Aulas 2 e 3 - Direitos Humanos - GCM

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 15

AULA 2 – DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA

O que é Cidadania?

Cidadania consiste no grupo de direitos e deveres civis e políticos exercidos por


um indivíduo que vive em sociedade. Existem inúmeras legislações voltadas
para os deveres e os direitos que o cidadão possui. Por exemplo:
Direitos:

 Direito de ir e vir;
 Acesso à saúde;
 Moradia, alimentação e educação.
Deveres:

 Voto eleitoral (também é um direito);


 Zelo pelo espaço;
 Cumprimento das leis.
Caso haja o descumprimento dos deveres, o indivíduo poderá ter parte de sua
cidadania cassada, como por exemplo presidiários que possuem o direito de de
ir e vir suspenso, o direito de votar vetado, entre outras imposições da lei penal.

Há diversos documentos e marcos legais que servem como instrumento para a


prática da cidadania. O documento que é referência em todo o planeta é
a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Instituído em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU) esse documento
conceitua e enumera os direitos fundamentais do cidadão.

O HOMEM E A SOCIEDADE

O horizonte ético é o que dá sentido a um processo de mobilização, num país


que explica seu horizonte, seu projeto de nação, sua atuação, sua Constituição.

Nela se define suas próprias escolhas. Quando o homem na sua determinação


enquanto ser social pertencente a um Estado Democrático de Direitos os seus
fundamentos são:

• Soberania.

• A cidadania.

• A dignidade da pessoa Humana.

• Os valores dos trabalhos e da livre iniciativa.


• O pluralismo político.

Toda ordem de convivência é constituída; por isso, é possível falar em Homem /


Sociedade sem falar em mudanças? As ordens de convivência são naturais. O
que é natural é a nossa tendência a viver em sociedade.
Pois invertemos a lógica que por séculos moveu a humanidade, - aparecendo à
necessidade se cria o produto-, nos dias de hoje e o contrario – crie o produto e
depois estimule o desejo, a necessidade não e importante- se olharmos em
nossas casas veremos que 80% do que acumulamos foi fruto de nossa
insatisfação temporária com nos mesmo.
Portanto e antes de converter a discussão em um juízo de culpabilidades, se
fomos capazes de criar o caos, também podemos sair dele. Mas por outro lado,
esta sociedade poderá ser a culpada por grandes diferenças sociais, tendo em
conta o seu grau de exigência.
Visto que é uma sociedade que vive do poder da informação, tendo como base
as novas tecnologias ela poderá ser muito discriminatória, quer entre países,
quer internamente, entre empresas, entre pessoas.
Aprender a comunicar – se: base da autoafirmação pessoal do grupo.
Aprender a interagir: base dos modelos de relação social.
Aprender a decidir em grupo: base da política e da economia .
Aprender a cuidar de si mesmo: base dos modelos de saúde e seguridade social.
Aprender a cuidar do entorno: fundamento da sobrevivência.
Aprender a valorizar o saber social: base da evolução social e cultural.
Sabemos que nem toda ordem de convivência é realmente democrática. A
monarquia é uma ordem de convivência, mas não é democrática. Nela um
monarca, por laços de sangue ou divindade, coloca-se fora da sociedade,
diferente dos outros, cria as leis e as normas que vão regê-la.
A cidadania também pode ser definida como a condição do cidadão,
indivíduo que vive de acordo com um conjunto de estatutos pertencentes a uma
comunidade politicamente e socialmente articulada.
Uma boa cidadania implica que os direitos e deveres estão interligados, e o
respeito e cumprimento de ambos contribuem para uma sociedade mais
equilibrada e justa.
Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações,
garantindo que estes sejam colocados em prática. Exercer a cidadania é estar
em pleno gozo das disposições constitucionais. Preparar o cidadão para o
exercício da cidadania é um dos objetivos da educação de um país.
O conceito de cidadania também está relacionado com o país onde a
pessoa exerce os seus direitos e deveres. Assim, a cidadania brasileira está
relacionada com o indivíduo que está ligado aos direitos e deveres que estão
definidos na Constituição do Brasil.

O PACTO SOCIAL E O SURGIMENTO DO ESTADO

- Pacto Social:

a) sociedade natural– o ser humano é dotado de um instinto de


sociabilidade que o leva naturalmente a viver em sociedade – o
homem é um animal político (ênfase no todo, no coletivo: organicismo):
Aristóteles, Cícero, S. Tomás de Aquino, Ranelletti. “A sociedade que
se formou da reunião de várias aldeias constitui a Cidade, que tem a
faculdade de se bastar a si mesma, sendo organizada não apenas para
conservar a existência, mas também para buscar o bem-estar. Esta
sociedade, portanto, também está nos desígnios da natureza (...) É,
portanto, evidente que toda Cidade está na natureza e que o homem
é naturalmente feito para a sociedade política”(Aristóteles – 384 a. C.
- 322 a. C.)
b) b) sociedade como ato racional – as teorias contratualistas negam o
impulso associativo natural; a sociedade é uma criação humana, fruto
de uma decisão racional (ênfase no indivíduo - mecanicismo); partindo
do estado de natureza, o homem, baseado na razão e por vontade
própria, firma um contrato social, estabelecendo um governo e regras
para a vida em sociedade.

Para os denominados Contratualistas, o Contrato Social é o que marca a


transição do estado de natureza para um contexto de sociedade, através de um
pacto com um Estado.

Thomas Hobbes

O primeiro autor dos nomeados Contratualistas é o inglês Thomas


Hobbes (1588 – 1679). Para ele, o projeto de humanidade é pautado em
disputas. Isso porque o ser humano em estado de natureza é individualista;
beligerante pelo excesso de liberdade; com medo e que causa medo.
Dessa forma, ele visualiza o Contrato Social como um diálogo que
envolve a contradição de ideias entre o humano conflituoso – como fruto do meio
em que nasceu – e o poder em mudar esse meio advindo do acordo com um
Estado totalitário. Essa instituição pautada no totalitarismo foi nomeada por ele
como Leviatã, em referência a um monstro marinho da mitologia fenícia.

Assim, exatamente por enxergar o contexto de liberdade como algo


que torna o ser humano violento, Hobbes acredita no Estado como um órgão
único que detém o poder político, sem dividi-lo. A partir dessa caracterização
construíram-se, por exemplo, as monarquias absolutistas, entre os séculos XVI
e XVIII.

Diante disso, para o teórico, no estado de natureza o ser humano


está em uma condição que ele nomeia “guerra de todos contra todos”. Pensando
atualmente nas grandes cidades, uma relação à ideia de “guerra de todos contra
todos”, de Hobbes, é o constante medo da violência, de assaltos, de
assassinatos, enfim, da ausência de segurança pública.

Desse modo, tanto por meio do Contrato Social, quanto na


aproximação da nossa realidade, é o Estado que deve garantir a estabilidade, a
qual é inexistente no estado de natureza hobbesiano. É com esse propósito, para
o teórico, que passa a existir a proteção do Leviatã, um Estado poderoso e
autoritário.

JOHN LOCKE

Locke, por sua vez, possui lentes mais positivas no que se refere
ao indivíduo em estado de natureza se comparado com Hobbes. Para o autor, o
ser humano não é necessariamente mau, mas é naturalmente proprietário. Ou
seja, a concepção de propriedade para ele inclui não apenas a instância
territorial, mas envolve corpo; vida; liberdade; capacidade de trabalho e bens,
considerados direitos naturais.

Diante disso, Locke defende o direito à propriedade, sobretudo


baseado no chamado jusnaturalismo. O que é isso? Apenas um nome para
aquilo que são direitos naturais e imutáveis, isto é, que já nascemos possuindo.
Por exemplo, a nossa capacidade de trabalho. Não é necessário que haja
nenhuma lei formalmente estabelecida que diga que podemos tê-la, concorda?
Isso porque ela é um direito natural.

Da mesma forma, ele acredita que o Contrato Social é firmado


livremente pelas partes. Então, o surgimento do Estado, para Locke, ocorre para
que haja a garantia desses nossos direitos naturais por parte de uma instituição.
Logo, compreende-se que a legitimidade do poder do soberano reside na
proteção da propriedade. Relembrando que ele entende por propriedade: corpo;
vida; liberdade; propriedade privada e tudo o que constitui, para o autor, nossos
direitos naturais.

Logo, a naturalização da posse feita pelo teórico influenciou de


maneira característica o liberalismo burguês, do final da década de 80. Nesse
sentido, Locke compreende o contrato social como uma possibilidade de
amenizar a violência e invasão à soberania da propriedade privada. Porém,
diferente de Hobbes, Locke acredita ser essencial um Estado dividido e a
garantia da desobediência civil, isto é, de a população possuir direito de rebelião.
JEAN JACQUES ROSSEAU

Por fim, de acordo com o autor suíço, no estado de natureza há


harmonia e abundância pelo fato de haver igualdade, liberdade e de o humano
se configurar como um ser coletivo, o qual realiza decisões de forma
conjunta. Isso significa que são seres que decidem objetivando o bem comum.
Então, ele visualiza o Contrato Social como um processo.

Que tipo de processo? O processo que ele nomeia pacto de


restituição coletiva. O que é isso? Para o autor, seria um nome para definir
a transição do estado de natureza para a sociedade civil. Sendo uma transição,
mantém-se características do estado natural as quais Rousseau considera
positivas.
Por exemplo, a igualdade é mantida por meio de uma divisão
igualitária de propriedade, em que a presença dessa propriedade coletiva é o
elemento que surge após o Contrato Social. Assim, Rousseau é evidentemente
antilockiano no sentido de pensar em um bem coletivo, em que a
propriedade privada e desigualmente distribuída é caracterizada por ele como
uma corrupção à coletividade.

E a coletividade? Nesse novo contexto de sociedade civil, ela seria


mantida pela eleição de censores garantidores da moral. Assim, o Estado
idealizado por Verdadeiramente justo, com o poder dividido entre toda a
sociedade.

ESTADO DE DIREITO

O Estado de direito é formado por duas componentes: o Estado


(enquanto forma de organização política) e o direito (enquanto conjunto das
normas que regem o funcionamento de uma sociedade). Nestes casos, portanto,
o poder do Estado encontra-se limitado pelo direito.
O Estado de direito surge por oposição ao Estado absolutista, em
que o rei se encontrava acima de todos os cidadãos e podia ordenar e mandar
sem que mais nenhum poder lhe fizesse contrapeso. O Estado de direito, por
sua vez, supõe que o poder surge do povo, o qual elege os seus representantes
para o governo.

Com o desenvolvimento do Estado de direito, aparece a divisão de


poderes (o Poder Legislativo, o Poder Judicial e o Poder Executivo, três
instâncias que, no Estado absolutista, se reuniam na figura do rei). Desta forma,
os tribunais tornam-se autónomos relativamente ao soberano e aparece o
parlamento para fazer frente e oposição ao poder do governante.
A noção de democracia é outro conceito relacionado com o Estado
de direito, uma vez que supõe que o povo tem o poder e o exerce através das
eleições ao eleger os seus representantes.

Em todo o caso, há que ter em conta que a democracia não implica


que exista um verdadeiro Estado de direito. Um líder pode chegar ao poder por
vias democráticas e depois abolir o Estado de direito, como foi o caso de Adolf
Hitler na Alemanha. Também podem existir governos que respeitam o
funcionamento democrático perante determinadas questões mas que violam o
Estado de direito perante outras.

CONSTITUCIONALISMO

Constitucionalismo é a denominação atribuída pelo movimento


político-jurídico-social que causou a evolução do conceito de Constituição , de
seu conteúdo e do detentor do poder nos Estados. Referida evolução ocorreu
em duas frentes diversas. Uma na Europa e outra nos Estados Unidos, sendo
certo que ambas concorreram para a formação da idéia atual de constituição .

TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES

Baseada na obra de Montesquieu, a teoria surge com a


necessidade de separar as diferentes funções estatais, buscando evitar que
todo o poder se concentre nas mãos de um único governante.
A composição dos poderes do Estado brasileiro, que adotou a
teoria de Montesquieu em sua Constituição, funciona da maneira tripartite:
o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si.
Cada um desses Poderes tem sua atividade principal e outras
secundárias. Por exemplo, ao Legislativo, cabe, principalmente, a função de
produzir leis e fiscalizá-las, e administrar e julgar em segundo plano. Ao
Judiciário, cabe a função de dizer o direito ao caso concreto, pacificando a
sociedade, em face da resolução dos conflitos, sendo, sua função atípica, as de
administrar e legislar. Ao Executivo, cabe a atividade administrativa do Estado,
é dizer, a implementação de o que determina a lei, atendendo às necessidades
da população, como infraestrutura, saúde, educação, cultura. Sendo sua função
secundária as de legislar e julgar.

DIREITOS INDIVIDUAIS

Os direitos individuais são reconhecidos portanto como um ramo


dos direitos fundamentais (pois são estabelecidos em lei) e ancorados nos
princípios dos direitos humanos de primeira geração, que foram os primeiros
conquistados pela humanidade e baseados nas liberdades individuais civis
clássicas, no direito à vida e nos direitos políticos de participação, todos com
base na igualdade.
O Estado não pode desrespeitar esses direitos citados já que eles
possuem características importantes:
 São imprescritíveis, isto é, não se perdem com o tempo mesmo que não
utilizados;
 Possuem inalienabilidade, ou seja, por serem pessoais não podem ser
nem vendidos, nem doados, nem emprestados (com exceção do direito à
propriedade que pode ser perdida ou vendida);
 São indisponíveis, importam não apenas ao titular dos direitos, mas sim a
toda a coletividade (exceto a intimidade e a privacidade); e
 Possuem caráter de indivisibilidade (por serem um conjunto não podem
ser analisados de maneira separada, o desrespeito a um deles é, na verdade,
o desrespeito a todos).
No Brasil os direitos individuais estão previstos principalmente
no art. 5° da Constituição de 1988. O primeiro e mais importante de todos
os direitos humanos é o direito à vida, pré-requisito para todos os outros direitos
e que garante a integridade física e moral dos indivíduos.
É previsto na Constituição brasileira, portanto que, nem o Estado,
nem qualquer membro da sociedade tem o direito de tirar vidas, exceto em casos
de guerra, onde os crimes como traição (auxiliar o inimigo), covardia (fugir na
presença do inimigo), rebelar ou incitar a desobediência contra a hierarquia
militar, desertar ou abandonar o posto, praticar genocídio e praticar crime de
roubo ou de extorsão em zona de operações militares, entre outros, podem levar
a essa punição.
No entanto, o direito à vida vai além de simplesmente viver: é
preciso uma vida digna, acesso a serviços de
saúde, educação, segurança e cultura, cabendo ao Estado garantir acesso de
qualidade a esses e a outros bens e serviços que venha a prestar.
A vida humana também é composta por elementos imateriais muito
importantes para a Constituição, que constituem os direitos individuais e devem
ser respeitados:
 a honra;
 o nome;
 a reputação e a imagem que integram a personalidade moral dos
indivíduos;
 a privacidade que envolve a intimidade de cada um;
 as relações familiares e afetivas;
 os hábitos pessoais;
 o seu domicílio que não pode ser penetrado pelos demais sem o
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito, desastre, para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
 sua correspondência e o respeito ao sigilo desta assim
como a todas as formas de comunicação surgidas com o desenvolvimento da
telecomunicação;
Além disso, outro direito individual é o da liberdade, que abarca
desde a locomoção livre pelo país à liberdade de pensamento, consciência,
expressão e de reunião.
que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano
ou degradante; é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão; é
garantido o direito de propriedade que atenderá a sua função social; assim como
tratamento justo diante da lei e assegurado a todos: direito de defesa; sigilo das
votações; competência para o julgamento de crimes; entre outros.

DIREITOS DIFUSOS
Os direitos difusos são metaindividuais e indivisíveis. Mas há uma
característica principal que permite uma melhor diferenciação dessa categoria
em relação às demais, qual seja: são direitos comuns a um grupo de pessoas
não determináveis e que apenas se encontram unidas em razão de uma
situação de fato.

Para simplificar mais o entendimento, vamos usar um exemplo.


Se uma determinada decisão judicial impõe que uma cláusula de um contrato
bancário seja excluída e não mais utilizada, por ter sido considerada abusiva,
todos os futuros clientes se beneficiarão dessa nova regra. Ora, daí se pode
inferir que todos os consumidores serão os beneficiários, uma vez que são
pessoas indeterminadas que, por circunstâncias de tempo e lugar estão
expostas a uma prática ilegal.Por isso, diz-se ainda que os direitos difusos são
materialmente coletivos, ou seja, apesar de a lei não lhes conceder uma
característica plural, eles são necessariamente usufruídos por um número
indeterminado de pessoas.

DIREITOS COLETIVOS

Ainda no gozo da doutrina de Claudia Lima Marques, temos as


três principais características dos direito coletivos, a saber: transindividuais,
indivisíveis e pertencentes a um grupo determinável de pessoas.

Ao dizer que os beneficiários compõem um grupo determinável de


pessoas pode-se entender tanto como uma entidade associativa quanto
aquelas que possuem uma relação jurídica base estabelecida com a parte
contrária. Fazendo uso do exemplo mencionado acima, compõe um grupo
determinável todos aqueles clientes do banco que possuíam a dita cláusula
abusiva em seu contrato.

Por tal possibilidade de determinação, a demanda judicial pode


ser ajuizada individual ou coletivamente. Nessa segunda hipótese,
independentemente de quem proponha a ação, os efeitos da decisão judicial
beneficiarão toda a coletividade dos consumidores determináveis e não apenas
os associados da parte autora.

VULNERABILIDADES

Vulnerável é algo ou alguém que está suscetível a ser ferido,


ofendido ou tocado. Vulnerável significa uma pessoa frágil e incapaz de algum
ato. O termo é geralmente atribuído a mulheres, crianças e idosos, que possuem
maior fragilidade perante outros grupos da sociedade.
Nossa constituição tem como objetivo proteger determinados
grupos de vulneráveis, descritos na nossa Constituição.
São alguns exemplos:
- Crianças e Adolescentes;
- Deficientes
- Idosos
- Mulheres
- Reconhecidamente pobres na forma da lei.

AULA 3 – DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA PUBLICA

- Direito à vida;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

Justiceiros, linchamentos e a pena de morte


Apesar de ser dever do Estado a prevenção e repressão da
violência, ele tem se mantido inerte diante de tanta violência e criminalidade. Há
tempos a população não recebe do Estado investimentos em ações e projetos
eficientes de combate à criminalidade no Brasil.

A administração pública, vem há décadas negligenciando


a reforma do setor da justiça e a crise no sistema prisional.
As ações realizadas têm sido basicamente reativas,
inadequadas e lentas. Apesar de existir tantos órgãos de
segurança pública no país e tantos profissionais
trabalhando em função disso, o que se percebe é que o
Estado não consegue e não se esforça para erradicar os
dados alarmantes da violência brasileira que só
cresce. (LIMA; PAULA, 2006, p. 26).

O brasileiro tem assistido diariamente uma grave crise no sistema


de segurança pública do país, é inegável que vários setores desse sistema
necessitam urgentemente de reformas pesadas. O que tem se visto é que o
Estado só toma atitudes após graves crimes se tornarem notórios perante a
sociedade causando perplexidade e revolta contra a administração pública.

Não são poucos os estudos que reconhecem incapacidade


do sistema de justiça criminal – agências policiais,
Ministério Público, tribunais de justiça e sistema
penitenciário – em conter o crime e a violência nos marcos
do Estado Democrático de Direito. O crime cresceu e
mudou de qualidade, porém o sistema de justiça
permaneceu operando como o fazia há três ou quatro
décadas atrás. Em outras palavras, aumentou sobremodo
o fosso entre a evolução da criminalidade e da violência e
a capacidade de o Estado impor lei e ordem. Os sintomas
mais visíveis deste cenário são as dificuldades e desafios
enfrentados pelo poder público em suas tarefas
constitucionais de deter o monopólio estatal da violência,
sintomas representados pela sucessão de rebeliões nas
prisões, grande parte dessas ocorrências organizadas de
dentro das prisões por dirigentes do crime organizado
como o Comando Vermelho e Terceiro Comando, no Rio
de Janeiro e o Primeiro Comando da Capital, em São
Paulo. (ADORNO, 2002, p. 102).

JUSTICEIROS

Para Silva (2004) justiceiros são grupos que atuam atacando


possíveis criminosos no intuito de fazer justiça com as próprias mãos, o
significado da palavra justiceiro é “Amante da justiça; rigoroso na aplicação da
lei; imparcial; inflexível; severo; justiçoso.” É preciso afirmar que o justiceiro, aqui
caracterizado é na verdade um amante daquilo que ele e o grupo no qual se
respalda entendem por justiça. Nesse sentido é, sem dúvida, um rigoroso
aplicador da lei, inflexível, implacável, severo e justiçoso, muito embora não seja
imparcial na escolha de suas presas e na aplicação daquilo que chama de lei.
As vítimas justiçadas são cuidadosamente escolhidas e eliminadas, a partir de
critérios localmente estabelecidos e de rituais que frequentemente são
consumados com diversos tiros certeiro.
As ações dos justiceiros nos remete ao passado quando a forma
de resolução de conflitos era a autotutela ou vingança privada em que as
pessoas movidas pelo sentimento de revolta com a impunidade espancavam ou
até matavam um criminoso que tivesse cometido algum crime que eles
repugnassem.

LINCHAMENTOS

O linchamento promovido pelos justiceiros é uma forma de punição


coletiva de alguém que eles acreditam ser culpado por um crime, eles julgam de
acordo com a própria razão deles e aplicam a punição que acham melhor sem
seguir princípios, direitos e muito menos leis. Na maioria dos casos a pena que
eles impõem ao acusado é a morte, mas antes espancam e torturam até
desfigurar o corpo, em alguns casos mais raros cometem apenas agressão. O
único desejo presente nesses atos é a vingança, fazer com que o acusado sinta
dor e pague pelo que fez, sem o mínimo de proporção ou simetria entre o crime
cometido e a pena imposta por eles.

Os justiceiros justificam os linchamentos na descrença na eficiência


do sistema de segurança pública do país, pela falta de assistência do Estado, e
principalmente pela falência do Poder Judiciário e do sistema penitenciário do
País. Resolvem assim tomar para si o direito de punir e fazer justiça com as
próprias mãos, como uma forma de restabelecer a ordem que julgam estar
perdida.

A justiça legal é repleta de burocracias porque é extremamente


necessário garantir que o que se discute seja realmente verdade para condenar
alguém, já a justiça com as próprias mãos não analisa provas para se ter a
certeza que aquela pessoa que vão punir é realmente culpada, o que traz
infinitas possibilidades de ocorrência de injustiças, o que é bem pior que a justiça
legal que tanto criticam. A justiça popular anseia unicamente por vingança, que
de forma nenhuma é justiça, não concede oportunidade de defesa e nem direitos
ao punido.

O direito de punir do Estado deve ser moderado e norteado por


princípios e garantias ao acusado e não pode ser diferente. O fim dos regimes
imperiais absolutistas, a criação do Estado democrático de direito, a dignidade
da pessoa humana entre outros direitos e garantias foram grandes conquistas
para toda a coletividade. Apesar dos problemas existentes nesse sistema,
estamos muito melhores do que há séculos atrás.
De acordo com o Código Penal (1940) A prática de fazer justiça
pelas próprias mãos, mesmo que para satisfazer pretensão legítima, configura
crime de exercício arbitrário das próprias razões, previsto no art. 345 do Código,
com pena de detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência praticada. É crime contra o próprio Estado e contra a
Administração da Justiça, já que o responsável exclusivo por resolver os conflitos
é o Estado.

PENA DE MORTE

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

SEGURANÇA PRIVADA

A segurança privada no Brasil tem como finalidade principal


garantir a proteção de pessoas físicas através de prestação de serviços. É
atividade privada de caratér preventivo, monitorada pelo Ministério da Justiça e
Segurança Pública – Departamento da Polícia Federal, são atividade
consideradas atividades de caratér complementar a segurança pública.

São exemplos da atividade:

- Vigilância Patrimonial
- Transportes de Valores
- Escolta armada
- Segurança Armada.
Possui regulamentação pelos seguintes diplomas legislativos.

- Lei nº 7.102 de 20 de junho de 1983


- Portaria nº 2.877 de 30 de Dezembro de 2011 (Ministério da
Justiça)
- Portaria 195 de 13 de fevereiro de 2009 (Ministério da Justiça)
DIREITO À IGUALDADE

O princípio da igualdade prevê a igualdade de aptidões e de


possibilidades virtuais dos cidadãos de gozar de tratamento isonômico pela lei.
Por meio desse princípio são vedadas as diferenciações arbitrárias e absurdas,
não justificáveis pelos valores da Constituição Federal, e tem por finalidade
limitar a atuação do legislador, do intérprete ou autoridade pública e do
particular.
O princípio da igualdade na Constituição Federal de 1988
encontra-se representado, exemplificativamente, no artigo 4º, inciso VIII, que
dispõe sobre a igualdade racial; do artigo 5º, I, que trata da igualdade entre os
sexos; do artigo 5º, inciso VIII, que versa sobre a igualdade de credo religioso;
do artigo 5º, inciso XXXVIII, que trata da igualdade jurisdicional; do artigo 7º,
inciso XXXII, que versa sobre a igualdade trabalhista; do artigo 14, que dispõe
sobre a igualdade política ou ainda do artigo 150, inciso III, que disciplina a
igualdade tributária.
O princípio da igualdade atua em duas vertentes: perante a lei e
na lei. Por igualdade perante a lei compreende-se o dever de aplicar o direito
no caso concreto; por sua vez, a igualdade na lei pressupõe que as normas
jurídicas não devem conhecer distinções, exceto as constitucionalmente
autorizadas.
Deste modo, quando aplicado o Direito a igualdade no âmbito da
Segurança Pública, temos que zelar pela segurança pública é dever da polícia,
como também o é zelar pelo direito do cidadão de ir e vir e pela integridade física
e moral, liberdades públicas estas garantidas pela Constituição da República e
consideradas como limites à atuação do poder mencionado, o que torna forçoso
concluir que o policial só pode empregar a força quando estritamente necessário
e na medida certa ao cumprimento de seu dever.

DISCRIMINAÇÃO RACIAL, CONDIÇÃO SOCIAL, DA MULHER E


DAS MINORIAS.

De acordo com noossa Constituição em seu art. 3º inciso XLI, que:


“constituem objetivos fundamentais da Républica Federativa do Brasil: promover
o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer
outras formas de discriminação.”

E no Art 5º, inciso XLI, que “a lei punirá qualquer discriminação


atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.”

DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES.

O que o estatuto da criança e do adolescente garante?

"Crianças e adolescentes são sujeitos de Direitos" - Sujeitos de Direitos são


pessoas que têm os seus direitos garantidos por lei.
"Seus direitos devem ser tratados com prioridade absoluta" - Isso quer dizer que
os direitos das crianças e dos/ das adolescentes estão em primeiro lugar.

"Para tudo deve ser levada em conta a condição peculiar de crianças e


adolescentes serem pessoas em desenvolvimento" - A criança e o adolescente
têm os mesmos direitos que uma pessoa adulta e, além disso, têm alguns
direitos especiais, por estarem em desenvolvimento físico, psicológico, moral e
social. As crianças e os adolescentes não conhecem todos os seus direitos e por
isso não têm condições de exigir, então é muito importante que todos conheçam
o ECA para que se possa conseguir uma sociedade mais justa para todos.

A Constituição Brasileira no artigo 227, também assegura a proteção integral à


criança e ao adolescente:

"É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao


adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão."

Você também pode gostar