INTRODUÇÃO Emilia Romana

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INTRODUÇÃO Emilia Romana, cuja capital é Bolonha, é uma região do Norte da Itália com quatro milhões de habitantes, composta

por 109 províncias; uma delas é ReggioEmilia. Não é uma cidade grande, no entanto está em plena expansão, tendo sido definida
como “cidade mundo”.  Em 1946, logo após a Segunda Guerra Mundial, no Vilarejo de Vila Cella, trabalhadores e comerciantes que
perderam tudo se uniram aos novos moradores que lá se estabeleceram a fim de construir uma escola para crianças pequenas. A escola
foi erguida com a venda de um tanque de guerra, seis cavalos e três caminhões, deixados pelos alemães. Esse movimento inicial
envolveu toda a comunidade, mas de modo especial os pais, pois nasceu do desejo de reconstrução da própria história e da
possibilidade de uma vida melhor para seus filhos. Então, desde sua origem, ReggioEmilia é uma escola diferente, enraizada na
vontade das famílias de construir um mundo melhor por meio da educação. TERENO DOADO POR UM FAZENDEIRO Atraído
pelo projeto educativo, LorisMalaguzzi seguiu para Villa Cella e se encantou com tal experiência. Por meio desse processo de
construção e ampliação das escolas, o maior ensinamento que os pais passaram a seus filhos foi à possibilidade de reconstrução com
base nas ruínas e no sentido de coletividade e união para se alcançar um objetivo. Os moradores da cidade de ReggioEmilia, no norte
da Itália, hoje com 170 mil habitantes, encontraram, após a II Guerra Mundial, uma cidade de escombros e junto dela, a necessidade
de reconstruir suas vidas. Um parcela dos cidadãos decidiu então que a melhor forma de reconstruir o tecido social, cultural e político
da comunidade seria o caminho de construir uma escola com as próprias mãos. Da necessidade do cuidado dos pequenos, vislumbrou-
se o cuidado da cidade inteira. Os detritos dos tempos idos virou matéria prima para a construção do novo. Com a venda de metais
velhos, restos de bombas e construções abandonadas, começou a ser construída a velha creche. Um jovem pedagogo, chamado
LorisMalaguzzi, inspirado pelas ideias novas de Jean Piaget, Lev Vygotsky, John Dewey e Maria Montessori, passava de bicicleta
pelo local e se encantou com o que viu.Começou assim o processo de construção da rede de escolas infantis e creches de
ReggioEmilia. Hoje já são mais de 13 creches e 21 pré-escolas na cidade, contemplando 40% da rede pública do município, com o
apoio da Fundação ReggioChildren e do Centro Internacional LorisMalaguzzi. ReggioEmilia é uma cidade situada ao norte da Itália,
na região de EmiliaRomagna. A  proposta educacional de ReggioEmilia atinge um conjunto de 33 centros de crianças pequenas (nidi e
scuoledell’infanzia), que são dirigidos diretamente pela municipalidade de ReggioEmilia. Tudo começou com o fim da Segunda
Guerra Mundial, em que a Itália saía derrotada e pobre de uma experiência devastadora. Foi quando a comunidade se mobilizou para
transformar a cidade nos escombros com a determinação de fazer uma realidade melhor para suas crianças. A própria população se
organizou no período do pós-guerra, por meio da solidariedade ativa dos cidadãos, como protagonistas de um projeto educativo e
cultural verdadeiro. Assim, fizeram as escolas para que seus filhos pudessem estudar. Tudo ia se desenvolvendo com muitos estudos
por parte dos educadores italianos, somados aos intercâmbios com intelectuais estrangeiros convidados. Até que, em 1991, a revista
norte-americana Newsweek considerou a Escola Infantil Municipal Diana, de ReggioEmilia, a melhor instituição de Educação Infantil
a nível mundial. Assim, o mundo olhou com atenção o que acontecia naquela região da Itália e uma infinidade de pesquisadores e
professores estrangeiros foram conhecer e aprofundar suas pesquisas. O fluxo foi tão intenso (e ainda é até hoje), que foi necessário
institucionalizar as visitas e pesquisas por meio da criação da FundazioneReggioChildren, uma empresa mista público-privada, criada
em 1994, com o objetivo de gerir as iniciativas de intercâmbio educacional e cultural nas instituições de educação infantil de
ReggioEmilia e o grande número de pesquisadores e educadores de todo o mundo. Impulsionado pelas teorias psicopedagógicas
inovadoras da Europa nos anos 50 e 60, como Jean Piaget, Lev Vygotsky e John Dewey; e também de pedagogos italianos,
como Maria Montessori, irmãs Agazzi, Bruno Ciari, o jovem Malaguzzi estava certo de que o processo pedagógico deveria ter como
centro o desenvolvimento intelectual, emocional, social e moral das crianças. O modelo pedagógico deu tão certo que acabou sendo
municipalizado e hoje engloba 40% das escolas da cidade. A rede ReggioChildren é composta de 13 creches e 21 pré-escolas. Após a
segunda guerra mundial, um grupo de mulheres da cidade italiana de ReggioEmilia buscava um modelo diferente de escola, integrada
à comunidade e com formação pautada na ética e no desenvolvimento de competências. A abordagem educacional foi criada de
maneira democrática e tão bem sucedida que acabou sendo municipalizada em 1963 e logo se espalhou por todas as escolas do
município. O reconhecimento internacional surgiu em 1991, quando a revista norte-americana Newsweek publicou uma matéria
apontando o sistema educacional infantil de ReggioEmilia como o mais admirável do mundo.  TÓPICO I: Essa escola é inovadora: os
pais fazem parte da escola, ajudam no planejamento e até participam de algumas aulas. Os eventos são organizados pelas famílias,
professores e alunos, com o objetivo de integração e coletividade, mostrando a essas crianças que a escola é uma continuidade de seu
lar, tornando-as uma grande família e intensificando o papel sócio-cultural que ela ocupa na sociedade.Um dos aspectos que mais
chamam a atenção é a abordagem de ensino que adotaram na escola. Usa a linguagem da Arte – que é inerente na criança – para
extrair seus pensamentos, desejos, inquietações, e ajudar a dar significados e sentido ao mundo em que vivem, e suas questões. Após
esta coleta de informações fornecidas pelas crianças, pais e professores se reúnem e elaboram o planejamento das aulas.Essas crianças
passam a pesquisar o tema, vão às ruas observar, investigar, experimentar e depois voltam à escola para se expressar da melhor forma
que sabem, por meio de símbolos artísticos, como desenho, esculturas, pintura, etc. As atividades são exploradas ao máximo, até que a
criança se dê por satisfeita. Quando elas não conseguem se expressar como gostariam, são encorajadas a refletir e recomeçar. Essas
crianças têm se mostrado tão criativas e competentes que já existem exposições pelo mundo afora com suas produções artísticas. Suas
competências não são exploradas apenas no mundo da arte, muito pelo contrário; a arte é o meio que os professores usam para
introduzir outros conhecimentos.A abordagem da Escola Reggio Emília mostrou sua eficácia e se multiplicou dentro da cidade. Hoje
este município adotou essa abordagem em suas escolas. Essa eficácia se revelou ao mundo e tem se propagado por ele. Já existem
diversas escolas nos Estados Unidos e Europa: infelizmente não sei de nenhuma escola no Brasil que use essa abordagem. a escola de
ReggioEmilia é inovadora também porque os pais dos alunos fazem parte dela; porque os eventos são organizados pelas famílias,
professores e alunos, objetivando a integração e a coletividade; porque constitui uma continuidade do lar; e por causa da crescente
intensificação do seu papel sociocultural naquela sociedade. Esta metodologia educacional orienta, guia, cultiva o desenvolvimento
intelectual, emocional, social e moral das crianças. É baseada na crença de que as crianças têm habilidades em potencial, e curiosidade
e interesse na construção de sua aprendizagem, encaixar-se em interações sociais. O foco está em cada criança, não isoladamente, mas
em conjunto com outras crianças, com a família, com os professores, com o ambiente da escola, da comunidade e do resto da
sociedade.OS ALUNOS SÃO OS PROTAGONISTAS..a abordagem também valoriza a representação simbólica – artes, pintura,
música – como ferramentas primordiais no aprendizado. A estrutura física da escola também é pensada na busca de um ambiente
educativo e lúdico, fazendo com que o espaço seja considerado “um terceiro professor”.  A cozinha, por exemplo, fica logo na entrada
das unidades e é transparente aos demais cômodos, sugerindo a não-divisão dos potenciais educativos A ReggioEmilia também conta
com atelieristas, que propõe atividades diversas, dentro de suas áreas de atuação, para trabalhar com diferentes linguagens. A
abordagem educativa reggianaé  identificada como a Pedagogia da Escuta, que tem suas bases nas ideias de LorisMalaguzzi,
considerado um dos pensadores mais importantes do século XX. Inspira-se também  nas teorias de Dewey, Vygotsky, Piaget, Brunner
e Gardner, além de múltiplas correntes de pensamento da psicologia social, das teorias da complexidade e das neurociências. A
documentação pedagógica, as pesquisas cuidadosas realizadas com os alunos, a opção da arte e a criatividade são a base do trabalho
educativo junto às crianças pequenas e que  inspira experiências internacionais.    as escolas criam espécie de “laboratórios do fazer”,
que combinam as tradicionais linguagens gráficas, pictóricas e de manipulação (modelos e maquetes), mas também as do corpo,
ligadas ao movimento, as da comunicação verbal e não-verbal, as linguagens icônicas, o pensamento lógico, científico, natural,
discussões éticas, e manejo de ferramentas multimídia, sempre objetivando que a criança aprende “com todo corpo”, de forma fluída e
permanentemente integrada. Essa perspectiva faz com que as escolas não trabalhem apenas com as linguagens codificadas e
reconhecidas, mas reconheçam as experiências reais obtidas por meio da pesquisa e de descobertas sensoriais dos próprios estudantes.
A metodologia de ReggioEmilia evidencia que a diferença da subjetividade reforça o valor de cada indivíduo e por isso zela por um
modelo educativo que dê conta de todas as particularidades dos estudantes e das suas famílias. Em diálogo com a proposta, as escolas
da rede são construídas de modo a favorecer o diálogo e o conhecimento compartilhado das crianças. Para tanto, os ambientes – que
permitem que a escola acesse o exterior e vice e versa – estimulam a construção de diversas perspectivas e pontos de vista,
consentindo às crianças uma pluralidade de experiências sensoriais. A estética e arquitetura das escolas são pensadas como elementos
de qualidade do conhecimento, a partir de uma estrutura que permite a conexão das crianças entre si, com a equipe pedagógica e com
a área externa. princípio de ensino em que não existem as disciplinas formais e que todas as atividades pedagógicas se desenvolvem
por meio de projetos. Estes projetos, no entanto, não são antecipadamente planejados pelos professores, mas, surgem através das
idéias dos próprios alunos, e são desenvolvidos por meio de diferentes linguagens. O ensinamento que sustenta todo esse princípio, é
a Pedagogia da Escuta, que foi sistematizada pelo educador italiano. Esta abordagem de ReggioEmilia se vincula a tudo o que a
linguagem visual pode apresentar.  A capacidade criadora e a característica dos trabalhos desenvolvidos fizeram com que esta atitude
típica de educar fosse avaliada, há dez anos, como a melhor do mundo pela revista norte-americana Newsweek. Este exemplo, serviu
de fonte de apoio e inspiração para a Educação Infantil de países de contextos bem diferentes como Suécia e Senegal, Dinamarca e
Nova Zelândia, Espanha e Estados Unidos,etc  PRINCIPIOS Um deles é a crença de que o aprendizado nunca será o mesmo se
alguém deixar de dar a sua colaboração. Por isso, a curiosidade e os questionamentos de todos têm valor e são decisivos na escolha
dos temas dos projetos de ensino. Eles surgem da fala dos pequenos, registrada atentamente pelos professores e estudadas pela equipe
pedagógica. Por isso, uma mesma experiência não pode ser repetida com diferentes sujeitos com a finalidade de produzir os mesmos
resultados.  Crianças como agentes ativos, Significa colocá-las no centro do processo, garantindo que estejam totalmente envolvidas
no planejamento e na revisão de sua aprendizagem juntamente com os educadores, se envolvendo em conversas importantes, de modo
a estender ideias e pontos de vista. Escutar as crianças nos proporciona insights e entendimentos de como concentrar nossa atenção
nos modos como as crianças extraem sentido no mundo, estabelecem conexões, desenvolvem teorias, constroem hipóteses.
Observando suas linguagens e praticando a escuta ativa, entendemos que elas se envolvem natural e ativamente na busca de sentido e,
assim fazendo, estão em processo de construção de significado. Quando educadores conduzem diretamente a aprendizagem da
criança, novos entendimentos são atingidos de fato, porém, incluem aqueles de que a hipótese do adulto sobre o que as crianças estão
aprendendo pode não ser a aprendizagem experimentada pela criança. Os métodos e as abordagens que defendem que as crianças
estejam no centro de sua própria aprendizagem pretendem que enxerguemos com maior clareza o processo de aprendizagem,
estratégias, personalidades e interesses individuais; interagindo de modo “sintonizado”, dando espaço para as crianças construírem sua
aprendizagem, se tornando copesquisadores e coconstrutores da aprendizagem. Escutar as crianças muda o modo como pensamos
sobre elas, muda nossos entendimentos e perspectivas sobre como aprendem e nossa imagem delas, enxergando mais claramente seu
incrível potencial, sua riqueza, seus talentos, seus entendimentos e suas visões de mundo, seus sentimentos e relações com outras
crianças e adultos à sua volta. Crianças e educadores integram um grupo de aprendizagem e são parceiros que inspiram, dão apoio e
promovem o discurso, o diálogo e uma abordagem de documentação que registre a luta por significado. Criança tem sua própria forma
de explorar e se fazer ouvir no mundo Fundador da ideia esse e eudcador criou um princípio de ensino que valoriza o processo
educativo cultural, cujo objetivo é fazer com que as crianças compartilhem seus conhecimentos e saberes, sua criatividade e
imaginação por meio de múltiplas linguagens, a saber: canto, dança, desenho, interpretação e pintura.  Assim, a construção pedagógica
das escolas se concretiza dentro de uma perspectiva sócio- construtivista onde o conhecimento se constrói através da ação do sujeito,
se constrói no contexto, junto com a inovação social e com a cultura do grupo, crianças aprendem pelas experiências e nas
experiências da ação e do fazer. É uma pedagogia da relação e da escuta, que parte do pressuposto que a criança conhece o mundo
como um pesquisador, curioso, atento e que neste processo é produtor de teorias interpretativas. Por falar em relacionamento,
ReggioEmilia também se destaca pelos conceitos de escola da comunidade, ou seja, não existe uma separação tão delineada entre vida
na escola e fora dela. Como isso funciona? Uma das coisas mais importantes é apresentar espaços que mostrem o relacionamento da
criança com a comunidade, ligado às atividades da escola. Em ReggioEmilia, a produção dos alunos não fica dentro da sala de aula,
mas são expostas em estabelecimentos da cidade e em algumas vezes até ao ar livre, em locais públicos. Isso privilegia a percepção do
aluno de que toda a comunidade é seu ambiente educacional. A senhora poderia falar um pouco mais do processo de aprendizagem? A
abordagem é para educação infantil, então o objetivo final não é alfabetizar a criança, mas desenvolver nela a busca por respostas por
meio de pesquisas e de seu relacionamento com as pessoas e o ambiente. Não existe avaliação concreta das atividades das crianças,
mas sim análise das suas potencialidades. Se algum projeto dá errado, os pequenos são estimulados a buscar novas respostas, pensar
em alternativas, procurar com colegas e amigos a razão do que deu errado. Assim, um aparente erro ou fracasso transforma-se numa
nova oportunidade de desenvolvimento. Como já foi destacado, o professor é quem estimula as crianças a buscar essas respostas, mas
elas continuam sendo protagonistas do processo. CITAÇÃO!! Esta ideia pareceu-me incrível! Corri até lá em minha bicicleta e
descobri que tudo aquilo era verdade. Encontrei mulheres empenhadas em recolher e lavar pedaços de tijolos. As pessoas haviam-se
reunido e decidido que o dinheiro para começar a construção viria da venda de um tanque abandonado de guerra, uns poucos
caminhões e alguns cavalos deixados para trás pelos alemães em retirada. (MALAGUZZI, 1999, p.59) TÓPICO2  À época em que
Malaguzzi começou a acompanhar de perto a construção desse projeto educativo, os professores eram formados pelas escolas católicas
e eram muito receptivos à ideia de ensinar as crianças enquanto eles mesmos aprendiam. Nesse quadro, a perspectiva que emerge é a
de aprender por meio da escuta, marcada pela disposição do professor em aprender enquanto ensina. A finalidade era que o educador
aprendesse com a criança a dar aulas, mediante seu esforço em compreender a lógica de aprendizagem dela, e, a partir daí, a pensar
alternativas eficientes para ajudá-la a continuar aprendendo. Nesse sentido, houve uma inversão de posição com relação ao detentor do
saber, atribuindo mais valor ao conhecimento da criança Partindo do pressuposto de que a criança nasce com as suas “cem
linguagens”, a pedagogia da ReggioEmilia assume que os adultos têm como tarefa prioritária, a escuta e o reconhecimento das
múltiplas potencialidades de cada criança, observada e atendida em sua individualidade. O trabalho é conduzido de maneira
democrática, sendo a equipe pedagógica, alunos e familiares atores importantes para sua consolidação. Os professores atuam em
parceria com o atelierista, profissional que apóia a consolidação de pontes entre as diversas descobertas da criança, empoderada pela
ideia de experimentar, de descobrir o mundo e os outros a partir do manejo das diferentes linguagens às quais é apresentada. A mesma
condução é feita pelos educadores que atuam no sentido de expandir o método de conhecimento próprio da criança, incluindo as
linguagens artísticas e expressivas na prática cotidiana. A equipe pedagógica parte do pressuposto de que a mente do ser humano e,
portanto da criança, é multidisciplinar e observá-la em sua forma de aprender é uma forma de incentivar a apropriação de
conhecimento. Tal proximidade também é mantida com os familiares. Além de serem bem-vindos entre as dependências escolares, na
entrada e saída dos alunos,  eles também participam de outras ações e iniciativas, como reuniões com professores e pedagogos, do
conselho escolar, da consolidação das políticas escolares, e elaboração do percurso pedagógico, trilhado por eles mesmos, pela equipe
pedagógica e pelas crianças. Para realizar o projeto que recebe as características de cada comunidade, a formação inicial e continuada
dos educadores se tornaram condições essenciais e indispensáveis??. Com o apoio da ReggioChildren, as escolas concebem um
processo de seleção e treinamento, que tem continuidade na própria unidade, em trabalho gerido por um coordenador. Assim como
com as crianças, esse coordenador adota uma metodologia formativa que visa estimular e alcançar os “maiores talentos” de cada
professor, assim como apoiar as questões apresentadas pelas crianças e o diálogo com os pais As palavras comuns entre os professores
de ReggioEmilia, são “cívico” e “civil”. Dizem e acreditam que a criança tem direito à civilidade, à civilização e à vida cívica.
Afirmam que uma criança habilidosa produz transformação nos sistemas em que está vinculada e torna-se uma elaboradora de cultura,
valores e direitos. Os educadores promovem os processos de aprendizagem cooperativos e o trabalho em conjunto. Na comunidade de
aprendizes, todos os partícipes são ativos: ninguém possui responsabilidade total. A finalidade é interdependência em lugar de
independência, e o pensar “com os outros” em lugar de “por si mesmo”, isso envolve cidadania e significa basicamente compartilhar e
tornar-se protagonista na sociedade. A sociedade cívica abrange o significado de identidade das pessoas, ampliando o conceito do “eu”
em “nós”.  Para melhor escutar, os colegas de ReggioEmilia trabalham em dupla são dois pedagogos por turma, não um profissional e
um auxiliar ou estagiário. Anotar, fotografar, gravar e filmar são parte fundamental da rotina. Essa documentação será analisada pela
equipe para a proposição de novas experiências. "São eles que lançam a bola. Nós devemos pegá-la e devolvê-la, de modo que
queiram continuar brincando conosco, criando outros jogos enquanto terminamos o primeiro", ilustra TicianaFilippini, coordenadora
dos educadores de ReggioChildren. Essa observação talvez seja um dos aspectos mais difíceis dessa abordagem, pela multiplicidade
de trabalhos que surgem. Em uma turma de 20 alunos podem existir quatro ou cinco projetos diferentes, desenvolvidos por grupos
menores. Esses mesmos estudantes ainda exploram um segundo tema em dupla e trabalham com outras classes ou mesmo com toda a
escola. E, apesar da profusão de atividades, cada tema deve ser trabalhado em profundidade.  Encorajar a escolha oferece
oportunidades para a independência e interdependência; oferece tempo para pensar, para interagir, se relacionar e estabelecer
conexões. Isto significa reconhecer que uma ampla série de oportunidades devem estar disponíveis para apoiar a participação das
crianças. Como pratica educativa o adulto/professor no seu trabalho diário percorre junto a criança o caminho da observação, da
documentação (registro das observações, é uma forma de memória), da formulação de hipóteses, da interpretação, da pesquisa e da
escuta, não necessariamente nesta ordem, mas num ir e vir cuidadoso e atento. O adulto /professor também é o responsável por criar
os contextos mais apropriados para que as crianças se sintam confiantes, confortáveis, estimuladas e respeitadas no seu
processo cognitivo de descoberta do mundo. Na entrevista a seguir, Bruna Elena Giacopini, pedagoga das escolas de ReggioEmilia
explica um pouco sobre os conceitos que norteiam esse inovador projeto pedagógico.  Como ocorre a busca da autonomia das crianças
por meio dos projetos de ReggioEmilia?  Muito mais importante do que perguntar às crianças é deixar que elas façam as perguntas
para si mesmas, para os colegas e para os professores. Nos sistemas educacionais tradicionais, a criança é muito condicionada a repetir
determinada informação quando questionada sobre algo. Em ReggioEmilia, a construção de projetos gera experiências próprias em
cada um dos alunos e os professores estimulam os alunos a se perguntarem se o que fizeram deu certo ou errado, se foi difícil, sobre o
que gostariam de fazer diferente para melhorar a atividade, enfim, elas passam a ser autônomas sobre seus próprios passos. Esse é,
provavelmente, o aspecto mais revolucionário da proposta. E como os projetos se desdobram após essa etapa inicial?  Quando
envolvemos os alunos em algum projeto de construção manual, fazemos com que essa situação dê vazão a uma série de outras
experiências, talvez completamente diferente do projeto original, como parte de um processo que é possível graças ao entrelaçamento
das relações entre crianças e adultos. O educador está incorporado ao ambiente para conduzir os caminhos das crianças por meio da
interpretação que ele tem do trabalho realizado. Condução não quer dizer direção, já que os passos do projeto continuam sendo
definidos pelas crianças. É bastante complicado definir em palavras um trabalho tão prático como esse, mas dá para perceber que os
professores são figuras essenciais nesse processo, assim como todo o processo de relacionamento das crianças com estes e com seus
colegas. Este relacionamento é intenso pois há dois professores com a mesma competência se dedicando a um grupo de 26 crianças,
que se subdividem durante os projetos. CONCLUSÃO A abordagem educacional de ReggioEmilia destaca-se, em primeiro lugar, por
inovadora desde sua origem, quando, no pós-guerra, a primeira escola foi construída em condições econômicas e sociais era incerto,
nascia ali um sonho de melhorar a vida das famílias e, sobretudo das crianças. Construída com a força e a união da comunidade. Não
deixou de ser inovadora, e porque não dizer inspiradora e que estimula e entusiasma projetos pelo mundo a fora. Em segundo, pela
quebra de paradigmas tradicionais de educação, já que compreensão é contrária a relação tradicionalista entre o detentor do saber e o
recebedor, professor e aluno. Em tal projeto educacional propõe-se que o professor aprenda enquanto ensina, compreendendo a lógica
de aprendizagem da criança por meio da escuta – que é o ponto central do trabalho pedagógico. A escola em ReggioEmilia está em
contínua mudança porque o projeto de educação que propõe se baseia no relacionamento e na participação (rede de comunicação entre
crianças, professores e pais), e, consequentemente, seu trabalho é reflexivo, repensa-se e reconstrói-se constantemente. A respeito do
protagonismo infantil, conclui-se que para a criança se torne protagonista do seu conhecimento é preciso que esteja em um ambiente
social, em intercâmbio com outras crianças e adultos, participando de práticas sociais historicamente construídos, internalizando
experiências vividas que lhe propiciam dominar conceitos, valores e formas de comportamento. Esta base de sua história traz um
grande diferencial: nada estava pronto. Tudo foi criado, construído e valorizado. E o mais importante: este princípio não se perdeu ao
longo do tempo. As ideias de Malaguzzi geram uma fascinação nos educadores porque ele soube construir uma base teórica
consistente ao mesmo tempo em que tinha uma capacidade de por tudo em dúvida e sempre se confrontando com a realidade. Tinha
um enorme poder de pensar grande, de defender utopias sustentáveis, sem se limitar à educação escolar. Era comprometido com a
cultura e com a participação comunitária. Foram estas bases que permanecem ainda hoje e que se materializam em um trabalho
pedagógico rico de experiências, em que se respeita os tempos de maturação e de desenvolvimento de cada criança. Uma pedagogia
que não está prisioneira de certezas, que suporta erros. Uma pedagogia da liberdade e do respeito à criança, às famílias e à
comunidade. ReggioEmilia nos ensina a construir uma escola viva, que se transforma e que acredita que todos têm muito a aprender e
também a compartilhar. É a escola que valoriza o trabalho cooperativo, respeita a criança e investe na formação continuada dos
educadores. É o aprender a aprender sempre. É o verdadeiro e o essencial! O trabalho coletivo é uma das bases da experiência de
ReggioEmilia. A metodologia valoriza cada pessoa em sua experiência. Isso mostra que independente do papel que cumpre, ou função
que desempenha, cada pessoa é importante na condução do ensino aprendizagem e, portanto, protagonista legítimo da experiência
adquirida. Outra questão é a naturalidade com que é vista a interdisciplinaridade em meio à metodologia, o que evidencia o trabalho
em prol do desenvolvimento de várias habilidades e competências. A prática de inserir as crianças cotidianamente em situações de
pesquisa e debate favorece o questionamento sobre si próprias e sobre os outros, o que as torna mais participativas e, futuramente,
cidadãos mais críticos e cientes da importância de seu papel em uma sociedade mais justa e igualitária. Os alunos são convidados a
compor seu ponto de vista em conjunto com os demais, fortalecendo o processo de construção não apenas de suas identidades
individuais, mas do coletivo com suas múltiplas particularidades. Em todo o processo de ensino e aprendizagem, as crianças têm suas
habilidades reconhecidas e seu desenvolvimento conduzido a partir de suas próprias relações com os demais e com o mundo. Para
tanto, as equipes gestoras garantem que as escolas sejam capazes de prover relações significativas e importantes para o
desenvolvimento integral dos alunos. A troca de experiências entre os alunos que, a cada término de atividades são convidados a
participar de uma assembleia, também reforça que independente da experiência adquirida, o conhecimento é um patrimônio de todos.
As escolas em ReggioEmilia têm na arte a ferramenta para o pensamento. São escolas feitas de espaços, onde as mãos e mentes das
crianças se entrelaçam em uma alegria criativa e libertadora, através de uma aprendizagem real. Assim é possível constatar como a
criança argumenta e se expressa, o que produz com suas mãos , como brinca, como debate idéias, como sua investigação funciona. O
plano é inserido como um desafio e envolve conhecimento de exploração e discussão em grupo. Após esta primeira fase, há
representação e expressão, através do uso de meios peculiares: desenho, movimento, jogos, construção com materiais que abrangem
a Arte e a estética , que são partes essenciais da maneira como a criança compreende e concebe o mundo. Há um respeito muito
grande pelas idéias das crianças nas suas variadas demonstrações, identificando esse trabalho na perspectiva de um pesquisador. 
A abordagem pedagógica desenvolvida por LorisMalaguzzi evidencia a interconexão, isto é, o conhecimento não pode estar separado
da realidade das crianças, pois seu aprendizado significativo depende da bagagem de informações que adquiriu. Como isso, percebe-se
o quanto é importante valorizar a escola como espaço democrático e social. Por isso, a Pedagogia da escuta oportuniza a criança ter o
direito de compartilhar seus saberes e auxilia para que ela descubra o sentido do que faz para significar suas ações. A criança sempre
tem uma curiosidade, um desejo, uma dúvida, um interesse, uma contribuição. Ao escutá-la, o professor ajudará resolver suas
inquietações quando souber interpretá-la, podendo também fazer sua avaliação. Assim, ele articulará melhor seu trabalho pedagógico,
pois exerce o papel além de educador, mas de pesquisador que aprimora suas práticas observando o que acontecem realmente com a
realidade dos seus alunos e de suas experiências.TÓPICO 3 Cem linguagens Mas os caminhos da representação simbólica não estão
contidos apenas nos campos já delineados pela arte e pela ciência. Para exemplificar a metodologia, Malaguzzi escreveu o poema “As
Cem Linguagens das Crianças”, no qual propõe as infinitas possibilidades de expressão do ser humano em sua primeira idade. A partir
desta concepção, destacam-se nas escolas de ReggioEmilia o papel de protagonista da criança em sua educação, proporcionando
controle sobre os direcionamentos da aprendizagem. Para isso, prioriza-se a “experiência real” antes do estabelecido. As crianças
devem poder tocar, sentir, fazer, se relacionar e explorar o que está a sua volta, para conhecerem a si mesmas e ao mundo no qual
estão inseridas. “A mente da criança e do ser humano é multidisciplinar. Portanto, se observo a criança quando ela conhece, tenho de
volta esse modo de conhecer”, analisa Claudia Giudici. Dentro da rotina escolar, também é valorizado o trabalho em pequenos grupos,
que acontece muitas vezes – independentemente de séries. Ao final do dia, os resultados são divididos pelos grupos numa assembleia,
onde a participação de todos é encorajada. “Acho que formamos indivíduos críticos, que veem o mundo de várias formas, construindo
suas ideias com a comunidade e com suas próprias subjetividades”, afirma Madalena Tedeschi, coordenadora de uma das unidades.
ENTREVISTA MALAGUZZI  Como exemplo, a cozinha, que é um espaço geralmente negado às crianças, é aberta e inteiramente
conectada com a proposta pedagógica. Para a equipe gestora, a proximidade dos alunos ali reforça a importância da relação com a
família, já que é no ambiente que se constroem importantes laços, como o “comer junto”, e a vida familiar cotidiana. A cozinheira
também atua como educadora e permite aos alunos que participem do preparo dos alimentos – na tarefa, eles não só conhecem os
alimentos, como são convidados a experiências sensoriais e de degustação, ao descascar, cortar e provar os diferentes ingredientes. No
caso das creches, dá-se ainda preferência por espaços com seções modulares flexíveis, criando a sensação de acolhimento. Outro
elemento bastante presente é o espelho, não só nas paredes, mas também no chão, por se apresentar como algo intrigante para a faixa
etária, já que a criança enxerga a si própria, aos amigos, e também as particularidades do ambiente, estimulando a visão por diferentes
perspectivas. Ainda na proposta de valorizar a experiência dos alunos, as salas que acolhem os projetos das crianças não são
arrumadas para o dia seguinte. A ideia é que as crianças possam revisitar suas criações e mesmo dar continuidade às suas pesquisas,
sendo este um fio condutor da aprendizagem.   as crianças podem compartilhar seus conhecimentos e saberes, sua criatividade e
imaginação por meio de múltiplas linguagens, sem enfatizar nenhuma. As múltiplas linguagens se evidenciam através do desenho, do
canto, da dança , da pintura, da interpretação, enfim, divulgadas por distintas passagens que se somam na execução do projeto e nos
saberes que são construídos. Anotar, fotografar, gravar e filmar são partes principais da rotina. Aproximar-se da abordagem de
ReggioEmilia significa descobrir tudo o que a linguagem visual pode oferecer. Não se estimula a ler e a escrever, mas isso não
significa que a escrita não possa ser utilizada como mais uma das formas de expressão, quando houver necessidade. "A linguagem
visual é espontânea na infância", afirma Ana Maria Barrucci.  Por isso, em todas as unidades de ReggioEmilia existe um profissional
formado em Arte que fornece diversas opções de técnicas e materiais. Eles são coordenados por Vea Vecchi, ganhadora do Prêmio
Lego no ano passado, considerado o Nobel da Educação, o mesmo recebido nos anos 90 por LorisMalagguzzi.  Por que as produções
têm tamanha qualidade e sofisticação? Ana Maria acredita que elas são fruto de um trabalho conjunto e do estímulo à observação: "A
riqueza de detalhes está na soma da visão de vários indivíduos, que enxergam diferentes facetas da realidade a constroem
coletivamente". As crianças nos dão informações de várias formas diferentes, sendo importante garantir modos de apoiá-las a
demonstrarem seus pontos de vista e aprendermos modos diferentes de “escutá-las”, isto é, ouvir atentamente e observar reações e
respostas, considerando a ação apropriada visível, que pode ser registrada, compartilhada, discutida e examinada. Também devemos
confrontar relações de poder entre crianças e adultos. ReggioEmilia também ganhou notoriedade pelo trabalho realizado com artes.
Qual é a função pedagógica das manifestações artísticas?  As manifestações artísticas são o resultado final de um processo de
aquisição de conhecimento. A arte tem a função de comunicar visualmente o resultado dos estímulos que a criança recebeu ao estudar
algum tema. Para fazer uma escultura de argila, por exemplo, primeiro eles estudam o objeto de inspiração em todos os seus aspectos.
A própria riqueza de detalhes que obtemos nessas manifestações artísticas realizadas por crianças pequenas comprova a profundidade
do que foi estudado. A técnica para a produção da peça artística é o elemento menos importante desse processo. 
E durante esse processo complexo de aprendizagem, como o caráter dos alunos é formado? Todo o trabalho valoriza a ética do
relacionamento das crianças com outras crianças, com os adultos e com o meio ambiente. Quando a criança ingressa na escola, já
encontra uma dimensão de comunidade muito forte. Os professores ocupam-se de todas as tarefas que denotam relacionamento mais
próximo, como levar ao banheiro ou trocar a roupa das crianças. Os materiais utilizados nas aulas vêm da reciclagem e as crianças são
conscientizadas disso. Tudo acaba criando uma sensação de pertencimento que estabelece a conduta ética.  Os conceitos sobre escrita
do ReggioEmilia também mostram revolução sobre o conhecimento da criança. Como surgiu isso?  Por meio da experiência. A
criança, desde muito pequena, já tem noções de representação gráficas de fenômenos que a cerca. Não se aprende a ler e escrever
quando se diz que essas ações serão realizadas. Isso acontece de forma natural. Algumas saem alfabetizadas da nossa abordagem de
educação infantil da forma mais natural possível, ou seja, por meio da interação com o mundo, estimulada pelos adultos. Assim,
quando uma criança faz um desenho ou se manifesta de alguma forma, cabe ao professor interpretar aquele sujeito e identificar qual
será o método ideal para sua aprendizagem. É um trabalho difícil de se realizar, mas apaixonante, a partir do momento que se descobre
essa forma de trabalhar. Creio que esse é o principal fascínio de ReggioEmilia.1. Os gestos e o ato de brincar Os gestos são uma
representação visual, uma forma de comunicação que a criança utiliza nos primeiros anos de vida. Os rabiscos que as crianças
costumam fazer tendem a ser mais gestos do que desenhamos, pois “[...] Quando ela tem de desenhar o ato de pular, sua mão começa
a fazer os movimentos indicados do pular; o que acaba aparecendo no papel [...]” (VYGOTSKY, 1998, p. 142). Vygotsky (1998, p.
143) afirma que “A segunda esfera de atividades que une os gestos e a linguagem escrita é a dos jogos das crianças”. Para o autor, os
jogos fazem um elo entre os gestos e a linguagem escrita. É através dos objetos que a criança consegue estabelecer símbolos e assim
chegar aos signos. De fato, “O mais importante é a utilização de alguns objetos como brinquedos e a possibilidade de executar, com
eles, um gesto representativo. Essa é a chave para a função simbólica do brinquedo das crianças” (VYGOTSKY, 1998, p. 143). Para a
criança qualquer objeto pode ser usado para brincar, até mesmo um pedaço de pau pode ser uma boneca, uma brincadeira simbólica
como esta cheia de significados, pois a criança usa de gestos para brincar. Logo, “[...] o brinquedo simbólico das crianças pode ser
entendido como um sistema muito complexo de ‘fala’ através de gestos que comunicam e indicam os significados dos objetos usados
para brincar” (VYGOSTKY, 1998, p. 143). Vygostky ressalta que não se pode negar o papel que a brincadeira possui para o
desenvolvimento da criança, pois a mesma contribui para a expansão da linguagem escrita “[...] consideramos a brincadeira de faz-de-
conta como um dos grandes contribuidores para o desenvolvimento da linguagem escrita – que é um sistema simbolismo da segunda
ordem”.  [...] nas brincadeiras se aprendem e são incorporados conceitos, preconceitos e valores. Nelas se expressam nossas múltiplas
belezas, como também as mais sutis e grotescas molezas humanas e sociais. Expressões humanas como a competição, a cooperação, a
violência, a brutalidade, a delicadeza, o sentimento de exclusão e inclusão [...] os combinados coletivos, o respeito e o desrespeito,
aparecem de forma contraditória (CARVALHO; GUIMARÃES, 2002, p. 78). Ao brincar a criança participa das construções de
regras, sendo assim, “[...] as crianças constroem conhecimentos e vivem relações sociais específicas, repletas de valores e
significados” (CARVALHO; GUIMARÃES, 2002, p. 80). Portanto, para Vygotsky (1998), as brincadeiras são consideradas
atividades importantes na educação da criança, uma vez que permite o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social e moral.
Promove a aprendizagem de conceitos e a aproximação entre as crianças e delas com os adultos, além de colocá-las em contato com si
mesma e com o mundo. 1. Os gestos e o ato de brincar Os gestos são uma representação visual, uma forma de comunicação que a
criança utiliza nos primeiros anos de vida. Os rabiscos que as crianças costumam fazer tendem a ser mais gestos do que desenhamos,
pois “[...] Quando ela tem de desenhar o ato de pular, sua mão começa a fazer os movimentos indicados do pular; o que acaba
aparecendo no papel [...]” (VYGOTSKY, 1998, p. 142). Vygotsky (1998, p. 143) afirma que “A segunda esfera de atividades que une
os gestos e a linguagem escrita é a dos jogos das crianças”. Para o autor, os jogos fazem um elo entre os gestos e a linguagem escrita.
É através dos objetos que a criança consegue estabelecer símbolos e assim chegar aos signos. De fato, “O mais importante é a
utilização de alguns objetos como brinquedos e a possibilidade de executar, com eles, um gesto representativo. Essa é a chave para a
função simbólica do brinquedo das crianças” (VYGOTSKY, 1998, p. 143). Para a criança qualquer objeto pode ser usado para brincar,
até mesmo um pedaço de pau pode ser uma boneca, uma brincadeira simbólica como esta cheia de significados, pois a criança usa de
gestos para brincar. Logo, “[...] o brinquedo simbólico das crianças pode ser entendido como um sistema muito complexo de ‘fala’
através de gestos que comunicam e indicam os significados dos objetos usados para brincar” (VYGOSTKY, 1998, p. 143). Vygostky
ressalta que não se pode negar o papel que a brincadeira possui para o desenvolvimento da criança, pois a mesma contribui para a
expansão da linguagem escrita “[...] consideramos a brincadeira de faz-de-conta como um dos grandes contribuidores para o
desenvolvimento da linguagem escrita – que é um sistema simbolismo da segunda ordem”.  [...] nas brincadeiras se aprendem e são
incorporados conceitos, preconceitos e valores. Nelas se expressam nossas múltiplas belezas, como também as mais sutis e grotescas
molezas humanas e sociais. Expressões humanas como a competição, a cooperação, a violência, a brutalidade, a delicadeza, o
sentimento de exclusão e inclusão [...] os combinados coletivos, o respeito e o desrespeito, aparecem de forma contraditória
(CARVALHO; GUIMARÃES, 2002, p. 78). Ao brincar a criança participa das construções de regras, sendo assim, “[...] as crianças
constroem conhecimentos e vivem relações sociais específicas, repletas de valores e significados” (CARVALHO; GUIMARÃES,
2002, p. 80). Portanto, para Vygotsky (1998), as brincadeiras são consideradas atividades importantes na educação da criança, uma
vez que permite o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social e moral. Promove a aprendizagem de conceitos e a aproximação
entre as crianças e delas com os adultos, além de colocá-las em contato com si mesma e com o mundo. 2. Desenho Existe uma grande
relação entre o ato de desenhar com a linguagem falada e escrita, que esta por sua vez é uma etapa próxima da criança no processo de
apropriação do conhecimento. De acordo com K. Buhler (apud VYGOSTKY, 1998), a criança consegue desenhar quando a linguagem
falada já está bem formada. Seus desenhos são de memória e eles não tem nada em comum com o objeto original. Existem também os
“desenhos de raios-X”, expressão usada por Buhler na qual a criança desenha partes que na verdade não se pode ver, como por
exemplo, o dinheiro dentro da carteira. E o desenho que exclui partes do corpo como pernas e braços. Segundo Sully (apud
VYGOSTKY, 1998, p. 148), “[...] as crianças não se preocupam muito com a representação; elas são muito simbólicas do que
naturalistas e não estão, de maneira alguma, preocupadas com a similaridade completa e exata, contentando-se com as indicações
apenas superficiais”. O desenho é uma simples identificação, sem se preocupar com detalhes de uma representação. Desta forma,
podemos dizer que “[...] o desenho das crianças como um estágio preliminar no desenvolvimento da linguagem escrita”
(VYGOSTKY, 1998, p. 149). Vygostky afirma ainda a dificuldade de transição, mas, esclarece que é através do desenho das coisas
que a criança desloca-se para o desenho das palavras. Ele frisa que esta transição deve ser feita de maneira natural e após este
entendimento aperfeiçoar o método da escrita. Ainda quanto ao desenhar, Vygostky explica que a criança tende a desenhar da mesma
forma com que realiza o movimento a ser desenhado, pois, “[...] Quando ela tem de desenhar o ato de pular, sua mão começa a fazer
movimentos indicativos do pular, que acaba aparecendo no papel, no entanto é a mesma coisa: traços e pontos [...]” (VYGOSTKY,
1998, p. 142). 3. A Dança e a Música No indivíduo, a dança e a música estimulam áreas do cérebro que aguçam a percepção,
desenvolvendo a sensibilidade, o raciocínio, a concentração, memória e coordenação motora. Também ajudam na expressão das
emoções, facilitam as relações sociais, o enriquecimento cultural, e auxilia na construção da cidadania. No que tange a dança, quando
inserida no âmbito da educação infantil, propicia o autoconhecimento, estimulando a corporeidade na escola, além de proporcionar aos
educandos relacionamentos estéticos com as outras pessoas e com o mundo, incentivando a expressividade dos indivíduos por meio de
comunicação não verbal e diálogos corporais (BARRETO, 2005). Barreto (2005) identifica dentre os sentidos estimulados pela dança
a expressão artística, a expressão humana, possibilitando também a expressão dos sentimentos, além de representar uma forma de
conhecimento, comunicação e sensibilização na educação, promovendo o desenvolvimento da criatividade e a liberação da
imaginação na criança. A dança pode ser expressa por meio de atividades lúdicas, tais como: “jogos, brincadeiras, mímicas,
interpretações de músicas”, ou atividades técnicas, como “exercícios técnicos de dança, improvisação, atividades de conscientização
corporal” (BARRETO, 2005, p. 70). Outras formas são as atividades inspiradas no cotidiano, como a exploração de danças e
movimentos cotidianos e temas geradores da cultura brasileira. Marques (2005, p. 30) considera que “[...] a escola, inicialmente,
estaria mais engajada com as danças criadas com finalidades e intenções artísticas, já que os outros tipos de dança estão disponíveis e
mais acessíveis aos alunos no meio em que vivem [...]”. Contudo, Marques (2005, p. 33) considera que o professor engajado aos
contextos dos alunos se torna um propositor e um articulador, entre estes contextos e o conhecimento em dança a ser desenvolvido na
escola. Da mesma forma, cabe ao professor, conectado ao universo sócio-político-cultural dos alunos, escolher e mediar relações entre
a dança dos alunos “[...] seus repertórios pessoais e culturais [...] suas escolhas pessoais de movimento [...]”, a dança dos artistas, tais
como a capoeira, o passista de escola de samba ou um coreógrafo e, o conhecimento em sala de aula, com a intenção de não tornar as
experiências vazias, repetitivas e enfadonhas. Com relação à música, esta representa uma energia que eleva e amplia a percepção
infantil. Uma boa música multiplica suas ações e auxilia no desenvolvimento da flexibilidade, energia, fluência verbal, além de
desenvolvimento mental, emocional e espiritual. Além de motivante, a música é um referencial para o ajuste dos movimentos e,
portanto, é estimulante tornando-se este um dos objetivos da utilização da mesma (CRAIDY; KAERCHER, 2001). Por meio da
música o professor trabalhará o esquema corporal, uma vez que a criança aponta as partes do corpo enquanto canta determinadas
músicas. Passa a ter noção de tamanho, além de outras experiências corporais que a música lhe proporciona. Conforme Craidy;
Kaercher (2001, p. 124) “[…] A criança precisa de vivências mais ricas para construir uma imagem de si mesma e a partir de sua
identidade corporal, suas possibilidades físicas, suas singularidades”. Além do aspecto envolvendo o esquema corporal, a música
engloba noções básicas de orientação espacial, tais como: em cima, embaixo, frente e atrás. Da mesma forma, a expressividade da
criança se desenvolve, contudo, as crianças não devem somente imitar os gestos de um modelo, no caso o professor, pois essa atitude
limitaria a criatividade infantil (CRAIDY; KAERCHER, 2001). O professor deve estimular as crianças a cantarem e se expressarem
sem a preocupação com a afinação, pois trata-se de uma área de conhecimento que muitas vezes é negligenciada no processo
formativo das crianças. A música permite a criança aprender a combinação de sons, bem como atribuir significado a estes sons. “[...] É
isso que fará dela um ser humano capaz de compreender os sons de sua cultura e de se fazer entender pelo uso deliberado dessas
aprendizagens nas trocas sociais” (CRAIDY; KAERCER, 2001, p. 130). Além do aspecto cultural envolvendo a música, ela também
se revela como instrumento de socialização e criação de vínculos entre as crianças e professores. A música torna-se uma forma de
desenvolvimento da linguagem oral, pois remete à interação do adulto com a criança, da interação entre as próprias crianças e também
dos momentos em que as crianças somente ouvem ou quando cantam suas músicas. Contudo, Craidy; Kaercher (2001, p. 130)
evidenciam que música não é somente o cantar, mas também a manipulação dos instrumentos musicais ou objetos sonoros que são
ofertados às crianças. “As crianças precisam ter experiências concretas com objetos que emitem sons, instrumentos musicais ou outros
e formar um vocabulário especifico para se referir a eventos sonoros [...]”. Ainda de acordo com Craidy; Kaercher (2001), o trabalho
com a música não pode ser mera repetição das palavras e gestos do professor, sendo importante que as crianças tenham em mãos
objetos musicais para que possam manipular e criar sons diversos. 4. Manipulação de objetos e materiais artísticos Segundo Craidy;
Kaercher (2001), a criança deve manipular os materiais, livremente, pois experimentar novas sensações é importante para a criança.
No entanto, é preciso delimitar locais apropriados para desenvolver suas pinturas. É através da manipulação de diferentes objetos que
a criança consegue estabelecer símbolos e, assim, chegar aos signos, de fato os jogos fazem elo entre os gestos e a linguagem escrita.
Sempre que observamos uma criança brincar podemos notar que em meio a sua brincadeira o faz-de-conta está sempre presente, uma
colher pode ser uma boneca, a vassoura pode ser um avião. As brincadeiras ajudam no desenvolvimento da criança contribuindo para
sua vida e na construção da linguagem escrita. O professor deve apresentar os mais variados tipos de suportes planos para os trabalhos
bidimensionais: papéis e folhas de plástico, pedaços de lixas, tecidos, etc. Mesmo que o trabalho seja desenho ou pintura, podemos
explorar superfícies de objetos tridimensionais como: balões, caixas de ovos, caixas diversas, objetos industriais [...] (CRAIDY;
KAERCHER, 2001, p. 111). Para uma utilização adequada por parte dos alunos, o professor deve fazer um bom uso dos materiais
disponíveis, variando os objetos que serão utilizados para que suas atividades não se tornem cansativas, tanto para si próprio, quanto
para os alunos. Deve começar a explorar variações de todos os tipos, não apenas em relação ao material, mas principalmente ao
espaço. A aprendizagem com significado para a criança, deve ser alicerçada na mediação pedagógica do professor. Dessa forma, a
criança desenvolve sua criatividade através da mediação do educador que estimula o aluno a realizar suas próprias produções
artísticas. O professor deve estar em constante aperfeiçoamento e realizando escolha dos recursos didáticos de forma condizente com a
faixa etária das crianças, bem como com os objetivos que pretende alcançar (CRAIDY; KAERCHER, 2001). A criança ao ser
colocada em contato com materiais diferentes tem a oportunidade de perceber sua verdadeira utilidade, ampliando seu conhecimento.
Ao fazer uso freqüente das ferramentas, o aluno desenvolve sua coordenação motora, a criatividade, a sensibilidade. Esse é um
trabalho que acontece de forma gradual, de acordo com o nível de desenvolvimento da criança. Muitos são os materiais que podem ser
explorados pelas crianças, tais como: pedaços de estopa, chumaços de algodão, pazinhas de sorvete, talheres, tesouras sem pontas,
dentre outros. As tesouras servem para cortar e também para a criança desenhar no papel e são indicadas para as crianças a partir dos
três anos, pois é o momento em que conseguem manuseá-la com apenas uma mão (CRAIDY; KAERCHER, 2001).As crianças,
segundo Craidy; Kaercher (2001) também podem brincar de esculturas com materiais diversos como mistura de água com terra e as
massinhas de modelar, sendo que estas devem ser comestíveis, pois com freqüência as crianças as levam à boca devido as suas cores
chamativas. Quanto aos pigmentos encontramos na natureza cores variadas e com um custo acessível, servindo de estímulo para que a
criança busque a sua volta cores diferentes em plantas, materiais como terra, sementes e outros. O espaço onde serão realizadas estas
atividades deve ser organizado e os materiais dispostos em locais de fácil acesso para as crianças, com exceção daqueles objetos que
as crianças não poderão manusear sozinhas. Ao trabalhar a organização espacial o professor também estará trabalhando com temas
como socialização, utilização coletiva de materiais, respeito, cuidados com os materiais escolares. O RCNEI (2001) aponta como
orientações didáticas que o professor oportunize às crianças momentos para que se familiarizem com os procedimentos ligados aos
materiais utilizados, bem como possibilite aos alunos a reflexão com relação ao resultado obtido. 5. Escrita No item anterior,
destacamos a importância do desenvolvimento intelectual na criança, porém neste, ressaltaremos a forma com que a mesma se
apropria da escrita. Luria (1929), fez várias pesquisas quanto ao processo de simbolização na escrita, desenvolveu experiências com as
crianças e fez várias comparações. Baseado nos estudos de Luria, Vygostky acredita que, O desenvolvimento da linguagem escrita,
segundo Vygotsky (1998) se dá pelo deslocamento do desenho de coisas, para o desenho de palavras. Na verdade, o segredo do ensino
da linguagem escrita é preparar para organizar adequadamente essa transição de maneira natural. Após ser alcançado esse processo, a
criança passa a dominar o princípio da linguagem escrita, desta forma, é necessário aperfeiçoá-la. Portanto, para ser alfabetizada, a
criança precisa querer aprender a ler e escrever, no entanto, é indispensável ressaltar que é o professor quem deve mediar esse
processo, e não abrir mão disso, sendo preciso competência e responsabilidade. Enfim, é a própria criança que abre a porta para a
alfabetização e para que isto aconteça é fundamental que a mesma perceba sua utilização no seu cotidiano. No entanto, o professor
deve ser o mediador desse processo. Vygostky (1998) afirma ainda que o segredo está em a criança sentir a necessidade de ler e
escrever, no dia-a-dia, por isso não se deve ensinar a criança somente as escritas das letras, mas, a linguagem da escrita. Evidenciou-se
que os gestos e o brincar proporcionam a criança o início do que será sua escrita futuramente, uma vez que trata-se de uma primeira
forma de comunicação infantil. Quando a criança brinca ela está socializando-se com as demais crianças e estimulando sua
comunicação. Com o desenho a criança se expressa e estimula o desenvolvimento da escrita que será uma fase futura. A dança e a
música representam grande estímulo a criança, aguçando sua sensibilidade, criatividade e desenvolvendo, ao mesmo tempo, a
coordenação motora e suas emoções. Por meio da manipulação de objetos e materiais artísticos a criança também tem a possibilidade
de desenvolver sua criatividade e sua expressividade. Da mesma forma, as brincadeiras de manipulação propiciam a criança a
construção da linguagem escrita, bem como ampliar seu conhecimento. Enfim, a escrita é o resultado das diversas experiências que a
criança realiza durante sua infância, ou seja por meio dos gestos, brincadeiras, manipulações e pelo movimento do seu corpo,
proporcionado pelas atividades envolvendo a dança e a música. Dessa forma, compreendemos que a escrita forma-se nas mais diversas
relações estabelecidas pela criança no decorrer das atividades que realiza. Ao finalizar essas reflexões, ressaltamos que a criança não
aprende somente por meio da repetição, ou da leitura e escrita, mas pelas múltiplas linguagens inerentes no processo de apropriação do
conhecimento. A infância é uma fase onde ocorre o desenvolvimento intelectual, emocional, motor e social do ser humano. A criança
vive a infância como um momento próprio dela, tendo um tempo que possibilite diversas linguagens, na qual destacamos o gesto e o
ato de brincar, que a criança ao brincar utiliza um objeto e o transforma em outro objeto, o que acaba sendo uma brincadeira simbólica
cheia de significados, onde a criança usa os gestos para brincar. Os gestos, neste aspecto, são a primeira forma de comunicação
utilizada pela criança. E, as brincadeiras, por sua vez determinam regras e desenvolvem nas crianças os aspectos afetivos, motor,
social, moral e cognitivo. A criança desenha quando sua linguagem falada está bem formada. O desenho é considerado por Vygotsky
como uma fase que antecede à escrita, pois é pelo desenho das coisas que a criança transita para o desenho das palavras, essa transição
deve se dar naturalmente para só então depois haver o aperfeiçoamento da escrita. A dança no ambiente da educação infantil contribui
para que a criança expresse suas emoções, tenham mais facilidade de relacionamento, enriquecendo-a culturalmente, bem como
auxiliando-a na construção da cidadania e a mesma vivenciar cada momento em seu significado. Portanto, a aprendizagem na
educação infantil ocorre quando existe a participação da criança, pois desde o seu nascimento ela interage com o meio e com as
próprias pessoas destes, o que acaba assim resultando no seu próprio desenvolvimento. Cabe ressaltar ainda que dentre essas a dança
por sua vez pode ser expressa em várias atividades lúdicas, por meio dos jogos, brincadeiras, interpretações de músicas, mímica. A
música quando bem trabalhada na educação infantil auxilia no desenvolvimento de flexibilidade, energia, no desenvolvimento mental,
emocional e espiritual. Assim, o trabalho com a música não deve ser apenas repetitivo, mas sim que as crianças devem cantar e se
expressar, além de manipular objetos musicais e criar diversos sons. Quando a criança manipula objetos livremente a criança
desenvolve a criatividade, pois a variação desses objetos devem ser constantes, pois são muitos esses materiais. O professor da
educação infantil deve ter uma ação pedagógica que articule as múltiplas linguagens inerentes no processo de aquisição do
conhecimento, colocando as mesmas em prática para atingir suas metas educativas. Este professor deve estabelecer regras, desde que
estas dêem condições para que ele possa realizar um excelente trabalho com os alunos. Todavia, se a criança for reprimida e obrigada
a seguir um caminho comum, igual à de todos, ela não terá como desenvolver sua criatividade e a capacidade intelectual. RESUMO!!
A abordagem ReggioEmilia é uma filosofia educacional baseada na imagem de uma criança e, em geral, de um ser humano
portadores estar de um grande potencial de desenvolvimento e sujeitos de direitos, eles aprendem, eles crescem em relação com os
outros. Este projeto educacional abrangente que está sendo realizado nas escolas e jardins de infância do Município de ReggioEmilia e
estão ligadas escolas ao redor do mundo, é baseado em algumas características distintivas: a participação das famílias, o trabalho
coletivo de todos o pessoal, a importância do ambiente educacional, a presença do atelier ea figura atelierista, interior de cozinha,
ensino e coordenação de aprendizagem. Após a centralidade das "cem línguas" para que o ser humano tem, através do espaço atelier é
oferecido crianças diárias a oportunidade de ter encontros com mais materiais, mais línguas, mais pontos de vista, para ter suas mãos
simultaneamente ativa, pensamentos e emoções, aumentando a expressividade e criatividade de cada criança e de grupo crianças. O
projeto pedagógico desenvolvido em ReggioEmilia mostra que o ensino e a aprendizagem são processos que se complementam na
criança e no adulto. O adulto/professor participa do trabalho das crianças, mas não se coloca de forma frontal e sim como construtor
do percurso construído, numa direção compartilhada  e solidária com as crianças.

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