11 Cap-06 - Instrução Técnica Do Mrt60mm

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OSTENSIVO CGCFN-3101.

CAPÍTULO 6
INSTRUÇÃO TÉCNICA – MORTEIRO 60 mm M2 BRANDT
6.1 - CARACTERÍSTICAS DO MORTEIRO
6.1.1 - Generalidades
O morteiro 60 mm é uma arma de alma lisa, anticarga (carregado pela boca do tubo)
e tiro indireto (elevado ângulo de tiro), composto de um tubo-alma, um conjunto
bipé, uma placa-base e de um aparelho de pontaria (Fig 6.1).
O tubo é composto de uma culatra, onde se encontram o munhão e o percutor.
O conjunto bipé é composto de um mecanismo de direção, de um mecanismo de
elevação, de um mecanismo de nivelamento transversal (fixado da perna esquerda),
de um conjunto de pernas, um amortecedor e uma braçadeira.
A placa-base apóia e alinha o morteiro para o tiro.
O aparelho de pontaria mede ângulos que proporciona o alinhamento entre o
morteiro e o alvo.

Fig 6.1 - Morteiro 60 mm M2

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6.1.2 - Dados gerais


a) Nomenclatura
Morteiro 60 mm M2 Brandt
b) Pesos:
Morteiro completo..................................................................................... 19 kg
Tubo-alma................................................................................................. 5,8 kg
Conjunto do bipé....................................................................................... 7,4 kg
Placa-base.................................................................................................. 5,8 kg
b) Dimensões:
Comprimento do tubo............................................................................... 73 cm
c) Elevação (aproximada em milésimos)
Usando a manivela de elevação, com o bipé na posição normal de tiro:
Mínima...................................................................................................... 711’’’
Máxima..................................................................................................... 1511’’’
Uma volta e meia no mecanismo de elevação.......................................... 10’’’
Nº total de voltas no mecanismo de elevação........................................... 15 voltas

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA:

Por questão de segurança não se deve fazer o tiro com elevação inferior a
711’’’ou superior a 1511’’’.

d) Direção:
Campo de tiro horizontal........................................................................... 250’’’
Cada volta da manivela de direção (aproximadamente)........................... 15’’’
Número total de voltas do mecanismo de direção.................................... 15 voltas
e) Cadência de tiro:
Máxima (primeiros dois minutos de tiro) – tiro por minuto..................... 35
f) Alcance:
Máximo..................................................................................................... 1850 m(*)
Mínimo (segurança).................................................................................. 100 m

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g) Aparelho de pontaria:
Escala das derivas............................................................... 150’’’ para cada lado
Setor das alças..................................................................... Graduado de 10 em 10º
(*) - O alcance de 1850 m refere-se à granada de fabricação americana. Contudo,
alerta-se que as mesmas também apresentam variação quanto ao alcance.
Obs: O alcance varia conforme o tipo de granada, o lote e o fabricante. Para
determinação do alcance mínimo de segurança deverá ser observado o ângulo
de elevação, conforme estabelecido na alínea c deste inciso, em consonância
com a tabela de tiro fornecida pelo fabricante da munição.
6.2 - DESCRIÇÃO MECÂNICA
6.2.1 - Conjunto tubo-alma M2
Consiste do tubo propriamente dito e do percutor. O tubo é externamente liso e tem
a extremidade inferior tampada por uma culatra (Fig 6.2).
A culatra acaba em um munhão esférico, de modo a alojar-se no alvéolo do munhão
da placa-base. A culatra é axialmente perfurada, rosqueada, de modo a receber o
percutor através do munhão e sua haste.

Fig 6.2 - Conjunto tubo-alma M2

6.2.2 - Conjunto do bipé M5


O conjunto do bipé tem como finalidade fixar o tubo-alma mantendo-o firme
juntamente com a placa-base, bem como, proporcionar ajustagem tanto em direção
como em elevação por ocasião do seu emprego (Fig 6.3). O conjunto do bipé
subdivide-se em:
a) Conjunto do mecanismo de elevação
O conjunto do mecanismo de elevação inclui a manivela de elevação e o tubo-
guia. O tubo-guia contém uma haste e um eixo rosqueado que eleva ou abaixa o

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tubo do morteiro, quando se aciona a manivela de elevação. A manivela de


elevação é, por sua vez, ligada ao eixo rosqueado.
b) Conjunto do mecanismo de direção
O conjunto do mecanismo de direção consiste de três pequenos conjuntos, a
saber:
- Braçadeira - a braçadeira tem por finalidade de segurar o tubo-alma ao bipé;
- Amortecedor - o amortecedor, montado sob a braçadeira, consiste de um
dispositivo com duas molas de compressão. A finalidade do amortecedor é
reduzir o choque verificado no conjunto do bipé, durante o tiro;
- Manivela de direção - ao girar a manivela de direção, o tubo é desviado para a
direita ou para a esquerda, permitindo que se alinhe o retículo do aparelho de
pontaria com as balizas de vigilância. O mecanismo de direção é usado para
pequenas variações. Quando da necessidade de grandes variações desloca-se o
bipé; e
- Encaixe do aparelho de pontaria - fica localizado no lado oposto da manivela
de direção.
c) Conjunto das pernas
A perna direita não tem partes móveis, mas contém uma cinta de couro a fim de
manter as duas pernas presas por ocasião do transporte e armazenagem.
A perna esquerda (ajustável) possui um mecanismo de nivelamento transversal
que é composto por uma manga de chamada, uma porca de fixação da manga de
chamada e uma haste conectada ao tubo-guia do mecanismo de elevação.

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Fig 6.3 - Conjunto do bipé M5

6.2.3 - Placa-base M5
A placa-base consiste de um quadrado de duralumínio, com sapatas de fixação ao
terreno e com um alvéolo (móvel), Fig 6.4.

Fig 6.4 - Placa-base M5

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6.2.4 - Aparelho de pontaria M4


As particularidades afetas ao aparelho de pontaria M4 estão descritas no Capítulo 7.
6.3 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA
6.3.1 - Generalidades
A manutenção e a limpeza do morteiro, bem como de seus acessórios são deveres e
responsabilidades essenciais de toda a guarnição da peça.
a) Material de limpeza
Os únicos produtos e materiais autorizados para a limpeza e lubrificação do
morteiro são:
- solvente para limpeza de armamento;
- sabão neutro;
- óleo lubrificante; e
- pincéis, flanelas e estopas.
b) Instruções gerais para lubrificação
A seguir é apresentado um memento para lubrificação, que deverá ser copiado,
plastificado e entregue a cada Chefe de Peça, como acessório de sua arma.
I) Tubo-alma e percutor
- Imediatamente após os exercícios de tiro e nos três dias consecutivos após o
tiro, limpar com solvente para limpeza;
- Após a 4ª limpeza, deverá secar e lubrificar;
- Limpar e secar o tubo-alma antes do tiro; e
- Remover, semanalmente, a película de óleo lubrificante.
II) Bipé
- Lubrificar, semanalmente, o mecanismo de elevação; e
- Semanalmente, limpar com solvente todas as partes móveis e superfícies
polidas, devendo após secar e aplicar óleo lubrificante.
6.3.2 - Cuidados diários de limpeza
Quando os morteiros estiverem em uso, deve ser previsto um período de tempo
diário para limpeza. Quando não estiverem em uso, deverá ser previsto um período
semanal para limpeza.
a) Limpeza do tubo
Coloque uma estopa ou flanela na ponta da haste de limpeza, introduza-a no tubo
e movimente-a, alternadamente, para dentro e para fora, executando um

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movimento rotatório. Troque a estopa e repita o movimento (tal procedimento


remove o acúmulo de poeira, sujeira e óleo espessado) até que o tubo esteja limpo.
Quando necessário, lave a parte interna do tubo com espuma de sabão neutro,
enxágüe-o com água limpa, seque-o e aplique uma leve camada de óleo. O tubo
deve ser bem enxaguado e seco, após ter sido lavado com água e sabão neutro.

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA:

Quando da limpeza do tubo, deve se ter especial cuidado para que não seja
deixado nenhum detrito no percutor.

b) Limpeza do percutor
Remova o percutor, introduza a escova de limpeza no seu alojamento exercendo uma
pequena pressão e gire-a no sentido dos ponteiros do relógio para remover a sujeira.
O percutor não assentará corretamente quando houver detritos no ombro de seu
alojamento. Isso irá causar a fuga de gases durante o tiro, podendo causar "negas". A
seguir, enrole uma flanela na escova de limpeza, introduza-a no alojamento do
percutor e execute um movimento alternado para dentro e para fora; troque a flanela e
repita o procedimento, até que a flanela permaneça limpa; então umedeça uma flanela
limpa com óleo lubrificante e repita o procedimento anterior. Finalmente, quando o
percutor estiver limpo, lubrifique-o ligeiramente e o introduza em seu alojamento.
c) Limpeza do bipé
- mantenha todo o bipé e placa-base sem detritos e limpos. Mantenha todas as
partes móveis e superfícies polidas, ligeiramente lubrificadas;
- use um pequeno pincel ou escova para limpar as roscas e cavidades;
- para remover a umidade e a sujeira das superfícies metá1icas, esfregue-as com
um pano seco; depois as lubrifique com uma fina película de óleo lubrificante.
Sempre mantenha essa fina camada de óleo;
- coloque óleo lubrificante, utilizando a almotolia (Fig 6.5), nos três recipientes
que existem para essa finalidade a saber: na parte inferior da manga de chamada,
na caixa de engrenagens e no berço; e
- limpe e aplique uma camada de lubrificante nos componentes do alojamento do
munhão, na placa-base.

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Fig 6.5 - Almotolia

6.3.3 - Limpeza preparatória para o tiro


- inspecione os três conjuntos principais do morteiro quanto à limpeza;
- limpe o interior do tubo-alma e o percutor, com estopa ou flanela seca.
Não aplique óleo a essas partes, antes do tiro;
- limpe cuidadosamente e lubrifique ligeiramente todas as partes móveis;
e
- não deixe nenhum resíduo no percutor, nem no interior do tubo-alma.

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA:

- Não use graxa na limpeza preparatória para o tiro.

6.3.4 - Limpeza após o tiro


a) Generalidades
Limpe o tubo e as partes móveis do morteiro, imediatamente, após o exercício de
tiro. Se não for executar a limpeza imediatamente, aplique óleo àquelas partes de
modo a evitar a corrosão. Na primeira oportunidade, limpe, lubrifique e
inspecione toda a arma. Se necessário envie a arma para o armeiro da unidade,
para manutenção.
b) Tubo-alma
Quando não houver disponibilidade de solvente para limpeza, use uma solução

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quente de água com sabão neutro ou então somente água quente. Limpe o percutor
e seu alojamento como descrito anteriormente, usando uma boa quantidade de
água com sabão ao invés de usar solvente. Seque toda a arma usando flanela seca
e aplique óleo lubrificante; e
O uso de solvente seco na limpeza só é autorizado quando não houver solvente
específico para limpeza de armamento ou água com sabão.

ATENÇÃO – AVISO DE SEGURANÇA:

- Quando da utilização de solventes para limpeza, devem ser tomadas


precauções extremas para seu manuseio e uso.
- Cartazes com o aviso “PROIBIDO FUMAR” devem se colocados a uns
vinte metros da área onde esses materiais estiverem sendo utilizados.
- Sempre que possível, os solventes devem ser usados em local bem
ventilado, estando disponíveis materiais para combate a incêndio. É
necessária rigorosa supervisão, quando do uso de materiais inflamáveis.

c) Bipé
Quando da limpeza do bipé deverão ser removidas a sujeira e os resíduos de todas as
cavidades. Todas as partes móveis deverão ser limpas com solvente e secas, sendo
nelas aplicado óleo lubrificante. Deve ser colocado óleo nas partes móveis, acionando
as manivelas das derivas e de elevação. Deve ser inspecionada a operação do bipé
(puxando e soltando o amortecedor, etc.) para ver se está funcionando a contento. O
alojamento do munhão deve ser limpo, como descrito anteriormente.
d) Acessórios
Inspecionar, limpar e lubrificar os acessórios, exceto os componentes cobertos
com lona ou borracha, pois o óleo e o solvente deterioram esses materiais.
6.3.5 - Inspeções
a) Do tubo-alma
Verificar a aparência e o estado de limpeza do tubo-alma e das roscas externas.
Verificar se não tem dentes amassados ou fissuras.
b) Do percutor
Examinar se há fuligem, corrosão ou detritos, se ele não está quebrado, amassado
ou empenado. Finalmente, verificar se ele assenta adequadamente ao ombro, em

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seu alojamento.
c) Do bipé
Verificar a aparência geral do bipé e se todas as partes móveis estão
adequadamente lubrificadas. Elevar e abaixar o tubo. O mecanismo de elevação
deve operar suavemente, sem trancos e sem folgas. Verificar se o mecanismo de
nivelamento (manga de chamada, etc.) funciona adequadamente e se as bolhas dos
níveis estão facilmente identificáveis.
d) Da placa-base
Verificar a aparência geral da placa-base movendo o alojamento do munhão para
ver se ele gira de forma homogênea e sem muita resistência.
6.3.6 - Caderneta registro da arma
A caderneta registro da arma é composta de cinco fichas. Somente a Ficha de Registro
da Vida da Arma ficará com o Comandante da Seção de Morteiros. As demais fichas
ficarão no paiol da CiaFuzNav e acompanharão a arma nas manutenções fora da
unidade.
a) Ficha de registro da vida da arma
Nessa ficha são lançados todos os tiros realizados utilizando munição real, manejo
ou sub-calibre. Deverá ser preenchida da seguinte forma:
- número-série do tubo-alma;
- tipo - Mrt 60mm M2 Brandt;
- organização - escrever o nome da unidade ou organização militar onde se
encontra a arma; e
- registro dos tiros:
 data - dia / mês / ano;
 carga – quantidade de cargas suplementares usadas;
 tipo e nº de granadas - a quantidade de granadas de determinado tipo, lançadas
com determinada carga;
 total acumulado - total de granadas já disparadas até o presente exercício. As
granadas de manejo e sub-calibre não são computadas neste total;
 manejo/sub-calibre - total acumulado de exercícios com granadas de manejo e
sub-calibre;
 velocidade de salva - escrever MAX ou PROL se a cadência for máxima (12
tiros por minuto) ou Prolongada. (3 tiros por minuto); e

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 vida estimada restante - subtrair o total acumulado da vida estimada da arma.


Obs: Registrar ainda as falhas ocorridas no equipamento e as eventuais avarias no
mesmo. Caso não haja, fazer constar “SEM ALTERAÇÕES”.
b) Ficha registro de alterações
Essa ficha acompanha o armamento ou componente, por ocasião da manutenção,
sendo nela lançados os reparos realizados.
Os itens a serem preenchidos incluem:
- o número da solicitação, em ordem cronológica;
- a data da solicitação (dia / mês / ano);
- a urgência (grau de prioridade) do reparo: “a” - urgente; “b” - rotina; “c” - sem
precedência;
- o escalão de manutenção;
- o título do componente e manutenção (Ex: mola do amortecedor - substituição);
- a data do pedido;
- o número de homens-hora necessários ao reparo;
- unidade solicitante do reparo; e
- rubrica do responsável pela execução da manutenção.
Nota: os quatro últimos itens serão preenchidos pelo responsável pela execução da
manutenção.

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