Artigo Sobre Diva 2.0
Artigo Sobre Diva 2.0
Artigo Sobre Diva 2.0
São Paulo
2018
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO
São Paulo
2018
P126c Paes, Izabella Trinta.
Caracterização dos sinais de desatenção e hiperatividade ao longo
do desenvolvimento do adulto / Izabella Trinta Paes.
192 f. : il. ; 30 cm.
CDD 616.8589
Dedico este trabalho e todas as conquistas que
eu alcançar durante minha vida aos meus pais,
Deia e Luiz. Todo amor e educação que
sempre me deram é fonte inesgotável de força
e inspiração.
AGRADECIMENTOS
Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) is a condition that begins in childhood, can
persist into adult life, and can cause harm to various areas of life. Although the characteristics
of the condition at this stage are already the subject of study in many studies, questions
remain open, especially about the condition in adults with more advanced ages. Expanding
this knowledge is relevant to conducting diagnostic and interventional practices. This study
aimed to characterize from the cognitive and behavioral point of view the complaints of
inattention and hyperactivity/impulsivity throughout adult development. Based on pre-
determined indicators, he proposed describing changes throughout development, presenting
associations with severity / frequency of ADHD complaints and describing differences with
increasing age. Indicators of cognitive functioning (attention, cognitive flexibility, inhibitory
control and working memory) and behavioral indicators of inattention and hyperactivity /
impulsivity, functional impairments, levels of impulsivity, anxiety and depression, somatic
complaints, thought problems and personal strengths were considered. To evaluate the
indicators were used: Psychological Battery for Attention Assessment (BPA), Five Digit Test
(FDT), Working Memory Index Wechsler Adult Intelligence Scale–Third Edition (WMI-
WAIS–III), Diagnostic Interview for ADHD in adults (DIVA 2.0), Barratt Impulsiveness
Scale (BIS 11), Functional Impairment Scale ADHD (EPF-ADHD) and Adult Self-Report
Inventories (ASR / OASR). Participants included 68 volunteers between 18 and 68 years of
age, and 49 of them between 20 and 68 years old were included in the sample analyzed. To
this end, the Adult Self-Report Scale (ASRS 18), Mini Mental State Examination (MMSE),
WASI and Personal Data Sheet and Anamnesis identified individuals with complaints of
ADHD, without cognitive impairment suggestive of dementia, with adequate intellectual
abilities, without current or life diagnosis of neurological and / or psychiatric conditions and
without visual or auditory sensorial impairment. The analyzed sample was divided into two
groups. Group 1, with 25 people between 20 and 30 years of age, and group 2, with 24 people
between 31 and 68 years of age. Finally, Pearson's correlation analyzes and comparison
analyzes were made through the Student's T-Test. The increase in ADHD complaints showed
associations with: decline in personal strength; increased functional impairment (academic,
domestic, financial and social); increased level of impulsivity; increase of indicators of
Anxiety, Depression, somatic complaints and thought problems; decline in working memory
performance; declining performance in concentrated and divided attention, and increased
errors and omissions in tasks of concentrated, divided and alternate attention; and increased
execution times due to inhibition and cognitive flexibility interference. With the increase of
the age occurred: improvement in the performances in working memory; decline in
performance in concentrated, divided and alternate attention; increased level of impulsivity;
increased functional impairment (financial and transit); decline of indicators of Anxiety,
Depression, somatic complaints and thought problems; and increased indicators of personal
strength. With the increase of the age group there were no differences in inhibition, cognitive
flexibility and number of ADHD complaints. These findings demonstrated the possible
association between development and presentation of ADHD signs. The set of data found
follows the same sense of the heterogeneity model in the characterization of the table. The
study also ratified the importance of neuropsychological and behavioral assessment in
diagnostic processes.
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................26
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................................28
2.1. O Adulto e o Idoso sob a perspectiva do Desenvolvimento
e Envelhecimento Cerebral..............................................................................................28
2.2. Transtorno de Déficit de Atenção
e Hiperatividade–TDAH..................................................................................................29
2.3. O TDAH em Adultos e Idosos.........................................................................................32
2.3.1. Persistência do Quadro e Diagnóstico Tardio..........................................................32
2.3.2. O TDAH e o Envelhecimento..................................................................................34
2.4. Avaliação do TDAH em Adultos e Idosos......................................................................35
2.5. Neurobiologia e Funções Cognitivas
envolvidas no TDAH.......................................................................................................37
3. JUSTIFICATIVA..................................................................................................................39
4. OBJETIVOS.........................................................................................................................40
4.1. Geral................................................................................................................................40
4.2. Específicos.......................................................................................................................40
5. MÉTODO..............................................................................................................................41
5.1. Tipo de Pesquisa..............................................................................................................41
5.2. Instrumentos....................................................................................................................41
5.2.1. Instrumentos de Triagem.........................................................................................41
5.2.1.1. Instrumentos de Autorrelato.............................................................................41
5.2.1.1.1. Ficha de Dados Pessoais e Anamnese......................................................41
5.2.1.1.2. Adult Self-Report Scale–ASRS-18……………...………..………….....41
5.2.1.2. Instrumentos de Desempenho..........................................................................42
5.2.1.2.1. Escala de Inteligência Wechsler Abreviada–WASI.................................42
5.2.1.2.2. Mini Exame do Estado Mental–MEEM...................................................43
5.2.2. Instrumentos de Pesquisa.........................................................................................43
5.2.2.1. Instrumentos de Autorrelato.............................................................................43
5.2.2.1.1. Entrevista para Diagnóstico do TDAH em Adultos–DIVA 2.0...............43
5.2.2.1.2. Escala de Impulsividade de Barratt–BIS 11.............................................44
5.2.2.1.3. Escala de Prejuízos Funcionais TDAH–EPF–TDAH..............................45
5.2.2.1.4. Inventários de Auto-Avaliação para Adultos do Sistema
Achenbach de Avaliação Empiricamente
Baseada–ASEBA.....................................................................................46
5.2.2.2. Instrumentos de Desempenho..........................................................................48
5.2.2.2.1. Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção–BPA.............................48
5.2.2.2.2. Five Digit Test–FDT................................................................................49
5.2.2.2.3. Índice de Memória Operacional da Escala de Inteligência Wechsler
para Adultos–WAIS III............................................................................................50
5.3. Local de Pesquisa..........................................................................................................51
5.4. Procedimento.................................................................................................................51
5.5. Participantes..................................................................................................................53
5.6. Análise dos Dados.........................................................................................................62
6. RESULTADOS.....................................................................................................................64
6.1. Análise Estatística Descritiva........................................................................................64
6.1.1. Análise Estatística Descritiva dos Instrumentos de Desempenho.........................64
6.1.1.1. Avaliação da Memória Operacional.................................................................64
6.1.1.2. Avaliação da Atenção.......................................................................................68
6.1.1.3. Avaliação da Interferência da Inibição e Flexibilidade Cognitiva...................73
6.1.2. Análise Estatística Descritiva dos Instrumentos de Autorrelato...........................76
6.1.2.1. Avaliação das Queixas de TDAH....................................................................76
6.1.2.2. Avaliação da Impulsividade.............................................................................82
6.1.2.3. Avaliação de Prejuízos Funcionais..................................................................86
6.1.2.4. Avaliação Comportamental – ASR e OASR....................................................89
6.2. Análises Estatísticas Inferenciais..................................................................................91
6.2.1. Análises Estatísticas Inferenciais: Associações.....................................................93
6.2.1.1. As Mudanças ao Longo do Desenvolvimento em
Desempenhos e Autorrelatos: Associação com Idade....................................93
6.2.1.2. Associações entre Instrumentos de Avaliação das Queixas de TDAH............98
6.2.1.3. Associações entre Severidade/Frequência de Queixas de TDAH
com Desempenhos e Autorrelatos–ASRS-18...............................................100
6.2.1.4. Associações entre Severidade/Frequência de Queixas do TDAH
com Instrumentos de Desempenho e Autorrelato–DIVA 2.0.......................126
6.2.2. Análise Estatística Inferencial: Comparação entre Médias de Grupos Etários...141
6.2.2.1. Comparação entre Médias nos Instrumentos de Desempenho.......................142
6.2.2.2. Comparação entre Médias nos Instrumentos de Autorrelato.........................146
6.3. Resumo dos Resultados...............................................................................................153
7. DISCUSSÃO......................................................................................................................160
7.1. O TDAH e a Memória Operacional............................................................................160
7.2. O TDAH e a Atenção..................................................................................................162
7.3. O TDAH e a Interferência da Inibição e Flexibilidade Cognitiva..............................165
7.4. O TDAH e Prejuízos Funcionais.................................................................................167
7.5. O TDAH e a Impulsividade.........................................................................................169
7.6. O TDAH e Indicadores de Ansiedade, Depressão, Problemas Somáticos,
Problemas com Pensamento, Itens Críticos e Total de Problemas.............................171
7.7. O TDAH e o Funcionamento Adaptativo....................................................................172
7.8. O TDAH e a Avaliação das Queixas...........................................................................173
8. CONCLUSÃO....................................................................................................................176
9. LIMITAÇÕES E ESTUDOS FUTUROS...........................................................................178
REFERÊNCIAS......................................................................................................................181
ANEXOS................................................................................................................................187
26
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005) define 19 anos como idade de início
da fase adulta, já a definição de idoso depende do nível sócio-econômico de cada país. No
caso de países em desenvolvimento, pessoas com 60 anos ou mais são consideradas idosas, ao
passo que nos países desenvolvidos, pessoas com 65 anos ou mais são consideradas idosas.
Logo, sendo o Brasil um país em desenvolvimento, a fase adulta está na faixa etária entre 19 e
60 anos.
As divisões por faixas etárias são utilizadas em diversos contextos, entre eles, o
científico, educacional, político, social e jurídico. Definem-se na idade cronológica, mas
consideram características biológicas, psicológicas e sociais a fim de delimitar condições de
autonomia e independência que vão sendo alcançadas durante o processo de desenvolvimento
humano (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008, FUENTES et al., 2018).
O desenvolvimento humano se divide em fases– infância, adolescência, vida adulta e
velhice – com características próprias em termos de desenvolvimento físico, cognitivo e
psicossocial. As diferenças entre cada fase existem devido a um processo de transformação
incessante desde o momento da concepção até a maturidade. O desenvolvimento cognitivo
representa um dos elementos primordiais para o funcionamento adequado em todas das
esferas da vida humana e está ligado diretamente ao processo de desenvolvimento cerebral
(PAPALIA; FELDMAN, 2013).
De acordo com Fuentes e colaboradores (2018), é na fase adulta que o cérebro e os
processos cognitivos atingem o amadurecimento. Em consequência disso observa-se o
desenvolvimento de habilidades que vão desde o aprimoramento de funções até a
adaptabilidade com o aumento da idade. Papalia e Feldman (2013) descrevem que no início
da idade adulta o pensamento começa a se tornar mais complexo e há estabilização da
personalidade. Já em fase intermediária da vida adulta as capacidades mentais alcançam o
ponto mais alto, desenvolvendo a habilidade de solucionar de problemas práticos. Em fase
mais tardia da vida adulta, por volta dos 65 anos, o tempo de reação começa a ficar mais lento
e a memória começa a declinar, o que pode interferir na funcionalidade do idoso, de forma
que se faz necessário o desenvolvimento de compensações para lidar com essas mudanças.
29
Para Craik e Bialystok (2006) o desenvolvimento cognitivo ao longo da vida pode ser
explicado a partir do crescimento e estabilização dos sistemas de representação e dos
processos controlados. As representações se referem aos conhecimentos adquiridos ao longo
da vida e perduram até idades mais avançadas, apenas sendo perdidas por desuso ou por
dificuldade de recordação (acesso à informação). Enquanto isso, os processos controlados do
funcionamento cerebral alcançam um ápice durante o desenvolvimento, para então iniciar o
declínio. O momento de início do declínio em cada função ocorre em diferentes idades de
acordo com as áreas do cérebro envolvidas.
Desta forma existem duas trajetórias distintas para o desenvolvimento cognitivo ao
longo da vida. A trajetória da inteligência cristalizada ou pragmática cognitiva – associada às
representações – se mantém crescente até idades mais avançadas, e a trajetória da inteligência
fluida ou mecânica cognitiva – associada aos processos controlados – inicia seu declínio mais
cedo. Formas típicas e atípicas de desenvolvimento estão sob influência desses processos
(CRAIK; BIALYSTOK, 2006).
Todavia, as questões relacionadas ao desenvolvimento dos adultos também dependem
das etapas de desenvolvimento vividas em fases anteriores. Nesse sentido na infância
evidencia-se o alicerce para uma vida adulta saudável, uma vez que é o período no qual são
observados ganhos evolutivos elementares para o funcionamento a longo da vida (NERI,
2001). Condições prejudiciais presentes na infância ou condições que se iniciam na infância e
perduram ao longo da vida, constituem comprometimentos que impactam qualidade de vida e
funcionalidade. Os Transtornos do Neurodesenvolvimento são exemplos de tais condições e
se caracterizam por déficits que têm início no período do desenvolvimento infantil e causam
prejuízos ao funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional (APA, 2014). O
TDAH está entre estes transtornos e sob essa perspectiva representa umas das condições de
interferem no desenvolvimento humano.
(b) Frequentemente tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (ex.
dificuldade de manter o foco durante aulas, conversas ou leituras prolongadas).
(c) Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente (ex.
parece estar com a cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer distração óbvia).
(d) Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos
escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho (ex. começa as tarefas, mas rapidamente
perde o foco e facilmente perde o rumo).
(e) Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (ex. dificuldade para
organizar tarefas sequenciais, dificuldade em manter materiais e objetos pessoais em
ordem, trabalho desorganizado e desleixado, mau gerenciamento do tempo, dificuldade em
cumprir prazos).
(f) Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço
mental prolongado (ex. trabalhos escolares ou lições de casa; para adolescentes mais
velhos e adultos, preparo de relatórios, preenchimento de formulários, revisão de trabalhos
longos).
(g) Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (ex. materiais escolares,
lápis, livros, instrumentos, carteiras, chaves, documentos, óculos e celular).
(h) Com frequência, é facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais
velhos e adultos, pode incluir pensamentos não relacionados).
(i) Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas (ex. realizar tarefas,
obrigações; para adolescentes e adultos, retornar ligações, pagar contas, manter horários
agendados).
SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE
(a) Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira.
(b) Frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado (ex.
sai do seu lugar em sala de aula, no escritório ou em outro local de trabalho ou em outras
situações que exijam que se permaneça em um mesmo lugar).
(c) Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado (em
adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações de inquietude).
(d) Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente.
(e) Com frequência “não para”, agindo como se estivesse com o “motor ligado” (ex. não consegue
ou se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo, como em restaurantes, reuniões;
outros podem ver o indivíduo como inquieto ou difícil de acompanhar).
(f) Frequentemente fala demais.
(g) Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída (ex.
termina frases de outros, não consegue aguardar a vez de falar).
(h) Frequentemente tem dificuldade para esperar sua vez (ex. aguardar em uma fila).
(i) Frequentemente interrompe ou se intromete (ex. mete-se nas conversas, jogos ou atividades;
pode começar a usar as coisas de outras pessoas sem pedir ou receber permissão; para
adolescentes e adultos, pode intrometer-se em ou assumir o controle sobre o que os outros estão
fazendo).
quando os critérios do DSM-5 são exigidos rigorosamente. Esses critérios estão relacionados
à presença de prejuízos em vários contextos de vida devido aos sintomas, ausência de outras
causas que melhor justificariam os sintomas (abuso de substâncias ou outro transtorno mental)
e 12 anos como idade limite para início sintomas (ASHERSON et al., 2016). Moffit e
colaboradores (2015) também acrescentam que o TDAH com início tardio conflitaria com a
inclusão atual do quadro dentro do grupo dos Transtornos do Neurodesenvolvimento, o que
consequentemente aventaria a existência de caracterização própria, talvez com causas
diferentes e consistiria em uma síndrome adquirida. Portanto para estes autores, os dados de
introdução à ideia do TDAH tardio são muito recentes e é necessário aguardar por mais
estudos sobre o tema para maiores conclusões.
3. JUSTIFICATIVA
4. OBJETIVOS
4.1.Geral
4.2.Específicos
5. MÉTODO
5.2. Instrumentos
A Adult Self-Report Scale (ASRS-18) é uma escala de auto avaliação para adultos que
verifica a presença de sintomas do TDAH descritos no critério A do DSM-IV. Os sintomas
descritos correspondem a nove indicadores de desatenção e nove indicadores de
hiperatividade/impulsividade. Estes indicadores permaneceram os mesmos no DSM-5 apenas
foi alterado o número de sintomas indicativos de presença do TDAH conforme foi citado na
fundamentação. O ASRS 18 é composto por 18 itens divididos em duas partes, A e B. A parte
A (itens 1 a 9) lista sinais relacionados à desatenção, enquanto a parte B (itens 9 a 18) lista
sinais relacionados à hiperatividade/impulsividade. Todos os itens foram adaptados para o
contexto da vida adulta (MATTOS et al., 2006). Durante a aplicação, a cada item o
participante deve escolher entre cinco opções aquela que melhor classifica a frequência com
que ocorre determinada situação. As opções incluem “nunca”, “raramente”, “algumas vezes”,
“frequentemente” e “muito frequentemente”, e respectivamente pontuam 0, 1, 2, 3, 4. No
42
estudo original (KESSLER et al., 2005) o somatório desses valores pode ser comparado a um
ponto de corte, assim pontuações maiores que 24 sugerem a presença do TDAH. No Brasil
ainda não existem dados normativos publicados e para utilização neste país é recomendado o
ponto de corte sugerido pelo DSM a partir da conferência das respostas do tipo
“frequentemente” e “muito frequentemente”, ou seja, quanto mais respostas desse tipo mais
indícios de presença do quadro (MATTOS et al., 2006).
ou abaixo disso são classificados como extremamente baixos. Neste estudo foram incluídos
participantes com classificação a partir de QI= 80.
Em artigo que propõe utilização do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) como
instrumento de rastreio de comprometimento cognitivo, Bertolucci e colaboradores (1994)
ressaltam sua importância para investigação e monitoramento de perdas cognitivas. Este
instrumento avalia cinco domínios de funções cognitivas, por itens específicos: orientação
para tempo equivale 5 pontos, orientação para local equivale 5 pontos, memória imediata
equivale 3 pontos, atenção e cálculo equivale 5 pontos, evocação equivale 3 pontos,
linguagem equivale 8 pontos e capacidade construtiva visual equivale 1. A pontuação máxima
é 30 e os pontos de corte baseados na escolaridade propostos por Brucki e colaboradores
(2003), após estudo realizado com adultos entre 16 e 92 anos são 20 pontos para analfabetos,
25 pontos para de 1 a 4 anos, 26,5 pontos para 5 a 8 anos, 28 pontos para de 9 a 11 anos e 29
pontos para mais de 11 anos. No presente estudo o instrumento foi selecionado para detectar
alterações no estado global do funcionamento cognitivo que indicassem presença de quadros
patológicos especialmente processos demenciais nos participantes mais velhos. Entretanto
coube medida preventiva para evitar exclusão de participantes que demonstrassem alteração
no resultado como consequência do TDAH. Ficou definido o uso dos pontos de corte do
estudo de Brucki e colaboradores (2003) sem excluir participantes com pontuação abaixo da
média devido a déficit de desempenho somente na avaliação do domínio atenção e cálculo.
FRANCKEN, 2010). Para isso realiza um inquérito aprofundado com perguntas e o auxílio de
listas de exemplos que favoreçam recordação de fatos e autoavaliação. A parte 1 explora os
sintomas de déficit de atenção, a parte 2 explora sintomas de hiperatividade/impulsividade e a
parte 3 explora os prejuízos e áreas da vida impactadas devido aos sintomas. Cada parte
apresenta separadamente os dados da infância e fase adulta: quantidade de sintomas de
desatenção e hiperatividade/impulsividade, e quantas áreas da vida estão prejudicadas.
Durante a entrevista também são inqueridos idade de início dos sintomas na infância e tempo
de duração dos sintomas. Ao final há uma compilação das respostas obtidas para checagem
dos critérios A, B, C, D e E do DSM-IV por meio da quantificação de sinais e prejuízos,
caracterização de cronicidade e observação da presença de outro transtorno que explique
melhor os sintomas. A partir dos dados levantados é sugerido diagnóstico e em caso positivo,
classificação do subtipo. A participação de um segundo informante é prevista e recomendada,
mas não obrigatória. Mesmo sendo construído com base no DSM-IV, o DIVA 2.0 ainda é o
principal instrumento utilizado internacionalmente para avaliar queixas típicas do TDAH. As
pequenas alterações nos critérios do DSM-5 podem ser aplicadas aos dados coletados pelo
DIVA 2.0. A versão em português do Brasil está disponível no endereço:
http://www.divacenter.eu/Content/VertalingPDFs/DIVA_2_BRAZIL_FORM.pdf.
Quadro 2: Itens avaliados que indicam presença de prejuízos funcionais em áreas da vida.
ÁREAS DA VIDA ITENS AVALIADOS
Acadêmica Realizou trabalhos com baixa qualidade, foi reprovado, perdeu a confiabilidade de
professores e colegas, ficou estressado por deixar tarefas para a última hora, não
concluiu cursos, obteve notas baixas, gastou mais tempo que o previsto para
concluir cursos ou treinamentos e teve variações de desempenho acadêmico.
Profissional Vivenciou insatisfação de terceiros em função do seu desempenho, foi repreendido
pelo superior, perdeu oportunidades profissionais, se sentiu fracassado e inseguro
profissionalmente, perdeu a confiança de terceiros, ocupou cargo abaixo do
potencial, teve a carreira profissional estagnada, vivenciou conflitos com colegas
de trabalho.
46
Afetivo-sexual O parceiro teve que assumir responsabilidades que eram do examinando, terminou
relacionamentos afetivos e sexuais de forma precipitada, recebeu queixas dos
parceiros sobre o modo de ser, vivenciou conflitos com o companheiro, passou por
situações em que pequenos desentendimentos tomaram grande proporção e o
parceiro ficou insatisfeito com o examinando.
Social Houve afastamento de pessoas, se sentiu inseguro, foi chamado de enrolado, foi
considerado inconveniente, teve dificuldades em manter amizades duradouras,
passou a impressão de descaso, vivenciou conflitos, as pessoas ficaram chateadas
com o examinando e foi considerado antipático.
Doméstica Os ambientes ficam bagunçados por muito tempo, familiares ficaram chateados
pelo modo de ser do examinando, ocorrência de pequenos acidentes domésticos,
sentiu-se incapaz de realizar afazeres domésticos, vivenciou conflitos com
familiares, houve falta de reparo ou troca de eletrodomésticos, foi chamado de
irresponsável.
Financeira Teve gastos desnecessários, ficou endividado, teve serviços cortados, ou suspensos
por falta de pagamento, depende de terceiro para controlar as próprias finanças,
teve prejuízos financeiros e restrição de crédito.
Saúde Teve horários de alimentação desregulados, adoeceu por falta de prevenção, teve
rotina de sono alterada, ficou sedentário, teve doença agravada por falta de cuidado
e problemas com álcool e/ou drogas.
Trânsito Terceiros se sentiram inseguros quando o examinando estava da direção, envolveu-
se em acidentes, recebeu multas de trânsito, colocou-se em situações de risco,
envolveu-se em conflitos com outros motoristas, deixou o próprio veículo exposto
a danos e desgastes mecânicos.
Risco Legal Vivenciou momentos difíceis por desacato à autoridade, envolveu-se em situações
em que poderia ter sido preso, expôs-se à situação de risco por uso ou transporte de
substâncias ilícitas e correu risco de ser processado por agressão.
respostas são emitidas de forma descritiva, por opções de múltipla escolha sobre
características ou por escala likert de três pontos, sendo 0 atribuído se um item que não é
verdadeiro, 1 se é pouco verdadeiro ou às vezes verdadeiro e 2 se é muito verdadeiro ou
frequentemente verdadeiro. Os escores brutos são inseridos no programa de computador
Assessment Data Manager 7.2, onde são obtidos os escores ponderados (escores T). A
classificação fica entre ausência de problemas (normalidade), problemas limítrofes e
problemas considerados clínicos.
2013). Cada tipo de atenção é avaliado em folha de resposta específica, com variações no
número de estímulos a procurar, esquema da tarefa e tempo determinado para execução.
Durante a aplicação do teste para atenção concentrada é solicitado rastreamento de apenas um
estímulo específico em meio a outros estímulos distratores. A atenção dividida é avaliada
através da procura simultânea de três estímulos específicos, cada um deles surgirá
posicionado aleatoriamente entre outros estímulos distratores. No teste de atenção alternada
conjuntos de dados posicionados em linha são apresentados e a cada conjunto o participante
deve procurar um novo estímulo entre distratores. Nos três testes o tempo de execução é
diferente. Os resultados permitem determinar número de acertos, erros e omissões, percentil e
classificação do desempenho em cada tipo de atenção com base em faixa etária ou
escolaridade.
De acordo com Sedó, Paula e Malloy-Diniz. (2017) o Five Digit Test (FDT) ou Teste
dos cinco dígitos avalia o efeito de interferência atencional, utilizando informações
conflitantes sobre números e quantidades. Tem como objetivo mensurar velocidade de
processamento, atenção (focar e reorientar a atenção e lidar com interferência) e funções
executivas (controle inibitório e flexibilidade cognitiva). É aplicável na faixa etária de 6 a 92
anos. Composto por quatro tarefas: Leitura, Contagem, Escolha e Alternância. As duas
primeiras medem processos simples e automáticos, enquanto as duas últimas medem
processos mais complexos que requerem um controle mental ativo. Assim este instrumento
verifica velocidade e eficiência do processamento cognitivo, constância de atenção focada,
automatização progressiva da tarefa e capacidade de desencadear esforço mental à medida
que a dificuldade aumenta. Durante a aplicação é apresentado um manual onde para cada
tarefa há uma folha de estímulo de treino e outra de teste. As folhas contêm conjuntos de
cartas impressas e enfileiradas em linhas, contendo números ou asteriscos. O treino serve para
certificar a compreensão da tarefa. No teste deve ser cronometrado o tempo que o participante
leva para concluir a tarefa. Na tarefa “Leitura”, o participante é orientado a reconhecer e
nomear os números dentro de cada carta impressa na folha. Por sua vez a tarefa Contagem
exige que ele quantifique asteriscos dentro das cartas A tarefa “Escolha” solicita que ele iniba
a leitura dos números exibidos em cada carta, e diga quantos números aparecem. A última
tarefa “Alternância” solicita ao participante que utilize as estratégias Escolha ou Leitura de
acordo com o tipo de bordas em volta das cartas, para bordar finas deve dizer quantos
50
números existem dentro da carta, para borda grossa deve dizer qual o número dentro da carta.
Os resultados se embasam no número de erros e tempo de execução de cada tarefa, obtém
assim o percentil de acordo com a faixa etária. O teste disponibiliza dados sobre capacidade
de inibição e flexibilidade também com identificação do percentil.
O estudo foi desenvolvido em dois locais de pesquisa, as cidades São Paulo e São
Luís, que respectivamente são capitais dos estados São Paulo e Maranhão. A escolha do
primeiro local, São Paulo, foi por esta ser a cidade que sedia o programa de mestrado que
viabilizou esta pesquisa. O segundo local, São Luís, foi selecionado por ser onde reside a
pesquisadora.
5.4. Procedimento
5.5. Participantes
Os critérios de inclusão
1. Pontuação ponderada total superior a 24 pontos no Adult Self-Report Scale
(ASRS-18), tal condição sugere presença do TDAH.
2. Habilidades intelectuais preservadas, ou seja, QI≥ 80 de acordo com a
avaliação da Escala de Inteligência Wechsler Abreviada (WASI).
3. Funcionamento cognitivo global preservado de acordo com a avaliação no
Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), ou seja, pontuação geral dentro do
esperado com base na escolaridade. Foram incluídos também participantes com
pontuação geral abaixo do esperado para sua escolaridade devido à presença de
déficit no desempenho no setor do teste que avalia atenção e cálculo.
Os critérios de exclusão
1. Presença de prejuízo sensorial auditivo ou visual não corrigido.
2. Menos de quatro anos de escolaridade.
3. Histórico de abuso e dependência de álcool e outras substâncias.
4. Ter diagnóstico de quadros neurológicos ou psiquiátricos atuais ou vitalício, e
estar em tratamento para essas condições.
Estas informações foram verificadas por meio da ficha de dados pessoais e anamnese.
Desta forma foram incluídos na amostra participantes com perfil descrito no Quadro 4.
54
Verificar escolaridade
Ausência de prejuízos na visão e audição
FICHA DE DADOS
mais de 11 anos.
Verificar desempenho no domínio atenção
Estar com pontuação abaixo do ponto de
corte como resultado da pontuação no
domínio atenção e cálculo.
SUBSTESTES
(WASI)
QI ≥ 80
2
QI estimado
O passo seguinte foi verificar o desempenho no MEEM, atendendo aos pontos de corte
com base nos anos de escolaridade, 20 pontos para analfabetos, 25 pontos para 1 a 4 anos,
26.5 pontos para 5 a 8 anos, 28 pontos para de 9 a 11 anos e 29 pontos para mais de 11 anos
56
(BRUCKI et al., 2003). Contudo não foram excluídos participantes com pontuação geral
abaixo do esperado para sua escolaridade devido a déficit de desempenho na avaliação do
domínio atenção e cálculo. Mas foram excluídos 2 participantes que apresentaram pontuação
geral 23 e 24, respectivamente com déficits nos domínios atenção e cálculo, e evocação, e
domínios atenção e cálculo, orientação e comando. O grupo todo obteve média= 28.29 e
desvio padrão= 1.78 (Gráfico 2).
Após esses dois primeiros passos foram verificados os totais ponderados do ASRS-18
e a partir dessa medida foram excluídos 14 participantes que obtiveram menos que 25 pontos,
atendendo ao ponto de corte proposto por Kessler e colaboradores (2005). O grupo todo
obteve média= 35.78 e desvio padrão= 11.80 (Gráfico 3).
57
Para realizar a análise que envolve a comparação entre grupos etários diferentes, a
amostra total foi dividida em dois grupos. O grupo 1 foi composto por pessoas entre 20 e 30
anos e o grupo 2 por pessoas entre 31 e 68 anos (Tabela 2).
60
O grupo 1 contou com 4 homens e 21 mulheres, com média de idade 22.84 e desvio
padrão 2.23. A escolaridade em anos teve média= 15.60 e desvio padrão= 2.25. Ambas com
curva de distribuição normal (Gráficos 6 e 7).
O grupo 2 contou com 7 homens e 17 mulheres, com média de idade 41.12 e desvio
padrão= 10.17. A escolaridade em anos teve média= 19.04 e desvio padrão= 3.42. Ambas
com curva de distribuição normal (Gráficos 8 e 9).
6. RESULTADOS
Por fim o índice total para capacidade de memória operacional indica rendimentos
entra 85 e 132, sendo que 57.1% dos participantes mostraram desempenhos de 108 ou
maiores. Em termos de percentis, os resultados variaram entre 14 e 99, com 10.2% da mostra
classificando-se em percentil 30 ou menos, e 49% em percentil 73 ou mais (Tabelas 6 e 7).
67
A BPA trouxe dados sobre o número de acertos, erros, omissões e escore bruto, este
último é resultado de uma equação em que se subtrai erros e omissões do número de acertos.
A partir dos escores brutos é obtida a classificação em percentil baseada na idade, este índice
permite a classificação do desempenho em inferior, médio inferior, médio, médio superior e
superior, para atenção concentrada, dividida e alternada. O nível de atenção geral é verificado
com o somatório dos escores brutos dos três tipos de atenção avaliados, convertidos
posteriormente em percentil ponderado pela idade e classificação do desempenho. Os
resultados serão apresentados primeiramente com classificação e na sequência erros e
omissões, devido à associação dessas ocorrências com características de impulsividade ou
desatenção.
No quesito atenção concentrada as classificações dos participantes mostraram 24.5%
dos participantes com desempenhos abaixo da média (Tabela 8). Nas tabelas 9 e 10 é possível
observar que a maioria (87.8%) não cometeu erros, e 61.2% cometeu duas ou menos omissões
ou mesmo nenhuma.
69
frequentes ou muito frequentes. Quando se contabiliza os totais ponderados de sinais que são
resultado do somatório de todos os sinais incluindo não só os frequentes e muito frequentes,
mas também os que ocorrem raramente e algumas vezes, logicamente atribuindo valores
específicos para cada tipo de resposta, as pontuações variaram entre 25 e 65, já que 25 foi o
ponto de corte de referência utilizado nos critérios de exclusão. (Tabelas 28, 29, 30 e 31).
O DIVA 2.0 verificou sinais do TDAH da infância e fase adulta. Na fase adulta
quando utilizada a referência do DSM-IV de no mínimo seis sinais de desatenção ou
hiperatividade/impulsividade para o diagnóstico, foram encontrados 61.2 % dos participantes
com seis ou mais sinais de desatenção, 44.9% com seis ou mais sinais de
hiperatividade/impulsividade e 36.7% com um total de 12 ou mais sintomas. Se a referência
for o DSM-5 de no mínimo cinco sinais de desatenção ou hiperatividade/impulsividade para o
diagnóstico, foram encontrados 87.8% dos participantes com cinco ou mais sinais de
desatenção, 55.1% com cinco ou mais sinais de hiperatividade/impulsividade e 65.3 com total
de 10 ou mais sinais (Tabelas 32, 33 e 34). Na infância o ponto de corte seis sinais de
desatenção ou hiperatividade/impulsividade é compatível no DSM-IV e DSM-5, assim 67.3%
relatam seis ou mais sinais de desatenção, 36.7% relataram seis ou mais
80
Relatos de impulsividade
A primeira etapa da análise estatística inferencial dos dados foi realizada em duas
partes. Inicialmente buscou-se alcançar os objetivos relacionados a descrever as mudanças ao
longo do desenvolvimento nos resultados apresentados pela amostra, através da verificação de
associação entre estes e a idade dos participantes. No segundo momento buscou-se atender
aos objetivos relacionados a verificar associações entre a severidade/frequência de queixas de
TDAH (número de sinais do TDAH segundo os instrumentos ASRS- 18 e DIVA 2.0) e os
resultados apresentados pela amostra.
Para tanto foram realizadas análises de correlação de Pearson nos dois casos. Este tipo
de análise permite a observação de duas variáveis em termos de covariância, a fim de saber se
suas ocorrências estão associadas. Após a constatação de associações significativas entre as
variáveis baseada nas referências estatísticas do teste (a saber, p representa o nível de
significância e quanto menor o seu valor maior a significância, observar legendas das tabelas),
pode-se visualizar o a força de associação (r de Pearson= valor do teste) entre as duas
variáveis – o tamanho da força – cujas referências são valores r= 0.10, r= 0.30, r= 0.50 e
representam respectivamente pequena, média e grande magnitude O valor de r de Pearson
sendo positivo ou negativo tem o mesmo tamanho de força, contudo o tipo de sinal indica o
sentido da associação. Sinal negativo indica associações inversamente proporcionais, ou seja,
se uma diminui a outra aumenta e se uma aumenta a outra diminui. Sinais positivos indicam
associações diretamente proporcionais, ou seja, se uma diminui, a outra diminui e se uma
aumenta a outra aumenta. Este tipo de análise, contudo, não indica efeitos de causalidade
(DANCEY; REIDY, 2013). Serão apresentadas a seguir de maneira setorizada por
instrumento, somente as associações significativas encontradas.
No IMO-WAIS III foi observado que quanto maior a idade, maiores foram os escores
ponderados nos subtestes dígitos e sequência de números e letras, e a soma dos ponderados
dos três subtestes. Nos resultados do índice de memória operacional também foi observado
que com aumento da idade foram identificados maiores índices e classificações de percentis
correspondentes (Tabela 58).
94
No BPA foi observado que quanto maior a idade houve tendência a menos acertos e
menores escores brutos em atenção concentrada, e menores classificações de percentil em
atenção alternada. Da mesma forma, com o aumento da idade foram observados menos
acertos e menores escores brutos em atenção dividida, menores escores brutos em atenção
alternada e geral (Tabela 59).
Na escala BIS-11 foi observado que quanto maior a idade, houve tendência a maiores
classificações de percentis em impulsividade geral (Tabela 60).
Na escala EPF-TDAH foi observado que quanto maior a idade houve tendência a
menores escores médios na área saúde, e menores escores brutos e médios na área doméstica.
96
Com aumento da idade também foram observados, menores escores brutos na área saúde, e
maiores escores brutos e médios na área trânsito (Tabela 61).
Nas Escalas de Síndromes-ASR e OASR foi observado que com o aumento da idade
houve tendência a menores escores T em problemas com pensamento. Com o aumento da
idade foram observados menores escores brutos, escores T e classificações de percentis em
problemas somáticos, menores escores brutos e escores T em Ansiedade/Depressão, menores,
escores brutos em problemas com pensamento (Tabela 62).
97
Nos Itens Críticos e Total de Problemas - ASR e OASR foi observado que com o
aumento da idade houve menores escores brutos e classificações em percentis do total de
problemas. Também com o aumento da idade houve tendência a menores escores T do total
de problemas (Tabela 63).
98
Tabela 63: Associações entre idade e itens críticos e total de problemas - ASR e OASR.
Índices dos elementos avaliados r de Pearson p n INTERPRETAÇÃO
Total de problemas - Escore bruto -0.441** 0.001 49 Houve associação negativa
significativa entre a idade dos
participantes e os escores brutos
em total de problemas. O efeito
encontrado foi de média
magnitude.
Total de problemas - Escore T -0.262† 0.069 49 Houve associação negativa
significativa entre a idade dos
participantes e os escores T em
total de problemas. O efeito
encontrado foi de pequena
magnitude.
Total de problemas – Percentil -0.249† 0.084 49 Houve associação negativa
significativa entre a idade dos
participantes e os percentis em total
de problemas. O efeito encontrado
foi de pequena magnitude.
Legenda: n= número de participantes; r de Pearson= valor do teste; p= nível de significância, as referências de
significância são † se p < 0.10, * se p < 0.05, ** se p ≤0.001.
Ao tratar das associações entre queixas (sinais) de TDAH, fez-se importante conhecer
a compatibilidade entre as verificações de sinais feitas pelos dois instrumentos utilizados
nesta pesquisa para avaliação deste quesito, ASRS-18 (usado na triagem) e DIVA 2.0
(instrumento de coleta).
De modo geral foi observado que houve correlação entre as medidas de ambos. Os
sinais da fase adulta avaliados pelo ASRS-18 aumentaram juntamente com os sinais da
infância e da fase adulta medidos pelo DIVA 2.0. Assim foi verificado que quanto mais
99
Tabela 65: Associações entre instrumentos para avaliar sinais do TDAH, ASRS-18 e DIVA
2.0.
Na BPA com aumento dos sinais de desatenção foi observada tendência a mais erros e
menores classificações de percentis em atenção concentrada. Quanto maior o número de
101
No FDT foi observado que com o aumento dos sinais de desatenção houve tendência a
maiores tempos de execução nas tarefas escolha e alternância, maiores tempos de execução
devido à demanda de flexibilidade cognitiva. Quanto maior o número de sinais de desatenção
foram observados maiores tempos de execução devido à demanda de inibição e menores as
classificações de percentis correspondentes (Tabela 68).
102
Na escala BIS-11 com o aumento dos sinais de desatenção houve tendência a maiores
escores na impulsividade atencional, motora e por não planejamento, e maiores escores brutos
e classificação de percentis na impulsividade geral (Tabela 70).
104
Nas Escalas de Síndromes-ASR e OASR foi observado que com o aumento dos sinais
de desatenção houve tendência a maiores escores T em problemas com pensamento. Quanto
mais sinais, maiores foram os escores T em Ansiedade/Depressão (Tabela 71).
105
Nos Itens Críticos e Totais das Escalas de Síndromes-ASR e OASR foi observado que
com o aumento dos sinais de desatenção, maiores foram os escores brutos, escores T e
classificação de percentis dos itens críticos, e maiores foram os escores brutos e escores T do
total de problemas (Tabela 72).
No BPA quanto maior foi o total de sinais houve tendência a omissões em atenção
concentrada e menores escores brutos em atenção dividida. Quanto mais elevado o total,
maiores foram as omissões em atenção dividida e maiores foram os erros em atenção
alternada (Tabela 82).
Na escala BIS-11 quanto maior o total de sinais maiores foram os escores brutos em
impulsividade atencional, motora, por não planejamento e maiores foram os escores brutos e
classificações de percentis em impulsividade geral (Tabela 85).
118
Nos Itens Críticos e Totais das Escalas de Síndromes-ASR e OASR quanto maior o
total de sinais maiores foram os escores brutos, escores T e classificação de percentis dos
itens críticos e do total de problemas (Tabela 87).
Tabela 87: Associações entre total de sinais do TDAH-ASRS-18 e itens críticos e total de
problemas - ASR e OASR.
Índices dos elementos avaliados r de Pearson p n INTERPRETAÇÃO
Itens críticos - Escore bruto 0.357* 0.012 49 Houve associação positiva
significativa entre o total de sinais do
TDAH na fase adulta (ASRS-18) e os
escores brutos dos itens críticos. O
efeito encontrado foi de média
magnitude.
Itens críticos - Escore T 0.422** 0.003 49 Houve associação positiva
significativa entre o total de sinais do
TDAH na fase adulta (ASRS-18) e os
escores T dos itens críticos. O efeito
encontrado foi de média magnitude.
Itens críticos – Percentil 0.321* 0.025 49 Houve associação positiva
significativa entre o total de sinais do
TDAH na fase adulta (ASRS-18) e os
percentis dos itens críticos. O efeito
encontrado foi de média magnitude.
Total de problemas – Escore bruto 0.497** <0.001 49 Houve associação positiva
significativa entre o total de sinais do
TDAH na fase adulta (ASRS-18) e os
escores brutos do total de problemas.
O efeito encontrado foi de média
magnitude.
Total de problemas - Escore T 0.484** <0.001 49 Houve associação positiva
significativa entre o total de sinais do
TDAH na fase adulta (ASRS-18) e os
escores T do total de problemas. O
efeito encontrado foi de média
magnitude
121
No BPA quanto mais elevado o total ponderado de sinais houve tendência a mais
omissões em atenção concentrada e atenção dividida (Tabela 88):
No FDT quanto mais elevado o total ponderado de sinais maiores foram os tempos de
execução devido à demanda de inibição (Tabela 89).
os escores brutos e médios nas áreas acadêmicas, financeira, maiores foram os escores médios
na área doméstica, e maior foi o número de áreas impactadas (Tabela 90).
Na escala BIS-11 quanto mais elevado o total ponderado de sinais houve tendência a
maiores escores brutos em impulsividade motora. Com total ponderado mais elevado, maiores
foram os escores ponderados em impulsividade atencional, motora e por não planejamento, e
maiores foram os escores brutos e classificações de percentis correspondentes em
impulsividade geral (Tabela 91).
Tabela 93: Associação entre total ponderado de sinais TDAH-ASRS-18 e itens críticos e total
de problemas - ASR ou OASR.
Índices dos elementos avaliados r de Pearson p n INTERPRETAÇÃO
Itens críticos - Escore bruto 0.358* 0.012 49 Houve associação positiva significativa
entre total ponderado de sinais do
TDAH (ASRS-18) e os escores brutos
dos itens críticos. O efeito encontrado
foi de média magnitude.
Itens críticos - Escore T 0.004 49 Houve associação positiva significativa
0.403**
entre total ponderado de sinais do
TDAH (ASRS-18) e os escores Tdos
itens críticos. O efeito encontrado foi de
média magnitude.
Itens críticos – Percentil 0.314* 0.028 49 Houve associação positiva significativa
entre total ponderado de sinais do
TDAH (ASRS-18) e os percentis dos
itens críticos. O efeito encontrado foi de
média magnitude.
Total de problemas - Escore bruto 0.436** 0.002 49 Houve associação positiva significativa
entre total ponderado de sinais do
TDAH (ASRS-18) e os escores brutos
do total de problemas. O efeito
encontrado foi de média magnitude.
Total de problemas - Escore T 0.424** 0.002 49 Houve associação positiva significativa
entre total ponderado de sinais dos
escores T do total de problemas. O
efeito encontrado foi de média
magnitude.
Total de problemas – Percentil 0.305* 0.033 49 Houve associação positiva significativa
entre total ponderado de sinais do
TDAH (ASRS-18) e os percentis do
total de problemas. O efeito encontrado
foi de média magnitude.
Legenda: n= número de participantes; r de Pearson= valor do teste; p= nível de significância, as referências de
significância são † se p < 0.10, * se p < 0.05, ** se p ≤0.001.
126
No BPA foi observado que quanto mais sinais de desatenção houve menos acertos,
mais erros, e menores escores brutos e classificação de percentis em atenção concentrada
(Tabela 94).
Tabela 96: Associações entre de sinais desatenção do TDAH -DIVA 2.0 e EPF-TDAH.
Índices dos elementos avaliados r de Pearson p n INTERPRETAÇÃO
Área acadêmica - Escore bruto 0.299* 0.037 49 Houve associação positiva significativa
entre sinais de desatenção na fase adulta
(DIVA 2.0) e os escores brutos na área
acadêmica. O efeito encontrado foi de
pequena magnitude.
Área afetiva-sexual - Escore bruto 0.403** 0.004 49 Houve associação positiva significativa
entre de sinais de desatenção na fase
adulta (DIVA 2.0) e os escores brutos
na área afetiva-sexual. O efeito
encontrado foi de média magnitude.
Área afetiva-sexual - Escore médio 0.283* 0.049 49 Houve associação positiva significativa
entre de sinais de desatenção na fase
adulta (DIVA 2.0) e os escores médios
na área afetiva-sexual. O efeito
encontrado foi de pequena magnitude.
Área doméstica - Escore bruto 0.341* 0.017 49 Houve associação positiva significativa
entre de sinais de desatenção na fase
adulta (DIVA 2.0) e os escores brutos
na área doméstica. O efeito encontrado
foi de média magnitude.
Área doméstica - Escore médio 0.340* 0.017 49 Houve associação positiva significativa
entre de sinais de desatenção na fase
adulta (DIVA 2.0) e os escores médios
na área doméstica. O efeito encontrado
foi de média magnitude.
Área social - Escore bruto 0.459** 0.001 49 Houve associação positiva significativa
entre de sinais de desatenção na fase
adulta (DIVA 2.0) e os escores brutos
na área social. O efeito encontrado foi
de média magnitude.
Área social - Escore médio 0.488** <0.001 49 Houve associação positiva significativa
entre de sinais de desatenção na fase
adulta (DIVA 2.0) e os escores brutos
na área social. O efeito encontrado foi
de média magnitude.
Legenda: n= número de participantes; r de Pearson= valor do teste; p= nível de significância, as referências de
significância são † se p < 0.10, * se p < 0.05, ** se p ≤0.001.
Na escala BIS-11 quanto mais sinais de desatenção maiores foram os escores brutos
em impulsividade atencional e por não planejamento, e maiores foram os escores brutos e
classificações de percentis em impulsividade geral (Tabela 97).
Tabela 97: Associações entre de sinais desatenção do TDAH-DIVA 2.0 e BIS 11.
Índices dos elementos avaliados r de Pearson p n INTERPRETAÇÃO
Impulsividade atencional - Escore 0.314* 0.028 49 Houve associação positiva
bruto significativa entre de sinais de
desatenção na fase adulta (DIVA 2.0)
e os escores totais de impulsividade
atencional. O efeito encontrado foi de
pequena magnitude.
129
No BPA quanto mais elevado o total de sinais houve tendência a mais omissões e
menores escores brutos em atenção concentrada, menores classificações de percentis em
atenção dividida, mais erros em atenção alternada, e menores escores brutos e classificação de
percentis correspondentes em atenção geral. Com maior total de sinais, ocorreram mais
omissões e menores foram os escores brutos em atenção dividida (Tabela 105).
escores brutos na área acadêmica, maiores foram os escores brutos e médios nas áreas
doméstica, afetivo-sexual e social, e maior foi o número de áreas impactadas (Tabela 107).
Na escala BIS-11 com total de sinais mais elevado, houve tendência a maiores escores
brutos na impulsividade por não planejamento. Quanto maior o total de sinais maiores foram
os escores brutos na impulsividade atencional, e maiores foram os escores brutos e
classificação de percentis correspondentes na impulsividade geral (Tabela 108).
Nas Escalas de Síndromes-ASR e OASR com total de sinais mais elevados houve
tendência a maiores escores T de Ansiedade/Depressão e problemas com pensamento (Tabela
109).
Tabela 109: Associações entre total de sinais do TDAH-DIVA 2.0 e Escalas de Síndromes-
ASR e OASR.
Índices dos elementos avaliados r de Pearson p n INTERPRETAÇÃO
Ansiedade/Depressão - Escore T 0.239† 0.099 49 Houve associação positiva
marginalmente significativa
entre total de sinais do TDAH
na fase adulta (DIVA 2.0) e os
escores T dos sinais de
Ansiedade/Depressão. O
efeito encontrado foi de
pequena magnitude.
Problemas com pensamento - Escore T 0.258† 0.074 49 Houve associação positiva
marginalmente significativa
entre total de sinais do TDAH
na fase adulta (DIVA 2.0) e os
escores T dos sinais de
problemas com pensamento.
O efeito encontrado foi de
pequena magnitude.
Legenda: n= número de participantes; r de Pearson= valor do teste; p= nível de significância, as referências de
significância são † se p < 0.10, * se p < 0.05, ** se p ≤0.001.
Nos Itens Críticos e Total de Problemas quanto maior o total de sinais, maiores foram
os escores T nos itens críticos, e maiores foram os escores brutos, escores T e classificação de
percentis do total de problemas (Tabela 110).
141
Tabela 110: Associações entre total de sinais do TDAH-DIVA 2.0 e itens críticos e total de
problemas -ASR e OASR.
Índices dos elementos avaliados r de Pearson p n INTERPRETAÇÃO
Itens críticos - Escore T 0.284* 0.048 49 Houve associação positiva
significativa entre total de sinais do
TDAH na fase adulta (DIVA 2.0) e
os escores T dos itens críticos. O
efeito encontrado foi de pequena
magnitude.
Total de problemas - Escore bruto 0.320* 0.025 49 Houve associação positiva
significativa entre total de sinais do
TDAH na fase adulta (DIVA 2.0) e
os escores brutos do total de
problemas. O efeito encontrado foi
de média magnitude.
Total de problemas - Escore T 0.314* 0.028 49 Houve associação positiva
significativa entre total de sinais do
TDAH na fase adulta (DIVA 2.0) e
os escores T do total de problemas.
O efeito encontrado foi de média
magnitude.
Total de problemas – Percentil 0.270† 0.061 49 Houve associação positiva
significativa entre total de sinais do
TDAH na fase adulta (DIVA 2.0) e
os percentis do total de problemas.
O efeito encontrado foi de pequena
magnitude.
Legenda: n= número de participantes; r de Pearson= valor do teste; p= nível de significância, as referências de
significância são † se p < 0.10, * se p < 0.05, ** se p ≤0.001.
A última etapa da análise de dados foi feita com base na divisão da amostra em dois
grupos conforme foi explicado na parte de métodos deste trabalho, em descrição de
participantes. Buscando diferenças entre os resultados do grupo 1 (20 a 30 anos) e grupo 2 (31
a 68 anos) foi realizada a comparação entre as médias de cada um através de Teste T de
Student. Este tipo de análise, além da observação de diferenças, permite a inferência do efeito
de determinada condição – neste caso a faixa etária – sobre os resultados obtidos nos
instrumentos de pesquisa. Após a constatação de diferenças significativas entre as médias
baseada nas referências estatísticas do teste (a saber, p representa o nível de significância e
quanto menor o seu valor maior a significância), pode-se verificar a probabilidade da
diferença ser decorrente de um erro amostral (t= valor do teste). Foi considerado também o
tamanho do efeito da diferença entre as médias (d= tamanho do efeito), cujas referências são
baseadas do d de Cohen onde, os valores 0.20, 0.50, 0.80 representam respectivamente
142
Atenção dividida 0.64 0.66 -0.072 0.943 Não houve diferença significativa
Erros (1.35) (1.23) (47) entre as médias apresentadas pelos
grupos 1 e 2.
Atenção dividida 10.04 15.91 -1.972 0.504 Não houve diferença significativa
Omissões (8.63) (12.01) (47) entre as médias apresentadas pelos
grupos 1 e 2.
Atenção dividida 53.32 51.37 0.243 0.809 Não houve diferença significativa
Percentil (29.54) (26.36) (47) entre as médias apresentadas pelos
grupos 1 e 2.
Atenção 101.32 94.12 1.227 0.226 Não houve diferença significativa
alternada (23.97) (16.14) (47) entre as médias apresentadas pelos
Acertos grupos 1 e 2.
Atenção geral 53.96 57.21 -0.434 0.667 Não houve diferença significativa
Percentil (30.72) (20.93) (42.462) entre as médias apresentadas pelos
grupos 1 e 2.
Legenda: n= número de participantes que responderam aos testes; dp= desvio padrão; t= valor do teste; gl=
graus de liberdade; p= nível de significância; d= magnitude de efeito, as referências de significância são * se p <
0.05, ** se p < 0.005, *** se p < 0.001, † se p < 0.10.
Tarefa leitura 35.00 42.29 -0.830 0.411 Não houve diferença significativa entre
Percentil (31.82) (29.67) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
2.
Tarefa 28.16 27.08 0.452 0.653 Não houve diferença significativa entre
contagem (11.12) (3.58) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
Tempo 2.
Tarefa 39.28 36.25 0.379 0.706 Não houve diferença significativa entre
contagem (33.51) (20.65) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
Percentil 2.
Tarefa escolha 39.88 38.50 0.380 0.706 Não houve diferença significativa entre
Tempo (16.80) (5.99) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
2.
146
Tarefa escolha 42.00 43.13 -0,146 0.885 Não houve diferença significativa entre
Percentil (31.29) (22.20) (43.339) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
2.
Tarefa 52.20 52.87 -0.107 0.916 Não houve diferença significativa entre
alternância (27.50) (14.62) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
Tempo 2.
Tarefa 36.40 37.92 -0.211 0.834 Não houve diferença significativa entre
alternância (28.30) (21.41) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
Percentil 2.
Inibição 13.40 15.79 -0.970 0.337 Não houve diferença significativa entre
Tempo (9.74) (7.27) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
2.
Inibição 54.20 44.17 1.163 0.251 Não houve diferença significativa entre
Percentil (31.64) (28.61) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
2.
Flexibilidade 25.60 29.12 -0.667 0.508 Não houve diferença significativa entre
Tempo (20.80) (15.74) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
2.
Flexibilidade 45.60 44.38 0.154 0.878 Não houve diferença significativa entre
Percentil (32.02) (22.42) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1 e
2.
Legenda: n= número de participantes que responderam aos testes; dp= desvio padrão; t= valor do teste; gl=
graus de liberdade; p= nível de significância; d= magnitude de efeito, as referências de significância são * se p <
0.05, ** se p < 0.005, *** se p < 0.001, † se p < 0.10.
Tabela 115: Comparação entre as médias de resultados dos grupos 1 e 2 no DIVA 2.0.
Grupo 1 Grupo 2
Índices dos (n=25) (n=24) t p
elementos avaliados Média Média (gl) INTERPRETAÇÃO
(dp) (dp)
SINAIS DA INFÂNCIA
Sinais de desatenção 6.12 6.46 -0.583 0.563 Não houve diferença
(2.38) (1.61) (42.310) significativa entre as médias
apresentadas pelos grupos 1
e 2.
Sinais de 4.04 5.00 -1.258 0.214 Não houve diferença
hiperatividade/impulsividade (2.66) (2.67) (47) significativa entre as médias
apresentadas pelos grupos 1
e 2.
SINAIS DA FASE ADULTA
Sinais de desatenção 6.20 6.33 -0.267 0.791 Não houve diferença
(1.95) (1.49) (47) significativa entre as médias
apresentadas pelos grupos 1
e 2.
Sinais de 4.48 4.96 -0.702 0.486 Não houve diferença
hiperatividade/impulsividade (2.38) (2.38) (47) significativa entre as médias
apresentadas pelos grupos 1
e 2.
TOTAIS DE SINAIS DA INFÂNCIA E FASE ADULTA
Total de sinais 10.16 11.45 -1.133 0.263 Não houve diferença
Infância (4.38) (3.57) (47) significativa entre as médias
apresentadas pelos grupos 1
e 2.
Total de sinais 10.72 11.29 -0.600 0.551 Não houve diferença
Fase adulta (3.72) (2.86) (47) significativa entre as médias
apresentadas pelos grupos 1
e 2.
Legenda: n= número de participantes que responderam aos testes; dp= desvio padrão; t= valor do teste; gl=
graus de liberdade; p= nível de significância; d= magnitude de efeito, as referências de significância são * se p <
0.05, ** se p < 0.005, *** se p < 0.001, † se p < 0.10.
Área 1.37 1.36 0.055 0.956 Não houve diferença significativa entre
acadêmica (0.64) (0.52) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1
Escore médio e 2.
Área 10.40 10.12 0.175 0.862 Não houve diferença significativa entre
profissional (6.16) (4.68) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1
Escore bruto e 2.
Área 0.93 1.01 -0.594 0.556 Não houve diferença significativa entre
profissional (0.48) (0.46) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1
Escore médio e 2.
Área afetiva- 12.160 11.70 0.321 0.749 Não houve diferença significativa entre
sexual (5.24) (4.55) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1
Escore bruto e 2.
Área afetiva- 1.46 1.35 0.610 0.545 Não houve diferença significativa entre
sexual (0.71) (0.58) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1
Escore médio e 2.
Área doméstica 11.44 8.54 2.529* 0.015 O grupo 1 apresentou média do número
Escore bruto (4.43) (3.51) (47) de prejuízos na área doméstica superior
a do grupo 2, o efeito encontrado foi de
média magnitude, d= 0.72.
Área doméstica 1.59 1.17 2.581* 0.013 O grupo 1 apresentou média do escore
Escore médio (0.63) (0.49) (47) médio de prejuízos na área doméstica
superior a do grupo 2, o efeito
encontrado foi de média magnitude, d=
0.74.
Área social 12.44 10.75 1.288 0.204 Não houve diferença significativa entre
Escore bruto (4.89) (4.24) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1
e 2.
Área social 1.30 1.15 1.078 0.286 Não houve diferença significativa entre
Escore médio (0.55) (0.47) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1
e 2.
Área financeira 5.72 9.79 -2.380* 0.022 O grupo 2 apresentou média do número
Escore bruto (4.67) (7.01) (39.861) de prejuízos na área financeira superior
à do grupo 1, o efeito encontrado foi de
média magnitude, d=-0.68.
Área financeira 0.78 1.36 -2.362* 0.022 O grupo 2 apresentou média do escore
Escore médio (0.68) (1.00) (47) médio de prejuízos na área financeira
superior a do grupo 1, o efeito
encontrado foi de média magnitude, d=
-0.67.
150
Área trânsito 0.19 0.43 -2.393* 0.022 O grupo 2 apresentou média do escore
Escore médio (0.23) (0.44) (34.639) médio de prejuízos na área de trânsito
superior a do grupo 1, o efeito
encontrado foi de média magnitude, d=
-0.68.
Área risco legal 0.48 0.37 0.380 0.705 Não houve diferença significativa entre
Escore bruto (0.91) (1.01) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1
e 2.
Área risco legal 0.08 0.07 0.168 0.868 Não houve diferença significativa entre
Escore médio (0.17) (0.20) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1
e 2.
Número de 2.84 2.20 1.113 0.271 Não houve diferença significativa entre
áreas (1.79) (2.16) (47) as médias apresentadas pelos grupos 1
impactadas e 2.
Legenda: n= número de participantes que responderam aos testes; dp= desvio padrão; t= valor do teste; gl=
graus de liberdade; p= nível de significância; d= magnitude de efeito, as referências de significância são * se p <
0.05, ** se p < 0.005, *** se p < 0.001, † se p < 0.10.
Tabela 118: Comparação entre as médias de desempenhos dos grupos 1 e 2 nos Inventários
de Auto-Avaliação para Adultos – ASR e OASR.
ASR e OASR GRUPO 1 GRUPO 2
Índices dos (n=25) (n=24) t
elementos avaliados Média Média (gl) p INTERPRETAÇÃO
(dp) (dp)
ESCALAS DE SÍNDROMES
Ansiedade/Depressão 19.24 12.58 3.679** 0.001 O grupo 1 apresentou média do
Escore bruto (6.61) (6.02) (47) número de indicadores de
Ansiedade e Depressão superior a
do grupo 2, o efeito encontrado foi
de grande magnitude, d= 1.05.
Itens críticos 63.64 60.83 1.194 0.238 Não houve diferença significativa
Escore T (8.46) (7.97) (47) entre as médias apresentadas pelos
grupos 1 e 2.
Itens críticos 84.72 79.95 1.008 0.318 Não houve diferença significativa
Percentil (16.47) (16.57) (47) entre as médias apresentadas pelos
grupos 1 e 2.
Total de problemas 65.54 3.402** 0.001 O grupo 1 apresentou média do
89.96
Escore bruto (23.51) (47) total de problemas superior a do
(26.56)
grupo 2, o efeito encontrado foi de
grande magnitude, d= 0.97.
Forças pessoais 47.60 48.12 -0.237 0.814 Não houve diferença significativa
Escore T (7.89) (7.61) (47) entre as médias apresentadas pelos
grupos 1 e 2.
Forças pessoais 43.12 44.91 -0.251 0.803 Não houve diferença significativa
Percentil (25.56) (24.58) (47) entre as médias apresentadas pelos
grupos 1 e 2.
Legenda: n= número de participantes que responderam aos testes; dp= desvio padrão; t= valor do teste; gl=
graus de liberdade; p= nível de significância; d= magnitude de efeito, as referências de significância são * se p <
0.05, ** se p < 0.005, *** se p < 0.001, † se p < 0.10.
153
7. DISCUSSÃO
TDAH a memória operacional e demais funções executivas devem ser observadas sob a
perspectiva do desenvolvimento.
de tempo de reação teria sido importante para avaliar mais consistentemente a variância no
rendimento da sustentação da atenção.
Outro ponto importante é que a associação entre os sinais do TDAH e atenção
alternada também retoma a ideia de alterações do funcionamento executivo relatadas nos
resultado de classificação da atenção dividida. Casella e colaboradores (2018) descrevem que
ambos os tipos de atenção tem envolvimento o processamento da flexibilidade mental e,
portanto os desempenhos apresentados pelo grupo avaliados neste podem estar relacionados
ao TDAH e prejuízos no funcionamento executivo subjacentes a ele.
A associação entre idade e desempenhos nas tarefas de atenção se mostrou através da
associação entre o avanço da idade e o declínio de acertos nas tarefas de atenção concentrada,
alternada e dividida, declínio de escores brutos nas tarefas de atenção concentrada, dividida e
geral, e declínio de percentis ponderados na tarefa de atenção alternada. Não houve
associação entre o avanço da idade e emissão de erros e omissões.
O declínio no rendimento da atenção está previsto na literatura, mesmo no
envelhecimento saudável. Com o passar dos anos há declínio dos domínios fluidos e
rebaixam-se atenção, memória episódica, funções executivas e habilidades visuoespaciais
(CRAIK; BIALYSTOK, 2006). No caso desta amostra o declínio atenção mostra-se dentro
dessa trajetória de desenvolvimento, mas provavelmente se inicia antes do que para outras
funções dos domínios fluidos. Isto fica demonstrado porque como foi visto no tópico anterior
a memória operacional (também domínio fluido) ainda não demonstra ter entrado na fase de
declínio.
A atenção alternada devido ao declínio observado nos percentis ponderados pela idade
é provavelmente onde a influência da idade se mostrou mais forte. De acordo com Mattos e
Coutinho (2018), o processo de envelhecimento pode levar a déficits de atenção e memória
operacional, que podem ser observados na lentidão de processamento e dificuldade de
flexibilizar. Porém, de acordo com o que foi visto também nas associações com sinais do
TDAH, o desempenho no teste de atenção alternada, pode ter sofrido interferência da
severidade dos sinais do TDAH. De modo que os desempenhos nessa função por estarem sob
a influência do aumento da idade e dos sinais do TDAH, se tornaram mais evidentes.
A comparação entre grupos replicaram as observações da associação com a idade o
que reforça avaliação da atenção no TDAH sob a perspectiva do desenvolvimento assim com
foi ilustrado no tópico sobre memória operacional. Nos três tipos de atenção (concentrada,
dividida e alternada) não houve diferença entre os grupos 1 (adultos mais jovens) e 2 (adultos
mais velhos) para emissão de erros e omissões. As diferenças mostraram-se diferenças
165
associadas à alterações cerebrais, de modo que para compensar a ativação reduzida nas
regiões cerebrais associadas a essa função (flexibilidade cognitiva), são utilizadas diferentes
regiões cerebrais para resolver conflitos decorrentes de alternância de tarefas. A exemplo
disso, Michels e Gonçalves (2014) observaram no TDAH a presença de déficits de controle
inibitório e velocidade de processamento ao lado de dificuldades em fluência verbal,
processamento de inferências, focalização da atenção, memória operacional, planejamento,
organização, priorização de tarefas, resolução de problemas simples, tomar decisões, além de
alterações na motivação, e na modulação do afeto e irritabilidade.
Para associação entre sinais do TDAH e esses domínios, em ambos os instrumentos
(ASRS-18 e DIVA 2.0) foi observado que com aumento dos sinais de desatenção ocorreu o
aumento dos tempos de execução em tarefas de escolha e alternância, aumento dos tempos de
execução devido às interferências de inibição e flexibilidade cognitiva e declínio em percentis
correspondentes. O aumento dos sinais de hiperatividade/ impulsividade apresentaram os
mesmos tipos de associações, contudo com uma característica a mais, o aumento do percentil
na tarefa leitura indicando melhora no desempenho, de maneira que o nível de atividade mais
alto nessas pessoas pode ser uma variável que agilizou processos automáticos.
Em termos de total de sinais, o aumento do total ponderado de sinais no ASRS-18
ocorreu com aumento de tempo de execução devido à interferência da inibição. O aumento do
total de sinais no ASRS-18 e o DIVA 2.0 ocorreu com aumento do tempo de execução e
declínio de percentis na tarefa alternância, e aumento do tempo de execução devido às
interferências de inibição e flexibilidade cognitiva. Além disso, aumento dos sinais no ASRS-
18 ocorreu com aumento do tempo de execução na tarefa escolha, enquanto no DIVA 2.0
ocorreu com aumento do percentil na tarefa leitura.
Estes achados refletem que a severidade e frequência dos sinais estão relacionadas a
desempenhos mais comprometidos em capacidade de inibição e principalmente flexibilidade
cognitiva observada nos desempenhos mais rebaixados na tarefa alternância e no aumento
progressivo de erros. Não é possível nas análises estatísticas realizadas indicar causalidade,
porém uma vez que muitos dos participantes apresentaram dificuldades ou prejuízos nesses
domínios é possível que sejam variáveis importantes no processo de configuração dos sinais
(severidade e frequência). Asherson e colaboradores (2016) reportam que a expressão dos
sintomas do TDAH depende da eficiência nos processos de controle executivo de maneira que
eles influenciam a determinação de formas homogêneas de apresentação. Para estes autores
essas medidas também são preditoras da evolução a longo prazo pois tem relação direta com a
tipologia comportamental e se associam a diferentes cursos no desenvolvimento.
167
avaliação do TDAH– demanda atenção a fim de evitar respostas distantes da realidade e exige
experiência e conhecimento aprofundado sobre o tema por parte do avaliador (ASHERSON et
al., 2016).
As associações entre sinais do TDAH e prejuízos funcionais, em se tratando do total
de sinais no ASRS-18 e DIVA 2.0 mostraram que prejuízos nas áreas acadêmica, doméstica,
financeira e número de áreas impactadas foram mais frequentes com o aumento dos sinais de
TDAH. No total do ASRS-18 e DIVA 2.0, o aumento de sinais também ocorreu com maior
frequência de prejuízos na área social. No DIVA 2.0, além do que já foi relatado, o aumento
do total de sinais ocorreu com aumento da frequência de prejuízos na área afetiva-sexual.
Com aumento de sinais de hiperatividade/impulsividade houve aumento da frequência de
prejuízos nas áreas acadêmica, financeira, social e número de áreas impactadas em ambos os
instrumentos, ao passo que no ASRS-18 além dessas áreas houve o aumento da frequência de
prejuízos na área doméstica. Em se tratando de sinais de desatenção, com o aumento destes,
no ASRS-18 foram mais frequentes prejuízos nas áreas profissional, financeira e número de
áreas impactadas, enquanto no DIVA 2.0 houve aumento da frequência de prejuízos nas áreas
doméstica, afetiva-sexual e social, e em ambos os instrumentos houve aumento de prejuízos
na área acadêmica.
Este panorama permite observar que os sinais do TDAH predominantemente têm
relação com prejuízos funcionais no contexto acadêmico, social, doméstico, financeiro e em
segundo plano no campo profissional e afetivo-sexual. Os prejuízos associados aos sinais de
desatenção e hiperatividade/impulsividade se compatibilizaram com os mesmos achados dos
totais, porém também houve associações entre os sinais de desatenção e prejuízos nos
contexto afetivo-sexual e profissional. Tais resultados corroboram com as impressões de
Zalsman e Shilton (2016), em que o aumento dos sinais do TDAH se refletem em prejuízos
acadêmicos, profissionais e psicossociais. No mesmo sentido, Canela e colaboradores (2017)
afirmam que pessoas com TDAH têm déficits contínuos que dificultam lidar com as
demandas de vida, levando a dificuldades em diferentes contextos e implicam em
perturbações no funcionamento familiar, relacional e ocupacional, habilidades sociais,
aumento de acidentes de trânsito e baixa capacidade de dirigir, e risco de aumento do uso de
substâncias.
As associações com idade indicaram que com o aumento da idade houve diminuição
da frequência de prejuízos nas áreas doméstica e saúde, e aumento da frequência de prejuízos
na área trânsito. Essa configuração também pôde ser visualizada em grupos etários diferentes.
A comparação entre grupos trouxe diferenças em que o grupo 1 (adultos mais novos)
169
apresentou maior frequência de prejuízos do que o grupo 2 (adultos mais velhos) nas áreas
doméstica e saúde, e o contrário foi encontrado nas áreas financeira e trânsito. Dessa forma
em jovens adultos podem existir dificuldades relacionadas ao ambiente do lar, sobretudo em
se tratando de organização, relacionamento familiar e afazeres domésticos. Na saúde também
os mais jovens podem demonstrar menos comprometimento com a manutenção com ausência
de posturas preventivas ou comportamentos saudáveis. Enquanto que adultos mais velhos
experimentam dificuldades relacionadas à gestão da vida financeira, por exemplo, no controle
de orçamento e contas, economia, muitas vezes pela rotina mais atribulada que a dos jovens,
por esquecimentos ou dificuldade em controlar gastos. No trânsito igualmente para os mais
velhos pode se tornar mais difícil manter a direção responsável e defensiva do trânsito, com
falta de controle de comportamentos ou desatenção mais evidentes.
Para Goodman e colaboradores (2016), o impacto do TDAH tem relação com os
papéis desempenhados que se transformam à medida que ocorrem mudanças de circunstâncias
ao longo da vida, por exemplo, deixar de ser estudante e passar a ser profissional, deixar de
ser filho e passar a ser pai ou mãe, deixar de morar com os pais e passar a ser administrador
de uma casa. Zalsman e Shilton (2016) também apontam que prejuízos funcionais variam de
acordo com diferentes apresentações do TDAH, isto porque o aumento da idade pode
significar aumento dos sinais de desatenção, declínio dos sinais de hiperatividade e sintomas
de impulsividade com limiar mais baixo. Estes dados podem também estar associados ao
processo de desenvolvimento psicológico que propicia maturidade e sabedoria, fator que
influencia a gestão de vida e desenvolvimento de estratégias. Adultos mais velhos têm níveis
maiores de inteligência cristalizada, que envolve o conhecimento armazenado por
aprendizagem anterior e experiências passadas (THORELL et al., 2017). Assim jovens
predominantemente apresentam inquietude excessiva, são impacientes e acabam tendo
dificuldade de manter empregos, relações, pois se mostram entediados, procrastinam, são
desorganizados e têm dificuldades para tomar decisões. Os adultos mais velhos, por outro
lado, tendem a desenvolver estratégias compensatórias e capacidade de gerenciamento do
tempo, contudo mostram-se mais comprometidos em atenção e tem mais inquietude interna o
que dificulta organização e causa menor produtividade (GOODMAN et al., 2016).
por não planejamento. De acordo com as definições propostas por Barratt a presença destes
sinais de impulsividade representa falta do foco, dificuldade na inibição de respostas e baixa
tolerância ao atraso de gratificações (MALLOY-DINIZ et al., 2010). Estes achados
permitiram ainda verificar que existem relatos de níveis acima da média em todos os tipos de
impulsividade. Na impulsividade geral este tipo de resultado foi encontrado na maioria, mas
não em todos. Isto sublinha a importância da avaliação das subáreas uma vez que o
predomínio de alguma delas dará mais detalhamento do tipo de característica apresentada no
funcionamento da pessoa avaliada. Segundo Mosterba e colaboradores (2015) as diferenças
individuais em termos de impulsividade trazem variações comportamentais referentes à
relação com o atraso de recompensas, dificuldade com a gestão do tempo, reatividade,
decisões impulsivas e interferem nos desempenhos de memória operacional e de longo prazo,
atenção, controle inibitório, fluência verbal, ocasionando aumento de erros.
O aumento dos sinais de desatenção, hiperatividade/impulsividade e totais de sinais na
ASRS-18 e DIVA 2.0 ocorreu associado ao aumento do nível de impulsividade geral
(pontuação total e percentis). O aumento do total de sinais em ambos os instrumentos se
associou ao aumento do nível em impulsividade atencional e por não planejamento. No
ASRS-18 também houve aumento do nível de impulsividade motora. Em ambos os
instrumentos, os sinais de desatenção aumentaram junto com os níveis de impulsividade
atencional e por não planejamento, ao passo que os sinais de hiperatividade/impulsividade
aumentaram com os níveis de impulsividade atencional.
De acordo com Malloy-Diniz e colaboradores (2010) a impulsividade atencional se
caracteriza por dificuldade relacionada não só ao déficit na atenção, mas também a
instabilidade cognitiva. A presença de impulsividade por não planejamento pode interferir em
comportamentos que envolvem autocontrole e complexidade cognitiva sendo mais difícil a
gestão de atividades que exigem planejamento e determinação de atitudes. E, por fim, a
impulsividade motora está associada ao controle motor e perseveração, e se reflete em
dificuldade para inibir respostas reativas ou automatizadas. Asherson e colaboradores (2016)
relatam que pessoas com TDAH demonstram sintomatologia se manifesta internamente e
externamente, são identificadas inquietude física, desregulação emocional, excesso de vagar
da mente (estado mental distraído/foco nos próprios pensamentos), insônia, baixa tolerância à
frustração, irritabilidade, labilidade de humor e perambulação mental (inquietude de
pensamentos). Todos estes exemplos se compatibilizam com as descrições de impulsividade
expostas e de modo geral todos esses exemplos foram relatados pela maioria dos participantes
e isso reforça que olhar para esses níveis de impulsividade é essencial na avaliação do TDAH.
171
A comparação entre grupos mostrou que grupo 1 (jovens adultos) apresentou maiores
índices que o grupo 2 (adultos mais velhos) para Ansiedade e Depressão, problemas
somáticos, problemas com pensamento, e total de problemas. A associação com a idade
confirmou este achado mostrando que com o avanço da idade esses índices declinaram.
As associações entre sinais do TDAH demonstram que o total de sinais no ASRS-18 e
DIVA 2.0 aumentaram juntamente com índices de Ansiedade, Depressão, problemas com
pensamento, itens críticos e total de problemas. Somente no ASRS-18 o aumento do total de
sinais ocorreu com aumento dos índices de problemas somáticos.
Com exceção dos problemas somáticos, todos os índices aumentaram junto com sinais
de desatenção no ASRS-18. No ASRS-18 e DIVA 2.0 com o aumento dos sinais de
hiperatividade/impulsividade, houve aumento dos índices de problemas com pensamento,
itens críticos e total de problemas. Em contraponto a isso, o aumento dos índices de
Ansiedade, Depressão e problemas somáticos somente ocorreu com aumento de sinais de
hiperatividade/impulsividade avaliados pelo ASRS-18. Este quadro aponta que todos os
indicadores avaliados coexistem com sinais do TDAH no grupo avaliado neste estudo.
De acordo com Wandshneider e Marx (2016) a convivência prologada com sintomas
cognitivos, impulsividade elevada, inquietude mental, labilidade emocional prejudicam
autoconteito, autoestima, pois representam dificuldade em lidar com desafios cotidianos. Para
estes autores as deficiências interferem na regulação do próprio comportamento e na
capacidade de lidar com frustrações e emoções. Zalsman e Shilton (2016) também referem
que as mudanças de humor, dificuldades de lidar com situações estressantes, inconstância de
pensamentos, irritabilidade, frequente excitação emocional trazem custo para as áreas de vida
social e afetiva, assim por menores que sejam os sintomas do TDAH a natureza persistente
causa angustia crescente. Muitos dos índices presentes neste estudo podem ser reflexos dos
sintomas, efeitos causados pela convivência com o quadro, uma vez que durante o processo
de pesquisa todos os participantes relataram que os sintomas do TDAH antecedem ou
iniciaram simultaneamente com as queixas associadas à Ansiedade, Depressão e problemas
somáticos ou com pensamento.
associação com a idade, foi observado que os indicadores de forças pessoais foram maiores
com o aumento da idade. Da mesma forma a comparação entre grupos etários mostrou que o
grupo 2 (adultos mais velhos) apresentou indicadores maiores. A associação com os sinais do
TDAH se fez presente somente para sinais de desatenção e hiperatividade/impulsividade, e
não nos totais. Em ambos os instrumentos, o aumento dos sinais de desatenção ocorreu com
diminuição de indicadores de forças pessoais. No ASRS-18 com o aumento dos sinais de
hiperatividade/impulsividade, ocorreu diminuição dos indicadores de forças pessoais.
De acordo com Kosaka, Jujioka e Jung (2018), dificuldades adaptativas são previstas
em quadros de Transtornos do Neurodesenvolvimento. O enfretamento adaptativo se deve a
capacidade de lidar com as características do quadro, selecionando melhores atitudes diante
dos sintomas e minimizando os impactos sofridos nos ambientes em diferentes contextos a
partir das experiências e conceitos pessoais
De acordo com Sibley, Mitchell e Becker (2016) entender melhor o conhecimento
autogerado de sua história contribui para o desenvolvimento de estratégias pessoais, e isto
depende da percepção que o adulto tem de seu quadro e deficiências, e do nível de habilidades
que tem para melhorar seu funcionamento. Estes autores também reforçam que ao perceber
sintomas típicos, a pessoa com habilidades ou forças pessoais torna-se capaz de influenciar o
ambiente, promovendo compensações para suas dificuldades e alcançando a sensação de ser
bem-sucedido. Para tanto utilizam mecanismos de apoio para manter níveis adequados de
comportamento organizado, motor, social e atencional. Ao mesmo tempo praticam ações em
busca de suporte afetivo e emocional. Estas ações incluem estabelecer rede assistiva em
grupos de apoio e psicoterapia, desenvolver relações próximas saudáveis, prática de esportes,
atendimento médico e farmacológico. Fatores de personalidade associados às experiências de
vida trazidas pelos anos influenciam a postura diante dos sintomas e o manejo deles, causando
efeito sobre o grau de manifestação e o quanto serão sentidos. (KOOIJ et al., 2016, CANELA
et al., 2017)
Os dois instrumentos utilizados neste estudo para avaliar os sinais de TDAH, ASRS-
18 e DIVA 2.0, respectivamente utilizados na triagem e na coleta de dados, demonstram
associações em suas medidas caracterizadas por aumento simultâneo na verificação de sinais
de desatenção, hiperatividade/impulsividade e total de sinais relatados na infância e fase
adulta. Contudo foi observado na análise que o total ponderado no ASRS-18 em alguns
174
pontos mostra divergência com o total de sinais de relatados pelo próprio instrumento e pelo
DIVA 2.0. Isto possivelmente se deve ao fato do total ponderado do ASRS-18 incluir também
sinais que não são frequentes ou muito frequentes, e esses sinais causarem pouco impacto
sobre os índices avaliados ou ainda, porque sinais pouco frequentes não refletem
manifestações do TDAH. Apesar disso, esta medida se mostrou adequada para a triagem uma
vez que todos os incluídos vieram a mostrar presença de sinais frequentes ou muito frequentes
em desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade. E por isso suas medidas também foram
incluídas nas estatísticas inferenciais relacionadas à verificação de associações.
Como o objetivo deste trabalho não é diagnóstico, a quantidade de sinais avaliados por
participante não foi comparada com os pontos de corte propostos pelo DSM-IV ou DSM-5 a
fim de comprovar o preenchimento de critérios. Entretanto tomando como referência o
mínimo de 5 sinais (DSM-5) na fase adulta, foi possível identificar com o DIVA 2.0 que o
número de sinais de desatenção da maioria dos participantes foi maior ou igual a 5, e o
mínimo de sinais foi 3. O número de sinais de hiperatividade/impulsividade da maioria dos
participantes foi maior ou igual a 5, e poucos não apresentaram sinais. Na infância cujo
mínimo de sinais é 6 (DSM-5), em sinais de desatenção a maioria relatou quantidade igual ou
superior a essa com um mínimo de 1 sinal, o mesmo ocorreu com os sinais de hiperatividade.
Não foram encontradas associações entre o número de sinais do TDAH e o aumento
da idade. A comparação entre grupos demonstrou que em ambos os instrumentos não houve
diferença em sinais do TDAH apresentados pelos grupos 1 (adultos mais jovens) e 2 (adultos
mais velhos). Esta apresentação demonstra que em adultos nessas faixas etárias o avanço dos
anos não está correlacionado ao aumentou ou diminuição dos sinais de desatenção,
hiperatividade/impulsividade ou total.
Para Asherson e colaboradores (2016), a manifestação de sintomas é vivida de
maneira única por cada pessoa e dependerá de circunstâncias externas e internas, e pelo nível
de compensação para estes desafios, esta afirmação retrata o que foi observado na
variabilidade de frequência atribuída aos sinais e número de sinais relatados. Muitas vezes
pessoas com TDAH consideram os sinais menos frequentes ou até ausentes porque foram
desenvolvidas estratégias de compensação ou o convívio com tais queixas não tem mais
impacto marcante.
Neste estudo houve relatos de queixas de desatenção e hiperatividade/impulsividade e
em muitos casos ocorreram os dois tipos de queixas. No caso de adultos, o número de sinais
de desatenção e hiperatividade/impulsividade e da combinação dos dois ocorrem de maneira
igual em adultos mais jovens e mais velhos (ASHERSON et al, 2016).
175
8. CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos neste estudo, ficam propostos como passos seguintes
em estudos futuros:
• Desenvolver estudos para comparar amostras compostas por adultos e amostras
compostas por crianças, de modo a verificar a diferença entre crianças e jovens
adultos, e crianças e adultos mais velhos. Com o presente trabalho foi possível fazer
comparações entre as pessoas que se encontram em uma mesma fase da vida, porém é
importante também verificar as diferenças entre os sintomas apresentados em fases
diferentes. Neste sentido, a proposta de um estudo longitudinal faz-se também um
caminho opcional que contemplará a trajetória evolutiva do TDAH como um
fenômeno em movimento.
• Desenvolver estudos com análises que incluam a escolaridade como covariável, uma
vez que foi observado no grupo de jovens adultos média de anos de escolaridade
menor do que no grupo de adultos mais velhos. Esta é uma apresentação que não se
distancia do esperado, pois adultos mais velhos tendem a demonstrar mais anos de
escolaridade. Embora a diferença encontrada não seja de grande tamanho e tal
ocorrência tenha sido discutida neste trabalho, considerar estatisticamente esta
variável em estudos futuros é relevante, pois a mesma tem influência sobre o
desenvolvimento de estratégias e aprimoramento de desempenhos.
• Desenvolver estudos com ampliação da amostra de pessoas com mais de 30 anos, pois
utilizar esta idade para formar dois grupos etários representou um passo inicial para
demonstrar diferenças entre adultos com idades menores ou maiores que esse marco
etário (jovens adultos e adultos mais velhos). Neste estudo devido às características da
amostra obtida, o grupo de jovens adultos representou uma faixa etária de 10 anos (20
a 30 anos) enquanto o grupo de adultos mais velhos representou uma faixa etária de 37
anos (31 a 68 anos). Nesse sentido, aumentar o tamanho da amostra com mais de 30
anos, viabilizará uma subdivisão do grupo de adultos mais velhos que permitirá a
observação mais aprofundada das caraterísticas dessa faixa etária e maior acurácia nos
dados de comparação com jovens adultos.
• Desenvolver estudos com ampliação da amostra de pessoas com mais de 60 anos, pois
é de conhecimento da autora deste trabalho que a população acima de 60 anos foi
pequena. Isto se deve a dificuldade para encontrar pessoas nessa faixa etária com os
179
estudo foi conduzido com essa limitação pautado na influência exercida pela
dificuldade de recordar sinais da infância e dificuldade no relato real de seus sinais na
fase adulta devido à autopercepção equivocada. E inclusão de um segundo informante
muito contribuirá para a confirmação da presença do quadro e consistência nos
resultados.
• Desenvolver estudos sobre o efeito do QI como atenuante no funcionamento
deficitário, e efeito do perfil cognitivo sobre o funcionamento nos diversos contextos
de vida. Neste trabalho as medidas de QI foram utilizadas para excluir casos de
deficiência intelectual que poderiam também explicar as queixas relatadas como sinais
do TDAH, contudo é relevante aprofundar a participação direta das habilidades
intelectuais na variação do quadro.
• No presente estudo a autora optou por avaliar e descrever os relatos de queixas e as
características de funcionamento. Para em seguida correlacionar número de queixas
com os índices de cada instrumento, correlacionar os índices dos instrumentos com o
aumento da idade e verificar a apresentação dos índices em faixas etárias diferentes. E
após esses passos os achados foram comparados com dados da literatura. Estudos
futuros utilizando análises estatísticas que permitem verificar causalidade podem
trazer informações mais aprofundadas sobre a predição do curso do TDAH.
181
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187
ANEXOS
Nome completo:
Celular: Trabalho:
E-mail:
Endereço
Rua/Av:
Nº/Complemento:
Bairro:
Cidade:
Estado:
188
Naturalidade:
Nacionalidade:
Formação:
Ocupação: [ ] Estudante
[ ] Autônomo
[ ] Empregado em empresa pública
[ ] Empregado em empresa privada
[ ] Aposentado
[ ] Outros:___________________________________
Quantos empregos você teve? ___________________
[ ] HAS
[ ] Hipotireoidismo
[ ] Hipertireoidismo
[ ] Diabetes mellitus
[ ] Depressão
[ ] Cardiovascular
[ ] Distúrbios psiquiátricos, por exemplo Psicose,
Quadro de saúde
Esquizofrenia
[ ] Distúrbios neurológicos, por exemplo Doença de
Parkinson, Doença de Alzheimer ou outras demências,
Epilepsia, Acidente Vascular Encefálico, Esclerose
Múltipla, Transtorno do Sono, Cefaléia
Outras: ______________________________________
[ ] Sim [ ]Não
Etilismo Há quanto tempo? _____________________________
[ ] Sim [ ]Não
Tabagismo Há quanto tempo? _____________________________
[ ] Sim [ ]Não
Uso de substâncias Há quanto tempo? _____________________________
___________________________________________
Acompanhamento [ ] psicopedagogo
[ ] neurologista
[ ] fonoaudiólogo
[ ] oftalmologista
[ ] otorrino
[ ] geriatra
[ ] psiquiatra
[ ] psicólogo
[ ] outros: _________________________________
Observações:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
191