Segurança Na Extração Do Ouro
Segurança Na Extração Do Ouro
Segurança Na Extração Do Ouro
Equipe eCycle
O ânion cianeto é extremamente tóxico e pode causar diversos danos à saúde e ao meio ambiente
Ouro
Cianetos são uma família de compostos químicos que contêm o ânion cianeto altamente reativo em sua
composição. Os compostos de cianeto comumente encontrados no ambiente são o cianeto de
hidrogênio e dois de seus sais, o cianeto de sódio e o cianeto de potássio. O cianeto de hidrogênio (HCN)
é um líquido ou gás incolor com forte odor característico, enquanto que o cianeto de sódio (NaCN) e o
cianeto de potássio (KCN) são sólidos solúveis em água.
Água régia
A água régia é uma mistura de ácido nítrico e ácido clorídrico concentrados, geralmente na proporção de
uma para três partes. É um líquido altamente corrosivo de coloração alaranjada. Wikipédia
https://revistagalileu.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Desenvolvimento/noticia/2016/02/nova-
tecnica-extrai-ouro-e-cobre-de-lixo-eletronico.html
Nova técnica extrai ouro e cobre de lixo eletrônico
Método desenvolvido por estudantes mineiros é mais seguro e rápido do que opções tradicionais.
Geração de e-lixo pode chegar a 50 milhões de toneladas em 2018, segundo ONU
4 min de leitura
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Foto: Thinkstock
Pense bem antes de se desfazer daquele seu computador ou celular velho. Dois estudantes de
engenharia química de uma faculdade mineira desenvolveram uma nova forma de recuperar ouro e
cobre presentes no lixo eletrônico. A proposta, recentemente premiada, se destaca por ser mais rápida e
segura que as opções tradicionais. Filipe de Almeida, 25, conta que a ideia surgiu após ver, em um
programa de televisão, que o lixo eletrônico produzido no Brasil não costuma ser reaproveitado – ou é
descartado na natureza, o que traz riscos ambientais, ou é vendido por preços baixos para países como a
Alemanha, onde já existe uma indústria preparada para esse trabalho.
Segundo a ONU, o mundo produziu 42 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2014 – e pode chegar
a 50 milhões de toneladas em 2018. Segundo relatório produzido pela organização, de 60% a 90% desses
resíduos são descartados ou comercializados ilegalmente – o preço da tonelada gira em torno de US$
500, segundo a Interpol. A notícia trouxe um insight para ele e Lúrima Uane Soares Faria, 20, sua colega
na Unileste (Centro Universitário do Leste de Minas Gerais). “Pensamos: ‘Se não existem empresas
devidamente capacitadas para isso no nosso país, podemos tentar desenvolver um processo industrial
para esse tratamento!’”, lembra o estudante.
Ouro, cobre, prata, zinco, estanho e platina são alguns dos metais presentes em grande parte dos
equipamentos eletrônicos. Tome-se como exemplo uma placa de circuito impresso (componente de
computadores, controles remotos, smartphones etc.). Estima-se que quase um terço de sua composição
seja de metais. Destes, o mais comum é o cobre (14%), seguido por ferro (6%), níquel (2%), zinco (2%),
estanho (2%), prata (0,3%), ouro (0,04%) e platina (0,02%). O problema é que eles nem sempre
aparecem em sua forma pura, mas sim formando uma liga, o que dificulta a extração direta.
Para recuperar esses metais, há, basicamente, dois caminhos. Um é a pirometalurgia, que consiste em
incinerar o lixo eletrônico (incluindo peças de plástico etc.) e, depois, separar os metais por ponto de
fusão (o zinco, por exemplo, derrete a 419,5ºC, enquanto a prata, a 961,8ºC). Trata-se do método mais
barato, porém, o processo de incineração gera muitos gases tóxicos e os metais recuperados dessa forma
têm baixo teor de pureza. O segundo caminho é o da hidrometalurgia – termo adotado para designar
processos diferentes que têm, em comum, a meta de dissolver o metal por meio de reações químicas,
separando-o de outras substâncias. Uma vantagem é o alto teor de pureza obtido. No caso do ouro,
porém, o procedimento costuma incluir cianeto de potássio – substância altamente tóxica, que pode
levar à morte mesmo em baixas quantidades. “Trabalhamos com ouro sem utilizar cianeto. Com isso,
reduzimos a toxicidade em cerca de 90%”, afirma Almeida. A abordagem também é mais rápida,
reduzindo o tempo de lixiviação do metal de uma semana para duas horas.
A meta dos estudantes, agora, é descobrir novas formas de extrair do lixo eletrônico metais como prata,
chumbo, estanho, platina e níquel. Além disso, querem levar o procedimento do ambiente laboratorial
para uma escala maior e, assim, avaliar se o método seria economicamente viável. Para seguir com os
planos, contam com bolsas da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais) e
uma verba de R$ 10 mil, proveniente do prêmio Sustentabilidade Radix, que contemplou cinco projetos
de centros de ensino e/ou pesquisa no fim do ano passado.
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Em relação ao potencial econômico, pode soar restrito quando lembramos que na placa de circuito
impresso, citada acima, o ouro corresponde a apenas 0,04% dos metais utilizados. Mas Almeida compara
esse tipo de processo ao que é feito normalmente pelas mineradoras, ao extrair metais de rochas. “Se
você comparar uma tonelada de lixo eletrônico com uma tonelada de terra, vai encontrar muito mais
ouro e minério de cobre no lixo do que na terra”, afirma o estudante. Segundo ele, uma tonelada de lixo
eletrônico pode conter, em média, cerca de 700g de ouro e 35kg de cobre.
Além disso, está em jogo a preocupação com o meio ambiente. Quando equipamentos eletrônicos são
descartados de maneira inadequada, substâncias perigosas, como metais pesados, podem contaminar o
entorno. Tome-se como exemplo o mercúrio, também presente no e-lixo: se ele chegar às águas de um
rio, passará para os peixes e, depois, para quem consumir esses peixes. A substância pode gerar
problemas neurológicos em humanos e afetar o desenvolvimento cerebral de fetos. Algumas cidades
contam com serviços específicos de coleta de lixo eletrônico. Em São Paulo, por exemplo, algumas
opções são o CEDIR (Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática), da USP, e o Ecobraz, que
coleta e-lixo gratuitamente, até cinco dias após o agendamento.
https://profissaobiotec.com.br/biotecnologia-bioxiviliacao-minerios/
O cianeto pode ser encontrado naturalmente em baixas concentrações no solo, água e vegetais, como a
mandioca brava. Os cianetos são usados em galvanoplastia, extração de ouro e prata, limpeza de metais,
na produção de fibras sintéticas, corantes, pigmentos e nylon, como reagente em química analítica,
agente de fumigação e gaseificação do carvão. As principais fontes de emissão antropogênica de cianeto,
por sua vez, são a mineração, indústrias químicas e de processamento de metais e a exaustão veicular.
Cianetação do ouro
O processo de lixiviação do ouro com cianeto é conhecido por causar grandes impactos ambientais e
para a saúde humana. A cianetação do ouro, nome dado a esse processo, é utilizada para extrair ouro a
partir de um minério bruto retirado do solo. O cianeto dissolve o ouro dentro da rocha, retirando-o em
forma líquida. Em seguida, esse ouro é tratado para retirar o cianeto ao qual foi exposto.
A cianetação do ouro, no entanto, é considerada uma ameaça para o meio ambiente e para a saúde
humana devido à alta toxicidade do cianeto. Além disso, as terras, rios e lagos ao redor podem ficar
estéreis por tempo indeterminado.
Não há como pensar em riquezas sem pensar no ouro. Esse metal de transição brilhante, amarelo,
maleável e denso está presente no dia a dia na forma de jóias, componentes de placas de computadores
e muitos outros produtos. Normalmente, ele é encontrado em estado puro na forma de pepitas, mas
também existem em alguns minerais, como quartzo e rochas metamórficas. Além disso, o ouro pode ser
encontrado em toda a crosta terrestre e nas águas do oceano, em menores concentrações.
Por ser mole, o ouro é geralmente endurecido, formando uma liga metálica com prata e cobre. Devido à
sua boa condutividade elétrica e resistência à corrosão, o ouro apresenta diversas aplicações industriais.
A exposição humana ao cianeto ocorre principalmente por ingestão de alimentos e, em menor escala,
por água. Determinados alimentos, como sementes de maçãs e amêndoas, contêm concentrações
moderadas de cianeto. Outros, como a mandioca brava, apresentam concentrações elevadas e são
perigosos quando não preparados adequadamente. A inalação da fumaça do cigarro e de incêndios em
prédios e residências é uma fonte importante de exposição ao cianeto para a população geral.
O composto também é liberado durante a pirólise de materiais que contêm nitrogênio como polímeros
(melamina, nylon e poliacrilonitrila) e materiais naturais como seda e lã. Na mineração, o cianeto
utilizado na lixiviação do ouro é conhecido por causar diversos danos à saúde e ao meio ambiente.
Independente da sua origem, o ânion cianeto é extremamente tóxico para os organismos, pois se liga
aos grupos metálicos de uma série de enzimas, inibindo sua atividade. A consequência direta mais
importante é o bloqueio da cadeia respiratória e a inibição do metabolismo do oxigênio.
Os efeitos da exposição aguda ao cianeto são observados no sistema nervoso central e cardiovascular. Os
sinais e sintomas mais comuns são dor de cabeça, vertigem, diminuição da coordenação motora,
arritmia, bradicardia, torpor, coma e morte. Os efeitos da exposição crônica são dor de cabeça,
dificuldade para falar, distúrbios gastrintestinais, fraqueza muscular, confusão, perda da acuidade visual
e aumento da tireoide.
Além de ter sido utilizado em suicídios durante a segunda guerra mundial, também foi a base do gás
Zyklon B (Ciclone B), usado nos campos de extermínio. Nos Estados Unidos, ele serviu como forma de
aplicação da pena capital na câmara de gás, mas foi abolido por causar morte dolorosa e lenta.
Pensando no meio ambiente e nas suas formas de vida que a Alemanha, República Checa, Hungria, Costa
Rica, os estados de Montana e Wisconsin nos Estados Unidos e muitas regiões da Argentina baniram a
mineração do ouro com o cianeto. No entanto, quase 90% de toda a produção mundial ainda é feita a
partir do processo de cianetação do ouro