Manual de Boas Praticas Salão de Beleza

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Es p ecialistas e m p e q u e n os n egó c i o s / 0 8 0 0 5 7 0 0 8 0 0 / w w w.e s.s ebrae. com .

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Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Regina Batista Paixão – CRB 6 ES 479/O

Feroni, Emanuela Maria Aliprandi.

Cartilha de boas práticas de funcionamento para institutos e salões de beleza,


estética, cabeleireiro e similares. / Emanuela Maria Aliprandi Feroni. – Vitória:
SEBRAE/ES, 2018.

28 p. : il.

1. Salão de cabeleireiro. 2. Centro de estética. 3. Barbearia. 4. Vigilância


Sanitária. 5. Controle da qualidade. 6. Boa prática. I Título.

CDU 687.53

·2·
SUMÁRIO

1 · INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5
2 · RISCOS À SAÚDE ........................................................................................... 6
2.1 · Higiene ................................................................................................................. 6
2.1.1 · Higienização das mãos ....................................................................................................... 7
2.1.1.1 · Uso de água e sabonete líquido ...................................................................................... 7
2.1.1.2 · Álcool 70% ...................................................................................................................... 8
2.2 · Vacinação ........................................................................................................... 10
2.3 · Descarte de Perfurocortantes ............................................................................. 10
3 · MEDIDAS DE SEGURANÇA ........................................................................... 11
3.1 · Uso de equipamentos de proteção individual - EPI ............................................. 12
3.2 · Esterilização de instrumental ............................................................................. 13
3.3 · Limpeza e desinfecção de superfícies ................................................................. 16
4 · DOCUMENTAÇÃO SOLICITADA PARA ACOMPANHAMENTO
DAS VIGILÂNCIAS SANITÁRIAS ......................................................................... 17
5 · ESTRUTURAS FÍSICA DO ESTABELECIMENTO ................................................. 18
6 · CUIDADOS COM EQUIPAMENTOS E PRODUTOS ............................................. 20
6.1 · Equipamentos ................................................................................................... 20
6.2 · Cosméticos ......................................................................................................... 20
7 · PROCEDIMENTOS AOS PROFISSIONAIS
PADRONIZAÇÃO DAS ROTINAS DE TRABALHO .................................................... 22
8 · PROFISSIONAIS QUALIFICADOS: UM PASSO PARA O SUCESSO ........................ 23
9 · REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 25

·3·
·4·
1 � INTRODUÇÃO

Vem crescendo no Brasil a demanda por procedimentos estéticos e do segmento de


beleza, tornando seu público cada vez mais exigente. Com esse aumento, também cresce
a exigência pela qualidade na prestação dos serviços e na segurança com os mesmos.
Diante desse cenário, foi preciso regulamentar as atividades profissionais de Cabeleireiro,
Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador (reconhecido pela Lei
nº 12.592, de 18 de janeiro de 2012), atestando a importância deste segmento para a
sociedade e a saúde pública.

Com isso, criou-se este manual de boas práticas, visando a padronização das atividades
desenvolvidas por esses profissionais, esperando dessa forma, contribuir para o
aperfeiçoamento dos profissionais, atuantes em institutos e salões de beleza, barbearia e
similares, para que possam prestar serviços de qualidade e evitar riscos à saúde.

Boa Leitura!

·5·
2 � RISCOS À SAÚDE

É preciso chamar a atenção para riscos à saúde, decorrentes


de procedimentos mal elaborados por alguns profissionais,
que podem levar não só os clientes, mas também os que
executam, a se exporem à transmissão de doenças nos locais
de trabalho. Daí a importância de possuir cuidados com o
manuseio de materiais e áreas do corpo, que são grande entrada de microrganismos,
através do uso de materiais perfurocortantes como lâminas de barbear, agulhas,
alicates, etc. Em outros casos, podem também gerar verrugas, tumores na pele, e até
contrair doenças como as hepatites B e C e infecções pelo vírus da imunodeficiência
humana (HIV). É importante ressaltar que essas bactérias, em contato com lesões
na pele podem causar infecções bacterianas que se apresentam como furúnculos ou
abcessos e infecções por fungos, conhecidas como micoses. A falta de higienização em
escovas e pentes além das micoses, podem levar à transmissão de parasitas causando
escabiose (sarna) e pediculose (piolhos).
Os profissionais precisam ficar atentos às doenças ocupacionais devido aos longos
períodos em que estiverem em pé ou sentado, e à postura decorrente de mobiliários
inadequados ou jornadas de trabalho excessivas, sem descanso.

2.1 · Higiene

Alguns procedimentos simples podem ser adotados para evitar a exposição a doenças.
É imprescindível que os profissionais mantenham a higiene pessoal sempre em dia,
demonstrando o cuidado e a preocupação do estabelecimento com a segurança.
Para isso é preciso:
• Utilizar água e sabão líquido para a correta higienização das mãos;
• Não fumar nas dependências do salão;

·6·
• Lavar as mãos, nas seguintes situações:
• antes e após ir ao banheiro;
• antes e após colocar as luvas;
• antes e após as refeições;
• Enxaguar as mãos e secar bem com papel toalha;
• As toalhas de uso dos clientes devem ser lavadas em hipoclorito de sódio por 30 min,
e em seguida secadas e passadas, guardando-as individualmente em sacolas, em
lugares arejados e secos;
• Alicates, espátulas e materiais de metal devem ser submetidos a limpeza com
detergente líquido neutro e escova de cerdas macias, inspeção visual com auxílio de
uma lupa, e, secos com papel toalha de primeiro uso. Também devem ser embalados
em invólucro compatível com o equipamento utilizado na esterilização (papel
alumínio, em caso de utilizar a estufa e grau cirúrgico, caso autoclave). Após a devida
esterilização, acondicioná-los em recipiente com tampa e identificação;
• A sala utilizada para a depilação deve ser reservada e com privacidade, as superfícies
da maca devem ser lisas e laváveis, o lençol trocado a cada cliente. Cera e demais
produtos usados nos procedimentos devem possuir no rótulo, a identificação,
a validade e o número de registro no Ministério da Saúde/ Anvisa e nunca, em
hipótese alguma, é permitido reutilizar as ceras. Para manter a higiene, aconselha-se
fracionar, previamente, as quantidades suficientes para cada cliente.

2.1.1 · Higienização das mãos


2.1.1.1 · Uso de água e sabonete líquido
• Faça a higienização das mãos quando:
- Perceber que as mãos estão sujas ou contaminadas com sangue ou secreções;
- Após cada atendimento e ao iniciar ou encerrar o turno de trabalho;

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- Sempre que for entrar e ao sair do banheiro;
- Antes de colocar as luvas e após o descarte das mesmas;
- Antes de cada refeição e após se alimentar;
- Após realizar procedimentos de limpeza e desinfecção;
- Após utilização álcool por várias aplicações seguidas.

• Como deve ser realizada a limpeza das mãos:


- Molhá-las com água e utilizar o sabonete líquido;
- Esfregar as mãos, conforme figura ao lado;
- Enxaguar as mãos e, logo após, secar com papel toalha

Atenção:
Não é permitido o uso de toalhas de tecido e sabonetes em barra, pois,
armazenam microrganismos.

2.1.1.2 · Álcool 70%


• Utilize o álcool sempre que:
- Perceber que as mãos não estão visivelmente sujas;
- Realizar cada atendimento, antes e após o contato com o cliente;
- Entrar e sair do banheiro;
- Durante o atendimento - ao trocar de partes do corpo. (dos pés para as
mãos, da axila para o buço, etc.)
- Durante o atendimento - após tocar em outros objetos (celular, maçanetas, etc.)

·8·
Higienização das Mãos

Abra a torneira e molhe as mãos, Aplique o sabonete líquido Ensaboe as palmas das mãos,
evitando encostar na pia. na palma da mão friccionando-as entre si.

Esfregue a palma das mãos Entrelace os dedos e friccione os Esfregue o dorso dos dedos de uma
entrelaçando os dedos. espaços interdigitais. mão com a palma da outra.

Esfregue o polegar direito, com o Friccione as polpas digitais e unhas da Enxágüe as mãos, retirando os
auxílio da palma da mão da outra mão com a palma da outra, fazendo resíduos de sabonete. Evite tocar na
mão. movimento circular. torneira.

Seque as mãos com papel-toalha Utilize o papel-toalha para fechar a Para a técnica de Higienização
descartável, iniciando pelas mãos e torneira, evitando tocar diretamente Anti-séptica das mãos, seguir os
seguindo pelos punhos. mesmos passos

• Como deve ser realizado o uso do álcool nas mãos:


- Aplicar o álcool 70%;
- Esfregá-las adequadamente;
- Aguardar o álcool secar naturalmente, não utilizar toalhas, tecidos ou papel.

Atenção:
Dê preferência para o uso de álcool específico para higienização das
mãos na concentração de 70%, em refil para evitar a contaminação.

·9·
2.2 · Vacinação

A vacinação é essencial para criar imunidade aos microrganismos. É preciso


que o estabelecimento mantenha os cartões de vacina de seus funcionários
atualizados, caso se faça necessário, apresentá-lo à Vigilância Sanitária de seu município, assim
como todos os atestados de saúde ocupacional, emitidos pelo médico do trabalho. É fundamental
que os profissionais que utilizem perfurocortantes façam uso da profilaxia por meio da vacinação
para Hepatite B e tétano que são fornecidas gratuitamente nos postos de saúde.

2.3 · Descarte de Perfurocortantes

Todos os resíduos perfurocortantes deverão ser descartados logo após seu uso em
recipientes, desenvolvidos para este fim, não ultrapassando o limite indicado pelo
fabricante. O recolhimento dos recipientes de descarte deve ser realizado apenas por
empresas licenciadas para transporte e destinação final de resíduos perfurocortantes. Esses
materiais quando não manuseados corretamente, podem ocasionar lesões decorrentes de
acidentes com agulhas, lâminas de barbear e alicates.

Caso ocorra exposição ao material infectante que


envolvam as mucosas, como a dos olhos, deve-se
lavar o local imediatamente com água corrente em
abundância e procurar um médico imediatamente .

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3 · MEDIDAS DE SEGURANÇA

Para controlar os riscos de disseminação de doenças,


é possível adotar medidas no dia a dia de nossos
salões, tais como:
• Descarte adequado de material perfurocortante;
• Limpeza e desinfecção de superfícies, antes e após o uso. (Superfícies essas que devem ser
lisas e que possam ser lavadas com agua e sabão).
• Vacinação dos profissionais;
• Montar uma pasta com currículo, cópia da carteira de vacinação e deixar disponível
em salão ou local de atendimento;
• Cuidados quando ocorrem acidentes, como isolamento e desinfecção da área;
• Caso ocorra algum acidente com perfurocortante, o profissional deve procurar um
médico imediatamente;
• Uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas, avental,
óculos e touca, dentre outros;
• Limpeza, desinfecção e esterilização do instrumental reutilizável;
• Manutenção da higiene pessoal e do estabelecimento.

É importante ressaltar, que muitas vezes o cliente nem sabe que possui
determinadas doenças ou lesões, pois em alguns casos não há sintomas
aparentes, ficando a cargo do profissional utilizar medidas preventivas

· 11 ·
3.1 · Uso de equipamentos de proteção individual - EPI

Os EPIs são equipamentos individuais que permitem aos funcionários trabalhar


com segurança, evitando riscos à saúde. Esses equipamentos devem ser
disponibilizados de acordo com a função exercida e em número suficiente para
que o trabalhador exerça sua profissão com segurança. Para nosso segmento
fazemos a recomendação dos seguintes equipamentos de proteção:
• Óculos de proteção facial - devem ser utilizados para proteger a área dos olhos e
face, protegendo-os ao manusear produtos químicos e aplicação de laser. Devem ser
leves e confortáveis;
• Máscaras de carvão ativado - protegem contra a inalação de vapores e gases;
• Máscaras descartáveis - servem como barreira para evitar contaminações
por bactérias, que são provenientes, principalmente, das gotículas que saem
da boca e do nariz;
• EPIs para membros superiores - luvas para profissionais como podólogos,
manicures, pedicures, depiladores ou em qualquer atividade evitam o risco
de contaminação por sangue. As luvas também protegem de produtos,
colorações e composições químicas, de ação alergênica. Esses materiais
devem ser totalmente descartáveis.
Vejamos alguns cuidados necessários para utilização desses materiais:
• Não tocar superfícies e materiais com as mãos enluvadas (telefone, maçaneta,
porta, caneta, etc);
• Trocar as luvas ao mudar de procedimento contaminado para outro limpo;
• Desprezar as luvas após cada atendimento e durante um mesmo atendimento se
estiver danificada. A retirada das luvas deve ser de forma consciente, para que não
aconteça contaminação.

· 12 ·
Procedimento para retirar
luvas contaminadas

• EPIs para troncos - são jalecos e aventais que servem para evitar contaminações de
roupas pessoais e por agentes químicos;
• EPIs para membros inferiores - são os sapatos que precisam ser impermeáveis e
antiderrapantes, fechados, devendo proteger o dorso do pé.

3.2 · Esterilização de instrumental

Limpeza - é um processo de remoção de sujeira e redução de


microrganismos, utilizando água e detergente, preparando o
produto para ser desinfectado e esterilizado. Lembre-se que nenhum processo substitui
por completo a limpeza. Os utensílios utilizados nos procedimentos estéticos podem
servir como fonte de transmissão de doenças, portanto é necessário realizar higienização
e a correta esterilização dos mesmos.

· 13 ·
Antes de iniciar o processo de esterilização, seja em estufa ou autoclave, todo instrumento
metálico deverá ser lavado com escova em água corrente, com detergente líquido neutro
e inspecionado com o auxílio de uma lupa, verificando assim a eficácia da limpeza e
depois seco com papel toalha de primeiro uso.
É necessário utilizar luva de borracha e avental impermeável.

Esterilização - após a lavagem, colocá-los no invólucro específico para a esterilização


(em caso de utilizar a estufa, envolver a ponta do instrumental em papel alumínio ou
colocá-los em embalagem grau cirúrgico, caso autoclave). A embalagem grau cirúrgico
deve ser autocolante ou selada por seladora. Os alicates e tesouras devem ser esterilizados
com suas articulações semiabertas.
Vale lembrar que, caso seja utilizada a estufa como equipamento de esterilização, o
controle de temperatura de esterilização deverá ser realizado com o auxílio do termômetro
de bulbo (a 170º ou 180º por uma hora ou 160º por duas horas). Após a esterilização,
o instrumento deverá ser acondicionado em recipiente identificado, limpo, com tampa
e exclusivo para materiais estéreis. Não é permitido o reaproveitamento do invólucro.
Quando a esterilização for realizada em autoclave, o material, devidamente embalado, deve ser
colocado na câmara da autoclave desligada, não ultrapassando 2/3 de sua capacidade total e sem
encostar-se às laterais, dispondo-se os pacotes de modo que o vapor possa circular livremente
e atinja todas as superfícies do material. Embalagens compostas por papel e filme devem ser
colocadas com o papel para baixo. Deve-se fechar o equipamento e selecionar o ciclo desejado, caso
seja possível. Após a conclusão do ciclo, deve-se abrir o equipamento e aguardar que a temperatura
caia a 60º C para a retirada do material. Nesta etapa, o profissional deve utilizar todos os EPIs.

Quadro 1.1- Conceitos de higienização


Limpar Processo de remoção de sujidade, através da ação mecânica Águas e detergentes
que inclui a remoção de microrganismos e matéria orgânica a
fim de evitar o desenvolvimento bacteriano
Desinfectar Visa a destruição da totalidade ou da maior parte dos Desinfectantes e
micorganismos patogênicos antissépticos
Após a esterilização, o instrumental deverá ser acondicionado em
recipiente identificado, limpo, com tampa e exclusivo para materiais
estéreis, respeitando-se o prazo de validade da esterilização. Não é
permitido o reaproveitamento do invólucro.

Para a realização da limpeza, desinfecção e/ou esterilização é necessário um


espaço exclusivo com bancada e pia para lavagem do instrumental, com fluxo do
processo retilíneo.

O local de armazenamento deve ser limpo e organizado periodicamente, sendo


verificados sinais de infiltração, presença de insetos, retirando-se os pacotes danificados,
com sinais de umidade, prazo de validade da esterilização vencido, etc. Estes artigos
devem ser reprocessados novamente. Na distribuição, os pacotes esterilizados devem ser
manipulados o mínimo possível e com cuidado.

Alguns conceitos importantes:


• Limpeza: é a remoção mecânica de sujidade. É realizada pela aplicação de energia
mecânica (fricção), química (soluções detergentes, desincrostantes ou enzimáticas)
ou térmicas. (PADOVESE E DELMONTE, 1999)

• Desinfecção: é o processo de eliminação de microrganismos na forma vegetativa,


presentes nos artigos e objetos inanimados mediante a aplicação de agentes físicos
ou químicos.

• Esterilização: é o processo pelo qual os microrganismos são mortos a tal ponto


que não se possa detectá-los no meio padrão de culturas em que previamente os
agentes haviam proliferado.

· 15 ·
Artigo 8º da Portaria Municipal 02/2007
O processo de limpeza deve preceder qualquer processo de
esterilização ou desinfecção e é o que determina o sucesso
destes. Pode-se ter limpeza sem esterilização ou desinfecção,
mas não pode ter esterilização ou desinfecção sem limpeza.

3.3 · Limpeza e desinfecção de superfícies

Para garantir a conservação e manutenção das instalações e dos equipamentos


é essencial que seja realizada a limpeza e desinfecção das superfícies. Paredes,
pisos, teto, sanitários, mobiliários, portas, janelas e equipamentos são as principais
superfícies e devem ser limpos com frequência. Lembre-se que a limpeza realizada de
forma incorreta pode ter o efeito contrário, disseminando microrganismos por todo o
ambiente e coloca todos em risco.
É preciso limpar macas com água e detergente, e, fazer a desinfecção da mesma com
álcool etílico a 70% sempre após todo atendimento, lembrando que toda limpeza
necessita da utilização de luvas e equipamentos apropriados.

Principais etapas da limpeza de superfícies:


• Álcool etílico a 70% - usar após a limpeza com água
e detergente, esfregando a área aplicada. Utilizar o
produto com pano seco, esperar secar e repetir por
três vezes o procedimento de aplicação.

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Quadro 1.2 - Produtos de Higienização
Conhecido por Propriedades Aplicação Concentração
Bio SL Rosa
Detergente Lavagem higiênica Puro + água
(Creme das mãos)
Quinapol ® Lavagem de pavi- 50 ml por cada 5l de
Detergente
Detergente líquido do chão mentos água
Superfícies não
Hipoclorito de Sódio a 1% Desinfectante Puro
metálicas
Presept ®
Desinfectante Superfícies e urinóis 1 past + 10 l água
Trocloseno 2,5
Hibicet ® Diluição conforme o
Desinfectante Materiais
Clorohexidine e cetrimida procedimento
Álcool a 70º Desinfectante Superfícies metálicas Puro
Desinfectante das mãos de Desinfectante
Mãos Puro
base Alcoólica das mãos

4 · DOCUMENTAÇÃO SOLICITADA PARA ACOMPANHAMENTO DAS


VIGILÂNCIAS SANITÁRIAS

• Alvará Sanitário (entrar em contato com a Vigilância Sanitária municipal)


• Registro de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos;
• Registro de monitoramento da esterilização;
• Certificado profissional dos profissionais de beleza;
• Comprovante de vacinação contra Hepatite-B e Tétano;
• Memorial descritivo (passo a passo) de desinfecção de superfícies, equipamentos, e
materiais e esterilização dos instrumentais;
• Plano de Manutenção, Operação e Controle do Sistema de Climatização de Ar
(PMOC) e Anotação de Responsabilidade Técnica no CREA-ES, de acordo com a

· 17 ·
Portaria GM nº 3.523/98 (Obrigatório para sistemas com a soma das potências dos
condicionadores de ar superior a 60.000 BTU/H);
• Comprovante da higienização dos reservatórios de água;
• Laudo da análise microbiológica da água.

5 · ESTRUTURAS FÍSICA DO ESTABELECIMENTO

Todos os estabelecimentos estarão sujeitos às normas específicas em todas as esferas


Municipais, Estaduais e Federais. Esteja atento para as considerações a seguir:
• Quando os salões se encontrarem situados em shopping/centros comerciais, as instalações
sanitárias destinadas ao público, poderão ser as coletivas do local;
• Salas de atendimento direto deverão possuir pia com lavatório para higienização das mãos,
com dispensador para sabão líquido e suporte para papel toalha e lixeira;
• Os estabelecimentos deverão dispor de equipamentos e mobiliários adequados, mantidos
higienizados e em condições ergonômicas. Área física compatível contendo cadeiras, de
forma a permitir que respeitem a seguinte metragem linear:
• Distância mínima entre eixo de cadeiras = 0,80 m;
• Distância mínima do eixo da primeira cadeira para a parede = 0,40 m;
• Distância mínima da parede às costas da manicure = 1,50 m;
• Se houver equipamentos elétricos (bacias, lixas, entre outros) possuir tomadas
duplas (127/220 volts);
• A iluminação ideal é aquela que permite ao usuário realizar uma
atividade de forma assertiva sem um esforço extra;
• A iluminação pode auxiliar na concentração e na visualização das cores;
• Ao comprar a lâmpada observe o valor do Índice de Reprodução da Cor
(IRC), contido nas informações técnicas das lâmpadas;

· 18 ·
• A iluminação deve ser adequada e ter o índice de
reprodução de cor elevado. Acima de 85% para a
reprodução fiel da cor que o cliente escolheu, assim
ele não terá desconforto ao sair do salão;
• Móveis e equipamentos como cadeiras, armários,
macas e colchões deverão ser revestidos de material
resistente, impermeável e de fácil higienização. Junto com a organização do ambiente
do trabalho, deve-se observar algo tão importante quanto, o cuidado com a postura,
optar sempre por cadeiras com encosto e com sistema hidráulico;
• Os serviços de cabeleireiro deverão ser dotados de no mínimo 01 (um) lavatório de cabelos
com água corrente.

Plano de gerenciamento de resíduos sólidos - Laboratório Estética


Grupos Descrição dos Resíduos Armazenamento Destinação final
Resíduos com pos- Lixeira (20L) com tampa e pedal, Coleta específica para lixo in-
sível presença de agentes contendo o saco branco leitoso. Retirar fectante - Prefeitura Municipal
biológicos após atingimento de 2/3 do volume, de Vitória - PMV
A
vedar e colocar no armazenamento
temporário. Utilizar luvas de borracha
para o manuseio.
Resíduos contendo sub- Potes de plástico rígido, resistentes, Coleta específica para lixo
B stâncias químicas - Óxido com tampa rosqueável. químico - Empresa coletora
de Alumínio (sólido) Marca Ambiental
C Não há geração deste tipo de resíduo.
Embalagens de papel grau Lixeira (20L) com tampa e pedal, Coleta pública para lixo
cirúrgico. Lixo comum. contendo saco preto. Será retirado pelos comum a ser coletado pela
D
funcionários da zeladoria. Prefeitura Municipal de Vitória
- PMV.
Agulhas descartáveis e Caixa Rígida (Descarpack) Coleta específica para lixo
E instrumentais de vidro perfurocortante- Prefeitura
quebrados, etc. Municipal de Vitória - PMV.

· 19 ·
6 CUIDADOS COM EQUIPAMENTOS E PRODUTOS

6.1 · Equipamentos

É preciso que as empresas forneçam aos seus funcionários as condições necessárias para
execução de seus serviços, podendo assim atender prontamente a demanda que surgir
sem comprometer a limpeza. Veja alguns desses procedimentos:
• Equipamentos utilizados para esterilização e estética devem ser revisados a cada
seis meses, ou de acordo com a orientação do fabricante. O estabelecimento deve
possuir uma planilha para o controle adequado;
• Os equipamentos utilizados deverão possuir registro nos órgãos competentes;
• Os manuais de instrução dos equipamentos deverão estar em português e em
local de fácil acesso.

6.2 · Cosméticos

Todos os produtos utilizados deverão ter o registro na ANVISA/MS. Devem obedecer a


legislação vigente e estar dentro do prazo de validade.
As seguintes informações deverão estar disponíveis no rótulo:

• Nome do produto;
• Marca;
• Lote;
• Prazo de validade;
• Descrição do conteúdo do produto;
• País de origem;
• Fabricante/ importador;

· 20 ·
• Composição do produto;
• Finalidade de uso do produto;
• Instruções em língua portuguesa;
• Autorização de funcionamento da indústria na ANVISA;
• Número de registro ou notificação no Ministério da Saúde/ ANVISA.

Produtos químicos que precisem ser diluídos ou fracionados em outros frascos deverão
conter de forma legível as seguintes informações:
• Etiqueta com o nome do produto;
• Composição química e sua concentração;
• Data de envase e de validade;
• Nome do responsável pela manipulação ou fracionamento.

O fracionamento deverá ser de acordo com as especificações contidas no rótulo do


fabricante.

É vetado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos,


assim como químicos, reutilização de sobra de ceras ou de qualquer
produto químico.

· 21 ·
7 · PROCEDIMENTOS AOS PROFISSIONAIS
PADRONIZAÇÃO DAS ROTINAS DE TRABALHO

Manicure, pedicuro e podólogo: é preciso manter


os materiais de trabalho em recipientes fechados,
identificados, organizados e limpos; utilizar lixas de
unhas e palitos descartáveis; ter cuidado ao manusear
objetos já esterilizados para não contaminá-los. As
bacias devem ser envoltas com protetores e trocados a cada cliente. Perguntar ao
cliente se possui alergia a algum produto.

Depiladora: lavar bem as mãos, usar máscaras descartáveis, luvas, jalecos e somente
retirá-las quando o procedimento estiver finalizado, cobrir a maca com lençol, e usar
somente material descartável;

Design de sobrancelhas: lavar bem as mãos, colocar luvas, perguntar ao cliente se ele
possui alergia a algum tipo de produto ou química. Pinças devem passar por processo de
desinfecção ou esterilização a cada uso, lâminas de barbear não devem ser reutilizadas.

Atenção:
Todo procedimento que ocasione alteração no couro cabeludo e pele
deverá ser comunicado ao cliente, orientando-o a procurar um médico.

· 22 ·
8 · PROFISSIONAIS QUALIFICADOS: UM PASSO PARA O SUCESSO

Como todo empreendimento, os salões precisam de profissionais que


estejam dispostos a acompanhar o crescimento e as mudanças no
mercado, atualizando-se constantemente com cursos de atualização
para melhorar a qualidade do serviço prestado.

Há muitas empresas que oferecem cursos de capacitação e


atualização em diversas áreas desse segmento, mas é importante
procurar empresas capacitadas e idôneas para realizar a formação.
Todo profissional da área precisa realizar cursos de capacitação.

Valorize o profissional que se qualifica e busca sempre o conhecimento, ele pode


contribuir para o sucesso da sua empresa!

· 23 ·
9 · REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, 2015. Boas Práticas de funcionamento


para institutos e salões de beleza, estética, cabeleireiro e similares. Belo
Horizonte, Brasil.
Disponível em: <https://bit.ly/2nf8oxJ>. Acesso em 26 de agosto de 2018.

BRASIL. Anvisa, 2009. Referência técnica para o funcionamento dos Serviços de Estética e
Embelezamento sem responsabilidade médica. Brasília, Brasil.
Disponível em: <https://bit.ly/2ymqNkI>. Acesso em 26 de agosto de 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde, 2013.Protocolo para prática de Higiene das Mãos em Serviços de
Saúde. Brasília, Brasil. Disponível em:<https://bit.ly/2Rrf74N>. Acesso em: Acesso em 26 de agosto de
2018.

Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo, 2009. Guia de referência para limpeza,
desinfecção e esterilização de artigos em Serviços de Saúde. Vitória, Brasil.
Disponível em: <http://www.riscobiologico.org/lista/20120305_01.pdf>. Acesso em 26 de agosto de
2018.

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