Filosofia 12-Apontamentos de Logica
Filosofia 12-Apontamentos de Logica
Filosofia 12-Apontamentos de Logica
Introdução a Lógica I
A palavra “lógica” vem do termo grego, “Logos”, que significa razão, pensamento,
discurso. A Lógica é, de facto, a ciência que estuda as condições do pensamento válido.
A lógica filosófica difere da lógica espontânea tal como o perfeito difere do imperfeito.
O Homem que procura cultivar a sua capacidade de raciocínio passa, gradualmente das
relações intuitivas (subjectivas) que estabelece entre os fenómenos para justificá-las
racionalmente com base nos princípios universais, isto é, com base nas regras do
pensamento correcto.
Como ciência das leis ideais do pensamento, a lógica é uma disciplina normativa, visto
que ela não procura definir o que é, mas sim o que deve ser, a saber, o que devem ser as
operações intelectuais de forma a satisfazer as exigências do pensamento correcto. Quer
dizer, a lógica estabelece as condições de legitimidade do pensamento.
Para além de ciência, a lógica é também uma arte. Trata-se de um método que permite
bem-fazer uma obra segundo certas regras. Neste caso, o raciocínio correcto é a obra
que resulta do emprego de todas as outras operações do espírito, em que se nota a
intuição, a criatividade, a imaginação e o estilo do seu autor.
Em função do que dissemos atrás, podemos inferir que a lógica se ocupa tanto do
pensamento e do raciocínio, como também das condições da sua validade. Quer isto
dizer que o objecto de estudo da lógica é a análise dos pensamentos e raciocínios e
também o estudo das leis universais que orientam a inteligência enquanto pensamos e
raciocinamos.
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Comparando a lógica científica com a lógica espontânea ou empírica, realçamos que
nem todas as operações intelectuais apresentam o mesmo nível de complexidade. Neste
contexto, é suficiente o uso do bom senso, isto é, da lógica espontânea para solucionar
as questões menos complexas, inferindo de uma verdade as consequências mais
imediatas. Porém, dado que o bom senso não sabe elevar-se aos princípios universais
nem descer às consequências mais remotas, então, torna-se necessário mesmo recorrer à
lógica filosófica ou científica para dar sequência e clareza às questões mais complexas.
Na verdade, se “as leis da Lógica não são mais do que as regras do bom senso colocadas
em ordem e por escrito”, portanto a um grau superior, só com recurso a elas se podem
afastar as dificuldades e refutar os erros presentes na maioria das questões complexas,
conhecendo as suas causas e os processos sofísticos.
A Lógica é então necessária para tornar o espírito mais penetrante e para ajudá-lo a
justificar suas operações recorrendo aos princípios que fundam a sua legitimidade.
Referimo-nos, portanto, à lógica científica da qual nos ocuparemos ao longo das lições
deste módulo.
2.1. Informática
2.2. Cibernética
A palavra cibernética origina do grego kibernéties que, segundo Platão, designa a arte
de pilotar navios. Como ciência, a origem da cibernética remonta nos anos trinta do
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século XX, quando a comunidade científica e filosófica debatia a questão das novas
máquinas.
Em termos de coisas:
Em termos de proposições:
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Uma proposição é equivalente a si mesma.
Em Termos de coisas:
Uma coisa não pode ser e não ser simultaneamente, segundo uma mesma
perspectiva.
Em termos de proposições:
Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo, segundo uma
mesma perspectiva.
Uma proposição e a sua negação não podem ser simultaneamente verdadeiras.
Duas proposições contraditórias não podem ser simultaneamente verdadeiras.
Em termos de coisas:
Uma coisa deve ser, ou então não ser; não há uma terceira possibilidade (o
terceiro excluído).
Em termos de proposições:
Duas proposições contraditórias que são a negação uma da outra não podem ser nem
ambas verdadeiras nem ambas falsas; se uma é verdadeira a outra é falsa e se uma é
falsa reciprocamente a outra é verdadeira.
Princípios do Ser sustentam como o Ser chega a ser e se torna inteligível. Entre eles
temos:
Princípio da razão suficiente – sustenta que “tudo quanto existe tem razão suficiente
em si mesmo ou noutro considerado sua causa”.
Princípio da causalidade – “todo o efeito pressupõe uma causa”; “o que vem a ser
exige uma razão explicativa”.
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Princípio de substancialidade – “tudo o que é acidental pressupõe a substância”; “o
que muda, supõe algo permanente”.
Princípio do determinismo – “há uma ordem natural das coisas, tal que, as mesmas
causas, postas nas mesmas circunstâncias, produzem os mesmos efeitos”.
Dado que apreende significa apanhar, tomar daqui se infere que do ponto de vista lógico
apreensão é o acto pelo qual a nossa mente concebe uma ideia que nada afirma ou nada
nega. Por isso, o conceito difere do juízo que, consiste em afirmar ou negar uma coisa
de uma outra.
O conceito e o termo podem ser analisados quer do ponto de vista da sua extensão, quer
do ponto de vista da sua compreensão. Esta distinção é de capital importância em
matéria do estudo da lógica formal.
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Ao conjunto de sujeitos a que um conceito se aplica denomina-se por extensão desse
mesmo conceito. É nesta perspectiva que o conceito ou ideia do Homem convém aos
moçambicanos, aos tanzanianos, aos negros, aos brancos, aos nossos progenitores, a
Mataka, a Manhique, à Adija, à Kwessane, etc
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Importa referir que, o conceito singular equivale a um conceito universal, porque, se ele
se restringe a um único indivíduo, esgota ao mesmo tempo toda a sua extensão.
Claro - desde que seja suficiente para fazer reconhecer o seu objecto entre todos os
outros objectos, e obscuro, no caso contrário.
Distinto ou confuso - conforme faz conhecer ou não os elementos que compõem o seu
objecto. Um conceito claro pode não ser distinto: um jardineiro tem uma ideia clara,
mas não distinta (ao contrário do botânico) das flores que cultiva. Pelo contrário, um
conceito distinto é necessariamente claro.
Exemplo: avarento e pródigo, branco e preto, estar em Nampula e estar em Maputo, etc.
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4.4. Regra formal dos conceitos
Em si mesmo, um conceito não é nem verdadeiro, nem falso, porque não afirma
nem nega algo. Ele é o que é e nada mais.
Um conceito pode ser contraditória, isto é, compreender elementos que se
excluem mutuamente. Seja a idéia de círculo quadrado.
Os conceitos contraditórios só podem ser conceitos confusos, porque é
impossível conceber clara e distintamente uma idéia realmente contraditória
(que é, em realidade, um vazio de idéia).
É necessário, então, agir de maneira que as nossas ideias não contenham elementos
contraditórios. Ora, como a contradição nas ideias provém sempre de sua confusão, é
necessário dissipar esta confusão analisando-as, isto é, é necessário defini-las e dividi-
las.
Para que uma definição seja considerada logicamente correcta, deve obedecer
incondicionalmente a determinadas regras, pelo contrário, a nossa definição não
cumprirá a finalidade que a sua razão de ser (explicitar e especificar com rigor o
significado do conceito e do termo).
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A definição poderá convir só ao definido se ela não for muito restrita nem muito
ampla, o que poderá permitir a sua reciprocidade. Por outras palavras uma
definição é válida quando aquilo que se atribui ao sujeito pertence só e só a ele.
Nesta definição atribuímos ao sujeito “gato” dois predicados lógicos: o de “animal”, por
um lado, e o de “miar”, por outro.
Como se pode depreender, ser animal que mia é característica, ou, se assim quisermos,
que pertence aos gatos e só a eles. Por isso mesmo, atribuímos ao sujeito gato
característica que só a ele pertence, característica essa que só ao gato convém.
Sendo assim, a definição não pode ser nem ampla nem restrita demais. Porque se for
ampla demais estará a abranger seres ou objectos que não estão a ser definidos; se for
restrita ou breve demais poderá excluir alguns Elementos pertencentes a extensão do
conceito a definir, não possibilitando a reciprocidade.
Definição
A definição não deve ser circular ou seja, a definição deve nunca conter o termo
a definir (regra da não circularidade).
A não circularidade da definição permite que ela seja mais clara do que o definido. Pois,
na definição, aquilo que atribuímos ao sujeito deve acrescentar algo ao seu conceito,
quer dizer, a definição não deve conter o termo a definir, nem termos da mesma família.
Pelo contrário, a nossa definição será circular (círculo vicioso). Vejamos alguns
exemplos: Quando um aluno interpelado pelo professor diz “O Homem é ser humano”;
“O cilindro é uma figura cilíndrica”; “Saboroso é aquilo que contém sabor” , nada ele
está fazendo senão repetir por outros termos ou palavras aquilo que pretende dizer.
Nestas definições o definido está contido, isto é, entra na definição, daí a circularidade.
Pois dizer que “O cilindro é uma figura cilíndrica” é o mesmo que dizer “O cilindro é
cilindro”. Ainda não disse o que é que esse objecto cilíndrico ou por outra esse cilindro
é, no conjunto das outras figuras, dado que figuras são várias.
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Estaremos a violar, de igual modo esta regra, de não-circularidade, ao definirmos
qualquer que seja o conceito recorrendo o seu oposto. Por exemplo: “Doce é algo que
não amarga”; “comprido é o que não é curto”; “direito é o que não está torto”.
Esta regra exceptua as definições de conceitos ou termos que são na essência negativos,
conceitos ou termos esses que designam privação. Nesses casos, a definição poderá ser
necessariamente negativa. Por isso que se diz que “órfão é o ser humano que não tem
pai nem mãe”; “cego é aquele que não vê” e “mudo é o que não fala”.
Se definir uma coisa é explicar o seu sentido dizendo o que ela é, obviamente não
devemos de forma alguma recorrer, numa definição, à linguagem figurativa. Pois a
linguagem figurada ou metafórica não nos dá com precisão e clareza o significado do
termo a definir. Por isso, temos que evitar construir definições como as que se seguem:
5.3. Quais os conceitos indefiníveis? Será que todos os conceitos são definíveis?
Se toda a definição começa pela inclusão do termo a definir (espécie) no seu género
mais próximo, os géneros supremos são indefiníveis por excesso de extensão, daí não
possuírem seus géneros mais próximos por onde se possam incluir. O exemplo disto é o
conceito de “ser”.
5.3.2. Indivíduos
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5.3.3. Dados imediatos da experiência
Os dados imediatos da experiência são por si só claríssimos não havendo, por isso
nenhuma definição que os possa clarificar ainda mais. Por outras palavras, se definir um
conceito ou termo é clarificá-lo por meio de outros conceitos ou termos, então, dada a
sua clareza imediata e intuitiva, não é possível obter dos dados imediatos da experiência
uma definição que os torne tão claros ainda.
Agora preste atenção ao resumo desta Lição, para que você possa consolidar o que
acabou de aprender.
Uma definição real diz o que é ou em que consiste uma coisa, um objecto, ou um
fenómeno. As definições reais subdividem-se em: essenciais, descritivas, causaus,
operacionais e ostensivas.
A definição essencial é mais rigorosa de todas, todavia nem sempre é possível detectar a
diferença específica, razão pela qual se recorre à outras definições.
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A definição final faz pelo recurso à causa final, o “para que serve” o objecto. Exemplo:
Faca é um instrumento que serve para cortar as coisas. Balança é o aparelho que serve
para avaliar a massa de um corpo.
A definição operacional consiste em definir conceitos através dos meios pelos quais se
procede à sua avaliação.
Há quem inclua nas definições ostensivas aquelas que se constroem mediante a simples
indicação de exemplos. Exemplo: Livro é o que você tem agora na mão. Caspa é o que
me está cair da cabeça.
As definições nominais, são quelas, que por via de regra, têm a ver com a significação
das palavras. Dentro das definições nominais encontramos as estimológicas as,
sinonímicas e as estipulativas.
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