Óleo Lubrificante para Compressores

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Óleo Lubrificante para Compressores

Funções do Óleo Lubrificante:

A função básica dos óleos lubrificantes em compressores é diminuir o atrito entre as partes
móveis e as fixas, evitando o desgaste prematuro das peças e um aquecimento excessivo. A
lubrificação permanecerá satisfatória por um longo período desde que a temperatura de operação,
pressão e ausências de substâncias contaminantes esteja assegurada.

A camada de óleo evita o atrito do metal (cilindro) com outro metal (pistão). É a
lubrificação, o efeito mais importante do óleo, evitando o desgaste das peças;
A camada de óleo veda a passagem do gás entre o lado da sucção e da descarga, evitando
sua perda;
O óleo ajuda a transferir o calor, retirando-o dos componentes internos e transferindo-o para
o exterior do corpo do compressor;
O óleo age como isolante;
O óleo age como silenciador, amortecendo o ruído produzido pelos componentes móveis do
compressor.

Classificação dos óleos lubrificantes


Os óleos lubrificantes possuem diferentes classificações e todas elas referentes a sua origem.
Elas são:
Óleos vegetais: são obtidos através da extração de sementes como o algodão, milho, soja,
girassol, arroz, babaçu, oiticica, mamona, entre outros;
Óleos minerais: são obtidos através do petróleo. Eles podem ser classificados em óleos
naftênicos ou em óleos parafínicos conforme a sua estrutura molecular;
Óleos sintéticos: são produzidos industrialmente através de substâncias inorgânicas e
orgânicas. Os óleos sintéticos incluem poliolésteres (POE), polialfaolefinas (PAO), polialquileno
glicóis (PAG), alquibenzeno, entre outros.
Óleos animais: são obtidos através de animais, como a capivara, o bacalhau, o cachalote e a
baleia.
É importante lembrar que o óleo se mistura ao gás refrigerante, circulando pelos
componentes do ciclo de refrigeração. Um bom projeto de aparelho deve permitir o retorno da
mesma quantidade de óleo para o compressor ao qual está saindo. Essa característica é tão típica
que uma forma comum de detectar onde está um vazamento no sistema é identificar onde existe
óleo nele.
Principais Características dos Lubrificantes

Viscosidade

A viscosidade é a medida da resistência que o lubrificante oferece ao escoamento a


determinada temperatura. Ela é verificada a partir de temperaturas controladas, normalmente 40ºC e
100ºC.
A Norma ISO 3448 define a viscosidade para os lubrificantes industriais. A classificação
conta com a sigla VG (Viscosity Grade ou grau de viscosidade), além de um número, que varia de 2
a 3200 centistokes (cSt) ou milímetros quadrados por segundo (mm²/s) e representa a média de
viscosidade a 40ºC.

Por exemplo, um lubrificante ISO VG 46 pode ter uma viscosidade de 41.4 a 50.6 [mm²/s] a
40ºC, tendo a sua viscosidade média ou standard um valor de 46.0 [mm²/s] a 40ºC.

A viscosidade do óleo diminui com o aumento de temperatura. O lubrificante flui através do


sistema junto ao fluido refrigerante, ficando sujeito a altas e baixas temperaturas.
O óleo deve ter uma característica que permite a ele, quando submetido a altas temperaturas,
que não afine demais sem formar uma camada protetora. Já quando submetido a baixas
temperaturas, ele não deve ficar pastoso;
Quando submetido a altas temperaturas, a viscosidade deve ser tal que permita o fluxo entre
superfícies em contato, formando entre elas uma película protetora.
Quando submetido a baixas temperaturas, a viscosidade não deve aumentar a ponto de
permitir o acúmulo de óleo no evaporador, o que prejudica a troca de calor e o retorno do
lubrificante ao compressor.
Em resumo, se tiver uma viscosidade muito baixa, o óleo não manterá um filme adequado
entre as partes envolvidas, acarretando um desgaste prematuro por atrito. Com uma viscosidade
muito alta, haverá um atrito excessivo entre as paredes do cilindro, dificultando a lubrificação e o
retorno do óleo das tubulações.

Miscibilidade

A viscosidade do óleo diminui à medida em que aumenta sua solubilidade com o gás
refrigerante. A completa miscibilidade permite ao lubrificante fluir através do sistema junto ao gás,
garantindo bom retorno ao compressor.

Fonte: https://refrigerationclub.com/pt-br/qual-o-oleo-compativel-com-cada-fluido-refrigerante/

* HFCs utilizados para substituição de HCFCs em retrofits. Esses fluidos refrigerantes operam
melhor com poliol éster, mas foram projetados para uso também com óleos minerais e
alquilbenzeno.

Cabe destacar que a compatibilidade entre o óleo e o fluido refrigerante é essencial para o bom
funcionamento do compressor e para a sua vida útil. Usar um óleo inadequado pode resultar em
problemas graves, como:

 Formação de ácidos;
 Corrosão;
 Lubrificação insuficiente;
 Carbonização do óleo;
 Danos ao compressor.
Ponto de fluidez

O ponto de fluidez representa a menor temperatura à qual um óleo pode fluir influenciado
apenas pela gravidade. A análise do ponto de fluidez em lubrificantes é realizada de acordo com a
norma ABNT NBR 11349 – Produto de petróleo – Determinação do ponto de fluidez. É baseada na
regra ASTM D97 – Standard Test Method for Pour Point of Crude Oils (Método De Teste Padrão
para Ponto de Fluidez de Óleos Brutos).

Caso o ponto de fluidez seja muito elevado, o lubrificante tende a congelar sobre a
superfície dos tubos do evaporador, causando uma perda na eficiência desse componente. O não
retorno do óleo acarretará também uma redução no nível do compressor. Quando isso ocorre,
costuma-se adotar o procedimento errôneo de repor óleo no nível do compressor, inundando o
sistema de lubrificação e causando sérios problemas para o equipamento.

Ponto de Floculação

A cera contida nos lubrificantes possui a tendência de precipitarem-se quando submetida a


baixas temperaturas (floculação). Os flocos de cera podem depositar-se no elemento de controle de
fluxo (Capilar, válvula de expansão), obstruindo a passagem do refrigerante, ou depositar-se no
evaporador, diminuindo a transferência de calor. Portanto, os lubrificantes não devem apresentar
floculação em temperaturas encontradas normalmente no sistema de refrigeração.

Para um óleo de baixa temperatura, o ponto de floculação deverá ser bem abaixo do ponto
de fluidez, para que fique compatibilizada uma boa solução do óleo.

Ponto de Fulgor

É a temperatura na qual o óleo, aquecido em aparelho adequado, desprende os primeiros


vapores que se inflamam momentaneamente em contato com uma chama.

Umidade

O óleo para refrigeração deve possuir teor de umidade inferior ou igual ao especificado pelo
fabricante, a fim de evitar formação de sedimentos, ácidos ou mesmo congelamento da umidade no
interior do sistema.
Deve-se tomar cuidado para evitar a presença de umidade no óleo lubrificante, pois a
umidade altera drasticamente as funções do óleo. Além disso, o óleo não pode ser corrosivo, deve
ser compatível com o refrigerante e, principalmente, incongelável. Por isso, os fabricantes de
compressores desaconselham à troca de óleo do compressor.
Um dos cuidados na manipulação do éster de poliol é que ele absorve muito rapidamente a
umidade do ar, caracterizando como altamente higroscópico. Por isso, deve-se abrir o produto
somente quando se for utilizá-lo.

Resíduos de carbono

Os óleos são passíveis de decomposição através do calor. Portanto, ao se especificar um


óleo, deve-se levar em consideração as temperaturas normais de trabalho do compressor, a fim de
evitar a sua carbonização, principalmente na placa de válvula.
Do contrário, os resíduos de carbonos favorecerão a formação de borra que pode provoca
obstrução no sistema, além da deficiência na lubrificação ocasionada pela decomposição.

Estabilidade química

Deverá ter uma função continua de lubrificação, sem sofrer variações em suas
características, além de alta resistência à decomposição, quando submetido a altas temperaturas, e
também quanto a sua diluição na presença de refrigerante.

Rigidez dielétrica (kV)

A rigidez dielétrica de um óleo é a medida da resistência que o óleo oferece ao fluxo da


corrente dielétrica. Isto garante que o óleo estará isento da umidade ou, dentro do permissível,
metais diluídos ou outras impurezas que poderão diminuir a resistência dielétrica do óleo. Nas
aplicações frigoríficas, quer para ar condicionado ou refrigeração, é muito importante à rigidez
dielétrica do óleo.

Normalmente, as faixas de permissibilidade para rigidez dielétrica, vão de um valor mínimo


de 25,0 kV, ao ideal a 30,0 kV, ou acima deste valor.
Outras considerações importantes

De maneira geral, óleos com maior viscosidade proporcionam ótima lubrificação. Por outro
lado, exigem maior gasto de energia, por provocarem maior resistência. São indicados
especialmente para aplicação em locais onde há mais folga entre as partes que se deseja lubrificar.

Mas a nova tendência para os compressores é a de utilizar óleos com viscosidade cada vez
menor. O avanço da tecnologia permite que esse tipo de óleo esteja presente em modelos de alta
eficiência, proporcionando os melhores resultados em termos de lubrificação e de eficiência
energética.

Nos compressores novos, não se deve completar a carga de óleo, pois ele já sai de fábrica
com a quantidade correta, definida de acordo com as características de seu projeto. Essa carga
atende às necessidades de lubrificação do kit mecânico e inclui uma sobra para repor as perdas do
sistema.

No entanto, se houver necessidade de substituí-lo, é recomendável que o profissional


consulte o catálogo técnico ou entre em contato com o fabricante para substituição correta do óleo.

A carga não pode ser maior nem menor que o especificado. O excesso de óleo causa
problemas em outros componentes e gera maior resistência, provocando gasto adicional de energia
e desgastes (que também podem ocorrer pela falta de óleo).

A falta de lubrificação causa uma série de problemas nas máquinas. Estes problemas podem
ser enumerados, conforme a ocorrência, na seguinte sequência:

a) Aumento do atrito;
b) Aumento do desgaste;
c) Aquecimento;
d) Dilatação das peças;
e) Desalinhamento;
f) Ruídos;
g) Grimpagem (Efeito produzido pela fricção de duas superfícies metálicas em contato, e
que, por falta de uma lubrificação suficiente, aderem uma à outra);
h) Ruptura das peças.

Nunca se deve misturar óleos minerais com óleos sintéticos (poliolester ou alquilbenzeno)

A vida útil do óleo dependerá especificamente da aplicação, das condições de operação e das
condições iniciais da instalação quando do “start up” do equipamento. Recomenda-se fazer uma
análise periódica do óleo a cada 6 meses (no mínimo), para melhor avaliação das suas
características físico-químicos, que servirá de parâmetro decisivo para a sua substituição.

Abaixo são citados os cuidados que deverão ser tomados para a correta seleção dos óleos
lubrificantes quanto a sua aplicação:

 Especificações quanto ao projeto do compressor;


 Refrigerante a ser utilizado;
 Temperatura de evaporação;
 Temperatura de condensação;
 Temperatura de descarga do compressor.

Exemplo de propriedades típicas de um lubrificante


Referências

https://refrigerationclub.com/pt-br/quais-outras-informacoes-preciso-ter-sobre-o-oleo/

https://refrigerationclub.com/pt-br/qual-o-oleo-compativel-com-cada-fluido-refrigerante/

http://www.tsambientali.com.br/quais-sao-os-tipos-de-oleos-lubrificantes-e-como-escolher-
o-ideal/

http://www.friotech.com.br/pdf/be12.pdf

https://www.mobilindustrial.com.br/media/1480/mobil-eal-arctic-serie-pds_2018-ajuste-
retirar-o-15.pdf

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