1TMT - 11 (Máquinas Simples)

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10.

A água de um poço é bombeada para um reservatório de capacidade 20 m3,


conforme esquema. Dados: dágua : 1.000 kg/m3; aceleração da gravidade : 10 m/s2.

Dados:
d=m/v
F=m·a

Determine:
a. o trabalho em kJ executado pela bomba para encher o reservatório;
b. a potência efetiva da bomba em W para encher o reservatório em 10 minutos;
c. a potência nominal da bomba, considerando o rendimento do sistema K = 0,2.

Solução:

Créditos Comitê Técnico de Ciências/2010


Elaborador: Dario do Amaral Filho Anísio José de Campos
Ricardo Olivieiri Paulino
Waldete Siqueira Martins Braga
Referência
SENAI.SP. Ciências aplicadas I – Física. São Paulo, 2000. 136 p.

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Atualizado pelo Comitê Técnico de Ciências/2010

Máquinas simples

Máquinas são aparelhos destinados a transmitir e multiplicar a ação das forças.


Quando a força muscular de um homem é insuficiente para levantar uma pedra, por
exemplo, ele pode recorrer a uma alavanca.

Com a alavanca o homem poderá executar um trabalho que não poderia ser executado
somente com sua força muscular. Portanto, pelo fato de realizar trabalho, a alavanca é
uma máquina.

Por mais complicada que seja uma máquina (torno convencional, torno CNC,
retificadora, plaina, desempenadeira, guilhotina, prensa, máquina de costura, motor de
automóvel, rotativa, etc.) ela não passa de uma combinação de máquinas simples.

As máquinas simples permitem a transferência de energia mecânica de um ponto da


máquina para outro ponto da mesma máquina.

São três as máquinas simples fundamentais:


x A roda e o eixo;
x Plano inclinado;
x A alavanca.

As demais máquinas simples são derivações das citadas.

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A força que se aplica à máquina, isto é, a que deve ser transmitida pela máquina,
chama-se força motriz ( F M) ou força potente ( F P).

A força que se opõe a realização do trabalho e que deve ser vencida pela força motriz
chama-se força resistente ou carga ( F R).

A razão entre o módulo da força resistente e o módulo da força potente recebe o nome
de vantagem mecânica (VM). Em símbolos:

FR
VM =
FM

Momento de uma força

Quando estamos apertando ou desapertando um parafuso, por exemplo, conseguimos


produzir uma rotação no parafuso através de uma força aplicada no cabo de uma
chave.

Quando desejamos abrir ou fechar uma porta comum, aplicamos uma força na
maçaneta.

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A partir dos exemplos vistos, podemos definir momento ou torque de uma força do
seguinte modo: “momento de uma força ou torque é a capacidade que uma força tem
de produzir rotação no corpo ao redor de um eixo”.

A eficiência de uma força para girar um corpo ao redor de um eixo depende:


x Da intensidade da própria força;
x Do braço de alavanca, isto é, da distância em que a força atua em relação ao eixo
de rotação.

No caso do exemplo da porta, as afirmações anteriores ficam bem claras:

Podemos abrir a porta puxando a maçaneta com pequeno esforço, pois a distância do
ponto de aplicação de nossa força, em relação ao eixo de rotação (dobradiças) da
porta é grande.

Podemos abrir a porta com mais dificuldade, empurrando-a em um local próximo do


eixo de rotação (dobradiças). Nesse caso, a força aplicada terá que ser mais intensa
para produzir o mesmo efeito, ou seja, abrir a porta.

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O momento de uma força (M) é calculado multiplicando-se o seu módulo pelo braço
de alavanca (d):

M=rF·d

A finalidade do sinal algébrico (r) é distinguir os momentos que dão tendência de


rotação no sentido horário, daqueles que dão tendência de rotação no sentido anti-
horário.

Em cada problema, devemos convencionar que sinal será atribuído ao momento.


Não devemos confundir momento de uma força com trabalho mecânico. O momento
de uma força é uma grandeza física vetorial e o trabalho mecânico é uma grandeza
física escalar.

No SI a unidade de momento é newton · metro (N·m) que não tem nome especial.
Agora, observe o espargidor de água de jardim e a representação das duas forças, de
mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos que o fazem funcionar.

Tal sistema constitui um binário. Um binário tende a produzir apenas uma rotação no
corpo em que é aplicado. Só pode ser equilibrado por outro binário, pois uma força
sozinha que atuasse no corpo provocaria uma resultante não nula. A resultante de um
binário é nula e o seu momento, em módulo, é dado por:

Mbinário = F · d

Condições de equilíbrio
Para que um corpo permaneça em equilíbrio duas condições devem ser satisfeitas:
x Módulo da resultante das forças que nele atuam deve ser nula;
x Módulo do momento resultante das forças que nele agem deve ser nulo.

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Em símbolos:

6F = 0 e 6M = 0

Exercícios

1. Para movimentar um mecanismo, um operador imprime uma força de 150 N ao


cabo da manivela. Determine o módulo do momento de força que atua no eixo do
mecanismo.

Solução:

2. Um parafuso deve ser apertado com um momento pré-estabelecido de 40 N·m. Se


o comprimento do torquímetro é de 0,20 m, que força se deve aplicar no seu cabo
para obter o aperto ideal do parafuso?

Solução:

3. Um motorista de ônibus faz uma curva para a esquerda, aplicando um binário ao


volante.

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Determine o módulo do momento desse binário, sabendo que a força exercida pelo
motorista, no volante, tem intensidade 20 N e que o raio do volante é de 20 cm.

Solução:

4. Considere as forças atuantes sobre a barra AD de peso desprezível, indicadas na


figura.

Determine:
a. o momento de cada uma das forças em relação ao ponto O;
b. o momento resultante em relação ao ponto O.

Solução:

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5. Uma barra rígida e homogênea de peso 10 N articula-se sem atrito em O. Pelo
centro de gravidade da barra suspende-se um corpo A de peso 30 N. Determine a
intensidade da força F que equilibra o sistema.

Solução:

6. Arnaldo desejava arrancar um prego usando um martelo de orelha.


A figura mostra as forças, de mesma intensidade, que podem ser aplicadas ao
cabo do martelo.

Com certeza a força mais eficiente a ser aplicada por Arnaldo é a força:
a. ( )A
b. ( )B
c. ( )C
d. ( )D
e. ( )E

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7. Calcule o momento das forças F1 = 50 N, F 2 = 6 N e F 3 = 5 N em relação ao ponto
O indicado na figura.

Solução:

Alavanca

Alavanca é um sólido alongado (geralmente uma barra) que pode girar ao redor de um
ponto de apoio, também conhecido pelo nome de fulcro ou eixo de rotação.
Em toda alavanca encontramos três elementos:
x Braço motriz ou braço potente ou braço de potência (BP);
x Braço resistente ou braço de resistência (BR);
x Fulcro ou eixo de rotação ou ponto de apoio (PA).

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O braço de potência (BP) é a distância existente entre o ponto de apoio (PA) e o ponto
de aplicação da força potente ( F P).

O braço de resistência (BR) é a distância existente entre o ponto de apoio (PA) e o


ponto de aplicação da força resistente ( F R).

O ponto de apoio (PA) é o local onde a alavanca se apóia.

Conforme a posição do ponto de apoio em relação à força potente e à força resistente,


as alavancas são classificadas em três espécies: interfixa; inter-resistente e
interpotente.

Alavanca interfixa
O ponto de apoio localiza-se entre o ponto de aplicação da força potente e o ponto de
aplicação da força resistente. Esquematicamente:

Alavanca inter-resistente
O ponto de aplicação da força resistente encontra-se entre o ponto de apoio e o ponto
de aplicação da força potente. Esquematicamente:

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Alavanca interpotente
O ponto de aplicação da força potente encontra-se entre o ponto de apoio e o ponto de
aplicação da força resistente. Esquematicamente:

Muitas ferramentas e dispositivos que utilizamos funcionam como se fossem


alavancas. Por exemplo, o alicate funciona como alavanca interfixa; a guilhotina
manual de cortar chapas e papel funciona como alavanca inter-resistente e a pinça de
depilar funciona como alavanca interpotente.

Para resolver problemas envolvendo alavancas, basta igualar os momentos em


módulo, ou seja:

MFP = MFR Ÿ FP · BP = FR · BR

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Prática de laboratório 4: Alavanca

Objetivo
Identificar a utilidade de uma alavanca.

Material necessário
Uma tábua de madeira maciça (30 cm x 5 cm x 1 cm) com faces lixadas
Um prisma equilátero de madeira maciça (8 cm x 3 cm)

Procedimentos
1. Faça a montagem indicada aplicando uma força vertical, para baixo, com a mão
esquerda na extremidade menor da tábua. Essa extremidade menor será o braço
da força resistente (BR). Com o dedo indicador da mão direita aplique uma força
vertical, para baixo, na extremidade oposta da tábua (BP), de tal forma que a régua
fique na horizontal em relação ao plano da mesa.

2. Compare a intensidade das forças aplicadas por ambas as mãos e assinale (X) na
resposta correta de cada afirmativa a seguir:
a. A mão que aplicou força de maior intensidade foi a
( ) esquerda.
( ) direita.

b. A força de maior intensidade foi aplicada no


( ) lado menor da tábua.
( ) lado maior da tábua.
( ) ponto de apoio da tábua.

c. A tábua desempenhou o papel de


( ) alavanca.
( ) motor.
( ) pilha.

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d. Supõe-se que você seja pouco forte, mas inteligente. Se você tiver que
deslocar uma carga pesada usando sua força, você poderá usar uma
( ) roda.
( ) arruela.
( ) alavanca.

e. Segundo o item anterior, você aplicará sua força no


( ) braço menor.
( ) braço maior.
( ) ponto de apoio.

f. Se você aplicar sua força no braço menor, o resultado será


( ) bom.
( ) mau.
( ) nulo.

g. Em relação ao trabalho mecânico, quando se usa uma alavanca, pode-se dizer


que
( ) o trabalho da força motriz é menor que o trabalho da força resistente.
( ) o trabalho da força motriz é maior que o trabalho da força resistente.
( ) o trabalho da força motriz é igual ao trabalho da força resistente.

h. Uma alavanca permite


( ) deslocar cargas com facilidade.
( ) anular o peso das cargas.

i. Geralmente, quando se usa uma alavanca, busca-se


( ) diminuir o momento da força aplicada para deslocar a carga.
( ) aumentar o momento da força aplicada para deslocar a carga.

Ferramentas que funcionam como alavancas

É interessante estudar a vantagem mecânica que certas ferramentas apresentam


quando funcionam como alavancas. Compreender a aplicação dos momentos ou
torques é fundamental. Acompanhe.

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Alicate
O alicate, assim como a tesoura, é uma associação de duas alavancas. Quando
dobramos ou cortamos um pedaço de fio com um alicate, a força feita no cabo é
transferida e ampliada na extremidade contrária.

Para determinar a vantagem mecânica do alicate, calculemos o torque da força feita


com a mão sobre o cabo e a força que aparece ampliada na ponta da ferramenta em
relação ao eixo de rotação (ponto O).

A força feita no cabo produz um torque fazendo-o girar em relação ao ponto O. Como o
braço b desta força é a distância entre o eixo e o ponto de aplicação da força, o
módulo do torque é determinado pela expressão:

M no cabo = FP no cabo · b (I)

Na ponta do alicate, a força é mais intensa que no cabo, e também produz um torque
em relação ao ponto O. Neste caso o braço r da força é menor que o anterior,
correspondendo à distância entre o local onde o fio é comprimido e o ponto O. O
módulo do torque desta força é dado por:

M na ponta = FR na ponta · r (II)

Como os torques têm a mesma intensidade podemos igualar as expressões (I) e (II) :

FR na ponta b
M no cabo = M na ponta Ÿ FP no cabo · b = FR na ponta · r Ÿ = = VM
FP no cabo r

Observe que a vantagem mecânica pode ser obtida pela relação entre os módulos das
forças de resistência e potente como pode ser obtida pela relação entre os braços das
forças. A vantagem mecânica indica o quanto foi ampliada a força feita pela mão do
operador sobre o cabo do alicate.

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Observe, também, que quanto menor for o braço da força ampliada (braço r), maior
será a vantagem mecânica do alicate. É por esta razão que o local do corte fica bem
próximo da articulação (ponto O), pois aí o braço é o menor possível e a força terá
ampliação máxima.

Chave de fenda
Quando usamos uma chave de fenda para apertar um parafuso, a mão exerce no cabo
duas forças paralelas de sentidos opostos, simétricas ao eixo de rotação, constituindo
um binário.

A ponta da chave também aplica um binário de forças no parafuso, só que os valores


das forças que compõem este binário devem ser maiores do que as do cabo para
produzir o mesmo torque em relação ao eixo, uma vez que o braço na fenda R é
menor do que o braço no cabo (b).

Supondo que as forças aplicadas pela mão tenham a mesma intensidade, o torque
produzido por elas em relação ao eixo de rotação tem também a mesma intensidade.
Este dois torques produzem um giro da chave no mesmo sentido e por isso, o torque
resultante é dado por:

M resultante no cabo = 2FP · b (I)

Este mesmo torque resultante é produzido na cabeça do parafuso, ou seja:

M resultante na ponta = 2FR · r (II)

Igualando as expressões (I) e (II) obtemos:

2 FR b
2P · b = 2R · r Ÿ VM
2 FP r

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Mesmo aplicando um torque pode não ocorrer rotação, como é o caso de um parafuso
enferrujado, em que o torque da força de atrito, entre o parafuso e a porca, constitui
um torque oposto ao produzido pela pessoa com a chave de fenda. Nestas situações,
o torque resultante é nulo.

Assim para que um objeto permaneça em repouso, isto é, não translade e não gire em
relação um referencial, além de a força resultante ser nula, o torque resultante também
deve ser nulo.

Pé-de-cabra e martelo de unha


Tanto para o pé-de-cabra quanto para o martelo de unha, quando utilizados para
arrancar cravos ou pregos, a vantagem mecânica será dada por:

FR prego d
MP mão = MR prego Ÿ FP mão · d = FR prego · x · cos D Ÿ = VM
FP mão x · cos D

Salientemos que não há economia de trabalho usando máquinas. O trabalho sempre


se conserva, ou seja, o trabalho realizado pela força motriz ou potente é igual ao
trabalho realizado pela força resistente. De fato, o que ganhamos em força perdemos
em distância e vice-versa.

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Exercícios

1. O braço de resistência de uma tesoura de bancada mede 0,20 m e o braço de


potência mede 1,60 m. Se um operador exerce uma força muscular de 40 N para
cortar uma chapa de aço, determine o módulo da força resistente oferecida pela
chapa.

Solução:

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2. Uma chave de fenda é usada para apertar um parafuso. Determine a vantagem
mecânica dessa ferramenta, supondo que seu cabo tenha diâmetro de 20 mm e
sua ponta 4 mm.

Solução:

3. Determine o módulo da força R no sistema, sabendo que o módulo da força P vale


210 N.

Solução:

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4. Determine a distância d1 do pedal de freio abaixo, no qual se aplica uma força
potente de módulo 280 N. O óleo oferece uma força de resistência de módulo
840 N.

Solução:

5. A figura mostra um sistema de freio. Determine o módulo da força-peso P que


deve ser aplicada para proporcionar uma força de frenagem R de módulo 300 N.

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Plano inclinado

O plano inclinado é uma superfície plana e inclinada que forma com a horizontal um
ângulo compreendido entre 0° e 90°.

Por ser encontrado na natureza, o plano inclinado é a máquina simples mais antiga
que se conhece. De fato, encostas de montanhas são planos inclinados.

Já estudamos alguma coisa a respeito de plano inclinado no capítulo de atrito.

Recordando:

No equilíbrio estático temos que P t F at ou seja:

P · sen T P · P · cos T

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Prática de laboratório 5: Plano inclinado

Objetivo
Identificar os fatores que determinam o módulo da força motriz que equilibra uma carga
resistente num plano inclinado.

Material necessário
Uma haste universal
Um fixador
Uma roldana fixa em haste
Uma caixa com pesos
Uma tábua maciça lixada (50 cm x 5 cm x 1 cm)
Uma tábua maciça lixada (30 cm x 5 cm x 1 cm)
Um cilindro de latão com gancho e peso de 4 N
Um pedaço de cordonê ou barbante

Procedimentos
1. Monte o plano inclinado usando a tábua de 0,50 m de comprimento. A altura do
plano, em relação à superfície da mesa, deverá ser de 0,3 m.

2. Determine o módulo da força motriz (FM) capaz de equilibrar a carga (FR) de


módulo 4 N e calcule a vantagem mecânica do plano inclinado que você utilizou.
Registre os dados na tabela a seguir e, variando o comprimento (C) e a altura (h)
do plano inclinado conforme indicações da tabela, termine de preenchê-la.

Ensaios C (m) h (m) FR (N) FM (N) VM

I 0,5 0,3 4

II 0,5 0,2 4

III 0,3 0,2 4

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3. Analise os dados da tabela e assinale (x) na resposta correta de cada afirmação a
seguir:
a. Em todos os ensaios o módulo da força motriz foi menor que o módulo da força
resistente.
( ) sim
( ) não

b. Comparando o valor do módulo da força motriz entre os ensaios I e II ele foi


menor no ensaio
( )I
( ) II

c. O fator que influenciou no valor do módulo da força motriz entre os ensaios I e II


foi
( ) a altura do plano inclinado.
( ) o comprimento do plano inclinado.

d. Comparando o módulo da força motriz entre os ensaios II e III, a força motriz foi
menor no ensaio
( )I
( ) II

e. Fator que influenciou no valor do módulo da força motriz entre os ensaios II e III
foi
( ) a altura do plano inclinado.
( ) o comprimento do plano inclinado.

f. Plano inclinado que ofereceu maior vantagem mecânica foi o do ensaio


( )I
( ) II
( ) III

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Considerando apenas o módulo da força resistente e o módulo da força motriz e
desprezando a força de atrito, a vantagem mecânica de um plano inclinado é dada
pela seguinte relação geral:

FR c
VM =
FM h

Dispositivos que derivam do plano inclinado


Derivando do plano inclinado encontramos a cunha e o parafuso.

x Cunha: A cunha funciona como dois planos inclinados ao mesmo tempo.

Veja os exemplos ilustrativos mostrando a presença de cunhas.

Gume do machado Gume da faca Gume do formão

Gume da ferramenta de Gume do corta frio Gume do alicate de corte


corte lateral

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Para as cunhas existe a seguinte relação:

sen T
FM = 2 · FR ·
2

Essa relação tem pouco valor prático, pois devido ao atrito na cunha, o valor real da
força motriz é muito diferente daquele dado pela equação.

x Parafuso: O parafuso é um plano inclinado enrolado em um cilindro.

O passo de um parafuso corresponde ao espaço compreendido entre dois fios de


rosca. Esse espaço equivale a uma volta completa do parafuso. O passo de um
parafuso é a altura de seu plano inclinado.

O comprimento do plano inclinado do parafuso é obtido por meio da aplicação do


teorema de Pitágoras:

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C2 = p2 + ( D · S )2 Ÿ C2 = p2 + ( D2 · S2 ) Ÿ C = p2  (D2 · S2 )

Adotando S2 = 10, temos:

C= p 2  (D2 · 10)

Os parafusos são utilizados como elementos de fixação e também podem ser


utilizados para movimentar os corpos. É o caso do macaco articulado utilizado para
trocar pneus

Consideremos, agora, uma morsa de bancada.

Se avançarmos um passo (p) o parafuso deslocará uma resistência ( F R ), com


velocidade constante. Assim, o trabalho da força resistente (WR) é dado pelo
produto do módulo da força resistente pelo passo, ou seja, FR · p . Porém, para
darmos um passo, será necessário darmos uma volta completa no manípulo da
morsa sob a ação de uma força potente F P .

Como a força F P é aplicada ao punho do manípulo, ela agirá sempre


tangencialmente a uma trajetória circular de raio r.

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W
Portanto, o trabalho da força potente ( P) será dado pelo produto: FP · 2 · S · r.
Como o trabalho da força potente é igual ao trabalho da força resistente (princípio da
conservação do trabalho), teremos, desprezando os atritos, a seguinte vantagem
mecânica:

2· S·r
WP = WR Ÿ FP · 2 · S · r = FR · p Ÿ VM =
FR
FP p

Exercícios

1. Um trabalhador carrega um caminhão com grandes bobinas de fios de cobre. Para


cada bobina o trabalhador aplica uma força de 250 N. A altura do piso até a
carroçaria mede 1,5 m e as pranchas utilizadas têm o comprimento de 3 m.
Determine o módulo da força resistente oferecida por cada bobina, desprezando os
atritos.

Solução:

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2. Em relação ao problema anterior, considerando que o ângulo formado pelas
pranchas em relação ao solo é de 25º, determine o módulo da força potente
necessária para elevar uma carga de 8.000 N até a carroçaria do caminhão.
Dados: sen 25º = 0,42 e cos 25º = 0,90.

Solução:

3. O esquema mostra um carrinho de alto forno sendo tracionado por uma força F . O
peso do carrinho é 1,5 kN. Dado: sen 60º = 0,86.
Determine:
a. o módulo da força F ;
b. a distância C percorrida pelo carrinho.

Solução:
a. b.

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4. Para soltar um cone da morsa, é necessário uma força F1 de módulo 30 N. A
cunha percorre uma distância de 5 mm e sua altura passa para 1,5 mm. Determine
o módulo da força F 2 que a cunha exerce contra o cone. Despreze os atritos.

Solução:

5. Um operador aplica uma força potente F1 de módulo 200 N no manípulo de um


balancim, cujo passo de rosca é 4 mm. Determine o módulo da força resistente F 2
oferecida pela peça que vai receber uma bucha.

Solução:

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Roda

A roda, com certeza, é uma das mais importantes invenções do homem. Como ela foi
inventada ninguém sabe. Contudo, podemos imaginar que, devido às necessidades de
deslocar grandes cargas a longas distâncias, o homem primitivo não podia contar
somente com sua força ou com a força de animais domesticados. Era preciso
descobrir alguma coisa para facilitar a tarefa. Surgiu, então, a roda.

Mas, para ser útil, a roda precisa estar acoplada a um eixo que não passa de uma
segunda roda.

No mundo moderno a presença das rodas é imprescindível. Sem elas não teríamos
automóveis, caminhões, tratores, aviões, polias, roldanas, volantes, engrenagens, etc.
Não teríamos tantos progressos tecnológicos, com certeza.

As primeiras aplicações da roda foram o sarilho e a roda d’água.

Sarilho Roda d’água

As engrenagens ou rodas dentadas também derivam da roda. As engrenagens são


utilizadas na transmissão de movimentos. Substituem polias e correias quando é
preciso eliminar prováveis perdas de rotação em transmissões de grandes esforços.
Processos de fabricação 3. 2010
Novo Telecurso

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Roldanas
Também as roldanas derivam das rodas. As roldanas giram ao redor de eixos que
passam por seus centros. Cordas ou cabos de aço, por exemplo, se encaixam em
sulcos denominados garganta, gola ou gorne e as contornam parcialmente.

As roldanas podem ser fixas ou móveis. Na roldana fixa, o eixo é fixado a um suporte
e, quando em uso, ela não acompanha a carga.

Uma roldana fixa funciona como se fosse uma alavanca interfixa de braços iguais.
Examine o esquema: (nota: FM = FP)
FM = Força Motriz
FP = Força Potente

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Aplicando a relação das alavancas no esquema temos:

F P · BO = F R · AO (1)

Mas BO = AO = r (2)

Substituindo (2) em (1) resulta:

FP · = FR · Ÿ FP F R

Se F P F R , a vantagem mecânica de uma roldana fixa será sempre igual a 1, isto é,


ela não economiza força.

De fato, as roldanas fixas servem para elevar pequenas cargas com comodidade e
segurança, além de possibilitarem a mudança de direção e sentido das forças
aplicadas.

Em termos de deslocamento, a distância percorrida pelo ramo onde a força motriz é


aplicada é a mesma percorrida pelo ramo onde a força resistente é aplicada, ou seja:
S1 = S2. Esquematicamente:

S1 = S2

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Opostamente, a roldana móvel, quando em uso, desloca-se juntamente com a carga.

A roldana móvel funciona como se fosse uma alavanca inter-resistente. Examine o


esquema:

Pelo esquema temos que:

F P · AB F R · AO (1)

Mas, AB = 2r e AO = r (2)

Substituindo (2) em (1) resulta:

FP·2r F R ·r Ÿ FR
FP
2

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Como se nota, a vantagem mecânica de uma roldana móvel será igual a 2,
economizando força, portanto.

FR
A expressão F P só é válida somente se as forças F P e F R forem paralelas.
2
Uma expressão mais geral encontra-se no apêndice III.

Em termos de deslocamento, enquanto o ramo onde a força resistente está aplicada


percorre uma distância S1, o ramo onde a força motriz é aplicada percorre uma
distância S2 que é o dobro de S1, ou seja:

S2 = 2S1

As roldanas fixas e móveis, quando combinadas, dão origem aos mais diversos
aparelhos: moitão, cadernal, talha exponencial, talha diferencial, etc. A figura abaixo
mostra um moitão.

Observe que o moitão apresenta a mesma quantidade de roldanas fixas e móveis.


Tanto as roldanas fixas quanto as móveis encontram-se fixadas solidariamente nos
respectivos eixos. No moitão ao lado temos três roldanas fixas e três roldanas móveis.
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Para o moitão é válida a seguinte relação:

FR
FP onde m é o número de roldanas móveis.
2· m

A seguir temos o esquema de um cadernal. No cadernal, o número de roldanas fixas é


igual ao número de roldanas móveis. As roldanas fixas são presas em um único
suporte e seus eixos não são solidários uns com os outros. As roldanas móveis são
presas em outro suporte e seus eixos também não são solidários entre si.

Para o cadernal é válida a mesma relação matemática vista para o moitão, ou seja,

FR
FP onde m é o número de roldanas móveis.
2· m

A figura a seguir mostra uma talha exponencial. A talha exponencial é constituída por
uma roldana fixa e várias roldanas móveis.

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Para a talha exponencial é válida a seguinte relação entre os módulos das forças
resistente e motriz:

FR
FP
2n

Legenda:
n = número de roldanas móveis.

Já a talha diferencial é constituída por duas roldanas fixas de diâmetros diferentes e


solidárias ao mesmo eixo e uma roldana móvel:

A roldana móvel é responsável pela elevação da carga e encontra-se vinculada às


outras roldanas por uma corrente ou cabo que não possui extremidade livre.

Para a talha diferencial é válida a seguinte relação:

FR ( a  b ) onde a = raio da roldana fixa maior e b = raio da roldana


FP
2·a fixa menor.

Sarilho
Outra derivação da roda é o sarilho.

O sarilho compõe-se de um cilindro ou tambor horizontal, montado sobre um eixo que


se apóia sobre dois mancais. Numa das extremidades do eixo há uma manivela que
permite girar o tambor sob a ação de uma força motriz.

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No tambor se enrola uma corda que serve para prender a carga a ser deslocada.

Para calcular a relação entre a força motriz e a força resistente (carga), consideremos
a vista lateral do sarilho:

No equilíbrio os momentos, em módulo, são iguais, ou seja:

~M F M ~ = ~M F R ~ Ÿ ~ F M ~· b = ~ F R ~· r Ÿ ~ FM~ = ~
F R ·r
~
b

O sarilho só permite aplicar uma força motriz de módulo menor que o módulo da carga
se o braço de sua manivela for maior que o raio do cilindro de seu tambor.

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Prática de laboratório 6: Roldanas

Objetivos
Identificar roldanas fixas e móveis.
Determinar a vantagem mecânica de roldanas fixas e móveis.

Material necessário
Uma haste universal
Uma roldana com haste
Duas roldanas com gancho
Uma haste auxiliar
Um fixador
Uma caixa com pesos
Uma chapa de aglomerado para proteção da mesa
Cordonê

Procedimentos
1. Faça a montagem indicada usando pesos de 1N de intensidade.

2. Um dos pesos desempenhará o papel de força resistente e o outro desempenhará


o papel de força potente.

3. O sistema encontra-se em equilíbrio?


______________________________________________

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4. Repita o item 1 usando como carga os pesos indicados no quadro a seguir e
termine de preenchê-lo. Interessa somente o módulo dos pesos.

FR (N) FP (N) VM

1 1

5. Que tipo de roldana você utilizou neste experimento?


________________________________________________

6. Qual é a vantagem mecânica da roldana estudada?


________________________________________________

7. Para que serve o tipo de roldana estudada?


________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________

8. Faça a montagem conforme figura, equilibrando o sistema para que o peso da


roldana com gancho não interfira no resultado. Mantenha os fios paralelos.

9. Com cuidado e com o auxílio de um colega, coloque um peso de 2 N no gancho da


roldana e procure determinar o valor da força F P capaz de equilibrá-lo.

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10. Transfira os dados para a tabela abaixo e determine a vantagem mecânica do
mecanismo. Aproveite para completar a tabela determinando o valor da força F P
para cada força F R indicada. Determine, também, a vantagem mecânica para
cada situação.

FR (N) FP (N) VM

11. Que tipo de roldana foi utilizada para fixar a carga?


________________________________________________________

12. Qual é a vantagem mecânica da roldana utilizada para fixar a carga?


________________________________________________________

13. Na prática, quais são as vantagens apresentadas pelas roldanas fixas? Quais as
vantagens apresentadas pelas roldanas móveis?
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

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