AS DORES DE UM PROCESSO

INTERROMPIDO

Dra. Jussara Gloria Rossato

“O universo da adoção envolve emoções profundas e toca em um

dos pontos mais essenciais do ser humano que é a necessidade

de ser filho e a possibilidade da parentalidade. Todos precisam

adotar e ser adotados, pais e filhos, a sua maneira.”

(Levinzon, 2006)
Desistência, interrupção,

devolução ou dissolução?
Por que um filho?

Infertilidade.

Companhia.

Substituição de um filho.

Salvador de um relacionamento.
 Nem sempre a adoção ocorre seja por

parte dos adultos ou do próprio filho

Idealização do filho por adoção.

Vivências anteriores à busca pela adoção (luto não elaborado).

Atitude altruísta.

Longo tempo de espera.

Período de aproximação e convivência muito rápidos.

 Incidências sobre crianças e

adolescentes que retornam à instituição

Autoculpabilização.

Reedição do abandono.

Regressão e Rejeição.

Baixa a autoestima e dificuldades no desempenho escolar.

Aumento da dificuldade de ser inserida em nova família.

Aumento das dificuldades de convivência ao retornar para o abrigo.

 Incidências sobre as pessoas que

vivenciam a dissolução na adoção

Culpa, medo, vergonha impotência.

Silêncio de proteção.

Atribuem as dificuldades e insucessos às crianças/adolescentes.

Frustração das expectativas (criança imaginada x criança real).

Dupla frustração no exercício da função parental (biológica X adotiva).

Podem entrar profunda depressão.

 CONSIDERAÇÕES

A complexidade do processo de constituição da parentalidade e filiação.

A experiência de adoção e retorno para o acolhimento aparece permeada

de contradições e sofrimentos.

Nesse sentido, pode-se reconhecer o grande potencial de impacto dessas

vivências ao desenvolvimento infantil.

A invisibilidade do fenômeno e o sofrimento solitário de crianças,

adotantes/pais e profissionais que a vivenciam/acompanham.

 CONSIDERAÇÕES

A não efetivação da parentalidade/filiação adotiva pode

ocasionar a desistência, devolução ou dissolução na adoção.

Preparação antes, durante e no pós-adoção.

Acompanhamento e orientação com profissionais especializados.

Rede de apoio (grupos de apoio e outras).

Trabalho interdisciplinar.
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“Todo ser humano é adotado. A concepção e o nascimento biológico não

garantem o nascimento psíquico.”

(Lisondo, 2010)

Psicóloga: Dra. Jussara Gloria Rossato

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