Medidas e Avaliações 2
Medidas e Avaliações 2
Medidas e Avaliações 2
Unidade II
5 AVALIAÇÃO POSTURAL
A avaliação postural é um dos componentes da avaliação da saúde e da qualidade de vida, uma vez
que a postura tem importantes implicações no bem‑estar geral e influencia diretamente nas atividades
recreativas e laborais.
Os assuntos relacionados à avaliação postural são continuamente discutidos tanto no meio formal
acadêmico e clínico quanto no meio informal do nosso cotidiano, e talvez por isso analisá‑la torna‑se
uma tarefa bastante polêmica. Inicialmente temos que definir a postura ideal, e por existir vários
autores e cada qual com sua própria definição de postura ideal, usaremos uma definição baseada na
interpretação geral atualmente adotada.
A postura ideal é definida como a posição que o corpo adota no espaço em relação ao centro
de gravidade, sendo estabelecido um posicionamento corporal por meio do qual o corpo adquire um
arranjo relativo de suas partes em razão de uma atividade ou atitude específica, ou seja, um modo
característico de um indivíduo sustentar seu corpo com menor gasto energético possível, sem prejuízo
e limitações da dor ou funcionais das atividades motoras da vida diária.
É necessário levar em consideração que, nós, seres humanos não somos iguais, e sim semelhantes,
possuindo características e particularidades que influenciam na postura diretamente, incluindo variações
anatômicas, somatotipologia, etnia, idade e sexo. Além de cada pessoa apresentar características
individuais de postura, esta é influenciada também por outros fatores como:
• obesidade;
• alimentação inadequada;
• distúrbios respiratórios;
• desequilíbrios musculares;
• alterações articulares;
• doenças psicossomáticas.
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Unidade II
Observação
Esses componentes estruturais sofrem a ação contínua da gravidade, o que demanda constantes
ajustes nesse intricado complexo sinérgico. O controle desses mecanismos posturais depende da
interação de proprioceptores articulares e musculares, assim como de orientação visual e do sistema
vestibular, que captam informações sensitivas do ambiente e enviam para centros motores importantes
para a manutenção da postura e equilíbrio localizados no sistema nervoso central.
Lembrete
Entende‑se como defeito de postura ou desequilíbrio postural toda condição que implique em
quebra do alinhamento corporal do referencial neutro e estático de postura. Nesse referencial neutro
e estático de postura, a atividade muscular necessária para sua manutenção é mínima, o que acarreta
pequeno gasto energético.
Além disso, a avaliação postural envolve visualizar as estruturas possivelmente alteradas utilizando
o alinhamento anatômico do corpo em relação a uma linha de referência estabelecida conhecida como
linha de gravidade imaginária.
Para que o corpo se mantenha em perfeito equilíbrio estático, a linha de gravidade imaginária, que
atravessa o centro do corpo e que, projetada lateralmente ou posteriormente, passa por vários pontos
anatômicos, deve seguir as descrições que apresentaremos na sequência.
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MEDIDAS E AVALIAÇÕES
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Unidade II
• acompanha a linha vertebral (todos os processos espinhosos das vértebras formam uma linha reta);
126
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Esse padrão neutro e estático com a linha da gravidade imaginária é o modelo de referência que
servirá de ponto de partida para a interpretação de qualquer disfunção ou desequilíbrio postural
observado em uma avaliação postural.
• Metodologia subjetiva: inspeção visual e tátil com ou sem uso de quadro de avaliação postural
(simetrógrafo) para observar o avaliado, o qual é inspecionado globalmente, numa visão anterior,
127
Unidade II
posterior e lateral e vista lateral com flexão anterior do tronco, a fim de observar se existe alguma
alteração anatômica visível que resulta em má postura.
Observação
A partir dessas informações, a análise de alguns pontos anatômicos fornece informações importantes
com relação a desequilíbrios posturais.
• acrômio direito;
• acrômio esquerdo;
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MEDIDAS E AVALIAÇÕES
• acrômio direito;
• acrômio esquerdo;
• olécrano direito;
• olécrano esquerdo;
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MEDIDAS E AVALIAÇÕES
• mento;
• acrômio;
• patela;
• maléolo.
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Unidade II
Os pontos citados são sugestões para se criar os pontos anatômicos de referência para análise
postural, mas outros também podem ser utilizados caso o profissional prefira.
Para iniciar a avaliação postural, o avaliado deve estar em pé, em posição ortostática, descontraída,
com os membros superiores relaxados ao longo do tronco, olhar em direção à linha do horizonte e pés
levemente afastados lateralmente. A partir desse posicionamento, observa‑se o alinhamento corporal
nas vistas anterior, lateral e posterior.
A avaliação postural deve ser feita com o indivíduo minimamente vestido (homem com shorts e
mulher com shorts e top) para que se consiga uma visão clara dos contornos e dos pontos anatômicos
usados como referência.
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MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Podemos usar também para avaliação postural o aparelho simetrógrafo, com o qual podemos
identificar os desvios posturais mais evidentes por meio da observação de pontos anatômicos específicos
que permitem identificar possíveis assimetrias decorrentes da alteração postural. Para utilizar esse
aparelho, basta colocar o avaliado em pé, atrás dele, identificar os pontos anatômicos e observar se há
assimetrias ou alterações marcantes.
Fatores que dever ser levados em consideração para uma boa avaliação postural:
• vestimenta adequada;
• atentar para as simetrias, contornos, alterações de alinhamento e pequenas alterações não esperadas.
Figura 74 – Imagem do posicionamento do avaliado por meio do uso do simetrógrafo na vista anterior
Nessa vista, o alinhamento ideal da cabeça e do pescoço é aquele no qual a cabeça está numa
posição bem equilibrada, neutra, nem inclinada, nem rodada. O nariz, o manúbrio do esterno, o processo
xifoide do esterno e o umbigo devem ficar todos alinhados verticalmente na linha média.
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Unidade II
Podemos observar se existe a alteração assimétrica com relação aos ombros traçando uma linha
imaginária formada pela união dos dois pontos acromiais. Nesse caso, tal alteração também deverá ser
confirmada na vista posterior.
O avaliador deve examinar a região pélvica e do quadril quanto à assimetria das alturas das cristas
ilíacas e assinalar os níveis das espinhas ilíacas anterossuperiores.
A linha dos ombros e a linha do quadril deverão estar paralelas entre si e em relação ao solo. Caso
isso não ocorra com algumas delas, deverá existir uma escoliose na região da linha se não estiver
paralela com o solo (linha do ombro = região torácica; linha de quadril = região lombar), que deverá ser
confirmada também na posição de vista posterior.
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MEDIDAS E AVALIAÇÕES
O fêmur em relação à articulação do quadril pode apresentar‑se rodado tanto interna quanto
externamente, o que eventualmente poderá promover alterações no posicionamento do tornozelo/pé
com possíveis implicações na marcha.
Naturalmente o fêmur está levemente abduzido em relação à tíbia pela distância entre os acetábulos.
Esse afastamento dá origem ao joelho valgo (geno valgo) fisiológico, que é considerado normal e nas
mulheres pode ser um pouco maior. Mas, à medida que essa abdução aumenta, como os côndilos femorais
se tocam cada vez mais, enquanto os maléolos mediais se afastam na mesma proporção, o grau de valgismo
aumenta. O oposto também é observado: quando há afastamento dos côndilos do fêmur e os maléolos
mediais se unem, origina‑se o joelho varo (geno varo). Tanto o joelho varo quanto o joelho valgo, além
dos limites normais, devem ser detectados, pois apresentarão uma sobrecarga de tensão nos ligamentos
colaterais (tibial ou fibular) do joelho ou uma sobrecarga compressiva nos meniscos (laterais ou mediais).
Figura 77 – Da esquerda para a direita, alinhamento ideal dos joelhos, desvio em varo dos joelhos e desvio em valgo dos joelhos
As patelas devem ser examinadas quanto a certos desvios. O posicionamento da patela em relação
aos côndilos do fêmur pode apresentar um desvio medial ou lateral. As patelas devem estar orientadas
exatamente na direção da linha média do pé e apontada para frente; cada patela deve estar localizada
em um ponto médio entre os côndilos femorais e apresentar um ângulo Q, com um valor entre 11 e 17
graus para homens e de 14 a 16 graus para mulheres. O ângulo Q é uma medida de alinhamento patelar
que é formado pelo encontro de duas retas: uma que passa entre a tuberosidade da tíbia e o centro
patelar e a outra que se estende da espinha ilíaca anterossuperior até o centro patelar.
As tíbias devem estar retas e sem qualquer arqueamento; a cabeça da fíbula direita e esquerda deve
estar na mesma altura em ambos os lados.
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Unidade II
O pé aduto se caracteriza pela projeção dos pés para dentro da linha média imaginária do corpo. O
pé abduto se caracteriza pela projeção dos pés para fora da linha média imaginária do corpo.
Figura 80 – Imagem do posicionamento do avaliado por meio do uso do simetrógrafo na vista lateral
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MEDIDAS E AVALIAÇÕES
As avaliações posturais laterais devem ser feitas a partir de ambos os lados para detecção de
quaisquer anormalidades rotacionais que poderiam passar despercebidas se fossem observadas apenas
a partir de uma das perspectivas laterais.
Estando o avaliado em posição ortostática natural, de lado para o avaliador, observam‑se, com o
auxílio da projeção lateral da linha de gravidade, as alterações da cabeça e do pescoço. A posição da
cabeça no alinhamento ideal é aquela na qual a cabeça se encontra em uma posição bem equilibrada e é
mantida com mínimo esforço muscular. O pescoço protraído está projetado à frente, enquanto o pescoço
retraído está encolhido atrás. A postura com a cabeça para frente está associada frequentemente com
lordose cervical excessiva.
A coluna cervical deve exibir uma lordose normal. O avaliador deve observar uma acentuação da curvatura
lordótica ou sua retificação. A acentuação da curvatura cervical é denominada hiperlordose cervical.
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Unidade II
Deve‑se observar a seguir o ombro do avaliado. A posição do membro superior e do ombro depende
da posição das escápulas e da região torácica. Ombro protraído quer dizer que está projetado à frente,
enquanto retraído quer dizer que está encolhido atrás. Ombro em rotação medial quer dizer que ele
girou em direção ao corpo. Essa rotação medial é frequentemente associada à protração de ombro.
Na região torácica, tanto a retificação quanto o aumento da curvatura podem ser verificados. No
alinhamento ideal, a coluna torácica se curva discretamente na direção posterior, mostrando‑se uma
convexidade posterior no plano sagital. No caso de retificação, representa‑se com a curvatura fisiológica
(cifose torácica) reduzida; por outro lado, quando há uma acentuação dessa curvatura, é denominada
hipercifose torácica. A hipercifose torácica pode ser flexível ou rígida. É flexível quando pode ser corrigida
com ajustes da musculatura, que colocará a coluna torácica na sua posição normal; caso contrário, será
classificada como rígida, e a possibilidade da alteração ser estrutural é grande, além de estar associada
a outros problemas, precisando de outras intervenções para ser corrigida.
A) B) C) D)
Alinhamento Postura Postura com o Postura com
ideal olfótica- dorso pleno deslocamento
lordótica posterior do dorso
(sway-back ou
relaxada)
Também deve considerar que a coluna torácica pode ser afetada pelas posições da região lombar e
da pelve. Se um indivíduo assumir uma posição de hirperlordose lombar (aumento da curva anterior),
a curvatura da região torácica tende a se alterar, podendo uma compensar a outra, diminuindo ou
aumentando a curva posterior. Por exemplo, em uma postura relaxada (desleixada), o aumento da
curvatura da região torácica compensa o desvio anterior da pelve. O tórax também deve ser observado
para possíveis deformidades. Uma dessas deformidades inclui o peito escavado, tórax em barril e peito
carenado (peito de pombo).
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MEDIDAS E AVALIAÇÕES
A região lombar deve ser examinada para um aspecto lordótico normal, sem retificação ou aumento
da curvatura. No alinhamento ideal, a coluna lombar se curva na direção anterior, mostrando‑se
côncava posteriormente. A hiperlordose lombar é caracterizada pelo aumento da lordose lombar com
consequente projeção do abdômen para frente e encurtamento dos músculos lombares. A hiperlordose
lombar está associada com uma inclinação pélvica anterior. A retificação ou diminuição da lordose
lombar pode ser decorrente de uma inclinação pélvica posterior. Geralmente os desequilíbrios da lordose
lombar são acompanhados de dor (lombalgia) e decorrentes espasmos na musculatura dessa região.
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Unidade II
A pelve deve observar sua posição neutra, que é orientada pelo alinhamento das espinhas ilíacas
anterossuperiores com o mesmo plano vertical da sínfise púbica; o trocanter maior e as pregas glúteas
devem ser de altura igual. Então, tomando como referência a espinha ilíaca anterossuperior, a pelve
pode estar em anteversão (inclinação anterior da pelve) quando as espinhas ilíacas anterossuperiores
ficam localizadas adiante da sínfise púbica e pode estar relacionada à hiperlordose lombar. Já uma
inclinação posterior da pelve é denominada retroversão e tem a sínfise púbica adiante da espinha ilíaca
anterossuperior.
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MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Um abdômen proeminente é implicado com frequência nas patologias lombares e merece atenção.
Na articulação do joelho, a linha de referência deveria passar ligeiramente adiante da linha média
do joelho, criando assim um momento de extensão. O avaliado deve ser observado quanto ao joelho
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Unidade II
recurvado, que é caracterizado por uma hiperextensão e, na maioria das vezes, é decorrente de uma
hipermobilidade, sendo, por essa razão, considerado normal, sobretudo em crianças. Já o joelho flexo é
decorrente da projeção dos joelhos para frente da linha da gravidade demonstrando uma pequena flexão.
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MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Figura 92 – Da esquerda para a direita, bom alinhamento dos joelhos, flexão de joelhos moderada e hiperextensão de joelhos
Figura 93 – Imagem do posicionamento do avaliado por meio do uso do simetrógrafo na vista posterior
Nessa vista, realiza‑se uma observação geral e confirma‑se o que foi observado na vista anterior em
relação à cabeça, às linhas do ombro, ao quadril e aos joelhos.
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Unidade II
A cabeça deve ficar ereta, sem qualquer desvio perceptível para esquerda ou direita. Os desvios
laterais da cabeça e do pescoço podem estar relacionados a torcicolo ou a outra disfunção cervical.
O avaliador deve observar a altura dos ombros do avaliado. É considerado normal possuir uma
assimetria na altura do ombro com a mão dominante.
As escápulas são examinadas para simetria posicional, observam‑se suas espinhas e o nível dos ângulos
inferiores. O bom alinhamento das escápulas é quando elas repousam contra o tórax e não existe ângulo
ou borda excessivamente proeminente. As escápulas podem se apresentar elevadas à direita ou à esquerda,
aduzidas ou abduzidas, elevadas ou deprimidas. A abdução ou adução excessiva de uma ou de ambas as
escápulas é avaliada medindo‑se a distância da espinha torácica para as bordas escapulares mediais.
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MEDIDAS E AVALIAÇÕES
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Unidade II
O tronco do indivíduo é avaliado quanto a um possível desvio lateral para qualquer um dos lados.
Normalmente, a coluna vertebral deve ficar em alinhamento vertical na linha média do corpo. Uma das
causas de desvios posturais laterais é a escoliose. Para se identificar escoliose, devem‑se observar os
processos espinhosos da segunda vértebra cervical até a junção lombossacral.
A região torácica deve ser examinada também para protrusões das costelas, que estão comumente
associadas com escoliose.
As pelves são examinadas quanto à simetria nos níveis das cristas ilíacas, das espinhas ilíacas
posterossuperiores, das pregas glúteas e dos trocanteres maiores. As assimetrias observadas nessa região
podem estar associadas a discrepâncias nos comprimentos das extremidades inferiores, obliquidades
pélvicas, escolioses e outras enfermidades da coluna e do quadril.
146
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Figura 101 – Figura à esquerda: imagem ilustrativa de escoliose dorsal esquerda e lombar direita. Figura à direita: imagem ilustrativa
de escoliose dorsal direita e lombar esquerda
A região do joelho deve ser examinada quanto à postura em varo ou valgo, confirmando a vista anterior.
O arco longitudinal do pé é responsável por uma perfeita distribuição das cargas compressivas
de peso entre os pontos de apoio do pé durante os apoios dinâmicos e estáticos. As alterações das
condições fisiológicas, que podem ser a diminuição, a ausência (pé plano) ou o aumento do arco (pé
cavo), trazem prejuízos diversos à postura do indivíduo; dependendo da gravidade da alteração, ajustes
e compensações nas cadeias musculares ocorrerão, podendo desencadear inúmeras alterações nos
seguimentos corporais suprajacentes, modificando, assim, a postura do indivíduo.
147
Unidade II
Figura 104 – Imagem do posicionamento do avaliado por meio do uso do simetrógrafo na vista anterior com flexão de tronco
Estando o avaliado em posição ortostática, de frente para o avaliador, fará uma anteroflexão de
tronco e, nessa posição, caso possua uma escoliose e suas vértebras já tiverem feito uma rotação,
aparecerá uma gibosidade no local da curvatura escoliótica.
Com base nessa análise, é possível avaliar qualquer indivíduo. Por meio dessa inspeção detalhada e
a partir das modificações encontradas, pode‑se entender e classificar os desequilíbrios e as disfunções
posturais, sendo resumidamente divididos da seguinte forma:
• alterações da cabeça;
148
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
• alterações do tronco;
Cabe ressaltar que, após o avaliador concluir sobre suas observações, é imperativo que soluções
sejam tomadas, por competência e conhecimento do próprio avaliador ou se assim achar. Devido à
complexidade do caso, deve encaminhar o avaliado a quem possa dar continuidade às possíveis soluções
dos problemas.
D: direita E: esquerda
VISTA ANTERIOR
• Pés
( ) varo (D/E) ( ) valgo (D/E) ( ) neutro
• Joelhos
( ) varo ( ) valgo ( ) neutro
• Inclinação da cabeça
( ) para a direita ( ) para a esquerda ( ) neutra
• Rotação da cabeça
( ) para a direita ( ) para a esquerda ( ) neutra
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Unidade II
VISTA POSTERIOR
• Pés
( ) varo (D/E) ( ) valgo (D/E) ( ) neutro
• Joelhos
( ) varo ( ) valgo ( ) neutro
• Coluna lombar
( ) curvatura convexa à D ( ) curvatura convexa à E ( ) neutra
• Coluna torácica
( ) curvatura convexa à D ( ) curvatura convexa à E ( ) neutra
• Escápulas
( ) simétricas ( ) abduzidas (D/E) ( ) aduzidas (D/E)
( ) elevada (D/E)
• Inclinação da cabeça
( ) para a direita ( ) para a esquerda ( ) neutra
• Rotação da cabeça
( ) para a direita ( ) para a esquerda ( ) neutra
• Joelhos
( ) hiperextensão ( ) em flexão ( ) neutro
• Pelve
( ) anteroversão ( ) retroversão ( ) neutra
• Coluna lombar
( ) aumento da lordose ( ) diminuição da lordose ( ) neutra
• Coluna torácica
( ) retificada ( ) cifose aumentada ( ) neutra
• Cervical
( ) retificada ( ) anteriorizada ( ) neutra
150
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
• Ombros
( ) retraídos ( ) protusos ( ) neutro
• Cabeça
( ) posteriorizada ( ) anteriorizada ( ) neutra
• Joelhos
( ) hiperextensão ( ) em flexão ( ) neutro
• Pelve
( ) anteroversão ( ) retroversão ( ) neutra
• Coluna lombar
( ) aumento da lordose ( ) diminuição da lordose ( ) neutra
• Coluna torácica
( ) retificada ( ) cifose aumentada ( ) neutra
• Cervical
( ) retificada ( ) anteriorizada ( ) neutra
• Ombros
( ) retraídos ( ) protusos ( ) neutro
• Cabeça
( ) posteriorizada ( ) anteriorizada ( ) neutra
151
Unidade II
O conceito de VO2max foi definido incialmente por Hill e Lupton (1923), sendo posteriormente
nomeado por Astrand (1952) como a mais alta captação de oxigênio alcançada por um indivíduo
respirando ar atmosférico ao nível do mar.
Durante o exercício, a disponibilidade de oxigênio para os músculos ativos pode aumentar cerca de 10
a 20 vezes em relação ao repouso, enquanto para a musculatura inativa, o consumo continua inalterado.
Assim, ocorre um aumento no consumo dos substratos energéticos (glicose e lipídeos) necessários para a
ressíntese de ATP (adenosina trifosfato), aumentando a frequência com que eles entram na mitocôndria
e também na vasodilatação dos vasos sanguíneos que irrigam os músculos ativos. A maior potência
muscular demanda mais energia e, consequentemente, mais oxigênio. O sistema nervoso central tem
grande participação nesse processo, uma vez que recruta em maior número e com maior frequência as
unidades motoras, para produzir uma contração muscular mais potente. Como esperado, o aumento da
intensidade do exercício é acompanhado por um aumento do VO2.
O VO2max pode ser expresso em valores absolutos (l.min‑1) e em valores relativos (ml.kg‑1.min‑1).
Vale ressaltar aqui que a necessidade de energia depende da composição corporal do indivíduo. Assim,
o VO2max geralmente é expresso em (ml.kg‑1.min‑1), o que vai permitir uma comparação mais precisa
entre indivíduos com diferentes áreas de superfície corporal, principalmente durante a realização de
atividades que necessitem da sustentação do peso corporal total, como a corrida, por exemplo. De
acordo com Wilmore e Costill (1994), em exercícios que não há a sustentação do peso corporal total,
como natação e ciclismo, o VO2max é melhor expresso em valores absolutos.
É importante ressaltar que o consumo de oxigênio pode variar de acordo com a idade e o sexo do avaliado,
sua composição corporal, sua hereditariedade, a especificidade do exercício e o nível de treinamento.
A ergoespirometria de circuito aberto é a mais utilizada atualmente para a determinação direta do VO2max.
Nesse método, o avaliado inspira ar ambiente, por intermédio de um dispositivo tubular inserido em sua boca
que fornece fluxo unidirecional, ou seja, o avaliado só respira pela boca (com clipes que obstruem a passagem
do ar pelas narinas) e tem sua expiração direcionada para uma câmara com analisadores eletrônicos de gases.
Com medidas da ventilação pulmonar por fluxômetro e considerando as porcentagens constantes de oxigênio
e dióxido de carbono inspirados, as diferenças entre as medidas obtidas no ar expirado e no ar inspirado
possibilitam estabelecer informações sobre a quantidade de oxigênio e de dióxido de carbono produzida
(GUEDES; GUEDES, 2006). Em algumas pessoas, VO2max será identificado quando em função do aumento da
carga ocorrer um platô no consumo de oxigênio no gráfico de análise. Nesse momento, é considerado o limite
fisiológico associado ao sistema de fornecimento de energia aeróbia.
Entretanto, poucas pessoas apresentam esse platô. Consideraremos, então, outros fatores para
interrupção do teste:
Figura 105 – Equipamento VO2000, analisador de gases, utilizado para a determinação direta do VO2max
Figura 106 – Equipamento K4 b2 (Cosmed, Rome, Italy), analisador de gases portátil, utilizado para a determinação direta do VO2max
Figura 107 – Adaptação da máscara do analisador de gases VO2000 para snorkel. A partir dessa adaptação é possível determinar o
VO2max na natação
153
Unidade II
154
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
A partir dos testes que avaliam diretamente a capacidade aeróbia por meio da ergoespirometria,
um grande número de protocolos indiretos foi desenvolvido por diferentes autores, a fim de estimar a
capacidade aeróbia quando não há equipamentos ou laboratórios sofisticados para sua determinação.
155
Unidade II
Observação
Alguns dos protocolos indiretos usam a frequência cardíaca (FC) como parâmetro para determinação
dessa capacidade. No caso de haver mensuração da FC, ela deve ser obtida por meio da artéria radial
ou carótida pelo tempo de 15 segundos. Após esse procedimento, os pulsos deverão ser multiplicados
por 4. Vale ressaltar ainda que a avaliação da capacidade aeróbia é um item da avaliação relacionado à
saúde e ao desempenho atlético.
Além disso, existem ainda protocolos que buscam estimar capacidade aeróbia sem esforço físico.
Esse modelo pode ser utilizado quando existe um número muito grande de sujeitos a serem avaliados
e um período curto de tempo para realizar as avaliações. Também pode ser utilizado na ausência de
equipamentos ou espaços para a realização dos testes físicos.
Mathews (1999)
O protocolo de Mathews (1999) foi desenvolvido para a determinação do VO2max sem esforço físico.
Ele é indicado para toda a população, inclusive indivíduos idosos (de 20 a 79 anos), homens e mulheres,
e é extremamente vantajoso para estudos epidemiológicos.
VO2 máx. [ml(kg.min‑1)] = 34,142 + [1,463 x (AF0‑7)] – [0,133 x (idade2)] – (0,254 x peso corporal) +
(11,403 x G) + (9,170 x estatura)
Onde:
Idade: em anos
Estatura: em metros
156
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Veja o quadro a seguir. Ele apresenta a escala de pontuação utilizada para avaliar o nível de atividade
física (AF 0‑7), desenvolvida no Cardio‑Pulmonary Laboratory, Nasa/Johnson Space Center, em Houston,
Texas.
Quadro 2 – Escala de pontuação utilizada para avaliar o nível de atividade física (AF 0‑7)
Selecione o valor que melhor representa sua atividade física (escala de 0 a 7) durante os últimos trinta dias. Se
você selecionar mais de um valor, use o valor mais alto
0 – Evita andar ou fazer esforço, sempre usa o elevador, dirige sempre que possível em vez de caminhar.
1 – Caminha por prazer, habitualmente usa degraus, ocasionalmente se exercita suficientemente para ocasionar
respiração pesada ou transpiração. Participa regularmente de recreação ou trabalho que requer atividade física
moderada, como golfe, montar a cavalo, calistenias, ginásticas, tênis de mesa, boliche, levantamento de peso ou
trabalho no quintal.
2 – Realiza de 10 a 60 minutos de atividade por semana.
3 – Realiza mais de 1 hora de atividade por semana. Participa regularmente de exercícios físicos intensos, como corrida
ou trote, natação, ciclismo, remo, pular corda, corrida no lugar, ou está engajado em atividades físicas aeróbias intensas,
como tênis, basquetebol ou handebol.
4 – Corre menos que 1,6 km por semana ou gasta menos de 30 minutos por semana em atividades físicas equivalentes.
5 – Corre de 1,6 km a 8 km por semana ou gasta de 30 a 60 minutos por semana em atividades físicas equivalentes.
6 – Corre de 8 km a 16,1 km por semana ou gasta 1 a 3 horas por semana em atividades físicas equivalentes.
7 – Corre mais de 16,1 km por semana ou gasta mais de 3 horas por semana em atividades físicas equivalentes.
Veja o exemplo:
Homem
52 anos
1,78 estatura
78 kg
AF 1 – 7 = 5
Logo:
VO2 máx. [ml(kg.min‑1)] = 34,142 + [1,463 x (AF0‑7)] – [0,133 x (idade2)] – (0,254 x peso corporal) +
(11,403 x G) + (9,170 x estatura)
VO2 máx. [ml(kg.min‑1)] = 34,142 + [1,463 x (5)] – [0,133 x (2704)] – (0,254 x 78) + (11,403 x 1) + (9,170 x 1,78)
157
Unidade II
Originalmente, esse teste foi desenvolvido a fim de estabelecer avaliações da capacidade funcional
de militares do sexo masculino de 20 a 30 anos de idade e consistia em correr a máxima distância sem
interrupção ou grandes variações de intensidade no tempo de 15 minutos. Esse protocolo é pioneiro na
estimativa do VO2max indiretamente. Entretanto, a população é extremamente restrita, sendo esse teste
indicado somente para indivíduos jovens com bom condicionamento físico. Para calcular o VO2max, é
necessário calcular a velocidade média empregada no teste, expressa em m/min (distância percorrida/15
minutos), e posteriormente utilizar a equação:
158
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Veja um exemplo:
2850m
Velocidade (m / min) =
15min
Velocidade(m/min) = 190
Assim:
Esse teste foi desenvolvido a partir do protocolo original estabelecido por Balke (1963) e pode ser
realizado por avaliados de ambos os sexos entre 10 e 70 anos de idade. Nessa nova versão do teste de
Cooper, o avaliado pode percorrer o trajeto determinado correndo e/ou andando e deve estabelecer a
maior distância possível em 12 min. O avaliado não pode permanecer parado durante a realização do
teste; caso não consiga manter o ritmo, deverá diminuir a velocidade, mas nunca parar. Para facilitar
a aplicação do teste, o avaliador deverá demarcar no chão, com cones, giz ou qualquer outro material,
a distância do percurso (utilizar uma trena ou fita métrica) e um ponto de partida. Assim, o avaliador
conseguirá “contar” a quantidade de vezes que o avaliado passou por aquela marcação no tempo total
de 12 minutos e saberá a distância percorrida em cada volta. Quando o tempo terminar, é importante
que o avaliador verifique com uma trena a distância do ponto de partida até onde o avaliado encerrou
o teste. Caso não haja uma pista de atletismo para a realização do teste, ele pode ser aplicado em
uma quadra de esportes, desde que o percurso esteja previamente demarcado. Poderá haver incentivo
sonoro para os avaliados: “vamos lá!”, “muito bem!”. A forma ideal de execução do teste, em termos
de velocidade de deslocamento, será aquela em que o avaliado mantenha uma velocidade constante
durante todo teste.
159
Unidade II
Veja um exemplo:
Logo:
Cooper (1968) elaborou ainda uma tabela de classificação para homens e mulheres de acordo com
a distância percorrida no teste.
Categoria de
capacidade 13‑19 anos 20‑29 anos 30‑39 anos 40‑49 anos 50‑59 anos ≤ 60 anos
aeróbia
Muito fraca ≤ 1610 ≤ 1550 ≤ 1510 ≤ 1420 ≤ 1350 ≤ 1260
Fraca 1611‑1899 1551‑1799 1511‑1699 1421‑1589 1351‑1509 1261‑1399
Média 1900‑2080 1800‑1979 1700‑1969 1590‑1799 1510‑1699 1400‑1599
Boa 2081‑2300 1980‑2169 1970‑2089 1800‑2009 1700‑1909 1600‑1759
Excelente 2301‑2430 2170‑2330 2090‑2240 2010‑2160 1910‑2090 1760‑1900
Superior ≥ 2431 ≥ 2331 ≥ 2241 ≥ 2161 ≥ 2091 ≥ 1901
160
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Categoria de
capacidade 13‑19 anos 20‑29 anos 30‑39 anos 40‑49 anos 50‑59 anos ≤ 60 anos
aeróbia
Muito fraca ≤ 2090 ≤ 1960 ≤ 1900 ≤ 1830 ≤ 1660 ≤ 1400
Fraca 2091‑2209 1961‑2119 1901‑2099 1831‑1999 1661‑1879 1401‑1649
Média 2210‑2519 2120‑2409 2100‑2409 2000‑2249 1880‑2099 1650‑1939
Boa 2520‑2779 2410‑2649 2410‑2519 2250‑2469 2100‑2329 1940‑2129
Excelente 2780‑3000 2650‑2830 2520‑2720 2470‑2660 2330‑2540 2130‑2490
Superior ≥ 3001 ≥ 2831 ≥ 2721 ≥ 2661 ≥ 2541 ≥ 2491
O teste de Cooper pode ainda ser adaptado para a natação e para o ciclismo. De uma forma geral, a
metodologia de aplicação é a mesma, devendo o avaliado nadar ou pedalar a maior distância possível
em 12 minutos.
O teste de natação exige que o avaliado nade a maior distância possível em 12 minutos, usando
o estilo que preferir e descansando quando necessário, mas tentando esforçar‑se ao máximo. O meio
mais fácil de realizar o teste é em uma piscina de dimensões conhecidas, tendo uma pessoa que conte
as voltas na piscina e cronometre o tempo.
Tabela 14 – Nível de capacidade aeróbia para homens e mulheres de acordo com o resultado
da distância percorrida em metros para o teste natação de 12 minutos
Para o ciclismo, o teste será aplicado de maneira semelhante. É necessário um percurso com a metragem
conhecida em terreno plano. O avaliado deverá percorrer a maior distância possível em 12 minutos.
161
Unidade II
Tabela 15 – Nível de capacidade aeróbia para homens e mulheres de acordo com o resultado
da distância percorrida em quilômetros para o teste de ciclismo de 12 minutos
Muito parecido com o protocolo anterior, porém com uma particularidade: o teste de 2.400 m envolve
apenas corrida, não sendo permitido ao avaliado andar durante o percurso. Assim, esse protocolo é
mais indicado para indivíduos que possuem determinado condicionamento físico, que o permita correr
a distância de 2.400 m. Para isso, o avaliador deverá demarcar previamente o trajeto e possuir um
cronômetro para verificar o seu tempo de execução. O protocolo pode ser realizado por homens e
mulheres de 13 a 60 anos de idade. O teste propriamente dito consiste em cronometrar o tempo gasto
pelo avaliado para percorrer a distância de 2.400 m. Com base no tempo despendido para o percurso,
expresso em segundos, torna‑se possível estimar o Vo2max por meio da relação adaptada do American
College of Sports Medicine (2000).
(
VO2máx. [ml kg.min−1 =
2400m ×0,2 ml / kg / min ×60s
tempo ( s )
Onde:
0,2 (ml.kg‑1.min‑1): consumo de oxigênio por minuto equivalente para correr cada metro
162
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Veja um exemplo:
Logo:
(
VO2máx.[ml kg.min−1 =
2400m × 0,2 ml / kg / min × 60s
tempo ( s )
(
VO2máx.[ml kg.min−1 =
28800
718
A tabela a seguir mostra a classificação da capacidade aeróbia de mulheres para o teste de 2.400 m
de acordo com a idade.
Tabela 16 – Nível de capacidade aeróbia para mulheres de acordo com o resultado do tempo
obtido em minutos e segundos para o teste de corrida de 2.400 m
Categoria de
capacidade 13‑19 anos 20‑29 anos 30‑39 anos 40‑49 anos 50‑59 anos ≤ 60 anos
aeróbia
> 18 min e > 19 min e > 19 min e > 20 min e > 20 min e > 21 min e
Muito fraca 31 s 01 s 31 s 01 s 31 s 31s
16 min e 55 18 min e 31 19 min e 01 19 min e 31 20 min e 01 21 min e 00
Fraca s – 18 min e s – 19 min e s – 19 min e s – 20 min e s – 20 min e s – 21 min e
30 s 00 s 30 s 00 s 30 s 30 s
14 min e 31 15 min e 55 16 min e 31 17 min e 31 19 min e 01 19 min e 31
Média s – 16 min e s – 18 min e s – 19 min e s – 19 min e s – 20 min e s – 20 min e
54 s 30 s 00 s 30 s 00 s 30 s
12 min e 30 13 min e 31 14 min e 31 15 min e 56 16 min e 31 17 min e 31
Boa s – 14 min e s – 15 min e s – 16 min e s – 17 min e s – 19 min e s – 19 min e
30 s 54 s 30 s 30 s 00 s 30 s
11 min e 50 12 min e 30 13 min e 00 13 min e 45 14 min e 30 16 min e 30
Excelente s – 12 min e s – 13 min e s – 14 min e s – 15 min e s – 16 min e s – 17 min e
29 s 30 s 30 s 55 s 30 s 30 s
< 11 min e < 12 min e < 13 min e < 13 min e < 14 min e < 16 min e
Superior 50 s 30 s 00 s 45 s 30 s 30 s
163
Unidade II
A tabela a seguir mostra a classificação obtida por homens a partir da idade no teste de 2.400 m.
Tabela 17 – Nível de capacidade aeróbia para homens de acordo com o resultado do tempo
obtido em minutos e segundos para o teste de corrida de 2.400 m
Categoria de 13‑19 anos 20‑29 anos 30‑39 anos 40‑49 anos 50‑59 anos ≤ 60 anos
capacidade aeróbia
> 15 min e > 16 min e > 16 min e > 17 min e > 19 min e > 20 min e
Muito fraca 31 s 01 s 31 s 31 s 01 s 01 s
12 min e 11 14 min e 01 14 min e 44 15 min e 36 17 min e 01 19 min e 01
Fraca s – 15 min e s – 16 min e s – 16 min e s – 17 min e s – 19 min e s – 20 min e
30 s 00 s 30 s 30 s 00 s 00 s
10 min e 49 12 min e 01 12 min e 31 13 min e 01 14 min e 31 16 min e 16
Média s – 12 min e s – 14 min e s – 14 min e s – 15 min e s – 17 min e s – 19 min e
10 s 00 s 45 s 35 s 00 s 00 s
09 min e 41 10 min e 46 11 min e 01 11 min e 31 12 min e 32 14 min e 00
Boa s – 10 min e s – 12 min e s – 12 min e s – 13 min e s – 14 min e s – 16 min e
48 s 00 s 30 s 00 s 30 s 15 s
08 min e 37 09 min e 45 10 min e 00 10 min e 30 11 min e 00 11 min e 15
Excelente s – 09 min e s – 10 min e s – 11 min e s – 11 min e s – 12 min e s – 13 min e
40 s 45 s 00 s 30 s 30 s 59 s
< 08 min e < 09 min e < 10 min e < 10 min e < 11 min e < 11 min e
Superior 37 s 45 s 00 s 30 s 00 s 15 s
Esse teste avalia a capacidade aeróbia do avaliado por meio do desempenho durante caminhada de
4.800 m. A faixa etária do teste é de 13 a 60 anos ou mais e o teste é indicado para pessoas sedentárias,
obesas, pacientes cardíacos e pós cirúrgicos de ambos os gêneros. O avaliado deverá caminhar a distância
de 4.800 m no menor tempo possível, mantendo uma velocidade individual e constante. A avaliação
é feita por meio do tempo gasto para realizar o teste. É necessário cronômetro para a verificação do
tempo e percurso de 4.800 m demarcados.
A partir do tempo de execução do teste, a classificação do avaliado poderá ser verificada por meio
das tabelas a seguir, para mulheres e homens, respectivamente.
Tabela 18 – Nível de capacidade aeróbia para mulheres de acordo com o resultado do tempo
obtido em minutos e segundos para o teste de caminhada de 4.800 m
Categoria de 13‑19 anos 20‑29 anos 30‑39 anos 40‑49 anos 50‑59 anos ≤ 60 anos
capacidade aeróbia
> 47 min e > 48 min e > 51 min e > 54 min e > 57 min e > 63 min e
Muito fraca 00 s 00 s 00 s 00 s 00 s 00 s
43 min e 01 44 min e 01 46 min e 31 49 min e 01 52 min e 01 57 min e 01
Fraca s – 47 min e s – 48 min e s – 51 min e s – 54 min e s – 57 min e s – 63 min e
00 s 00 s 00 s 00 s 00 s 00 s
39 min e 31 40 min e 31 42 min e 01 44 min e 01 47 min e 01 51 min e 01
Média s – 43 min e s – 44 min e s – 46 min e s – 49 min e s – 52 min e s – 57 min e
00 s 00 s 30 s 00 s 00 s 00 s
164
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Tabela 19 – Nível de capacidade aeróbia para homens de acordo com o resultado do tempo
obtido em minutos e segundos para o teste de caminhada de 4.800 m
Categoria de 13‑19 anos 20‑29 anos 30‑39 anos 40‑49 anos 50‑59 anos ≤ 60 anos
capacidade aeróbia
> 45 min e > 46 min e > 49 min e > 52 min e > 55 min e > 60 min e
Muito fraca 00 s 00 s 00 s 00 s 00 s 00 s
41 min e 01 42 min e 01 44 min e 31 47 min e 01 50 min e 01 54 min e 01
Fraca s – 45 min e s – 46 min e s – 49 min e s – 52 min e s – 55 min e s – 60 min e
00 s 00 s 00 s 00 s 00 s 00 s
37 min e 31 38 min e 31 40 min e 01 42 min e 01 45 min e 01 48 min e 01
Média s – 41 min e s – 42 min e s – 44 min e s – 47 min e s – 50 min e s – 54 min e
00 s 00 s 30 s 00 s 00 s 00 s
33 min e 00 34 min e 00 35 min e 00 36 min e 30 39 min e 00 41 min e 00
Boa s – 37 min e s – 38 min e s – 40 min e s – 42 min e s – 45 min e s – 48 min e
30 s 30 s 00 s 00 s 00 s 00 s
< 33 min e < 34 min e < 35 min e < 36 min e < 39 min e < 41 min e
Excelente 00 s 00 s 00 s 30 s 00 s 00 s
Esse teste é específico para crianças e adolescentes entre 8 e 13 anos de idade. O procedimento
consiste em correr em ritmo individual e constante a distância de 1000 m. Não é permitido caminhar.
Será necessário cronômetro e a distância de 1000 m demarcada.
652,17 − tempo ( s )
(
VO2máx.[ml kg.min−1 =
6,762
Veja um exemplo:
165
Unidade II
Logo:
652,17 − tempo ( s )
(
VO2máx.[ml kg.min−1 =
6,762
(
VO2máx.[ml kg.min−1 =
652,17 − 454
6,762
(
VO2máx.[ml kg.min−1 =
198,17
6,762
Saiba mais
Para saber mais sobre esse protocolo, consulte a página 396 da obra a seguir:
É constituído de carga única com uma altura de 41 cm para homens e mulheres e tempo de duração de
três minutos. Esse protocolo é indicado para avaliados em idade universitária. O protocolo propriamente
dito consiste em subir e descer no banco, mantendo a frequência da passada correspondente ao ritmo
de 24 e 22 passos por minuto para homens e mulheres, respectivamente. Ao final do terceiro minuto de
exercício, o avaliado permanece de pé, enquanto a frequência cardíaca (FC) é aferida.
As estimativas de VO2max para homens e mulheres são estabelecidas pelas seguintes equações
matemáticas:
Homens:
166
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Mulheres:
Veja os exemplos:
Para esse protocolo, um estágio único de cinco minutos será utilizado. A altura do banco varia em
função do gênero, sendo para o masculino a altura de 40 cm e para o feminino a altura de 33 cm. O
protocolo é indicado, portanto, para indivíduos de ambos os sexos com idades compreendidas entre 15
e 40 anos. O ritmo de subidas e descidas deverá ser constante e mantido em 30 passadas por minuto.
O objetivo principal desse teste é identificar o nível de aptidão física do avaliado através do VO2max
com o resultado expresso em l.min‑1 (valor absoluto).
Imediatamente após o término de teste, a frequência cardíaca (FC) deverá ser mensurada.
Com os valores de FC e o peso do avaliado, será determinado por meio de nomograma específico o
VO2max do avaliado.
167
Unidade II
Figura 112 – Nomograma para a determinação do VO2max do avaliado por meio do protocolo de banco de Astrand‑Ryhming
Como podemos observar por meio do nomograma, esse teste determina o VO2max em l.min‑1. Assim,
alguns cálculos ainda deverão ser realizados para converter l.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal
(ml.kg‑1.min‑1).
Inicialmente será necessário converter l.min‑1 em ml.min‑1. Para isso, é necessário multiplicar o valor
obtido por 1000.
E então, para converter o valor de ml.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal (ml.kg‑1.min‑1), é
necessário dividir o valor obtido pelo peso corporal.
168
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
(
VO máx. ml.min−1
VO2máx.[ml kg.min =
2
−1 ( )
peso corporal
Veja o exemplo:
Considere uma avaliada do sexo feminino, que obteve FC de 144 bpm ao final do teste e pesa 60 kg.
Ao traçar uma reta no nomograma da FC atingida por mulher e o peso de mulher, obteremos o VO2max
de 2,7 l.min‑1:
Figura 113 – Exemplo de determinação do VO2max do avaliado por meio de nomograma no protocolo de banco de Astrand‑Ryhming
Para converter l.min‑1 em ml.min‑1, é necessário multiplicar o valor obtido por 1000.
169
Unidade II
Logo:
Após isso, para converter o valor de ml.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal (ml.kg‑1.min‑1), é
necessário dividir o valor obtido pelo peso corporal.
Logo:
( −1
VO2máx.[ml kg.min =
2 (
VO máx. ml.min−1 )
peso corporal
( 2700
VO2máx.[ml kg.min−1 =
60
Esse teste determina o VO2max em l.min‑1. Assim, alguns cálculos ainda deverão ser realizados para
converter l.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal (ml.kg‑1.min‑1).
Inicialmente, será necessário converter l.min‑1 em ml.min‑1. Para isso, é necessário multiplicar o valor
obtido por 1000.
170
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
E então, para converter o valor de ml.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal (ml.kg‑1.min‑1), é
necessário dividir o valor obtido pelo peso corporal:
( −1
VO2máx.[ml kg.min =
2 (
VO máx. ml.min−1 )
peso corporal
Veja um exemplo:
Considerando um indivíduo que finalizou o teste com 145 bpm de FC e possui 75 kg, teremos o
seguinte resultado:
Logo:
Após isso, para converter o valor de ml.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal (ml.kg‑1.min‑1), é
necessário dividir o valor obtido pelo peso corporal.
Logo:
( −1
VO2máx.[ml kg.min =
2 (
VO máx. ml.min−1 )
peso corporal
( 3500
VO2máx.[ml kg.min−1 =
75
171
Unidade II
Protocolo de Astrand‑Ryhming
Entre as técnicas de teste submáximo, utilizando cicloergômetro, esta vem tendo a maior preferência
dos pesquisadores para área da Educação Física.
Após a aplicação do teste, o VO2max em l.min‑1 será calculado por meio da seguinte equação:
( ) FCmax − FCrepouso
VO2máx. l.min−1 =
FCesforço − FCrepouso
x VO2carga
Em que:
FCmax (bpm): frequência cardíaca máxima prevista para a idade. Pode ser obtida por meio da equação:
FCesforço (bpm): média da frequência cardíaca obtida no quinto e no sexto minuto de esforço:
VO2carga: consumo de oxigênio expresso em l.min‑1, necessário para pedalar a carga de trabalho
pela relação:
Caso o avaliado tenha idade superior a 25 anos, o seguinte fator de correção deverá ser aplicado:
172
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Após a aplicação do fator de correção, deve‑se multiplicá‑lo pela medida de VO2max em l.min‑1
estimada anteriormente.
Esse teste determina o VO2max em l.min‑1. Assim, alguns cálculos ainda deverão ser realizados para
converter l.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal (ml.kg‑1.min‑1).
Inicialmente, será necessário converter l.min‑1 em ml.min‑1. Para isso, é necessário multiplicar o valor
obtido por 1000.
E então, para converter o valor de ml.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal (ml.kg‑1.min‑1), é
necessário dividir o valor obtido pelo peso corporal:
( −1
VO2máx.[ml kg.min =
2 (
VO máx. ml.min−1 )
peso corporal
Veja um exemplo:
Homem
24 anos
Peso: 70 kg
FCrepouso: 70 bpm
VO2carga (l.min‑1) =
Logo:
173
Unidade II
Logo:
158 + 162
FCesforço (bpm) =
2
FC esforço(bpm) = 160
Assim:
FCmáxima = 196
Então:
(
VO2máx. l.min−1 = )
FCmax − FCrepouso
FCesforço − FCrepouso
x VO2carga
(
VO2máx. l.min−1 = )
196 − 70
160 − 70
x2,229
(
VO2máx. l.min−1 = )
126
90
x2,229
Logo:
174
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Após isso, para converter o valor de ml.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal (ml.kg‑1.min‑1), é
necessário dividir o valor obtido pelo peso corporal.
Logo:
( −1
VO2máx.[ml kg.min =
2 (
VO máx. ml.min−1 )
peso corporal
( 3120
VO2máx.[ml kg.min−1 =
70
Teste submáximo para avaliar a capacidade aeróbia de adultos saudáveis entre 20 e 59 anos em
modelo de estágio único. Para a realização desse teste, será utilizado estágio único de quatro minutos.
Durante a realização desse teste, será necessário anotar a velocidade máxima atingida durante o teste
(km/h), a FC máxima atingida e a idade do avaliado.
A velocidade de trabalho varia entre 3,2 e 7,8 km/h, dependendo do nível de condicionamento físico
do avaliado, com inclinação de 5%. Haverá aquecimento prévio de quatro minutos com inclinação de 0%
VO2máx. [ml(kg.min)‑1)]
= 15,1
+ (0,0054 x FC x I) + (5,98 x G)
175
Unidade II
Onde:
I: idade em anos
Veja um exemplo:
Homem
30 anos
Logo:
VO2máx. [ml(kg.min)‑1)]
= 15,1
+ (0,0054 x FC x I) + (5,98 x G)
VO2máx. [ml(kg.min)‑1)]
= 15,1
VO2máx. [ml(kg.min)‑1)]
= 15,1
176
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
VO2máx. [ml(kg.min)‑1)]
Esse teste é exclusivo para homens adultos, sedentários, cardíacos ou de alto risco. O teste se inicia
após aquecimento prévio de dois minutos. O tempo de cada estágio é de dois minutos; o primeiro se
inicia com velocidade de 1,6 km/h e inclinação de 0% e no segundo estágio a velocidade é aumentada
para 3,2 km/h e a inclinação permanece em 0%. Nos estágios subsequentes, a velocidade permanece
constante em 3,2 km/h e a inclinação é aumentada em 3,5% a cada dois minutos.
Após a realização do teste, o VO2max será calculado por meio da equação proposta por Foster
et al. (1984):
Observação
Homem
30 anos
177
Unidade II
Protocolo de Bruce
É um dos protocolos que tem maior aceitação por cardiologistas. O objetivo do teste é elevar a
FC até 50% a 85% da FC máxima prevista para a idade. Para isso, o avaliado irá realizar um protocolo
constante, com aumentos de intensidade e inclinação a cada três minutos. O protocolo se inicia com
um aquecimento de três minutos, com caminhada na velocidade de 3 a 4 km/h sem inclinação. Após o
aquecimento, se inicia o primeiro estágio, com velocidade de 2,7 km/h e inclinação de 10%, e, a cada
estágio, haverá aumento de 1,4 km/h na velocidade e 2% de aumento na inclinação até que a FC alcance
os valores submáximos preconizados.
22
9,6 KM/h
20
8,8 KM/h
18
8,0 KM/h
Inclinação (%)
16
6,7 KM/h
14
5,5 KM/h
12
4,0 KM/h
10
2,7 KM/h
0 3 6 9 12 15 18 21
Tempo (min)
Homem cardiopata:
Homem ativo:
Homem sedentário:
178
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Mulher:
Logo:
Os testes máximos são aqueles em que as cargas de trabalho impostas ao avaliado atingem pelo
menos 90% da FCmax, e, de acordo com o American College of Sports Medicine (2007), são protocolos
extremamente úteis para a determinação de doença arterial coronariana em indivíduos assintomáticos
quando utilizados na avaliação direta, com analisador de gases. São testes que necessitam de ergômetros
específicos e profissionais bem treinados para sua execução, porque, em sua maioria, os testes
apresentados na literatura são diretos. Os protocolos máximos são mais indicados para indivíduos com
um bom nível de condicionamento físico, uma vez que eles devem continuar até a exaustão voluntária
do indivíduo.
• São mais úteis para diagnosticar doença arterial coronariana em indivíduos assintomáticos.
Para garantir maior segurança ao participante, anteriormente ao teste de esforço, seja ele máximo
ou submáximo, o avaliado deve ler e assinar um termo de consentimento explicativo sobre as condições
do teste, juntamente com os riscos e benefícios, e é recomendado também que o avaliado responda ao
questionário Physical Activity Readiness Questionnaire (PAR‑Q)
179
Unidade II
Além disso, os seguintes critérios, preconizados pelo American College of Sports Medicine (2000),
deverão ser considerados como contraindicações a realização.
180
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
• Angina instável.
• Infecções agudas.
Ainda de acordo com o American College of Sports Medicine (2000), os seguintes critérios de
interrupção do teste de esforço tendo como objetivo a avaliação da aptidão aeróbia sem monitoramento
eletrocardiográfico deverão ser seguidos:
• Queda significativa da pressão sistólica ou incapacidade de elevação dessa pressão com o aumento
da intensidade do exercício.
• Elevação excessiva da pressão arterial: pressão sistólica > 260 mmHg ou pressão diastólica > 115 mmHg.
• Sinais de pouca perfusão: aturdimento, confusão, ataxia, palidez, cianose, náusea ou pele fria e viscosa.
181
Unidade II
Embora a maioria dos testes máximos sejam aplicados de forma direta, existem vários protocolos
na literatura que são válidos para a determinação do VO2max de forma indireta. Citaremos alguns
testes a seguir.
Esse protocolo é extremamente interessante para avaliados com baixo condicionamento físico. Após
aquecimento inicial, o avaliado irá realizar três estágios de três minutos na velocidade de 3,2 km/h,
sendo o primeiro com inclinação de 7% e mais 3,5% de aumento para o segundo e terceiro estágios.
Após essa fase inicial do protocolo, haverá aumento da velocidade por mais dois estágios (quarto e
quinto) para 4,8 km/h e reduz‑se a inclinação para 10% e 12,5%, respectivamente. Na última fase
do protocolo (a partir do sexto estágio) com inclinação de 12%, adicionam‑se 2% a cada estágio, e a
velocidade permanece constante em 5,5 km/h até a exaustão voluntária.
A estimativa do VO2max é determinada pela seguinte equação, preconizada por Bruce (1971):
Homens:
Mulheres:
Veja o exemplo, considerando uma mulher que finalizou o teste com 18 minutos:
182
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Esse protocolo é indicado para avaliados homens e mulheres mais bem condicionados. Para a
realização desse teste, a inclinação da esteira rolante permanece em 10% do primeiro ao quarto estágio,
sendo que o primeiro estágio tem velocidade pré‑definida de 2,7 km/h e se eleva para 4,8 km/h no
segundo estágio; passando para o terceiro estágio, um novo incremento na velocidade é adicionado,
de 1,6 km/h (6,4 km/h), e o mesmo ocorre no quarto estágio, mais 1,6 km/h (8,0 km/h). Após os quatro
estágios iniciais, a inclinação aumenta para 15% (quinto estágio). A partir do sexto estágio, a inclinação
permanece a mesma e a velocidade segue com incremento de 1,6 km/h até a exaustão voluntária.
Os estágios 1 e 5 têm duração de três minutos, já os estágios 2 a 4 e 6 até o final do teste são
mantidos em dois minutos. O tempo é um minuto maior somente nos estágios em que há inclinação da
esteira rolante.
Homens:
Mulheres:
Veja o exemplo, considerando um homem bem condicionado que encerrou o teste em 15 minutos:
Para a realização do protocolo de Balke, serão utilizados estágios progressivos de dois minutos,
iniciando em zero watts com aumento de 25 watts para indivíduos não condicionados e 50 watts para
indivíduos bem condicionados fisicamente (tanto homens quanto mulheres) até a exaustão voluntária.
Para a determinação do VO2max, é necessária a verificação do peso corporal do avaliado antes da
realização do teste, bem como da última carga completada pelo indivíduo em watts.
183
Unidade II
Veja o exemplo de um indivíduo que pesa 75 kg e finalizou o teste em 250 watts de carga final:
200 + (3000)
(
VO2máx.[ml kg.min−1 =
75
(
VO2máx.[ml kg.min−1 =
3200
75
Muito semelhante ao protocolo preconizado por Balke, entretanto, a duração de cada estágio é de
três minutos, o que torna o teste mais interessante para indivíduos de baixo condicionamento físico. É
necessário o peso do avaliado para o cálculo final. Após aquecimento prévio de três minutos, inicia‑se o
teste com a carga do primeiro estágio sendo de 10, 25 e 50 watts para cardiopatas, mulheres e homens,
respectivamente. A partir dos próximos estágios, 25 watts serão adicionados a cada três minutos até a
exaustão voluntária. Uma diferença importante entre os protocolos é que, neste, o valor do VO2max é
expresso em ml.min‑1.
Assim, para converter o valor de ml.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal (ml.kg‑1.min‑1), é
necessário dividir o valor obtido pelo peso corporal.
184
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
(
VO2máx.[ml kg.min =
2
−1 (
VO máx. ml.min−1 )
peso corporal
Veja um exemplo:
Mulher
Peso 85 kg
Após isso, para converter o valor de ml.min‑1 para o valor relativo ao peso corporal (ml.kg‑1.min‑1), é
necessário dividir o valor obtido pelo peso corporal.
Assim:
(
VO2máx.[ml kg.min =
2
−1 (
VO máx. ml.min−1 )
peso corporal
( 3897,5
VO2máx.[ml kg.min−1 =
85
Para qualquer um dos protocolos de cicloergômetro de perna citados, o VO2max pode ser calculado,
ainda de acordo com a recomendação do American College of Sports Medicine (2009) e com o tipo de
bicicleta utilizada.
185
Unidade II
Bicicleta mecânica:
Bicicleta eletromagnética:
Após a determinação do VO2max por qualquer um dos protocolos citados, desde submáximos aos
máximos, em pista ou em ergômetros, é necessário utilizar valores normativos para cálculo de aptidão
funcional aeróbia.
Idade Muito
Baixo Regular Intermediário Elevado
(anos) elevado
20‑29 < 24 24‑30 31‑37 38‑48 > 48
30‑39 < 20 20‑27 28‑33 34‑44 > 44
40‑49 < 17 17‑23 24‑30 31‑41 > 41
50‑59 < 15 15‑20 21‑27 28‑37 > 37
60‑69 < 13 13‑17 18‑23 24‑34 > 34
Idade Muito
Baixo Regular Intermediário Elevado
(anos) elevado
20‑29 < 25 25‑33 34‑42 43‑52 > 52
30‑39 < 23 23‑30 31‑38 39‑48 > 48
40‑49 < 20 20‑26 27‑35 36‑44 > 44
50‑59 < 18 18‑24 25‑33 34‑42 > 42
60‑69 < 16 16‑22 23‑30 31‑40 > 40
186
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
O limiar anaeróbio (LAn) tem sido alvo de muitas pesquisas relacionadas à fisiologia do exercício
desde que a formação de lactato durante a contração muscular foi demonstrada por Fletcher e
Hopkins (1907).
Ele é definido como um aumento inicial nas concentrações de lactato que coincide com um aumento
não linear da ventilação pulmonar, do quociente respiratório e da produção de dióxido de carbono.
A determinação do LAn pode ser feita através da mensuração direta do lactato sanguíneo por um
método direto – por meio da análise de gases (VO2max), por exemplo – ou por métodos indiretos.
A determinação do LAn através do método direto apresenta algumas vantagens com relação a sua
aplicabilidade, tais como: alta validade e reprodutibilidade, alta correlação com a performance em
provas de endurance, maior sensibilidade às adaptações decorrentes do treinamento e fácil aplicação.
Das técnicas amplamente utilizadas para mensuração do limiar anaeróbio, destaca‑se a determinação
da máxima fase estável de lactato (MFEL), que é considerada o protocolo gold standard na determinação
do LAn. A MFEL é definida como a mais alta intensidade de exercício em que existe equilíbrio entre a
produção e a remoção do lactato sanguíneo durante protocolos de cargas constantes.
Observação
O protocolo da MFEL envolve a realização de quatro a seis sessões de exercícios de cargas constantes
em diferentes intensidades com duração aproximada de 30 minutos. É recomendado que apenas duas
187
Unidade II
sessões sejam realizadas por dia, com intervalo mínimo de quatro horas entre elas. A cada cinco minutos
são coletadas, do lóbulo da orelha, amostras de 25 µl de sangue para determinação das concentrações
sanguíneas de lactato. Após essa fase, a curva de lactacidemia versus tempo de exercício é plotada com
o intuito de definir a intensidade correspondente à MFEL, na qual não há aumento igual ou superior a 1
mmol/L (HECK et al., 1985; CARTER; JONES; DOUST, 1999) do décimo ao trigésimo minuto de exercício.
Figura 116 – Demonstração da extração de 25 µl de sangue do lóbulo da orelha para posterior análise das concentrações de lactato
sanguíneo em lactímetro
188
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
A figura a seguir mostra a determinação do limiar anaeróbio por meio da MFEL. A série representada
na cor azul mostra a intensidade de MFEL:
6
5
Concentração de lactato (mmol/L)
0
5 10 15 20 25 30
Tempo (min)
Figura 118 – Determinação da máxima fase estável de lactato por meio das concentrações de lactato sanguíneo
Embora muito utilizado por equipes esportivas de alto nível que, normalmente, disponibilizam de um
fisiologista do exercício entre os membros da comissão técnica, a mensuração da capacidade aeróbia pelo
Lan ou pela MFEL, através dos métodos citados, exige a disponibilidade de equipamentos sofisticados,
além do elevado custo operacional por atleta, tornando sua utilização limitada. Infelizmente, nem todas
as equipes dispõem de suporte financeiro necessário para a aquisição de equipamentos específicos para
a realização de avaliações constantes utilizando a lactacidemia. Além disso, o tempo necessário para a
realização do protocolo, da análise e da interpretação dos resultados muitas vezes é inviável para ajustar
as intensidades de treino durante a periodização.
O teste não invasivo de potência crítica (Pcrit), proposto inicialmente por Monod e Scherer (1965)
e modificado por Wakayoshi et al. (1992) para velocidade crítica (Vcrit), tem sido amplamente utilizado
para a determinação do Lan e é definido como a máxima intensidade de exercício que teoricamente
pode ser mantida por um longo período de tempo sem fadiga. Acima dessa intensidade de esforço,
ocorre a utilização de um estoque limitado de energia anaeróbia para atender as necessidades adicionais
do exercício (BISHOP; JENKINS; HOWARD, 1998). Segundo o modelo, o esgotamento desse estoque,
denominado capacidade de trabalho anaeróbio (CTA), leva o executante à exaustão (BISHOP; JENKINS;
HOWARD, 1998). Desse modo, através de modelo matemático, os valores de distância e tempo são
submetidos ao procedimento de regressão linear para estimativa da Vcrit e da capacidade de trabalho
anaeróbio (CTA), pelo modelo linear distância‑tempo.
Alguns estudos têm demonstrado que o parâmetro aeróbio do modelo de Vcrit apresenta elevadas
correlações com o Lan, verificados por intensidades de esforço determinadas através de protocolos que
utilizam concentração fixa e variáveis de lactato sanguíneo, sugerindo que a Vcrit pode ser utilizada
189
Unidade II
como um índice não invasivo de determinação da capacidade aeróbia dos atletas. Além disso, esse
método de avaliação tem sido objeto de vários estudos por ser um teste não invasivo e de custo reduzido.
Para a determinação da Vcrit, serão utilizadas quatro cargas exaustivas distintas. Os valores de
distância e tempo serão submetidos ao procedimento de regressão linear para estimativa da Vcrit,
pelo modelo linear distância versus tempo. A velocidade crítica dos avaliados será determinada
pelo coeficiente angular de cada uma das regressões individuais. Esse teste pode ser utilizado para
qualquer exercício ou modalidade esportiva. Basta que o tempo de exaustão para cada esforço
específico seja anotado.
Além disso, de acordo com o modelo original, a Pcrit também pode ser mensurada, assim como
a força crítica (Fcrit). Nesse caso, o avaliado irá realizar algumas cargas de esforço até exaustão, que
será assumida como a incapacidade do avaliado em manter a intensidade previamente definida por
tempo igual a 10 segundos, ou quando voluntariamente o avaliado não mais conseguir continuar o
exercício nas intensidades previamente determinadas. Nesses dois casos, os tempos de execução para
cada esforço até a exaustão voluntária serão registrados e assumidos como tempo limite (Tlim). A Pcrit
ou Fcrit corresponderá ao coeficiente linear dos pontos obtidos da relação linear P ou F versus 1/Tlim.
Os modelos distância vs. tempo e força vs. 1/Tlim estão representadas a seguir para o exercício de natação.
500
y = 1,3472x + 39,475
R² = 0,9996
400
Distância (m)
300
200
100
0 100 200 300 400
Tempo (s)
Figura 119 – Determinação da intensidade (s/100m) correspondente à Vcrit por meio da relação linear distância versus tempo obtida
por um nadador, após esforços máximos de 200 m, 300 m, 400 m e 500 m
190
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
130
y = 5092,7x + 84,059
120 R² = 0,9879
110
90
0
0 0,002 0,004 0,006 0,008
1/tlim (s ) -1
Figura 120 – Determinações da Fcrit obtida por meio da relação linear F versus 1/tlim (s‑1) de um nadador, obtidas após esforços
máximos nas intensidades de 90 N, 100 N, 110 N e 120 N
Além da FC, podem ser utilizados os comportamentos das concentrações de lactato sanguíneo e VO2
para a mesma análise.
191
Unidade II
Saiba mais
Figura 121 – Protocolo experimental adaptado de Manchado et al. (2006) para a determinação da velocidade crítica (Vcrit) baseada
no método Chassain (1986)
No caso de haver coletas de lactato sanguíneo ou de consumo de oxigênio, essas variáveis devem
ser anotadas ao final do terceiro minuto do primeiro esforço e ao final do terceiro minuto do segundo
esforço para o cálculo do delta lactato ou VO2.
A seguir, exemplos da regressão obtida por meio de um gráfico ilustrativo da determinação da Vcrit
e Pcrit por meio do método Chassain:
192
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
76 y = -0,3107x + 71,621
R² = 0,9942
Tempo (s/100 m)
74
72
70
68
66
-10 -5 0 5 10 15
∆FC
Figura 122 – Exemplo da determinação da velocidade crítica pelo método Chassain (1986) por meio das frequências cardíacas (ΔFC)
de um único nadador utilizando o procedimento não exaustivo de duplos esforços. Cada ponto expresso graficamente representa a
frequência cardíaca obtido em intensidade equivalente. A Vcrit estimada corresponde ao intercepto Y da regressão linear obtida
80
60
40
20
0
-10 -5 0 5 10
∆FC
Figura 123 – Exemplo da determinação da força crítica pelo método Chassain (1986) por meio das frequências cardíacas (ΔFC) obtidas
de um único nadador utilizando o procedimento não exaustivo de duplos esforços. Cada ponto expresso graficamente representa o
delta frequência cardíaca obtido em intensidade equivalente. A Fcrit estimada corresponde ao intercepto Y da regressão linear obtida
A determinação da capacidade aeróbia por meio da estimativa de limiar anaeróbio pode ser utilizada
com frequência, principalmente por meio dos testes de Vcrit. Embora haja a necessidade de utilização
de modelos matemáticos para sua determinação, as técnicas utilizadas para a realização dos esforços
são simples e eficazes.
Para avaliar a potência anaeróbia, é necessário que o esforço realizado seja máximo ou muito
próximo do máximo.
A potência anaeróbia é representada pelo trabalho muscular realizado por unidade de tempo,
enquanto a capacidade anaeróbia se refere à quantidade total de trabalho realizado no decorrer do
teste (GUEDES; GUEDES, 2006)
É sabido que a potência anaeróbia alática reflete a velocidade em que ocorre a quebra da
creatina fosfato na célula muscular ativa para a ressíntese do ATP (adenosina trifosfato), enquanto
a potência anaeróbia lática reflete a velocidade com que o ATP pode ser ressintetizado por
intermédio da glicólise anaeróbia.
Embora os testes que avaliam potência ou capacidade anaeróbia sejam predominantemente diretos
(com uso de lactacidemia, por exemplo) e utilizem ergômetros para sua determinação, alguns testes são
usados para verificar a potência anaeróbia de forma indireta.
Wingate (1987)
O teste de Wingate foi desenvolvido por Bar‑Or na década de 1980 e é considerado um dos testes
mais utilizados para avaliação da potência e capacidade anaeróbia no campo da Educação Física.
Basicamente, para a realização do teste, o avaliado deverá pedalar na máxima velocidade possível
por um tempo de 30 segundos, mantendo a carga constante. A carga será designada de acordo com o
peso do avaliado. Sendo expressa em kg, é equivalente a 0,075 kp/kg para mulheres e 0,090 kp/kg para
homens. Para crianças e obesos, a carga pode ser menor; já para atletas, será adotada maior carga de
trabalho: de 0,100 a 0,110 km/kg.
Para esse procedimento, é necessária uma bicicleta de frenagem mecânica ou eletromagnética com
dispositivo para a contagem de rotações dos pedais, as quais deverão ser registradas a cada cinco
segundos. Caso não haja esse dispositivo, dois avaliadores podem contar as rotações dos pedais a cada
cinco segundos.
O selim deve ser ajustado de acordo com a estatura do avaliado, de modo que a flexão de joelho
esteja em 10 a 15 graus no momento que o pedal passa próximo ao chão.
O avaliado deverá executar um aquecimento prévio no cicloergômetro para elevar a FC por volta de
150‑160bpm. É recomendado, ainda, que durante o período de aquecimento, o avaliado execute sprints
de cinco segundos para se familiarizar com a dificuldade do teste. O aquecimento deve se seguido de
cinco minutos de pausa antes da execução do teste propriamente dito.
194
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
O início do teste se dá por meio de o avaliado pedalar o mais rápido possível sem carga de trabalho,
mantendo‑se sentado no selim, e em seguida será adicionada carga lentamente, até chegar à carga do
teste do sujeito. Isso deve ocorrer num período de dois a quatro segundos. Assim que o avaliado alcançar
a carga de trabalho para o teste, 30 segundos serão contados, e ele deve pedalar o mais rápido possível.
Poderá haver incentivo sonoro ao participante: “vamos lá!”, “muito bem!”.
Após o teste, o avaliado deve permanecer pedalando por mais três minutos para voltar à calma.
Após a realização do teste, serão estabelecidos os valores de potência, capacidade e índice de fadiga
anaeróbios.
A potência anaeróbia será representada pelo número de rotações dos pedais, realizados a cada
cinco segundos, e pela distância, em metros, que o cicloergômetro teoricamente se desloca a cada
rotação do pedal.
Assim:
A capacidade anaeróbia será estimada pelo número total de rotações no período dos 30 segundos e
pela distância de deslocamento do cicloergômetro a cada rotação do pedal:
O índice de fadiga (If) é representado pela perda relativa da potência anaeróbia desde o momento
que alcançou o pico máximo e o mínimo de potência anaeróbia, expresso pela seguinte equação:
Pmax − Pmin
If ( % ) = x100
Pmax
As tabelas a seguir ilustram os indicadores relacionados aos componentes anaeróbios tanto para
homens quanto para mulheres.
195
Unidade II
196
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Rast
O running anaerobic sprint test (Rast), da Universidade de Wolverhampton, foi desenvolvido para
determinar inicialmente potência e índice de fadiga; entretanto, o protocolo nos permite calcular
outras variáveis. Muito semelhante ao Wingate, mas com a vantagem de ser realizado sem ergômetro
ou qualquer outro equipamento muito sofisticado. Esse teste é amplamente utilizado por atletas de
modalidades coletivas, bem como para indivíduos fisicamente ativos. Por se tratar de um teste de
velocidade máxima, deve ser utilizado por indivíduos sedentários com cautela.
O avaliador deverá portar papel e caneta para anotar os tempos de execução das corridas, bem como
um cronômetro para verificar o tempo. O protocolo consiste na realização de seis corridas máximas de
35 m, separados por 10 segundos de intervalo entre as repetições, no qual os tempos das corridas e a
distância são utilizados para calcular as seguintes variáveis:
197
Unidade II
• Velocidade:
• Aceleração:
Velocidade
Aceleração =
Tempo ( segundos )
• Força:
• Potência:
Lembrando que velocidade, aceleração, força e potência devem ser calculadas para cada uma das
seis repetições.
• Potência máxima (watts): será considerado o maior valor de potência das seis tentativas.
• Potência mínima (watts): será considerado o menor valor de potência das seis tentativas.
198
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
O índice de fadiga representa os declínios na potência para o atleta. Quanto mais baixo o valor, mais
alta é a habilidade do atleta em manter desempenho anaeróbio.
Os resultados desse teste devem ser comparados com resultados anteriores ou futuros para
acompanhar o programa de treinamento, ou ajustá‑lo, caso necessário.
O teste de Margaria tem como objetivo avaliar o sistema anaeróbio alático (ATP‑CP) e pode ser
utilizado para indivíduos do sexo masculino e feminino. O teste propriamente dito consiste em subir
uma escada de nove degraus, na maior velocidade possível, sendo a primeira pisada no terceiro degrau,
a segunda no sexto degrau e a terceira no nono degrau. Inicialmente, o avaliado deverá tomar uma
distância de seis metros dos degraus da escada; quando pisar o terceiro degrau, o cronômetro será
acionado e parado quando ele pisar o nono degrau.
O tempo gasto entre o terceiro e o nono degrau será usado na seguinte equação para o cálculo da
potência anaeróbia alática (kgm/s):
Onde:
D: distância vertical percorrida expressa em metros entre o terceiro e o nono degraus – altura dos
degraus x seis degraus;
Tempo gasto: tempo gasto em segundos para percorrer do terceiro ao nono degrau;
199
Unidade II
Veja um exemplo:
Homem
75 kg
Percorreu do terceiro ao nono degrau com distância vertical de 1,5 metros em 0,650 s.
Então:
75 Kg x1,5m
Pan (kgm / s ) =
0,650
112,5
Pan (kgm / s ) =
0,650
Pan(kgm/s) = 173,07
200
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Após o cálculo, usar as tabelas para homens e mulheres para classificar a potência anaeróbia alática.
Os testes de potência e capacidade anaeróbia foram desenvolvidos para indivíduos adultos e devem
ser utilizados com cautela em crianças, uma vez que existem algumas diferenças significativas no
padrão de funcionamento do metabolismo energético em crianças. As crianças pré‑púberes apresentam
menor capacidade anaeróbia comparadas às mais velhas. Isso ocorre em função de vários fatores,
tais como diferenças no padrão do recrutamento de unidades motoras, maior quantidade de fibras
musculares oxidativas (tipo I) quando comparadas as glicolíticas (tipo II), níveis mais baixos de glicogênio
intramuscular e atividade das enzimas glicolíticas‑chave, como a fosfofrutoquinase (PFK) e a lactato
desidrogenase (LDH), reduzidas.
A atividade das enzimas PFK e LDH é aproximadamente 50% mais baixa em crianças quando
comparadas a adolescentes, o que implica numa menor taxa de conversão do glicogênio muscular em
lactato para refosforilação, ou seja, o índice de utilização do glicogênio em crianças é menor.
Lembrete
201
Unidade II
Resumo
Após sua realização, caso haja desvios, eles deverão ser corrigidos com
exercícios quando possível.
Exercícios
A avaliação da postura corporal deve levar em consideração a influência dos padrões estéticos
determinados pela cultura
porque
os critérios utilizados para definição de uma boa postura corporal são padronizados de acordo com
os princípios cinesiológicos e devem ser aplicados a todos indistintamente.
202
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
D) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta
da primeira.
E) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
Análise da questão
A primeira afirmativa é falsa porque a avaliação da postura corporal não é baseada em padrões
estéticos, mas numa postura “padrão” ou “ideal” de acordo com curvaturas anatômicas. Já a
segunda afirmativa é verdadeira porque existem padrões que devem ser levados em consideração
independentemente da pessoa.
III – Buscar referências na literatura científica sobre o problema em empresas do mesmo segmento.
Tomando como base essa situação hipotética, assinale a alternativa que congrega as decisões que
aumentariam a credibilidade das informações apresentadas pelo profissional.
203
Unidade II
A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, IV e V
D) II, III e V.
E) III, IV e V.
204