Trabalho 2 CPP

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Aluno: Edinaldo Galdino de Oliveira

Turma: T03N

TRABALHO DE PROCESSO PENAL

01 - Determinada autoridade policial arbitrou fiança no valor de R$ 2.000,00 ante a


prisão em flagrante de determinada pessoa, pelo fato de a prática delitiva viabilizar sua
concessão. Recolhido o valor da fiança, o indiciado foi imediatamente posto em
liberdade. Oferecida a denúncia, verificou-se que o crime imputado ao acusado tornava
inviável a concessão de fiança, razão por que ela foi imediatamente cassada. A defesa
do réu alegou que a cassação da fiança configurava constrangimento ilegal, dado o
recolhimento do respectivo valor arbitrado por delegado competente.

Considerando essa situação hipotética, discorra sobre a cassação da fiança arbitrada pela
autoridade policial e cujo valor foi devidamente recolhido pelo indiciado.

Não há que se falar em constrangimento ilegal e nem qualquer outra ilegalidade,


visto que a fiança pode ser revista nos moldes do artigo 339 do CPP, podendo ser
cassada quando há inovação na classificação do crime em concreto, nesse caso, houve a
cassação da fiança e desclassificou o crime para um crime inafiançável, assim o juiz
poderá fixar outras medidas cautelares diversas a prisão e essas não sendo suficiente,
pode o juiz decretar a prisão preventiva no termos do 312CP, devendo o valor da fiança
ser integralmente restituído ao réu.
Saliento que nesse caso cabe recurso em sentido estrito da decisão que cassou a
fiança, conforme dispõe o artigo 581, V do CP, não tendo efeito suspensivo.

02 - Determinada quadrilha que atua em tráfico de drogas e associação para o


narcotráfico internacional foi presa em flagrante, em aeroporto brasileiro, na posse de
50 kg de cocaína. Ao receber os autos das prisões em flagrante dos integrantes da
organização criminosa, todos estrangeiros, o juízo competente as converteu em prisões
preventivas. A defesa constituída pela quadrilha ajuizou pedido de liberdade provisória,
requerendo a substituição de todas as prisões por medidas cautelares diversas da prisão.
O pedido de liberdade foi indeferido dada a vedação legal para a concessão de
liberdade provisória aos flagrados no cometimento do crime de tráfico de drogas,
especialmente internacional.

Considerando essa situação hipotética, esclareça se é possível a concessão da liberdade


provisória, posicione-se a respeito da substituição da prisão preventiva dos indiciados
por medidas cautelares e discorra sobre os fundamentos que justificam a conversão da
prisão em flagrante em prisão preventiva.

Sim, é possível a concessão de liberdade provisória nesse caso, pois em nosso


ordenamento jurídico a liberdade é a regra. O fato de os atores da ação criminosa serem
estrangeiros não influencia objetivamente para conversão da prisão em flagrante em
liberdade provisória, pois a Constituição Federal assegurou aos estrangeiros em seu
artigo 5° o direito à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade sem fazer
distinção com os brasileiros, mesmo não sendo residentes no país quando se trata de
liberdade de locomoção.
Por se tratar de crime equiparado ao hediondo, o tráfico de drogas é tratado
como crime inafiançável pela nossa carta magna e pela lei de droga, impossibilitando a
liberdade provisória com fiança. Nesse sentido o STF declarou essa impossibilidade
inconstitucional e assim mesmo não cabendo fiança poderá receber a liberdade
provisória sem fiança, ou seja, no Brasil quando se trata do crime de tráfico de drogas
pagando você não sai da prisão, e sai sem pagar.
O STF em julgamento do HC n° 104339 estabeleceu que é possível a liberdade
provisória em qualquer conduta hedionda ou equiparada, e podendo ser possível
decretar as medidas cautelares cumulativamente ou não nos moldes do artigo 312 do
CPP sempre fundamentada nas premissas do artigo 310 do CPP. Essa fundamentação
que justifica a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva deve ser a
demonstração objetiva e concreta do periculum libertatis abstraídos do artigo312 do
CPP juntamente com o fumus comissi delicti, sendo ainda cabível a preventiva se o
indivíduo descumprir qualquer obrigação imposta oriunda de outra medida cautelar
previstas nos artigos 282 parágrafo 4 e 313 do CPP.
Assim sendo, a prisão preventiva só é cabível se não for possível a aplicação de
outras medidas cautelares diversas da prisão, portanto o caso em tela é possível a
liberdade provisória sem fiança e se decretar a preventiva deverá fundamentar de forma
objetiva os requisitos do artigo 312 CPP e não basear-se em abstrações somente porque
o réu é estrangeiro sopesando a ele fatos subjetivos como risco de fuga e assim
dificultar a instrução criminal por pertencer a organização criminosa e assim
dificultando o cumprimento da lei penal brasileira.

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