Segurança Na Extração Do Ouro

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Cianeto: a sombra por trás da mineração do ouro

Equipe eCycle

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O ânion cianeto é extremamente tóxico e pode causar diversos danos à saúde e ao meio ambiente

Ouro

Imagem de Dan Dennis em Unsplash

Cianetos são uma família de compostos químicos que contêm o ânion cianeto altamente reativo em sua
composição. Os compostos de cianeto comumente encontrados no ambiente são o cianeto de
hidrogênio e dois de seus sais, o cianeto de sódio e o cianeto de potássio. O cianeto de hidrogênio (HCN)
é um líquido ou gás incolor com forte odor característico, enquanto que o cianeto de sódio (NaCN) e o
cianeto de potássio (KCN) são sólidos solúveis em água.

Água régia

A água régia é uma mistura de ácido nítrico e ácido clorídrico concentrados, geralmente na proporção de
uma para três partes. É um líquido altamente corrosivo de coloração alaranjada. Wikipédia

Fórmula: HNO₃+3 HCl

Ponto de ebulição: 108 °C

https://revistagalileu.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Desenvolvimento/noticia/2016/02/nova-
tecnica-extrai-ouro-e-cobre-de-lixo-eletronico.html
Nova técnica extrai ouro e cobre de lixo eletrônico

Método desenvolvido por estudantes mineiros é mais seguro e rápido do que opções tradicionais.
Geração de e-lixo pode chegar a 50 milhões de toneladas em 2018, segundo ONU

4 min de leitura

EQUIPE CAMINHOS PARA O FUTURO / OFERECIMENTO GE

EQUIPE CAMINHOS PARA O FUTURO / OFERECIMENTO GE

12 FEV 2016 - 17H59 ATUALIZADO EM 12 FEV 2016 - 18H21

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lixo eletrônico (Foto: Thinkstock)

Foto: Thinkstock

Pense bem antes de se desfazer daquele seu computador ou celular velho. Dois estudantes de
engenharia química de uma faculdade mineira desenvolveram uma nova forma de recuperar ouro e
cobre presentes no lixo eletrônico. A proposta, recentemente premiada, se destaca por ser mais rápida e
segura que as opções tradicionais. Filipe de Almeida, 25, conta que a ideia surgiu após ver, em um
programa de televisão, que o lixo eletrônico produzido no Brasil não costuma ser reaproveitado – ou é
descartado na natureza, o que traz riscos ambientais, ou é vendido por preços baixos para países como a
Alemanha, onde já existe uma indústria preparada para esse trabalho.

Segundo a ONU, o mundo produziu 42 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2014 – e pode chegar
a 50 milhões de toneladas em 2018. Segundo relatório produzido pela organização, de 60% a 90% desses
resíduos são descartados ou comercializados ilegalmente – o preço da tonelada gira em torno de US$
500, segundo a Interpol. A notícia trouxe um insight para ele e Lúrima Uane Soares Faria, 20, sua colega
na Unileste (Centro Universitário do Leste de Minas Gerais). “Pensamos: ‘Se não existem empresas
devidamente capacitadas para isso no nosso país, podemos tentar desenvolver um processo industrial
para esse tratamento!’”, lembra o estudante.

Ouro, cobre, prata, zinco, estanho e platina são alguns dos metais presentes em grande parte dos
equipamentos eletrônicos. Tome-se como exemplo uma placa de circuito impresso (componente de
computadores, controles remotos, smartphones etc.). Estima-se que quase um terço de sua composição
seja de metais. Destes, o mais comum é o cobre (14%), seguido por ferro (6%), níquel (2%), zinco (2%),
estanho (2%), prata (0,3%), ouro (0,04%) e platina (0,02%). O problema é que eles nem sempre
aparecem em sua forma pura, mas sim formando uma liga, o que dificulta a extração direta.

Como extrair ouro do lixo

Para recuperar esses metais, há, basicamente, dois caminhos. Um é a pirometalurgia, que consiste em
incinerar o lixo eletrônico (incluindo peças de plástico etc.) e, depois, separar os metais por ponto de
fusão (o zinco, por exemplo, derrete a 419,5ºC, enquanto a prata, a 961,8ºC). Trata-se do método mais
barato, porém, o processo de incineração gera muitos gases tóxicos e os metais recuperados dessa forma
têm baixo teor de pureza. O segundo caminho é o da hidrometalurgia – termo adotado para designar
processos diferentes que têm, em comum, a meta de dissolver o metal por meio de reações químicas,
separando-o de outras substâncias. Uma vantagem é o alto teor de pureza obtido. No caso do ouro,
porém, o procedimento costuma incluir cianeto de potássio – substância altamente tóxica, que pode
levar à morte mesmo em baixas quantidades. “Trabalhamos com ouro sem utilizar cianeto. Com isso,
reduzimos a toxicidade em cerca de 90%”, afirma Almeida. A abordagem também é mais rápida,
reduzindo o tempo de lixiviação do metal de uma semana para duas horas.

A meta dos estudantes, agora, é descobrir novas formas de extrair do lixo eletrônico metais como prata,
chumbo, estanho, platina e níquel. Além disso, querem levar o procedimento do ambiente laboratorial
para uma escala maior e, assim, avaliar se o método seria economicamente viável. Para seguir com os
planos, contam com bolsas da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais) e
uma verba de R$ 10 mil, proveniente do prêmio Sustentabilidade Radix, que contemplou cinco projetos
de centros de ensino e/ou pesquisa no fim do ano passado.

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Em relação ao potencial econômico, pode soar restrito quando lembramos que na placa de circuito
impresso, citada acima, o ouro corresponde a apenas 0,04% dos metais utilizados. Mas Almeida compara
esse tipo de processo ao que é feito normalmente pelas mineradoras, ao extrair metais de rochas. “Se
você comparar uma tonelada de lixo eletrônico com uma tonelada de terra, vai encontrar muito mais
ouro e minério de cobre no lixo do que na terra”, afirma o estudante. Segundo ele, uma tonelada de lixo
eletrônico pode conter, em média, cerca de 700g de ouro e 35kg de cobre.

Além disso, está em jogo a preocupação com o meio ambiente. Quando equipamentos eletrônicos são
descartados de maneira inadequada, substâncias perigosas, como metais pesados, podem contaminar o
entorno. Tome-se como exemplo o mercúrio, também presente no e-lixo: se ele chegar às águas de um
rio, passará para os peixes e, depois, para quem consumir esses peixes. A substância pode gerar
problemas neurológicos em humanos e afetar o desenvolvimento cerebral de fetos. Algumas cidades
contam com serviços específicos de coleta de lixo eletrônico. Em São Paulo, por exemplo, algumas
opções são o CEDIR (Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática), da USP, e o Ecobraz, que
coleta e-lixo gratuitamente, até cinco dias após o agendamento.

https://profissaobiotec.com.br/biotecnologia-bioxiviliacao-minerios/

O cianeto pode ser encontrado naturalmente em baixas concentrações no solo, água e vegetais, como a
mandioca brava. Os cianetos são usados em galvanoplastia, extração de ouro e prata, limpeza de metais,
na produção de fibras sintéticas, corantes, pigmentos e nylon, como reagente em química analítica,
agente de fumigação e gaseificação do carvão. As principais fontes de emissão antropogênica de cianeto,
por sua vez, são a mineração, indústrias químicas e de processamento de metais e a exaustão veicular.

Cianetação do ouro

O processo de lixiviação do ouro com cianeto é conhecido por causar grandes impactos ambientais e
para a saúde humana. A cianetação do ouro, nome dado a esse processo, é utilizada para extrair ouro a
partir de um minério bruto retirado do solo. O cianeto dissolve o ouro dentro da rocha, retirando-o em
forma líquida. Em seguida, esse ouro é tratado para retirar o cianeto ao qual foi exposto.

A cianetação do ouro, no entanto, é considerada uma ameaça para o meio ambiente e para a saúde
humana devido à alta toxicidade do cianeto. Além disso, as terras, rios e lagos ao redor podem ficar
estéreis por tempo indeterminado.

Pensando na sustentabilidade, as empresas de mineração passaram a transformar o cianeto em uma


forma menos tóxica e mais sustentável antes de descartá-lo. Para minimizar os impactos da disposição,
as empresas também começaram a revestir seus locais de descarte com um forro impermeável. Com
isso, elas afirmam que se trata de um risco aceitável, mas que ainda ocorrem muitos vazamentos
prejudiciais aos arredores das minas.

O ouro e suas aplicações

Não há como pensar em riquezas sem pensar no ouro. Esse metal de transição brilhante, amarelo,
maleável e denso está presente no dia a dia na forma de jóias, componentes de placas de computadores
e muitos outros produtos. Normalmente, ele é encontrado em estado puro na forma de pepitas, mas
também existem em alguns minerais, como quartzo e rochas metamórficas. Além disso, o ouro pode ser
encontrado em toda a crosta terrestre e nas águas do oceano, em menores concentrações.

Por ser mole, o ouro é geralmente endurecido, formando uma liga metálica com prata e cobre. Devido à
sua boa condutividade elétrica e resistência à corrosão, o ouro apresenta diversas aplicações industriais.

Exposição humana e efeitos à saúde

A exposição humana ao cianeto ocorre principalmente por ingestão de alimentos e, em menor escala,
por água. Determinados alimentos, como sementes de maçãs e amêndoas, contêm concentrações
moderadas de cianeto. Outros, como a mandioca brava, apresentam concentrações elevadas e são
perigosos quando não preparados adequadamente. A inalação da fumaça do cigarro e de incêndios em
prédios e residências é uma fonte importante de exposição ao cianeto para a população geral.

O composto também é liberado durante a pirólise de materiais que contêm nitrogênio como polímeros
(melamina, nylon e poliacrilonitrila) e materiais naturais como seda e lã. Na mineração, o cianeto
utilizado na lixiviação do ouro é conhecido por causar diversos danos à saúde e ao meio ambiente.
Independente da sua origem, o ânion cianeto é extremamente tóxico para os organismos, pois se liga
aos grupos metálicos de uma série de enzimas, inibindo sua atividade. A consequência direta mais
importante é o bloqueio da cadeia respiratória e a inibição do metabolismo do oxigênio.

Os efeitos da exposição aguda ao cianeto são observados no sistema nervoso central e cardiovascular. Os
sinais e sintomas mais comuns são dor de cabeça, vertigem, diminuição da coordenação motora,
arritmia, bradicardia, torpor, coma e morte. Os efeitos da exposição crônica são dor de cabeça,
dificuldade para falar, distúrbios gastrintestinais, fraqueza muscular, confusão, perda da acuidade visual
e aumento da tireoide.

Além de ter sido utilizado em suicídios durante a segunda guerra mundial, também foi a base do gás
Zyklon B (Ciclone B), usado nos campos de extermínio. Nos Estados Unidos, ele serviu como forma de
aplicação da pena capital na câmara de gás, mas foi abolido por causar morte dolorosa e lenta.

Lixiviação com cianeto é proibida

Pensando no meio ambiente e nas suas formas de vida que a Alemanha, República Checa, Hungria, Costa
Rica, os estados de Montana e Wisconsin nos Estados Unidos e muitas regiões da Argentina baniram a
mineração do ouro com o cianeto. No entanto, quase 90% de toda a produção mundial ainda é feita a
partir do processo de cianetação do ouro

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