
determinar para cada carga de roupas as seguintes variáveis: capacidade da máquina,
nível de enchimento, temperatura, tempo do processo e tipo de produto de lavagem.
O processamento da roupa segue geralmente o fluxograma.
No primeiro caso, cada lote de roupa é lavado separadamente, com o uso de uma nova
solução para cada operação (pré-lavagem, acidulação e amaciamento).
Na lavagem de fluxo contínuo, a roupa atravessa as fases do processo de lavagem de
forma contínua, usa-se a mesma solução para vários lotes. As lavadoras contínuas
funcionam pelo processo de contracorrente.
Independentemente do sistema adotado e do tipo de lavadora, o processo de lavagem
é uma seqüência de operações ordenadas, que leva em consideração a dosagem de
produtos químicos, a ação mecânica promovida pelo batimento e esfregação das
roupas, a temperatura e o tempo de contato entre estas variáveis. O perfeito
balanceamento entre todos os fatores é o que define o bom resultado final da lavagem.
A última etapa do processamento é a distribuição. As roupas limpas e passadas são
colocadas em carrinhos do tipo “prateleira”, de preferência embaladas, e são levadas
para a rouparia onde são guardadas. As roupas podem ser embaladas em conjuntos
(“kits” para uma mesma aplicação) ou separadas individualmente.
O tipo de embalagem depende do destino: se as roupas forem para a central de
esterilização, estas são embaladas em papel ou pano; se forem destinadas às áreas de
internação, devem ser embaladas em sacos plásticos, pois além da melhor
apresentação, evita-se a contaminação no transporte.
3. Equipamentos
3a - Lavadoras convencionais
3b - Lavadoras com ozônio
3c - Lavadoras contínuas
3d - Centrífuga ou extratora
3e - Calandra
3f - Secadora
3g - Prensa
3h - Ferro elétrico
3i - Balança
3j - Máquina de costura
3l - Carrinho de transporte
3a - Lavadoras convencionais
São máquinas geralmente construídas com dois cilindros montados um
dentro do outro: o externo funciona como um tambor fixo e hermético,
que mantém o nível da água e dos agentes químicos; o interno tem a
forma de um cesto (de paredes perfuradas) e com obstáculos (pás fixas)
em seu interior. O tambor interno gira em torno do eixo horizontal,
alternadamente para um lado e para outro, a fim de evitar que a roupa
fique totalmente torcida no final da lavagem. Este processo de lavagem
também é conhecido como tombamento, pois a roupa é batida nas pás
do cesto pela ação da gravidade.
Modelos de lavadora.
Modelo de lavadora.
3c - Lavadoras contínuas
Também conhecidas como túnel de lavagem, é uma máquina de elevada
sofisticação tecnológica. São compostas por módulos seqüênciais onde a
roupa é processada continuamente através da diluição progressiva da
sujidade. São máquinas de grande porte, com capacidade de 300 kg a
1.000 kg de roupa seca processada.
3d - Centrífuga ou extratora
É usada para extrair a água da roupa que foi retirada da lavadora. É
constituída por um cilindro de aço inox perfurado em forma de cesto,
que gira em alta velocidade dentro de outro cilindro, esse fixo e
hermético. Cerca de 60% da água pode ser retirada por centrifugação,
deixando as roupas prontas para serem enviadas para a calandra
(lençóis, fronhas, campos cirúrgicos), ou para a secadora (cobertores,
toalhas e outras peças de tecidos felpudos).
Modelos de centrífugas.
3e - Calandra
É o equipamento que, ao mesmo tempo, seca e passa a roupa plana. É
constituída por dois ou mais cilindros de metal, perfurados ou não e
revestidos de estopa, feltro e algodão. Os cilindros giram dentro de
calhas fixas aquecidas por vapor, eletricidade ou gás. As roupas são
tracionadas e comprimidas entre os cilindros, que as seca e desenruga.
3f - Secadora
Faz a secagem das roupas que não vão à calandra, como paramentos de
cirurgia, compressas, fraldas e outros tecidos felpudos. Sua construção
se assemelha à das lavadoras, mas em lugar da água com os produtos
químicos, se usa um fluxo de ar quente que circula pelo cesto rotativo,
secando a roupa em seu interior. Possui também uma programação
automática e dispositivos de segurança, como trava da porta termostato
etc.
3g - Prensa
Aquecida por vapor ou eletricidade, a prensa é usada para passar a
roupa pessoal. Geralmente é constituída por uma mesa estreita
revestida de feltro e algodão, onde a roupa é estendida.. A parte
superior, aquecida, desce exercendo pressão sobre a roupa. Substitui
com alguma vantagem, principalmente econômica e de mão-de-obra, o
ferro de passar convencional.
Zoom - Prensa.
3h - Ferro elétrico
É usado eventualmente, quando são necessários retoques e
acabamentos de roupas pessoais.
3i - Balança
É usada na sala de separação entre as lavanderias para pesagem das
roupas, o que permite o controle das quantidades enviadas pelas
unidades de origem. São geralmente do tipo plataforma, para
permitirem a pesagem de grandes volumes, sacos, etc. Outro tipo de
balança também é usado para a dosagem de produtos químicos na
preparação dos ciclos de lavagem.
3j - Máquina de costura
Muito semelhante às máquinas domésticas, é usada no reparo de roupas
defeituosas.
3l - Carrinho de transporte
Transporta a roupa hospitalar. Pode ser de vários tipos:
Todos os tipos são laváveis e não podem ser feitos de materiais porosos,
como madeira.
Modelos de carrinhos de transporte
4. Instalações
A lavanderia hospitalar é um local provido de infra-estruturas essenciais para o
funcionamento das máquinas fixas. Os componenetes mais importantes das
instalações são:
- abastecimento de água: é o insumo mais importante já que metade de toda água
consumida em um hospital é destinada à lavanderia. A qualidade da água deve ser
analisada periodicamente, sobretudo em relação à dureza (que inibe a ação dos
sabões), à presença de ferro e manganês (que amarelam a roupa e danificam
máquinas e tubulações) e à concentração de matéria orgânica (que favorece a
contaminação);
- esgoto: é a lavanderia que gera a maior quantidade de efluentes líqüidos do
hospital. Devem ser observada as normas que regulamentam a construção e a
manutenção dos esgotos da lavanderia, assim como as que regulamentam os efluentes
que retornam à rede pública;
- vapor: é a principal forma de aquecimento da água e das máquinas usadas na
lavanderia, principalmente nas que processam grandes volumes de roupas.
Geralmente o vapor é distribuído a alta pressão e gerado em caldeiras que abastecem
também outras áreas do hospital. Existem normas sobre tubulações e dispositivos de
controle e segurança em linhas de vapor que devem ser observadas;
- ar comprimido: é usado na lavanderia para o acionamento de prensas e os
controles automáticos das lavadoras. Como o consumo não é grande, pode ser
fornecido pela rede principal de ar comprimido do hospital ou por compressores locais;
- energia elétrica: é consumida principalmente pelos motores, dispositivos de
controle e iluminação. É uma opção aceitável usar eletricidade para aquecimento
somente em pequenas máquinas, e
- ventilação e exaustão: são itens essenciais nas lavanderias, não só para melhoria
do conforto e eficiência do trabalho dos operadores, mas também como item de
segurança contra incêndios e contaminação da área limpa. Em locais de clima quente é
essencial promover a evacuação do calor emanado por todas as máquinas que
funcionam aquecidas. É necessário que a área contaminada esteja sempre a pressão
inferior às demais e que a evacuação desta área seja independente e distante das
tomadas de ar para qualquer área do hospital.
5. Manutenção
As lavanderias hospitalares compreendem dois tipos de manutenção: a das instalações
e a dos equipamentos, que nem sempre são feitas pelas mesmas equipes.
As instalações, pela vinculação estreita com a estrutura física do edifício, geralmente
são atendidas pela equipe de manutenção e reformas prediais, composta por
engenheiros civis, pedreiros, encanadores, eletricistas etc. A manutenção dos
equipamentos, pela maior especialização e diversidade tecnológica exigida, pode ser
feita pela equipe de engenharia biomédica, através de contratos com os
representantes, de contratos terceirizados, ou ainda em uma solução mista, que inclua
contribuições internas e externas, em função do tamanho e da capacitação da equipe
local.