Guia Genética Humana Unidade 2
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UNIDADE 2
Unidade 2
Apresentação
Querido aluno, estamos iniciando mais uma unidade. A cada novo módulo, distribua o
tempo para se dedicar aos assuntos. Disciplinar-se para cumprir o horário planejado
agiliza a realização das atividades e poupa esforços.
No vídeo e no livro texto você pôde observar que algumas aberrações cromossômicas
afetam a estrutura dos cromossomos – aberrações estruturais -, enquanto que outras
afetam o número deles – aberrações numéricas. Abordaremos com profundidade os
tipos de aberrações nos tópicos que se seguem.
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Aberrações numéricas
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Figura 1. Síndrome de Klinefelter
Fonte: http://www.meuconforto.com/sindrome-de-kleinefelter/
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do centrômero no início da anáfase ou da perda de algum cromossomo por não ter ele
se ligado ao fuso.
Na meiose, a não segregação tanto pode ocorrer na primeira divisão como na segunda.
No primeiro caso, o gameta com o cromossomo em excesso, em lugar de ter apenas
um dos cromossomos de um dado par, terá os dois constituintes do mesmo par, um
paterno e um materno. No segundo caso, o gameta com o cromossomo em excesso
terá dois cromossomos paternos ou dois maternos.
Quando em consequência desses processos de não-segregação falta um cromossomo
de um dado par, isto é, quando o número de cromossomos da célula é 2n – 1, diz-
se que a célula apresenta monossomia para este cromossomo. Se faltam os dois
elementos do mesmo par 2n-2, tem-se nulissomia. Se, pelo contrário, houver aumento
do número de cromossomos de um determinado par, a célula será polissômica para o
cromossomo em questão, ela será trissômica, tetrassômica, etc.
Síndrome de Down
A única trissomia autossômica humana em que um número significativo de indivíduos
sobrevive além do primeiro ano de vida pós-natal, foi relatada pela primeira vez em
1866, por John Landon Douwn. Ele demonstrou que essa síndrome resulta de uma
cópia extra do cromossomo 21. Às vezes também referida como trissomia do 21
(especificada como 47, +21), essa síndrome é encontrada em aproximadamente uma
criança em cada 800 nativivos (Fig. 3).
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Síndrome de Patau
Em 1960, Klaus Patau e seus colaboradores observaram uma criança com graves
malformações do desenvolvimento e um cariótipo com 47 cromossomos. Essa
condição da trissomia do 13 foi descrita em muitos recém-nascidos, sendo denominada
Síndrome de Patau (47, +13) (Fig. 4). A sobrevivência média dessas crianças é de três
meses.
Síndrome de Edwards
Em 1960, John Edwards e seus colaboradores relatam o caso de uma criança
trissômica para o cromossomo 18. Referida como trissomia do 18 (47, +18), essa
síndrome também é chamada de Síndrome de Edwards (Fig. 5), em homenagem ao
seu descobridor. O tempo médio de sobrevivência é inferior a quatro meses.
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Os organismos que contém mais ou menos que um número normal de conjuntos
são aberrantes euploides. Os poliploides são organismos individuais que tem mais
de dois conjuntos cromossômicos. Eles podem ser 3n (triploides), 4n (tetraploides),
5n (pentaplóide), 6n (hexaplóide) e assim por diante. Zangões, vespas e formigas
são monoplóides. Nos ciclos normais destes insetos, os machos se desenvolvem por
partenogênese (desenvolvimento de um tipo especializado de ovócito não fertilizado
em um embrião sem a necessidade fertilização). A poliploidia é muito comum em
plantas, mas rara nos animais.
Aberrações estruturais
Até este momento, você estudou os tipos de aberrações numéricas, a partir de agora
será apresentado os tipos a aberrações estruturais. As mudanças na estrutura dos
cromossomos, chamados de rearranjos, englobam várias classes importantes de
eventos. Um segmento cromossômico pode ser perdido, constituindo uma deleção, ou
duplicado, para formar uma duplicação. A orientação de um segmento dentro de um
cromossomo pode ser revertida, constituindo uma inversão. Ou um segmento pode
ser movido para um cromossomo diferente, constituindo uma translocação.
Deleção
Para entender melhor sobre o processo de deleção observe o vídeo de aproximadamente
3 minutos contido neste link: https://www.youtube.com/watch?v=ZGnRAM253K8.
Agora que você já observou o processo deleção, é importante saber que as deleções
podem terminais, quando há perda de uma extremidade, ou intersticiais, quando
perde-se um pedaço interno. Geralmente as deleções são danosas e produzem
consequências severas.
Duplicação
É a presença de um pedaço do cromossomo em excesso. São mais comuns e menos
prejudiciais que a deleção, donde se conclui que o excesso de genes é menos
prejudicial que falta deles. Peço que você acesse um vídeo de aproximadamente 4
minutos, contido no endereço https://www.youtube.com/watch?v=0XOsY6t2rq8. Nele
você pode encontrar de forma objetiva o processo de duplicação.
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Inversão
É uma reorganização na sequencia dos genes, devida a duas quebras ocorridas em
um cromossomo, seguida de um giro de 180 graus do pedaço rompido. Como não há
perda nem ganho de material genético, os efeitos das inversões estão relacionados
com o efeito de posição. Há casos de esterilidade masculina que estão associados a
inversões no cromossomo Y.
Translocações
Ocorre transferência de parte de um cromossomo para outro cromossomo não
homólogo. Elas ocorrem quando dois cromossomos se quebram e, em seguida trocam
pedaços quebrados.
Hereditariedade
Na primeira unidade nós vimos a história de Gregor Mendel, monge agostiniano que
publicou os resultados de uma série de experimentos que lançariam a base para a
disciplina formal de genética. No livro texto, na página 60, você pode complementar o
estudo dos experimentos realizados por Mendel.
Cruzamento mono-híbrido
Para sua melhor compreensão, é necessário deixar claro que um cruzamento mono-
híbrido consiste no cruzamento de indivíduos puros de duas linhagens parentais, cada
uma mostrando uma das duas formas contrastantes da característica em estudo. O
cruzamento entre as ervilhas de jardim de linhagens puras com caules altos e caules
baixos é representativo dos cruzamentos de mono-híbridos de Mendel. Alto e baixo
são traços contrastantes da característica altura do caule.
Para cada característica que ele escolheu, Mendel obteve linhagens de plantas, as
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quais cultivou por dois anos para ter certeza que eram puras. Uma linhagem pura é
uma população que se reproduz sem variação na característica particular que está
sendo estudada; isto é toda prole produzida por autofecundação ou cruzamento
dentre a população são idênticos na mesma característica. Chamamos as plantas de
linhagem puras de P, ou geração parental; sua prole é a F1, ou primeira geração filial;
os indivíduos resultantes da geração F1 autofecundada constituem a F2, ou segunda
geração filial, e assim por diante.
Mendel fez experimentos similares para estudar a herança de seis outras características:
textura da semente, cor da semente, forma da vagem, cor da flor e posição da flor.
Cada característica que Mendel estudou parecia ser controlada por um fator hereditário
que existia sob duas formas, uma dominante e outra recessiva. Tais fatores são hoje
denominados de genes. Suas formas dominantes e recessivas são chamadas de
alelos.
Ao chegar nessa etapa do estudo, você precisa entender que as correlações numéricas
que Mendel observou nesses cruzamentos, o levaram a conclusão importante que
os genes existem em pares. Mendel propôs que cada uma das linhagens parentais
que ele usou em seus experimentos levava duas cópias idênticas de um gene –
na terminologia moderna, eles são diploides e homozigotos. Entretanto, durante a
produção de gametas, Mendel propôs que estas duas cópias são reduzidas a uma;
isto é, os gametas que emergem da meiose levam uma cópia de cada gene – na
terminologia moderna, são haploides.
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Mendel usou símbolos para representar fatores hereditários. Assim, para as ervilheiras
de Mendel, usamos d para o alelo de traço baixo e D para o alelo de traço alto. Em
genética, a letra que é escolhida para indicar os alelos de um gene em geral é tirada
da palavra que descreve a característica recessiva (d, de dwarfness, anã). Assim, as
linhagens alta e baixa são representadas por DD e dd, respectivamente. Como uma
introdução a este assunto, considere a representação simbólica do cruzamento entre
plantas altas e baixas de ervilhas, apresentado na figura 2.9 do seu livro texto, na
página 63.
Quando os alelos são descritos aos pares (DD, Dd ou dd), o símbolo resultante é
denominado genótipo. Ao lermos o genótipo desse indivíduo, reconheceremos seu
fenótipo: DD e Dd são plantas altas, e dd são baixas. Quando ambos os alelos forem
iguais (DD ou dd), estes alelos estão em homozigose para o traço, e o indivíduo é
homozigoto; quando os alelos são diferentes (Dd), usamos os termos heterozigose e
heterozigoto, respectivamente.
Cruzamento di-híbrido
Cruzamento di-híbrido é um cruzamento de dois fatores, ou seja, envolvendo dois
pares de traços contrastantes. Mendel cruzou plantas que produziam sementes
amarelas lisas com plantas que produziam sementes verdes rugosas. O objetivo
desses experimentos era ver se as duas características das sementes eram herdadas
independentemente.
Os resultados desse cruzamento podem ser observados na figura 2.11 da página 65.
Toda prole F1 deverá ter sementes amarelas e redondas. Aparentemente, portanto,
o traço amarelo é dominante sobre o verde, assim como o liso é dominante sobre o
rugoso. Quando os indivíduos da F1 se autofecundam, aproximadamente 9/16 das
plantas da F2 expressam traços amarelos e lisos, 3/16 expressam amarelo e rugoso,
3/16 expressam verde e liso e 1/16 expressa verde rugoso.
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O quadro de Punnett da figura 2.12 da página 66 do livro texto, mostra como a
distribuição independente funciona na formação da geração F2. Analise a formação
de gametas pelas plantas da F1; a segregação prescreve que cada gameta receba
um alelo G ou um g, bem como um alelo W ou w. A distribuição independente estipula
que as quatro combinações (GW, Gw, g e gw) se formam com iguais probabilidades.
Com base em resultados similares obtidos em numerosos cruzamentos di-híbridos,
Mendel propôs um quarto postulado: Distribuição independente. Durante a
formação de gametas, os pares de fatores unitários que se separam distribuem-se
independentemente um do outro. Esse postulado estabelece que a segregação de
qualquer par de fatores unitários ocorre independentemente de todos os outros. Em
consequência da segregação aleatória, cada gameta recebe um membro de todos os
pares de fatores unitários.
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um heterozigoto é denominada codominância. Você pode estudar mais a respeito
desse assunto na página 69 do livro texto. Para complementar o conhecimento obtido,
você pode também acessar um vídeo de aproximadamente 13 minutos, através do
link: https://www.youtube.com/watch?v=nVbhf7SCujA. A visualização desse vídeo é de
caráter obrigatório.
Alelos múltiplos
O conceito mendeliano de que os genes existem em não mais que dois estados
alélicos teve que ser modificado quando os genes com três, quatro ou mais alelos
foram descobertos. Um exemplo clássico de um gene com múltiplos alelos é o que
controla a cor da pelagem dos coelhos. O gene determinante da cor, indicado pela
letra minúscula c, tem quatro alelos, três dos quais são distinguíveis por um expoente:
c (albino), ch (himalaio), cch (chinchila) e c+ (tipo selvagem). Na condição homozigota,
cada alelo tem um efeito característico sobre a cor da pelagem: cc- pelos brancos por
todo o corpo; ch ch- pelos pretos na extremidade, pelos brancos em todo o restante;
cchcch- pelos brancos com extremidades do corpo pretas; c+c+- pelos coloridos por
todo o corpo. Como a maioria dos coelhos são homozigotos para o alelo c+, este alelo
é chamado tipo selvagem.
Você pode entender mais sobre o assunto na página 71 do livro texto e através
da visualização de um vídeo de aproximadamente 11 minutos, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=AjM9ZwZQ-sk.
Genes ligados ao X
Dando continuidade ao assunto, pode-se observar que em seres humanos, as
características recessivas ligadas a X são muito mais facilmente identificadas do que
as autossômicas recessivas. Um homem só precisa herdar um alelo recessivo para
mostrar uma característica ligada ao X. Entretanto uma mulher precisa herdar dois, um
de cada um de seus genitores. Assim, a preponderância de pessoas que apresentam
características ligadas a X é de homens.
O aprofundamento desse assunto pode ser feito através do livro texto, na página 69,
e através do seguinte link: http://sereduc.com/bsWQ75. Visualize também um vídeo de
aproximadamente 6 minutos no link: https://www.youtube.com/watch?v=fcn4AsKUq6s.
Cada etapa de uma via metabólica é controlada por uma enzima. Alterações estruturais
e na quantidade de polipeptídio pode causar interrupção da via, originando doenças
metabólicas. Algumas doenças metabólicas são assintomáticas e desprovidas
de consequências, há aquelas que são sintomáticas, mas não causam grandes
problemas, e outras manifestam-se com sintomas agudos e somente são compatíveis
com a sobrevivência normal se sua causa for eliminada.
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Geralmente os erros metabólicos são devidos a genes mutantes recessivos. Nos
homozigotos para o gene mutante, a enzima é produzida ou não é produzida, uma
enzima modificada, de ação deficiente, cuja a atividade é inferior à da enzima normal.
Os heterozigotos costumam ser clinicamente normais o que significa que só um gene
dominante, é suficiente para suprir as necessidades do indivíduo.
Para que você entenda a importância desse assunto, é preciso ressaltar que atualmente
são conhecidas mais de 500 anomalias determinadas por alterações bioquímicas
hereditárias e a cada ano, novos erros do metabolismo são identificados. Assim, não
está no objetivo do guia de estudo descrevê-los. Mas, a sua base de estudo será o
livro texto, da página 71 a 75. Além do livro texto, faz-se necessário a visualização dos
seguintes vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=Bk7YZSCnGzs (aproximadamente
45 minutos) e https://www.youtube.com/watch?v=SAiH0VFnMco (aproximadamente 46
minutos). Ainda como forma de construção do aprendizado, recomendo de forma
obrigatória, a leitura dos artigos encontrado nos seguintes links:
http://sereduc.com/AvmViG; http://sereduc.com/eZFL65; http://sereduc.com/TpkcAL; e,
http://www.scielo.br/pdf/anp/v45n2/11.pdf.
Agora que você já leu os artigos, podemos passar para o nosso próximo assunto.
Estamos chegando a reta final da unidade, espero que muitas das suas dúvidas já
tenham sido elucidadas. Se você ainda encontra alguns questionamentos, continue
estudando e realizando as atividades propostas, temos a certeza que o contato diário
com a disciplina responderá muitas das suas indagações.
Câncer
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Os cânceres surgem quando genes críticos são mutados. As alterações genômicas
associadas ao câncer vão desde substituições de nucleotídeos únicos até rearranjos,
amplificações e deleções cromossômicas em larga escala. Entretanto, diferentemente
de ouras doenças genéticas, o câncer é causado por mutações que ocorrem
predominantemente em células somáticas. Outra diferença importante é que os
cânceres raramente surgem de uma só mutação, eles resultam do acúmulo de várias
mutações, cerca de 6 a 12.
Em geral, os tumores benignos são designados com o sufixo oma na célula de origem.
Os tumores de células mesenquimais geralmente seguem esta regra. Por exemplo,
um tumor benigno que surge a partir de células fibroblásticas é chamado de fibroma,
um tumor cartilaginoso é um condroma, e um tumor dos osteoblastos é um osteoma.
Em contraste, a nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é mais complexa.
Eles são classificados de maneira diversa, alguns com base na sua célula de origem,
outros na arquitetura microscópica. Já os tumores malignos, os que surgem no tecido
mesenquimal são geralmente chamados de sarcoma, os originados a partir de células
epiteliais, são chamados carcinomas.
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classes, genes mutantes promovem ativamente a divisão celular; na outra classe,
genes mutantes não reprimem a divisão celular. Os genes da primeira classe são
chamados oncogenes. Os genes na segunda classe são chamados de genes
supressores tumorais.
A genética está intimamente relacionada a oncologia, sendo de fundamental
importância seu estudo. Assim, para dar continuidade ao assunto visto nesse tópico,
faz-se necessário a leitura de alguns artigos encontrados nos seguintes links:
http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/2497/2/9864661.pdf;
http://sereduc.com/ZhcEMA;
http://sereduc.com/x01hsJ.
Após a leitura dos artigos, recomendo o estudo das páginas 87 a 89 do nosso livro
texto. Para complementar o assunto, acesse o link: http://sereduc.com/Wkmt5h.
Agora que você já realizou a leitura do livro texto e dos artigos, tenho certeza que muitas
dúvidas foram esclarecidas. Nossa unidade chegou ao fim, mas o nosso anseio é que
ela tenha proporcionado subsídios necessários a construção do seu conhecimento.
Aproveite esse momento para fazer uma autoanálise, anote as estratégias que o
auxiliaram na captação do conhecimento e reutilize-as na próxima unidade. Mas não
esqueça de avaliar o que precisa ser melhorado para que não haja a repetição dos
mesmos erros. Lembre-se, o nosso principal objetivo é o seu aprendizado.
Seguiremos então para a próxima unidade, mas antes não esqueça que responder as
suas atividades. O acúmulo de atividades pode interferir no processo de construção
intelectual.
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